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metodologia da pesquisa e do trabalho cientifico

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Metodologia da 
Pesquisa e do 
Trabalho Científico
Metodologia da 
Pesquisa e do
Trabalho Científico
M
etodologia da Pesquisa e do Trabalho Científico
Claudio Kleina
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-5071-0
9 7 8 8 5 3 8 7 5 0 7 1 0
Claudio Kleina
Curitiba
2016
Metodologia da Pesquisa e
do Trabalho Científico
Apresentação
© 2016 – IESDE Brasil S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem 
autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
K72m
Kleina, Claudio
Metodologia da pesquisa e do trabalho científico / Claudio Kleina. - 1. ed. - Curiti-
ba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016.
172 p. : il. ; 24 cm.
ISBN 978-85-387-5071-0
1. Pesquisa - Metodologia. 2. Pesquisa educacional. 3. Ensino à distância. I. Título.
15-27361 CDD: 001.42
 CDU: 001.81
________________________________________________________________________
Capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Shutterstock
Apresentação
Você está iniciando a leitura de um material que é muito importante para seu curso e 
para sua formação acadêmica. Quando um aluno entra em uma instituição de ensino superior 
tem dois grandes objetivos: o primeiro é a busca do conhecimento, e o segundo é a produção 
de conhecimento científico. Para o segundo objetivo os alunos são motivados a fazer uma 
pesquisa, que será registrada por meio do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), e que se 
tornará pública mediante defesa perante uma banca examinadora.
A disciplina de metodologia científica é muito importante para o desenvolvimento das 
atividades acadêmicas, pois permitirá sistematizar as informações coletadas gerando novos e 
sólidos conhecimentos.
Este livro objetiva trazer algumas questões sobre a metodologia e a organização de pes-
quisas e trabalhos científicos, apresentando e descrevendo seus elementos e sua representação 
dentro das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Como o próprio nome já diz, é “metodologia”, ou seja, um conjunto de regras e normas 
que todos os pesquisadores usam para validar sua pesquisa e padronizar a escrita de seus 
textos. Não adianta apenas fazermos uma excelente pesquisa, se não soubermos como descre-
vê-la e validá-la não terá valor científico.
Os conteúdos foram selecionados com muito cuidado e escritos com linguagem simples 
para dar maior autonomia aos seus estudos.
Sobre o autor
Sobre o autor
Claudio Kleina
Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). 
Pósgraduado em Desenvolvimento em Ambiente WEB pela PUCPR. Pós-graduado em 
Formação de Tutores e Orientadores Acadêmicos em EAD pelo Centro Universitário 
Internacional (Uninter). Graduado em Sistemas de Informação pela Sociedade Paranaense de 
Ensino e Informática (SPEI). Professor do Ensino Superior e de Pós-graduação com discipli-
nas relacionadas à educação, educação inclusiva e áreas correlatas à Informática. Orientador 
de Monografias na modalidade à distância. Trabalha com metodologia da pesquisa.
1
Aula
 ÉTICA E METODOLOGIA CIENTÍFICA 9
PARTE 1: O PESQUISADOR, O TRABALHO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO 10
PARTE 2: GRUPOS DE TRABALHO E RELACIONAMENTO ÉTICO 11
PARTE 3: ÉTICA E INTEGRIDADE DA PESQUISA 13
PARTE 4: PROPRIEDADE INTELECTUAL E LEGISLAÇÃO 13
PARTE 5: PLÁGIO, INFRAÇÕES ÉTICAS E PUNIÇÕES 15
2
Aula
 PROJETO DE PESQUISA 23
PARTE 1: PROJETO DE PESQUISA E ESCOLHA DO TEMA 24
PARTE 2: PROBLEMA, HIPÓTESE E JUSTIFICATIVA 26
PARTE 3: OBJETIVOS DA PESQUISA 28
PARTE 4: REVISÃO DE LITERATURA, METODOLOGIA E CRONOGRAMA 30
3
Aula
 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 37
PARTE 1: LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DOCUMENTOS E DE DADOS 38
PARTE 2: ELABORAÇÃO DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 40
PARTE 3: ENCADEAMENTO DOS CONCEITOS PESQUISADOS 45
PARTE 4: REDAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO 47
4
Aula
 ESTRUTURA BÁSICA E FORMATAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS 53
PARTE 1: ELEMENTOS EXTERNOS E ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 55
PARTE 2: ELEMENTOS TEXTUAIS 60
PARTE 3: ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 62
Sumário
5
Aula
 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO: CITAÇÕES 69
PARTE 1: DEFINIÇÃO, LOCALIZAÇÃO E SISTEMA DE CHAMADAS NO TEXTO 70
PARTE 2: TIPOS DE CITAÇÃO 73
PARTE 3: APRESENTAÇÃO DAS CITAÇÕES 75
6
Aula
 OUTROS ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 81
PARTE 1: NOTAS DE RODAPÉ 82
PARTE 2: ILUSTRAÇÕES E/OU FIGURAS, QUADROS E TABELAS 83
PARTE 3: EQUAÇÕES E FÓRMULAS, SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 85
PARTE 4: APÊNDICES E ANEXOS 87
7
Aula
 CONCLUSÃO, CONSIDERAÇÕES FINAIS E RESUMO 95
PARTE 1: CONCLUSÃO X CONSIDERAÇÕES FINAIS 96
PARTE 2: ELABORAÇÃO DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS 97
PARTE 3: O QUE EVITAR NAS CONSIDERAÇÕES FINAIS 98
PARTE 4: ELABORAÇÃO DO RESUMO 99
8
Aula
 REFERÊNCIAS 105
PARTE 1: DEFINIÇÕES, ELEMENTOS DE REFERÊNCIAS E TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS 106
PARTE 2: LOCALIZAÇÃO, APRESENTAÇÃO E ORDENAÇÃO DAS REFERÊNCIAS 108
PARTE 3: EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS 110
Sumário
9
Aula
 MODELOS E ESTRUTURA DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS 119
PARTE 1: MONOGRAFIA 120
PARTE 2: DISSERTAÇÕES E TESES 121
PARTE 3: ARTIGOS CIENTÍFICOS 122
PARTE 4: RELATÓRIO 124
PARTE 5: RESENHA E FICHAMENTO 126
10
Aula
 ARTIGOS CIENTÍFICOS E PUBLICAÇÕES 133
PARTE 1: CONFECÇÃO DE ARTIGOS PARA PUBLICAÇÃO 134
PARTE 2: MODELOS DE ARTIGOS 135
PARTE 3: ESCOLHA DOS LOCAIS PARA PUBLICAÇÃO 136
PARTE 4: QUALIS DAS REVISTAS E EVENTOS 138
11
Aula
 PREPARAÇÃO PARA DEFESA E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA 145
PARTE 1: ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO 146
PARTE 2: ELABORAÇÃO DE SLIDES E PREPARAÇÃO DA APRESENTAÇÃO 148
PARTE 3: DEFESA: RESPONDENDO AOS QUESTIONAMENTOS 150
12
Aula
 ELABORAÇÃO DE CURRÍCULO E MEMORIAL 159
PARTE 1: DEFINIÇÃO E TIPOS DE CURRÍCULO 160
PARTE 2: CURRÍCULO PARA FINS TÉCNICO-CIENTÍFICOS 161
PARTE 3: CURRÍCULO PARA FINS EMPRESARIAIS 163
PARTE 4: CURRÍCULO PARA FINS DE ESTÁGIO 165
PARTE 5: MEMORIAL 166
Sumário
Aula 1
9Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
A ética deve estar presente em todos os setores e atividades 
da sociedade. Especialmente na realização de pesquisas, 
acadêmicas ou não, que envolvem pessoas, trabalhos em grupo, 
uso de resultados de outros pesquisadores.
Neste capítulo apresentaremos as diferentes formas 
de conhecimento, com enfoque especial no conhecimento 
científico e sua construção com bases éticas, na organização 
de grupos de trabalhos, na importância de se conhecer cada um 
dos integrantes, no papel individual e no objetivo coletivo. 
Na sequência discutiremos os conceitos da propriedade 
intelectual, o plágio nas pesquisas de trabalhos em grupos, 
legislação e penalidades.
E METODOLOGIA 
ÉTICA 
CIENTÍFICA
Aula 1 Ética e metodologia científica
10 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
1 O pesquisador, o trabalho 
e o conhecimento científico
A pesquisa não ocorre apenas em grandes laboratórios e instituições de ensino. Ela está presente 
em nosso dia a dia. Assim, por exemplo, se quisermos nos bronzear na praia, com o tempo teremos 
aprendido qual o fator de proteção do creme, qual o tempo de exposição ao sol e quais os melhores 
horários. Como conseguimos chegar a esse conhecimento, se para cada pessoa esses indicadores são 
diferentes?
Uma possibilidade é a experiência: vou testando protetores solares com diferentes índices de pro-
teção e em diferentes horários, verificando os resultados.
Outra forma pode ser por meio de pesquisa em revistas, livros e internet, buscando os horários e 
os fatores de proteção mais indicados para minha cor de pele. Posso também perguntar a alguém que 
sempre vai à praia se bronzear e tem a cor da pele semelhante à minha.
Como podemos observar, há diversas formas de buscar o conhecimento. E os caminhospercorri-
dos referem-se ao tipo de pesquisa que usamos para chegar a esse conhecimento.
No dia a dia nos deparamos com diversos tipos de conhecimento que têm seu valor em determi-
nadas situações. Vejamos alguns:
• Conhecimento empírico (também chamado conhecimento popular ou senso comum) – é 
o conhecimento obtido por meio da experiência e do uso dos nossos sentidos (visão, audi-
ção etc.). Esse conhecimento, na maioria das vezes, é gerado ao acaso, mediante ações não 
planejadas. Esse conhecimento é transmitido entre grupos de pessoas, familiares e tradições 
culturais. Exemplo: “As plantas produzem mais quando são plantadas na lua crescente”.
• Conhecimento filosófico – é o conhecimento racional, geral, sistemático e crítico gerado por 
meio da reflexão subjetiva com objetivo de dar sentido aos fenômenos gerais do universo. 
Trabalha com ideias e relações conceituais que transcendem a realidade material e a própria 
ciência. Exemplo: “Qual o sentido da vida?”.
• Conhecimento teológico – é o conhecimento gerado e mantido pela fé ou crença religiosa. 
Apoia-se em doutrinas e textos sagrados que apresentam verdades que não devem ser ques-
tionadas ou postas em dúvida, apenas aceitas. Exemplo: “Meu filho tinha câncer e foi curado 
por um milagre”.
Aula 1Ética e metodologia científica
11Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
• Conhecimento científico – toda pesquisa científica inicia-se com um questionamento, com 
uma pergunta, um problema que precisa de uma resposta. Assim, a ciência caracteriza-se pela 
busca de respostas ou soluções para as demandas da sociedade. 
O conhecimento científico tem sua base de construção no conhecimento do senso comum (ou co-
nhecimento empírico) e é uma conquista relativamente recente da humanidade. A revolução científica 
do século XVII marca a autonomia da ciência, a partir do momento que ela busca seu próprio método. 
Com base nesse conhecimento, os pesquisadores começam a questionar o porquê desses fenôme-
nos, como eles acontecem, por que obtém resultados positivos. E assim inicia-se o processo de inves-
tigação científica. Elaboram-se hipóteses e mediante pesquisa com método bem definido, buscam-se 
respostas e construção de generalizações. O conhecimento científico permite explicar, construir e apli-
car teorias, servindo, portanto, para ampliação e avanço da ciência. 
O conhecimento científico é gerado por meio da razão e da experimentação (o que o diferen-
cia do conhecimento filosófico). É sistemático, ou seja, possui ordenação lógica das ideias (teoria) e 
verificável, porém falível, pois não é definitivo e absoluto (novas técnicas podem reformular a teoria 
existente). Exemplo: “Os planetas giram em torno do Sol”.
Parte
2 Grupos de trabalho e 
relacionamento ético
Dificilmente realizaremos uma pesquisa científica sem o envolvimento de outras pessoas, 
visto que podemos ter mais de uma pessoa trabalhando no mesmo projeto, como, o orientador – 
no caso de um Trabalho de Conclusão de Curso, ou pessoas que fazem parte da população pesquisada 
etc. Cada ser humano é diferente, tem sua formação, princípios e características próprias, e trabalhar 
com pessoas requer essa compreensão. 
A ética é o conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade 
e tem função de equilibrar o funcionamento social para que ninguém saia prejudicado. No trabalho em 
grupo, a base do relacionamento ético é conhecer a outra pessoa, saber suas competências e limitações. 
É comum que cada integrante do grupo tenha expectativas e envolvimentos diferentes na realiza-
ção do trabalho em conjunto. 
Assim, por exemplo, posso ter em minha equipe uma pessoa muito ansiosa e outra muito calma. 
Uma que quer fazer pesquisa para tirar nota máxima e outra que se satisfaz em obter nota suficiente 
para ser aprovada. Quanto maior a diferença de perfil entre as pessoas envolvidas numa pesquisa, maior 
será a dificuldade. 
Aula 1 Ética e metodologia científica
12 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Portanto, é necessário que no início da realização de uma atividade esteja bem claro o que se es-
pera de cada uma das pessoas envolvidas e o grau de qualidade do trabalho. 
Alguns elementos devem estar presentes na realização de um trabalho em equipe, como: 
• empatia – colocar-se no lugar do outro; 
• cordialidade e assertividade – saber como falar;
• autoconhecimento – conhecer as próprias características positivas e negativas; 
• ética – não agir de forma deliberada para comprometer alguém ou quebrar acordos e 
compromissos.
Outra questão que devemos considerar é que trabalho em equipe não é trabalho em grupo. O tra-
balho em grupo pode ser considerado uma linha de produção, onde há divisão do trabalho e cada um 
se preocupa em fazer somente sua tarefa. O trabalho em equipe requer que cada integrante saiba o que 
todos estão fazendo e reconheça a importância para o sucesso da tarefa.
 
Sv
in
ki
n/
Sh
ut
te
rs
to
ck
O objetivo final do trabalho em equipe deve estar claro para todos os integrantes e a comunicação 
é fundamental para sua concretização. Como a atividade em equipe é resultado de um esforço conjunto, 
o sucesso ou fracasso é responsabilidade de todos. Dessa maneira, quando algum membro da equipe 
está enfrentando alguma dificuldade na execução de sua tarefa, deve haver um esforço conjunto com 
a finalidade de superá-la.
Aula 1Ética e metodologia científica
13Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
3 Ética e integridade da pesquisa
O estudo sobre a ética nas pesquisas científicas baseia-se na reflexão acerca das questões morais 
da conduta humana na produção de conhecimento.
No Brasil, questões éticas sobre a realização de pesquisas foram levantadas principalmente me-
diante a preocupação com a exposição dos sujeitos da pesquisa na área médica, motivando a criação de 
diversos comitês de ética que validam os projetos de pesquisa antes de sua realização.
A integridade da pesquisa envolve o respeito às normas éticas de publicação, visando evitar frau-
des, dentre as quais estão: falsificação, manipulação ou fabricação de dados, duplicidade na publicação 
e plágio (PITHAN; OLIVEIRA, 2014).
A integridade da pesquisa não deve estar presente apenas no momento da redação do texto. Deve 
permear todo o processo de obtenção dos dados, respeitando todas as pessoas e instituições envolvidas. 
Deve-se ter o cuidado de não expor, julgar ou agir de forma preconceituosa em relação às pessoas que 
participam da pesquisa.
Lembre-se que o pesquisador deve ser neutro e interferir o mínimo possível no meio em que rea-
liza seu estudo.
Parte
4 Propriedade intelectual e legislação
O crescimento da geração de novas informações e o desenvolvimento da economia industrial 
motivaram a criação de uma nova categoria de propriedade: a propriedade intelectual. Com o desen-
volvimento da tecnologia, que permitiu a reprodução em série de produtos, surgiu a necessidade de se 
reconhecer os direitos sobre as ideias de produção.
Propriedade intelectual é direito sobre a exclusividade de reprodução ou uso de um produto ou 
serviço. A Universidade Federal de Alagoas1 traz a definição da expressão “Propriedade Intelectual”:
1 www.ufal.edu.br/nit/propriedade-intelectual
Aula 1 Ética e metodologia científica
14 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
abrange os direitos relativos às invenções em todos os campos da atividade humana, às des-
cobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, de comércio e 
de serviço, aos nomes e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal, às 
obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes, às execuções dos 
artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, bem como os demais direitos 
relativos à atividade intelectual no campo industrial, científico, literário e artístico.
A propriedade intelectual envolve o processo de criação de produtos, processos,serviços, obras 
artísticas e literárias. Trata-se, portanto, de um bem imaterial, produzido por meio do uso da capacidade 
intelectual e do conhecimento do seu criador. 
O desconhecimento sobre a legislação, que envolve os direitos autorais e a propriedade intelec-
tual, aliado à falta de rigor nas correções de trabalhos acadêmicos, faz com que muitos pesquisadores 
utilizem trabalhos, ideias e conceitos elaborados por outros, como se fossem de sua autoria.
A lei 9.610 de 1998 especifica que textos de obras literárias, artísticas ou científicas, projetos, 
obras audiovisuais, fotográficas, musicais, conferências etc., estão protegidas e preservam os direitos 
aos autores. O art. 24 da referida lei traz os direitos morais dos autores:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o 
do autor, na utilização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos 
que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada;
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, 
quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder 
de outrem (BRASIL, Lei 9.610/98, Art. 24).
A mesma lei, em seu artigo 46, também trata das formas de reprodução, citação e utilização que 
não constituem ofensa aos direitos autorais:
I - a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários 
ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram 
transcritos;
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza;
Aula 1Ética e metodologia científica
15Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob encomenda, quando 
realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não havendo a oposição da pessoa neles re-
presentada ou de seus herdeiros;
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre 
que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema Braille ou outro procedimen-
to em qualquer suporte para esses destinatários;
II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que 
feita por este, sem intuito de lucro;
III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de 
qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, 
indicando-se o nome do autor e a origem da obra;
IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, ve-
dada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;
V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e 
televisão em estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, des-
de que esses estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua 
utilização;
VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para 
fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso 
intuito de lucro;
VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou 
administrativa;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer 
natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja 
o objetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida 
nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores (BRASIL, Lei 9.610/98, 
Art. 46).
Além dessas formas de utilização, a paráfrase também é permitida desde que se mantenha o sen-
tido original da obra literária e haja indicação do autor.
Parte
5 Plágio, infrações éticas e punições
O plágio acadêmico ocorre quando um aluno faz uso de ideias, conceitos ou frases de outros auto-
res de livros, artigos, revistas e conteúdos disponibilizados na internet, sem citar o autor original como 
fonte de pesquisa.
Aula 1 Ética e metodologia científica
16 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Reproduzir, mesmo que em pequenas partes ou com alteração de algumas palavras do texto origi-
nal, sem indicar a fonte também é considerado plágio.
Os alunos devem ser capazes de articular os conceitos obtidos com a leitura de materiais de outros 
autores para fundamentar e embasar suas próprias conclusões. É uma atividade difícil, pois exige muita 
leitura, interpretação e reflexão que muitos alunos não estão dispostos a fazer, principalmente com a faci-
lidade de copiar textos já elaborados e disponíveis na internet.
Porém, é um processo de aprendizagem que permitirá ao aluno dar maior solidez aos trabalhos 
acadêmicos, pois todas as afirmações e conclusões estarão embasadas em autores e não apenas no 
“achismo” ou no senso comum. A norma para citações em trabalhos acadêmicos é a NBR 10520/2002, 
a qual contém a forma correta de citar diferentes tipos de materiais, como artigos, teses, textos de jor-
nais, revistas, filmes etc. Vale lembrar também que, além de citar de forma correta, todos os autores 
mencionados no texto deverão estar listados ao final do texto em Referências.
Segundo o Instituto de Arte e Comunicação Social:
O plágio acadêmico se configura quando um aluno retira, seja de livros ou da Internet, ideias, 
conceitos ou frases de outro autor (que as formulou e as publicou), sem lhe dar o devido crédito, 
sem citá-lo como fonte de pesquisa.
Trata-se de uma violação dos direitos autorais de outrem. Isso tem implicações cíveis e penais. E 
o “desconhecimento da lei” não serve de desculpa, pois a lei é pública e explícita. 
Na universidade, o que se espera dos alunos é que estes se capacitem tanto técnica como teorica-
mente. Que sejam capazes de refletir sobre sua profissão, a partir da leitura e compreensão dos 
autores da sua área.
Faz parte da formação dos alunos que estes sejam capazes de articular as ideias desses autores de 
referência com as suas próprias ideias.
Para isto, é fundamental que os alunos explicitem, em seus trabalhos acadêmicos, exatamente o 
que estão usando desses autores, e o que eles mesmos estão propondo. Ser capaz de tais articu-
lações intelectuais, portanto, torna-se critério básico para as avaliações feitas pelos professores 
(IACS, 2014, p. 1).
O plágio pode ser apresentado de 3 formas distintas: 
1. Integral – cópia de um trabalho inteiro, alterando-se apenas o nome, como se fosse de sua 
autoria; 
2. Parcial – cópia resultante da seleção de parágrafos ou frases de um ou diversos autores, sem 
menção às obras; 
3. Conceitual – utilização da essência da obra do autor sem menção à obra consultada. 
Aula 1Ética e metodologia científica
17Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Plágio – responsabilidades e sansões
Caracterizar o plágio como crime é uma tarefa complexa, pois só haverá responsabilização se 
for comprovado que houve ciência do plágio por parte do autor ou se ficar clara a identificação dessa 
violação.
Na esfera civil, o titular da obra fraudulentamente reproduzida poderá requerer a apreensão dos 
exemplares produzidos e a suspensão da divulgação da obra. Já na esfera penal, ao violar os direitos do 
autor, a pena é detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa quando não há intuito de lucro. Para 
os casos em que houve obtenção de lucro direto ou indireto, a pena é reclusão de 2 (dois) a 4(quatro) 
anos e multa.
A caracterização de plágio, não apenas no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mas em qual-
quer tipo de trabalho acadêmico, sujeita o infrator à punição e também à expulsão da Instituição de 
ensino superior na qual estuda.
Professor orientador
O professor pode aceitar ou não o convite para ser orientador de um Trabalho de Conclusão de 
Curso (TCC). Ao aceitá-lo, esse professor deve garantir que o TCC fique bem elaborado e esteja em 
consonância com o regimento interno da faculdade. Ao praticar o plágio, o aluno está em desacordo 
com o regimento interno e o professor orientador tem o dever de informar essa situação à faculdade, 
caso contrário pode ser penalizado por omissão. Dessa forma, o professor orientador responderá ao 
crime de plágio com seu aluno, pois ele deve ter a capacidade de identificar tal delito.
Compra de monografia e falsidade ideológica
O TCC é um dos requisitos para que os alunos obtenham a graduação. Com o crescimento das 
instituições que oferecem ensino superior, surgiu um mercado de venda de monografias. De um lado 
temos o aluno que não possui tempo disponível ou simplesmente não quer ter o trabalho de fazê-lo. 
De outro lado, o professor, muito atarefado e que muitas vezes não recebe nenhum tipo de auxílio da 
instituição em que leciona para atividade de orientação, que acaba então não orientando de forma satis-
fatória, levando o aluno à prática ilícita de compra do TCC. 
O orientador responde por falsidade ideológica junto com o aluno, caso ele tenha comprado a 
monografia.
Algumas medidas preventivas podem ser adotadas para ajudar a evitar o plágio, como verificação 
da integridade em todos os trabalhos realizados, não apenas no Trabalho de Conclusão de Curso, e 
também adoção de uma política institucional clara a respeito do plágio e que seja efetivamente seguida 
Aula 1 Ética e metodologia científica
18 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
por toda a comunidade acadêmica. Do lado dos alunos, promover a capacitação sobre a escrita de textos 
científicos e a declaração de autoria, em que ele atesta a originalidade do trabalho realizado. 
Extra
O texto a seguir é parte do artigo de Pithan e Oliveira (2013, p. 241), intitulado Ética e integrida-
de na pesquisa: o plágio nas publicações científica. 
Embora o uso da expressão “integridade na pesquisa” no Brasil para designar fraudes nos 
artigos científicos seja recente, o tema, propriamente dito, não o é, e podemos encontrar algumas 
publicações que demonstram que sua preocupação surgiu, em nosso país, praticamente na mesma 
época em que os estudos sobre a ética na pesquisa.
[...]
A publicação científica feita de forma eticamente correta tem relação com a credibilidade da 
ciência e com a própria reputação do autor da pesquisa, que busca reconhecimento comunitário 
pelos seus estudos e descobertas.
Conforme a historiadora da ciência Maria Helena Freitas:
Ao publicarem textos, os estudiosos registram o conhecimento (oficial e público), legiti-
mam disciplinas e campos de estudos, veiculam a comunicação entre os cientistas e pro-
piciam ao cientista o reconhecimento público pela prioridade da teoria ou da descoberta.
Desse modo, as revistas científicas são arquivos através dos quais os estudiosos deixam 
“testemunho da autoria de uma observação, um pensamento ou um invento”. Entretanto, para que 
seja deixado este testemunho de autoria de forma íntegra e para que se garanta credibilidade na 
área científica investigada, o autor de uma publicação científica deve obedecer a “regras de con-
duta ética, a padrões de qualidade, a métodos científicos de pesquisa e a procedimentos editoriais 
reconhecidos no meio [...]”.
Interessante notar que, dentre os procedimentos editoriais próprios do meio científico, têm-
-se intensificado as preocupações de caráter ético, a fim de evitar diferentes tipos de fraude nas 
publicações. Editores de periódicos manifestam-se neste sentido, buscando alertar seus articulis-
tas sobre a importância de publicar de forma eticamente correta, garantindo a credibilidade da 
produção científica.
O texto completo encontra-se disponível em: <www.amrigs.com.br/revista/57-03/1250.pdf>. 
Acesso em: 18 mar. 2015. 
Aula 1Ética e metodologia científica
19Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
1. Relacione os tipos de conhecimento com as definições que melhor os caracterizam:
( A ) Conhecimento empírico 
( B ) Conhecimento filosófico
( C ) Conhecimento teológico
( D ) Conhecimento científico
( )� O conhecimento é gerado por meio da razão e da experimentação.
( )� É o conhecimento gerado e mantido pela fé ou crença religiosa. Apoia-se em 
doutrinas e textos sagrados que apresentam verdades que não devem ser ques-
tionadas ou postas em dúvida, apenas aceitas.
( )� É o conhecimento racional, geral, sistemático e crítico, gerado mediante refle-
xão subjetiva com objetivo de dar sentido aos fenômenos gerais do universo. 
( )� É o conhecimento obtido por meio da experiência e do uso dos nossos sentidos. 
Esse conhecimento, na maioria das vezes, é gerado ao acaso, mediante ações 
não planejadas e é transmitido entre grupos de pessoas, familiares e tradições 
culturais.
2. Com relação ao plágio, analise as afirmações a seguir, assinalando V para as verdadei-
ras e F para as falsas:
( )� Plágio significa copiar ou assinar uma obra contendo partes da obra de outra 
pessoa ou totalmente reproduzida, dizendo que é sua própria.
( )� O plágio ocorre quando um indivíduo copia trechos de trabalhos e não insere o 
nome do autor do texto original.
( )� O aluno pode reescrever o texto de outro autor desde que altere algumas palavras 
do texto original. Nesse caso, não precisa citar o autor do texto original.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, V.
d) F, V, V.
3. Que medidas ajudam a evitar o plágio acadêmico?
Aula 1 Ética e metodologia científica
20 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Referências
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
BARBOSA, Denis Borges. Uma introdução à propriedade intelectual. Disponível em: <www.denisbarbosa.addr.com/
arquivos/livros/umaintro2.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2015.
BRASIL. Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá 
outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 20 fev. 1998. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9610.htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.
FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2005.
HARDINGHAN, Alison. Trabalho em equipe. São Paulo: Nobel, 2000.
IACS – Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (IFF). Nem Tudo que 
Parece É: Entenda o que é Plágio. Disponível em: <www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf>. 
Acesso em: 5 mar. 2015.
MORAES, Rodrigo. O plágio na pesquisa acadêmica: a proliferação da desonestidade intelectual. Disponível em: 
<http://universitario.educacional.com.br/dados/unvAtivComplementares/123810001/AtivIndicadas/645/O%20
pl%C3%A1gio%20na%20pesquisa%20acad%C3%AAmica.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2014.
PITHAN, Lívia Haygert; OLIVEIRA, Alice Pacheco. Ética e integridade na pesquisa: o plágio nas publicações 
científicas. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, n.57, p. 240-245, jul.-set. 2013. Disponível em: <www.amrigs.com.
br/revista/57-03/1250.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2015.
ROMUALDO, Jenifer Soares. Trabalho e equipe: juntos somos muito melhores do que sozinhos. Portal 
da Educação. Publicado em: 29 jul. 2011. Disponível em: <www.portaleducacao.com.br/administracao/
artigos/10105/trabalho-em-equipe-juntos-somos-muito-melhores-do-que-sozinhos#ixzz39cU28jrg>. Acesso em: 
4 ago. 2014. 
RUSSO, Marisa. Ética e integridade na ciência: da responsabilidade do cientista à responsabilidade coletiva. Estud. av., 
São Paulo, v. 28, n. 80, 2014. Disponível em:<www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01034014201 
4000100016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 5 mar. 2015.
SANTOS, Luiz Henrique Lopes dos. Sobre a integridade ética da pesquisa. FAPESP, 2011. Disponível em: 
<www.fapesp.br/6566>. Acesso em: 18 mar. 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. Propriedade intelectual. Disponível em: <www.ufal.edu.br/nit/
propriedade-intelectual> Acesso em: 5 mar. 2015.
Aula 1Ética e metodologia científica
21Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Resolução
1. A sequência correta é D, C, B, A.
2. Resposta b) V, V, F.
Mesmo alterando algumas palavras do texto original ou mesmo reescrevendo o texto, é ne-
cessário indicar a autoria.
3. Algumas medidas preventivas podem ser adotadas para ajudar a evitar o plágio, como a 
verificação da integridade em todos os trabalhos realizados, não apenas no Trabalho de 
Conclusão de Curso. Adoção de uma política institucional clara a respeito do plágio e que 
seja efetivamente seguida por toda a comunidade acadêmica. Do lado dos alunos, promover 
capacitação sobre a escrita de textos científicos e a declaração de autoria, em que o aluno 
atesta a originalidade do trabalho realizado.
Aula 2
PESQUISA
PROJETO DE 
A etapa mais importante na realização de uma pesquisa 
é a confecção do projeto, pois é um momento de criação, de 
organização do que se pretende alcançar e a descrição de como 
fazê-lo.
Um projeto bem elaborado é um grande passo no caminho 
para uma pesquisa bem-sucedida.
Neste capítulo estudaremos os elementos que compõem 
um projeto de pesquisa, como a escolha do objeto de estudo, 
elaboração do problema de pesquisa, hipótese, objetivos, 
descrição da metodologia e revisão da literatura.
23Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Aula 2 Projeto de pesquisa
24 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
1 Projeto de pesquisa 
e escolha do tema
Quando pensamos em construir uma casa, a primeira etapa é definir o tipo de moradia que quere-
mos e iniciar o projeto para verificar a viabilidade conforme os recursos que dispomos.
A pesquisa científica também precisa ser planejada. O projeto de pesquisa é uma das etapas mais 
importantes na elaboração de uma pesquisa científica, pois descreverá o que se pretende buscar, por 
que, como e os recursos necessários, além de deixar claro o que se pretende alcançar com a pesquisa. 
Assim, é possível verificar se a pesquisa é exequível e a viabilidade. 
É comum encontrarmos o nome “pré-projeto”, entretanto há algumas diferenças com relação ao 
projeto de pesquisa, mas que na maioria das vezes são utilizados com o mesmo sentido: um documento 
que norteará a pesquisa.
Podemos diferenciar o pré-projeto do projeto de pesquisa por meio de sua abrangência. O pré-pro-
jeto sumariza como a pesquisa será realizada, e o projeto é mais detalhado, envolvendo a descrição das 
etapas de elaboração, execução e apresentação da pesquisa.
Um projeto de pesquisa científica deve conter os seguintes elementos:
1. Delimitação do tema pesquisado
2. Justificativa
3. Problema
4. Hipótese (opcional)
5. Objetivos
6. Metodologia
7. Revisão da literatura
8. Cronograma (opcional)
9. Recursos (opcional)
10. Referências
O primeiro passo para elaborar um projeto de pesquisa é a escolha do tema, que envolve fatores 
internos e externos. Os fatores internos referem-se às condições particulares do pesquisador, como:
Aula 2Projeto de pesquisa
25Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
a. Afetividade – a escolha do tema depende do gosto pelo assunto a ser pesquisado. Trabalhar 
com um tema pelo qual temos interesse nos trará prazer e consequentemente maior produti-
vidade e qualidade na pesquisa.
b. Tempo – deve-se considerar, neste item, a relação da quantidade de tempo disponível em 
nosso dia a dia e o tempo necessário para executar as atividades inerentes à realização da 
pesquisa.
c. Conhecimento do pesquisador sobre o tema – devemos ter consciência dos nossos limites 
de conhecimentos. Propor uma pesquisa numa área fora de nossa formação e experiência, 
certamente dificultará a realização da pesquisa.
Em contrapartida, os fatores externos estão relacionados às condições impostas pelo meio em que 
a pesquisa é realizada, como:
a. Valor e significado do tema escolhido – cuidar para não realizar uma pesquisa que não inte-
ressará a ninguém ou não acrescentará nenhum novo conhecimento à sociedade.
b. Prazo para entrega da pesquisa – a pesquisa deve ser exequível dentro do prazo estipulado 
pela instituição para entrega do relatório final. Não podemos escolher um tema cuja pesquisa 
não possa ser realizada dentro do prazo.
c. Material de pesquisa e dados – um grande problema encontrado pelos pesquisadores é 
com relação à fonte de dados necessários para elaboração da pesquisa. Quando adotamos um 
tema novo, provavelmente teremos dificuldade em encontrar material bibliográfico para sua 
fundamentação.
A escolha e definição do tema nem sempre é uma tarefa fácil. São inúmeras possibilidades, mesmo 
quando temos algumas linhas de pesquisa definidas. Como a motivação do pesquisador poderá definir 
o sucesso ou o fracasso de uma pesquisa, deve haver equilíbrio entre todos os fatores internos e exter-
nos envolvidos na escolha do assunto, e este, além de ser relevante, deve ser sobre algo que gostamos 
ou temos muito interesse.
Delimitação do tema
Ao escolher um tema, uma área ou um assunto a ser pesquisado, precisamos fazer sua delimitação, 
ou seja, descrever o que, em específico, dentro daquele tema, será o foco da pesquisa.
Delimitar bem o tema é fundamental para formulação do problema e dos objetivos e também aju-
dará o pesquisador a não fugir do assunto na redação do texto.
É possível delimitar a pesquisa por meio do tema (assunto), espaço, tempo e população envolvida. 
Aula 2 Projeto de pesquisa
26 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Na delimitação do assunto definimos qual será a abrangência e determinamos o foco da pesquisa. 
Exemplos: o uso da internet, o uso da internet para realização de compras, o uso da internet para rea-
lização de compras com cartão de crédito, o uso da internet para realização de compras de cosméticos 
com cartão de crédito, o uso da internet por meio de smartphones para realização de compras de cos-
méticos com cartão de crédito etc.
Também podemos delimitar a pesquisa mediante descrição do espaço em que a pesquisa será rea-
lizada. Exemplos: numa empresa, empresa de médio porte, empresa de médio porte situada na região 
metropolitana de Curitiba etc.
O tempo também pode ser utilizado para delimitar a pesquisa. Exemplo: a pesquisa será realizada 
entre os meses de janeiro e março de 2020.
E por fim, podemos delimitar o tema mediante descrição da população envolvida, quando houver 
pesquisa de campo que envolva pessoas. Exemplo: a pesquisa será realizada com funcionários do sexo 
feminino, com faixa etária entre 20 e 30 anos, que trabalham na construção civil.
Vamos analisar outro exemplo: O tema de pesquisa é “Educação a Distância”. É um tema muito 
abrangente, pois podemos pesquisar diversos assuntos, sob diversos enfoques e, se não for delimitado, 
poderá resultar numa pesquisa muito superficial ou numa pesquisa sem direcionamento.
Agora vejamos o mesmo tema delimitado: “O uso de smartphones para acesso aos conteúdos das 
aulas de metodologia científica realizadas à distância por alunos do curso de Logística da Faculdade 
Formar, da cidade de Curitiba de janeiro a março de 2020”.
A delimitação permite saber, com exatidão, o que será pesquisado, quando, onde e a abrangência 
da pesquisa.
Parte
2 Problema, hipótese e justificativa
Justificativa
A qualidade de uma pesquisa está relacionada à sua relevância para a sociedade. Descrever a im-
portância de uma pesquisa refletindo o “porquê” de sua realização e esclarecer as razões pelas quais o 
tema foi escolhido agregará valor à pesquisa.
Aula 2Projeto de pesquisa
27Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
A justificativadeverá convencer o leitor da importância e relevância da pes-
quisa proposta.
O papel da justificativa é valorizar a importância da pesquisa, porém, na elaboração do texto de-
vemos cuidar para não apontar conclusões sobre o trabalho. Nessa etapa não cabem conclusões, pois a 
pesquisa ainda não foi realizada.
Na justificativa, o pesquisador deve “vender” sua pesquisa com o cuidado de não prometer algo 
que não estará presente no texto. Em síntese, nessa etapa o pesquisador deverá responder à seguinte 
questão: Por que a realização desta pesquisa é importante?
Problema de pesquisa
Toda pesquisa parte de um problema. Algo que ainda não possui solução ou cuja solução existente 
precisa ser testada. Uma boa pesquisa científica depende de uma formulação adequada do problema, 
pois é ele quem define as soluções que deverão ser buscadas. Depois de definido o tema, levanta-se 
uma questão para ser respondida mediante uma hipótese, que será confirmada ou negada por meio do 
trabalho de pesquisa. Como todos os elementos de um projeto coeso, o problema deve estar intimamen-
te ligado ao tema escolhido.
Não há regras para criar um problema, mas alguns autores sugerem que ele 
seja expresso em forma de pergunta.
Exemplo: Qual o impacto do uso de smartphones para acesso aos conteúdos das aulas de meto-
dologia científica realizadas à distância na aprendizagem dos alunos do curso de Logística?
Como o problema é fundamental numa pesquisa, ele deverá ser escrito de forma clara e precisa. 
Não é indicado o uso de perguntas cuja resposta seja apenas “sim” ou “não” (salvo em pesquisas espe-
cíficas), assim como perguntas cujas respostas possam ser facilmente deduzidas. Exemplo: O uso da 
tecnologia é importante na aprendizagem dos alunos que fazem curso a distância?
Ora, atualmente o uso da tecnologia é fundamental nos cursos à distância, portanto, já sabemos 
antecipadamente a resposta. Então, qual a relevância de se fazer essa pesquisa?
Aula 2 Projeto de pesquisa
28 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Hipótese
Uma hipótese científica é uma proposição especulativa que se aceita de forma provisória como 
ponto de partida numa pesquisa. É uma afirmação feita por meio de suposição que tenta responder 
ao problema levantado usando o senso comum. Somente com a realização da pesquisa é que teremos 
a confirmação ou a negação da hipótese. Isso não quer dizer que uma pesquisa será válida apenas se 
confirmar a hipótese. Quando a pesquisa nega a hipótese, aponta que, para aquela realidade estudada, 
naquele momento, os resultados divergiram ao senso comum. Mesmo assim, a pesquisa continua sendo 
válida. 
Dependendo da pesquisa a ser realizada, a hipótese não é um item obrigatório. Porém, é fortemen-
te indicada quando o objeto de pesquisa não é muito conhecido e a hipótese, por mostrar o possível 
resultado esperado, auxilia na compreensão da pesquisa. Exemplo de hipótese: Atualmente muitas 
pessoas possuem celulares que acessam a internet. O uso dos smartphones melhora a aprendizagem 
dos alunos porque eles podem acessar o conteúdo de qualquer lugar, aumentando o tempo dedicado 
ao estudo.
Parte
3 Objetivos da pesquisa
O que se pretende alcançar com a pesquisa? É essa pergunta que deve ser respondida quando 
estamos elaborando o projeto. Os objetivos determinam o que o pesquisador pretende atingir com a 
realização do trabalho de pesquisa. 
Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema propos-
to. O objetivo geral demonstra a síntese do que se pretende alcançar e os objetivos 
específicos fazem um desdobramento do objetivo geral.
Geralmente teremos um objetivo geral e vários específicos. Na formulação dos objetivos, deve-
mos sempre iniciar com um verbo no infinitivo. Eles podem ser usados para indicar:
Aula 2Projeto de pesquisa
29Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Conhecimento Compreensão Aplicação
apontar, arrolar, definir, enun-
ciar, inscrever, registrar, relatar, 
repetir, sublinhar, nomear
descrever, discutir, esclarecer, 
examinar, explicar, expressar, 
identificar, localizar, traduzir, 
transcrever
aplicar, demonstrar, empregar, 
ilustrar, interpretar, inventariar, 
manipular, praticar, traçar, usar
Análise Síntese Avaliação
analisar, classificar, comparar, 
constatar, criticar, debater, 
diferenciar, distinguir, examinar, 
provar, investigar, experimentar
articular, compor, constituir, 
coordenar, reunir, organizar 
esquematizar
apreciar, avaliar, eliminar, es-
colher, estimar, julgar, preferir, 
selecionar, validar, valorizar
Os objetivos devem ser escritos de forma que permitam o entendimento claro das ações que serão 
desenvolvidas na pesquisa. Nesse sentido, devemos evitar o uso de verbos que não têm sentido de pes-
quisa ou que possuem significado tendencioso. “Provar que...”, “Mostrar que...” etc.
Vamos analisar o seguinte objetivo: “Mostrar que o uso de smartphones para acesso aos conteú-
dos das aulas de metodologia científica realizadas à distância facilita a aprendizagem”.
Não há como saber se o uso de smartphones facilita ou prejudica a aprendizagem dos alunos, sem 
antes realizar a pesquisa. Portanto, o uso do verbo adotado (mostrar que) não é adequado na elaboração 
de objetivos.
É importante que os verbos usados nos objetivos deem sentido na pesquisa, na busca de soluções, 
como: analisar, verificar, pesquisar etc.
Exemplo:
Objetivo geral: Analisar o impacto na aprendizagem dos alunos do curso de Logística que usam 
smartphones para acesso aos conteúdos das aulas de metodologia científica realizadas à distância.
Objetivos específicos:
Descrever o modelo de educação à distância adotado na faculdade.
Verificar quais documentos podem ser acessados por smartphones.
Entrevistar alunos do curso de Logística matriculados na disciplina de Metodologia.
Comparar as notas das disciplinas dos alunos que utilizam smatphones para acesso aos materiais 
da disciplina com as notas dos que não utilizam.
Aula 2 Projeto de pesquisa
30 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
4 Revisão de literatura, 
metodologia e cronograma
Levantamento ou revisão da literatura
Todas as pesquisas precisam de embasamento teórico de autores que já estudaram o assunto. Na 
fase da revisão da literatura devemos localizar os documentos para avaliar se há material disponível 
sobre o tema do trabalho de pesquisa. Esse levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços 
de informações existentes. 
Devemos buscar os autores que escreveram sobre o assunto, o que já foi publicado, quais as pers-
pectivas abordadas e as lacunas existentes. No projeto de pesquisa não é necessário fazer um estudo 
exaustivo, mas apenas redigir um texto conciso que contemple o posicionamento dos principais autores 
que estudaram o assunto, ressaltando as principais conclusões e posicionamento. 
Dessa forma, a relevância da revisão da literatura está em evitar a duplicação de pesquisas e 
refinar o tema a ser estudado. A revisão de literatura determina o “estado da arte”, e pode ser teórica, 
empírica ou revisão histórica. 
É importante ressaltar que essa etapa ainda não é a fundamentação teórica. Na fundamentação 
teórica é apresentado um estudo bem mais abrangente e profundo. Na revisão da literatura são apon-
tados os autores que serão usados no estudo, descrevendo apenas algumas passagens e conclusões que 
auxiliam no entendimento da pesquisa a ser realizada.
Antes dessa etapa, o pesquisador já deve ter determinado os locais onde buscará as informações 
necessárias, como bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, ou acervos exis-
tentes e acessíveis. Devemos utilizar apenas publicações válidas cientificamente na elaboração do 
referencial teórico, como livros (especialmente de autores conhecidos), teses, dissertações, leis, artigos 
científicos e documentos oficiais. Podemos usar a internet, buscando artigos publicados em congressos, 
revistas científicas online, bibliotecas digitais, teses e dissertações publicadas.O Google Acadêmico 
(scholar.google.com.br) e o site de periódicos da CAPES (www.periodicos.capes.gov.br/) são ótimas 
ferramentas para buscar citações e artigos publicados em diversos congressos e revistas científicas.
Para saber quais autores devem ser usados para embasar a pesquisa, uma dica é acessar artigos, 
teses ou dissertações recentes e procurar nas referências desses documentos quais livros foram consul-
tados. Se um mesmo autor foi usado em dois ou mais textos, certamente é uma fonte boa para funda-
mentar seu estudo. Mas sempre devemos ler e estudar os livros e documentos que usaremos em nossas 
Aula 2Projeto de pesquisa
31Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
pesquisas, pois uma interpretação equivocada pode resultar em afirmações que não condizem com o 
contexto de sua pesquisa. 
Evite o uso de páginas da internet de autores desconhecidos ou ainda infor-
mações de blogs. Qualquer pessoa pode criar um blog e escrever o que quiser. Por 
isso, essas informações não têm valor científico.
Selecionados os textos que embasarão sua pesquisa, é necessário organizar os assuntos abordados 
e que são pertinentes no estudo. Com essa organização será possível descrever como diferentes autores 
abordam o tema, no que contradizem e corroboram. 
Metodologia
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do latim methodus cujo significado é “cami-
nho ou via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir determinado fim ou para se 
chegar ao conhecimento. A metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda 
ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. 
O método científico é o conjunto de regras básicas utilizadas numa pesquisa, cujo objetivo é ob-
tenção de dados mais confiáveis. Início da observação sistemática dos fatos, seguido da fase de experi-
mentação e deduções lógicas, possibilitando a comprovação científica dos resultados.
Na pesquisa científica, a metodologia deve apresentar de forma detalhada os “passos”, os ca-
minhos utilizados para produção do conhecimento. A metodologia vai validar os resultados obtidos. 
Quando se faz uma pesquisa de campo é necessário, ainda, descrever os instrumentos de coleta de 
dados (questionário, formulário, entrevista, observação etc.), pois cada um tem características e formas 
próprias e devem estar de acordo com o problema e os objetivos da pesquisa. 
A escolha da metodologia é fundamental para o sucesso de uma pesquisa. No projeto ainda não 
é necessário fazer o delineamento completo, mas o texto deve ser suficiente para descrever como 
a pesquisa ocorrerá, quais instrumentos usados na coleta de dados, a população-alvo ou plano de 
amostragem (quando necessário), instrumentos de coleta de dados, técnicas de análise dos dados e 
sua forma: quantitativa (levantamento, experimento etc.) ou qualitativa (estudo de caso, pesquisa- 
-ação etc.).
Aula 2 Projeto de pesquisa
32 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Quando a pesquisa é apenas do tipo bibliográfica, ou seja, é feita apenas com 
o embasamento de livros e autores que abordam o tema pesquisado, pode-se optar 
por não fazer um capítulo sobre a metodologia. Nesse caso, pode-se escrever um 
parágrafo na introdução, descrevendo a pesquisa.
Cronograma
O cronograma compreende a organização das atividades a serem realizadas de acordo com o tem-
po disponível do pesquisador. É um instrumento que permite avaliar se cada etapa está se desenvolven-
do dentro do tempo estimado e, caso não esteja, permite que a pesquisa seja reorganizada para que seja 
concluída no tempo estabelecido. O cronograma deve estar presente apenas no projeto. 
Organizar o tempo disponível é fundamental para construir uma pesquisa com qualidade. É im-
portante que a conclusão esteja prevista no cronograma para antes do prazo de entrega, pois se houver 
algum imprevisto ou alguma etapa demorar mais tempo do que foi planejado, o pesquisador conseguirá 
entregar no prazo.
O tempo para conclusão da pesquisa varia de instituição para instituição, assim como a comple-
xidade de cada uma das etapas e o tempo disponível do pesquisador. Os períodos e atividades serão 
organizados a partir dos critérios do próprio pesquisador. A tabela 1 mostra um exemplo de cronograma 
proposto por Bello (2015): 
Tabela 1: Exemplo de cronograma de atividades
 ATIVIDADES / meses fev mar abr mai jun jul ago set out nov
1
Levantamento de 
literatura
X 
2
Montagem do 
projeto
 X 
3 Coleta de dados X X X 
4
Tratamento dos 
dados
 X X X X 
5
Elaboração do 
texto final
 X X X 
Aula 2Projeto de pesquisa
33Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
 ATIVIDADES / meses fev mar abr mai jun jul ago set out nov
6 Revisão do texto X 
7
Entrega do 
trabalho
 X
Fonte: Bello (2015).
Percebam que no cronograma apresentado, o texto final está previsto para dois meses antes da 
entrega. Esse tempo, além de ser uma “folga” caso ocorra algum imprevisto, também pode ser usado 
para revisão e refino do texto.
Extra
O texto a seguir, elaborado por Roberta de Souza, no site Info Escola, sintetiza os elementos ne-
cessários para a confecção do projeto de pesquisa.
Projeto de pesquisa
É um planejamento do método utilizado por um pesquisador que pretende gerar certa pes-
quisa. O projeto de pesquisa define os rumos tomados pelo pesquisador contendo as questões de 
estudo, maneira de abordar a realidade. Seguir objetivos evita o desperdício de tempo e diminui 
o custo elevado da pesquisa. O projeto responderá algumas perguntas:
• O que pesquisar? (tema)
• Por que pesquisar? (justificativa)
• Para que pesquisar? (objetivos)
• Como pesquisar? (metodologia)
• Quando pesquisar?
• Por quem? (cronograma)
Sustentará o projeto uma estrutura desse tipo:
• Tema, também chamado assunto da pesquisa.
• Delimitação do tema ou tema específico.
Aula 2 Projeto de pesquisa
34 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
• Justificativa.
• Problema.
• Hipótese.
• Objetivos.
• Objetivos específicos.
• Metodologia.
• Cronograma.
• Referências.
Tema – procurar um tema de domínio do pesquisador. O pesquisador tem que provar algo 
no tema. Estar atento às possibilidades possíveis do assunto. Considerar as contribuições e 
interesse do tema na área científica. Lembrar que o conhecimento existe em várias áreas, 
entre essas áreas o pesquisador faz sua escolha.
Delimitação do tema – é o tema específico. Para se ter um tema específico é preciso deli-
mitar o tema geral.
Tema geral – A importância da leitura
Tema específico – A importância da leitura na 8.ª série
Justificativa – mostra a importância do projeto. É a resposta do escritor ao projeto.
Barral (2003, p. 88-89) sugere itens relevantes que podem fazer parte de uma justificativa 
bem qualificada.
a. ATUALIDADE: inserção do tema no contexto atual.
b. INETISMO DO TRABALHO: proporcionará mais importância ao assunto.
c. INTERESSE DO AUTOR: vínculo do autor com o tema.
d. RELEVÂNCIA DO TEMA: importância social, jurídica, política etc.
e. PERTINÊNCIA DO TEMA: contribuição do tema para o debate jurídico.
Problema – é feito em forma de pergunta. No decorrer do projeto a pergunta vai sendo 
explorada e respondida.
Exemplo: Qual a utilidade da informatização para a atualidade?
Hipótese – supõe-se algo do tema com possível solução. Só é capaz de surgir depois de 
formulado o problema.
Aula 2Projeto de pesquisa
35Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Objetivos – pretensões do pesquisador, descrição dos prováveis resultados, delimitando-os. 
Os objetivos dividem-se em gerais e específicos. No objetivo usam-se verbos no infinitivo.
Exemplos (gerais): analisar, explicar, saber, entender, identificar, descrever, aprender, jul-
gar, compreender, conhecer etc.
Objetivos específicos – mostra aspectos e ações detalhadamente. Assim como o objetivo 
geral, usa verbos no infinitivo também.
Exemplos (específicos): numerar, investigar, relacionar,traduzir, listar, exemplificar, distin-
guir, aplicar, selecionar, classificar etc.
Metodologia – é o método e técnica utilizados para acontecer a coleta de dados. Vão existir 
diversos tipos de pesquisas, entre elas: exploratória, descritiva, explicativa, bibliográfica, 
documental, experimental, levantamento, estudo de campo, estudo de caso, pesquisa-ação.
Cronograma – delimita cada ação feita no projeto de pesquisa em termos de tempo. Pode ser 
em meses e de acordo com cada atividade realizada.
Referências – são as fontes consultadas, parte teórica da pesquisa.
Exemplo: ASTIVERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. 7. ed. Porto Alegre: 
Globo, 1983.
Fontes
ASTIVERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica.
Fonte: www.infoescola.com/educacao/projeto-de-pesquisa/.
Atividade
1. Escreva um tema de pesquisa e em seguida escreva o problema para o qual essa pes-
quisa pretende buscar respostas (procure escrever em forma de pergunta bem clara 
e objetiva) e também um parágrafo descrevendo a justificativa (a importância de se 
pesquisar sobre o assunto).
2. Acesse o site <http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/11/objetivos-ge-
rais-e-especficos.html> e leia as orientações disponibilizadas pelo professor Gonçalves 
sobre elaboração de objetivos em pesquisas científicas. 
Na sequência, escreva o objetivo geral e dois objetivos específicos para a pesquisa 
proposta na atividade 1. Lembre--se: os objetivos devem ir de encontro ao tema e ao 
problema proposto.
3. Reflita sobre o tema que você sugeriu como pesquisa na atividade anterior. Descreva 
qual o tipo de pesquisa (Metodologia) você poderia adotar realizar sua pesquisa? 
Lembre-se de que a descrição da metodologia adota na pesquisa é que dará credibili-
dade a sua pesquisa, portanto, procure escrever com detalhes e de forma clara.
Referências
BELLO, José Luis. Metodologia Científica. Disponível em: <www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm>. 
Acesso em: 18 mar. 2015.
BELLO, José Luiz de Paiva. Manual para elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso, Monografias, 
Dissertações e Teses. São Paulo: Clube de Autores, 2012.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Altas. 1991.158 p.
GONÇALVES, José Artur Teixeira. Objetivos Gerais e Específicos. Metodologia da Pesquisa. Disponível em: 
<http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/11/objetivos-gerais-e-especficos.html>. Acesso em: 18 
mar. 2015.
MARCONI, Marna de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2003.
SOUZA, Roberta. Projeto de Pesquisa. Disponível em: <www.infoescola.com/educacao/projeto-de-pesquisa/>. 
Acesso em: 18 mar. 2015.
Resolução
1. A resposta esperada é um texto único no qual o aluno deve descrever um tema específico 
dentro de um mais abrangente, apontando as pessoas envolvidas (população), uma delimi-
tação no tempo e no espaço (quando e onde será realizada a pesquisa).
2. O texto produzido pelo aluno deve aprontar os objetivos que se pretendem alcançar com a 
realização da pesquisa.
3. Espera-se a descrição de um método de pesquisa científica (bibliográfico, estudo de caso, 
pesquisa participante, pesquisa-ação, por exemplo) apontando detalhes sobre como será 
realizada.
Aula 3
TEÓRICA
FUNDAMENTAÇÃO 
A fundamentação teórica é a etapa essencial para realização 
da pesquisa, pois descreve os principais conceitos sob a ótica de 
diferentes autores, mostrando a relação com o tema pesquisado. 
Neste capítulo estudaremos as formas de levantamento, 
análise e seleção das principais fontes de informações que 
constituirão a base teórica do texto. Na sequência, abordaremos 
o papel da fundamentação teórica e as características da redação 
técnico-científica. 
37Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Aula 3 Fundamentação teórica
38 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
1 Levantamento e análise de 
documentos e de dados
Análise de conteúdo
A etapa seguinte à elaboração e aprovação do projeto de pesquisa é a fundamentação teórica. No 
projeto se faz um apontamento dos autores e seus pontos de vista sobre o tema pesquisado. Já na ela-
boração do trabalho final, esse texto deve ser aprofundado e organizado de tal forma que possibilite o 
entendimento do assunto tratado até por pessoas que têm pouco conhecimento da área. 
De posse de todo material bibliográfico necessário para elaboração da fundamentação teórica, 
parte-se para análise do conteúdo com a finalidade de verificar se o texto pré-selecionado vem de 
encontro aos objetivos da pesquisa ou não, e para qual seção no texto será mais adequado. 
Os documentos podem ser classificados como fonte de dados primários ou secundários. Quando 
um documento é considerado como base para geração de análises, podemos classificá-lo como fonte de 
dado primária, como decretos oficiais, artigos, cartas e fotografias. E quando o documento é uma obra, 
na qual as informações já foram elaboradas, classificamos como fonte de dados secundária. Como 
exemplo podemos citar: livros, teses, monografias, apostilas etc.
O processo de análise de documentos envolve:
• Determinação dos locais em que a pesquisa documental será realizada, como bibliotecas, 
instituições e acervos. Os autores indicados na fase do projeto como referenciais teóricos 
podem não ser suficientes para embasar a pesquisa. Conforme a pesquisa vai avançando é 
comum fazer alguns ajustes no seu direcionamento, incluindo novos livros e documentos.
• Preparação para obter cópias dos documentos, seja com a compra ou empréstimo de li-
vros, xerox de fotografias etc. Fazer cópias dos documentos originais e trechos de livros 
pode ser bastante útil na redação do texto, pois permite que façamos anotações, relacionando 
com outros documentos. É importante que cada documento selecionado tenha sua referência 
completa (autor, título, edição, editora e ano), pois todos os documentos mencionados no 
referencial teórico deverão estar listados nas referências.
• Organizar e separar os documentos obtidos, com os critérios da pesquisa realizada. A or-
ganização do material traz maior agilidade na redação do texto. Quando o material é digital, 
podemos usar recursos dos editores (como anotações, grifos etc.) ou ainda usar softwares es-
pecíficos que auxiliam na organização do texto. Quando o material é impresso, pode-se usar 
diversas formas de organização, sendo a mais comum a técnica de fichamento.
Aula 3Fundamentação teórica
39Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Pesquisando na internet
A popularização e o desenvolvimento da internet trouxeram maior agilidade e facilidade em ob-
ter informações sobre os mais variados temas. A internet pode melhorar ou prejudicar a realização de 
pesquisas. 
Ajudar no sentido de obter informação em poucos segundos nos diversos mecanismos de procura, 
inclusive verificar sua veracidade em diversas fontes. E pode prejudicar devido à facilidade do “copiar 
e colar”, ocasionando a elaboração de textos muito superficiais, desconexos e ainda, cada vez mais 
comum, favorecendo a prática do plágio acadêmico. 
Quando usada de forma adequada, a internet enriquece a pesquisa, pois por meio da rede de 
computadores podemos buscar informações atualizadas sobre o assunto de nossa pesquisa. Para tanto 
devemos fazer uma seleção criteriosa sobre a credibilidade da fonte e da informação que vamos usar 
em nossa pesquisa. Onde buscar informações confiáveis na internet?
Podemos buscar informações em diversos sites de trabalhos científicos (teses, dissertações, arti-
gos etc.), como o Portal de Periódicos CAPES/MEC1, a Scientific Electronic Library Online – SCIELO2 
e também o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo – USP3. 
 O Google Acadêmico4 também auxilia na busca de autores e trabalhos diversos. Além dele, há vá-
rias universidades que possuem bibliotecas virtuais e disponibilizam livros, artigos, teses e dissertações. 
Como exemplo do que não deve ser utilizado – ouusado com muita cautela – são as informações 
que estão em sites de autores “desconhecidos”. Hoje qualquer pessoa pode construir um blog e escrever 
o que quiser, inclusive informações não verídicas, sensacionalistas e tendenciosas. Portanto, há que 
se ter muito cuidado com o uso de informações presentes em sites e blogs, pois nem sempre elas são 
confiáveis, podendo ser consideradas informações científicas não válidas.
1 <www.periodicos.capes.gov.br>
2 <www.scielo.br/?lng=pt>
3 <www.sibi.usp.br>
4 <https://scholar.google.com.br>
Aula 3 Fundamentação teórica
40 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
2 Elaboração da fundamentação teórica 
A fundamentação teórica é a etapa em que o pesquisador busca embasar sua pesquisa por 
meio de conceitos e definições de autores que publicaram sobre o assunto. É uma fase que ocupa 
muito tempo, pois envolve seleção de livros e documentos, leitura, interpretação e análise do material 
de pesquisa.
De acordo com Mello,
[...] a fundamentação teórica apresentada deve servir de base para a análise e interpretação dos da-
dos coletados na fase de elaboração do relatório final. Dessa forma, os dados apresentados devem 
ser interpretados à luz das teorias existentes (MELLO et al., 2006, p. 86).
Ao redigir um texto devemos considerar que o leitor pode ter pouco conhecimento sobre o assunto 
de nossa pesquisa. Nesse sentido, a fundamentação teórica assume o papel de contextualizar ao leitor os 
conceitos principais, necessários para o entendimento da pesquisa. Outro papel – e o mais importante 
– é servir como base para comparar os resultados da pesquisa com o que foi proposto. 
Não há limite rígido de páginas para sua elaboração (esse limite pode ser estabelecido a critério 
de cada instituição), mas é necessário ter ao menos dois autores em cada conteúdo apresentado, possi-
bilitando a comparação de seus diferentes pontos de vista, cuidando para respeitar o limite de páginas 
(quando houver) para a totalidade do trabalho.
Podemos buscar nas referências de trabalhos atuais, quais autores foram utilizados para embasar 
a pesquisa. Se um determinado livro é mencionado em diversos trabalhos, provavelmente possui con-
teúdo de grande relevância sobre o tema. 
Quando há dúvidas sobre a relevância de um livro ou documento e há pouco tempo disponível, 
a leitura do resumo e/ou da introdução e considerações finais fornece uma visão geral sobre a obra e 
auxilia na decisão entre estudá-lo ou descartá-lo.
Leitura, interpretação e análise são fundamentais para a escrita de qualquer texto, em especial 
de textos científicos, em que cada afirmação elaborada pelo pesquisador deve ser pautada em estudos já 
realizados. Lembre-se de que toda informação apresentada deve estar relacionada ao autor pesquisado 
(citação) e listada nas referências do trabalho.
Como provavelmente teremos um número grande de livros e documentos que poderão servir para 
embasamento de nossa pesquisa, será necessário adotar algum método para organizar e dar maior efi-
ciência a esse processo.
Aula 3Fundamentação teórica
41Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Se já conhecemos os assuntos que deverão ser discutidos na fundamentação teórica, podemos 
elaborar um pré-sumário, que ajudará a identificar em qual seção o documento estudado poderá ser 
incluído.
O pesquisador deve sempre anotar o texto (conteúdo literal ou paráfrase) e as referências de cada 
informação. Para essa tarefa, podemos utilizar a técnica de fichamento.
Fichamento
Fichamento é a organização mais detalhada das informações contidas nos documentos seleciona-
dos. Podemos fazê-lo pela transcrição de trechos, com indicação do autor e página ou então a síntese 
de alguns capítulos.
A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contri-
buição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes. 
Tanto a confirmação, em dada comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto a 
enumeração das discrepâncias são de grande importância (MARCONI e LAKATOS, 2003, p. 48).
Por meio do fichamento temos acesso rápido e fácil às informações necessárias para elaboração 
do texto. Independente da forma, o importante é que as informações estejam bem organizadas e com 
acesso fácil para que os dados não se percam. 
Como o material bibliográfico usado numa pesquisa na maioria das vezes não pertence ao pesqui-
sador, o fichamento permite:
a. identificar as obras;
b. conhecer seu conteúdo;
c. fazer citações; 
d. analisar o material;
e. elaborar críticas.
Há diversas formas de se fazer o fichamento e depende basicamente da capacidade de organização 
de cada pessoa. Tradicionalmente, o documento pode ser elaborado com pequenas folhas pautadas. 
Também podemos usar um caderno ou ainda o computador, com uso de um editor de textos ou de soft-
wares específicos para essa finalidade.
A seguir são listados alguns exemplos de fichamento, que podem ser feitos no papel ou no 
computador:
Aula 3 Fundamentação teórica
42 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Quadro 1: Ficha bibliográfica 
Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3
MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio 
Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 
p.
Insere-se no campo da Antropologia Cultural. Utiliza documentação indireta de 
fontes secundárias e diretas, colhidos os dados através de formulário. Emprega o 
método de abordagem indutivo e o de procedimento monográfico e estatístico. A 
modalidade é específica, intensiva, descritiva e analítica.
Apresenta a caracterização física do Planalto Nordeste Paulista.
Analisa a organização econômica do planalto, descrevendo o aspecto legal do 
sistema de trabalho e das formas de contrato, assim como a atividade exercida e as 
ferramentas empregadas em cada fase do trabalho. Registra os tipos de equipamen-
tos das habitações e examina o nível de vida das famílias.
Descreve o tipo de família, sua composição, os laços de parentesco e compadrio 
e a educação dos filhos. Examina a escolaridade e a mobilidade profissional entre 
gerações.
Apresenta as práticas religiosas com especial destaque das superstições, principal-
mente as ligadas ao garimpo.
Discrimina as formas de lazer, os hábitos alimentares, de higiene e de vestuário.
Levando em consideração o uso de uma linguagem específica, inclui um 
Glossário.
Conclui que o garimpeiro ainda conserva a cultura rurícola, embora em processo 
de aculturação. Exerce o nomadismo. É solidário.
O traço de irresponsabilidade é mais atenuado do que se esperava.
Apresenta quadros, gráficos, mapas e desenhos.
Esclarece aspectos econômicos e socioculturais da atividade de mineração de dia-
mantes na região rural de maior número de garimpeiros no Nordeste Paulista.
• Indicado para estudantes de Ciências Sociais e para as disciplinas de 
Antropologia Cultural e Social.
• Biblioteca Pública Municipal Mário de Andrade.
Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 60.
Aula 3Fundamentação teórica
43Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Quadro 2: Ficha de citações
Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3
MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio 
Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 
p.
MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio Paulista. 
São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 p.
“Entre os diversos tipos humanos característicos existentes no Brasil, o garimpeiro 
apresenta-se, desde os tempos coloniais, como um elemento pioneiro, desbravador 
e, sob certa forma, como agente de integração nacional.” (p. 7)
“Os trabalhos no garimpo são feitos, em geral, por homens, aparecendo a mulher 
muito raramente e apenas no serviço de lavação ou escolha de cascalho, por serem 
mais suaves do que o dedesmonte.” (p. 26)
“ ... indivíduos [os garimpeiros) que reunidos mais ou menos acidentalmente conti-
nuam a viver e trabalhar juntos. Normalmente abrangem indivíduos de um só sexo 
( ... ) e sua organização é mais ou menos influenciada pelos padrões que já existem 
em nossa cultura para agrupamentos dessa natureza”. (p. 47) (LlNTON, Ralph. O 
homem: uma introdução à antropologia. 5. ed. São Paulo: Martins, 1965, p. 111).
“O garimpeiro (...) é ainda um homem rural em processo lento de urbanização, 
com métodos de vida pouco diferentes dos habitantes da cidade, deles não se 
distanciando notavelmente em nenhum aspecto: vestuário, alimentação, vida 
familiar.” (p. 48)
“A característica fundamental no comportamento do garimpeiro (...) é a liberdade”. 
(p. 130)
Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 61.
Aula 3 Fundamentação teórica
44 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Quadro 3: Ficha de resumo ou de conteúdo
Ocupações Marginais no Nordeste Paulista
Ocupações Marginais na Área Rural Setor de Mineração 5.3
MARCONI, Marina de Andrade. Garimpos e garimpeiros em Patrocínio 
Paulista. São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1978, 152 
p.
Pesquisa de campo que se propõe a dar uma visão antropológica do garimpo em 
Patrocínio Paulista. Descreve um tipo humano característico, o garimpeiro, em 
uma abordagem econômica e sociocultural.
Enfoca aspectos geográficos e históricos da região, desde a fundação do povoado 
até a constituição do município. Enfatiza as atividades econômicas da região em 
que se insere o garimpo, sua correlação principalmente com as atividades agríco-
las, indicando que alguns garimpeiros do local executam o trabalho do garimpo em 
fins de semana ou no período de entressafra, sendo, portanto, em parte, trabalhado-
res agrícolas, apesar da maioria residir na área urbana.
Dá especial destaque à descrição das fases da atividade de garimpo, incluindo as ferra-
mentas utilizadas. Apresenta a hierarquia de posições existentes e os tipos de contrato 
de trabalho, que diferem do rural e o respeito do garimpeiro à palavra empenhada. 
Aponta o sentimento de liberdade de garimpeiro e justifica seu nomadismo, como 
consequência de sua atividade.
A análise econômica abrange ainda o nível de vida como sendo, de modo geral, 
superior ao do egresso do campo e a descrição das casas e seus equipamentos, 
indicando as diferenças entre ranchos da zona rural e casas da zona urbana.
Sob o aspecto sociocultural demonstra a elevação do nível educacional e a mobili-
dade profissional entre as gerações: dificilmente o pai do garimpeiro exerceu essa 
atividade e as aspirações para os filhos excluem o garimpo. Faz referência ao tipo 
de família mais comum – a nuclear –, aos laços de parentesco e ao papel rele-
vante do compadrio. Considera adequados a alimentação e os hábitos de higiene, 
tanto dos garimpeiros quanto de suas famílias. No que respeita à saúde, comprova 
a predominância da consulta aos curandeiros e dos medicamentos caseiros.
Faz um levantamento de crendices e superstições, com especial destaque ao que se 
refere à atividade de trabalho. Aponta a influência dos sonhos nas práticas diárias.
Finaliza com um glossário que esclarece a linguagem especial dos garimpeiros.
Fonte: Marconi e Lakatos, 2003, p. 62.
Aula 3Fundamentação teórica
45Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Parte
3 Encadeamento dos 
conceitos pesquisados 
A etapa da redação da fundamentação teórica inicia-se após a leitura e a organização das infor-
mações coletadas. Todos os assuntos que serão discutidos no texto devem ser organizados de forma 
lógica, crescente, de modo que permita a compreensão, mesmo de pessoas que não estejam tão fami-
liarizadas com o assunto. 
Geralmente o texto se inicia a partir de conceitos gerais, que permitirão a compreensão de forma 
mais ampla, até chegar aos tópicos específicos, o foco da pesquisa.
Recomenda-se sempre iniciar cada seção com um parágrafo de abertura, contextualizando e/ou 
apresentando o que será abordado. A partir daí toda informação apresentada deve estar embasada na 
pesquisa feita na etapa anterior. Porém, se o texto for composto apenas por citações (em especial ci-
tações diretas), sua leitura e interpretação serão prejudicados. Por isso, ao redigir um texto científico, 
é extremamente importante fazer a ligação entre os diversos parágrafos, entre suas considerações e 
as ideias dos outros autores pesquisados, utilizando algumas expressões-chave para dar mais coesão, 
como: 
A fim de… A menos que… A saber… 
Acerca de… Ainda que… Anteriormente… 
Antes de mais… Apesar de… À medida que… 
Assim… Afinal… Atendendo a que… 
Caso… Com a finalidade de… Com efeito… 
Com o objetivo de… Certamente… Como… 
Concluindo… Contudo… Da mesma forma… 
De fato…. De maneira que… De modo que… 
De tal forma que… Depois… Do mesmo modo… 
Em conclusão… Em consequência… Em primeiro lugar… 
Em relação a… Em resumo… Em seguida… 
Em segundo lugar… Embora… Este texto trata de… 
Graças a… Imediatamente… Isto é… 
Já que… Logo… Sobre… Mais tarde… 
Aula 3 Fundamentação teórica
46 Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
Mas… Todavia… Não obstante… No caso de… 
No entanto… No mesmo momento… No que se refere a… 
Ou seja… Para concluir… Para que… 
Pelo contrário… Pelo contrário… Pois… 
Por causa de… Por conseguinte… Por exemplo
Por isso… Por outro lado… Por um lado… 
Porém… Porque… Portanto… 
Posto que… Quanto a… Recapitulando… 
Se bem que… Se…. então… Sempre que… 
Devemos evitar terminar uma seção com citação, figura, tabela ou quadro. Toda informação apre-
sentada no texto deve ser discutida. Assim, ao final de cada seção devemos fazer um parágrafo de 
fechamento, apresentando as considerações sobre o que foi apresentado no capítulo (parágrafo com 
texto conclusivo).
Na escrita do texto é necessário cuidado para evitar frases e parágrafos muito longos, que dificul-
tam a leitura e a interpretação. Toda vez que mudarmos o contexto de um assunto, devemos iniciar um 
novo parágrafo. Da mesma forma, quando mudarmos o assunto é necessário criar uma nova subseção 
(subtítulo). 
Coutinho, Certo e Suinaga (2005) apresentam algumas recomendações importantes para a redação 
de um bom parágrafo num texto científico: 
a. Inserir a informação principal preferencialmente na primeira frase, com as frases seguintes 
corroborando a primeira. 
b. Finalizar o parágrafo com uma frase que faça ligação com o parágrafo seguinte.
c. Observar se os parágrafos se interligam.
d. Evitar repetições de palavras.
e. Eliminar palavras desnecessárias, evitando excesso de qualificação. 
f. Evitar frases que podem ser substituídas por simples palavras. 
g. Eliminar erros de grafia, digitação e gramática.
Ao final da redação, recomenda-se solicitar a uma terceira pessoa, não participante da escrita do 
texto, uma leitura crítica apontando as frases/parágrafos que não ficaram claros. Essa revisão é neces-
sária porque a pessoa que escreve domina o assunto e assim consegue “interpretar” o texto, mesmo que 
Aula 3Fundamentação teórica
47Metodologia da pesquisa e do trabalho científico
ele não esteja claro, gerando dificuldade maior em encontrar erros ortográficos, de coesão, coerência e 
de formulação de frases.
Parte
4 Redação técnico-científica e 
organização do texto 
Conhecer a língua portuguesa não é suficiente para redigir um texto técnico-científico. Esse co-
nhecimento se adquire a partir de muita leitura, principalmente de textos científicos, consulta a dicio-
nários, normas e convenções de escrita da comunidade científica.
A produção do texto científico requer escrita sobre temas que podem ser tratados cientificamente, 
com base em experimentação, no raciocínio lógico, na análise da aplicação de um método ou 
técnica. Esse tipo de produção objetiva expor informações comprovadas ou passíveis de compro-
vação, divulgar ideias próprias ou de outros, partilhar um saber, informar (SOARES, 2011, p. 24).
 A redação técnico-científica é uma modalidade

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