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Cinesioterapia
• Introdução à Cinesioterapia;
• Avaliação Fisioterapêutica e Conceito de Deficiência;
• Bases Fisiológicas, Conceito, Classificação e 
Técnica dos Exercícios Terapêuticos;
• Flexibilidade;
• Alongamento Muscular;
• Técnicas de Mobilização Articular (TMA).
• Adquirir conhecimentos básicos sobre os exercícios terapêuticos,indicações e contraindicações;
• Integrar os conhecimentos sobre a estrutura e a função dos sistemas Corporais envolvidos 
no controle da postura e dos movimentos;
• Conhecer os diversos materiais e os equipamentos associados às Técnicas específicas de 
exercícios terapêuticos;
• Identificar os exercícios terapêuticos e adequá-los às necessidades da prática clínica;
• Planejar os métodos e as Técnicas cinesioterapêuticas adequando os respectivos Protoco-
los às características das diversas disfunções musculoesqueléticas e neuromotoras;
• Desenvolver o Processo de decidir e prescrever Protocolos de Exercícios Terapêuticos com 
criatividade e versatilidade; 
• Adquirir conhecimento sobre as condições do tecido musculoesquelético que restringem 
a ADM;
• Conhecer e praticar as técnicas articulares e musculares de ganho de ADM.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Bases Fisiológicas do Exercício 
Terapêutico: Conceito, Classificação e 
Técnica para os Exercícios Terapêuticos
UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Introdução à Cinesioterapia
A Cinesioterapia ou Exercício Terapêutico é considerado um elemento central 
na maioria dos planos de assistência da Fisioterapia. 
É visto como um recurso abrangente e flexível, que permite ao profissional 
associar diferentes métodos, adaptar técnicas, empregar equipamentos diversos, 
ou, basicamente, utilizar, com criatividade e habilidade, as mãos como ferramenta 
de trabalho. 
Integra saberes e conhecimentos das Ciências Biológicas e da Saúde, sobretudo, de 
Anatomia humana, da Cinesiologia, da Biomecânica, da Fisiologia humana e da Fi-
siologia do exercício, com aplicabilidade nas diversas áreas de atuação da Fisioterapia.
Por se tratar, de um recurso abrangente em seus objetivos, aplicações e técnicas, 
é importante, primeiramente, reconhecer os sinais e os sintomas de uma doença e 
quais os impactos deles no desempenho funcional do paciente, por meio de uma 
avaliação detalhada. Com isso, o fisioterapeuta terá informações necessárias para 
decidir sobre a melhor proposta de tratamento, as metas e os objetivos a serem 
alcançados, desenvolvendo um programa de assistência adequado e de qualidade.
Nesse contexto, leia atentamente o caso a seguir: “M. P. S., sexo feminino, 
62 anos, costureira, avó de Pedro de dois anos, com diagnóstico clínico de bursite 
subacromial, tendinopatia (tendinite) do supraespinhoso e bíceps cabeça longa do 
lado direito. A dor, a limitação dos movimentos e a fraqueza muscular de ombro 
direito tem dificultado a realização de algumas de suas atividades, como prender 
os cabelos, vestir a camiseta, pegar objetos acima da cabeça e limpar janelas. Suas 
tarefas de costura estão prejudicadas e, por conta disso, a renda familiar diminuiu 
significativamente. Costumava ir ao parque do bairro periodicamente com seu ne-
tinho; porém, não consegue brincar com ele como antes”:
Figura 1 – Avó costureira
Fonte: Getty Images
8
9
Será que, além do tratamento com medicamentos prescrito por um médico, 
o problema dessa mulher pode ser resolvido com outros recursos terapêuticos? 
Os exercícios podem ser indicados como tratamento? Eles poderiam ser utilizados 
num caso como este? Ao refletir sobre isso, qual seria, então, o caminho a seguir?
Bem, tudo começa com uma avaliação bem conduzida. 
Avaliação Fisioterapêutica 
e Conceito de Deficiência
Ao identificar, por meio de exames e testes específicos, quais são as necessida-
des do paciente (avaliação/levantamento de problemas) será possível classificar os 
comprometimentos e, assim, definir o diagnóstico fisioterapêutico, os objetivos e as 
metas do tratamento:
Levantamento
de problemas
Diagnóstico
�sioterapêutico
Objetivos
do tratamentoTratamento
Figura 2 – Fluxograma para o atendimento fisioterapêutico
Avaliação Fisioterapêutica
A avaliação pode ser dividida em:
• Informação subjetiva:
 » História do caso.
• Dados objetivos:
 » Inspeção, Palpação, Mobilidade articular, Força muscular, Trofismo, Reflexos 
e Sensibilidade, Tônus muscular, Condição cardiovascular, Condição pulmo-
nar, Postura, Equilíbrio e Marcha.
É importante que sejam reforçados alguns conceitos ou a terminologia da Clas-
sificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDIDA) 
definida pela Organização Mundial da Saúde em 1976, revisada e renomeada para 
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) aprovada 
9
Avaliação
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Yngrid
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
pela Assembléia Mundial da Saúde em 2001. (FARIAS, N.; BUCHALLA, C. M, 
2005). O quadro a seguir apresenta a referida Classificação:
De�ciência
Impaiment
Incapacidade
Disability
Desvantagem
Handicap
Orgão ou
aparato
funcional
Manifesta-se
na pessoa
Manifesta-se
na interação
com o ambiente
Perda ou anomalia
estrutural ou funcional,
física ou psíquica
Limitação da pessoa no
desenvolvimento de uma
atividade de acordo com os
parâmetros considerados normais
Desvantagem que limita ou
impede que se atinja uma
condição social normal
Figura 3 – Conceito de Deficiência, Incapacidade e Desvantagem
Definição de Deficiência, Incapacidade e Desvantagem
A deficiência (impairments) pode ser definida como a consequência direta (re-
percussão imediata) da doença sobre o corpo, determinando alterações na estrutu-
ra ou função em nível de órgãos, sistemas ou estruturas do corpo. 
Como exemplo, no caso da costureira descrito anteriormente, a bursite e as tendini-
tes são a doença. A dor, a limitação dos movimentos e a diminuição da força se enqua-
dram no conceito da deficiência e essas condições se referem à deficiência física. Nesse 
conceito, estão incluídas as deficiências física, auditiva, visual e mental/intelectual.
A incapacidade (disabilities) advém da deficiência, impondo à pessoa nessa con-
dição redução ou impossibilidade de realizar uma atividade de acordo com um pa-
drão considerado normal, ou seja, acarreta prejuízo em seu rendimento funcional. 
Novamente, sobre o caso da costureira, a dificuldade na realização de atividades 
como prender os cabelos, vestir a camiseta, pegar objetos acima da cabeça e limpar 
janelas enquadram-se nesse conceito de incapacidade.
Desvantagem (handicaps): prejuízo para o indivíduo resultante de uma deficiên-
cia ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de acordo 
com a idade, o sexo, os fatores sociais e culturais.
Trata-se, então, de uma condição que não permite ou dificulta o indivíduo de de-
sempenhar seu papel na vida e no mundo. No caso clínico, esse conceito relaciona-
-se ao prejuízo de suas atividades como costureira e ainda com a impossibilidade de 
realizar uma parte importante de sua vida de avó, que é brincar com seu netinho.
A Figura a seguir apresenta a relação entre os conceitos discutidos e a influência 
das intervenções nesse processo:
10
11
Fatores
de risco
Doença
Intervenções
De�ciência Incapacidade Desvantagem
Condição
secundária
Qualidade de vida
Figura 4 – Modificação do processo de incapacidade
Observe que a intervenção adequada, no caso específico, a Cinesioterapia, pode 
modificar esse processo desde seus aspectos iniciais, por conta de sua influência 
sobre os fatores de risco (que favorecem o desenvolvimento da doença ou lesão) e 
sobre as demais condições, até a desvantagem. Esta influência se refere à possibi-
lidade de melhora das condições de saúde do indivíduo, assim, como à melhora de 
sua doença ou lesão, trazendo diminuição de sua incapacidade e favorecendosua 
condição de retorno à execução de seus papéis na vida.
Para aprofundar seu conhecimento sobre esse assunto, indicamos a leitura do artigo de Ba-
tistella e Brito (2002), que trata da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)Ex
pl
or
Após conhecer um pouco mais sobre as condições de deficiência nas quais o 
indivíduo pode se encontrar, temos base para discutir e entender os fundamentos 
e conceito da Cinesioterapia.
Bases Fisiológicas, Conceito, Classificação 
e Técnica dos Exercícios Terapêuticos
Conceito da Cinesioterapia 
Cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de tratamento. 
É um recurso que se baseia nos conhecimentos de Anatomia, Fisiologia e Biomecâ-
nica, ou seja, para entendermos a Cinesioterapia, precisamos conhecer e entender 
o funcionamento das estruturas musculoesqueléticas, como a parte óssea, as arti-
culações, os músculos e os tendões, e sua interação com o Sistema Nervoso.
“A Cinesioterapia ou o exercício terapêutico é considerado um elemento central 
na maioria dos planos de assistência da fisioterapia, complementado por outras 
intervenções, com finalidade de aprimorar a função e reduzir uma incapacidade” 
(HALL; BRODY, 2012).
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Como apresentado na citação anterior, a Cinesioterapia é o recurso de maior 
destaque na maioria dos programas terapêuticos em Fisioterapia, porque sua apli-
cação é abrangente, conforme os diversos tipos de alterações ou deficiências físicas 
que os pacientes possam apresentar.
Conforme discutido sobre as modificações do processo de incapacidade (Figura 3), 
a Cinesioterapia traz diversos benefícios sobre as condições físicas e funcionais 
dos pacientes.
Benefícios da Cinesioterapia 
• Melhora ou preserva a função física ou o estado de saúde dos indivíduos 
sadios. Isso demonstra que a Cinesioterapia pode ser aplicada em condições 
de saúde, ou seja, indivíduos que não tenham nenhuma doença ou lesão. Eles 
podem ser beneficiados com os exercícios terapêuticos visando a minimizar os 
fatores de risco que podem favorecer a doença ou a lesão. Um exemplo se-
ria desenvolver exercícios de equilíbrio para idosos saudáveis. Esses exercícios 
podem aprimorar o equilíbrio dessa população, diminuindo o risco de quedas, 
que podem gerar lesões:
Figura 5 – Exercícios de equilíbrio com idosos saudáveis
Fonte: Getty Images
• Melhora a função física, o estado de saúde e a sensação geral de bem-
-estardas pessoas diagnosticadas com deficiências, limitações funcionais 
ou incapacidades. Esse benefício está relacionado à reabilitação propriamente 
dita. Quando um indivíduo tem uma determinada lesão, como o caso clínico 
citado no início desta Unidade, a Cinesioterapia pode ser aplicada para me-
lhorar aspectos físicos específicos, como a força muscular e a amplitude de 
movimento. Com essa melhora, o indivíduo terá repercussões positivas sobre a 
realização de suas atividades de vida e lazer, trazendo melhora sobre sua saúde 
e bem-estar geral:
12
13
Figura 6 – Exercícios terapêuticos para o ombro
Fonte: Getty Images
• Previne as complicações e reduz a utilização dos recursos da assistência 
à saúde durante a hospitalização ou após uma cirurgia. Esse aspecto é 
muito importante, pois vários estudos demonstram que a utilização da Cine-
sioterapia em pacientes hospitalizados pode diminuir o tempo de internação e 
minimizar os riscos de complicações relacionadas à imobilidade no leito. 
Leia o Artigo de Pinheiro e Christofoletti (2012), que aborda o assunto para pacientes inter-
nados em UTI.Ex
pl
or
• Previne ou minimiza as futuras deficiências, a perda funcional ou a inca-
pacidade para qualquer indivíduo. Isso se dá pelo fato de, no geral, as do-
enças crônicas do Sistema Musculoesquelético terem tendência a favorecer o 
desenvolvimento de deficiências, restrições funcionais e incapacidades. Dessa 
forma, os exercícios terapêuticos podem prevenir essas condições.
Assim, podemos observar que os exercícios terapêuticos podem promover tanto 
a melhora quanto a prevenção de problemas físicos e funcionais. 
Considerando esses benefícios, é possível definir, de forma mais específica, as 
metas relacionadas à condição física do indivíduo, que podem ser alcançadas por 
meio dos exercícios. 
Metas da Cinesioterapia 
• Melhorar a mobilidade e flexibilidade, aumentar a força e a resistência mus-
cular, favorecer o relaxamento, desenvolver a resistência à fadiga, desenvolver 
o controle neuromuscular, melhorar o equilíbrio e coordenação, aprimorar os 
padrões respiratórios, favorecer o alinhamento e a percepção da postura.
Todas essas metas podem ser atingidas por meio de exercícios específicos; sen-
do assim, apresentaremos, a seguir, a classificação dos tipos de exercícios e as 
técnicas para esse fim.
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Classificação e Técnicas em Cinesioterapia 
• Exercícios para melhorar a mobilidade e a flexibilidade:
Para que saibamos qual será o exercício mais adequado para melhorar a 
flexibilidade, temos de considerar os aspectos anatômicos envolvidos na res-
trição de movimento. É preciso identificar quais tecidos são os responsáveis 
por essa restrição.
O tecido muscular, que é envolto por uma malha significativa de tecido con-
juntivo (bainhas, fáscias e tendões), pode ser o responsável pela restrição de 
movimento articular:
Núcleos
Endomísio
Perimísio
Endomísio Osso
TendãoVaso Sanguíneo
FascículoSarcolemma
Myo�bril
Figura 7 – Estrutura do músculo esquelético
Fonte: Adaptado de Getty Images
As articulações também são ricas em tecido conjuntivo, por conta das cápsulas 
e ligamentos (Ilustração de articulação destacando tecido conjuntivo):
Figura 8 – Estrutura articular
Fonte: Getty Images
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Quando o segmento passa por algum trauma e/ou imobilização ocorrem mo-
dificações dessas estruturas, tornando-se encurtadas, levando às restrições de 
amplitude de movimento.
Podemos identificar qual tecido é o responsável pela restrição da amplitude de movimento 
(ADM) por meio da avaliação passiva. Ao colocarmos a articulação em sua posição de am-
plitude máxima de forma passiva e ela se apresentar restrita, teremos uma “sensação ter-
minal” da amplitude. Essa sensação poderá ser “macia ou elástica”, “dura ou rígida”. Se a 
sensação for macia, definimos como restrição de origem muscular, ou seja, o encurtamento 
muscular é responsável pela restrição. Se a sensação for rígida, os tecidos articulares (cápsu-
las e ligamentos) que estão encurtados e são a causa da restrição de ADM.
Ex
pl
or
Quando a restrição da ADM é de origem muscular, o melhor exercício a ser 
utilizado é o alongamento muscular, e quando a restrição é de origem articular, 
a melhor intervenção é a mobilização articular;
• Tipos de exercícios para ganho de flexibilidade:
 » Alongamento estático, alongamento dinâmico, balístico, mobilização articular:
Figura 9 – Exercício de alongamento
Fonte: Getty Images
• Exercícios para melhorar a força e a resistência muscular: antes de serem 
abordados os exercícios apropriados para a força e a resistência, é necessá-
rio considerar os fatores que influenciam o seu desenvolvimento, a saber, a 
área de secção transversa do músculo, a relação comprimento/tensão 
do músculo, o recrutamento das unidades motoras, o tipo de contração 
muscular, a velocidade da contração e a motivação do paciente.
A área de secção transversa do músculo relaciona-se ao trofismo muscular, 
ou seja, o volume da massa muscular. Quanto maior o trofismo, mais força 
esse músculo irá desenvolver.
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
A relação comprimento/tensão diz respeito aos diferentes níveis de força de-
senvolvidos pelo músculo no curso de sua contração. Essa relação é melhor, ou 
favorece a geração de força quando as fibras estão em sua condição média de 
tensão, nem no extremo de seu alongamento, nem de sua contração de encur-
tamento, pois assim haverá uma relação ideal de contato entre os miofilamentos 
de actina e miosina, que formam a unidade funcional do músculo, o sarcômero.
O maior recrutamento das unidades motoras, a maior velocidade e o melhor 
sincronismo do disparo dessas unidades conferem eficiência neuromuscular 
e favorecem o desenvolvimento de força.
Os diferentes tipos de contração geram força de modo diferente. Na con-
tração isométrica, a tensão é gerada sem modificação do comprimento das 
fibras, logo, o ganho de força ocorre somente no ângulo articular estabelecido. 
Na contração concêntrica, há encurtamento das fibras e maior recrutamento 
de unidades motoras, gerando mais força que a isométrica. 
Na contração excêntrica, há desenvolvimento da tensão enquanto as fibras 
sofrem alongamento, gerando tensão tanto do componente contrátil, como do 
elástico em série e em paralelo, desenvolvendo mais força que os dois tipos 
anteriores de contração.
Para que os exercícios sejam bem executados e cheguem aos objetivos esta-
belecidos para o ganho de força e resistência, é importante que o paciente 
tenha conhecimento do programa de exercícios e esteja totalmente motivado 
a desenvolvê-lo;
• Tipos de exercícios para ganho de força e resistência muscular:
 » Exercícios com resistência manual, exercícios resistidos progressivos com pe-
sos livres, exercícios resistidos progressivos com resistência elástica, exercícios 
resistidos progressivos em aparelhos de mecanoterapia, exercícios em cadeia 
cinética fechada usando o peso corporal, circuitos de múltiplos exercícios:
Figura 10 – Exercício resistido
Fonte: Getty Images
• Exercícios para melhorar o alinhamento postural: quando uma pessoa é 
diagnosticada com uma alteração postural como uma hiperlordose (aumento 
16
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da curva) lombar ou uma escoliose dorsal (desvio de inclinação lateral e rotação 
vertebral), ela pode ser beneficiada com a utilização de exercícios que tem 
como objetivos alongar e fortalecer os músculos posturais e melhorar a cons-
ciência postural de alinhamento;
• Tipos de exercícios para alinhamento ou correção postural:
 » Exercícios segmentares, exercícios globais, exercícios com bola suíça:
Figura 11 – Exercício postural
Fonte: Getty Images
• Exercícios para aprimorar os padrões respiratórios: a função respirató-
ria está relacionada primariamente à capacidade da caixa torácica de expan-
dir; logo, essa é uma condição mecânica para a atividade respiratória normal. 
Quando ocorre alguma doença pulmonar, essa atividade se torna alterada, 
podendo prejudicar as condições de vida do indivíduo em graus variáveis. 
A Cinesioterapia pode ser aplicada nesses casos visando a minimizar os efeitos 
da doença sobre a capacidade pulmonar;
• Tipos de exercícios respiratórios:
 » Exercícios de inspiração e exercícios de expiração:
Figura 12 – Exercício respiratório
Fonte: Getty Images
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toda vez que tem apoio
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
• Exercícios para desenvolver resistência à fadiga: primeiro vamos entender 
o que é resistência à fadiga. Em linhas gerais, podemos definir resistência à 
fadiga como a capacidade de desempenhar atividade física por um período 
prolongado de tempo sem apresentar cansaço indevido.
Em nosso dia a dia, por meio do trabalho muscular, realizamos as mais diversas 
atividades físicas. Para tanto, há a necessidade de flexibilidade musculoesque-
lética, força e resistência muscular e condicionamento cardiorrespiratório. Em-
bora o funcionamento musculoesquelético e cardiovascular esteja interligado, 
é possível definir separadamente resistência muscular à fadiga e resistência 
cardiovascular à fadiga.
 » Resistência muscular à fadiga é a capacidade de um músculo ou grupo mus-
cular contrair-se ou gerar tensão por um tempo prolongado. Os exercícios 
ativos realizados repetidamente com carga moderada e os exercícios de forta-
lecimento muscular proporcionam aumento da resistência do músculo à fadiga;
 » Resistência cardiovascular à fadiga, também denominada de resistência 
geral à fadiga, é a capacidade de realizar atividades (movimentos, exercí-
cios) com todo o corpo por um período prolongado de tempo, aumentando, 
assim, a capacidade aeróbica do indivíduo. Portanto, tal capacidade está re-
lacionada com o transporte efetivo e captação máxima de oxigênio durante 
a atividade física.
Os exercícios utilizados para desenvolver resistência cardiovascular são deno-
minados exercícios aeróbicos. Eles devem ser realizados com regularidade e 
sua intensidade e frequência, bem como a técnica de treinamento, devem ser 
ajustadas com base em parâmetros clínicos e físicos.
Os efeitos provocados por essa modalidade de exercícios podem ser observa-
dos a partir de alterações imediatas (durante a sua execução), que se expres-
sam com aumento das frequências cardíaca e respiratória, aumento da pressão 
arterial, aumento da demanda e consumo de oxigênio e do fluxo sanguíneo 
muscular. 
Acontecem, também, mudanças adaptativas (condicionamento) que incluem 
aumento da vascularização muscular, aumento do débito cardíaco e volume 
sistólico e diminuição da frequência cardíaca em repouso.
• Tipos de exercícios de resistência cardiovascular:
 » Caminhada, corrida, natação, ciclismo, subir e descer degraus, ciclo ergômetro 
para os membros superiores (Figura 13).
• Exercícios para coordenação, equilíbrio e habilidades funcionais: coordena-
ção, equilíbrio e habilidades funcionais são elementos essenciais para um contro-
le motor normal. Coordenação refere-se à habilidade de executar respostas mo-
toras suaves, precisas e controladas, enquanto equilíbrio consiste na capacidade 
de manter o centro de gravidade dentro da base de apoio corporal. Habilidades 
funcionais compreendem a variedade de habilidades motoras que aprendemos 
ao longo de nosso desenvolvimento e que são necessários para a realização das 
18
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atividades cotidianas.Todas essas habilidades e capacidades são retroalimentadas 
pelas referências sensoriais, sobretudo, a sensibilidade proprioceptiva e comple-
mentada pela sensibilidade visual e vestibular, e dependem da interação bem-
-sucedida entre o Sistema Nervoso e o Sistema Musculoesquelético;
• Tipos de exercício para coordenação, equilíbrio e habilidades funcionais:
 » Série de exercícios de Frenkel, exercícios para equilíbrio em superfícies está-
veis e instáveis alterando a base de apoio corporal, exercícios para equilíbrio 
com deslocamento corporal, exercícios funcionais (Figura 14).
Figura 13 – Exercício aeróbico
Fonte: Getty Images
Figura 14 – Exercício funcional
Fonte: Getty Images
Modalidades de Exercícios
Para que se possam compreender as modalidades do exercício terapêutico a 
seguir, será necessário discutirmos sobre o conceito de mobilidade normal.
A fisiologia da mobilidade normal define os tipos de movimentos, a saber, os 
movimentos osteocinemáticos, também chamados de fisiológicos, e os movi-
mentos artrocinemáticos, também chamados de acessórios.
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Yngrid
Sublinhar
Yngrid
Sublinhar
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Sublinhar
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Imagem Posicionada
UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Os movimentos fisiológicos são aqueles que ocorrem nos Planos de Movimento, 
os quais podem ser vistos e medidos,como a flexão, a extensão, a adução, a ab-
dução e as rotações.
Planos e eixos de Movimentos: http://bit.ly/2Q6GZiP
Movimento articulares: http://bit.ly/2AiJrrvEx
pl
or
Os movimentos acessórios são os movimentos que acontecem entre as superfí-
cies articulares, dentro da articulação; logo, não podem ser vistos. Esses movimen-
tos são o deslizamento, o rolamento, o giro associado à tração (afastamento) ou à 
compressão (aproximação).
Movimentos acessórios: http://bit.ly/2Q5b2HL
Ex
pl
or
Quando realizamos um movimento fisiológico, o movimento acessório sempre 
irá ocorrer de forma concomitante. Sendo assim, é impossível haver o movimento 
fisiológico sem que haja o movimento acessório. 
A mobilidade pode ser passiva ou ativa, ou seja, realizada por uma força exter-
na ou pelo próprio indivíduo. Para que a mobilidade passiva esteja nas condições 
normais é necessário que haja comprimento adequado dos tecidos para permitir 
a Amplitude de Movimento (ADM) plena, enquanto a mobilidade ativa exige tam-
bém habilidade neuromuscular para executar o movimento, ou seja, contração 
muscular eficiente.
• Exercício Passivo: é o exercício dentro da amplitude livre, realizado totalmente 
por uma força externa, ou seja, não há contração muscular durante sua realização.
As estruturas envolvidas com essa modalidade de exercício são as superfícies 
articulares e os tecidos interpostos, a cápsula articular, os ligamentos e tendões, os 
músculos, as bursas, as fáscias e a pele. Todas essas estruturas sofrerão forças de 
tensão e compressão durante o exercício passivo.
A força externa que realiza esse exercício pode ser a ação da gravidade, um 
equipamento (polia), outra pessoa (terapeuta, familiar) e outra parte do corpo do 
próprio indivíduo (auto-passivo). 
Esses exercícios serão indicados quando o paciente não for capaz ou não puder 
mover ativamente um segmento ou segmentos do corpo. Os exemplos podem ser 
em situação de coma, paralisia ou em repouso completo no leito.
• Objetivos do exercício passivo:
 » Minimizar complicações decorrentes da imobilidade;
 » Manter a integridade da articulação ou tecido mole;
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 » Minimizar efeitos da formação de contraturas;
 » Manter a elasticidade mecânica do músculo;
 » Assistir à circulação e à dinâmica vascular;
 » Melhorar o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de 
substâncias dentro da articulação;
 » Diminuir ou inibir a dor;
 » Auxiliar o processo de cicatrização após uma lesão ou cirurgia;
 » Ajudar a manter a consciência de movimento no paciente. 
• Exercício Ativo Livre: “A Cinesioterapia não é um tratamento por meio do mo-
vimento, mas o tratamento do movimento” (DOLTO apud DUFOUR, 1989). 
Essa frase de Dolto destaca a importância do movimento, como função pri-
mordial para viver e realizar as atividades e para que as atividades diárias sejam 
realizadas de forma adequada, é necessário que haja Amplitude Máxima de Movi-
mento (AMM). A AMM no exercício ativo exige trabalho muscular em uma excur-
são funcional (relação comprimento/tensão) e força muscular apropriada. Assim, o 
exercício ativo pode ser definido como movimento dentro da AMM livre para um 
segmento, que é produzido por uma contração ativa dos músculos que cruzam 
a articulação.
Os exercícios ativos livres promovem efeitos como a manutenção da mobilidade 
articular e força muscular, favorecem a coordenação neuromuscular e a melhora cir-
culatória e respiratória e ainda produzem relaxamento e confiança para o paciente.
• Exercício Ativo Assistido: existe outra modalidade de exercício ativo de-
nominada exercício ativo-assistido, na qual a assistência é feita por uma 
força externa, manual ou mecânica, porque os músculos que iniciaram o 
movimento precisam de assistência para completá-lo, ou seja, essa modalida-
de é indicada em situações nas quais a força muscular não é suficiente para 
completar a AMM;
 » Metas do exercício ativo livre e assistido:
 » Alcançar as mesmas metas da AMM passiva com os benefícios adicionais 
da contração muscular;
 » Manter a contratilidade e a elasticidade fisiológicas dos músculos partici-
pantes;
 » Dar feedback sensorial dos músculos em contração;
 » Prover estímulos para a integridade óssea;
 » Aumentar a circulação sanguínea.
 » Contraindicações e cuidados do exercício ativo
 » Condição cardiovascular instável, ou seja, condição de saúde na qual o 
movimento ativo, por meio de sua solicitação de sangue para os músculos, 
21
Livre - ação da gravidade 
Assistido - realiza parte do mov. 
Comando de voz 
Escala de Kendell 
Passivo: pac. não faz nada 
Ativo: livre e assistido
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
pode aumentar a carga de trabalho do coração e este não ter condições de 
responder a essa demanda;
 » Lesão muscular aguda (tecido mole) e em recuperação inicial, e casos de 
pós-operatório imediato de reconstrução ou reparo de tendões, ligamentos, 
cápsulas, músculos e pele, porque os tecidos estarão na fase de recupera-
ção na qual o movimento pode aumentar a lesão e o processo inflamatório. 
Leia o Capítulo 2 do livro Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas (KISNER, 2016). 
Ex
pl
or
• Características dos exercícios ativos:
 » Quantos aos tipos de contração muscular: para que os exercícios ativos 
sejam desenvolvidos, são solicitados os diferentes tipos de contração mus-
cular, a saber, a contração isométrica (estática), a contração concêntrica e a 
contração excêntrica (dinâmicas). 
Figura 15 – Tipos de contração muscular
Fonte: Acervo do Conteudista
Ex
pl
or
 » Quanto à cadeia cinética: os exercícios ativos podem ser realizados em Ca-
deia Cinética Aberta (CCA) ou em Cadeia Cinética Fechada (CCF). A CCA 
é aquela na qual o movimento ocorre livre no espaço, pois a extremidade do 
segmento está livre, ou, sem apoio. A CCF é aquela na qual a extremidade 
do segmento está em apoio de uma superfície. Logo, os movimentos estarão 
com certa restrição de sua amplitude. 
O Quadro a seguir apresenta as características da atividade muscular durante o 
movimento ou exercício ativo. 
De forma sintética, sobre tudo que foi discutido, pode-se ver que os exercícios 
ativos podem ser realizados de forma livre, assistida e até resistida (contra uma re-
sistência ou carga). 
22
23
O trabalho muscular se dá com diferentes tipos de contração, conforme a relação 
das forças aplicadas (reveja Quadro: SAIBA MAIS – Tipos de Contração Muscular) e, 
ainda, esse exercício pode ser realizado em CCA, explorando mais a amplitude de 
movimento e em CCF, dando maior estabilidade ao movimento:
CCA
CCF
Percurso
Excêntrico
Dinâmica
Concêntrico
Estática
Resistida
Gravidade
Manual
Mecânica
Livre
Atividade Muscular
Assistida
Manual
Gravidade
Mecânica
FNP
Inibição muscular
antagonista
Figura 16 – Características da atividade muscular no exercício ativo
Importante!
• A Cinesioterapia é uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas na Fisioterapia;
• Para podermos estabelecer os objetivos, indicação e técnicas a serem utilizadas, é ne-
cessário realizar uma detalhada avaliação físico-funcional do paciente e definir seu 
diagnóstico fisioterapêutico. 
• A Cinesioterapiapode ser utilizada, entre outros objetivos, para aumentar a amplitude 
de movimento, a força muscular, o alinhamento postural, aprimorar padrões respira-
tórios, melhorar a resistência cardiovascular e melhorar o equilíbrio, a coordenação e 
a habilidade funcional;
• Existem diversas técnicas a serem aplicadas para cumprir os objetivos estabelecidos;
• O exercício passivo é indicado em situações nas quais o paciente não é capaz ou não 
pode realizar movimentos de forma ativa;
• O exercício ativo livre e/ou ativo-assistido é indicado para restaurar a força muscular e 
a habilidade motora do paciente que se encontra com o movimento debilitado,princi-
palmente, por conta da diminuição da força muscular.
Em Síntese
23
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Flexibilidade
Quando se fala em flexibilidade, logo nos vem à mente os movimentos de uma 
atleta da ginástica artística ou um contorcionista do circo, não é mesmo? Mas será 
esse o sinônimo ou a representação real da flexibilidade normal?
E sobre as estruturas envolvi-
das, será que flexibilidade tem a 
ver somente com os músculos?
Para que essas questões sejam 
respondidas, é preciso pensar como 
a flexibilidade é definida:
“Capacidade de mover uma ar-
ticulação ou um conjunto de articu-
lações em uma amplitude de movi-
mento total, irrestrita e livre de dor” 
(VOIGHT, 2014).
Assim, entende-se que a flexi-
bilidade normal é aquela que nos 
permite fazer todos os movimentos 
que precisamos, na amplitude que 
precisamos, para realizar qualquer 
tipo de atividade sem sentir dor durante o movimento. A flexibilidade relacionada 
à ginasta ou ao artista de circo é considerada uma hiperflexibilidade (flexibilidade 
além da normal) que foi desenvolvida por meio do treinamento para garantir ou 
melhorar o desempenho.
A diminuição da flexibilidade pode diminuir a capacidade de desempenho fun-
cional e ainda gerar padrões de movimento descoordenados ou desajeitados.
Pode ser classificada como flexibilidade dinâmica e flexibilidade estática. 
A flexibilidade dinâmica é a amplitude de movimento (ADM) ativa, ou seja, o grau 
em que uma articulação pode ser movimentada por uma contração muscular. Já a 
flexibilidade estática é a ADM passiva, ou seja, o grau em que uma articulação pode 
ser movida passivamente até os pontos terminais da amplitude de movimento.
A flexibilidade depende da extensibilidade das estruturas que estão ao redor da 
articulação como o tecido conjuntivo que são os ligamentos, cápsulas, tendões, fás-
cias e, também, o tecido muscular. Se estas estruturas estiverem tensas ou encurta-
das patologicamente, elas podem ser responsáveis pela restrição do movimento ou 
diminuição da flexibilidade. O osso, a gordura e a pele também podem ser fatores 
de diminuição da flexibilidade.
A imobilidade prolongada de uma ou mais articulações favorece esse encurta-
mento patológico do tecido músculo tendíneo e, também, capsulo ligamentar.
Figura 17 – Ginasta artística
Fonte: Getty Images
24
25
Propriedades dos tecidos moles que afetam o alongamento
Tecidos moles são: músculos, tecido conectivo e pele, sendo que cada um reúne 
características próprias que afetam sua extensibilidade.
Antes de continuarmos, vamos definir alguns termos:
• Extensibilidade é a qualidade do tecido mole de alongar-se além do compri-
mento de repouso;
• Mobilidade é o grau de liberdade de movimento da articulação;
• Elasticidade é propriedade do tecido mole retornar ao seu comprimento de 
repouso depois que a força de alongamento do músculo é removida;
• Plasticidade é a tendência do tecido mole de assumir um comprimento novo e 
maior após a força de alongamento ter sido removida, ou seja, é a capacidade 
de deformar-se;
• Viscoelasticidade é a propriedade dos tecidos moles de sofrerem deformação 
elástica e viscosa simultaneamente. É uma propriedade tempo-dependente, 
onde, no início do alongamento, o tecido resiste à deformação. No entanto, se 
o alongamento é mantido, ocorrerá uma mudança no comprimento do tecido 
que, então, retornará de forma gradual ao estado de pré-alongamento após a 
remoção da força de alongamento.
Alongamento Muscular
O alongamento muscular é um procedimento de rotina na prática fisioterapêu-
tica. Como são várias as definições encontradas para alongamento, selecionamos 
então duas delas.
O termo alongamento compreende manobras terapêuticas utilizada para aumen-
tar a mobilidade dos tecidos moles por promover aumento do comprimento das 
estruturas que tiveram encurtamento adaptativo (KISNER, 2016).
Técnica utilizada para aumentar a extensibilidade musculotendínea e do tecido 
conjuntivo periarticular, contribuindo para aumentar a flexibilidade articular, isto 
é, aumentar a amplitude de movimento – ADM (KNUDSON apud ALENCAR e 
MATIAS, 2010).
Fundamentos para o Alongamento Muscular
Para você compreender os fundamentos das técnicas de alongamento, é impor-
tante que sejam revistas algumas características dos tecidos moles que podem levar 
ao prejuízo da flexibilidade, em consequência de fatores como imobilização prolon-
gada, mobilidade restrita, doenças de tecido conectivo ou neuromuscular, traumas, 
deformidades ósseas entre outras.
25
altera o metabolismo
patologia - atrofia / hipertonia
alteração morfológica diminuição da força
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Importante!
Os tecidos moles não contráteis compreendem os tendões, ligamentos, cápsulas articu-
lares, fáscias, aponeuroses e bainhas. Já os tecidos moles contráteis compreendem os 
músculos (sarcômeros).
Importante!
Falando em tecido conectivo do sistema musculoesquelético, trata-se de tecido 
não contrátil, constituído predominantemente por fibras de colágeno, substância basal 
e, em menor quantidade, fibras elásticas. Tem pouca flexibilidade, por isso, sua respos-
ta ao alongamento é lenta e reduzida. Se a ADM não for explorada regular e plena-
mente nas atividades cotidianas, podem ocorrer encurtamentos adaptativos e, em caso 
de lesões durante o processo de cicatrização, podem desenvolver fibroses e estabelecer 
contraturas irreversíveis. “O único modo de aumentar a flexibilidade do tecido conecti-
vo é através da remodelagem de sua arquitetura básica” (KISNER, 2016).
Tabela 1 – Características mecânicas do tecido mole não contrátil
Característica Definição
Força dos 
componentes de cada 
tecido
Capacidade de resistir à carga ou sobrecarga. Envolve a sobrecarga, a 
distensão/deformação e a relação sobrecarga – distensão.
Composição do 
tecido conectivo
Composto pelas fibras de colágeno, de elastina, de reticulina e, 
também, pela substância fundamental amorfa.
Comportamento 
mecânico
Os vários tecidos não contráteis apresentam, em suas composições, 
proporções e disposições diferentes de fibras de colágeno e 
de elastina, determinando diferenças em suas capacidades de 
resistência ou sofrer deformação ao alongamento. 
Relação Sobrecarga – Distensão
Curva sobrecarga – distensão
Amplitude
plástica
Amplitude
elástica
Região
da ponta
Falha
Limite elástico
Ca
rg
a
Distensão – Deformação
Figura 18 – Curva da relação carga e distensão
Fonte: Acervo do conteudista
• Região da ponta: as fibras colágenas onduladas serão retificadas (alongada) 
com a sobrecarga;
26
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• Amplitude elástica: retorno do tecido ao seu tamanho original quando a car-
ga é liberada;
• Amplitude plástica: o tecido sofrerá uma deformação permanente;
• Limite elástico: ponto onde o tecido não retorna ao seu formato e tamanho original;
• Falha: ruptura da integridade do tecido. 
A deformação depende da quantidade e da frequência da força que é aplicada. 
Quanto menor a carga e maior a duração do alongamento, maior será a defor-
mação plástica. Temperaturas maiores aumentam a deformação pelo aumento da 
distensibilidade dos tecidos. 
A pele é bastante flexível e elástica e essas características garantem ADM 
passivas e ativas irrestritas, dentro dos padrões de normalidade. Porém, em con-
sequência às lesões, podem ocorrer retrações como em casos de queimaduras e 
cicatrizes cirúrgicas.
Chegou a hora de falar sobre as propriedades do tecido muscular, propriedades 
fundamentais para as técnicas de alongamento.
Propriedades Mecânicas domúsculo
O músculo é primariamente composto de tecido contrátil, mas apresenta-se 
entrelaçado com tecido não contrátil como tendão e fáscia. A principal fonte 
de resistência ao alongamento passivo do músculo é a malha de tecido co-
nectivo que há nele e não os componentes contráteis ativos. (KISNER, 2016)
Elementos contráteis do músculo
Os sarcômeros constituem-se nas unidades contráteis dos músculos. Apresen-
tam-se organizados em séries nas miofibrilas e são compostos de pontes transversas 
de filamentos de actina e miosina. Durante a contração muscular, esses filamentos 
deslizam sobrepondo-se (o músculo encurta-se) e, no relaxamento, os filamentos se 
separam levemente e o músculo retorna ao seu comprimento de repouso. No alon-
gamento, os filamentos se separam mais intensamente.
Actina
Sarcômero
Fibra
Muscular
MiosinaMiofibrila
Figura 19 – Componentes da fibra muscular
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Filamento fino
Relaxado
Linha Z
Banda H
Banda A
Linha Z
Filamento grossoLinha M
Parcialmente
contraído
Totalmente
contraído
Figura 20 – Comportamento do sarcômero durante a contração muscular
Fonte: Acervo do conteudista
Propriedades neurofisiológicas do músculo
Existem, no músculo, dois órgãos sensoriais, o fuso muscular e o órgão tendino-
so de Golgi (OTG). O fuso muscular está localizado no ventre muscular e é compos-
to por fibras intrafusais, dispostas paralelamente às fibras extrafusais. Sua função 
é detectar alterações do comprimento do músculo, monitorando a velocidade e a 
duração desta alteração.
Quando um músculo é estimulado, o fuso muscular dispara através das fibras 
aferentes Ia e II, um estímulo para a medula espinhal. Lá, fazem sinapses com mo-
toneurônios alfa e gama e facilitam a contração das fibras extrafusais e intrafusais, 
respectivamente. Esse mesmo estímulo, ao chegar na medula, também faz sinapse 
com um interneurônio inibitório que estimula os motoneurônios alfa do músculo 
antagonista, causando o seu relaxamento (inibição recíproca). Esse fenômeno rece-
be o nome de reflexo miotático (reflexo de estiramento).
Inibição recíproca, disponível em: http://bit.ly/30Dn7Fu
Ex
pl
or
O OTG está localizado próximo a junção músculo/tendão e sua função é detec-
tar e monitorar a tensão aplicada ao tendão durante a contração ou alongamento 
muscular, protegendo o músculo de contrações e alongamentos excessivos, seja por 
intensidade ou por tempo.
Através das fibras aferentes Ib, o OTG dispara um estímulo à medula espinhal, 
faz sinapse com interneurônios inibitórios que diminuem/cessam a excitação dos 
28
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motores alfa, produzindo o relaxamento do músculo (inibição autogênica). O estí-
mulo originado no OTG sobrepõe-se ao estímulo do fuso muscular. Esse fenômeno 
recebe o nome de reflexo miotático inverso.
Reflexo miotático inverso, disponível em: http://bit.ly/2THdF2D
Ex
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or
Bem, depois de todos os conceitos e fundamentações apresentadas, chegou a 
hora de saber sobre os exercícios de alongamento, conhecermos as técnicas, suas 
indicações e contraindicações.
Procedimentos de Alongamento Muscular
Embora os exercícios de alongamento sejam um procedimento de rotina na prá-
tica fisioterapêutica, seu uso com critérios e bom senso é imperativo, garantindo 
assim a segurança e os efeitos esperados que incluem aumento da flexibilidade e 
ADM, preparo físico geral, prevenção ou redução do risco de lesão de tecidos mo-
les, redução da dor muscular pós-exercício e melhora do desempenho físico.
Um programa de alongamento estabelece também alguns determinantes que 
compreendem o alinhamento e estabilização do corpo durante o alongamento, 
intensidade, duração, velocidade, frequência com que será aplicado e a técnica 
propriamente dita.
• Indicações do alongamento:
 » Contraturas, adesões, formação de tecido cicatricial, levando ao encurtamen-
to de músculos, tecido conectivo e pele;
 » Limitações que podem levar a deformidades estruturais;
 » Músculos retraídos devem ser alongados antes de os músculos fracos serem 
fortalecidos;
 » Pode ser usado antes e depois de exercícios vigorosos para, possivelmente, 
reduzir a dor muscular pós-exercício;
• Contraindicações do alongamento:
 » Bloqueio ósseo;
 » Fratura recente;
 » Processo inflamatório ou infeccioso agudo;
 » Quando as contraturas estiveram promovendo a manutenção da estabilida-
de articular;
 » Quando as contraturas estiverem promovendo habilidades funcionais, como 
em casos de paralisia ou fraqueza muscular grave;
• Princípios e recomendações para o alongamento:
 » Identificar as limitações funcionais que diminuem a ADM e vice/versa;
 » Avaliar a mobilidade articular e a força muscular;
29
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
 » Adotar qual o melhor tipo de alongamento;
 » Aplicar técnicas e recursos (calor) de relaxamento antes do alongamento;
 » Considerar que “Agonista” é o músculo oposto ao retraído e “Antagonista” é 
o músculo retraído (o músculo a ser alongado);
 » Posicionar confortavelmente o paciente, favorecendo o alinhamento corporal 
e a estabilidade do segmento a ser alongado;
 » Controlar a direção, intensidade e velocidade do alongamento, lembrando 
sempre de respeitar a tolerância do paciente quanto à intensidade;
 » Considerar se o músculo a ser alongado é uni ou biarticular;
 » Controlar a respiração para favorecer o relaxamento;
 » No alongamento estático, manter a posição de alongamento por no mínimo 
15” a 30” segundos até 45” a 60” e, nas situações de comprometimentos 
mais severos, esses tempos podem ser maiores, podendo ser manual, mecâ-
nico ou autoalongamento;
 » Ter cautela na indicação do alongamento balístico;
 » O alongamento de baixa intensidade e maior tempo é mais confortável;
 » Liberar gradualmente a força de alongamento;
 » Os efeitos do alongamento duram por aproximadamente dois dias;
 » No alongamento mecânico, a força é aplicada através de tração, pesos, po-
lias, prancha ortostática, splints (aparelho usado para posicionar temporaria-
mente um segmento corporal) ou engessamento em série. 
Em linhas gerais, as técnicas de alongamento compreendem: alongamento está-
tico, alongamento cíclico (intermitente), alongamento balístico e técnicas de alonga-
mento nos conceitos da facilitação neuromuscular proprioceptiva (alongamento FNP). 
Quanto à forma de aplicação, o alongamento pode ser: manual ou mecânico, 
passivo ou ativo, autoalongamento (quando o paciente realiza de forma indepen-
dente) ou realizado pelo terapeuta ou uma terceira pessoa, por exemplo, o cuidador. 
Técnicas de Alongamento
• Alongamento Estático: o segmento é colocado em posição de alongamento 
(posição contraria a ação do músculo que se vai alongar, por exemplo, para alon-
gar os flexores do punho a posição de alongamento é em extensão de punho) 
em uma amplitude um pouco além da resistência do tecido e então é mantido 
nesta posição com uma força constante durante certo período. O tempo de 
manutenção, o número de repetições e a frequência dependem da tolerância do 
paciente, do grau de encurtamento do tecido e da resposta ao tratamento. Deve-
-se considerar também a forma de execução (manual ou mecânica);
30
31
• Alongamento Cíclico (intermitente): o segmento é colocado em posição de 
alongamento com duração relativamente curta, que é aplicada de modo re-
petido e gradual. Nesta técnica, a posição de alongamento é alcançada em 
múltiplas repetições (ciclos de alongamento) durante uma única sessão de tra-
tamento, com uma força de alongamento aplicada no final da amplitude com 
baixa velocidade e intensidade e de forma controlada;
• Alongamento Balístico (intermitente): o segmento é levado para a posição 
de alongamentoatravés de movimentos rápidos, intensos e em alta velocidade, 
explorando a ADM até alongar as estruturas encurtadas. Embora promova au-
mento da flexibilidade, seu uso é bastante restrito (mais indicado para atletas, 
considerando as especificidades da modalidade esportiva), pois há maior risco 
de trauma/lesão aos tecidos alongados e mais dor muscular residual quando 
comparado as outras técnicas;
• Técnicas de Alongamento com FNP (alongamento facilitado): essas técni-
cas envolvem contrações musculares ativas para facilitar ou inibir a ativação 
muscular a fim de promover maior e mais duradouro relaxamento (relaxa-
mento reflexo) durante o procedimento do músculo a ser alongado. Considera 
que o relaxamento reflexo produzido durante as manobras de alongamento é 
decorrente da inibição recíproca ou autogênica. A inibição promove diminui-
ção na tensão das fibras musculares diminuindo a resistência oferecida pelos 
elementos contráteis do músculo ao ser alongado.
 » Os tipos de alongamento com FNP são:
 » Manter-Relaxar (MR) ou (Sustentar – Relaxar): nesta técnica, a AMM 
do músculo a ser alongado é alcançada passivamente, solicita-se então uma 
contração isométrica do antagonista mantida por 10’’, seguida do seu re-
laxamento e completada por alongamento estático passivo por 20’’ a 30’’ 
(OTG – inibição autogênica);
 » Contrair-Relaxar (CR): trata-se de uma variação da técnica MR. Após o 
músculo retraído ter sido colocado, passivamente, na posição de alonga-
mento, é solicitada uma contração isotônica contra resistência (do músculo 
retraído), seguida do seu relaxamento e completada por alongamento está-
tico passivo por 20” a 30”;
 » Contração do Agonista (CA) ou Contrair-Relaxar: solicita-se uma con-
tração concêntrica contra resistência (mínima) do músculo agonista na 
AMM, seguida de relaxamento e manutenção passiva da posição de alon-
gamento por 20’’ a 30’’. (Fuso Muscular – inibição recíproca);
 » Manter-Relaxar com Contração do Agonista (MR-CA) também conhecida 
como manter-relaxar com reversão lenta: Esta técnica combina os procedi-
mentos de MR e CA. Solicita-se a contração isométrica do músculo retraído e 
relaxamento deste, seguido por uma contração concêntrica do músculo oposto 
ao retraído (agonista). À medida que o músculo agonista contrai, o músculo 
retraído (antagonista) se alonga. Completar com alongamento estático passivo 
por 20’’ a 30’’ (Combinação entre a inibição autogênica e inibição recíproca).
31
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Figura 21 – Imagem A: Autoalongamento de adutores e 
imagem B: Autoalongamento de isquiotibiais
Fonte: KISNER, COLBY, 2016
Figura 22 – Imagem A e B: Alongamento MR de peitorais. 
Imagem C: Alongamento passivo de isquiotibiais
Fonte: KISNER, COLBY, 2016
Para aprofundar seu conhecimento sobre esse assunto, indicamos a leitura do artigo: Almei-
da, P.H.F.; Barandalize, D; Ribas, D.I.R.; Gallon D.; Macedo, A.C.B; Gomes, A.R.S. Alongamen-
to Muscular: suas implicações na performance e na prevenção de lesões. Rev. Fisioterapia 
em Movimento, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 335-343, jul./set. 2009.
Ex
pl
or
Técnicas de Mobilização Articular (TMA)
As técnicas de alongamento muscular e de mobilização articular são indicadas 
principalmente nas condições de restrição da ADM. Como saber em qual situação 
uma ou outra técnica terá os melhores resultados?
Voltemos à avaliação físico funcional, pois a partir dela será definida a melhor 
técnica para tratar o paciente. Se o paciente apresentar restrição de origem muscu-
lar, ou seja, os músculos encurtados são os responsáveis pela diminuição de ADM, 
32
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o melhor recurso é o alongamento muscular. Agora, se o paciente apresentar res-
trição de origem articular, ou seja, rigidez articular, o melhor recurso será a técnica 
de mobilização articular.
Para desenvolvermos este assunto de maneira mais abrangente, voltaremos tam-
bém aos aspectos relacionados aos movimentos articulares. 
Movimentos articulares
Como apresentado anteriormente, os movimentos articulares são classificados 
em movimentos fisiológicos e acessórios, estes últimos têm relação direta com 
este tema. Os movimentos acessórios se desenvolvem por conta da relação entre 
as superfícies articulares e são conhecidos como deslizamento, rolamento e giro. 
O deslizamento é um movimento no qual um ponto determinado da superfície 
móvel entra em contato com diversos pontos da superfície fixa. Esse movimento 
pode acontecer na mesma direção do movimento articular fisiológico ou em dire-
ção oposta e ele, conforme o tipo de superfície. Um exemplo é o movimento snow 
slide em que a prancha desliza sobre a neve.
FIXO FIXO FIXO FIXO
Figura 23 – Movimento de deslizamento
Fonte: Acervo do conteudista
Figura 24 – Snow Slide
Fonte: Pixabay
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
O rolamento é o movimento em que diversos pontos da superfície móvel en-
tram em contato com diversos outros pontos da superfície fixa. Esse movimento 
sempre acontece na direção do movimento articular fisiológico. Um exemplo é 
quando enrolamos alguma coisa, como um tapete.
FIXO FIXO FIXO FIXO
Figura 25 – Movimento de rolamento
Fonte: Acervo do conteudista
Rolamento
Figura 26 – Movimento de rolamento em superfície convexa e côncava
Fonte: Acervo do conteudista
Figura 27 – Enrolando um tapete de yoga
Fonte: Getty Images
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O giro é o movimento que acontece nos sentidos horário e anti-horário. Um 
exemplo anatômico é o movimento da cabeça do rádio durante a pronação e a su-
pinação. Outro exemplo é o movimento do pião, que pode girar nos dois sentidos.
Figura 28 – Movimento de giro
Fonte: Acervo do conteudista
Figura 29 – Pião
Fonte: Pixabay
Os movimentos acessórios obedecem à Regra do côncavo-convexo, referente 
ao deslizamento que ocorre na direção do movimento angular quando a superfície 
móvel é côncava. Quando a superfície móvel é convexa, o deslizamento ocorre na 
direção oposta ao movimento angular.
Rolamento
Deslizamento
Deslizamento
Rolamento
Movimento
angular
A B
Movimento
angular
Figura 30 – Direção do deslizamento quando em superfície convexa 
(A) e côncava (B) móvel (Regra do côncavo-convexo)
Fonte: Acervo do coteudista
Objetivos das TMAs
• Diminuir dor articular: as TMAs podem ser um recurso para diminuir a dor 
articular, pois, as mobilizações, por conta de seu efeito mecânico, estimulam 
35
UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
os mecanoceptores contidos nos tecidos periarticulares (cápsulas e ligamentos), 
ativando a Teoria da Comportas, com o estímulo mecânico se sobrepondo ao 
estímulo nociceptivo. O efeito sobre a dor também está associado à diminuição da 
proteção muscular. Toda dor musculoesquelética vem acompanhada de espasmo 
muscular protetor, em maior ou menor grau. Essa proteção muscular diminui o 
aporte circulatório sobre a região afetada e isso aumenta a dor por conta da isque-
mia tecidual. Ao diminuir a proteção muscular, as TMAs aliviam a dor associada;
A Teoria das Comportas define que os estímulos nociceptivos, ao chegar ao corno dorsal da 
medula espinhal, podem ser inibidos por meio de estímulos oriundos dos receptores meca-
nosensíveis, pois estes estimulam as células da substância gelatinosa da medula e estas, por 
sua vez, têm efeito de inibição pré-sináptica dos nociceptores, fazendo com que o estímulo 
nociceptivo seja inibido e o estímulo mecânico seja enviado. Leia mais sobre esse assunto no 
livro Recursos Terapêutico em Fisioterapia (STARKEY, 2017). 
Disponível em: http://bit.ly/388kwHa
Ex
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or
• Melhorar a mobilidade articular: ao diminuir a dor, as TMAs favorecem o 
movimento que muitas vezes se encontram restritos por conta da dor. Além 
desse efeito, as TMAspodem melhorar a mobilidade articular pelo fato de 
alongar as estruturas articulares que porventura se encontram em encurtamen-
to, como respostas a traumas ou imobilizações;
• Estímulo mecânico e propriocepção: além de ter efeito positivo sobre a dor 
articular, os estímulos mecânicos das TMAs melhoram a propriocepção arti-
cular. Este aspecto pode trazer muitos benefícios no contexto da reabilitação, 
favorecendo a percepção da posição e dos movimentos articulares e o próprio 
desempenho neuromuscular necessário para os movimentos funcionais.
Indicações das TMAs
• Dor articular que restringe o movimento: como falado anteriormente, pelo 
efeito analgésico estabelecido, as TMAs têm grande indicação nas condições 
que envolvem dor, como as doenças articulares degenerativas, os traumas, as 
fraturas, as situações de sobrecarga mecânica, entre outras;
• Rigidez articular que limita a função: a rigidez normalmente está associada 
às doenças articulares reumáticas, às doenças degenerativas e à imobilidade ou 
imobilização. Essas condições são beneficiadas com as TMAs.
Contraindicações das TMAs
• Artrite inflamatória: a mobilização em uma articulação inflamada, por au-
mentar o metabolismo local, pode intensificar a resposta inflamatória, aumen-
tando a dor e o tempo de perda da função;
• Comprometimento neurológico: uma das referências para aplicarmos as téc-
nicas é o que o paciente está sentindo, a dor, por exemplo. Se ele apresenta dor, 
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a mobilização será em amplitude e intensidade menor que a dor. Se, por conta 
de alguma lesão neurológica, o paciente tiver prejuízo total ou parcial de sua 
sensibilidade, os parâmetros para a aplicação das técnicas estarão prejudicados;
• Fratura óssea: é certo que casos pós-fratura têm grande indicação para as 
TMAs, porém somente nas fraturas consolidadas. Fraturas não consolidadas 
não podem receber mobilização, pois podem favorecer a pseudoartrose (situ-
ação em que a fratura não mostra evidências radiográficas de progressão do 
processo de consolidação). 
Aplicação das TMAs
A técnica de mobilização articular proposta por Maitland (REZENDE et al, 2006) 
desenvolve-se em um modelo de avaliação e tratamento por meio de movimentos 
passivos oscilatórios, rítmicos, graduados em quatro níveis que variam de acordo 
com a amplitude dos movimentos acessórios, normalmente presentes nas articu-
lações. Trata-se de cinco graus de mobilização e estes variam em sua intensidade, 
amplitude e frequência. Os graus I e II são indicados para condições dolorosas e os 
graus III e IV são indicados nos casos de rigidez articular: 
• Grau I: corresponde à aplicação dos movimentos oscilatórios, com ritmo rápi-
do (alta frequência e pequena amplitude) no início da amplitude do movimento 
da articulação, livre da resistência oferecida pelos tecidos (1ª resistência);
• Grau II: corresponde à aplicação dos movimentos oscilatórios, com ritmo lento 
(baixa frequência e grande amplitude) na metade da amplitude do movimento 
da articulação, livre da resistência oferecida pelos tecidos (1ª resistência);
• Grau III: caracteriza-se por movimentos oscilatórios, realizados com ritmo lento 
(baixa frequência e grande amplitude) acima da metade da amplitude do movi-
mento ou a partir da resistência dada pelos tecidos periarticulares (2ª resistência);
• Grau IV: caracteriza-se por movimentos oscilatórios, realizados com ritmo rá-
pido (alta frequência e pequena amplitude) no final da amplitude do movimento 
ou a partir da resistência dada pelos tecidos periarticulares (2ª resistência);
• Grau V: movimento único de pequena amplitude, com impulso rápido que 
ultrapassa a 2ª resistência tecidual (manipulação).Técnicas de Mobilização Articular
Graus de Mobilização
Pele
R1
I
II
III
IV
V R2
Figura 31 – Graus de mobilização articular e níveis de resistência tecidual 
(R1 = 1ª resistência e R2 = 2ª resistência)
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Yngrid
Destacar
UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Figura 32 – Imagens A e B: Mobilização da articulação esterno-clavicular e glenoumeral
Fonte: Acervo do conteudista
Importante!
A flexibilidade é a capacidade de mover-se em toda a amplitude, sem dor, para realizar 
as atividades do dia a dia.
A flexibilidade depende dos tecidos contráteis e não contráteis que circundam as articulações.
Traumas, lesões, doenças e imobilização podem trazer encurtamento para esses tecidos.
Se o encurtamento tiver origem nos músculos e tecido conectivo ao seu redor, a técnica 
indicada para recuperar a ADM será o alongamento muscular.
Se o encurtamento tiver origem nos tecidos periarticulares, a técnica indicada para recu-
perar a ADM será a mobilização articular.
Em Síntese
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
ADM PASSIVA
https://youtu.be/ui5Tj19sOzs
Instituto Balsini – Exercícios Ativos Livres com Bola
https://youtu.be/WcgJbRvWdQM
Instituto Balsini – Reabilitação do Ombro – Elevação Anterior Ativo-Assistido
https://youtu.be/Fv-OqocvQ4M
Episode 4 - Flexibility - Perfect Form Physiotherapy- MDM Dance
https://youtu.be/Lp-jtfZeXKk
 Leitura
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) International Classification of Functioning Disability 
and Health (ICF)
https://bit.ly/2kLo3Hj
Fisioterapia Motora em Pacientes Internados na Unidade de Terapia Intensiva: Uma Revisão Sistemática
https://bit.ly/2lUyjgx
Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas – Cap. 02
KISNER, C., COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 6.ed. 
Barueri: Manole, 01/2016. (E-Book). (Capítulo 2). 
https://bit.ly/2mc8k4s
Alongamento Muscular: Suas implicações na performance e na prevenção de lesões
https://bit.ly/36axemk
Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas – Cap. 04
http://bit.ly/2QXQZZU
Recursos Terapêuticos em Fisioterapia 
http://bit.ly/388kwHa
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UNIDADE Bases Fisiológicas do Exercício Terapêutico: Conceito, 
Classificação e Técnica para os Exercícios Terapêuticos
Referências
ALENCAR, T. A. M. D.; MATIAS, K. F. S. Princípios fisiológicos do aquecimento 
e alongamento muscular na atividade esportiva. Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 
16, no 3 – Mai/Jun, 2010.
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mance e na prevenção de lesões. Rev. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 
22, n. 3, p. 335-343, jul./set. 2009.
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de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 815p. 
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cícios Terapêuticos: Estratégias de Intervenção Musculoesquelética. Barueri: Ma-
nole, 2014 (E-Book).
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