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Alice Seriano Silva D5969C-3 Joyce Aparecida Bransani D76333-4 Leonardo da Cruz Costa N2345G-0 Maria Victória de Almeida Dutra D75310-0 Roberta Duarte Polli N33663-3 Yuri Christopher Pereira da Silva N31766-6 ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Controle Autônomo da Pressão Arterial CAMPINAS 2018 Alice Seriano da Silva Joyce Aparecida Bransani Leonardo da Cruz Costa Maria Victória de Almeida Dutra Roberta Duarte Polli Yuri Christopher Pereira da Silva ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS Controle Autônomo da Pressão Arterial Trabalho referente a APS – Atividades Práticas Supervisionadas. Realizado pelos alunos do curso de Biomedicina, 2º Semestre de 2018 da faculdade Universidade Paulista – UNIP. Orientador(a): Prof. Marcelo Datti CAMPINAS 2018 RESUMO A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é uma doença cardiovascular, ou seja, é uma doença que se dá quando a pressão arterial da pessoa é superior a 140 x 90 mmHg. De acordo com a Sociedade Brasileira da Hipertensão (SBH), 25% da população brasileira sofre com essa doença, sendo que idosos acima de 60 anos tem essa porcentagem aumentada para 50%. Além de tudo isso, a hipertensão arterial é causadora de AVC, ataque cardíaco, insuficiência renal, entre muitas outras doenças. Hoje existem diversos tratamentos para a hipertensão, como a hidroterapia, a fisioterapia com acompanhamento, além dos mais conhecidos medicamentos e mudança nos hábitos alimentares e físicos. Também podemos fazer o acompanhamento e monitoramento da pressão através do MAPA e MRPA. Mas deve-se lembrar que existem fatores primordiais que podem ser um risco para a desenvoltura da doença. No trabalho iremos discursar sobre alguns métodos de monitoramento, tratamentos para a hipertensão, além de falarmos sobre pesquisas atuais que estão trazendo novas informações que irão futuramente ajudar no tratamento ou até mesmo eliminação da doença e suas consequências. Palavras-chave: AVC, ataque cardíaco, descenso noturno, pressão arterial, lesão cardíaca, hipertensão. ABSTRACT Arterial hypertension, popularly known as high blood pressure, is a cardiovascular disease, meaning it’s a disease that occurs when someone’s arterial pressure is over 140x90mmHg. According to the Brazilian society of hypertension - Sociedade Brasileira da Hipertensão (SBH), 25% of the Brazilian population suffers with this disease, and elders over 60 years old have that percentage increased to 50%. Besides that, arterial hypertension is the cause to strokes (AVC), heart attack, renal failure, amongst other diseases. There are today diverse treatments for hypertension, as hydrotherapy, physiotherapy with follow up, apart from the most common medication and change in eating habits and physicality. We can also monitor and follow up the blood pressure through MAPA and MRPA. But it must be remembered that there are primal factors that can be risk to developing the disease. In this paper we will expatiate on some of the monitoring methods, treatments for hypertension and also some new researches that are bringing new information that will, in the future, help with the treatment and even extinction of the disease and it’s consequences. Key-words: Stroke (AVC), heart attack, nocturnal descent, arterial pressure, cardiac lesion, hypertension. SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 2- CASO CLÍNICO ...................................................................................................... 8 3- DIAGNÓSTICO E PROPOSTA DE TRATAMENTO - CASO CLÍNICO ................. 9 4- ANÁLISE DE ARTIGOS ....................................................................................... 11 4.1. Impacto na Reclassificação da Hipertensão pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) segundo a V Diretriz Brasileira de MAPA ..................... 12 4.2. Ausência de Descenso Noturno se Associa a Acidente Vascular ................. 15 4.3. Inibição da síntese do oxido nítrico durante quatro dias induz anormalidades vasculares e áreas de infarto miocárdico, porém, não induz hipertensão arterial significativa ................................................................................................................ 18 4.4.Os efeitos da hidroterapia na hipertensão arterial e frequência cardíaca em pacientes com AVC ................................................................................................... 21 4.5. Fisioterapia no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva ................... 26 4.6. Infarto agudo do miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial ............................................................................................... 30 5- TERMOS UTILIZADOS ........................................................................................ 33 6- COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................... 38 7- BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 39 6 INTRODUÇÃO A hipertensão arterial é uma doença caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg. A hipertensão faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca. O Controle da pressão arterial tem como função regular a pressão que o sangue exerce sob as paredes das veias e artérias com o objetivo de manter o fluxo sanguíneo em funcionamento adequado para atender as necessidades do organismo. Existem diversos tipos de pressão como a pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média, pressão arteriolar, pressão pré-capilar, pressão capilar, pressão pós-capilar. A pressão largamente utilizada para exames médicos é a Pressão Arterial Sistólica (PAS) medido com um esfigmomanômetro. Os níveis de PA dependem de vários fatores fisiológicos: Débito Cardíaco, volume sanguíneo, a resistência ao fluxo e a viscosidade sanguínea. Esses determinantes da PA são regulados por uma série de fatores, sendo o sistema nervoso simpático e parassimpático os responsáveis pela regulação aguda da PA, enquanto os rins, regulam a PA de longo prazo. Para o sistema nervoso causar aumentos rápidos da PA, as funções vasoconstritoras e cardioaceleradoras do sistema nervoso simpático são estimuladas, esta age enquanto o corpo está em atividade, e ao mesmo tempo, há inibição recíproca dos sinais vagais parassimpáticos ao coração, esta age em momentos de repouso. Os rins controlam a pressão de duas formas: um forma é pela secreção de aldosterona pelo glândula suprarrenal, onde quando há um aumento no volume de líquido a PA sobe, eles atuam e aumentam a eliminação de água e sódio pela urina, com a finalidade de fazer a pressão voltar ao normal; o outro mecanismo permite ao rim o controle em 7 longo prazo da PA, o sistema renina-angiotensina, que inicia com a liberação de renina na circulação pelos rins, desencadeando reações que produzem angiotensina I e angiotensina II, a angiotensina II aumenta a PA por meio de sua potente ação vasoconstritora, além de atuar nos rins por meio da diminuição da excreção de sal e água. Existem também os barorreceptores, estes exercem controle sobre aPA a cada batimento cardíaco. Durante aumentos da PA, nervos aferentes que compõem o sistema são estimulados e desencadeiam bradicardia e vasodilatação periférica. Já durante a queda da PA, a estimulação dessas aferências diminui, o que provoca taquicardia e vasoconstrição periférica. Quando há alterações destes mecanismos reguladores da PA, entramos na Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que é uma condição clínica caracterizada por níveis elevados da PA (pressão sistólica ≥ 140mm/Hg e pressão diastólica ≥ 90mm/Hg). Esta é uma patologia silenciosa, que não apresenta sinais até que já esteja em estágio avançado. A hipertensão pode ser dividida em três estágios, definidos pelos níveis de pressão arterial e quando somados a condições que o paciente venha a ter, como diabetes ou histórico de AVC, determinam se o risco de morte cardiovascular do paciente é leve, moderado, alto ou muito alto. Existem alguns fatores de risco como: Consumo de bebidas alcoólicas, Obesidade, Idade, Consumo excessivo de sal, Sedentarismo, Tabagismo, Alteração dos níveis de colesterol e Diabetes Mellitus ou histórico familiar. 8 CASO CLÍNICO Sr. Atanagildo da Silva, 55 anos, 1,78 m e 97 kg, após um longo dia de trabalho apresentou quadro de tonturas, visão turva e falta de ar. Compareceu ao pronto atendimento do Hospital Geral de Bom Sucesso com pressão arterial de 160mmHg X 90mmHg. Levando em consideração o quadro apresentado, como o organismo do Sr. Atanagildo pode reagir de maneira rápida e eficaz a fim de evitar o agravamento desse quadro clínico? Descreva o quadro, possíveis causas e tratamento(s). 9 DIAGNÓSTICO E PROPOSTA DE TRATAMENTO – CASO CLÍNICO Atendimento: • Checagem de histórico do paciente e familiar: É obeso? Pratica esportes ou atividades físicas com frequência? Possui histórico de pressão alta? É fumante? Ingere álcool com frequência? Possui dieta balanceada? Possui colesterol alto? Possui diabetes? Passa por estresse constante? Já teve, tem ou possui casos de Doença de Chagas na família? Algum histórico de doença cardiovascular? Alguma outra situação parecida na família? • Constatação do problema: Hipertensão arterial • Explicando a situação: Analisando o caso do sr. Atanagildo da Silva, levando em consideração o peso e altura e os sintomas, se as ordens passadas pelo médico não forem seguidas, a probabilidade de ele ter um AVC ou um infarto são extremamente altas levando em consideração as variáveis do caso. Existem diversos tratamentos para a hipertensão, mas caso haja o não acompanhamento médico ou responsável, o paciente corre um risco enorme. Causas da hipertensão arterial: • Obesidade • Sedentarismo • Pressão Alta • Tabagismo • Alcoolismo 10 • Alto consumo de sódio e gordura saturada • Histórico familiar • Aterosclerose • Diabetes • Estresse crônico • Doença de Chagas • Dilatação do coração Consequências da hipertensão arterial: • AVC (Acidente Vascular Cerebral) • Infarto • Insuficiência renal e cardíaca • Dissecção da aorta Tratamentos: • Controle de peso • Dieta balanceada • Abolição de entorpecentes • Adesão de exercícios físicos • Medicamentos e cirurgia quando necessário 11 ANÁLISE DE ARTIGOS Os artigos selecionados para análise foram divididos entre o grupo para melhor aproveitamento de tempo e material de pesquisa. Os artigos foram retirados do acervo online da Universidade Paulista – UNIP, garantindo a veracidade do conteúdo e o fácil acesso de toda a equipe de pesquisa. O conteúdo sempre retrata situações de testes de qualidade, análise de dados, testes práticos com sujeitos animais ou humanos hipertensos e normotensos, formas de tratamento, entre outras informações relacionadas ao controle da pressão arterial. O tema “Controle autônomo da pressão arterial” foi escolhido com base no conteúdo programático da disciplina de Fisiologia Geral, ministrada pelo professor Marcelo Datti aos alunos da turma Bi2P12. 12 4.1 - Artigo: Impacto na Reclassificação da Hipertensão pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) segundo a V Diretriz Brasileira de MAPA Ano: 2013 Autor(es): Daniel Forestiero, Juliana Lustoza Mauad, Camila Forestiero, Mario Lins Peixoto, Fabio Peixoto Ganassin, Carolina Gonzaga, Antonio Carlos Cordeiro, Gabriel Doreto Rodrigues, Tiago Bueno da Silveira, Celso Amodeo Local de Publicação: Sociedade Brasileira de Cardiopatologia Aluno responsável: Joyce Aparecida Bransani Os aparelhos de MAPA1 e de MRPA2 são considerados validados quando submetidos aos protocolos de validação e por esses aprovados. Existem protocolos bem definidos para a validação dos aparelhos tais como o da Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI), que classifica o equipamento em aprovado ou reprovado, ou o da British Hypertension Society (BHS), que estabelece graus de A até D e considera o equipamento validado quando recebe graus A ou B para as pressões sistólica3 e diastólica4. Também deve ser executada sempre que for identificada discrepância maior do que 5 mmHg entre as medidas obtidas pelo aparelho e as registradas em aparelho de coluna de mercúrio calibrado, por meio de um conector em Y, procedimento que deve ser realizado, pelo menos, a cada seis meses (Grau de Recomendação IIa – Nível de Evidência D). Os valores da PA5 medida em consultório podem ser maiores, semelhantes ou menores do que os obtidos durante a vigília pela MAPA ou pela MRPA. As características que orientam a pesquisa para diagnóstico nessa situação são: jovens com PA casual normal ou limítrofe e hipertrofia de ventrículo esquerdo, pais hipertensos, relato de medidas ocasionalmente elevadas fora do consultório e risco cardiovascular elevado. Por fim, considerados esses aspectos gerais, comuns à MAPA e à MRPA, devem-se considerar alguns pontos necessários para orientar a constituição de um 13 serviço para realização desses exames. Condições indispensáveis para a criação de serviços de MAPA ou MRPA: Local apropriado; Pessoal treinado; Equipamentos validados; Equipamentos calibrados; Manguitos de acordo com as necessidades individuais; Médico responsável com conhecimentos específicos nos métodos. MAPA é o método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas, ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono. A MAPA deve fazer parte do fluxograma para diagnóstico da hipertensão arterial. Existem evidências de que as variáveis obtidas pela MAPA possibilitam estabelecer melhor o prognóstico dos desfechos primários, ou seja, eventos cardiovasculares maiores, tais como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico, quando comparadas às medidas casuais de consultório da pressão arterial. Além disso, apresentam algumas vantagens potenciais em relação à medida casual, como atenuação do efeito do observador sobre a PA, eliminação do viés de registro, obtenção de valores que mais se aproximam aos da PA habitual dos indivíduos, possibilidade de avaliação do efeito da pressão durante o sono e na elevação matinal e avaliação da resposta terapêutica durante as 24 horas. Indicações principais para o uso da MAPA: Suspeita de hipertensão do avental branco (Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A) ; Avaliação de normotensos no consultório com lesão de órgãos-alvo, ou seja, suspeita de hipertensão mascarada (Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A) ; Avaliação da eficácia terapêutica anti-hipertensiva: a) Quando a PA casual permanecer elevada apesar da otimização do tratamento anti- hipertensivo para diagnóstico de hipertensão arterial resistente(Grau de Recomendação IIa – Nível de Evidência B) ou efeito do avental branco (Grau de Recomendação IIa – Nível de Evidência B), ou b) Quando a pressão arterial casual estiver controlada e houver indícios da persistência (Grau de Recomendação IIa – Nível de Evidência B), ou progressão (Grau de Recomendação I – Nível de Evidência B) de lesão de órgãos-alvo; Avaliação de sintomas, principalmente hipotensão (Grau de Recomendação I – Nível de 14 Evidência D). Não devem ser estabelecidos, em conformidade com as informações hoje disponíveis, diagnósticos de normotensão, hipertensão arterial, hipertensão do avental branco ou normotensão do avental (hipertensão mascarada) utilizando-se a MAPA, pois esses são diagnósticos clínicos (Grau de Recomendação Ia – Nível de Evidência A). É importante salientar que não existem estudos longitudinais com o uso da MAPA na população brasileira. As médias de pressões sistólicas e diastólicas obtidas durante a vigília são geralmente menores do que as obtidas pelas medidas casuais ou de consultório. Embora haja sugestões de utilidade do cálculo das áreas sob as curvas na avaliação do comportamento da pressão arterial pela MAPA, ainda há necessidade de estudos comprovando a sua aplicação. 15 4.2 - Artigo: Ausência de Descenso Noturno se Associa a Acidente Vascular Ano: 2009 Autor: Renan Oliveira Vaz de Melo Publicação: Sociedade Brasileira de Cardiologia Aluno responsável: Roberta Duarte Polli A hipertensão arterial é uma doença caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg. A hipertensão faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca. A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) é um exame complementar capaz de avaliar o padrão pressórico no período de 24 horas, segundo o artigo o exame (MAPA) prognosticam melhor os eventos cardiovasculares, como o Infarto Agudo do miocárdio (IMA) e também o Acidente Vascular Cerebral (AVC). A Pressão arterial sistólica no sono, seguida da pressão arterial sistólica de 24 horas e da pressão arterial de vigília foram os principais parâmetros avaliados pela MAPA. Outra variável que se destacou foi a queda pressórica que ocorre no descenso noturno6. Nesta situação ocorre uma redução de 10% da pressão arterial. A pesquisa apresentada no artigo teve como objetivo analisar a prevalência de descenso noturno em indivíduos com hipertensão arterial sistólica, correlacionar com descenso noturno aos níveis pressórico, e associa-los a eventos cardiovasculares. Foi realizado um estudo com 163 pacientes hipertensos e divididos em grupos com descenso noturno e sem descenso noturno, com diagnósticos de 16 hipertensão arterial sistólico a três anos. Foi investigado todos os históricos dos pacientes de riscos ou informações para prontuário médico. O aparelho foi instalado no paciente em período diurno e foi monitorado por 24 horas com atividades diárias dos pacientes e programado para registrar a medida da pressão arterial de 15 em 15 minutos durante o dia e de 20 em 20 minutos durante a noite, os pacientes fizeram anotações das atividades diárias como os horários de descanso e refeições. Nos resultados das pesquisas após análise do MAPA, os grupos foram compostos por pacientes com hipertensão arterial com descenso noturno com 29 mulheres e 24 homens e hipertensos sem descenso noturno por 62 mulheres e 48 homens. O grupo com descenso noturno apresentou maiores níveis pressóricos, tanto para a pressão arterial sistólica quanto a diastólica. Já a média de glicemia não foi apresentada com diferença entre os grupos. Também foi analisado que a pressão dos grupos não foi significante quanto ao sexo, cor, tabagismo, sedentarismo e histórico de infarto do miocárdio. Os grupos também não diferenciaram ao uso de medicamentos anti-hipertensivos. Neste estudo teve também uma ausência de descenso noturno com prevalência alta, essa ausência apresentou fatores de riscos cardiovasculares e também uma frequência maior de lesões de órgão alvo. Em pacientes com idade a cima de 60 anos observou-se maior pressão de pulso no grupo sem descenso noturno durante a noite. Nas pesquisas constataram um nível alto de HDL-c7 em pacientes com descenso noturno, e um nível menor nos pacientes sem descenso noturno. Apesar deste nível menor, não apresentou um maior risco de lesões nos órgãos-alvo. A diabetes era um dos fatores duvidosos para os pesquisadores, pois poderia interferir no padrão de descenso noturno, mas como a divisão dos grupos ficaram com uma distribuição homogênea, esse fator foi eliminado. 17 Foi estatisticamente significante no estudo o acidente vascular encefálico e o infarto do miocárdio em pacientes sem descenso noturno, e com maior risco de mortalidade. Segundo o artigo a variação anormal da pressão arterial continua desconhecida, embora exista envolvimento de comprometimento no balanço autônomo, isso leva a hiperatividade simpática durante o sono, podendo alterar o ritmo cardíaco. Essas condições foram encontradas em pacientes com apneia do sono. A ausência de descenso noturno pode ser associado ao sedentarismo; o estudo revela que a inatividade diária pode causar baixa qualidade de sono. O estudo destacou também que valores pressóricos médios durante o dia e a noite por 24 horas obtidas pelo MAPA está acima dos limites recomendados. No caso da pesquisa, foi adotado um tratamento mais rigoroso com modificação de horários de medicamentos para que o volume pressórico dos pacientes melhore e consequentemente mude o descenso noturno. A pesquisa revelou que embora não tenha nada concreto em relação ao tratamento com medicamento, a melhora na qualidade do sono, diminuição da ingestão de sódio e melhor controle pressórico são fundamentais para o risco cardiovascular e diminuindo a mortalidade e morbidade ajudando na qualidade de vida. 18 4.3 - Artigo: Inibição da síntese do oxido nítrico durante quatro dias induz anormalidades vasculares e áreas de infarto miocárdico, porém, não induz hipertensão arterial significativa (pt) Autor(es): Ricardo Xavier Vidal Ano: 2012 Local de Publicação: Jornal Vascular Brasileiro Aluno responsável: Maria Victoria de Almeida Dutra O Óxido Nítrico8 é um composto que traz relaxamento muscular e, em muitos casos, é a principal causa de hipertensão arterial nos humanos. No Brasil, as doenças cardiovasculares, que tem como grupo de risco os hipertensos, são a primeira causa de mortalidade, representando 30% do total de óbitos. A empresa Sigma Chemical, localizada em St Louis, produziu um composto conhecido por L-NAME9 (nitro-arginina-metil-éster) que, quando administrada oralmente ou parenteralmente10 bloqueia a síntese do óxido nítrico que é necessário para a manutenção da pressão arterial normal. Atualmente crescem as discussões sobre a real influência do bloqueio da síntese do óxido nítrico. O déficit de NO, causa lesões e perca de massa miocárdica. Em estudos podemos analisar que em grande parte dos hipertensos, a síntese do ON é reduzida, causando maiores chances de lesão miocárdica. Para a produção deste artigo, foi feito um estudo com 14 ratos adultos com pressão arterial dentro dos parâmetros da normalidade, 6 destes foram utilizados como Grupo de Controle, enquanto os outros 8 receberam doses diárias do L-NAME durante 4 dias (Grupo L). No 4° dia do experimento, metade dos ratos já haviam falecidoe a outra metade recebeu anestésicos para a realização da necropsia. 19 No Grupo de Controle, o tecido miocárdico apresentava parâmetros normais, as veias apareciam mais no 1/3 da camada externa e as artérias apareciam mais no 1/3 de camada mediana do miocárdio. A espessura das veias e artérias se manteve normal, nas camadas internas e externas do miocárdio. No Grupo L, anormalidades puderam ser vistas como a alteração da dimensão das paredes das artérias, dano e aumento da espessura de veias e menores artérias (arteríolas). Também foi observado fibrose reativa11 e fibrose perivascular12 entre o miocárdio e as células da parede vascular. Neste período também foi possível observar áreas de infarto e danos renais. Alguns artigos trazem estudos feitos durante 2 a 3 dias, mas também existem artigos onde a dose de L-NAME foi diminuída e administrada por 35 dias. Em alguns artigos temos testes nas marcas de 3, 28, 42 e 56 dias para ver até quando seria possível reverter os danos causados pelo bloqueio de NO. O bloqueio de NO também foi descoberto como gerador de enzimas que alteram o código genético, porém as mesmas só afetam o gene de mamíferos. Alguns autores sugerem que o sistema renina-angiotensina13 é o responsável da propagação do L-NAME e outros sugerem que administrar doses de Aldosterona14 e Angiotensina II15 em ratos, produz fibrose reparativa16 similar aos casos onde foram utilizados o L-NAME. Um artigo feito por Moreno Jr. H, mostra que a administração de L- NAME junto ao Maleato de Enalapril17 acaba impedindo a hipertensão ventricular e arterial, porém não evita a lesão miocárdica. Uma pesquisa de Numaguchi K chega à conclusão de que a administração de Hidralazina18 atrasa os danos causados pelo L-NAME, porém não impede completamente quando há bloqueio da síntese do NO por longos períodos. 20 Os resultados sugerem que a inibição do oxido nítrico induz anormalidades vasculares e áreas de infarto, porém, não induz hipertensão arterial, já que o mesmo pode ser utilizado para aumentar ou diminuir a pressão arterial. 21 4.4 - Artigo: Os efeitos da hidroterapia na hipertensão arterial e frequência cardíaca em pacientes com AVC Autor(es): Maryana Therumy Kabuki, Tatiana Sacchelli de Sá Ano: 2007 Local de Publicação: Revista Neurociência Aluno responsável: Alice Seriano Silva RESUMO: A hipertensão arterial é uma das causas relacionadas ao aparecimento de acidentes neurovasculares. INTRODUÇÃO O acidente vascular cerebral (AVC)19 é uma doença neurológica que mais afeta o sistema nervoso causando incapacidades físicas e mentais. Isso ocorre devido à interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro, que pode causar uma obstrução na artéria caracterizando como AVC isquêmico ou a ruptura de um vaso, caracterizando o AVC hemorrágico. Alguns fatores de risco para o acidente vascular além da idade é a hipertensão alta sistólica ou diastólica, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, stress, entre outros. O AVC aumenta com o aumento da pressão arterial. Existem estudos hoje em dia em que se estuda a hidroterapia, uso da água sob diversas formas para fins terapêuticos, para o controle da pressão arterial. O risco de um AVC se inicia a partir dos valores normais de PA sendo 120 x 80 mmHg. Acima disso já é um risco a saúde do paciente. Os exercícios em água aquecida ajudam em diversos sistemas do corpo podendo ser no sistema cardíaco, muscular, respiratório, entre outros, elevando as alterações fisiológicas. 22 MÉTODO Na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo foram feitos estudos com pacientes hipertensos. Os participantes tinham que ter 1 ano de lesão sem tratamento nenhum fisioterapêutico durante esse tempo. Apenas 2 pacientes, do sexo feminino e masculino e ambos com idade de 65 anos foram aceitos. Eles faziam uso de medicações para hipertensão todos os dias antes de ir dormir. Passaram primeiramente por uma ficha de avaliação, assinaram o termo de consentimento esclarecido e logo em seguida foi realizada uma avaliação física. O estudo, feito na piscina da Clínica com água a 34 °C, foi realizado entre agosto e outubro de 2006 e com frequência de três vezes na semana, totalizando 24 sessões de uma hora cada. Antes do início e logo após o término era aferido a pressão de ambos os participantes para registro. Durante as sessões, os participantes permaneciam com o frequencímetro para a verificação da frequência cardíaca. Os exercícios feitos eram baseados em alongamentos, exercícios para membro inferiores e posteriores que a cada sessão era dificultado um pouco com a utilização de caneleiras para os membros inferiores e de braçadeiras para os membros superiores. Foram realizados também exercícios cardiorrespiratórios com a imersão da face na água com o objetivo de o paciente inspirar o máximo fora da água e expirar dentro da água. Logo após o término era aferida as pressões arteriais e frequência cardíaca. RESULTADOS: Foi observada uma diminuição significativa na pressão sistólica com um desvio padrão de 4,1% (Figura 1) e houve uma diminuição na pressão diastólica num valor de 10,1% (Figura 2) dos pacientes após as sessões de hidroterapia. Em relação à frequência cardíaca, houve uma elevação com os exercícios em água de 15,3% (Figura 3). 22 Durante o treino cardiorrespiratório nas sessões de hidroterapia, houve uma queda na frequência em 1% (Figura 4). 23 Figura 1. Pressão Sistólica apresentada pela paciente do sexo feminino, no início e no final das terapias realizadas. Figura 2. Pressão Diastólica apresentada pelo paciente do sexo masculino, no início e no final das terapias realizadas. 24 Figura 3. Frequência cardíaca apresentada pelo paciente do sexo masculino, no início e no final das terapias. Figura 4. Frequência cardíaca durante a imersão em água, apresentada pelo paciente do sexo masculino. DISCUSSÃO Pessoas com casos de AVC podem apresentar alguns distúrbios autônomos como a elevação da pressão arterial. Podemos ver uma alteração na pressão arterial pois quando imerso, as arteríolas das pessoas dilatam-se 25 causando uma redução na resistência periférica e por isso há uma queda da pressão arterial. Tanto a pressão sistólica quanto a diastólica tiveram uma diminuição em comparação a pressão inicial. Isso se dá, pois, a atividade física produz diminuição em ambas às pressões além de prevenir outros tipos de doenças cardiovasculares. A imersão de face e corpo inteiro diminui a frequência cardíaca pois há uma expiração máxima no interior da água, onde os pacientes realizam uma pressão positiva expiratória final (PEEP) que tem como objetivo a melhora da oxigenação e assim a diminuição do débito cardíaco. CONCLUSÃO A hipertensão arterial tem como risco o crescimento de AVC em pacientes com histórico. Conseguimos verificar que com a hidroterapia como papel importante na diminuição das pressões diastólica e sistólica evitando um aumento crescente dos números nos pacientes. Viu-se também que a hidroterapia junto com atividade física fornece alterações nas pressões e na frequência cardíaca. 26 4.5 - Artigo: Fisioterapia no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva Ano: 2017 Autor(es): Priscila Longo Silvestre da Silva, Fagner Cordeiro Vilar Mendes Local de Publicação: Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research (BJSCR) / UNINGA – Centro Universitário de Ingá Aluno responsável: Leonardo da Cruz Costa A Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é uma condição em que o coração nãobombeia sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo; com isso, há falta de oxigênio e nutrientes para os órgãos onde existe um acúmulo de sangue. A ICC tem início com a redução da contratilidade miocárdica e consequente queda do Débito Cardíaco (DC)20, redução da Fração de Ejeção (FE)21 e aumento dos volumes ventriculares. Em resposta à redução da performance cardíaca, surgem os chamados mecanismos de compensação, como o aumento da contratilidade cardíaca, vasoconstrição periférica, retenção de sódio e água e aumento da volemia22. Os mecanismos compensadores são: Dilatação hipertrófica do miocárdio, aumento do Débito Cardíaco (DC) e catecolaminas23 (ativação neuroendócrina) e aumento do volume sanguíneo por ativação renina- angiotensina-aldosterona. Após algum tempo ocorre falha nesses mecanismos compensatórios, que variam de acordo com a intensidade da patologia. A dispneia24 e a fadiga durante o exercício constituem os principais sintomas clínicos da ICC, induzindo os pacientes a interromperem precocemente o esforço físico e progressivamente ocorre restrição das atividades cotidianas e pelo círculo vicioso de inatividade. 27 A doença arterial coronariana é a causa subjacente da ICC em cerca de dois terços dos pacientes com disfunção sistólica ventricular esquerda. As causas mais comuns de ICC são as coronariopatias, a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), a miocardiopatia dilatada não isquêmica e a cardiopatia valvar. No Brasil é estimado que existam 2 milhões de pacientes com IC e 240 mil novos casos são diagnosticados anualmente, sendo a IC a principal causa de internação hospitalar por doença cardiovascular no nosso país. A incidência de ICC aumenta exponencialmente com a idade e apresenta alta mortalidade. A ICC pode ocorrer tanto do lado Esquerdo como no Direito do coração. Na manifestação da Insuficiência Cardíaca Congestiva Esquerda (ICCE), o órgão que mais sofre com a retenção de líquidos é o pulmão, e isso ocorre em detrimento da incapacidade circulatória no circuito pulmão-coração por problemas inerentes à bomba ventricular esquerda deficitária. A Insuficiência Cardíaca Congestiva Direita (ICCD) é rara, o Ventrículo Direito (VD) não consegue executar as suas funções de recepção (diástole) ou de bombeamento (sístole) de sangue aos pulmões. A fisioterapia, por meio da aplicação de exercícios bem prescritos e controlados, é uma das formas de intervenção não medicamentosa que tem se mostrado extremamente positiva para os portadores de ICC. Além disso, com o tratamento fisioterapêutico é possível encontrar melhoria das respostas cardiocirculatórias do controle do coração, efetuadas pelo SNA25 (Sistema Nervoso Autônomo), melhorias da ação sináptica, e do incremento da ação vagal sobre o coração. Um aliado na prevenção da progressão da ICC, é o exercício físico que age no combate a fatores de risco para a HAS, como o diabetes mellitus, a obesidade e o estresse. 28 Os principais fatores que interferem na capacidade física de portadores de ICC são: Diminuição do DC associada à menor oferta de O2 aos músculos em exercício; Diminuição da perfusão muscular26; Refeição do número de enzimas oxidativas na musculatura esquelética; Hiperatividade do SNA; Alteração na função endotelial27; Acidose metabólica precoce28; Diminuição do fluxo sanguíneo periférico; Diminuição da complacência pulmonar. A prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde no mundo. Com relação a HAS, o tratamento da Fisioterapia tem se mostrado um excelente efeito, principalmente para a Hipotensão pós exercício e melhora da PA com a prática do exercício prolongado, os autores Cunha, Rios, Moreno, et al (2006), fizeram um estudo sobre o efeito da duração da sessão de exercício sobre a hipotensão pós-exercício onde foi investigado indivíduos hipertensos e normotensos. Existem evidências de que o exercício realizado a 30%, 50% e 80% do VO2 pico resulta em reduções semelhante na PA pós-exercício em normotensos. Brum, Forjaz, Tinucci et al. (2004) observaram que somente com o treinamento físico realizado em intensidade leve a moderada atenuou-se a HAS de ratos com hipertensão severa quando comparados a ratos sedentários e treinados sendo que o mecanismo hemodinâmico envolvido na atenuação da hipertensão nesses animais foi a redução do DC. Em um estudo realizado por Mancini, Henson, La Manca et al (1995), com 14 pacientes com IC crônica foram incluídos em um programa supervisionado de treinamento muscular respiratório de 3 sessões semanais, a capacidade de exercício submáximo e máximo foram significativamente melhorados, ao avaliar os resultados do TC629. Com relação ao acúmulo de líquidos corporais devido a ICC, foi que o fluxo sanguíneo muscular aumenta proporcionalmente à redução da atividade nervosa simpática muscular. 29 A duração dos exercícios aeróbicos propostos deve obedecer a uma característica biológica que envolve os vários mecanismos orgânicos que se desenvolvem adaptativamente ao esforço realizado e a intensidade de exercícios de resistência localizada é divergente, no entanto, é aconselhável uma intensidade entre 60 a 80% da contração voluntária máxima. Às contraindicações absolutas do exercício, destacam-se: angina instável; tromboflebite30; embolia recente; infecção sistêmica aguda; bloqueio AV de 3° grau (sem marca-passo); pericardite31 ou miocardite aguda32; arritmia não-controlada; insuficiência ou estenose mitral33 ou aórtica graves sem tratamento adequado; IC descompensada; HAS descontrolada (PAS ≥ 200 ou PAD ≥ 110); depressão do segmento ST > 2mm; problemas ortopédicos ou neurológicos graves; diabetes mellitus descontrolada; doença sistêmica aguda ou febre de origem desconhecida; outros problemas metabólicos descompensados A reabilitação cardiovascular pode ser conceituada como um ramo de atuação da cardiologia que, permite a restituição, ao indivíduo, de uma satisfatória condição clínica, física, psicológica e laborativa. 30 4.6 - Artigo: Infarto agudo do miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial Ano: 2004 Autor(es): José Fernando Vilela Martin, Letícia Goto Andrade, Afonso Augusto Carvalho Loureiro, Moacir Fernandes de Godoy, Domingo Marcolino Braile. Local de Publicação: Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Aluno responsável: Yuri Christopher Pereira da Silva Resumo O artigo tem como objetivo demonstrar a importância do correto diagnóstico de dor torácica na emergência hospitalar, com o objetivo de tratar corretamente o quadro de emergência hipertensiva. O objeto de estudo é a diferenciação do diagnóstico entre infarto agudo do miocárdio e a dissecção de aorta, cujos sintomas possuem algumas similaridades, porém com a devida realização e análise dos exames, apresenta diagnósticos claros para o correto tratamento. Para evidenciar o caso, o artigo cita o caso ocorrido com um paciente na emergência em julho de 2001; os principais sintomas eram: dor nas regiões precordial34 e retroesternal35 a quatro dias seguidos, em queimação intensa, com irradiação para o pescoço, membros superiores e dorso, desencadeada em repouso e associada a náuseas e sudorese fria. O paciente possuía longo histórico de hipertensão não tratada, tabagismo e uso etílico. Inclusive um ano antes do episódio citado, já havia sido diagnosticado através de ecocardiograma, dilatação de aorta ascendente e insuficiência aórtica de graus discretos. Com base no eletrocardiograma inicial foi conduzido tratamento como infarto do miocárdio de parede inferior, já que apresentava supra31 desnivelamento de segmento de dois milímetros em parede inferior e apresentou redução após a utilização de nitrato sublingual. Porém após a intervenção inicial, o resultado de um ecocardiograma evidenciou a dissecção aguda de aorta tipo A, sendo necessária a intervenção cirúrgica para correção da dissecção e troca de valva aórtica, onde foi utilizada prótese biológica bovina. O procedimento foi realizado com sucesso, sendo necessário também a correção de dissecção residual distal, através da colocação de um stent36 via femoral. A dissecção aguda de Aorta de acordo com o artigo é uma emergência cardiovascular com alta mortalidade, sendo 50% a 48 horas do ocorrido, chegando a 85% após um mês. O início da dissecção é transversal, ocorrendo 70% dos casos na aorta ascendente, 20% na aorta descendente e em 10% na aorta transversa. A principal manifestação é através de dor de forte intensidade na região torácica, que pode ser irradiada para o dorso, abdômen, membros superiores e inferiores, associada a sudorese, dispneia e também edema pulmonar. Algumas doenças geram predisposição ao aparecimento da dissecção, sendo que a hipertensão arterial é o fator predisponente mais comum, presente entre 62% a 78% dos pacientes, além dela, são citadas pelo artigo como exemplo, coarctação37 da aorta com estenose38 em válvula aórtica bicúspide, portadores de próteses valvares e portadores de síndromes como de Marfan, Turner e Ehler-Danlos. O artigo apresenta a informação de que a dissecção e o infarto do miocárdio podem ocorrer em conjunto, com taxas de 1,5% a 7,5%, o que reforça a importância do diagnóstico ser preciso, para que não ocorram casos de falha no tratamento. No estudo de caso em questão, são citados fatores que levavam dúvidas sobre o diagnóstico de infarto, sendo eles o histórico clinico do paciente, alterações inespecíficas do segmento ST em outras derivações, com redução após o uso de Isordil39 sublingual, ausência de 32 ondas de necrose, duração de quatro dias da dor precordial e alterações enzimáticas pouco expressivas. O diagnóstico da dissecção é obtido através da realização de exames complementares, podendo ser citados, ecocardiograma transtorácico e transesofágico, tomografia computadorizada, ressonância magnética e a ortografia. Como método terapêutico e para diagnóstico pode ser realizado também o cateterismo cardíaco. Em todos os casos de dissecção devem ser considerados cirurgia de emergência, tendo em vista o alto grau de mortalidade por ruptura intrapericardica da aorta, hemotórax, insuficiência aórtica, isquemia e necrose de órgãos localizados. A cirurgia se inicia com o reconhecimento do ponto de início da dissecção e deve ser realizada com circulação extracorpórea40, parada circulatória total e hipotermia profunda a 26º, dispondo de tempo suficiente para inspeção da crossa da aorta e sutura distal das camadas da aorta ao tubo de Dacron ou de pericárdio Bovino. A válvula aórtica normalmente é preservada, mas em algumas situações sua substituição pode ser necessária, assim como ocorreu no caso estudado. Após a cirurgia, o controle terapêutico é focado na manutenção da pressão arterial, assim como no acompanhamento através de exames não invasivos da situação da aorta torácica. 33 TERMOS UTILIZADOS 1. MAPA: a sigla utilizada para abreviar o nome de um exame cardiológico, a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial. Trata-se de um minigravador digital que fica acoplado à cintura do paciente e conectado a uma braçadeira presa ao braço que é insuflado a cada 20-30 minutos, registrando a pressão arterial em vários períodos do dia, inclusive durante o sono. 2. MRPA: a Monitoração Residencial da Pressão Arterial consiste no registro da pressão arterial por método indireto ao longo de cinco dias, com três medidas de manhã e três à noite, feitas durante a vigília pelo paciente ou por outra pessoa treinada, tanto no domicílio como no trabalho, com aparelhos validados. Esse exame nada mais é que a versão de longa duração do MAPA. 3. Pressão Sistólica: a “pressão máxima”. Se trata da pressão do sangue no momento da contração do coração, ocasionando o impulso do sangue para as artérias. 4. Pressão Diastólica: também conhecida como mínima, se opõe a pressão arterial sistólica e é influenciada pela resistência imposta pelos vasos contra a passagem do sangue. 5. PA: Pressão arterial 6. Descenso Noturno: A pressão arterial varia de acordo com o ciclo circadiano, apresentando quedas fisiológicas durante o sono. Essas quedas são chamadas de descenso noturno. 7. HDL-c: A lipoproteína de alta densidade faz parte da família das lipoproteínas. É chamada de "colesterol bom", porque se acredita que ela seja capaz de retirar ateromas das artérias. O HDL transporta colesterol dos tecidos do corpo humano ao fígado - o chamado transporte reverso do colesterol. 8. Óxido Nítrico: O óxido nítrico (NO) é um radical livre gasoso, inorgânico, incolor, constituindo um dos mais importantes mediadores de 34 processos intracelular e extracelular. É altamente lipofílico, sintetizado pelas células endoteliais, macrófagos e de alguns neurônios do cérebro. Esse óxido é utilizado no relaxamento do músculo liso da parede do vaso dilatando- o, aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão arterial. As células do sistema imunitário, denominadas macrófagos, produzem óxido nítrico para combater bactérias. 9. L-NAME: O Nw-nitro-arginina-metil-éster, é um análogo e antagonista do aminoácido L-Arginina, a partir do qual o óxido nítrico é sintetizado. Este composto bloqueia a síntese do óxido nítrico necessário para a manutenção da pressão arterial normal. 10. Parenteral: É solução ou emulsão com diferentes formulações, de acordo com a necessidade individualizada. É composta normalmente por carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais para alimentação especial. 11. Fibrose reativa: A formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização que reage a influências em seu redor, podendo aumentar ou diminuir de acordo com o ambiente. 12. Fibrose perivascular: A formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização localizada no pericárdio vascular. 13. Sistema renina-angiotensina: É um conjunto de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos no controle do volume de líquido extracelular e na pressão arterial 14. Aldosterona: É um hormônio sintetizado na zona glomerulosa do córtex das glândulas suprarrenais. Tem como alvo os rins. A sua principal função consiste na regulação do balanço eletrolítico 15. Angiotensina II: É um peptídeo que faz parte do sistema renina angiotensina aldosterona. É formado a partir da ação da enzima conversora da angiotensina sobre a angiotensina I. 35 Tem numerosas funções conhecidas na fisiologia humana, em especial no controle da pressão arterial 16. Fibrose reparativa: A formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização que pode ser reparado ou eliminado. 17. Maleato de Enalapril: Pró-fármaco utilizado no tratamento da hipertensão, e também em casos de insuficiência cardíaca, sendo que seu mecanismo de ação envolve a inibição da enzima conversora da angiotensina. É derivado dos aminoácidos L-alanina e L-prolina. 18. Hidralazina: É um fármaco vasodilatador, utilizado em casos de hipertensão arterial e pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva. Ação, principal, em artérias e arteríolas provocando queda na pressão arterial em seguida taquicardia reflexa e elevação do debito cardíaco. 19. AVC: Acidente Vascular Cerebral, causa danos ao cérebro devido à interrupçãodo fornecimento de sangue. 20. Débito Cardíaco (DC): é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico. 21. Fração de Ejeção (FE): a relação, em porcentagem, entre a quantidade de sangue que entra e sai pelo coração. Quanto mais elevado, melhor. 22. Volemia: é um termo médico para a quantidade de sangue circulando no corpo. Em um humano adulto ela é de aproximadamente 75 ml/kg logo um homem de 60 kg possui cerca de 4,5 litros de sangue. 23. Catecolaminas: é uma monoamina, um composto orgânico que tem um grupo catecol (grupo benzeno com duas hidroxilas laterais em carbonos 1 e 2) e uma cadeia lateral de amina. 24. Dispneia: dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta. 36 25. SNA: Sistema Autônomo Nervoso Simpático 26. Perfusão muscular: Perfusão refere-se à ação que consiste em fazer com que um líquido entre de forma lenta, mas sustentada no organismo, geralmente feita por método intravenoso. Quando o liquido entra pela corrente sanguínea, nos músculos, é chamada de perfusão muscular. 27. Função endotelial: As células endoteliais formam o endotélio vascular, que é um epitélio simples e plano (de uma só camada de células) que recobre a face interna dos vasos sanguíneos e o coração. 28. Acidose metabólica: A acidose metabólica é o excesso de acidez no sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de carbonatos. Quando um aumento do ácido supera o sistema tampão do pH do corpo, o sangue pode tornar-se realmente ácido. Quando o pH sanguíneo cai, a respiração torna-se mais profunda e rápida à medida que o organismo tenta livrar o sangue do excesso de ácido reduzindo a quantidade de dióxido de carbono. Finalmente, os rins também tentam compensar excretando mais ácido na urina. No entanto, ambos os mecanismos podem ser superados quando o corpo continua a produzir ácido em demasia, o que acarreta uma acidose grave e, em última instância, o coma. 29. TC6: O teste da caminhada dos 6 minutos (TC6) mede a distância que o paciente consegue caminhar durante 6 minutos, sobre uma superfície lisa e sem inclinações. 30. Tromboflebite: oclusão de um segmento ou da totalidade de uma veia decorrente da formação de um coágulo (trombo). 31. Pericardite: Inchaço e irritação da membrana fina em forma de saco que envolve o coração (pericárdio). 32. Miocardite aguda: Inflamação grave da camada média da parede do coração. 33. Estenose mitral: estreitamento do orifício mitral, que obstrui o fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. 37 34. Região precordial: porção do corpo sobre o coração e à esquerda da porção inferior do esterno. 35. Região retroesternal: 36. Stent: é uma endoprótese expansível, caracterizada como um tubo perfurado que é inserido em um conduto do corpo para prevenir ou impedir a constrição do fluxo no local causada por entupimento das artérias, ou para reconstruir uma artéria acometida por aneurisma. 37. Coarctação da aorta: Estreitamento do grande vaso sanguíneo (aorta) que leva o sangue do coração para o corpo. 38. Estenose: estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício. 39. Isordil: é um fármaco utilizado no tratamento da angina, edema agudo de pulmão e insuficiência cardíaca congestiva. Trata-se de um vasodilatador direto. 40. Circulação extracorpórea: consiste na substituição temporária das funções de órgãos vitais de um paciente, como coração e pulmão, quando eles estão inoperantes durante uma cirurgia. 38 COMENTÁRIOS FINAIS A pressão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação diagnóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade; relacionando-se com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore de transporte sanguíneo. Verificando que a pressão arterial varia de acordo ao sexo, idade e atividade física, é possível concluir que o simples fato de um movimento, um ano a mais ou sua etnia, implica em um aumento do débito cardíaco pois quanto mais vezes o coração bate por minuto, mais sangue ele bombeia, fazendo com que o volume de sangue em trânsito seja maior. A pressão é determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra para circular no corpo, devido a interrupções ou bloqueios em seu caminho. Tratar e até mesmo prevenir a hipertensão arterial envolve, fundamentalmente, ensinamentos para que se processem mudanças dos hábitos de vida, tanto no que se refere ao tratamento medicamentoso e alimentares, mas também em hábitos físicos e muitas vezes sociais. 39 BIBLIOGRAFIA ARTIGOS: FORESTIERO, Daniel; MAUAD, Juliana Lustoza; FORESTIERO, Camila; PEIXOTO, Mario Lins; GANASSIN, Fabio Peixoto; GONZAGA, Carolina; CORDEIRO, Antonio Carlos; RODRIGUES, Gabriel Doreto; SILVEIRA, Tiago Bueno da; AMODEO, Celso. Impacto na Reclassificação da Hipertensão pela Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) segundo a V Diretriz Brasileira de MAPA. Arq Brasil Cardiol. 2013;100(2):175-179 XAVIER-VIDAL, Ricardo. Inhibition of nitric oxide synthesis for four days induces vascular abnormalities and myocardial infact áreas but not significant arterial hypertension. J Vasc Bras 2012, Vol. 11, N°2 KABUKI, Maryana Therumy; SÁ, Tatiana Sacchelli de. Os efeitos da hidroterapia na hipertensão arterial e frequência cardíaca em pacientes com AVC. Rev Neurocienc 2007; 15/2:131-134 SILVA, Priscila Longo Silvestre da; MENDES, Fagner Cordeiro Vilar. FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA. BJSCR (ISSN online: 2317 -4404) MARTIN, José Fernando Vilela; ANDRADE, Letícia Goto; LOUREIRO, Afonso Augusto Carvalho; GODOY, Moacir Fernandes de; BRAILE, Domingo Marcolino. Infarto agudo do miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial. Rev Bras Cir Cardiovasc 2004; 19(4): 386-390. PESQUISA: SILVERTHORN. Fisiologia: uma abordagem integrada. 2003. BERNE et al. Fisiologia. 2004. GUYTON; HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 2002. AIRES. Fisiologia. 2008. 40 RIVIÈRE, G. Angiotensin-converting enzyme: a protein conserved during evolution. J Soc Biol. 2009. 203(4): 281-293. IRIGOYEN, Maria Cláudia; CONSOLIM-COLOMBO, Fernanda M.; KRIEGER, Eduardo Moacyr. Controle cardiovascular: regulação reflexa e papel do sistema nervoso simpático. 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