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FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS GAMALIEL ± FATEFIG CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZÔNIA - CECAM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DOCENTE: BENEDITO GOMES CANTÃO TUCURUÍ-PA, 2022 O QUE SÃO ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO ? Os acidentes de trabalho com exposição à material biológico envolvem sangue e outros fluídos orgânicos, ocorridos com os trabalhadores da área da saúde durante o desenvolvimento do seu trabalho, onde os mesmo estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados. GRUPO DE RISCO PATÓGENOS ENVOLVIDOS NA EXPOSIÇÃO À MATERIAL BIOLÓGICO A exposição a material biológico é muito perigosa por ser potencialmente capaz de transmitir mais de 50 A exposição a material biológico é muito perigosa por ser potencialmente capaz de transmitir mais de 50 tipos de patógenos diferentes, dentre os quais se destacam os vírus HIV (AIDS), HBV e HCV (hepatite). TIPO DE EXPOSIÇÃO AO MATERIAL BIOLÓGICO PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO Administração de medicação Punção venosa/arterial para coleta de sangue Descarte inadequado de material perfurocortante Lavanderia Lavagem de material (CME) Manipulação de caixa com material perfurocortante; Procedimento cirúrgico, odontológico e laboratorial Dextro (controle de glicemia capilar) Reencape de agulha RISCO DE SOROCONVERSÃO APÓS ACIDENTE O risco estimado de infecção pelo HIV é de 0,3% para exposição percutânea e 0,09% para exposição mucocutânea. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO CONDUTAS PRÉ-EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO ADOTAR CUIDADOS COM A BIOSSEGURANÇA � Uso de EPI: máscaras, luvas, avental, Calçados fechados e bota � Lavar as mãos com água corrente e sabão; � Não reencapar as agulhas; � Os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em recipientes próprios; � Não desconectar as agulhas das seringas; � Não utilizar agulhas para fixar papéis; � Ao utilizar material perfurocortante, garantir a imobilização do paciente; � Não utilizar as lâminas de bisturi desmontadas � Vacinação contra hepatite B (três doses) em todos profissionais de saúde EXEMPLO DE SITUAÇÃO VACINAL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO AO MATERIAL BIOLÓGICO 1º PASSO: cuidados Locais 2� PASSO: registro 3� PASSO: avaliação da fonte 4º PASSO: avaliação da exposição 5º PASSO: manejo para HIV, Hepatite B e C 6º PASSO: acompanhamento clínico ± laboratorial Percutâneo: pode usar solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina) e NÃO pode utilizar produtos irritantes (hipoclorito) para evitar aumentar a área de exposição; Mucosa: lavar com soro fisiológico a 0,9% ou água corrente em abundância várias vezes; 1º PASSO: CUIDADOS LOCAIS CUIDADOS LOCAIS NA REGIÃO CUTÂNEA �Pele não íntegra: lavar imediatamente com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina); �Pele íntegra: lavar o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente abundantemente 2º e 3º PASSO: REGISTRO E AVALIAÇÃO DA FONTE 4º PASSO: AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO � A definição do tipo de material biológico envolvido (sangue ou fluido); � A gravidade e o tipo da exposição; � A identificação ou não do paciente-fonte e de sua condição sorológica anti-HIV; � As condições clínicas, imunológicas e laboratoriais do paciente-fonte identificado como infectado pelo HIV/aids. A indicação ou não de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) requer a avaliação do risco da exposição, o que inclui: TIPO DE MATERIAL BIOLÓGICO A GRAVIDADE E O TIPO DE EXPOSIÇÃO Lesões profundas provocadas por material perfurocortante, presença de sangue visível no instrumento, acidentes com agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente- fonte e acidentes com agulhas de grosso calibre; MAIOR VOLUME DE SANGUE A GRAVIDADE E O TIPO DE EXPOSIÇÃO �Acidente leve: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra; �Acidente moderado: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível; �Acidente grave: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com material pérfuro-cortante TIPO DE EXPOSIÇÃO E NÍVEL DE GRAVIDADE GRAVIDADE � Pacientes-fonte com infecção pelo HIV/aids em estágios avançados da doença ou com infecção aguda pelo HIV, situações que apresentam viremias elevada apresentam maior risco de transmissão � A possibilidade de transmissão de um paciente com baixa carga viral deve ser considerada nas exposições de alto risco ( ver fluxograma 1) As condições clínicas, imunológicas e laboratoriais do paciente-fonte identificado como infectado pelo HIV/aids 5º PASSO: PROFILAXIA PARA HIV QUANDO A SOROLOGIA PARA HIV/AIDS DO PACIENTE-FONTE É DESCONHECIDA ? � O uso de PEP deve ser decidido caso-a-caso. Mais uma vez, é preciso considerar o tipo de exposição e a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção do paciente-fonte pelo HIV/aids. � Se estas considerações indicarem a possibilidade de infecção pelo HIV/aids, recomenda-se o início da PEP com o esquema básico, até que os resultados dos exames laboratoriais sejam conhecidos. � Interromper a PEP se o resultado do teste anti-HIV do paciente-fonte for negativo Quando recomendada a PEP, independentemente do tipo de exposição ou do material biológico envolvido, o esquema antirretroviral preferencial indicado para homens e mulheres deve ser (Quadro 4). ESQUEMA ANTIRRETROVIRAL PARA PEP ORIENTAÇÕES QUANTO AO USO DO PEP � PEP deverá ser iniciada o mais rápido possível, idealmente, nas primeiras horas após o acidente. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz, quando iniciada 24 a 48horas após a exposição. Recomenda-se que o prazo máximo, para início de PEP, seja de até 72h após o acidente � A eficácia da profilaxia não é de 100%. Existem casos documentados de transmissão mesmo com uso adequado da profilaxia e pacientes-fonte sabidamente infectados pelo HIV com carga viral indetectável. PROFILAXIA DE HEPATITE B APÓS EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO SITUAÇÕES VACINAL E SOROLÓGICA DO PROFISSIONAL PACIENTE-FONTE HBsAg positivo HBsAg negativo HBsAg desconhecido ou não testado Não Vacinado IGHAHB + iniciarvacinação Iniciar vacinação Iniciar vacinação Com vacinação incompleta IGHAHB + completar vacinação Completar vacinação Completar vacinação IGHAHB: imunoglobulina � UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM HOSPITALAR NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ DISCIPLINA: ENFERMAGEM OCUPACIONAL Completar esquema de vacinação PROFILAXIA DE HEPATITE B APÓS EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO MEDIDAS RELACIONADAS AO HCV � Não existe nenhuma medida específica eficaz para redução do risco de transmissão do vírus da hepatite c após exposição ocupacional. � Os estudos não comprovaram benefício profilático com o uso de imunoglobulinas. � Dados atualmente disponíveis sugerem que o interferon só atua efetivamente quando a infecção pelo hcv está estabelecida, parecendo indicar que não atuariam como profilaxia pós-exposição � A única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite c é por meio da prevenção da ocorrência do acidente. 6º PASSO: ACOMPANHAMENTO CLÍNICO- LABORATORIAL Deverá ser realizado para todos os profissionais de saúde acidentados que tenham sido expostos a pacientes-fonte desconhecidos ou pacientes fonte com infecção pelo HIV e/ou hepatites B e C, independente do uso de quimioprofilaxias ou imunizações. ACOMPANHAMENTO CLÍNICO-LABORATORIAL � Tempo de seguimento: 6 a 12 meses � Retorno: 15 dias, 4 semanas, 12 semanas, 6 meses e 12 meses OBJETIVO: investigação de sinais e sintomas, toxicidade da medicação e acompanhamento sorológico do profissional. RISCO DE INFECÇÃO POR HIV, HEPATITE B E HEPATITE C O risco de infecção pós-exposiçãoocupacional é variável e depende de diversos fatores como: �Tipo de acidente; �Condições clínicas do paciente fonte e do trabalhador; �Gravidade da lesão; �Presença e volume de sangue do paciente fonte; �Conduta adequada pós-exposição; �Tempo decorrido entre exposição e início da PEP (Profilaxia pós-exposição) � UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM HOSPITALAR NÚCLEO UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ DISCIPLINA: ENFERMAGEM OCUPACIONAL Medidas visam garantir um ambiente de trabalho seguro, minimizando os riscos ocupacionais: � Realizar treinamentos e orientações quanto aos riscos ocupacionais e às medidas de prevenção; � Disponibilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC); � Dispor recipientes apropriados para o descarte de pérfurocortantes; � Supervisionar estado vacinal dos profissionais e promover campanhas de vacinação periódicas � Fornecer instruções escritas e afixar cartazes sobre os procedimentos a serem adotados em casos de acidentes; � Dispor de Serviço de Atendimento ao Funcionário Exposto ao material biológico. MEDIDAS INSTITUCIONAIS REFERÊNCIA � SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico. 2021. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/saude_do_trabal hador/index.php?p=254173. Acesso em: 18 fev. 2022. � Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. ± Brasília : Ministério da Saúde, 2021 � Galarça, Ana Maria Silveira dos Santos; Lund, Rafael Guerra. Protocolo pós-exposição ocupacional por material perfurocortante. [recurso eletrônico]. Pelotas: Ed. UFPel, 2021. � BRASIL. RECOMENDAÇÕES PARA ATENDIMENTO E ACOMPANHAMENTO DE EXPOSIÇAO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO : HIV E HEPATITES B e C. Disponível em: C:\Users\BENEDITO\Downloads\Documents\04manual_acidentes.pdf. Acesso em: 18 fev. 2022. � PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULÍNIA . PROTOCOLO ± ACIDENTE DE TRABALHO: com ênfase em material biológico. com ênfase em material biológico. 2020. Disponível em: http://www.paulinia.sp.gov.br/downloads/_Protocolo_de_Acidente_de_Trabalho_2020.pdf. Acesso em: 18 fev. 2022. � NEVES, Zilah Cândida Pereira das. Acidentes Ocupacionais Envolvendo Material Biológico. Goiânia: Ceciss, 2015. 41 slides, color.