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Ronaldo Vainfas Sheila de Castro Faria Jorge Ferreira DIVERSIDADE, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS ENSINO MÉDIO . d o c MANUAL DO PROFESSOR D IV E R S ID A D E , C ID A D A N IA E D IR E IT O S H U M A N O S . d o c Á R E A D E C IÊ N C IA S H U M A N A S E S O C IA IS A P LIC A D A S EN SIN O M ÉD IO Ronaldo Vainfas • Sheila de C astro Faria • Jorge Ferreira Ronaldo Vainfasainfas Sheila de Castro FariaSheila de Castro FariaSheila de Castro Faria Jorge FerreiraJorge Ferreira DIVERSIDADE, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS M AT ER IA L D E D IV U LG AÇ ÃO − VE RS ÃO S U BM ET ID A À AV A LI AÇ ÃO CÓ D IG O D A CO LE Çà O : 0 1 8 8 P 2 1 2 0 4 CÓ D IG O D A O BR A: 0 1 8 8 P 2 1 2 0 4 1 3 8 CAPA_Humanitas_CH_SARAIVA_PNLD21_V6_MP.indd All PagesCAPA_Humanitas_CH_SARAIVA_PNLD21_V6_MP.indd All Pages 4/13/21 4:08 PM4/13/21 4:08 PM RONALDO VAINFAS Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) Professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) SHEILA DE CASTRO FARIA Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) Professora do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) JORGE FERREIRA Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) Professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) ENSINO MÉDIO ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS DIVERSIDADE, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS . d o c 1a edição, São Paulo, 2020 MANUAL DO PROFESSOR FRONTS_Humanitas_CH_SARAIVA_PNLD21_V6_MP.indd 2FRONTS_Humanitas_CH_SARAIVA_PNLD21_V6_MP.indd 2 9/28/20 9:03 AM9/28/20 9:03 AM 2 Colaboração André Albert Bacharel em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (USP) Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) Felipe Vinícius dos Santos Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Gestão de área: Brunna Paulussi Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa Edição: Felipe Vinícius dos Santos e Flávia Merighi Valenciano Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez e Sueli Bossi Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tieme Yamauchi (coord.), Letícia Lavôr (edição de arte), Keila Grandis e Young Lee Kim (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), Douglas Cometti (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Cartografia: Mouses Sagiorato, Ericson Guilherme Luciano e Sonia Vaz Design: Tatiane Porusselli (proj. gráfico e capa), Luis Vassallo (proj. gráfico Manual do Professor) Foto de capa: R.M. Nunes/Shutterstock Ilustração de capa: Renata Dorea Todos os direitos reservados por Saraiva Educação S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br saceditorasaraiva@somoseducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 820736 CAE 729696 (AL) / 729697 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__Iniciais_002_LA.indd 2V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__Iniciais_002_LA.indd 2 9/21/20 1:31 PM9/21/20 1:31 PM 3 A P R E S E N T A ‚ Ì O Caro estudante O que são as Ciências Humanas? Por que devemos estu- dá-las? Antes de tudo, Ciências Humanas são um conjunto de ciências cujo foco é o estudo da humanidade, compreenden- do os seres humanos como seres sociais inseridos no espaço e no tempo e que estabelecem diferentes relações políticas, econômicas e culturais. A História, por exemplo, dedica-se a estudar os grupos hu- manos preferencialmente no passado, buscando as dinâmi- cas sociais que ajudam a compreender o presente, através do tempo. A Geografia contribui com as Ciências Humanas ao se debruçar sobre diversos fenômenos relacionados à orga- nização do espaço decorrente das relações dos grupos sociais com o mundo físico e das relações econômicas, culturais, so- ciais e políticas estabelecidas entre as sociedades (e no in- terior delas). A Sociologia, por sua vez, enfoca a sociedade sobretudo no mundo contemporâneo, voltando-se às relações sociais, às estruturas e às mudanças sociais nas dimensões local, regional, nacional e mesmo mundial. Já a Filosofia es- tuda, há mais de dois milênios, os fundamentos da existência, do pensamento e da realidade, buscando formular conceitos para pensar o mundo, em geral, e a experiência humana, em particular. Nesta coleção, essas ciências caminham juntas, em uma perspectiva interdisciplinar. Isso significa que todos os livros dela trabalham temas que combinam as abordagens históri- ca, geográfica, sociológica e filosófica. Ao estudar tais ciências de forma integrada, você desen- volverá ferramentas que poderão auxiliá-lo a entender quem é, quem deseja ser e como deseja atuar no mundo. Isso implica respeitar as diferenças e combater preconcei- tos, reconhecendo Direitos Humanos universais, independen- temente da naturalidade, nacionalidade, religião, etnia, orien- tação sexual ou convicção política dos indivíduos ou grupos. Por tudo isso, as Ciências Humanas agregam conhecimentos que contribuem para a construção do pensamento democrático. A coleção convida você e os colegas a navegar por diversos saberes, buscando ajudar na formação de cada um como ci- dadão consciente, dotado de visão crítica, aberto ao diálogo e que respeita os direitos de todos. Os autores P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 3P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 3 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 4 CONHEÇA SEU LIVRO ABERTURA DE CAPÍTULO No início de cada capítulo, um texto introdutório, uma epígrafe e uma imagem apresentam e contextualizam o tema que será abordado. O boxe Sua experiência pessoal propõe atividades para que você possa compartilhar com os colegas os seus conhecimentos prévios sobre o assunto. SABERES CONECTADOS Nesta seção, você terá a oportunidade de estudar uma temática abordada no capítulo em diálogo com outras áreas do conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias). A Pop Art e a cultura de massa Na década de 1950 surgiu no Reino Unido um movimento artístico denomi- nado Pop Art – abreviação de Popular Art (em tradução livre, “arte popular”). Contudo, esse movimento atingiu seu auge na década de 1960, nos Estados Unidos, com artistas como Andy Warhol (1928-1987) e Roy Lichtenstein (1923- -1997), que começaram a atrair a atenção da crítica e do público com suas telas e esculturas. A fim de criar uma ligação imediata com o público, os artistas da Pop Art trabalhavam com temas voltadospara a cultura de massa – relacionados, por exemplo, ao cotidiano urbano e à publicidade comercial. Telas elabora- das utilizando as técnicas de serigrafia ou óleo sobre tela – e trazendo ora mensagens positivas, ora críticas irônicas à sociedade de consumo – retra- tavam latas de sopa, refrigerantes, automóveis, maços de cigarros, tubos de pasta de dentes, heróis em quadrinhos e personalidades como o líder comunista chinês Mao Tsé-tung (1893-1976), o cantor Elvis Presley e a atriz estadunidense Marilyn Monroe (1926-1962). O artista mais representativo da Pop Art é Andy Warhol. Sua obra com as 32 latas de sopa Campbell é uma das mais conhecidas, assim como a seri- grafia sobre tela replicando com cores fortes e variadas o rosto de Marilyn Monroe. cultura de massa produção cultural em grande escala. Os sociólogos alemães Theodor Adorno (1903- -1969) e Max Horkheimer (1895-1973) foram pioneiros no estudo da cultura de massa, embora preferissem utilizar a expressão “indústria cultural”. Nela, as formas de expressão cultural, em particular no setor de entretenimento, como o cinema, a televisão e a música, tornam-se objetos de consumo e estão a serviço do mercado e do lucro das empresas. Christies Images/Bridgeman Images/Fotoarena QUESTÕES EM FOCO Telas de Andy Warhol retratando o rosto de Marilyn Monroe, pelo processo de serigrafia. No total são dez combinações do rosto da atriz. A obra é de 1967 e encontra-se no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York (Estados Unidos). Responda às questões. 1 Qual é a relação entre a Pop Art e a cultura de massa? Faça uma pesquisa e explique essa relação em um texto sintético. 2 Junte-se a dois colegas e pesquisem a obra de dois dos principais expoentes da Pop Art: Andy Warhol e Roy Lichtenstein. Depois, com base na pesquisa, criem uma obra de arte representativa desse mo- vimento artístico e apresentem-na à turma, explicando o processo criativo de vocês. O tema indústria cultural está relacionado ao Projeto deste volume. 29 Em novembro de 2018, na Polônia, militantes do Acampamento Radical Nacional participam de manifestação na capital do país, Varsóvia, contra a entrada de imigrantes. Eles formam um movimento de extrema direita, utilizando, geralmente, a violência contra os que não concordam com seus ideais. A discriminação contra estrangeiros aumentou com a ascensão de um governo conservador em 2015. O cartaz da esquerda, em tradução livre, diz: “Imigrantes, parem de entrar na Polônia antes que se machuquem”. O da direita afirma: “Imigração islâmica trará terrorismo”. 1 Como você analisa a mensagem da faixa presente na imagem da manifestação na cidade de Berlim em março de 2020? Qual é a sua opinião sobre essa iniciativa dos cidadãos alemães exigindo a abertura das fronteiras da União Europeia para receber refugiados de outro país? 2 Com relação à segunda imagem, que retrata uma manifestação de extrema direita na Polônia, em 2018, você saberia dizer que razões ou temores levaram esses cidadãos poloneses a protestar contra a entrada de imigrantes no país? Você considera corretas as mensagens presentes nos dois cartazes destacados nessa foto? Justifique sua resposta. 3 Quais medidas os países que integram a União Europeia vêm adotando ou deveriam adotar para promover um tratamento justo e humanitário aos imigrantes que procuraram uma vida melhor em seus respectivos territórios? Analise com atenção as imagens a seguir. Depois, responda às questões. A N A L I S A N D O M E N S A G E N S No dia 7 de março de 2020, em Berlim, Alemanha, manifestantes demonstram solidariedade a milhares de refugiados sírios que fugiram da guerra civil no seu país rumo à Turquia. Esses refugiados pretendiam atravessar as fronteiras turcas e chegar à Grécia, país que faz parte da União Europeia. A Grécia, no entanto, fechou suas fronteiras, impedindo os refugiados de entrar na Europa. A enorme faixa diz: “Europa, não mate! Abra as fronteiras!”. Em outras cidades alemãs também ocorreram protestos em favor dos refugiados. Christoph Soeder/picture alliance/Getty Images Jaap Arriens/NurPhoto/Getty Images 80 S A B E R E S C O N E C TA D O S L I N G U A G E N S E S U A S T E C N O L O G I A S Na África subsaariana, desde muitos séculos, artistas locais se destacaram em duas modalidades: a escultura e a confecção de máscaras, usadas em rituais, como casamentos e funerais. As atividades artísticas também se estendem à dança, à pintura, à música e à confecção de tecidos. Entretanto, não há uma arte africana única. Como em outros continentes, e mesmo em outros países, há diferenciações na produção e no estilo. Na literatura, o campo é vasto. Houve longo período em que muitos povos africanos não tinham escrita, mas dispunham do que especialistas chamam de literatura oral, ou seja, textos, em prosa ou em verso, transmitidos oralmente, como lendas, contos, mitos, provérbios, cantos, entre outros. Em períodos mais recentes, escritores africanos dedicaram-se à literatura em sua expressão escrita. A começar pelo pan-africanista e primeiro presidente do Senegal independente, Léopold Senghor. Pelo conjunto de sua obra literária, foi eleito membro da Academia Francesa de Letras, em 1983. O angolano Agostinho Neto (1922-1979), líder do MPLA na luta contra a dominação portuguesa, destacou-se não ape- nas na política, mas também na poesia. Mais recentemente, alguns escritores africanos têm se destacado internacionalmente. Entre eles, o moçambicano Mia Couto (1955-), cujos romances, contos, crônicas e poemas foram traduzidos e publi- cados em países como Alemanha, França, Espanha, Itália e Reino Unido. Seu romance Terra sonâmbula é considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Mia Couto recebeu vários prêmios internacionais em reconhecimento por sua obra, entre eles o prêmio Camões, a mais importante hon- raria em Portugal. Chimamanda Ngozi Adichie (1977-) é nigeriana e estudou nas Universidades Johns Hopkins, Yale, Prin- ceton e Harvard. Publicou romances e contos, tendo recebido vários prêmios. Seu romance Americanah foi indicado pelo jornal The New York Times como um dos dez melhores livros de 2013. Outro escritor militante é José Luandino Vieira (1935-), nascido em Portugal, mas levado para Angola ainda muito criança. Militou no MPLA. Atuou como jornalista e publicou romances, contos e literatura infantojuvenil. Recebeu o prêmio Camões em 2016. ■ Em 2009, a escritora feminista Chimamanda Ngozi Adichie, nascida na Nigéria em 1977, realizou uma palestra que pôde ser compartilhada na plataforma TED – Technology, Entertainment, Design e teve repercussão mundial. Leia a transcrição completa dessa palestra, intitulada “O perigo de uma única história” (disponível em: https://www.geledes.org.br/chimamanda-adichie-o-perigo-de-uma-unica -historia, acesso em: 18 maio 2020), e elabore dois textos sintéticos com as seguintes características: a) No primeiro texto, realce as principais reflexões apresentadas por Chimamanda Adichie. b) No segundo texto, com base em seus conhecimentos, reflita criticamente sobre os limites e os pe- rigos de visões derivadas de uma “única história” em relação a determinados lugares e às pessoas que neles vivem. A comunidade internacional repudiou a política do apartheid, e a África do Sul ficou isolada no mundo. No final dos anos 1980, o país estava à beira de uma convulsão social, e a política racista não tinha como continuar. A queda do Muro de Berlim, em 1989, acelerou o processo de fim do racismo oficial. Meses depois, o presidente da África do Sul, Frederik de Klerk (1936-), libertou os presos políti- cos, entre eles Mandela, e o CNA obteve a legalidade. Nelson Mandela saiu da prisão como líder político e com o objetivo de criar na África do Sul uma democracia multirracial. Em 1994, foi eleito presidente. O odioso regime do apartheid foi abolido. Não houve punição com prisões a po- liciais e membros do governo racista.Mandela seguiu as tradições africanas: eles tiveram de relatar seus crimes publicamente e pedir perdão pelo mal que fizeram. 127 C P T L A Í U O 1 Ao longo da História, a maioria dos jovens ingressou num mundo repleto de gente mais velha [...]. Para a geração dos meados dos anos [19]60, entretanto, a coisa foi diferente.[...] O espaço que separava uma geração numerosa, próspera, mimada, autocon� ante e culturalmente autônoma da geração anterior – reduzida, insegura, temerosa da [Grande] Depressão e devastada pela guerra – era maior do que a distância habitual entre as faixas etárias. No mínimo, muitos jovens achavam que tinham nascido numa sociedade que relutava em se transformar – em transformar os próprios valores, o próprio estilo, as próprias normas – de maneira concreta e de acordo com a vontade deles. JUDT, Tony. P—s-guerra: uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 400. S O C I E D A D E D E C O N S U M O E C O N T R A C U L T U R A Em 1968, estreou nos cinemas o filme 2001: uma odisseia no espaço, dirigido e produzi- do por Stanley Kubrick (1928-1999 ), com base no livro homônimo de Arthur Clarke (1917- -2008). O filme reinventou o gênero ficção científica, apresentando novas possibilidades fundamentadas na ciência. É marcante, na obra, o ambiente cultural dos anos 1960, em que a invenção imaginativa parecia não ter limites. Assim, uma nave espacial e uma estação orbital bailam no espaço sideral ao som da valsa “Danúbio azul”, composta por Johann Strauss II (1825-1899) no século XIX. O antigo e o moderno complementam-se no filme: a palavra “odisseia”, por exemplo, refere-se à obra homônima de Homero, concebida na Grécia antiga. A capacidade do poder de vigiar as pessoas provoca reflexão quando o computador HAL 9000, que se autodefine como “infalível e incapaz de erro”, decide não apenas controlar a nave, como também “vigiar e pu- nir” – para usar expressão do filósofo Michel Foucault (1926- -1984) – os tripulantes. A coexistência entre o antigo e o moderno, a reflexão sobre a capacidade e a extensão do po- der, o existencialismo, o surrealismo e a arte pop, entre outros elementos, estão presentes no filme. Não casualmente seu ano de lançamento tenha sido 1968, ano marcado por posicionamentos re- volucionários em diversas partes do mundo con- tra o poder vigente e por questionamentos sobre os padrões comportamentais dominantes. Esses dois temas estão presentes no capítulo. Cena do fi lme 2001: uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick, lançado em 1968. A BNCC NESTE CAPÍTULO: Competências gerais da Educação Básica : 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9 e 10. Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: 3 e 5. Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 3 e 6. Competência específica de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: 2. Habilidades: EM13CHS303, EM13CHS502, EM13CHS504, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG602, EM13LGG604 e EM13CNT206. Tema Contemporâneo Transversal: Multiculturalismo – Diversidade cultural. • Dois movimentos contestatórios importantes ocorreram em 1968, na França e no Brasil, respectivamente: o Maio de 1968, em Paris, e a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro. O que você conhece a respeito desses movimentos? Converse com os colegas e o professor. S U A E X P E R I Ê N C I A P E S S O A L D il tz /B ri d g e m a n I m a g e s /F o to a re n a FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. 18 19 CONVERSA DE Traz textos de autores que apresentam diferentes pontos de vista sobre determinada temática, além de atividades que permitem a reflexão sobre esses pontos de vista. CONVERSA DE CONVERSA DE SOCIÓLOGOS O sociólogo estadunidense Thorstein Veblen (1857-1929) foi pioneiro em anali- sar a prática de consumo nos Estados Unidos. Seu livro A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições, publicado em 1899, tornou-se um clássi- co da Sociologia. Seu pensamento envolve várias categorias teóricas. Interessa-nos, aqui, o que ele chama de emulação pecuniária. Trata-se de uma imitação do comportamen- to, por parte dos indivíduos de baixa renda, de maneira consciente ou não, das práticas de consumo das classes sociais privilegiadas. Veblen defendeu a ideia de que os indivíduos se comparam tendo como referência os bens materiais, o que, segundo o autor, produziria consequências negativas. Primeiro, porque nem sem- pre as pessoas de baixa renda conseguem adquirir mercadorias utilizadas pelas classes médias e ricas. Segundo, porque, mesmo que consigam, não alcançam o prestígio social que almejam. É o caso do que Veblen chama de “novo-rico”: mes- mo que a pessoa possa comprar um automóvel caro ou roupas de grife, ela pode não ter conquistado o que as elites sociais chamam de “bom gosto”. Atualmente, os sociólogos compreendem o consumo de maneira menos rígi- da. Para o sociólogo britânico Colin Campbell (1940-), as pessoas, ao comprarem determinados bens de consumo, constroem a compreensão de si mesmas e uma identidade própria. Os estudos sociológicos, hoje, convergem nesse sentido: ao comprar determi- nadas roupas, calçados e acessórios, o indivíduo elabora a própria identidade e os próprios valores, ao mesmo tempo que informa aos outros quem ele é. Grupos de pessoas com interesses em comum consomem os mesmos produtos a fim de formar subculturas ou subsociedades, as chamadas tribos urbanas, para usar a expressão do sociólogo francês Michel Maffesoli (1944-). As identidades e as tribos são diversas: nerds, góticos, punks, hippies, emos, rappers, grunges, funkeiros, metaleiros, hip-hoppers, skatistas, rastafáris, como também “patricinhas” e “mauricinhos”. As tribos urbanas criam em seus inte- grantes o sentimento de pertencer a um grupo social, a uma coletividade, reti- rando o indivíduo da solidão e do isolamento. Além disso, elas expressam valores culturais e estéticos próprios, permitindo a diferença em uma sociedade que se quer padronizada. VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. Tradução de Olívia Krähenbühl. São Paulo: Nova Cultural, 1985. CAMPBELL, Colin; BARBOSA, Livia (org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de massa. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense- -Universitária, 2000. ■ Considerando as reflexões sociológicas de Colin Campbell e Michel Maffesoli sobre a importância do consumo para a formação de identi- dades e subculturas no interior de determinada sociedade, reúna-se com um colega e, juntos, busquem informações sobre três tribos ur- banas que se destacam na experiência de adolescentes e jovens da cidade em que vocês moram. Incluam, também, imagens desses gru- pos. Para cada uma dessas tribos urbanas, apresentem e expliquem, de modo sintético: a) o nome e as influências culturais presentes em sua origem; b) as características visuais mais comuns entre seus integrantes – como estilo de roupas, acessórios e cabelos; c) os principais interesses culturais que seus integrantes compartilham; d) as atitudes e as preferências políticas e sociais que podem ser asso- ciadas a essa subcultura. 23 QUESTÕES EM FOCO Nesta seção, você será convidado a propor soluções ou se posicionar em relação a fenômenos, fatos e situações estudados ao longo do capítulo. ANALISANDO MENSAGENS Atividades que propõem a análise de documentos de variados gêneros (textos, produtos cartográficos, quadros estatísticos, documentos oficiais, obras literárias, pinturas, esculturas, monumentos, fotos, charges, etc.). GLOSSÁRIO Apresenta a definição de um termo presente no texto, explicando seu significado no contexto em que é mencionado. P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 4P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd4 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 5 OBSERVE QUE... Esse boxe traz informações complementares sobre os temas abordados ao longo do capítulo. ROTEIRO DE ESTUDOS Conjunto de atividades que finaliza o capítulo, retomando conteúdos estudados e possibilitando a ampliação das reflexões. Apresenta, de forma alternada, os seguintes subtítulos: Discutindo um conceito: atividade em que um conceito relacionado aos temas do capítulo é discutido. Brasil: interpretação de um fato: atividade que aborda uma situação específica do Brasil no contexto do tema do capítulo. Em todos os capítulos, o Roteiro de estudos se encerra com o subtítulo De olho na universidade, que traz questões do Enem e de diferentes exames de vestibular, para que você possa se preparar para essas avaliações, além de conhecer como os temas estudados são tratados nos principais exames do país. PROJETO Em cada volume da coleção, é proposto um projeto para aprofundar os estudos de um tema desenvolvido ao longo do livro e desenvolver o trabalho com diferentes metodologias de pesquisa utilizadas nas Ciências Humanas. ANALISAR E REFLETIR Atividades variadas que possibilitam a ampliação e o aprofundamento de determinada temática estudada no capítulo. Por meio dessas atividades, você também poderá fazer associações entre o conteúdo e a realidade. FICA A DICA Sugestões de leitura, sites e vídeos para você aprofundar seu conhecimento sobre os temas apresentados no capítulo. A FILOSOFIA DA GERAÇÃO REBELDE: JEAN-PAUL SARTRE E O EXISTENCIALISMO Os jovens rebeldes do fim dos anos 1950 e de toda a década de 1960 encon- traram meios para se expressar também na Filosofia. Jean-Paul Sartre (1905- -1980), filósofo francês, influenciou a geração da contracultura e inspirou o ci- nema, o teatro e a literatura da época. Sartre é considerado um dos maiores representantes do Existencialismo. Até então, acreditava-se na existência de uma “natureza humana”, ou ainda em uma “essência” que nos tornava humanos. Em outras palavras, em qualquer sociedade e em qualquer época, as pessoas teriam certas qualidades e capaci- dades que as guiariam para valores comuns. Segundo Sartre, para que isso ocorresse, seria necessário que uma entidade supra-humana, fora da humanidade, criasse tal essência. Mas Sartre não acredi- tava na existência dessa entidade, nem mesmo na ideia de que o ser humano tem uma finalidade independente de sua vontade. Para ele, não existe uma “nature- za humana”, uma “essência humana”, muito menos uma finalidade predefinida para cada ser humano. Sartre defende que a “essência humana” é, na realidade, a capacidade do ser humano de criar a si mesmo, de fazer escolhas, de pensar sobre sua própria consciência. Para ele, é isso que nos difere dos animais. Somente os humanos podem escolher aquilo que querem ser. Como não há uma “natureza humana”, Sartre definiu que homens e mulheres são livres para fazer suas escolhas, em- bora ele não desconheça que há cerceamentos econômicos e sociais. O filósofo sugere que nos habituemos a viver em um mundo no qual nada está predeterminado e a assumir as responsabilidades de nossas escolhas, já que elas podem ter consequências para nós mesmos e para a sociedade em que vivemos. Assim, usufruir da liberdade exige responsabilidade. Para Sartre, “es- tamos condenados a ser livres”. E, desse modo, ele inverte a equação: a essência não precede a existência, mas o contrário: a existência é que precede a essência. SARTRE, Jean-Paul O existencialismo é um humanismo. Tradução de Vergílio Ferreira. São Paulo: Abril, 1973. Sartre em 90 minutos STRATHERN, Paul. Rio de Janeiro: Zahar, 1999. O livro apresenta as principais ideias do filósofo, sobretudo o que ele entendia por Existencialismo, bem como suas relações com outros intelectuais de sua época, em particular Simone de Beauvoir. F I C A A D I C A ANALISAR E REFLETIR Leia com atenção o texto a seguir. A ativista sueca Greta Thunberg, que virou o rosto de um movimento global entre jovens por uma política climática mais assertiva, foi anun- ciada nesta quarta-feira [11/12/2019] como a Pessoa do Ano de 2019 pela revista Time. Saindo de uma conferência climática da ONU em Madri, Thunberg […] disse que dedica o prêmio a todos os jovens ativistas. A sueca de 16 anos afirmou ainda estar es- perançosa de que a mensagem que ela e ou- tros ativistas tentam transmitir – de que os governos precisam aumentar drasticamente os seus esforços para combater as mudanças climáticas – está finalmente sendo transmi- tida. […] GRETA Thunberg é eleita Pessoa do Ano pela Time. Deutsche Welle, 11 dez. 2019. Disponível em: ht t ps : // w w w .d w.com/pt-br/ greta-thunberg-%C3%A9-eleita-pessoa- do-ano-pela-time/a-51630097. Acesso em: 20 maio 2020. Agora responda às questões. 1 Pesquise a trajetória de Greta Thunberg e elabore um texto apresentando essa ativista ambiental. 2 Com base na percepção do filósofo francês Jean-Paul Sartre de que os seres humanos são livres para fazer escolhas, converse com os colegas sobre os motivos das escolhas feitas por Greta Thunberg e as consequências e responsabilidades decorrentes delas. 30 ÁFR ICA HOJE A África atual é um continente de complexidades, em que pobreza e riqueza, rural e urbano, tradicional e moderno coexistem, se inter-relacionam e também entram em conflito. A compreensão dessa complexidade é importante para evitar a perpetuação de estereótipos. DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO Nos países da África setentrio- nal, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia entre médio e alto. As principais potências econô- micas da região, que se destacam pelo nível de industrialização, são Argélia, Egito e Marrocos, países que figuram entre as cinco princi- pais economias africanas, ao lado de Nigéria e África do Sul, países da África subsaariana. Em 2019, os dez países com os piores índices de Desenvolvimento Humano do mundo se encontravam na África subsaariana. Esses paí- ses apresentam um quadro crônico de subdesenvolvimento. Contudo, é importante considerar que essa região é bastante heterogênea e abrange muitos países, impossibi- litando uma generalização. Diver- sas nações da África subsaariana já atingiram um IDH considerado médio, enquanto algumas delas se destacam por apresentar econo- mias emergentes e dinâmicas. Podemos citar como exemplos de desenvolvimento na África sub- saariana: Botsuana, que multipli- cou por sete a renda per capita de sua população desde 1960 e hoje apresenta índices de pobreza rela- tivamente baixos; Nigéria e Angola, duas das maiores economias africanas em termos de PIB e os principais exportadores de petróleo do continente; África do Sul, que integra o BRICS e representa a nação mais moderna e industrializa- da do continente, contando com uma avançada rede de transportes e uma das mais elevadas concentrações de recursos minerais do mundo em seu território; Ruanda, que, segundo o Banco Mundial, em 2018, foi a economia que mais cres- ceu no mundo; e Etiópia, que entre 2004 e 2018 apresentou crescimento do PIB maior do que 6%. O principal bloco regional da África é a União Africana (UA), que envolve todos os países do continente e, em 2002, substituiu a Organização da Unidade Africa- na, criada em 1963. A Comunidade Econômica Africana (CEA) é o órgão da UA que busca promover a integração econômica entre os países-membros e englo- ba diversas Comunidades Econômicas Regionais (CER). Entretanto, a integração entre os países do continente é relativamente baixa, com a maioria deles realizando boa parte de suas trocas comerciais com países de outros continentes. Atualmente, a principal parceira comercial das nações Poucos países no mundo apresentaram crescimento do PIB tão expressivo quanto Ruanda e Etiópia. Em comparação com a China, por exemplo, ambos os países africanos apresentaram uma taxa de crescimento superior em 2018, tendo Ruanda crescido 8,6%, enquanto Etiópiae China cresceram, respectivamente, 6,8% e 6,6%. No mesmo ano, o Brasil cresceu 1,3%. OBSERVE QUE . . . ÁFRICA: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (2015) IDH baixo (abaixo de 0,550) IDH elevado (de 0,700 a 0,799) IDH médio (de 0,550 a 0,699) Sem dados 0 820 km Ilhas Canárias (ESP) Ilha da Madeira (POR) Arquipélago dos Açores (POR) I. Socotra (IEM) ÁSIA EUROPA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Equador M er id ia n o d e G re en w ic h 0º 0º Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Mar Mediterrâneo M ar Verm elho MAURÍCIO SEYCHELLES COMORES TUNÍSIA MARROCOS ARGÉLIA Saara Ocidental LÍBIA EGITO CABO VERDE MAURITÂNIA MALI NÍGER SENEGAL CHADE GÂMBIA GUINÉ- -BISSAU GUINÉ SERRA LEOA LIBÉRIA COSTA DO MARFIM G A N A T O G O B E N IM NIGÉRIA GUINÉ EQUATORIAL GABÃO REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO REP. CENTRO-AFRICANA UGANDA QUÊNIA SUDÃO SUDÃO DO SUL TANZÂNIA ERITREIA BURKINA FASO DJIBUTI ETIÓPIA SO M Á LI A CA M A RÕ ES CO N G OSÃO TOMÉ E PRÍNCIPE RUANDA BURUNDI ANGOLA ZÂMBIA MALAUÍ ZIMBÁBUE NAMÍBIA BOTSUANA ESWATINI ÁFRICA DO SUL LESOTO M O Ç A M BI Q UE MADAGASCAR Cabinda (ANG) B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Fonte: elaborado com base em UNDP. Human Development Report 2016. New York: United Nations Development Programme, 2016. p. 198-201. Disponível em: http://hdr.undp.org/ sites/default/� les/2016_human_development_report.pdf. Acesso em: 29 jun. 2020. 128 R O T E I R O D E E S T U D O S a) Com base nos dados da notícia e do gráfico, analise a situação do acesso à moradia e aos serviços básicos no Brasil e comente as de- sigualdades sociais verificadas. b) O panorama atual do acesso à moradia no Brasil representa uma violação dos Direitos Humanos? Justifique sua posição. Brasil: interpretação de um fato 2 A definição de raça passou por importantes revi- sões em meados do século XX, quando a comu- nidade científica reconheceu serem poucas as diferenças biológicas entre as pessoas. Isso não significou negar o racismo, pois a discriminação de grupos por suas características físicas ou sua origem existiu e ainda existe. Essas discussões embasaram as primeiras ações afirmativas para grupos discriminados por sua cor ou origem. Leia os textos a seguir e observe o gráfico com a evo- lução da autodeclaração de cor ou raça na Bahia, unidade federativa brasileira com maior propor- ção de pretos. Então, faça as atividades. T E X T O I [No âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco] se tentou deslocar a importância biológica do termo raça, limitando-o a um conceito taxonômico e meramente estatísti- co. [...] Sob a “capa de raça” introduziam-se considerações de ordem cultural na medida em que à noção se associavam crenças e valores. O conceito deixava, assim, de ser considerado natu- ral, já que denotava uma classi�cação social base- ada numa atitude negativa para com determinados grupos. Como diz o filósofo Kwame Appiah, “a verdade é que não existem raças; não há no mundo algo ca- paz de fazer aquilo que pedimos que a raça faça por nós […]. Insistir com a noção de raça é, por- tanto, ainda mais desolador para aqueles que le- vam a sério a cultura e a história”. Raça é, pois, uma construção histórica e social, matéria-prima para o discurso das nacionalidades. Raça, como diz Thomas Sowell, “antes de um conceito bioló- gico, é uma realidade social, uma das formas de identificar pessoas em nossa própria mente”. É esse o sentido da fala de Toni Morrison, Prêmio Nobel de literatura em 1993: “[…] Raça é a última taxonômico que diz respeito a uma forma de classificação. Fonte: elaborado com base em IBGE. Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. p. 6. 1 Leia, na notícia e no gráfico a seguir, informações sobre o acesso à moradia e a serviços básicos nas grandes cidades do Brasil. Depois, faça as atividades. 33 milhões de brasileiros não têm onde morar, aponta levantamento da ONU A ruína do edifício Wilton Paes de Almeida [em São Paulo (SP)], que desabou após um incên- dio, revela um problema crônico no Brasil: o déficit de moradia. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revela que subiu 1,4% o número de in- vasões no país entre 2016 e o ano passado. São 145 mil domicílios nessa situação, ante 143 mil em 2015. Faltam no país 6,3 milhões de domi- cílios, segundo levantamento feito em 2015 pela Fundação João Pinheiro (FJP). Fonte: AUGUSTO, Otavio. 33 milhões de brasileiros não têm onde morar, aponta levantamento da ONU. Correio Braziliense, 3 maio 2018. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ brasil/2018/05/03/interna-brasil,678056/de�cit-de- moradias-no-brasil-chega-a-6-3-milhoes-sp-tem-a- maior-defa.shtml. Acesso em: 14 jun. 2020. BRASIL: PESSOAS RESIDINDO EM DOMICÍLIOS SEM ACESSO A SERVIÇOS DE SANEAMENTO, COM INADEQUAÇÕES DOMICILIARES E POSSE DE BENS (%, 2018) Branca Sem coleta direta ou indireta de lixo D o m ic íl io s População em % 6,0 12,5 11,5 17,9 26,5 42,8 27,9 44,5 4,6 5,0 3,6 7,0 21,0 44,8 Sem esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial Sem ao menos um serviço de saneamento Ônus excessivo com aluguel Adensamento excessivo Não possui máquina de lavar Sem abastecimento de água por rede geral Preta ou parda B an co d e im ag en s/ A rq u iv o d a ed it o ra B an co d e im ag en s/ A rq u iv o d a ed it o ra PAIVA, M. Disponível em: www.redes. unb.br. Acesso em: 25 maio 2014. R ep ro d u çã o /E N E M , 2 01 4 BAHIA: POPULAÇÃO SEGUNDO AUTODECLARAÇÃO DE COR OU RAÇA (%, 1º- SEMESTRE 2012/2016/2020) Fonte: elaborado com base em IBGE. Tabela 6403 - População, por cor ou raça. Pnad Contínua Trimestral. Disponível em: https:// sidra.ibge.gov.br/tabela/6403. Acesso em: 22 jun. 2020. 20,1 PRETO 61,8 PARDO 17,2 BRANCO 18,1 PRETO 62,0 PARDO 19,3 BRANCO 17,9 PRETO 58,5 PARDO 22,5 BRANCO 2012 2016 2020 2012 2016 2020 Preta Parda Branca 0 20 40 60 80 100 P o p u la ç ã o ( e m % ) Ano 20,1 18,1 62 19,3 17,9 58,5 22,5 61,8 17,2 informação confiável que se pode obter sobre al- guma pessoa. É informação real, mas fala de algo próximo do nada”. Mas, ainda que seja verdade, tudo isso não torna o tema uma falsa questão. Ou seja, demonstrar as li- mitações do conceito biológico, desconstruir o seu signi�cado histórico não leva a abrir mão de suas implicações sociais. […] no caso brasileiro, a mes- tiçagem e a aposta no branqueamento da popula- ção geraram um racismo à la brasileira, que percebe antes colorações do que raças, que admite a discri- minação apenas na esfera privada e difunde a uni- versalidade das leis, que impõe a desigualdade nas condições de vida mas é assimilacionista no plano cultural. […] É também por esse motivo que a cida- dania é defendida com base na garantia de direitos formais, porém são ignoradas limitações dadas pela pobreza, pela violência cotidiana e pelas distinções sociais e econômicas. SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea, v. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 183-184. a população branca, a proporção atual é de 22% de graduados […]. BRITO, Débora. Cotas foram revolução silenciosa no Brasil, a�rma especialista. Agência Brasil, 27 maio 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com. br/educacao/noticia/ 2018-05/cotas-foram-revolucao- silenciosa-no-brasil-a�rma-especialista. Acesso em: 14 jun. 2020. a) Identifique os principais argumentos de cada pa- rágrafo do texto I e discuta-os com a turma. b) Analise a evolução da autodeclaração de cor ou raça na Bahia. Em seguida, converse com um grupo de quatrocolegas: o que esses da- dos poderiam indicar, considerando a caracte- rização do racismo no Brasil feita no texto I? c) Com base no que você viu a respeito de raça, racismo, autodeclaração e ações afirmativas, elabore um texto argumentativo sobre a ado- ção de cotas raciais para o ingresso em uni- versidades públicas. De olho no vestibular 3 (Enem 2014) T E X T O I I A chance de ter um diploma de graduação au- mentou quase quatro vezes para a população ne- gra nas últimas décadas no Brasil. Depois de mais de 15 anos desde as primeiras experiências de ações afirmativas no ensino superior, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017. Apesar do crescimento, os negros ainda não al- cançaram o índice de brancos diplomados. Entre A discussão levantada na charge, publicada logo após a promulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte conjunto de direitos: a) Civis, como o direito à vida, à liberdade de ex- pressão e à propriedade. b) Sociais, como direito à educação, ao trabalho e à proteção à maternidade e à infância. c) Difusos, como direito à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente saudável. d) Coletivos, como direito à organização sindical, à participação partidária e à expressão religiosa. e) Políticos, como o direito de votar e ser votado, à soberania popular e à participação democrática. 150 151 PROJETO A BNCC NESTE PROJETO: Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5 e 9. Competências específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: 1, 5 e 6. Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 3 e 6. Habilidades: EM13CHS101; EM13CHS103; EM13CHS104; EM13CHS504; EM13CHS602; EM13LGG101; EM13LGG301; EM13LGG302; EM13LGG601; EM13LGG604. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS: ê Ciência e Tecnologia ê Multiculturalismo – Diversidade cultural ARTE DE RESISTÊNCIA NO BRASIL OBJETIVOS ■ Entender em que consistem as técnicas de análi- se documental, entrevista e estudo de recepção e aprender os procedimentos para aplicá-las. ■ Compreender o contexto sociopolítico da década de 1960 no Brasil e a influência dele sobre a pro- dução musical do país nesse período. ■ Avaliar o impacto da ditadura militar na produção cultural brasileira e as consequências da censura. ■ Entender como as produções artísticas são re- cebidas em seu contexto de criação e como essa recepção muda ao longo do tempo. ■ Apresentar à comunidade escolar canções do III Festival Internacional da Canção (FIC), ocorrido em 1968, e ressignificá-las por meio de vídeos li- gados às culturas áuvenis contemporâneas. JUSTIFICATIVA A música é uma forma de arte muito rica e aces- sível. Podemos ouvir canções no rádio, na televisão, na ruaã cantá-las, tocá-las. Mais do que uma distra- ção, essa expressão artística pode dizer muito de nós mesmos e do mundo onde vivemos. As letras das canções podem refletir assuntos importantes da época em que foram escritas, e os ritmos e estilos podem indicar o estado da arte e da tecnologia na- quele contexto sócio-histórico. Neste proáeto, a música será o princípio para en- tender melhor a história do Brasil e o impacto que ela pode causar ao longo dos anos. Inicialmente, você e seu grupo farão uma pesquisa em busca de artigos e relatos sobre o III Festival Internacional da Canção (FIC), de 1968, que permitam entender como três canções foram recebidas pelo público. Em se- guida, vão realizar entrevistas com pessoas que vi- veram nos anos 1960 e comparar as respostas obti- das nas entrevistas com as informações colhidas na pesquisa e na análise dos documentos. Por fim, fa- rão vídeos de pessoas que não eram nascidas nessa época reagindo às canções, para terem diferentes perspectivas e pontos de vista sobre seus possíveis significados. ANTES DE COMEÇAR PRODUTO FINAL Um blog, no qual serão publicados todos os ma- teriais produzidos por você e seu grupo, para que as informações obtidas por meio da pesquisa seáam compartilhadas. MATERIAL A SER UTILIZADO Caderno, folhas à parte, lápis, borracha, caneta, computador com acesso à internet, smartphone. ORIENTAÇÕES GERAIS 1. Defina seu grupo de trabalho seguindo as orien- tações do professor. 2. Antes de iniciar o proáeto, leiam cada uma de suas etapas. 3. Sigam as orientações do professor quanto ao cronograma do proáeto e peçam a aáuda dele diante de qualquer dificuldade na execução das tarefas. O tema indústria cultural foi trabalhado no capítulo 1 (páginas 29, 36 e 37). O clima político e as revoltas de 1968 foram trabalhados no capítulo 1 (páginas 31 a 34). A ditadura militar no Brasil foi tratada no capítulo 4 (páginas 99 a 104). PONTO DE PARTIDA A música é um modo de expressão artística rico por natureza. Ela pode mis- turar o som de instrumentos ao da vozã letra e notas musicaisã texturas e sig- nificados. Podemos passar horas escutando canções que nos fazem viaáar. Mas a música também está fortemente ligada à nossa história e ao nosso contexto social e político. Por meio da aplicação da técnica de estudo de recepção, este proáeto tem como obáetivo mostrar toda a complexidade das canções e as diversas manei- ras com que elas podem se relacionar com os indivíduos e a sociedade, cons- tituindo-se em um importante meio de expressão de sentimentos, opiniões e valores. O obáeto de estudo principal será o III Festival Internacional da Canção (FIC), realizado em 1968 em duas etapasõ a nacional, no Teatro da Universidade Ca- tólica de São Paulo (Tuca), em São Paulo, e a internacional, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Trata-se de um evento marcante na história cultural brasi- leira por ter sido um momento em que gran- des talentos da nossa música, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Geraldo Vandré, consolidaram sua popularidade. Além disso, esse concurso refletia o cli- ma político e cultural que nosso país vivia na época. De um lado, clamor por modernidade e liberdade política e de costumesã de outro, o deseáo de mergulhar na tradição brasileira. Havia ainda uma terceira via, mais preocupa- da em viver o presente do que discutir gran- des temas e questões nacionais, focada no viés mercadológico. Para realizar a pesquisa, você e seu grupo deverão consultar e analisar notícias, vídeos, livros, entre outros materiais, e entrevistar pessoas que vivenciaram o III FIC, em 1968. Ao longo deste proáeto, você vai mergulhar nessa história para descobrir quais eram seus principais personagens e entender a reação da plateia (e da sociedade como um todo) às canções, bem como os impactos culturais, sociais e políticos que elas tiveram. Você também vai compreender o legado que esses artistas e suas canções deixaram e verificar como tais manifestações são vistas na atualidade. Você está pronto para viaáar no tempo? O compositor e intérprete Geraldo Vandré acena para o público no III Festival Internacional da Canção (FIC), de 1968. A rq u iv o /A g ên ci a O G lo b o 153152 P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 5P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 5 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 6 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo o�cial que dispõe as aprendizagens essenciais que os estudantes devem desenvolver desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Foi estabele- cida com o objetivo de orientar a educação escolar de crianças e jovens de todo o país, de modo que todos possam ter acesso aos mesmos conhe- cimentos e aprendizagens e, assim, ser capazes de lidar com questões da vida cotidiana, de cidadania e do mundo do trabalho. A BNCC tem como base dez competências gerais da Educação Bási- ca, que são necessárias para garantir esse conjunto de conhecimentos e aprendizagens ao longo do ensino. No Ensino Médio, que é organizado em quatro áreas de conhecimen- to – Linguagens e suas Tecnologias e Língua Portuguesa; Matemática e suas Tecnologias e Matemática;Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas –, os estudantes também devem desenvolver competências especí�cas de cada área, que são as aprendiza- gens fundamentais a considerar. A seguir são apresentadas as competências gerais da Educação Básica, todas as competências especí�cas e as habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, além das competências especí�cas e as habilidades das outras três áreas que se relacionam diretamente com os temas tratados neste livro. No início dos capítulos, são destacadas as competências e habilidades associadas aos temas que serão estudados. Dessa maneira, você poderá perceber a relação de seus estudos com o seu dia a dia e, assim, dar sentido e desenvolver uma análise crítica daquilo que está ao seu redor. Para conhecer o texto completo da BNCC, você pode acessar o site: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 7 ago. 2020. COMPOSIÇÃO DOS CÓDIGOS DAS HABIL IDADES COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC E M 1 3 C H S 1 0 1 EM: Indica a etapa de Ensino Médio. 13: Indica que a habilidade pode ser desenvolvida em qualquer série do Ensino Médio. 1: O primeiro número indica a competência da área. 01: Os dois últimos números indicam a habilidade relativa a essa competência. CHS: Indica a área à qual a habilidade pertence. P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 6P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 6 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 7 COMPETæNCIAS GERAIS DA EDUCA‚ÌO BçSICA 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, in- cluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de for- ma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as es- colares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimen- tos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimen- tos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, nego- ciar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se res- peitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclu- sivos, sustentáveis e solidários. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_ 110518_versao�nal_site.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020. p. 9-10. P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 7P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 7 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 8 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS 1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. 2. Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel geo- político dos Estados-nações. 3. Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambien- tais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. 4. Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transfor- mação das sociedades. 5. Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. 6. Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 8P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd8 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 9 (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/ bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades. (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. (EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/ barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. (EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis. (EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico. (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. (EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade. P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 9P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 9 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 10 (EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis. (EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável. (EM13CHS305) Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis. (EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros). (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. (EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica. (EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos. (EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais. (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade. (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. (EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos. (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 10P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 10 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 11 (EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país. (EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.(EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.). (EM13CHS604) Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as populações locais. (EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo. (EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacional comum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao�nal_site.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020. p. 570-579. COMPETÊNCIAS E HABIL IDADES ESPECÍF ICAS DE OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na de- mocracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. 3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autono- mia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 11P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 11 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 12 os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âm- bito local, regional e global. 6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais indivi- duais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias (EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), compreendendo criticamente o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias. (EM13LGG301) Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. (EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacional comum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao�nal_site.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020. p. 490-526. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS 1. Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natu- reza e Humanas, das questões socioeconômicas ou tecnológicas, divulgados por dife- rentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral. Habilidade de Matemática e suas Tecnologias (EM13MAT104) Interpretar taxas e índices de natureza socioeconômica (índice de desenvolvimento humano, taxas de inflação, entre outros), investigando os processos de cálculo desses números, para analisar criticamente a realidade e produzir argumentos. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacional comum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao�nal_site.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020. p. 531-541. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 12P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 12 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 13 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 1. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e rela- ções entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global. 2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis. 3. Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecno- lógico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, re- gionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de infor- mação e comunicação (TDIC). Habilidades de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas origens para avaliar as potencialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de energia elétrica. (EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta. (EM13CNT304) Analisar e debater situações controversas sobre a aplicação de conhecimentos da área de Ciências da Natureza (tais como tecnologias do DNA, tratamentos com células-tronco, neurotecnologias, produção de tecnologias de defesa, estratégias de controle de pragas, entre outros), com base em argumentos consistentes, legais, éticos e responsáveis, distinguindo diferentes pontos de vista. (EM13CNT305) Investigar e discutir o uso indevido de conhecimentos das Ciências da Natureza na justificativa de processos de discriminação, segregação e privação de direitos individuais e coletivos, em diferentes contextos sociais e históricos, para promovera equidade e o respeito à diversidade. (EM13CNT310) Investigar e analisar os efeitos de programas de infraestrutura e demais serviços básicos (saneamento, energia elétrica, transporte, telecomunicações, cobertura vacinal, atendimento primário à saúde e produção de alimentos, entre outros) e identificar necessidades locais e/ou regionais em relação a esses serviços, a fim de avaliar e/ou promover ações que contribuam para a melhoria na qualidade de vida e nas condições de saúde da população. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacional comum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versao�nal_site.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020. p. 553-560. P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 13P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 13 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 14 COMPETÊNCIAS E HABIL IDADES DA BNCC 6 INTRODUÇÃO 16 SOCIEDADE DE CONSUMO E CONTRACULTURA 18 OS TRINTA ANOS GLORIOSOS .............................................................. 20 Analisando mensagens ............................................................................. 22 Conversa de sociólogos ............................................................................ 23 CONTRACULTURA ....................................................................................... 24 Questões em foco: Jornada nas Estrelas, desafiando preconceitos ................. 26 Questões em foco: A Pop Art e a cultura de massa ...................................... 29 AS REVOLTAS DE 1968 ............................................................................ 31 Roteiro de estudos .................................................................................... 35 POR DENTRO DA GUERRA FRIA 38 ENTRE O FIM DA GUERRA QUENTE E O COMEÇO DA GUERRA FRIA ..................................................................... 40 Analisando mensagens ............................................................................. 42 Questões em foco: Impérios e Guerra Fria .................................................. 44 REORDENANDO O MUNDO .................................................................... 44 UM MURO ENTRE DOIS MUNDOS ......................................................... 46 Questões em foco: A guerra na televisão .................................................... 53 Saberes conectados: Linguagens e suas Tecnologias ..................................... 55 Roteiro de estudos .................................................................................... 60 ORIENTE MÉDIO: TERRA EM CHAMAS 62 ORIENTE MÉDIO: UMA DEFINIÇÃO ...................................................... 64 DOIS POVOS EM CONFLITO ................................................................... 66 Questões em foco: Sionismo ...................................................................... 66 Questões em foco: O Muro da Cisjordânia .................................................. 72 GUERRAS NO ORIENTE MÉDIO .............................................................. 73 SÉCULO XXI: AS TENSÕES CONTINUAM ............................................ 75 Questões em foco: Malala, a menina que queria ler .................................... 76 Analisando mensagens ............................................................................. 80 Roteiro de estudos .................................................................................... 81 SUMÁRIO C P T L A Í U O 1 C P T L A Í U O 2 C P T L A Í U O 3 P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 14P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 14 9/16/20 4:09 PM9/16/20 4:09 PM 15 AMÉRICA LATINA: DILEMAS DA POLÍTICA E DA ECONOMIA 84 AMÉRICA LATINA E O PROJETO DESENVOLVIMENTISTA ............... 86 TEMPOS DE REFORMAS E MODERNIZAÇÃO ...................................... 88 Conversa de historiadores ......................................................................... 94 Questões em foco: Populismo .................................................................... 96 TEMPOS DE DITADURAS ........................................................................... 99 Analisando mensagens ............................................................................. 102 Questões em foco: Operação Condor ......................................................... 107 Roteiro de estudos .................................................................................... 108 ÁFRICA, ÁFRICAS: IDENTIDADES E TENSÕES 110 A DIVERSIDADE AFRICANA ..................................................................... 112 ÁFRICA E SEUS IMPÉRIOS ....................................................................... 114 A PRESENÇA EUROPEIA ........................................................................... 115 Questões em foco: Movimentos de resistência ............................................. 117 A INVENÇÃO DA ÁFRICA: O PAN-AFRICANISMO ........................... 118 AS INDEPENDÊNCIAS AFRICANAS ....................................................... 120 Conversa de filósofo ................................................................................. 122 GUERRAS CIVIS .......................................................................................... 122 Analisando mensagens ............................................................................. 124 Questões em foco: Etnias, fronteiras e conflitos ........................................... 125 POLÍTICA RACISTA: O APARTHEID NA ÁFRICA DO SUL ................ 126 Saberes conectados: Linguagens e suas Tecnologias ..................................... 127 ÁFRICA HOJE ............................................................................................... 128 Roteiro de estudos .................................................................................... 130 BRASIL , MOSTRA A TUA CARA 132 SOCIEDADE EM MUDANÇA ..................................................................... 134 Saberes conectados: Estatística, Demografia e Sociologia ............................. 138 A POBREZA NO BRASIL ........................................................................... 139 Questões em foco: Índice de Gini e desigualdade social ............................... 142 EDUCAÇÃO EM MARCHA LENTA ............................................................ 143 TRABALHANDO NO BRASIL .................................................................... 145 Questões em foco: Jovens sem estudo e sem emprego ................................. 145 Analisando mensagens ............................................................................. 146 A VIOLÊNCIA NO BRASIL ........................................................................ 147 Conversa de sociólogos ............................................................................ 148 POR UMA SOCIEDADE JUSTA, IGUALITÁRIA E SOLIDÁRIA .......... 149 Roteiro de estudos .................................................................................... 150 PROJETO 152 REFERÊNCIAS BIBL IOGRÁFICAS 158 C P T L A Í U O 4 C P T L A Í U O 5 C P T L A Í U O 6 P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 15P4_V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa__INICIAIS_003a017_LA.indd 15 9/2/20 3:48 PM9/2/20 3:48 PM 16 I N T RODU‚ÌO Neste volume, você vai estudar temas relacionados ao mundo contemporâneo e compreender questões que envolvem a humanidade no tempo presente. Ao analisar diferentes processos ocorridos, sobretu- do, ao longo do século XX, perceberá que a produção capitalista resultou na sociedade de consumo, mas, em contrapartida, provocou o surgimento de revoltas e mo- vimentos sociais, que propuseram novas maneiras de convívio social. No campo geopolítico, poderá ampliar seus conhecimentos sobre a Guerra Fria e compreender como muitos de seus
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