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SINTESE - Neoconservadorismo e Pós-Modernidade

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SANTOS, Josiane Soares. Neoconservadorismo pós-moderno e Serviço Social Brasileiro. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 2007. 
A autora, Josiane Soares Santos, possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe -UFS e Mestrado e Doutorado em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Atualmente faz parte do departamento de Serviço Social da UFS. Participou em gestões no CRESS e na ABEPSS e compôs a Gestão do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS no período de 2017 a 2020. Suas pesquisas estão relacionadas ao estudo da teoria social e serviço social, bem como o conservadorismo e neoconservadorismo e influências pós-modernas no Serviço Social. 
A sua obra intitulada Neoconservadorismo Pós-Moderno e Serviço Social Brasileiro é resultado da sua dissertação de mestrado, a autora se propõem a analisar o Serviço Social no cenário dos anos de 1990, este período corresponde a um momento de consolidação da profissão e da sua afirmação no meio acadêmico, resultado da inclusão da vertente marxista nos debates da profissão.  
Ao contrário do que alguns profissionais de Serviço Social afirmaram, Santos (2007) esclarece que os impactos do uso da vertente marxista na profissão foram superdimensionados, pois na verdade essa vertente afetou aqueles que defendiam perspectivas contrárias ao debate da dialética na profissão, destacando-se dentre estas o conservadorismo. 
Dados de cenário, Santos (2007) evidencia uma ação emergente a fim de superar os debates propostos pela vertente marxista, neste caso a autora refere-se a pós-modernidade que correlacionada a crise capitalista, apresentava se como a solução para ineficiências das correntes sociais modernas. Tendo dito isto, enfatizo que o objetivo de santos com a sua proposta de estudo, é tornar evidentes algumas das manifestações do neoconservadorismo no campo do Serviço Social. 
Para alcançar seu objetivo, autora delimitou sua análise no ano de 1993, considerando o marco da revisão curricular e ainda o fato de que as publicações na área de serviço social passaram a abordar com maior frequência as discussões que tratavam sobre a crise dos paradigmas.  
A autora busca mostrar o contexto em que emerge a pós modernidade no Serviço Social. Santos (2007), nesse sentido inicialmente no primeiro capitulo descreve inicialmente o contexto da crise capitalista na qual a sociedade estava inserida desde os anos 70. Explicando que os altos índices de desemprego quebraram o ciclo de produção e consumo em massa que era proposto até então pelo fordismo. 
Neste capítulo a autora desenvolve suas ideias a partir das reflexões feitas por Marx, em vista disso Santos (2007) entende que o capital assim como de acordo com Marx é uma relação social. Considerando que aqueles que detém a mais valia, o crescimento econômico precisa ser retomado o urgentemente. Para isso, autor faz alguns apontamentos para a saída da crise para aquele momento.
A primeira faz referência ao aumento da área de aplicação de capitais especulativos; a segunda proponho uma reestruturação industrial devido ao aumento da concorrência, colocando em pauta uma nova organização do trabalho com o objetivo de potencializar a extração a mais valia, além disso salienta se a necessidade de fragilizar o movimento sindical. Nesse sentido a autora destaca que o movimento sindical já estava em crise nos países centrais, retratando o combate da organização sindical Proveniente da própria classe trabalhadora.
A terceira diz respeito a criação de condições políticas de que o mercado não dispõe para implementação da flexibilidade, destarte os ajustes neoliberais que aumentam substantivamente a Liberdade que o capital tem para desregulamentar as economias e os direitos dos trabalhadores, sendo assim o estado é moldado para manter-se mínimo para os trabalhadores e máximo para o capital. 
No Brasil onde o desenvolvimento da industrialização foi tardio, o lapso temporal em que se expressa a crise do fordismo é diferente, da mesma forma o processo da reestruturação produtiva considerando o agravo das condições para a organização dos trabalhadores. A partir deste contexto autora abre espaço para a discussão do neoliberalismo.
Por Santos (2007) enfatizou-se a unanimidade entre autores em afirmar que o neoliberalismo é antidemocrático. Essa constatação é proveniente de seus primeiros teóricos que não fizeram nenhuma questão de ocultar este aspecto do neoliberalismo. As investidas neoliberais ultrapassam com facilidade as resistências à sua perspectiva antidemocrática principalmente em países periféricos, como é o caso do Brasil. Nesse sentido a autora constata que após o processo de democratização não se trata de uma ameaça, mais de que mesmo não tão populares as ofensivas do neoliberalismo são refletidas na barbárie e que no Brasil já estão por toda a parte. 
A vista disso a sociedade no processo de produção e reprodução social criou hábitos, valores morais, éticos e civilizatórios e a partir disso a autora afirma que existe uma consciência correspondente à fase de acumulação flexível onde tudo é cada vez mais mercantilizado, inclusive os males que o próprio capitalismo produz. 
quando autora se refere aos males produzidos pelo capitalismo, ela se refere há uma indústria de segurança privada que é alimentada pelo aumento da violência urbana, onde a população periférica é a que mais sofre com o reflexo das desigualdades sociais também com uma consequência do capitalismo. de um de um sistema de saúde privada que lucra o sucateamento do sistema público de saúde. 
Apesar da obra ter sido escrita no ano de 2007 e fazer referência aos anos de 1990, somos transportados durante a leitura para um presente onde o processo de agudização da barbárie parece ter se tornado um problema tão comum que uma parcela da sociedade consegue viver sem se incomodar com ele. 
Considerando esse contexto, Santos (2007) afirma que toda a construção teórico-metodológica da pós-modernidade é proveniente de uma determinada interpretação da realidade contemporânea, refletida por significativas alterações. a partir da percepção dessas alterações, percebemos uma série de problemas que fazem parte da chamada crise da modernidade. percebendo se a superficialidade analítica como um componente da ordem burguesa. 
No capítulo dois, a autora ressalta componentes do substrato ideo-teórico para o Serviço Social problematizando os conceitualmente enquanto meios de aproximação entre a profissão e a pós modernidade, pois o conservadorismo e o sincretismo se coadunam em sua anti-modernidade. 
No início do capítulo a autora propõe a compreensão do que é o conservadorismo, a partir da reflexão feita por Machado (1997), descreve se o conservadorismo como uma expressão cultural particular de um tempo e um espaço sócio históricos muito preciosos o tempo e o espaço da configuração da sociedade burguesa. 
A partir desta afirmação Santos (2007) traça uma linha do tempo da presença do conservadorismo nossa sociedade, entretanto saliento que o conservadorismo está presente na nossa sociedade desde a pré-história, conforme afirma Scruton (2019). Retornando a análise da autora, a mesma destaca que as primeiras manifestações do pensamento conservador emergem como uma resposta reacionária à revolução francesa. 
Tendo essas respostas, Santos (2007) identifica entre outras premissas a defesa da tradição e do costume, bem como a valorização de formas de organização social do passado como válidas para o presente. Ainda segundo Barroco (2010) o conservadorismo ele valoriza o passado, a tradição, a autoridade fundada na hierarquia e na ordem. Com isso, nega a razão, a democracia, a liberdade, a indústria, a tecnologia, o divórcio, a emancipação da mulher, enfim, todas as conquistas da época moderna.
Nesse sentido, não se pode negar que as atuais mediações sócio-históricas – dentre elas as elaborações pós-modernas, que disseminam uma peculiar via de leitura do real e que influenciam amplamente o campo da produção do conhecimento – tenham inflexões no Serviço Social,gerando uma tensão com a atual direção social e estratégica da profissão, delimitada nos termos do seu atual projeto ético-político.
No último capítulo a autor enfatiza a dinâmica do Serviço Social e a partir disso é possível identificar o amadurecimento da relação entre os profissionais. O primeiro momento de embate com o tradicionalismo acontece com o Movimento de reconceituação, ao ser visto como uma apropriação ideológica do marxismo. 
	Nessa perspectiva, há que ressaltar o Movimento de Reconceituação na América Latina, que, de forma geral, traz à baila propostas de reformulações teórico-metodológicas, extensivas às normas e diretrizes de um projeto ético-político como elemento que constitui o fazer profissional e institui possibilidades de um exercício crítico e questionador no campo das lutas sociais. Ao largo dessa experiência acumulativa, o Assistente Social assume-se como agente capaz de conduzir-se guiado por uma postura crítica que, amparado em fundamentos propícios, abaliza conhecimentos específicos à profissão.
Referências
BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. Cortez, 2007.
SCRUTON, Roger. Conservadorismo: um convite à grande tradição /Roger Scruton; tradução Alessandra Bonrruquer. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Record, 2019.

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