Prévia do material em texto
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA Professor Me. Jorge Alberto de Figueiredo REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Eduardo da Silva Carlos Henrique Moraes dos Anjos Pedro Vinícius de Lima Machado FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP F475s Figueiredo, Jorge Alberto de Sociologia contemporânea / Jorge Alberto de Figueiredo. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 88 p.: il. Color. 1. Sociologia. 2. Sociologia – História. 3. Movimentos sociais. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23. ed. 301 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 AUTOR Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo ● Graduado em História pela Universidade Paranaense-UNIPAR (2001). ● Graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1992) atualmente UNESPAR (Universidade Estadual do Paraná). ● Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá -UEM- (2006). ● Atuou como Docente na UNESPAR - Campus Paranavaí (2010-2012). ● Atuou como Docente no Curso de Urbanismo e Arquitetura na UNIPAR- Universidade Paranaense, Campus de Paranavaí. ● Atuou como Supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID-CAPES) UNESPAR - Campus-Paranavaí. ● Docente na Secretaria de Educação do Estado do Paraná nas Séries Finais do Ensino Fundamental. ● Produtor de Materiais Didáticos e vídeos Aulas (UNIPAR, VG Consultoria) ● Palestrante sobre: Educação e Cidadania, Ética, Política, Sociedade e Democracia, Educação, Liberdade, e Igualdade. ● Psicanalista. Ampla experiência na área educacional com atuação docente no Ensino Funda- mental Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior e Pós-Graduação. Palestrante. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/6431299440510394 http://lattes.cnpq.br/6431299440510394 4 Seja muito bem-vindo (a)! Prezado (a) aluno (a), é uma honra ter você conosco para aprendermos juntos! Vivemos em constante aprendizagem, aquisições necessárias para que nosso conhe- cimento se amplie e possamos ter estratégias para mudar o que for preciso ao nosso redor, sempre de forma ativa e consciente. Ter a disciplina Sociologia Contemporânea, na ementa do curso, enfatiza justamente a necessidade de compreendermos a sociedade, estabelecendo metas e focos diante das transformações sociais, tendo como parâmetro o que pretendemos para nós, individuo da sociedade tão diversificada e enquanto coleti- vidade pensando no bem comum. Na unidade I, vamos conhecer sobre o contexto histórico sociológico que norteia os acontecimentos mais significativos que marcaram a conceituação da Sociologia, o entendi- mento sobre as teorias clássicas, são cruciais, para que possamos analisar cada momento com a visão da época, mas traçando paralelos com as fundamentações contemporâneas, utilizaremos como base referencial os teóricos clássicos: Karl Marx, retratando a incoerên- cia social, Émile Durkheim que sintetiza sobre conexão social e Max Weber que expõe o princípio da racionalização social. Já na unidade II, você irá saber mais sobre os movimentos e participação social, as mudanças sociais, econômicas, culturais e religiosas, influenciaram de maneira impactante para os movimentos que buscam seus direitos e muitos seu reconhecimento, as minorias sociais lutam contra a violência seja psicológica ou física e muitos caminhos para se sen- tirem reconhecidos e a criminalidade. Quando temos conhecimento sobre estas vertentes oriundas do sistema capitalista, sabemos nos posicionar de forma crítica e construtiva, sem impor nosso pré-conceito. Sequencialmente, na unidade III, falaremos sobre a história e fundamentos dos direitos humanos, seus mitos e suas verdades, pois, quando falamos de grupos que bus- cam seus direitos, entendemos que se faz necessário conhecer quais são nossos direitos, e quais instituições nos alicerçam quando precisamos, como ajudar o outro. Estudar sobre os direitos humanos no Brasil e compreender se avançamos ou retrocedemos nessas con- quistas em busca garantir nossos direitos e preservar nossa dignidade. Faremos também uma análise reflexiva dos direitos humanos no cenário mundial. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 5 Em nossa unidade IV, vamos concluir essa temática com o estudo sobre a defini- ção, objetivos e características da sociologia contemporânea, apresentando os sociólogos atuais e suas tematizações, interligando a contemporaneidade à tecnologia da informação, e vislumbrar como a sociologia é presente em nosso contexto diário, assim todo conheci- mento adquirido é útil para aprimorarmos profissionalmente e intelectualmente. Aproveito para reforçar o convite a vocês, para juntos percorrermos esta jornada de conhecimento e multiplicá-los na prática sobre os assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir significativamente para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado (a) e bom estudos! SUMÁRIO 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Contexto Histórico Sociológico; • Teorias Sociológicas Clássicas: Karl Marx, Incoerência Social; • Émile Durkheim: Conexão Social; • Max Weber: Racionalização Social. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar a historicidade da Sociologia; • Compreender as principais teorias Clássicas da Sociologia; • Estabelecer bases teóricas sobre a Sociologia fundamentando: Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. 1UNIDADEUNIDADECONTEXTOCONTEXTOHISTÓRICOHISTÓRICOSOCIOLÓGICOSOCIOLÓGICO Professor Me. Jorge Alberto de Figueiredo 8 INTRODUÇÃO UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO Quando estudamos, é sempre preciso mergulhar na origem, no contexto histórico, assim vamos iniciar nossos estudos... O conceito da sociologia não surgiu sem uma devida explicação, nada surge sem base explicativa, podemos não ter conhecimento sobre, mas a ciência busca essas teorias. A sociologia faz parte das ciências humanas, que visa compreender o comporta- mento humano, meio a sociedade, ou seja, estuda os indivíduos de forma singular e em grupos diversificados. Para compreender todo esse processo histórico, as bases de estudos são os precursores desta teoria que iremos denominar de clássicos, focaremos em três grandes nomes. A forma de pensar diferenciada é que enriquece a teorização da pesquisa e o respeito entre as discrepâncias fundamentais para a produção de novas hipóteses. Karl Marx nos faz compreender sobre a incoerência social, quando evidencia o capitalismo e suas implicações para as massas, que devido a Revolução Industrial e a demanda de mão-de-obra estavam preocupados em aumentar os números de filhos para obtenção de mais dinheiro, pensando em uma qualidade de vida melhor para família. Émile Durkheim o primeiro a criar uma metodologia sociológica, e destacar a pri- mazia da conexão social que evidencia a diferença desta com outras áreas de estudo, tudo baseado em pesquisas em fatos sociais, que já estudava a forma em que os indivíduos agiam em seus grupos e as implicações destes comportamentos na humanidade. Max Weber, em suas premissas, o sociólogo precisava compreender o motivo que desencadeiam as ações sociais, encontrar as causas, refletir sobre os efeitos e di- recionar possíveis direcionamentos para solucionar ou amenizar tais ações, a base das reações de um grupo estava consolidado pelos valores, crenças e mudanças e que o indivíduo tinha liberdade e capacidade para agir em prol de mudanças, o que sintetizava como racionalização social. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICOTÓPICO UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO Tudo tem uma razão para existir. Não há acaso, sociologicamente falando. Hoje temos muitas facilidades e conforto, sempre foi assim? Sabemos que toda a evolução, foram pautadas em transformações, veja, há em média quatro milhões de anos, o Homo Habilis alcançou a postura vertical. Essa alteração, possibilitou que os membros anteriores, ocasionando consequências boas e ruins para os hominídeos. Mas vamos destacar a posi- ção corporal das fêmeas, pois os filhotes começaram a nascer de forma prematura e assim houve uma necessidade maior de cuidado por parte das mães. Entretanto essa fragilidade passou a ser predominante para atentar-se a neces- sidade de formação de grupos coesos, permanecendo mais tempos juntos, tornando um aprendizado enriquecido pelas experiências da coletividade, sendo necessário manter a organização do grupo, foram então se instituindo regras, normas e padrões. Partindo deste princípio você irá observar de fato analisou como esse elemento realmente foi crucial para a espécie humana? Os alimentos antes que só eram comidos cru, passaram a ser cozidos, melhorando como o ser humano foi adquirindo a capacidade de transformar a si mesma e todos ao seu redor, por meio das necessidades. Você já observou que mudamos apenas quando algo nos tira da zona de conforto? Você já deve ter lido ou obtido alguma informação sobre o poder após o desco- brimento do fogo para a vida em sociedade. Mas não apenas o sabor, mas facilitando o processo digestivo. Nas cavernas úmidas e frias, a iluminação e o aquecimento foram proe- minentes, o que propiciava melhoria do sono, mantendo uma qualidade nestes momentos e afugentando os animais ferozes e peçonhentos. A elaboração dos instrumentos de caça e pesca, tornando-os resistentes e mais eficientes. O fogo fez de forma significativa alterar as questões demográficas e sociais na vida de nossos ancestrais. De acordo com o autor: UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 10 Ressalta que a ingestão de alimentos cozidos e com maior variedade pro- porcionou maior resistência a doenças e, consequentemente, contribuiu para o aumento populacional. Além disso, o convívio e volta das fogueiras teria fortalecido o sentimento de união entre os elementos do grupo, contribuindo para o desenvolvimento da própria linguagem (PINTO, 2012, p. 24). A denominação Sociologia ante ao contexto mencionado, não existia, mas com- preenda que a concepção de coletividade, agrupamento de pessoas, se constituía, assim retomo em afirmar que nada acontece por um acaso, as origens, a explicativas estão imbuí- das no contexto histórico de nossa existência. Com a Sociologia não foi diferente, com as evoluções sociais constantes e paralelamente o comportamento dos indivíduos era crucial pensar em como estudar essas transformações, além de traçar metas para mudar e/ou aprimorar o que fosse necessário. Você percebe que quanto mais a sociedade se transforma, se modifica, mais neces- sidade há de compreender estas questões, buscando as motivações para as mudanças? Isso, porque por intermédio de toda mudança existe os pontos que favorecem a todos, mas também singularidades, que em muitas vezes ocasiona conflitos. A sociologia surge com este objetivo, estudar as transformações com a intencionalidade de por meios dos estudos, apontar caminhos seguros para todos. Assim, a ciência deveria conceber por meio de suas verdades, como a sociedade deveria proceder, introjetando por meio de pesquisas, o passado, o presente e o futuro de todos. Vários fatores contribuíram para que destacar a praticidade da Sociologia, desta- cando as revoluções políticas, culturais e sociais, que tiveram grande influência para que houvesse o entendimento de cada momento histórico. É importante quando lemos algo histórico, que consigamos dar, significância de acordo com a época vivida. Podemos exem- plificar pelas nossas vivências. Quantas situações você vivenciou que achou que não teria solução? E hoje se pega a pensar que se vivenciasse aquele momento, com a maturidade que tem na atualidade, faria diferente. Fica explícito que agimos de acordo com nosso conhecimento do momento. Isso chama-se crescimento intelectual. Para cada momento histórico, os comportamentos se diferenciavam, assim pensamentos, grupos distintos eram formados, sejam eles de acordocom a fé religiosa, ideias políticas e sociais, o que estudaremos de forma mais contextualizada na unidade II. Pessoas com singularidades que se unem, com intuito de torna-se mais forte coletiva- mente, garantindo seus direitos e conhecimento na participação efetiva no meio social. A Revolução Industrial e a Revolução na Ciência, caminham atreladas à constante busca da modernidade, mas impulsionou de forma inconsequente a desigualdade social visível nos dias atuais. O Iluminismo contribuiu para que as revoluções se concretizassem, pois, consistia na fé e crença no progresso da sociedade, origina-se os operários e a fé deixa espaço para a racionalidade. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 11 Assim, se há operários, a política aponta a burguesia e o sistema capitalista, toda riqueza vinha dos trabalhos das fábricas, exploração do trabalho, tema atual em nossas realidades. O termo sociologia foi utilizado pela primeira vez em meados de 1798-1857, por Auguste Comte que tinha em mente que seria uma ciência para estudar a sociedade e dar direções, com apoio de outras áreas do conhecimento. Comte contribuiu para o conheci- mento originando o positivismo. Comte afirma que: [...] o espírito positivo leva sempre a estabelecer exata harmonia elementar entre as ideias de existência e as ideias de movimento, donde resulta mais especialmente, no que respeita aos corpos vivos, a correlação permanente das ideias de organização com as ideias de vida e, em seguida, graças a uma última especialização peculiar ao organismo social, a solidariedade contínua das ideias de ordem com as ideias de progresso. Para a nova filosofia, a ordem constitui sem cessar a condição fundamental do progresso e, recipro- camente, o progresso vem a ser a meta necessária da ordem; como no me- canismo animal, o equilíbrio e a progressão são mutuamente indispensáveis, a título de fundamento ou destinação (COMTE, 1978, p. 69). A Revolução Industrial e a Revolução Francesa, ocasionaram muita instabilidade econômica e mudanças sociais que são consideradas, fatores relevantes para as concep- ções de Auguste Comte sobre sociologia. Convido a você para relembrar estes fatos tão significativos. Houve por volta do século XVIII, um momento de grandes transformações que trouxeram consequências positivas e negativas para a humanidade, a produções deixavam de manuais, sendo substituídas pelas máquinas. Explorando demasiadamente os recursos naturais, bem como os trabalhadores, denominados operários. Tudo teve início quando a máquina a vapor foi desenvolvida, que deu vida aos maquinários da época, como o aproveitamento do vapor da água que era aquecida pelo carvão e produzia energia para as inovações que a Ciência já desenvolvia. Não existe uma data correta que marque a Revolução Industrial, devido há muitas distorções, então prefiro estabelecer que esse momento foi denotado pelo desenvolvimento tecnológico que possibilitou a mudança no estilo de vida, do pensar e do agir de toda a humanidade. Quando falamos de mudança na forma de pensar e agir, destaco que essa premissa deve ser constante, pois, aprendemos cada dia, não temos nossas certezas man- tidas para sempre, pois, não existe verdade absoluta para todo o sempre. Os burgueses tinham o intuito sempre de obtenção de lucros, mercado têxtil trouxe máquinas que teciam fios com grande rapidez, depois o dinheiro em abundância, começou a ser investido para produção de estradas de ferro, surge locomotivas, estradas de ferros, sempre com o objetivo de expansão nas rotas de vendas, agilizando no transporte como também na quantidade. A burguesia enriqueceu não apenas pela quantidade de produtos vendidos, mas pela mão-de-obra barata. O enriquecimento de poucos, ainda faz parte de UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 12 nossa realidade, entretanto, houve mudanças que garantem nossos direitos, o que nos falta é compreender sobre eles, na Unidade III, falaremos sobre o impacto e as consequências dos direitos humanos no contexto da sociologia. Antes do processo industrial, todo o trabalho era manual, que definia em lentidão e poucas quantidades e consequentemente pouco lucro. Com a mão-de-obra em demasia, com as máquinas, continua a necessidade de operários, mas em menor número, talvez assim o conceito desemprego tenha sido empregado. Neste período não havia nenhu- ma constituição que defendesse os empregados em relação a salários, direitos, o que atualmente temos proteção dos direitos trabalhistas, para alcançarmos o que temos, foi necessário todo esse processo social. O sistema capitalista consiste em um sistema produtivo, mas sempre com vínculo particular, sem divisão de lucro, objetivando acumular o capital. O rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Esse sistema proporciona o incentivo a ciências e áreas afins para que compreenda a sociedade e alavanque novas tecnologias, mas em contrapartida escancara a divisão de classes. Em se tratando de ciência a Sociologia, como uma obra his- tórica, encontra-se em constante transformação em virtude da concepção do conhecimento. Segundo Robert Merton os pensadores requerem releituras para que suas bases teórico-metodológicas continuem atualizadas com o passar do tempo fazendo com que suas ideias avancem sob o aspecto de novas análises. Em Sociologia temos alguns sociólogos considerados clássicos. Dentre eles apontamos, o francês Émile Durkheim (1858-1917), o alemão Max Weber (1864-1920) e, por último, o cientista econômico alemão Karl Marx (1818-1883), dentre outros. Esses clássicos são de grande importância para o estudo da Sociologia pois descre- vem a realidade social e nos mostra os movimentos e conflitos, suas causas e consequên- cias em uma sociedade contemporânea ainda ligada ao passado. Esses autores europeus estudaram a sociedade europeia no contexto em que viviam tentando compreender as crises sociais presente no sistema capitalista. É importante ressaltar que cada um desses pensadores olharam os problemas sociais do seu ponto de vista, mas tendo a mesma preocupação para saná-los. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2 TEORIAS SOCIOLÓGICAS CLÁSSICAS: KARL MARX E INCOERÊNCIA SOCIALTÓPICO UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO Natural da cidade de Tréveris na região da Renânia na antiga Prússia, Karl Marx nasceu no dia 05 de maio de 1818 conhecido em todo mundo como Filósofo, Historiador, Jornalista e Economista conforme defende algumas linhas de pensamento. Destaca-se e pelos seus estudos da ideologia Socialista da qual a sua reputação é muito conhecida e discutida. Em virtude das dificuldades sociais de sua época, emigrou para Inglaterra insta- lando-se na cidade de Londres onde se casou e constituiu a sua família. Adepto e defensor do Socialismo científico Marx desenvolvem suas teorias econô- micas após exaustiva análise do sistema capitalista e do trabalho. Escreveu vários livros durante sua vida, destacando-se “O Manifesto do Comunista” (1848) e “O Capital” (1867– 1894), considerada um dos estudos mais complexos e dinâmicos sobre o capitalismo. Antes de sua ida para a Inglaterra Marx estudou nas universidades de Bonn e Berlim, na universidade as ideias hegelianas. Para seus sustentos e terminar seus estudos trabalhou no jornal Zeitung,um ambiente tido como radical na época com sua sede na cidade de Colônia. Foi neste ambiente em que Marx começou a desenvolver a teoria da concepção materialista da história. Perseguido pelos que eram contra suas ideias muda-se para a França estabelecendo-se em Paris em 1843, trabalhando em outros jornais radicais onde conheceu Friedrich Engel, uma amizade que durou até o seu falecimento. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 14 Em 1949 sofrendo novas perseguições, agora pelo governo da França na pessoa de Guizot, Marx é expulso da França exilando-se em Londres. Em Londres deu continui- dade em seus estudos e na elaboração de suas teorias econômicas e sociais. Fez cam- panhas para a divulgação do Socialismo tornando-se uma das figuras mais significativas e emblemáticas no campo dos estudos sociológicos, fundando Associação Internacional dos Trabalhadores. No contexto da sociedade capitalista moderna na metade do século XIX, o pen- samento filosófico-política de Marx expõe várias grandezas e a Sociologia, desde o início do século XX, aproximou-se deste conhecimento, agrupando ao seu referencial teórico um conjugado de concepções explicativas do fato social. A menção ao conjunto nos diz respeito às teorias serem opiniões inter-relacionadas, compatíveis, de mútua-explicação que, ao prover explicações sobre a realidade, apresentam a marca da metodologia que os move. Mas para Marx: Na fase superior da sociedade comunista, quando tiver desaparecido a es- cravidão dos indivíduos à divisão do trabalho, e, com ela, a oposição entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho não for so- mente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem abundantemente os mananciais da riqueza coletiva, só então poder-se-á ultrapassar totalmente o estreito horizonte do direito burguês, e a sociedade poderá escrever em seu estandarte: de cada um, segundo a sua capacidade; a cada um segundo as suas necessidades (MARX, 1975, p. 16). A contribuição de Marx nesse sentido e de grande importância, mesmo nos tempos contemporâneos, pois refere-se ao fato da Sociologia aceitar o metodologia dialética do materialismo histórico, com a formação e a explicação da gênese, conciliação e dinâmica da sociedade capitalista exposta na grande obra O Capital (1885-1905), que só foi publica- da para acesso ao público após seu falecimento. A dialética de Marx faz uma análise minuciosa do processo histórico, influenciando o pensamento filosófico de Hegel (1770-1831) juntamente com a colaboração de seu amigo Engels (1820-1895). Marx busca, a partir da crítica do contexto social de sua época, aclarar a história das sociedades com base no processo de produção econômico-material. Ou seja, afirma que a realidade social é avaliada como uma soma concreta na abordagem metodológica do materialismo histórico, cujo termo não é atribuição de Marx. Assim o pensador descreve que: UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 15 A maioria de seus membros era, naturalmente, operários e representantes reconhecidos da classe operária. A Comuna não seria um organismo parla- mentar, mas uma corporação de trabalho, executiva e legislativa ao mesmo tempo. Em vez de continuar sendo um instrumento do governo central, a política foi despojada imediatamente de seus atributos políticos e convertida em instrumento da Comuna, responsável ante ela e revogável a qualquer mo- mento. O mesmo se fez com os funcionários dos demais ramos da adminis- tração. Desde os membros da Comuna para baixo, todos os que desempe- nhavam cargos públicos deviam desempenhá-los com salários de operários [...] os cargos públicos deixaram de ser propriedade privada dos testas de ferro do governo central (MARX, 1975, p. 507-508). Enfrentando dificuldades financeiras críticas daquelas que não concordavam com sua tese Marx com um empenho dialético distingue a presença da ideologia no processo de averiguação e faz da sua teoria uma constituição de categorias conceituais que possam conter a revelação mais simples. Em sua obra Contribuição à Crítica da Economia Política (1859), Marx no capítulo Método da Economia Política explana que a categoria população, como criada na obra do filósofo escocês Adam Smith (1723-1790), para chegar à riqueza das nações, oculta trabalho humano, a mais simples das camadas, também desenvolve teorias sobre o processo de acumulação e o valor do trabalho, conhecido como mais-valia. Seus pensamentos estavam além de seu tempo, o trabalho humano é o único meio de produção capaz de acrescentar valor aos bens produzidos, uma vez que os outros são elementos materiais de produção, a terra, o ar, as ferramentas, as máquinas, o dinheiro, os equipamentos, e a infraestrutura. Natural da cidade de Tréveris na região da Renânia na antiga Prússia, Karl Marx nasceu no dia 05 de maio de 1818 conhecido em todo mundo como Filósofo, Historiador, Jornalista e Economista conforme defende algumas linhas de pensamento. Destaca-se e pelos seus estudos da ideologia Socialista da qual a sua reputação é muito conhecida e discutida. Em virtude das dificuldades sociais de sua época, emigrou para Inglaterra insta- lando-se na cidade de Londres onde se casou e constituiu a sua família. Adepto e defensor do Socialismo científico Marx desenvolvem suas teorias econô- micas após exaustiva análise do sistema capitalista e do trabalho. Escreveu vários livros durante sua vida, destacando-se “O Manifesto do Comunista” (1848) e “O Capital” (1867– 1894), considerada um dos estudos mais complexos e dinâmicos sobre o capitalismo. Antes de sua ida para a Inglaterra Marx estudou nas universidades de Bonn e Berlim, na universidade as ideias hegelianas. Para seus sustentos e terminar seus estudos trabalhou no jornal Zeitung, um ambiente tido como radical na época com sua sede na cidade de Colônia. Foi neste ambiente em que Marx começou a desenvolver a teoria da concepção materialista da história. Perseguido pelos que eram contra suas ideias muda-se para a França estabelecendo-se em Paris em 1843, trabalhando em outros jornais radicais onde conheceu Friedrich Engel, uma amizade que durou até o seu falecimento. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 16 Em 1949 sofrendo novas perseguições, agora pelo governo da França na pessoa de Guizot, Marx é expulso da França exilando-se em Londres. Em Londres deu continuidade em seus estudos e na elaboração de suas teorias econômicas e sociais. Fez campanhas para a divulgação do Socialismo tornando-se uma das figuras mais significativas e emblemáticas no campo dos estudos sociológicos, fundando Associação Internacional dos Trabalhadores. No contexto da sociedade capitalista moderna na metade do século XIX, o pen- samento filosófico-política de Marx expõe várias grandezas e a Sociologia, desde o início do século XX, aproximou-se deste conhecimento, agrupando ao seu referencial teórico um conjugado de concepções explicativas do fato social. A menção ao conjunto nos diz respeito às teorias serem opiniões inter-relacionadas, compatíveis, de mútua-explicação que, ao prover explicações sobre a realidade, apresentam a marca da metodologia que os move. Mas para Marx: Na fase superior da sociedade comunista, quando tiver desaparecido a es- cravidão dos indivíduos à divisão do trabalho, e, com ela, a oposição entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho não for so- mente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem abundantemente os mananciais da riqueza coletiva, só então poder-se-á ultrapassar totalmente o estreito horizonte do direito burguês, e a sociedade poderá escrever em seu estandarte: de cada um, segundo a sua capacidade; a cada um segundo as suasnecessidades (MARX, 1975, p. 16). A contribuição de Marx nesse sentido e de grande importância, mesmo nos tem- pos contemporâneos, pois refere-se ao fato da Sociologia aceitar o metodologia dialética do materialismo histórico, com a formação e a explicação da gênese, conciliação e dinâ- mica da sociedade capitalista exposta na grande obra O Capital (1885-1905), que só foi publicada para acesso ao público após seu falecimento. A dialética de Marx faz uma análise minuciosa do processo histórico, influenciando o pensamento filosófico de Hegel (1770-1831) juntamente com a colaboração de seu amigo Engels (1820-1895). Marx busca, a partir da crítica do contexto social de sua época, aclarar a história das sociedades com base no processo de produção econômico-material. Ou seja, afirma que a realidade social é avaliada como uma soma concreta na abordagem meto- dológica do materialismo histórico, cujo termo não é atribuição de Marx. Assim o pensador descreve que: A maioria de seus membros era, naturalmente, operários e representantes re- conhecidos da classe operária. A Comuna não seria um organismo parlamen- tar, mas uma corporação de trabalho, executiva e legislativa ao mesmo tem- po. Em vez de continuar sendo um instrumento do governo central, a política foi despojada imediatamente de seus atributos políticos e convertida em ins- trumento da Comuna, responsável ante ela e revogável a qualquer momento. O mesmo se fez com os funcionários dos demais ramos da administração. Desde os membros da Comuna para baixo, todos os que desempenhavam cargos públicos deviam desempenhá-los com salários de operários [...] os cargos públicos deixaram de ser propriedade privada dos testas de ferro do governo central (MARX, 1975, p. 507-508). UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 17 Enfrentando dificuldades financeiras críticas daquelas que não concordavam com sua tese Marx com um empenho dialético distingue a presença da ideologia no processo de averiguação e faz da sua teoria uma constituição de categorias conceituais que possam conter a revelação mais simples. Em sua obra Contribuição à Crítica da Economia Política (1859), Marx no capítulo Método da Economia Política explana que a categoria população, como criada na obra do filósofo escocês Adam Smith (1723-1790), para chegar à riqueza das nações, oculta trabalho humano, a mais simples das camadas, também desenvolve teorias sobre o processo de acumulação e o valor do trabalho, conhecido como mais-valia. Seus pensamentos estavam além de seu tempo, o trabalho humano é o único meio de produção capaz de acrescentar valor aos bens produzidos, uma vez que os outros são elementos materiais de produção, a terra, o ar, as ferramentas, as máquinas, o dinheiro, os equipamentos, e a infraestrutura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3 ÉMILE DURKHEIM: CONEXÃO SOCIALTÓPICO UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO David Émile Durkheim é natural de Épinal, na França, nasceu em 15 de abril de 1858, em uma família tradicional de sacerdotes judaicos (rabinos). Foi estudante do Liceu Louis-Le-Grand e na Escola Normal Superior de Paris, instituições consideradas clássicas. Essa formação foi crítica de Durkheim que segundo ele essas escolas tinham muita formação literária e pouca formação científica. Durkheim estudou Direito, Economia e Filosofia. Foi discípulo de Herbert Spencer em seus estudos de Ciências da Natureza e Biologia. Spencer teve grande influência nos estudos de Durkheim principalmente em suas matérias em afinidade aos modelos biológi- cos de aplicação sociológica. Fez experimentos no campo da Psicologia no Laboratório de Psicologia Experimental, de Wilhelm Wundt. Esses estudos variados levaram Durkheim a procurar modelos biológicos e sociais próximos e também a ter um olhar diferenciado para a Antropologia. Essa união de fatores procedeu a formulação da teoria dos fatos sociais, que assegura a preferência do juízo de fatos gerais que baliza as sociedades (como leis), os quais seriam maiores e mais facilmente explicáveis que as questões individuais psicológicas. A maior ambição do pensador na época era instituir um campo de estudos das Ciências Sociais totalmente independente, que não dependesse das esferas de outras ciências, como a Biologia e a Psicologia, e não estar amarrado aos modelos demasiada- mente abstratos da Filosofia que Auguste Comte tinha deixado ao trabalho sociológico. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 19 Durkheim adota por pressuposição que a sociedade é governada por leis e uma ciência que dela se alargue deve chegar à formulação de amplas generalizações que a esclareçam. Assim, sugere a teoria da coesão ou da solidariedade social, evidenciando que o princípio da integração decorre da sociedade, cujo funcionamento aproxima-se à estabilidade. Para o autor, “as representações, as emoções e as tendências coletivas não têm como causas geradoras certos estados de consciência individual, mas as condições em que se encontra o corpo social em seu conjunto” (DURKHEIM, 2001, p. 67). O sistema social, na sua compreensão, é ordenado em comparação com o or- ganismo vivo que conclui ser saudável a sociedade quando ocorre coerência entre suas partes, ou patológica, se qualquer convulsão lhe retirar o equilíbrio. Assim sugere a teoria da coesão ou da solidariedade social ou mesmo uma desordem (disnomia) nas normas do seu funcionamento. A concepção de Durkheim da realidade social é, portanto, orgânica e funcionalista: cada uma das partes, identificadas com as instituições sociais ou os indivíduos, aprova uma função, cumpre uma obrigação específica que responde pela saúde de um todo. Todos os fatos sociais são eleitos como elemento por excelência da ciência socio- lógica; assim Durkheim (2008, p. 67) determina como “toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma repressão exterior; que é comum na expansão de uma sociedade dada, apresentando uma vivência própria, livre das revelações indivi- duais que possa ter”. Como afirma, “o conjunto de crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade forma um sistema determinado, que tem vida própria; podemos chamá-lo de ‘consciência coletiva’.” (DURKHEIM, 2008, p. 50). Aconselha ao investigante notar as particularidades gerais dos fatos sociais: a) a coercitividade, apregoa na pressão ou coerção que exercem sobre os indivíduos, acomo- dando-se aos tradições sociais, por exemplo; b) a generalidade, apreendida na regularidade dos acontecimentos coletivos encontrados em sociedades de todos os períodos e pode ser explicada pelas relações de parentesco; um fato social é natural por estar presente na ex- tensão de uma sociedade; c) a exterioridade dos fatos sociais achar-se no seu bem-estar, em afinidade aos acontecimentos de natureza psíquica. Na pesquisa que Durkheim realizou para escrever o livro O suicídio, Durkheim cul- tiva as direções do seu método sociológico, calhando tipos de suicídio (egoísta, altruísta, anômico) e ordenando leis da coesão social, como quando a avalia alta no caso de suicídio altruísta, no qual indivíduos tocam fogo às roupas em protesto e justificação de grandes causas sociais. Para entender as evidências dos fatos sociais com rigor científico, coloca regras para a investigação sociológica, basicamente: apartar as pré-noções e tratar os fatos sociais como lances. UNIDADE 1CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 20 Para Durkheim (2001), coisa é tudo aquilo que exige um empenho do espírito, do intelecto, para apreendê-la, como assevera, em 1897, no preâmbulo à segunda edição de “As regras do método sociológico” logo não é apenas o fator externo dos fenômenos que importa. Com esse processo metodológico estão embutidas como premissas: a realidade social que é arrumada por uma regularidade de acontecimentos que podem ser notados, explicados e classificados pelo cientista. A ciência constitui uma reprodução teórica dessa realidade; o sujeito cognoscente deve conservar-se neutro no processo de conhecimento; a intenção do conhecimento é chegar à objetividade científica, ou seja, uma ciência aberta de conjecturas, de ideologias; a Sociologia dispõe de caráter normativo, adequada de ordenar a realidade social, seja formando uma taxonomia científica dos fatos, seja pela probabilidade de prevê-los. Durkheim regula pelo postulado da primazia das sociedades simples em relação às complexas, cria a teoria da solidariedade. No primeiro instante de aparelhamento da vida social sedentária, os ajuntamentos humanos são reconhecidos como sociedades de solidariedade mecânica, porque nesse grupo os indivíduos e grupos são intercambiáveis, pouco se distinguem e a relação é obtida pela existência dessa similaridade entre eles. Nessa primeira sociedade, ocorre um fenômeno que Durkheim (2000) designou consciência coletiva, no sentido de preservar os costumes e tradições comuns que preen- chem o governo sobre as consciências individuais. Durkheim distingue nas sociedades modernas a vivência da solidariedade orgânica, pela ocorrência dos indivíduos e grupos serem diferentes e desenvolverem relações de interdependência para viver. Nomeia essa complexidade das relações sociais com a sociedade industrial, onde a separação do traba- lho social desempenha o papel de controle e avaliza a integração. Ou seja, a divisão do trabalho determina a solidariedade orgânica porque cria en- tre os homens um aparelho de direitos e deveres, um estado de atrelamento do indivíduo em relação à sociedade, tornando-se o alicerce da ordem moral. Durkheim entendia a Sociologia como uma ciência das instituições, desde o seu surgimento e funcionamento, onde tem por missão restaurar uma moral que readquiriu à Sociologia exigências do espírito científico da ocasião. Em uma visão otimista da história Durkheim depositava a necessidade de consen- so social, e enxergava na educação uma criação integradora por mostrar para as novas gerações as qualidades essenciais para a sobrevivência da sociedade, habituando-se ao sistema de normas morais, como escreve em sua obra “Educação e Sociologia”. Ao findar do século XIX, juntamente com o pensador Marcel Mauss, Durkheim trabalha nas representações primitivas, um estudo que resultará a obra “Algumas formas primitivas de classificação (1901)”, onde apressa a ideia de representação coletiva aumentada em “As formas elementares da vida religiosa (1912)”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 4 MAX WEBER: RACIONALIZAÇÃO SOCIALTÓPICO UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO Maximilian Karl Emil Weber, natural da cidade de Munique, Alemanha, nasceu em 21 de abril de 1864. Em sua formação acadêmica foi jurista e economista, também é considerado como intelectual e fundador da Sociologia. Seu irmão Alfred Weber, também era conhecido por dedicar seus estudos à Sociologia, talvez daí a sua paixão pelo estudo sociológico. Teve como sua biógrafa a sua esposa Marianne Weber. Sua aluna que estu- dava na Universidade Alemão e que também fazia parte do movimento feminista da época. Weber é acatado como um dos fundadores da sociologia moderna, mas seus es- critos também são discutidos nas Ciências Econômicas, Filosofia, Direito, Ciência Política bem como em Administração. Graduou-se na Universidade Humboldt de Berlim, e, depois, trabalhou nas Universidades de Freiburg de Heidelberg, de Viena. Era uma pessoa muito conhecida e bem quista na sociedade Alemã da época, foi consultor do lado alemão na confecção do Tratado de Versalhes (1919) e fez parte da comissão encarregada de redigir a Constituição da República de Weimar. A maioria de seus estudos foi alocado para o capitalismo e do chamado procedimento de racionalização e desencantamento do mundo. Mas suas análises também deram frutos importantes no campo da economia. Dentre as suas obras destacam-se: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, dando início às suas ponderações sobre a sociologia da religião. Vivendo em um mesmo contexto social de Durkheim, Max Weber, com formado em Direito, História e Filosofia, age inteligentemente na sociedade alemã do final do século XIX e nos anos iniciais do século XX. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 22 Compreende a Sociologia como a ciência que pretende explicar a ação social, com seus desenvolvimentos e efeitos. Com essa sugestão, determina a fundamentação básica do que titulou método compreensivo, partindo da visão de ação social e de compreensão. No entendimento do autor: Em todos os lugares - à exceção dos pequenos cantões rurais em que os de- tentores do poder são periodicamente eleitos - a empresa política se põe, ne- cessariamente como empresa de interesses. Quer isso dizer que um número relativamente restrito de homens interessados pela vida política e desejosos de participar do poder aliciam seguidores, apresentam-se como candidato ou apresentam a candidatura de protegidos seus, reúnem os meios financeiros necessários e se põem à caça de sufrágios. Sem essa organização, não há como estruturar praticamente as eleições em grupos políticos amplos. Equi- valem essas palavras a afirmar que, na prática, os cidadãos dividem-se em elementos politicamente ativos e em elementos politicamente passivos (WE- BER, 2011, p. 103-104). Com um raciocínio mais flexível do que parece apresenta em seus escritos Weber se utiliza da história e, ao detalhar com muita maestria suas pesquisas, ele nos apresenta uma ampla explanação da cultura ocidental, pela visão da formação e da expansão do capitalismo no mundo. Os seus conceitos sociológicos que está formulado em sua obra “Economia e sociedade (1922)” resume o seu zelo sobre o assunto nos livros que a prece- deram, especialmente na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904- 1905)” e na obra “A ética econômica das religiões universais (1915)”. Duas conferências publicadas em 1919 merecem a atenção dos cientistas sociais e Weber possui duas importantes obras para o entendimento de seu pensamento sociológico “O ofício e a vocação do cientista e o ofício e a vocação do político” e “Ensaio sobre o sentido da neutralidade axiológica nas ciências sociológicas e econômicas”. Quando se lê Weber nota-se o cuidado metodológico que ele teve para garantir cientificamente todo o cuidado como investigador. Não se preocupa em alcançar a objetividade científica pela desobrigação do pesquisador e deixa transparente o papel da subjetividade na produção do conhecimento. Para Weber (2004), o sujeito cognoscente é parte do processo de con- cepção da realidade, ou seja, compreender é o mesmo que segurar o sentido de uma ação social. Busca nesse sentido a ênfase dos fenômenos estudados,ainda que não estejam presentes na ação. Assim, entender o sentido da ação resulta em chegar a acepção que o sujei- to, ou os sujeitos da ação atribuem a ela, orientando-se pelo comportamento de outros. Observa-se que, Weber amplia um recurso metodológico chamado “construção de tipos ideais”, ou seja, os conceitos que organiza para explicar a realidade aplicam-se, para um dado período histórico, à situação investi- gada. Sociologia (no sentido aqui entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma ciência que pretende compreen- der interpretativamente a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos (WEBER, 2000, p. 03). UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 23 Weber constrói alguns tipos ideias da sociedade como burocracia, dominação, e capitalismo ocidental, que diz importância à capacidade do cientista capturar o conjugado de valores de uma época, de uma cultura, e entender o que é expressivo para uma socie- dade no seu tempo. Todos os tipos ideais construídos por Weber – como “ética protestante” e “espírito do capitalismo”, com os quais avalia a conexão de sentido ou a afinidade entre a conduta moral rígida do próprio do ethos da cultura religiosa calvinista do século XVIII, e as técnicas racionais que caracterizam a ação do capitalismo no ocidente – domam os tipos básicos de ação social que são quatro: ação social racional com semelhança a fins; ação social racional com semelhança a valores; ação social afetiva e ação social tradicional. Para o autor, o sujeito da ação (indivíduo, grupo social, instituição) guia-se em relação à conduta de outros (indivíduos, grupos, instituições), seja agindo sabidamente conduzido por fins (objetivos sólidos mesmo não explícitos) ou sendo guiado por valores (morais, culturais, religiosos); ou aceitando-se conduzir por sentimentos (medo, cólera, inveja), ou ainda norteando a sua ação pela tradição (traços culturais de condutas coletivas que conservam a experiência do grupo). Os tipos ideais de ação social não são de caráter excludentes e se exibem de forma concomitante. Segundo ele, a realidade é infinita e a finita mente humana é capaz de perceber dessa realidade apenas uma pequena parcela. Essa concepção Werbeniana de realidade é acompanhada de muita responsabilidade sobre os ombros do cientista, o qual estes devem coordenar intelectualmente e uma das formas para execução e fazer a construção de tipos ideais, no sentido de ideias, não de padrões. A grandeza histórica do fato social é valorizado como um leque de probabilidades, de escolhas subjetivas, pertencendo ao pesquisador, na construção conceitual da Sociologia, anunciar o que é singular nos fenômenos históricos, algo que lhes é parecido. Dessa maneira, chega-se à racionalidade atualizada no capita- lismo ocidental como presença histórica cuja ação é preponderantemente racional com afinidade a fins e a valores. Na obra de Weber surge a racionalidade como início organizativo no âmbito da sociedade moderna que o faz perfilhar no processo de secularização a expressão da ra- cionalização social. É de Weber a declaração “desencantamento do mundo”, no sentido de que o progresso técnico obedece a uma lógica que lhe foge o controle, a ponto da conduta racional vir a se tornar irracional com o processo histórico. No domínio da realidade política, o tributo de Weber sobre o fenômeno da domi- nação – seja racional, tradicional ou carismática, como tipos ideais puros – coloca lucidez na questão da autoridade e de sua legitimidade, ao abordar o poder nas condições da ação humana preparada à obediência no confronto com os dominadores que pretendem apreender o poder legítimo. UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 24 A ambição de legitimação da Sociologia dos dominadores, ou seja, o seu reco- nhecimento e aceitação sociais são mais apreciados por Weber que o próprio exercício da dominação. Assim Weber identifica, que no procedimento de racionalização o fenômeno burocrático e este como um sistema de administração e organização que se alarga a uma racionalização total em termos de eficácia, esse poder burocrático e impessoal seria o peculiar Estado moderno. O nome do pensador francês Auguste Comte (1798-1857) está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano e que teve grande influência no Brasil. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia. Seus argumentos favoreciam o planejamento social, que para ele reverteria no bem estar do indivíduo. Fonte: FERRARI, Márcio. Auguste Comte, o homem que quis dar ordem ao mundo. 2008. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/186/auguste-comte-pensador-frances-pai-positivismo#. Acesso em: 17 ago. 2021. https://novaescola.org.br/conteudo/186/auguste-comte-pensador-frances-pai-positivismo# UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO 25 Quanto mais o meio social se amplia, menos o desenvolvimento das divergências privadas é contido. Mas, entre as divergências, existem aquelas que são específicas de cada indivíduo, de cada membro da família, elas mesmas tornam-se sempre mais numerosas e mais importantes à medida que o campo das relações sociais se torna mais vasto. Ali, então, onde elas encontram uma resistência débil, é inevitável que elas se provenham de fora, se acentuem, se consolidem, e como elas são o âmago da personalidade individual, esta vai necessariamente se desenvolver. Cada qual, com o passar do tempo, assume mais sua fisionomia própria, sua maneira pessoal de sentir e pensar. Fonte: DURKHEIM, E. De la división del trabajo social. Tradução de David Maldavsky. Buenos Aires: Schapire, 1967. 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO Estar em sociedade é, de fato, conviver com as diversidades às quais ela denota. Desde os primórdios de nossa existência, todas as transformações, as mudanças que ocorreram não foram rápidas, pois, todo processo é moroso. A constituição da sociedade, necessitou que estudos compreendessem, toda essa dinâmica, tão complexa, derivada pelas grandes diferenças humanas entrelaçada a condições sociais, econômicas, culturais e tantos outros setores. Esta amplitude, trouxe conhecimentos que muito são fundamentais até dias atuais para a compreensão deste contexto global. Porém, essa magnitude também trouxe caos em meio a uma sociedade, que buscava romper padrões, em busca de melhorar seu contexto diário. A sociologia tem esse objetivo, estudar a sociedade, suas demandas positivas e ne- gativas e buscar caminhos para amenizar, sanar ou aprimorar, por intermédio de estratégias. A proposta Sociológica não é ditar regras ou padrões de comportamento. E sim, compreender as problematizações do passado, sua construção, tendo como visibilidade os contextos históricos. Grandes estudiosos buscaram estudar e compreender a sociedade, cada qual contribuindo de forma significativa, destacamos nesta unidade Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Falamos também de Augustus Comte. Karl Marx, defende em suas teorias a classe operária, defende a revolução para que os operários busquem seus direitos, e não sejam oprimidos pela classe burguesa. Destaca os conflitos entre as classes sempre uma objetivando ter poder sobre a outra. E sintetiza que a união dos trabalhadores é capaz de mudar a sociedade. Ideias muito atuais embora escritas a tanto tempo. Émile Durkheim tem ênfase em seus estudos sobre a instituição social, caracterizado pela consciência coletiva e individual. Priorizando que por intermédio da consciência coletiva, dentro da sociedade é que prevalece, ou seja, quando os indivíduos são atuantes na socie- dade, mobilizam frente aos enfrentamentos necessários em prol da coletividade. Superando o senso coletivo, característico de uma sociedade que não busca crescimento intelectual. Max Weber criou métodossignificativos para análise da sociologia enquanto ciên- cia, demonstrando a praticidade em estudar para compreender como as organizações se estruturam, como o indivíduo se relaciona sobre o meio, pois a sociedade é conduzida por “ações sociais”. 27 LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO SILVA, Ítalo Ramon Carvalho et al. Emile Durkheim: Vida, Obra e sua Contribuição para a Sociologia. Anais VIII Fórum Internacional de Pedagogia - FIPED... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/25245 . Acesso em: 13 set. 2021 Resumo: O presente texto tem por objetivo analisar, a partir da obra “As regras do método sociológico” de Émile Durkheim, a especificidade do objeto de estudo da Sociologia por meio do fato social. Como estratégia metodológica fez-se uma análise qualitativa da obra em questão. Nesse sentido, em um primeiro momento, apresenta-se uma revisão de literatura acerca da vida e obra do autor, com a finalidade de perceber suas convicções filosóficas, políticas e sociais. Em um segundo momento analisa-se a contribuição de Durkheim para o entendimento do objeto de estudo da Sociologia a partir de seu conceito e das características do fato social. Conclui-se que, para Durkheim, a Sociologia compreende a ciência que analisa as particularidades da sociedade através da observação sistemática dos fatos sociais. Assim, os fatos sociais têm existência própria, externa aos indivíduos e que no interior de qualquer grupo ou sociedade existem formas padronizadas de conduta e pensamento baseadas na soma destas categorias. https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/25245 28 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO SOCIOLÓGICO LIVRO Título: Sociologia Autor: GIDDENS, Anthony. Editora: Penso. Sinopse: De uma forma objetiva o autor esmiúça os últimos acontecimentos globais, destacando sempre a aplicabilidade da sociologia, evidenciando de forma coesa como a sociedade e a sociologia se entrelaçam. E nos envolve didaticamente com as explicações sobre as teorias clássicas tão relevantes para situarmos no contexto histórico. FILME / VÍDEO Título: Tempos Modernos Ano: 1936. Sinopse: O filme símbolo da sociologia, retrata diversa as situa- ções sociais contraditórias comparando a uma vida urbana e moderna, de uma forma cômica Chaplin evidencia, problemas graves da época como alienação no processo de produção (me- canização), exploração do trabalhador, consumismo, marginali- zação entre outros problemáticos que fazem parte do contexto sociológico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Movimentos e participação social; • Minorias sociais, violência e criminalidade; • Desigualdades e confrontos; • Conhecimento e crítica. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar movimentos e participação social; • Caracterizar das minorias sociais, tipos de violência e criminalidade; • Estabelecer causas para a desigualdades e confrontos; • Enfatizar a importância do conhecimento e crítica. 2UNIDADEUNIDADEMOVIMENTOSMOVIMENTOSSOCIAISSOCIAIS Professor Me. Jorge Alberto de Figueiredo 3030 INTRODUÇÃO Quantas vezes nos pegamos reclamando de algo que tenha acontecido em nossa rua, nosso bairro, em nossa cidade ou até mesmo em nosso país. Damos opinião, de como o fato ou situação poderia ter sido resolvido. Estar dentro de casa opinando é muito fácil, o não querer se envolver diante de tantas situações conflitantes em nosso contexto social, nos impossibilita de crescermos no coletivo. E toda busca individualizada pouca força há. Quando falamos de movimentos e participação social, é sobre isso que queremos enfa- tizar, muitas vezes a luta por direitos, por liberdade, não é minha de forma direta, mas fazemos parte da sociedade e devemos opinar. Faz-se importante dizer que, essas ações devem ser sempre pautadas sem violência e muito diálogo e democrático, buscando a consolidação dos direitos já garantidos, além dos quais surgem conforme as transformações sociais. Atualmente a minoria social vem tornando possível por intermédio de movimentos sociais, fundamentar sua identidade, quais, quando não subsidiada pelo Estado, sua carên- cia protetiva, se desencadeiam violência e/ou criminalidade. Quando não há o acolhimento familiar, a rua, a droga, a prostituição, o crime, são ferramentas para a sobrevivência. Tor- nando a sociedade o caos social que nos encontramos. O próprio sistema capitalista divide as classes sociais e impõe padrões, esta imposição acarreta desigualdades e confrontos. A desigualdade é evidente, entretanto uma das preocupações é do comodismo sobre a situação, com afirmativas: “isso nunca irá mudar”, “sempre foi assim”, “quem nasceu pobre, morre pobre”. O confronto nem sempre é visível, sendo ele articulado por meio das mídias, de comportamentos o que o torna mais doloroso e opressor. Apenas com conhecimento é que podemos agir de maneira a amenizar ou sanar esses embates sociais, pois, assim, podemos nos posicionar de forma inteligência, com argumentações plausíveis e significativas. Tecendo críticas construtivas, participar dos movimentos sociais em busca da consolidação de nossos direitos exige de cada um de nós uma postura de ouvir, antes de qualquer coisa e agir após uma opinião constituída. INTRODUÇÃO UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Você se lembra da época de faculdade em que o “movimento estudantil”, reivindica- va sobre nossos direitos de estudante? Então esse é um exemplo de como os movimentos sociais fazem parte de nosso contexto. Se analisarmos o histórico do Brasil e do Mundo, veremos quantas ações tão importantes resultaram de forma positiva, garantindo direitos a todos. A participação e o envolvimento do povo são fundamentais para caracterizar que o assunto é de interesse coletivo. Movimento social é representada quando a sociedade civil, que é composta por organizações e instituições voluntárias, ou seja, não são empresas nem fazem parte do regime governamental. pessoas com objetivos únicos que se aliam em busca da conquista do bem coletivo, por intermédio da organização, buscam mudanças no contexto social, intermediando reflexões políticas. Geralmente os temas discutidos são motivos de conflitos políticos ou desencadeiam interesses pessoas e coletivos. Essa luta de classe era defen- dida por Marx: Desde o ponto de vista da Sociologia, foium dos mais importantes criadores de um projeto de transformação radical da estrutura social, projeto este de superação das condições de opressão de classe. Para a realização deste projeto, além do amadurecimento das condições estruturais propícias, exige- -se também uma práxis revolucionária das classes exploradas (SCHERER- -WARREN, 1984, p. 35 apud PICOLOTTO, 2007, p. 157). UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 1 MOVIMENTOS E PARTICIPAÇÃO SOCIALTÓPICO 31 Existem diversos grupos com objetivos próprios, os mesmos se unem e de forma específica lutam pelos seus ideais, com o intuito de alterações que viabilizem melhorias para suas categorias pertencentes. O que trazem de singular entre todas são as necessida- des de garantir seus direitos. No mundo temos movimento sociais, feministas, movimento negro, estudantil, trabalhista, ambientalista, LGBTQIA +. No Brasil os movimentos do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores sem teto) já tiveram grande atuação. E o movimento em defesa indígena e dos negros. De acordo com Bobbio, Matteucci e Pasquino (1998, p. 787): Comportamentos coletivos e Movimentos sociais se distinguem pelo grau e pelo tipo de mudança que pretendem provocar no sistema, e pelos valores e níveis de integração que lhes são intrínsecos. Os movimentos sociais têm a premissa de ser organizada e pacífica, sempre na busca da sociedade conhecer o que está sendo reivindicado, não se restringindo apenas a informações, mas aquisição de conhecimento sobre, até para que possa opinar sobre. Mas nem todo movimento tem essa característica, há os que disseminam o ódio, chegando em algumas vezes desfecho inconcebível, de agressões físicas e a polícia ter que intervir. Assim, afirma Touraine (1994, p. 254): “(...) um movimento social é o espaço de um ator coletivo para se apossar dos “valores”, das orientações culturais de uma sociedade, opon- do-se à ação de um adversário ao qual está ligado por relações de poder”. Os movimentos sociais são necessários pois tem o objetivo de corrigir as injustiças e desigualdades sociais, que sempre atinge as minorias. Entretanto é prudente entender- mos que os movimentos não são atuais, embora alguns temas sejam. O movimento negro já existe desde o tempo da escravidão, porém, como ainda existe muito a ser reivindicado perdura até dias atuais. Mas temos movimentos mais recentes como LGBTQIA+, que por meio de suas lutas conseguiram a legalização da adoção homoafetiva e a legalização da união civil homoafetiva. Esses tipos de manifestações fazem parte de nossa historicidade brasileira, claro que com denominação diferente, mas com objetivos de mudanças como a revolta arma- da, movimento contra o presidente Floriano Peixoto, Revolução Federalista, Guerra dos Canudos, Revolta da Vacina, revolta dos Marinheiros, Revolta de Juazeiro, Guerra dos Contestado, Diretas Já, Caras Pintadas. Entretanto, o primeiro movimento social brasileiro sem dúvida alguma foi a Campanha Abolicionista. Destacamos ponto culminante de cada movimento mencionado: UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 32 ● Revolta Armada: combatia o autoritarismo; ● Revolução federalista: lutava pela descentralização do poder; ● Guerra dos Canudos: descentralização do centro de resistência dos que queriam a república; ● Revolta da Vacina: insatisfação com o serviço público, e da obrigatoriedade na vacinação contra a varíola; ● Revolta dos Marinheiros: uma das principais razões era a insatisfação dos marinheiros com os castigos físicos como punição; ● Revolta do Juazeiro; Revolta de caráter religioso; poder centralizador em grupos oligárquicos; ● Guerra dos Contestado: Insatisfação política e social da população, conflito por terras; ● Diretas Já: Retomada de eleições diretas para presidência do Brasil (durante a ditadura militar); ● Caras Pintadas: Movimento Estudantil, reivindicando o impeachment do presidente do Brasil Fernando Collor de Melo. O que você percebe de singularidade entre todos esses movimentos? Exato a bus- ca de direitos, independente de qual esfera social, econômica, cultural, religiosa. É possível denotar que o poder está centralizado sempre nas mãos de alguns que usam sempre ao seu favor, exercendo autoritarismo, impondo o medo, objetivando seus propósitos. Atualmente deparamos nos noticiários, situações que denotam a necessidade de os movimentos so- ciais reivindicarem seus direitos, muitos deles estão estabelecidos na Constituição Federal, mas não são de fato aplicados. O povo brasileiro precisa lutar pelos seus direitos de forma coletiva. A alienação é que proporciona o mal fadado caos brasileiro, que se reflete na saúde, educação, saneamento básico e tantas outras necessidades humanas. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 33 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Você já ouviu falar sobre esses termos: minoria social, violência e criminalidade? Tenho certeza que sim, mas compreende a definição de cada um deles? Em todos os mo- mentos que buscamos conhecer algo, mesmo que seja algo que ouvimos rotineiramente, compreender a sua contextualidade é necessário. Os grupos minoritários têm como des- vantagem ser dependente ou sempre estar em desvantagem em relação ao grupo maior. Entender esse viés capitalista nos faz visualizar como reforçamos de forma automática estas minorias tão frágeis politicamente. Minoria Social, de acordo com que argumentamos em ciências sociais, um grupo da população que de alguma forma é marginalizada, seja por suas condições econômicas, sociais, culturais, físicos ou religiosos, ou seja, excluída da sociedade, são grupos que se apresentam em desvantagem e como consequência sofre preconceito e discriminação. O Brasil é repleto de grupos minoritários que denotam um grande contrassenso, pois a Constituição Federal determina. Esse grupo são excluídos pelo pré-conceito instituído por uma sociedade que demonstra ser individualista. Os pertencentes à minoria podem ser por questões ligadas a condições financeiras que direciona a qual classe social pertence, pela religião qual pro- fessa sua fé, sabendo que o Brasil possui uma diversidade social imensa o que expande a quantidade de preceitos religiosos, pela cultura qual está ligada que afirma muitas vezes de qual etnia faz parte, quanto às necessidades especiais quais indivíduos apresentam, a condições de orientações sexuais são razões preconceituosas de exclusão, não tendo seus direitos básicos garantidos. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS TÓPICO MINORIAS SOCIAIS, VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE 2 34 É muito importante salientar que as vezes pode o grupo pode ser maior de pessoas, em questões populacionais, entretanto menos favorecido em questões de envolvimento social e consequentemente economicamente mais lesado. Muitas são as causas possíveis para tal fato, umas delas a falta de conhecimento. Informação todos temos (que são aque- las que chegam de vários meios de comunicação), mas a capacidade de filtrar todas estas informações e transformar em conhecimento seria uma problemática social. O que concretiza um grupo minoritário é o controle que o grupo majoritário tem sobre ele, o que independe da quantidade de pessoas pertencentes a essa minoria. Ainda sim as minorias sociais, mulheres, negros, povos indígenas,deficientes, homossexuais, travestis e transgêneros entre outros, são capazes de articular e participar de movimentos sociais com intuito de ser ativo perante as decisões políticas o que se difere quando falamos de grupos vulneráveis que apenas recorrem a aceitação social. O ato em si da exclusão, do preconceito já simboliza a violência, que pode ser defi- nida como” ação ou efeito de empregar a força física ou intimidação moral contra alguém’’. Mas entende-se que a omissão também é uma violência, pois, tudo o que prejudica o bem-estar, a integridade, afetando fisicamente, psicologicamente o direito à liberdade que propicia o desenvolvimento de outras pessoas é assim denominada. Você acredita que não nascemos preconceituosos, ou nos tornamos? Vejamos que as crianças em sua inocência brincam, socializam com os demais colegas independentes de etnia, ou qualquer outro fator que possa ser discriminatório. Mas o comportamento dos pais ou familiares favorecem para que se tornem pessoas com a conduta de excluir. A violência pode se apresentar de uma ou mais maneiras, pois ela se apresenta de forma física, psicológica, moral, sexual, econômica e social e pode ser disseminada para uma pessoa ou um grupo. Qualquer tipo de violência é crime. Você tem percebido como as pessoas estão cada vez mais irritadas? Podemos exemplificar tais fatos, no trânsito, por motivos simples, ultrapassou apenas o buzinar como forma de protesto, mas agressões verbais muitas chegando a vias de fato e em alguns casos (infelizmente não raros homicídios), o mesmo se espelha quando se apresenta o contexto político. Em um momento em que precisamos discutir sobre a política, para traçar planos, metas para um Brasil menos desigual, as pessoas são intolerantes umas com as outras. A violência configura-se como um dispositivo de controle aberto e contínuo, ou seja, a relação social caracterizada pelo uso real ou virtual da coerção, que impede o reconhecimento do outro, pessoa, classe, gênero ou raça, me- diante o uso da força ou da coerção, provocando algum tipo de dano, configu- rando o oposto das possibilidades da sociedade democrática contemporânea (SANTOS, 1996, p. 34). UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 35 A intolerância tem sua consequência nefasta na vida do outro, pois afeta suas estruturas emocionais, reduzindo sua autoestima desencadeando crises de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, isolamento social (fobias), doenças essas tão atuais. De acordo com a Revista Veja, a ansiedade atinge 260 milhões de pessoas, o Brasil é o país que possui o maior número de pessoas ansiosas, 9,3%, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Isso demonstra a fragilidade causada pelas minorias, entretanto vale ressaltar que estas doenças não são restritas apenas a elas, porém, são as que possuem mais vulnerabilidade para adquiri-las. Existe de acordo com o Código Penal Brasileiro, vários tipos de crimes sendo eles: contra a pessoa, o patrimônio, propriedade imaterial, organização do trabalho, sentimento religiosos e contra o respeito aos mortos, dignidade sexual, a família, incolumidade pública, paz pública, fé pública e administração pública. De acordo com a lei nº 7.746, de 05 de janeiro de 1989 passou a vigorar no Artº 5: 1º Serão punidos, na forma da Lei, os crimes de discriminação ou precon- ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Artº 20 praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa (BRASIL, 2005, online). Para cada situação existe Leis diferenciadas, assim como para cada julgamento uma sentença singular, assim como outros órgãos se posicionam a fim de amenizar ou sanar como OMS (Organização Mundial da Saúde), ONU (Organizações entre outros. Podemos denunciar crimes, mesmo sem ter efetiva certeza (com indícios), cabendo aos órgãos competentes o processo de investigação, seja por meio de denúncia, MP (Ministério Público,) delegacias, defensorias públicas, sindicatos. É fundamental entendermos que violência e criminalidade são atos distintos. Já sabendo como se caracteriza a violência, vamos entender melhor sobre a criminalidade. Pois esse é um conjunto de infrações (atos ilegais). Os altos índices de criminalidade vêm aumentando o caos social, qual estamos inseridos, a intolerância nos mostra como matar tem sido uma ação frequente para eliminar o que não aceita. Como um caso recente do congolês Moise Kabagambe no Rio de Janeiro, na orla da Barra da Tijuca que foi assassinado (espancamento) no dia 24/01/2022, que foi agredido com aproximadamente 30 pauladas (taco de beisebol). O que o congolês pedia era apenas para pagarem pelos seus dias trabalhados. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 36 A violência é definida como o uso intencional da força ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (KRUG et al., 2002, p. 89). A criminalidade neste contexto pode ser vista de duas formas. Primeiramente as mortes bárbaras que são cometidas para com a minoria e que muitas vezes ficam sem solução. Ou indivíduos dos grupos menores para se defender, ou até mesmo se sustentar buscam adentrar o crime, como forma de proteção para si e seus familiares. Cabe mencio- nar que outro fator que prepondera a crescente estatística de envolvimento com o crime é o desemprego. Pois não se encaixam no perfil qual as empresas precisam, lembrando dos grupos minoritários que falamos, mas para garantir a sobrevivência, buscam oportunidades nas “ruas”, quais os abraçam, viciam (não apenas referindo a drogas) e escravizam. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 37 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Se olharmos ao nosso redor, desde as mais belas criações vistas na natureza, nada é igual. Cada qual com sua beleza, características próprias. Você já encontrou alguém com o mesmo nome que o seu? Provavelmente que sim. Alguns dados podem até ser igual ao seu, idade, gênero, mas nenhum indivíduo é semelhante ao outro em sua totalidade. Assim se aplica da mesma maneira quando fazemos a análise de forma social. A desigualdade social, advém das diferenças que visualmente são evidentes. Quantas vezes você se deparou com alguém próximo, ou até mesmo vendo pelas redes sociais, pessoas que compraram algo que você tanto sonha, em um piscar de olhos a pessoas compra até em quantidades e nós levamos anos para adquirir e muitas vezes até caiu de moda, quando podemos alcançar essa oportunidade. Isso denota a desigualdade social, as diferenças de acordo com os padrões de vida que diferencia nosso acesso a coisas simples que deveriam ser condições básicas para todos. Essa discrepância social é notória quando tentamos ter acesso a saúde, moradia, educação, trabalhos, ganhos salariais, transporte. Se analisarmos o viés político no Brasil, desde seus primordes, fica explicito que sempre a exploração esteve presente, podemos citar fatos históricos, como a escravidão dos negros e revolução industrial. Atualmente conseguimos entender que a administração dos recursos públicos, configuram uma engre-nagem que não funciona. Enquanto a política tem como objetivo o enriquecimento próprio, o uso da máquina pública com interesse da minoria a desigualdade persevera. Em síntese: 3 DESIGUALDADE E CONFRONTOSTÓPICO UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS (...) a despeito do crescente processo de democratização, com mais competi- ção política, acesso à informação e participação social no processo decisório, o problema persiste e o combate às desigualdades vem apresentando resul- tados abaixo do esperado. Se o campo de estudo avançou nas investigações acerca do diagnóstico, de suas origens e seus efeitos deletérios à economia e sociedade, como se explica essa situação paradoxal de amplo reconheci- mento do problema e baixa capacidade de resolução? Uma estratégia analíti- ca alternativa para abordar a questão é analisar como a sociedade entende e se posiciona sobre o problema, suas causas e soluções possíveis (LAVINAS et al., 2014, p. 45). Não há outra explicativa para que os serviços básicos quais a população merece, e tem por direito, são negados, destacamos novamente o quanto é importante a sociedade se inteirar e participar dos movimentos sociais, pois, muitos deles exigem os direitos das quais temos constituindo em Lei (Constituição Federal), mas que muitas vezes desconhecemos. Podemos mencionar algumas desigualdades mais graves no Brasil, sendo elas: alimen- tação, saneamento básico, ensino de qualidade péssima, pouca formação profissional, desemprego, saúde pública, mortalidade infantil, violência entre outros. Quanto de nós, deparamos com revistas, propagandas, até mesmo livros didáticos, com uma bela mesa de refeição e toda família perfeita em volta reunida. Uma visão ideal, mas a realidade não se aplica a todos, em muitas mesas a fartura não é evidente, quando há o que comer, mas é mais fácil mostrar o que enche os olhos e impulsiona o sistema capitalista por meio do consumismo, do que expor a pobreza e gerar polêmicas por alguns dias. Hoje pensar em família é repensar a construção dessa ideia, pois, o “modelo” que regia os padrões, transformou-se. Em cidades e estados, vemos as grandes belezas de prédios, centros comerciais, que nos preenchem os olhos, nos atrai para as grandes maravilhas que o sistema capitalista promove. Conforto e qualidade de vida. Quando caminhamos um pouco mais encontramos uma outra realidade como se estivéssemos em outra localidade. Desestrutura, saneamen- to básico precário, cabendo às pessoas que ali habitam uma situação de abandono. As consequências se sintetizam muitas vezes na saúde pública, pois, muitas doenças são oportunistas e se aproveitam da situação precária que sucumbe na dificuldade de se man- ter a higiene do local e si próprio. E assim seguiríamos com muitos exemplos, em todas as áreas que a sociedade ocupa. A desigualdade traz suas consequências pois o indivíduo fica restrito a questões ligadas à cultura e a história. Percebe como a falta de conhecimento, ocasionada pela dificuldade que as pessoas possuem de estudar, ofuscam a necessidade conhecer a his- tória, assim aprender a lutar pelas suas ideias de forma coletiva. Um só lutando, existe força, imaginem milhares de pessoas, formando uma força motriz. Quando a minoria, que aprendemos ser a maioria em quantidade, compreender esta potencialidade, o resultado será visível politicamente. Umas das únicas formas de mudar esta questão é por meio do voto. Pois, 80% do patrimônio privado do Brasil está na mão de apenas 10% das pessoas mais ricas. O poder centralizado nas mãos de alguns. O autor descreve que: UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 39 No Brasil analisa a percepção de setores da elite nacional sobre a pobreza e a desigualdade, a partir de dados de survey e entrevistas em profundidade. Os resultados da pesquisa indicam que a elite brasileira demonstra grande preocupação com a pobreza e a desigualdade, sendo vistos, inclusive, como desafio à consolidação democrática do país. No entanto, o paradoxo surge na medida em que essa mesma elite não se vê como parte do problema e credita no Estado e na sua ‘falta de vontade’ boa parte da responsabilida- de pela pobreza e desigualdade. No âmbito das soluções, setores do topo da sociedade brasileira tendem a depositar as fichas nos investimentos em educação, como uma panaceia, o que, de acordo com Reis (2000), reflete a crença de que a melhoria das condições de vida dos pobres deveria vir sem custos diretos aos não pobres (REIS, 2000, p .44). Podemos classificar a desigualdade em quatro eixos: econômica, racial e a re- gional. Pela distribuição de renda, entendemos o quão é difícil equiparar essa balança financeira. Vejamos a diferença salarial do homem e da mulher em um mesmo setor de trabalho (desigualdade de gênero), compare o salário dos políticos com os demais trabalhadores, observe os valores distribuídos entre patrão e empregado. As oportuni- dades salariais para as etnias negra, pardo, branco, amarelo são muito discrepantes, estabelecendo um pré-conceito de que a cor mede o nível de inteligência. Isso é tão real que podemos basear na necessidade cotas raciais para as instituições a nível de contratação. Se não houvesse não contratariam? A diferença de crescimento econômico de região para região, de cidade para cidade, de estado para estado, se dá pelas características regionais. Neste item vale a pena reforçar que as pessoas devem questionar, cobrar, fiscalizar, exigir melhorias, mas sempre de forma, coletiva e pacífica. E a desigualdade de gênero é precisa, no mercado de trabalho, as mulheres ganham de acordo com os dados do IBGE cerca de ¾ a menos em relação aos homens, em relação a educação de acordo com a UNESCO ( Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), as mulheres representam em média 700 milhões de adultos que não possuem a mínima habilidade de ler e escrever, o envolvimento político é mínimo. A violência doméstica tem se agravado contra a mulher, hoje amparada pela Lei Maria da Penha. A existência da desigualdade social não é característica apenas do Brasil, até porque faz parte da relação que a sociedade estabelece para as transformações necessá- rias, impulsionando lugares desiguais. Entretanto esta premissa no Brasil é absurdamente discrepante, chegando a muitos brasileiros viveram abaixo da linha da pobreza. Sempre é preciso nos questionar, porque tal situação se encontra tão agravante, e sempre nos depa- ramos que a sociedade precisa ter consciência das transformações sociais necessárias e que essas mudanças só ocorreram se a coletividade falar mais alto. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 40 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 O conhecimento é algo mutável, ou seja, tudo o que aprendemos se transforma, isso acontece, porque também mudamos, a sociedade muda, tudo ao nosso redor se modifica, assim podemos dizer que não existe uma verdade absoluta. Como isso ocorre? Por meio das experimentações, de empírica no cotidiano, levantamos hipóteses, que são testadas para comprovar as nossas certezas. No meio científico é a mesma coisa, diferenciando as exigências de métodos e estratégias frente a cada pesquisa. A cada momento as metodologias para novas aprendizagens se diferenciam. Você já ouviu falar em enciclopédias? Há algumas décadas elas eram usadas como fonte de pesquisa,hoje devem estar empoeiradas em bibliotecas. Não perderam sua essência, mas novos recursos ganharam uma propulsão nas pesquisas. A mídia, as comunicações, a internet e o celular trouxeram inovações muito mais rápidas e atualizadas quase que diariamente. Na visão de Kohn e Moraes (2007, p. 05): A sociedade transita hoje no que se convencionou denominar Era Digital. Os computadores ocupam espaço importante e essencial no atual modelo de sociabilidade que configura todos os setores da sociedade, comércio, polí- tica, serviços, entretenimento, informação e relacionamentos. Os resultados desse processo são evidentes, sendo que essas transformações mudaram o cenário social na busca pela melhoria e pela facilitação da vida e das práticas dos indivíduos. Entretanto houve uma “inundação” de informações, automaticamente a dificuldade de entender as mensagens implícitas foram contundentes, muitas informações promovidas pelas redes sociais, têm objetivos gerados pelo sistema capitalista, de caráter consumista. E as informações, conteúdos políticos, sociais, culturais, religiosos, qual a verdade? Assim conseguimos diferenciar quando entendemos a divergência conceitual de informação e conhecimento. 4 CONHECIMENTO E CRÍTICATÓPICO UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS Informação é uma junção de dados organizados que passam a ser referência sobre algo, seja ela acontecimento, fato ou fenômeno. Ela ocorre por intermédio da comunicação e/ou publicidade. Sendo uma das formas de obter conhecimento. Portanto ter informação, não significa ter conhecimento. As informações muitas vezes, nos chama atenção no mo- mento qual ouvimos, sequencialmente não faz parte de nossos hábitos e/ou conduta. [...] as competências para aproveitar plenamente a sociedade da informação. É essencial, portanto, desenvolver as capacidades e garantir a familiarização com as tecnologias da informação e comunicação (TCIs). Estas tecnologias podem contribuir para a educação de todos no mundo inteiro [...] (ACCART, 2012, p. 05). O conhecimento advém associado a vivências experiência de vida, a aplicabilidade da teoria na prática. Vamos associando nosso conhecimento e organizando em nosso dia a dia, porque adquirimos consciência plena e passa ser habitual colocar em prática em nosso trabalho, comportamentos, de acordo com nossa realidade. É prioritário afirmar que um mesmo conhecimento pode ser ensinado para um grupo de pessoas, entretanto o grau de maturidade de cada um que irá mediar como cada fará uso em seu cotidiano. O conhecimento surge, de acordo que o homem precisa de buscar soluções para sanar suas necessidades, como não vive de forma isolada aprende com seus pares, cada aprendizagem deriva daquilo que que se busca saber, pois temos os conhecimentos empí- rico, sociológico, científico, religioso e filosófico. O autor define que: A Sociologia constrói — o que já foi pressuposto várias vezes como óbvio — conceitos de tipos e procura regras gerais dos acontecimentos. Nisso con- trapõe-se à História, que busca a análise e interpretação causal das ações, formações e personalidades individuais culturalmente importantes (WEBER, 1991a, p. 12). O conhecimento sociológico é a complexidade do estudo sobre a sociedade, suas condições de existência que produz conhecimento no decorrer de sua historicidade, seu objetivo maior é compreender e entender sobre as relações sociais, como são constituídas, como se estruturam. De acordo com essa conduta, podemos afirmar que a sociologia se define com o conhecimento científico, ou seja, sociólogos busca por intermédio da ob- servação, pesquisas reais, entrevistas, questionários sempre com objetividade, para com- preender qual a relação das transformações com os fatos políticos, econômicos, sociais, tecnológicos entre outros. A sociologia busca aprimorar o conhecimento sobre a sociedade, atribuindo suas pesquisas a temas relevantes como mundo do trabalho, cultura e indústria cultural, meio de comunicação, tecnologia e cultura em massa, ideologia, cidadania, movimentos sociais, desigualdades sociais, identidade de gênero, sempre mantendo neutralidade. Quando aprendemos de forma ao decorrer de nossa vida cotidiana colocar em prática para superar UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 42 os desafios diários, adquirimos o conhecimento e a cada obstáculo que precisamos ultra- passar, novamente buscamos seja por meio de vivências, leituras, informações individuais e coletivas, voltamos a aprimorar nossas ações, o ser humano é capaz de adaptar-se sempre. Bem se esse é nosso privilégio enquanto seres dotados de inteligência, devemos objetivas buscar nosso progresso individual e coletivo. UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 43 De acordo com os dados da PNADC/T (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no segundo trimestre de 2020, os par- dos e negros representam 55,4% da população Nacional, ou seja, são a maioria populacional no que toca ao recorte de raça no Brasil, mas de forma visível se enquadra no grupo minoritário, visto pelas exclusões e preconceitos vivenciados. Para saber mais acesse: www.infoescola.com http:// www.infoescola.com UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 44 A propriedade privada introduz a desigualdade entre homens, a diferença entre rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo, até a predominância do mais forte. O homem é corrompido pelo poder e esmagado pela violência. Fonte: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens; Discurso sobre as ciências e as artes – Rousseau 2. Tradução de Lourdes Santos Machado. Introdução e notas de Paul Arbousse-Bastide e Lourival Gomes Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os pensadores). 45 Compreender que o conhecimento é nossa maior estratégia para vencermos todas as desestruturas quais o sistema vigente nos conduz, já denota um grande avanço, quando você procura se aprofundar em questões quais desconhecemos, enfatizamos que como seres humanos em constante processo de evolução, nunca saberemos tudo. Mas podemos evoluir todos os dias, essa condição evolutiva, nos impulsiona a querer sempre estruturar o que está ao nosso redor. Assim, aprendemos o quanto o movimento, as participações sociais são funda- mentais, assim, não deixamos que outros tomem decisões das quais as consequências recaiam sobre nós, pois, depois de leis estabelecidas fica mais difícil, conseguir mudanças. Ao entendermos que algo será mudado, seja, no cenário social, econômico, cultural ou religioso, e sentimos que será um retrocesso, mesmo que de alguma forma não nos atinja diretamente, devemos nos sentir impulsionados a contribuir de alguma forma. Nossa voz é nossa força. Viver em sociedade é compreender que todas as decisões que tomamos, desde a mais simples a mais complexa, estão de forma intrínseca ligada a uma coletividade. Pensar em nós é fundamental, mas pensar na minoria se faz urgente, se importar com o próximo, ter empatia pelo outro, entender ante ao julgamento. A violência seja ela física ou psicológica traz do ser humano, consequências muitas vezes irreversíveis e os com- portamentos derivados a estes sofrimentos, só causam malefícios para a sociedade, mais violência e criminalidade. Desigualdades acarretam confrontos que desencadeiam mazelas sociais, como um ciclo vicioso e contínuo, o que podemos fazer diante destas verdades tão evidentes? Conhecer! Por intermédio do conhecimento, começamos a ter dialeticamente oportunidade de forma crítica expor nossas ideias e convicções para que as mudanças e transformações ocorram em prol de todos. As minorias sociais, talvez sempre existiram, mas seus direitos devem ser garantidos, bem como sua liberdade de expressão. CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS 46 LEI HENRY BOREL TORNA HEDIONDO CRIME CONTRA MENOR DE 14ANOS Lei protege e resguarda os direitos das crianças e adolescentes com mecanismos de proteção inspirado pela Lei Maria da Penha. No dia 24/05/2022, o Presidente da Repú- blica, Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.344/22, Lei Henry Borel em referência ao menino de quatro anos morto em 2021 após ser espancado no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto, no Rio de Janeiro. A Lei estabelece medidas protetivas e explicita o que configura violência doméstica e familiar. Link de acesso: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/lei-henry-bo- rel-torna-hediondo-crime-contra-menor-de-14-anos#:~:text=Nessa%20terça-feira%20 (24),de%20Janeiro%20(RJ) LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS http://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/lei-henry-borel-torna-hediondo-crime-contra-menor-de-14-anos#:~:text=Nessa%20ter%C3%A7a-feira%20(24),de%20Janeiro%20(RJ) http://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/lei-henry-borel-torna-hediondo-crime-contra-menor-de-14-anos#:~:text=Nessa%20ter%C3%A7a-feira%20(24),de%20Janeiro%20(RJ) http://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/lei-henry-borel-torna-hediondo-crime-contra-menor-de-14-anos#:~:text=Nessa%20ter%C3%A7a-feira%20(24),de%20Janeiro%20(RJ) 47 LIVRO Título: Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo Autor: Maria da Glória Gohn. Editora: Vozes. Sinopse: O livro contextualiza movimentos sociais que existi- ram nos últimos 30 anos, evidenciando formas inovadores de organizações em tempos atuais. FILME / VÍDEO Título: Cegueira Ano: 2008. Sinopse: O filme retrata uma epidemia, que denomina-se ce- gueira branca que domina toda a cidade, entretanto, apenas a esposa do médico local, consegue enxergar. A mesma encontra todos os moradores em um abrigo, inclusive seus esposos em situação de vulnerabilidade. O filme retrata o quanto é crucial se pudéssemos prever nossos atos, antevendo consequências para si e para o próximo. MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 2 MOVIMENTOS SOCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • História e fundamentos dos Direitos Humanos; • Direitos Humanos Mitos e Verdades; • Direitos Humanos no Brasil; • Violação dos Direitos Humanos no Cenário Mundial. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar a história e fundamentos dos Direitos Humanos; • Descrever mitos e verdades sobre os Direitos Humanos; • Compreender sobre os Direitos Humanos no Brasil; • Caracterizar fatos mundiais que violam os Direitos Humanos. 3UNIDADEUNIDADESOCIOLOGIA:SOCIOLOGIA:IMPACTOS EIMPACTOS ECONSEQUÊNCIASCONSEQUÊNCIAS Professor Me. Jorge Alberto de Figueiredo 49 Nesta etapa de aprendizagem, estudaremos sobre algo que deveria ser natural em nossa rotina, direitos, mas ao compreender a complexidade dos contextos sociais, econô- micos, culturais, religiosos visualizamos que para garanti-los precisamos buscar ajuda e proteção. O que é direito? Ele não deveria ser algo automático, inerente ao ser humano? Infelizmente os interesses por trás das situações causam uma imobilização por parte de muitos, mas, garantir nossos direitos é tão crucial quanto cumprir nossos deveres. Compreenderemos nesta unidade todo o contexto histórico que possibilitou a cons- trução sobre as diretrizes que regem os direitos humanos, que está entrelaçada diretamen- te com as histórias das constituições brasileiras, que desde então busca descentralizar o poder, estas por sua vez tiveram extrema importância para a garantia dos direitos humanos, com o intuito de manter a dignidade dos indivíduos e de uma sociedade. Veremos como os EUA e a França passaram por grandes transformações, e de for- ma coesa foram criadas as Declarações que garantem direitos para as pessoas, entender quem foram os filósofos que influenciam nesta grande mudança, e quais os direitos foram garantidos. Quando falamos em direito nos referimos a uma pessoa que tem o propósito de contribuir para os direitos básicos de todos? O povo brasileiro pode ter tranquilidade em relação aos direitos humanos, poden- do confiar em sua aplicabilidade? Quando pensamos em direito e que remete a dignidade humana que compromete a formação do indivíduo, então falamos de educação, saúde e segurança pensado de modo coletivo. Mas também em grupos minoritários mulheres que so- frem violência doméstica, presos em condições insalubres, a marginalização do pobre entre outros. Precisamos compreender se o Brasil avançou, retrocedeu ou estagnou quanto a isso. No cenário mundial temos grandes nomes de líderes políticos, que maneira pacífica, lutaram pelo direito de seu país, do seu povo, mas como foi esta luta, cercada de violência e desordem, qual o resultado, em relação ao mundo, os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos são resguardados? São inquietações quais estudaremos a seguir. INTRODUÇÃO UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tudo tem uma razão de existência, quando falamos sobre direitos humanos não é diferente. No Brasil, a consolidação e estruturação dos direitos está ligada de forma expres- siva à historicidade das constituições brasileiras. Para que você entenda, vamos analisar uma por vez e suas contribuições. Em 1824, a Constituição Imperial, que foi a primeira constituição no Brasil, trouxe muitas revoltas e indignações, o que favoreceu protestos e movimentos em massa em vários estados brasileiros, em Pernambuco, Bahia, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Podemos compreender que: O Período Constitucional do Império é, portanto, aquela quadra de nossa his- tória em que o poder mais se apartou da Constituição formal, e em que essa logrou o mais baixo grau de eficácia e presença na consciência de quantos, dirigindo a vida pública, guiavam o País para a solução das questões nacio- nais da época (ANDRADE e BONAVIDES, 1991, p. 23). Na época o poder era quase todo centralizado nas mãos do Imperador, o que retra- tava tanta ineficiência, mesmo assim, houve várias manifestações com intuito de obter a liberdade que culminou com a contextualização sobre os direitos humanos que a Constitui- ção favorecia. Nesta Constituição, a inviolabilidade dos direitos civis e políticos tinha como premissa a liberdade, segurança de cada cidadão e o direito à propriedade. Em 1891, foi promulgada a primeira Constituição Republicana que tinha como base , “dar corpo” jurídico ao regime republicano quefoi formalizado, após a ruptura da coroa. 50 1 HISTÓRIA E FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOSTÓPICO UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Esta constituição possibilitou o processo de escolha eleitoral direta do Presidente da República e vice, senadores e deputados. Mas ainda não garantia o direito de todos de par- ticipar do pleito, pois, mendigos, analfabetos e religiosos, não poderiam exercer tais direitos políticos. Entretanto, mesmo com a eleição direta, as regras de distribuição de poder não mudaram. Isso porque o poder centralizado nas mãos dos fazendeiros, a força econômica e os proprietários rurais utilizam deste artifício para manipular votos dos mais desfavorecidos, objetivando seus interesses políticos. A Revolução de 1930 demonstrou um total desrespeito aos direitos humanos, dis- solvendo o Congresso Nacional das Câmaras Municipais, franquias constitucionais foram suspensas, as garantias que os juízes tinham foram extinguidas, entre outros abusos. O descontentamento desencadeou a Revolução Constitucionalista de 1932 que de forma provisória foi nomeada a Comissão do Itamaraty que tinha o interesse de dar continuidade ao projeto de melhoria da Constituição.A Constituição de 1934 trouxe oportunas inovações: ● Proteção social ao trabalhador; ● Proibição de diferença salarial para um mesmo trabalho em razão da idade, sexo, nacionalidade ou estado civil; ● Proibição do trabalho de menores de 14 anos, trabalho noturno para menores de 16 e trabalho de alta periculosidade para menores de 18 e para mulheres; ● Determinou a estipulação de um salário mínimo capaz de atender às necessida- des básicas do trabalhador; ● Repouso semanal; ● Limitação do trabalho a oito horas diárias. A Constituição de 1934 visava o bem estar de todos, assim até mesmo os direitos culturais foram preservados. Com a estruturação da Justiça Eleitoral e do voto secreto, a constituição brasileira começou a prospectar conceitos significativos para todos de ordem econômica, social e cultural. Isso ocorreu até 1937, pois, o autoritarismo no Brasil, momento estes que os direitos humanos deixaram de ser razão de preocupação dos governantes. No governo de Getúlio Vargas, regime do Estado Novo, de forma emergencial foi declarado a imediata suspensão de quase todas as liberdades da qual o ser humano tinha o direito,sendo alguns deles: direito de ir e vir, sigilo de correspondência, restrição a todos os tipos e formas de comunicação, proibição de reuniões e tudo que pudesse suscitar movimentos, motins e protestos. Entretanto, em 1946, com a nova Constituição, os direitos foram restaurados e ampliados bem como todos os direitos sociais, sendo estabelecido o direito à greve e salários com valores estabelecidos. 51UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Entre perdas e ganhos e, de acordo com cada momento histórico a Constituição de 1967, trouxe novamente mais retrocessos, embora em seu texto destacava a importância da garantia da integridade moral e física, “do detento e do presidiário”. Esta Constituição esteve vigente até 1969. Um período marcado por comportamentos arbitrários, assassina- tos e torturas. Houve muitas perdas dos direitos do homem, a Constituição de 1988, teve o objetivo de garantia, mas em contraponto com a Constituição de 1946 que teve esta por sua vez uma grande relevância para o contexto nacional, que foi desarticulada pela ditadura, por interesses políticos. O autor aponta que a Constituição: É um texto moderno, com inovações de relevante importância para o cons- titucionalismo brasileiro e até mundial. Bem examinada, a Constituição Fe- deral, de 1988, constitui, hoje, um documento de grande importância para o constitucionalismo em geral (SILVA, 2001, p. 89). A Constituição de 1988, era denominada por Ulisses Guimarães, então no momento Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, de “Constituição cidadã”. Porém: A constituição de 1988 vem à luz com data marcada para sofrer uma revisão global e contém mecanismos que remetem a revisões parciais seguidas e constantes. Foi posta sob um signo do precário, durante sua elaboração e posteriormente. Ela não responde às exigências da situação histórica (FER- NANDES, 1989, p. 360). Desde o início (preâmbulo), as questões derivadas da dignidade humana eram destacadas, retratando a inviolabilidade à liberdade nos artigos 1º e 3º, e sequencialmente no artigo 5º, quando menciona novamente a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à igualdade. Mas para você o que sintetiza, “dignidade humana”? A dignidade é promovida, quando o indivíduo, o homem é tratado de forma racional, tendo suas peculia- ridades, sua essência enquanto ser. O que garante de fato o tratamento digno é a justiça. 52UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Antes mesmo de adentrarmos ao conceito do que é mito ou verdade, sobre direitos humanos, se faz fundamentalmente relevante entendermos o que são direitos humanos e de forma gradual, conhecer um pouco mais sobre as declarações de direitos em sua historicidade e ampliar nossos conhecimentos tendo como pressupostos autores, estudiosos no assunto. Você já ouviu falar na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)? Este é um documento que foi aprovado e feito uso pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) desde 1948, para ampliar e sustentabilizar os princípios nortea- dores deste instituição internacional. Você pode estar se perguntando: “Qual o objetivo da ONU, com este documento? Simples e de uma certa forma! Incentivar que membros, que representavam o estado da ONU a aplicabilidade de políticas públicas e legislações nacionalistas que tivessem a mesma proposta contida no DUDH. Pois neste documen- to, tudo que fosse referente ao ser humano atingiria seu direito universal e inalienável, configurando em direitos básicos que asseguram a liberdade e a dignidade a todos. Para Castilho, quando se refere a dignidade humana: Está fundada no conjunto de direitos inerentes à personalidade das pessoas (liberdade e igualdade) e também no conjunto de direitos estabelecidos para a coletividade (sociais, econômicos e culturais). Por isso, mesmo a dignidade da pessoa não admite discriminação, ou seja de nascimento, sexo, idade, opinião ou crenças, classe social e outras (CASTILHO, 2011, p. 137). 53 2 DIREITOS HUMANOS: MITOS E VERDADESTÓPICO UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Embora haja descrições comuns, a Declaração de Direitos de Virgínia de 1776 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, serviram de base para a construção da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É interessante conhecer sobre as duas declarações devido suas influências não se referindo apenas sobre os direitos pré-estabelecidos, mas como foi sequencial implementado no setor jurídico nacional. As transformações nos cenários sociais e políticos foi norteador para que as mudanças no Ocidente fossem de fato concretizadas. Podemos citar dois exemplos que impactaram sendo primeiramente a Independência dos Estados Unidos da América (1776-1783) e a Revolução Francesa (1789-1799). A Declaração de Direitos da Virgínia, foi escrita por congressistas do devido estado, que estabelecia proteçãoà vida, liberdade, propriedade e “a procura pela felicidade” dos indivíduos. Todas as propostas são sempre condizentes com os momentos históricos, ou seja, o que está acontecendo no momento, nos setores sociais, econômicos, culturais e religiosos. Para que compreendesse os EUA, neste contexto, promoveu a independência das treze colônias britânicas, justamente pela conduta abordada pela Inglaterra anterior- mente, que sempre visava lucratividade. Como leis mercantilistas sempre favoráveis para a metrópole, guerras contínuas em que a Inglaterra se envolvia culminando nos altos custos de manutenção das tropas britânicas. A declaração foi inspirada também em escritos literários de filósofos ingleses como John Locke e Thomas Paine. Um marco na história, por ser a primeira vez que uma colônia se emancipa de sua metrópole, um início glamuroso para o desenrolar das revoluções se- guintes. De acordo com Karnal, este momento representa uma grande alteração na política no mundo ocidental: Com todas as limitações, o movimento de independência significava um fato histórico novo e fundamental: a promulgação da soberania “popular” como elemento suficientemente forte para mudar e derrubar formas de governo es- tabelecidos de governo, e de cada capacidade, tãos inspiradas em LOcke, de romper o elo entre os governantes e os governados quando os primeiros não garantisse aos cidadãos seus direitos fundamentais. Existia uma firme defesa da liberdade, a princípio limitada, mas que se foi estendendo em diversas áreas (KARNAL, 2007, p. 82-86). Claro que a Independência dos EUA repercutiu, principalmente na França, que per- passa por um momento frágil que culminou, na Revolução Francesa, que tinha como proposta acabar com a monarquia absolutista e ter seu governo por intermédio da permissão do povo. Todos queriam o fim dos privilégios da aristocracia e do clero e que o povo pudesse ter seus direitos naturais alicerçados. Foi um processo muito parecido com o que ocorreu nos EUA, e foi chamado de Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Dois grandes nomes que estavam envolvidos na Declaração de Direitos da Virgínia também tiveram grande influência na Revolução Francesa: Thomas Paine e Thomas Jefferson. Entretanto as influências filosó- ficas de Montesquieu, Voltaire e Rousseau, foram de grande valia. 54UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Conseguimos estruturar nosso conhecimento conceber que os direitos humanos são uma espécie de entidade que subsidia, com o propósito de proteger as pessoas ou grupos específicos. Então o que são mitos e o que são fatos? Os Direitos Humanos é um reconhecimento de que existem, e devem ser resguardados os aspectos básicos da vida humana. O que Declaração Universal dos Direitos Humanos, fez foi resguardar os direitos que são inerentes ao ser humano. Quando de forma comum, as pessoas falam que os direitos foram “criados”, sabemos que sempre existiu. Os direitos humanos é universal, ou seja, se aplica para todos sem distinções. Quando há movimentos sociais em defesa daquela que no momento está sendo negligenciado seus direitos, a sociedade diz: “ só defendem o rico”, só defende determinada classe social, é mito, pois, a garantia é para todos. Os direitos Humanos não sintetiza uma pessoa, mas órgãos, entidades, ONGs. 55UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Como você caracteriza a eficácia na aplicabilidade dos direitos humanos no Brasil? Com certeza caminhando a passos muito lentos. Tantos anos se passaram desde as pri- meiras consolidações das garantias dos direitos na Constituição Brasileira, principalmente de 1946, mesmo com perdas e ganhos, na atualidade, sabemos que a estagnação para a garantia dos direitos básicos são inexpressivas. E quais seriam os motivos para esta fatalidade? A falta de interesse por parte de grande parte dos governantes (esfera federal, estadual e municipal) e empresas (públicas e particulares, com ou sem fins lucrativos). A falta de conhecimento e valorização de todos, pois, as críticas nada construtivas derivam muitas vezes de pessoas que precisam dos seus direitos básicos garantidos, haven- do uma resistência em aceitar a categorização desses direitos. Talvez por verem a ineficácia do sistema, não conseguem ver verdade na aplicação destas garantias. De forma inescru- pulosa, os exemplos de pessoas que lutaram para a garantia dos direitos foram silenciadas, ameaçadas e até assassinadas, como o caso de, Francisca Chagas, Maria Trindade, Nísia Floresta, Bertha Lutz, Chico Mendes e tantos outros. Assim entendemos que: [...] os direitos humanos simbolizam uma racionalidade de resistência, na me- dida em que traduzem processos que abrem e consolidam espaços de luta pela dignidade humana. Realçam, sobretudo, a esperança de um horizonte moral, pautado pela gramática da inclusão, refletindo a plataforma emancipa- tória de nosso tempo (PIOVESAN, 2005, p. 36). 56 3 DIREITOS HUMANOS NO BRASILTÓPICO UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Apesar dos grandes avanços se comparado a Constituição Federal de 1934 a de 1988, nos dariam como satisfeitos. Mas encontramos grandes barreiras em nosso país, o que são notórios quando nos deparamos com estatísticas com altas taxas de homicídios e os grupos pertencentes a estes conflitos são os desfavorecidos de sus direitos: jovens, moradores de rua e negros. Os abusos causados por policiamento, execuções por policiais despreparados ou mal intencionados e/ou milícias. O exemplo disso ocorreu no dia 25 de maio de 2022, em Umbaúba, litoral Sul de Sergipe, um homem, de 38 anos, foi preso por dois policiais rodoviários federais dentro de uma “câmara de gás”, montada no porta malas da viatura da PRF. Nesta premissa podemos dizer que a pobreza, a miséria, a desigualdade social, ao longo da história sempre foi criminalizada, um preconceito eminente. Alguma coincidência com os ocorridos no Holocausto em 1941-1945? Não é episódica, ao contrário, é permanente, a convicção de que setores dominantes e governantes, civis e militares, de que as manifestações ope- rárias e camponesas ameaçam a ordem pública, a paz social, a segurança, a ordem estabelecida ou a ‘Lei e a ordem’. Qualificam essas manifestações como problema de polícia ou também militar (...) (IANNI, 2004, p. 109). É notório que a violência praticada é específica para a classe social pobre,nestes es- paços o Estado, usa como arma a repressão, promovendo, incentivando uma guerra social, objetivando um controle social desigual. Podemos afirmar que os ocorridos refere-se a: [...] guerra social do Estado contra a pobreza (...) as execuções sumárias, que são apoiadas por grande parte da opinião pública, quando não ignoradas como fato banal. Os policiais e agentes do Estado naturalmente olham antes de atirar. Não fosse assim, as execuções sumárias não atingiram especifica- mente os habitantes do território da pobreza, em seus bairros e favelas ou nas ruas das cidades (ALMEIDA, 2009, p. 05). Seguimos com os motivos de um sistema prisional falho, que se encontra em colap- so absoluto. Com problemas visivelmente graves desde sua fundação, como superlotação das celas, o domínio totalitário do sistema pelas facções criminosas, como se não fosse o suficiente, ainda a insalubridade,a proliferação de doenças e a venda e consumo de drogas dentro do sistema com facilidade. Independente do crime cometido, o presidiário é um ser humano e as condições em um ambiente carcerário é desumano, número excessivo de presos em uma mesma cela, chegando a revezar para dormir. Ao pensar que: Na verdade, as maiores ameaças à boa governança democrática vêm do crime, da violência, da pobreza, da discriminação, do preconceito, da intole- rância, da desigualdade, da manipulação, da vulnerabilidade e da exclusão social com falta de acesso à moradia, à educação, à segurança, à saúde e à higiene adequadas. Isso prejudica a transparência, a segurança, a participa- ção, o pluralismo, o respeito aos direitos e a garantia das liberdades funda- mentais dentro do Estado. Países bem governados são menos propensos ao crime, à violência, à pobreza, à discriminação, ao preconceito, à intolerância, à desigualdade, à manipulação, à vulnerabilidade e à exclusão social, porque cultivam a sabedoria do aprimoramento humano, dentro de um cenário de infraestrutura que combate a instabilidade e a corrupção, de sorte que facilite a distribuição equitativa dos benefícios do crescimento, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável almejados pela ONU (OLIVEI- RA, 2018, p. 152-160). 57UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Ameaças aos defensores dos Direitos Humanos, pois, cabem a eles trabalhar para estruturar a democracia e consolidar os direitos humanos, sem privilegiar lucros, ou seja, sem tomar lado, por interesse econômico. De acordo com o programa de proteção aos Defensores de Direitos Humanos, o Brasil é o 4º país que mais mata defensores públicos no mundo, seria essa uma forma de amedrontar e dificultar a proteção à população. A violência contra a mulher tem sido, assunto de grande notoriedade, tudo porque o crime tem se intensificado a cada dia. Toda essa violência seja ela física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual, sempre teve arraigado a um contexto social e cultural. Apenas as denominações que foram ao longo do tempo se modificando, nomeando de violência intrafamiliar, violência contra a mulher, violência doméstica e desde a década de 90, estudos mostram como a violência contra a mulher está ligada a relações de poder, hoje é denominada de violência de gênero. Atualmente as mulheres têm como apoio a lei 11.340/06,conhecida como a Lei Maria da Penha, que define medidas de proteção das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. sabemos que: A cultura da violência domestica decorre das desigualdades no exercício do poder, levando assim uma relação de “dominante e dominado”, que apesar de se obter avanços na equiparação entre homens e mulheres, a ideologia patriarcal ainda vigora, e a desigualdade sociocultural é uma das principais razões da discriminação feminina (DIAS, 2007, p. 15-16). Em pleno século 21, esse tema deveria ser algo, apenas como retrato de nossa história “trabalho em situações analogas á escravidão”, mas esses crimes ainda perduram, destacadas nas redes sociais, trabalhores sendo resgastados, sofrendo por condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas, seridão por dívida e trabalho forçado. É ex- plícito que a dificuldade de se acreditar que nossos direitos são garantidos partem destes princípios, não enxergamos a praticidade do que está garantido pela Lei. Motivo para que a coletividade aprenda a fazer reconhecer seus direitos. 58UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Impossível não iniciar esta contextualização sem mencionar a frase de Martin Lu- ther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Mediante a tantas atrocidades vistas e estudadas no decorrer da história, temos a consciência que fatos similares ainda acontecem, as vezes de imediato, causam uma comoção nacional, horas depois, tudo é esquecido. O direito violado de uma pessoa é a violação de toda uma coletividade. Haja vista que naquele instante a vítima direta não é você ou alguém próximo, mas não temos controle do dia seguinte. Quando o sofrimento do seu semelhança não lhe fere, não lhe angústia, penso que algo errado está acontecendo com a humanidade. A sociedade tem direitos básicos a serem garantidos e quando isso não ocorre, provoca sofrimentos por meio da discriminação, intolerância, injustica, opressão, tortura física e psicológica e escravidão. Logo após o término da II Guerra Mundial, em 1948, a De- claração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas foi assinada, para que todos tivessem a ciência de que era necessário preservar a justiça, os direitos e assegurar a paz entre todos. Homens notáveis defenderam os direitos humanos porque sabiam que sem eles, nunca haveria progresso e tão civilizações, destacamos: Martin Luther King, Mahatma Gandhi e Thomas Jefferson. Martin Luther King foi líder que impulsiona mudanças, um líder pacifico, que combatia o racismo, sua busca era promover os primórdios da liberdade e igualdade, como também pelos direitos civis na América. Tornou-se um dos mais importantes lideres dos movimentos pelos direito civil dos negros nos Estados Unidos. Sua luta era em um momento conflituoso, no auge do movimento contra a segregação no centro do país mais rico do mundo. 59 4 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO CENÁRIO MUNDIALTÓPICO UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS Em 1963, reuniu cerca de 250 mil pessoas e deu inicio ao seu discurso “Eu tenho um sonho…” em que brancos e negros pudessem conviver em paz, ele acredita que quanto mais conseguisse convencer as pessoas de sua causa, maior seria o progresso, embora saibamos que luta era por todos e não apenas pelos negros. Esse líder declarou que: “Uma injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares. O filme Malcolm X (1992) e a série Godfather of Harlem retratam esta contextualização. Mahatma Gandhi, indiano, seu nome simboliza “grande alma” o principal respon- sável pela independência do país, lutou durante os anos de 1920 a 1940, com o intuito de dar fim ao regime colonial inglês e consequentemente a independência da Índia. Sua luta era pacífica, manifestações não violentas. Desenvolveu a técnica Satyagraha, que se caracterizava apenas pela desobediência civil e com as palavras. Sua filosofia era a busca pela verdade, que sinonimamente era Deus, para a verdade que traz ao homem a felicidade e a concretização de seus ideias e aponta que: “A não vio- lência é a maior força à disposição da humanidade. É a mais poderosa arma de destruição idealizada pelo engenho humano”.. O filme Gandhi (1982), traz explicações sobre o contexto político, social e cultural da época. Sua liderança politica e religiosa, possibilitou determinar estratégias que de fato mostrou objetividade, coerencia e repercutiu, por exemplo, no movi- mento pelos direitos dos negros nos EUA, na figura de Martin Luther King. Ignacy Sachs,, é enfático a respeito da importância de Gandhi: A independência da Índia e a maneira como ela aconteceu, assim como a influência deGandhi, deveriam ser objeto de estudo em todas as escolas do mundo, porque é um caso sem precedentes. Isto é, como um país colonizado consegue se livrar da dominação do maior império colonial do mundo quase sem derramamento de sangue? A mensagem é absolutamente extraordiná- ria. Infelizmente, é um caso isolado na história. Assim mesmo, vale a pena lembrá-lo. Diria que essas lições deveriam ser dadas certamente já na escola secundária, e quem sabe na primária, como exemplo de que a humanidade é capaz de coisas bem diversas e isso se contrapõe evidentemente ao holo- causto (SACHS, 2004, p. 357). Thomas Jefferson, autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, declarou que: “ O cuidado da vida e da felicidade humana e, não a sua destrui- ção, é o primeiro e único objetivo legítimo de um bom governo.” Foi o terceiro Presidente dos Estados Unidos, tinha como intuito garantir os direitos de vida, liberdade e a busca da felicidade. O filme Hamilton retrata essa época. Mesmo após muitos movimentos em diferentes momentos históricos, na busca da garantia dos direitos humanos, entenderemos que mesmo em cenário mundial as violações permanecem. 60UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS As principais violações dos seis artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (UDRR), de forma mundial, seguindo a ordem dos seguintes, artigo 3º o Direito à Vida: “Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”, Não à escravidão, artigo 4º “Ninguém deverá ser mantido em escravidão ou trabalho forçado: a escravidão e o comércio de escravos foram proibidos, em todas as suas formas.”, Não à tortura, artigo 5º, Ninguém deverá ser submetido à tortura ou a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.” Estima-se que aproximadamente 7.000 pessoas foram mortas em combate armado no Afeganistão em 2007, em Uganda em média 2.000 morrem cada semana nos acampa- mentos de pessoas refugiadas. Em Guiné-Bissau, há o tráfico de crianças de 5 anos que são retiradas do país para trabalhar em campos de algodão no Senegal do sul ou como mendigos na capital. Na Ásia, o Japão é o maior país-destino para mulheres traficadas, especialmente mulheres oriundas das Filipinas e Tailândia. A UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância), estima que haja 60 mil crianças na prostituição nas Filipinas. De acordo com a ONG Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais, até novembro de 2020 haviam ocorrido mais de 9.000 protestos. As violações dos direitos humanos como vimos em pequeno fragmento é muito maior do que pensamos. Há muitas lutas a serem travadas para que esse cenário mude. Uma missão possível! Mas apenas se houver a participação de todos. 61UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS 62UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS No livro “a invenção dos direitos humanos” a autora panamenha, Lynn Hunt, afirma serem necessários dois elementos básicos para que a concepção de direitos humanos vingue no campo das mentalidades: o sentimento de empatia e a percepção da autonomia. Ela afirma que só através da capacidade de perceber o outro como nós mesmos e também como autônomo, sem estar na condição vitalícia de ser tutelado, de ser capaz de tomar decisões por si próprio. Isto porque a concepção dos direitos humanos engendrada no século XVIII é baseada numa amálgama de ideais de liberdade e igualdade, noções essas que foram cha- vões das revoluções liberais daquele período. Fonte: HUNT, Lynn. In: A invenção dos direitos humanos: uma história. tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 27. “A dignidade humana está fundada no conjunto de direitos inerentes à personalidade da pessoa (liberdade e igualdade) e também no conjunto de direitos estabelecidos para a coletividade (sociais, econômicas e culturais). Por isso mesmo, a dignidade da pessoa não admite discriminação,s eja, de asncimento, sexo, idade, opiniões ou crenças, classe social e outras. Fonte: CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 137. 63 Embora os direitos humanos sejam inerentes ao ser humano, aprendemos que para exercer nossos direitos, precisamos mostrar entendimento e fazer valer, tudo o que foi conquis- tado em momentos constituídos no decorrer da história. Os interesses pessoais são colocados à frente de qualquer direito, ou seja, sempre há alguém com o intuito de obter benefício, mesmo prejudicando outrem. A cada construção das Constituições conseguimos compreender que a cada mo- mento histórico vivenciado, as mudanças, alterações eram provenientes para a época. En- tretanto os direitos humanos foram surgindo de acordo com a necessidade e mobilidade do povo, parados, sem questionar, sem buscar a solidez para uma vida melhor, nada acontece. A centralização do poder, faz com que poucos tenham prioridades na garantia de seus direitos e ainda limita o direito dos demais. Vimos duas hoje, grandes potências toda a transformação para que chegasse na apice que são na atualidade, nada surgiu sem devidas construções documentais, elaborações pautadas nas necessidades vigentes. Quando falamos de direitos humanos, não se restringe a uma pessoa, mas, forma- dos por instituições que lutam para a proteção básica daquilo que nos pertence e tão pouco os direitos humanos são categorizados, mas, é para todos. Garantindo em todos os setores que promovam uma qualidade de vida melhor, cabe a nós fiscalizarmos, acompanharmos. A violação dos direitos básicos, não é apenas em território brasileiro, infelizmente a nível mundial o descaso é visível, destruindo vidas, muitas vezes por mero prazer. Sempre have- rá formas de mudar esta conduta omissa, principalmente por intermédio do conhecimento e da participação social. CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS 64 Direitos Humanos e os Refugiados: A proteção de refugiados é uma questão básica de direitos humanos A reflexão sobre a questão dos refugiados é de extrema relevância. Desde 2001, o Dia Mundial do Refugiado é comemorado em 20 de junho. Esta data é dedicada a dissemi- nar a conscientização sobre a circunstância dos refugiados no mundo inteiro. Os refugiados contribuíram de forma essencial aos países que os acolheram e nada mais importante do que honrar a resiliência, bravura e força de todas as pessoas forçadas a deixar suas casas por causa de perseguições, conflitos armados e guerras. Esta matéria foi escrita em 2020, momento em que o país recebeu refugiados, porém, o assunto ainda hoje é de crucial reflexão. Entenda melhor, quem são os refugiados e quais as leis que os amparam. Disponível em: https://masterjuris.com.br/direitos-humanos-e-os-refugiados-a-pro- tecao-de-refugiados-e-uma-questao-basica-de-direitos-humanos/ LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS https://masterjuris.com.br/direitos-humanos-e-os-refugiados-a-protecao-de-refugiados-e-uma-questao-basica-de-direitos-humanos/ https://masterjuris.com.br/direitos-humanos-e-os-refugiados-a-protecao-de-refugiados-e-uma-questao-basica-de-direitos-humanos/ 65 LIVRO Título: A Invenção dos Direitos Humanos Autor: Lynn Hunt. Editora: Companhia das Letras. Sinopse: O livro destaca todo o contexto histórico sobre a base construtiva dos direitos humanos, fazendo uso dos conheci- mentos da filosofia e história, abrangendo a historicidade da Europa a América, de forma didática e envolvente. FILME / VÍDEO Título: Cafarnaum Ano: 2019. Sinopse: Retrata a vida de uma criança que com 12 anos, se vê repleto de responsabilidade para com seus irmãos, pois, seus pais trabalham de maneira exaustiva para conseguir dar as condições básicas para a sobrevivência dos filhos. Zain se revolta, ao ver que sua irmã de 12 anos sendo obrigada a casar com um homem mais velho, revoltado foge de casa. MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 3 SOCIOLOGIA: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Sociologia Contemporânea: Definição, Objetivos e Características; • Sociólogos Contemporâneos e Tematizações; • Contemporaneidade e Tecnologia da Informação; • Sociologia Contexto Diário. Objetivos da Aprendizagem • Caracterizar objetivos e características da sociologia contemporânea; • Compreender os tipos de temáticas e sociólogos • envolvidos; • Estabelecer a importância da tecnologia da informação e sociologia no contexto histórico. 4UNIDADEUNIDADESOCIOLOGIASOCIOLOGIACONTEMPORÂNEACONTEMPORÂNEA Professor Me. Jorge Alberto de Figueiredo 67 Tudo que fazemos em nossa vida, precisa ser muito bem pensado, compreender suas definições, ter objetividade, partindo das características do que queremos alcançar traçando metas. A sociologia contemporânea nos traz essa dinâmica, construindo concei- tos, avaliando todas as inovações ao redor, tudo se transforma, se inova e precisamos alcançar essas construções por meio do conhecimento. Sem perdermos a essência de tudo que aprendemos no decorrer de nossa história, que traz crescimento por intermédio de nossas experiências. Além de aprendermos conosco, nosso conhecimento empírico, a coletividade nos proporciona essa ampliação com informações metodicamente transformando em apren- dizagem. Entretanto, há especialistas em todas as áreas do conhecimento, e assim, na sociologia não é diferente, estudaremos sociólogos que trouxeram grande contribuição no cenário brasileiro com várias temáticas, quais são pertinentes aos momentos histó- ricos vigentes e que até em dias atuais trazem assuntos tão pertinentes à atualidade. Entender a escolha da temática desenvolvida por cada sociológico, nos fará entender sobre a filosofia de cada um. Ter opiniões fundamentadas na ciência é importante, pois, saímos do patamar do senso comum ou seja “todo mundo fala”, para refletirmos assuntos pertinentes a nossa qualidade de vida: a tecnologia de informação, por exemplo, na contemporaneidade traz benefícios ou malefícios? Precisamos compreender que tudo tem sua dualidade e que pre- cisamos compreender como fazer uso sem que cause prejuízo em nosso desenvolvimento pessoal ou profissional. A informação em época de globalização deve ser utilizada a nosso favor, favorecendo crescimento e aprimoramento, seja ela em qual esfera destinamos. INTRODUÇÃO UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Antes de adentrarmos ao tema, foco de nosso estudo, vamos fazer uma breve retomada. Você compreendeu o que é sociologia? Este conceito é fundamental que com- preenda para traçar um paralelo, destacando as similaridades e diferenças do que iremos aprender a seguir. A Sociologia é uma ciência, em específico ciências sociais, que é dividida em três áreas: a antropologia que estuda a diversidade cultural, a ciência política, centrada nos temas relativos ao poder e a sociologia propriamente dita que estuda a sociedade outras categorias e cada qual determina um aspecto da sociedade. A Sociologia Contemporânea marca uma época, pois sintetiza todo o estudo so- ciológico compreendido após a II Guerra Mundial até a atualidade. Mas o que esta guerra interferiu para ser necessário classificar em Sociologia Clássica e Sociologia Contempo- rânea? A guerra trouxe consigo, além de tudo que é óbvio, dor, morte, pobreza, também, paralisou todas as demandas intelectuais. Entretanto, a partir de 1940, as instituições de ensino superior começaram a administrar a Sociologia em seus cursos, com tantas conse- quências que o conflito trouxe na esfera política, econômica, cultural, religiosa, era preciso inovar nas propostas visando um qualitativo trabalho para com a sociedade. Surgiram então novas formas metodológicas para marcar a sociologia Contemporânea, entretanto, as contribuições dos filósofos: Augusto Comte, Karl Marx, Herbet Spencer, Gabriel Tarde, Émile Durkheim, Georg Simmel, Max Weber entre outros da Sociologia Clássica foram de fundamental relevância. 1 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA: DEFINIÇÃO, OBJETIVOS E CARACTERÍSTICASTÓPICO UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA A Sociologia Contemporânea teve um grande avanço em suas pesquisas, e quanto mais a sociedade se transformava, mas necessário ainda especificar os estudos relativos a ela. Tanto é que há na atualidade especialização em sociologia nas áreas am- biental, criminal, acessibilidade, administração, arte, ciência, cultura, educação, imagem, infância, informação, inovação, juventude, linguagem, moda, música, religião, saúde, vida cotidiana, violência, elites, urbana, rural, pública, política, histórica, econômica, trabalho, lazer, direito, consumo, digital, conhecimento entre outras subcategorias. O intuito do sociólogo na contemporaneidade é ir além das experiências cotidia- nas, pois, esta averiguação todos nós fazemos. Entretanto, a pesquisa precisa contínua e sistemática, garantindo a continuidade e consequentemente acompanhando a evolução da sociedade, de forma neutra. Contribuindo para expandir oportunidades reflexão e crítica com relação à sociedade à qual pertencemos. Para continuarmos a compreender, devemos conceituar pontos importantes: o funcionalismo, culturalismo e o estruturalismo. Quando falamos de funcionalismo, estamos nos direcionando a um método, que tem como objetivo ter explicações sobre a sociedade no que tange a ações coletivas e individuais, tendo como determinante as causas. Neste preceito, entende-se que esse método reflexiona a estrutura social, bem como sua funcionalidade, isto é, condutas, re- gras, costumes, normas, tradições, também são objeto de pesquisa. Todo o conhecimento adquirido, é de grande valia, pois, serve de base para que o Estado conduza ações que amenizem os problemas na sociedade. Podemos assim: Caracterizar o funcionalismo é uma tarefa difícil, já que os rótulos que se conferem aos estudos ditos “funcionalistas” mais representativos geralmente se ligam diretamente aos nomes dos estudiosos que os desenvolveram, não a características definidoras da corrente teórica em que eles se colocam (NEVES, 2004, p. 12). E o que vem a ser culturalismo? É a congruência da psicologia e das ciências sociais, que intermediam as explicativas sobre as questões psicológicas de cunho coleti- vo ou individualizado. A própria denominação destaca a referência a cultura, assim, uma pessoa culturalista, é aquela cujo desenvolvimento intelectualé notório. Se faz importante mencionar que muitas vezes por questões culturais, o que é simbólico, importante para um, para é para outro. No Brasil, alguns artistas se destacaram nesta concepção, como Silvio Romero, Gilberto Freyre e Câmara Cascudo. Sequenciando o que vem a ser estruturalismo, pautado no contexto sociológico? Po- demos conceituar como uma metodologia analítica, aquela que aprimora os conhecimentos sobre a realidade social. Sua objetividade é entender como o relacionamento humano e as bases sociais que são heterogêneas, e refletir como elas se integram, se constroem , para explicar como que as condutas, hábitos, costumes se consolidam socialmente. Embora o estruturalismo seja oriundo da psicologia, as demais áreas também foram influenciadas por ela, como a filosofia, antropologia e a própria sociologia. 69UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Vários sociólogos contribuíram valiosamente com a ampliação das teorias socioló- gicas no Brasil, mas destacamos alguns ícones clássicos relativos ao pensamento social brasileiro. Mas para entender como os assuntos foram sendo primados e automaticamente, quais pensadores se atribuíram desta construção teórica. Em meados de 1920 a 1930, era crucial compreender sobre a formação brasileira em específico, sobre a economia, enfatizando o termo exploração. Tendenciosamente das décadas de 1950 a 1960, os estudos estavam focados no trabalho em campo, industrializações e suas consequências como desigualdade, formação de movimentos sociais e exploração principalmente nas relações patrão e empregado. As temáticas sobre reforma agrária e movimentos sociais também foram fundamentais. Se- quencialmente, em 1964 a 1965 estevam ampliando os conhecimentos acerca das ciências sociais. Entretanto, a partir de 1985, as pesquisas retomaram com muitas diversidades, até porque as transformações eram necessárias diante do cenário perseguidor, surgiram pesquisas voltadas a relações no âmbito trabalhista, fazendo nascer conceitos neoliberais. Florestan Fernandes de acordo com Antonio Candido (2001), adquirir suas experiên- cias, dedicando-se a fundamentar-se teoricamente no contexto sociológico enquanto ciência, aperfeiçoando em suas práticas perspectivas teóricas metodológicas, favoreceu com estudos aprofundados sobre industrialização brasileira e toda mudanças sociais derivadas e atribuídas a ela. Sua teoria mais significativa era sua contextualização em compreender as dificuldades quais os negros passava, fundamentavasse na teoria marxista, segundo Florestan, o negro precisa ser entendo a partir do momento em que deixou de ser propriedade e passou a “livre”. Por ter sofrido discriminação pela sua origem humilde defendia a inserção do negro na sociedade bem como a democratização do ensino para todos. 2 SOCIÓLOGOS CONTEMPORÂNEOS E TEMATIZAÇÕESTÓPICO UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA Darcy Ribeiro, era antropólogo, escritor e político, suas concepções teóricas são bem conhecidas principalmente no setor educacional, pois, foi um grande percussor do movimento da Escola Nova, que tinha como premissa renovar a educação, contrariando os métodos tradicionais, com o intuito de combater as desigualdades sociais. Em seu livro “O Povo brasileiro”, contextualiza e analisa a formação e organização da sociedade brasileira. Dedicou parte de seu tempo para as temáticas indígenas. Sua ideia principal era sobre identidade cultural, sua intencionalidade era em explicar o processo de civilização com a argumentativa do evolucionismo sociocultural. Fundamentalmente entende-se que: Nosso papel é, pois, o de nos fazermos herdeiros do discurso da ciência, apenas para refazê-lo com base na exploração exaustiva do valor explicativo tanto dos contextos sociais concretos que observamos, como das circunstân- cias de lugar e posição, desde as quais vemos a eles e aos seus contornos. Para fazê-lo com a ousadia de Marx, porém, é indispensável observar, com- parar e interpretar de olhos postos no trânsito entre o que foi e o que pode ser, e com a predisposição de conhecer para intervir e influir, no sentido de que venham a se concretizar na história, amanhã, as possibilidades mais generosas que ela pode oferecer (RIBEIRO, 2009, p. 78). Umas das obras que reflexiona sobre os negros casa Grande e Senzala” destaca a formação da sociedade brasileira, tendo como relação senhor e escravo, que direciona ao mito da democracia racial brasileira, foi escrita por Gilberto Freyre, que faz criticas severas sobre a injustiça, práticas violentas e raciais consituidas na escravidão. Freyre defendia a teoria de que a mistura “miscigenação” seria capaz de consolidar uma população mais uni- da e fortalecida. Enquanto muitos afirmavam a necessidade de uma pureza racial, Freyre, caracterizada pelo aspecto positivo da mistura das etnias, pelas contribuições sociais, culturais, religiosas entre outros. Sérgio Buarque de Holanda trouxe grandes contribuições sobre metrópole e colô- nias, seu intuito era analisar a formação da sociedade brasileira e as interações culturais dinamizadas por elas. Teve como influenciador Max Weber. Para Holanda, o homem cordial seria uma forma de transformar a humanidade. Prado Júnior contribui estudando a forma- ção brasileira, desde seus primórdios com a chegada dos brasileiros, sua configuração é abrilhantada quando destaca aspectos econômicos neste processo. Considerou em suas pesquisas heróis singulares, analisando grupos políticos que contribuíram para a constru- ção da história. Este por sua vez estudou o território brasileiro amplamente e contribuiu para a renovação da historiografia e ciências humanas em 1930. 71UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA A sociologia, estreitamente vinculada às outras ciências sociais, afirma-se cada vez mais como uma necessidade de tomada de consciência da socie- dade industrial por ela mesma (...) Ou seja, face ao progresso técnico do qual as ciências da natureza são as infatigáveis promotoras, a sociologia, se fosse melhor equipada e constantemente consultada, poderia, melhor controlando a introdução e a adaptando das coletividades e dos indivíduos, ajudar à en- contrar um equilíbrio que ainda não têm em nenhuma parte do mundo […] constatamos que a ambição do conhecimento científico se confunde à exi- gência (ou à nostalgia) da ação. A ação do sociólogo pode ser projetada por ele essencialmente como a transformação militante do meio. Mas ele pode também considerar que sua missão é, antes de tudo, em ajudar o homem na sua adaptação a este novo meio (...) os sociólogos ocidentais contribuem para a transformação, e em todo caso à reforma, do meio social por meio das pesquisas sobre a urbanização, as grandes organizações administrativas, a saúde mental, o sistema hospitalar, as relações raciais, etc [....] O papel do sociólogo é diferente segundo a coletividade que lhe demanda: uma grande administração pública (ou seja, o Estado), uma empresa industrial, comercial, financeira, uma corporação econômica, um sindicato, uma associação profis- sional... (FRIEDMANN, 1960, p. 11 - 16). As tematizações são sempre frutos das manifestações que ocorrem de acordo com cada momento histórico, conforme as transformações sociais acontecem o que é neces- sário, as pesquisas sedirecionam para entender e intervir teoricamente nesse processo construtivo e formador da sociedade. Alguns caminhos das pesquisas são previstos outros inusitados, pois as mudanças sociais trazem consigo situações inusitadas, que são influen- ciadas sem dúvida pela meios de comunicação, fortalecidas pela tecnologia. 72UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 A sociedade contemporânea está composta por alterações decorrentes por séculos e que a cada dia continua a se transformar e em paralelo os avanços são característica de vários setores, principalmente no âmbito científico e tecnológico, que impulsiona e eviden- cia o estado de globalização. Você sabe o que é globalização? Vivemos em um processo globalizador, em nosso contexto diário, mas não paramos para entender qual a significação desse fator para nosso desenvolvimento. Vivemos de forma tão mecanizada que as defi- nições ou conceituações de tudo que nos direita ou indiretamente nos conduz não nos faz refletir. Segundo Hindenburgo Francisco (2017, p. 03) “É preciso resistir e desenvolver uma globalização solidária e não subordinada, que promova um conjunto de políticas públicas alternativas que possibilitem a formação de uma sociedade com menos desigualdades na distribuição de renda”. Globalização é uma forma de juntar sociedades, diversificadas de todo o mundo, independentemente das características singulares existentes econômicas, sociais, cultu- rais, religiosas ou políticas, o que mais é importante no contexto global é a integração do mercado. Seu maior objetivo é expandir abrindo espaço para atividades econômicas e imigratórias entre todos os envolvidos.Para Stiglitz (2002): A globalização, que pode ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem econômica mais justa nem para um mundo com menos conflitos (STIGLITZ, 2002, p. 01). 3 CONTEMPORANEIDADE E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOTÓPICO UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA A globalização também traz consigo fatores que desfavorecem a sociedade, como o desemprego. Se observarmos após a Revolução Industrial, as técnicas para maior produ- ção foram sendo potencializadas, dando espaço para a tecnologia, que de forma sistêmica se reinventa diariamente, assim, as pessoas estão sendo substituídas por máquinas, robôs, podemos ver explicitamente quando chegamos ao banco e os caixas eletrônicos estão exercendo a função de pessoas. Claro que em contraponto surge a necessidade de novos profissionais, entretanto com qualificações cada vez maiores. Para Santos (2001): O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfer- midades como a SIDA se instalam e velhas doenças, supostamente extirpa- das, fazem seu retorno triunfal (SANTOS, 2001, p. 31). Consequentemente a globalização proporciona um aumento de consumo, um vo- lume maior de informações, desenvolvimento tecnológico, redução de direitos trabalhistas e aumento da concorrência entre empresas. A globalização intensifica o conhecimento, pois, há a troca de informação para crescimento de todos. Então conseguimos ter aqui duas vertentes que beneficia a todos com as trocas de conhecimento, mas a disparidade está no potencial de consumo de cada lugar. Sabe-se que a globalização não traz prosperidade a todos, ainda existe inúmeras pessoas excluídas sem oportunidade e sem qualificação profissional, assim ressalta-se que: A mundialização do capital tem profundas repercussões na órbita das po- líticas públicas, com suas conhecidas diretrizes de focalização, descentra- lização, desfinanciamento e regressão do legado dos direitos do trabalho. Esse cenário avesso aos direitos nos interpela. Atesta, contraditoriamente, a urgência do seu debate e de lutas em sua defesa, em uma época que des- centralizou a cidadania ao associá-la ao consumo, ao mundo do dinheiro e à posse das mercadorias (IAMAMOTO, 2008, p. 118). A tecnologia é crucial no processo de globalização para o surgimento de bens e /ou serviços, a comunidade científica, a lei da física é igual em todos os países, por isso não pode ser controlada. Um fator muito discutido na atualidade é como a tecnologia pro- porcionada pela conduta global tem afetado os indivíduos em suas tomadas de decisões. Muitas vezes impulsiona o modismo, como também faz romper paradigmas construídos ao longo da história. A otimização do tempo também foi propício devido ao avanço tec- nológico, mas, continuamos escravos do relógio, causa esta de muitas doenças atuais, como a ansiedade e depressão. A sociologia não está afastada dos avanços tecnológicos. Você já ouviu falar so- bre a sociologia digital? Pois bem, é uma ramificação da Sociologia que tem o intuito de aprofundar seus conhecimentos nas novas tecnologias de informação e comunicação, com o objetivo de averiguar como elas impactam na vida em sociedade, haja vista que a forma 74UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA de uso das tecnologias tem sido generalizada, a maneira como buscamos e produzimos as informações são muito diferentes. A muito que construir uma estrutura para o trabalho da sociologia digital, pois, é algo novo para todos é necessário uma atualização metodológica diante a tantas informações sociais. Portanto: De muitas maneiras, a questão ‘O que a sociologia digital pode fazer por nós?’ é facilmente respondida. Em resumo, a sociologia digital nos permite ter um senso melhor do mundo digital em que estamos vivendo. Expandindo um pouco mais, a sociologia digital fornece um modo de formularmos ques- tões melhores para a sociedade digital – identificando problemas, tensões e questões subjacentes que de outro modo estariam encobertas em meio à hipérbole que tende a obscurecer as discussões sobre a ‘nova’ tecnologia (SELWYN, 2019, p. 22). Entender que a sociologia, as tecnologias fazem parte de nosso cotidiano, não é complexo, quando conseguimos conceituar cada palavra e inseri-la no contexto adequado. Assim quando alguém diz “detesto matemática” ou “detesto politica”, sem se dar conta que nosso falar, nosso mover está entrelaçado a elas. Não sendo diferente a sociologia. 75UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Milhares de pessoas vivenciam momentos como nesta imagem. Momento para o sono, hora de descansar e o sono não vem, o tic-tac do relógio, o passar das horas, e nossos pensamentos são incessantes,são vários ao mesmo tempo, uma busca de entender os fatos do dia e inteirar-se dos fatos do dia seguinte, uma organização da agenda mental. Isso não é apenas você, mas faz parte da realidade de mais da metade da população do mundo. A sociologia está associada a esta descrição, porque ela nos faz refletir sobre a vida social. Hoje entendemos melhor um pouco mais sobre a exaustiva busca pelo trabalho, de maneira inconsciente vimos nossos pais, trabalharem e ainda enfatizarem: vocês precisam estudar para ser alguém na vida, precisam estudar para ter um trabalho, essas palavras ficam gravadas em nosso mover. E quando vemos, estamos seguindo exatamente as mesmas ordens, muitas vezes até mesmo sem eles estarem presentes. Nos autocobramos quando não conseguimos alcançar as metas que muitas vezes não foram estabelecidas por nós. Quando começamos a refletir sobre grupos sociais, entendemos que existem sim as diferenças, mas as semelhanças em muitos aspectos se fazem presente. Cotidianamente observarmos alguns aspectos comportamentais e nos questio- namos a razão destes comportamentos, sejam eles frente a conflitos familiares, sociais, de cunho religioso, econômico, hora concordamos, hora desaprovamos isso é um ato sociológico, e quando mais conhecimentos temos mais criticidade temos para externar nossa opinião. Mencionamos sobre as tecnologias que impulsionam na era digital demais informações, mas precisamos aprender em nossa rotina, enxergar o que muitas vezes não foi feito para ser visto, contextualizadas pelo sistema capitalista. Pois, 4 SOCIOLOGIA NO CONTEXTO DIÁRIOTÓPICO UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA É exatamente isso que o pensamento sociológico pode fazer por nós. Como um modo de pensar, ele nos fará questões do tipo: “Como nossas biografias individuais se entrelaçam com a história que partilhamos com outros seres humanos?” Ao mesmo tempo, sociólogos são parte dessa experiência e, como tal, não importa quão arduamente tentem manter distância de seus objetos de estudo – tratando as experiências de vida como objetos “de fora” –, não conseguem desligar-se completamente do conhecimento que buscam compreender. Apesar disso, essa condição pode ser uma vantagem, posto que possuem uma visão interna e externa das experiências que tentam en- tender (SELWYN, 2019, p. 48). A sociologia nos impulsiona a refletir sobre o mundo social, que nos constrói so- cialmente e automaticamente é construído por nós. Uma troca de crescimento, vivemos de forma coletiva, um conhecimento se agrega a outro, entender nossos limites. Estar no meio social, não significa que precisamos fazer tudo o que as demais pessoas fazem. Estamos em uma sociedade que vive de aparência em muitos aspectos. Quantas vezes por dia, você tem o costume de postar fotos pessoais nas redes sociais? Evidentemente, a tecnologia está muito presente nesta epóca, do que em mo- mentos históricos anteriores. Mas veja sociologicamente a necessidade de algumas pessoas, mostrarem felicidade, que muitas vezes são aparentes, sendo o mais impor- tante aparecer sendo feliz, do que ser feliz verdadeiramente. Este é um dos conceitos que a sociologia digital tenta compreender sobre o uso das tecnologias pela sociedade. Entender as razões de tantas exposições irreais denotam a fragilidade de uma sociedade tecnologicamente fragilizada. 77UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA 78 Todavia há exceções: o antissemitismo de Hitler era tão extremado que assim que assumiu o poder, em 1933, decidiu expulsar os cientistas judeus das universidades alemãs. Foi-lhe ponderado que isso poderia atrasar o desenvolvimento da ciência alemã, ao que Hitler retrucou que preferia que a ciência na Alemanha se atrasasse alguns anos por essas perdas a aceitar a “ciência judaica”, de que Einstein era o principal expoente, e que os cientistas alemães recuperaram o atraso após alguns anos. Não foi isso que aconteceu. O esforço de guerra dos Aliados, que se opunham à Alemanha, beneficiou extraordinariamente cientistas judeus exilados, como o próprio Einstein e muitos outros, o que permitiu o desenvolvimento até das armas nucleares antes que os alemães o fizessem. Para saber mais acesse: https://www.fecomercio.com.br/noticia/a-globalizacao-na-ciencia-e-tecnologia-por-jose-goldemberg https://www.fecomercio.com.br/noticia/a-globalizacao-na-ciencia-e-tecnologia-por-jose-goldemberg 79UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA A verdade, porém, é que nós somos os sadistas; o elemento ativo na corrupção da vida de família; e mule- ques e mulatas o elemento passivo. Na realidade, nem o branco nem o negro agiram por si, muito menos como raça, ou sob a ação preponderante do clima, nas relações de sexo e de classe que se desenvolveram entre senhores e escravos no Brasil. Exprimiu-se nessas relações o espírito do sistema econômico que nos dividiu, como um Deus todo-poderoso, em senhores e escravos. Dele se deriva a exagerada tendência para o sadismo característica do brasileiro, nascido e criado em casa grande, principalmente em engenho; e a que insistentemente temos aludido neste ensaio. Imagine-se um país com os meninos armados de faca de ponta! Pois foi assim o Brasil do tempo da escravidão. Fonte: Freyre (1957). 80 Chegamos ao final de uma jornada de ampliação de nossos conhecimentos. Muitos assuntos de certo já tínhamos o conhecimento e pudemos ampliar, outros para relembrar, mas o mais crucial é que sempre estamos aprimorando nossos conhecimentos, como também as formas de aprendizagem. De acordo com cada contexto histórico a sociologia se apresentava de forma diferenciada, de acordo com as necessidades de cada situação, conforme a sociedade, as pessoas e as mudanças ocorriam, a sociologia também se adap- ta a novas realidades. Concluímos esta afirmativa, pela fundamentações dos sociólogos clássicos e os contemporâneos, que de acordo com cada momento, se aprofundava em temas diferenciados. As informações propiciadas pelas tecnologias advindas com grandes aspectos voltados para a dinamização da globalização, ofereceram caminhos significativos para que o mundo de forma rápida trocassem informações. Todos ganham com estas trocas de conhecimento, porém, transformar as informações em conhecimento é o ápice do apri- moramento sociológico. Contextualizar de forma neutra, a imparcialidade para julgar os fatos, são necessários, para que com sensatez saibamos externar opiniões. Vivemos de forma como a sociologia se define, todos os dias, pois, aprendemos a viver em grupos, entender os conceitos de pessoas, grupos, diversos ao nosso, trocamos ideias, acrescen- tamos informações a nossa bagagem diária e as pessoas que convivem conosco também aprendem. Mudamos nosso comportamento, nossas convicções adaptando às mudanças sociais existentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA 81 Sociedade e conhecimento: novas tecnologias e desafios para a produção de co- nhecimento nas ciências sociais Resumos: Este artigo debate algumas questões ligadas às relações entre sociedade e conhecimento, abordando as temáticas da sociedade da informação e da interdisciplina- ridade (redes), associadas aos avanços nas tecnologias de informação e comunicação. A partir dessas relações são discutidos, especificamente, o desenvolvimento de metodologias informacionais e as possibilidades e desafios que daí emergem para a pesquisa e a produ- ção de conhecimento nas Ciências Sociais e para a compreensão e o desenvolvimento de redes de informação e de saberes. Fonte: LIMA, Gilson; TEIXEIRA, A. N.; BAUMGARTEN, M.Sociedade e conheci- mento: novas tecnologias e desafios para a produção de conhecimento nas ciências sociais. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/sgCYtBFpKNVrdghsLMj6Mt- v/?lang=pt. Acesso em: 06 jul. 2022. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA https://www.scielo.br/j/se/a/sgCYtBFpKNVrdghsLMj6Mtv/?lang=pthttps://www.scielo.br/j/se/a/sgCYtBFpKNVrdghsLMj6Mtv/?lang=pt 82 LIVRO Título: Uma Sociologia da Vida Cotidiana Autor: José de Souza Martins. Editora: Contexto. Sinopse: O livro estimula a compreender melhor a sociedade e evidencia que a sociologia cotidiana tem o objetivo de investi- gar, descrever, interpretar todos os viés que evidenciam fatos sociais que de certa forma impactam para a sociedade, inves- tigando as singularidades do cenário brasileiro, no aspecto de Ciências Sociais. FILME / VÍDEO Título: Tarde para Morrer Jovem Ano: 2020. Sinopse: Três crianças vivem com suas famílias nas montanhas. O que os adultos querem é criar uma sociedade longe dos ex- cessos das metrópoles. Mas os problemas de logística como a falta de água só gera desentendimentos entre eles e as crianças sonham em sair de lá. MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 4 SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA https://cinema10.com.br/tipos/filmes-sobre-crianca https://cinema10.com.br/tipos/filmes-sobre-montanha https://cinema10.com.br/tipos/filmes-sobre-sonho 83 ACCART, Jean-Philippe. Serviço de referência: do presencial ao virtual. Brasília: Briquet de Lemos, 2012. ALMEIDA, A. M. O papel da opinião pública na violência institucional. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS, 2009, Rio de Janeiro. Anais.. Rio de Janeiro, 2009. ANDERY, Maria Amélia Pie Abib; SÉRIO, Tereza Maria de Azevedo Pires. Há uma ordem imutável na natureza e o conhecimento a reflete: Augusto Comte (1798-1857). In: AN- DERY, Maria Amélia Pie Abib et al. Para Compreender a Ciência: uma perspectiva histórica. 16ª ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2012. ANDRADE, P. de; BONAVIDES, P. História Constitucional do Brasil. São Paulo, Paz e Terra, 1991. ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2000. BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de Política. Editora Universidade de Brasília, 11ª ed. Vol. 1, Brasília, 1998. BRASIL. Lei n° 11.340 de 7 de Agosto de 2006. Lei Maria da Penha: cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher... Diário Oficial da União. Brasília, DF, 8 ago. 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Impacto da Violência na Saúde dos Brasileiros, Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2005. 340 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde). CANDIDO, Antonio. Florestan Fernandes. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001. CASTILHO, Ricardo. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo: ordem e progresso. Porto Alegre: Globo; São Paulo: USP, 1978. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84 DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: LEI 11.340/2006:da efetividade da lei de Combate à Violência Doméstica Familiar Contra a Mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. DURKHEIM, E. Da divisão de trabalho social 3.ed. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008. DURKHEIM, E. et al. Introdução ao pensamento sociológico. São Paulo: Centauro, 2001. (Coletânea de textos). DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. FERNANDES, F. A Constituição Inacabada – Vias Históricas e o Significado Político. São Paulo, Estação Liberdade, 1989. FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de interpretação so- ciológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. FERNANDES, Florestan. A sociologia numa era de revolução social. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. FERREIRA Neto, Ney Jansen. Escola, ensino de sociologia e políticas educacionais. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 17 ago. 2021. FRANCISCO, H. Globalização, cultura e território: o Brasil no novo milênio. Espaço & Economia. 2017. 13 p. FREYRE, G. Casa grande e senzala. Lisboa: Livros do Brasil, 1957, p. 361. FRIEDMANN, G. Société et connaissance sociologique. Annales: Economies, sociétés, civilisations, v. Extrait, n. 1, p. 9–17, jan. 1960. GALLIANO, G. A. Introdução à Sociologia. SP: Harper e Row do Brasil, 1981. GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1990. 85 HAYECK, C. M. Refletindo sobre a violência. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais - RBHCS, São Leopoldo, ano 1, n. 1, jul. 2009. IAMAMOTO, Marilda V. Mundialização do capital, “questão social” e serviço social no Brasil. Revista em pauta, nº 21, p. 117-139, 2008. Disponível em: https://www.fvj.br/revista/ wp-content/uploads/2014/11/3s_v1n12014.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022. IANNI, O. Capitalismo, Violência e Terrorismo. São Paulo: Civilização Brasileira, 2004. KARNAL, Leandro. Estados Unidos: A Formação da Nação. 4º ed. São Paulo: Contexto, 2007. KOHN, Karen; MORAES, Claudia Herte. O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da Sociedade da Informação e da Sociedade Digital Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. CONGRESSO BRA- SILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30. Santos, 29 de agosto a 2 de setembro de 2007. KRUG, E. G. et al. (eds.) World report on violence and health. Geneva: World Health Organization, 2002. LAVINAS, L. et al. Percepções sobre desigualdade e pobreza: o que pensam os brasilei- ros da política social. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2014. MARX, K. O capital Livro III, Tomo II. Tradução de Regis Barbosa e Flavio R. Kothe. São Paulo: Abril Cultural, 1985. (Coleção Os Economistas). MARX, K. La guerra civil en Francia. In: MARX, K.; ENGELS, F. Obras escojidas Versión de Editorial Progreso. Cubierta de César Bobis Tomo I. Madrid: Editorial Ayuso, 1975. MINAYO, M. C. S. Violência e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006. MINAYO, M. C. S.; SOUZA, E. R. Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 4, n.3, p. 513-531, nov. 1997. NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática – história, teoria e análise, ensino. São Paulo: Editora UNESP, 2004. https://www.fvj.br/revista/wp-content/uploads/2014/11/3s_v1n12014.pdf https://www.fvj.br/revista/wp-content/uploads/2014/11/3s_v1n12014.pdf 86 NOVAIS, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática,1983. OLIVEIRA, Edmundo. O Universo da Segurança Humana. COPLAD – ILANUD PUBLICA- TION, San José-Costa Rica, 2018. OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Relatórios diversos, 1998. PICOLOTTO, E. L. Movimentos Sociais: Abordagens Clássicas e Contemporâneas. Onli- ne. Juiz de Fora. Ano 1, ed. 2, nov. 2007. PINTO, M. M. Tecnologia e inovação/Miriam de Magdala Pinto. Florianópolis: Departa- mento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES:UAB,2012. PIOVESAN, Flávia. Ações afirmativas sob a perspectiva dos direitos humanos: In: SA- LES, Augusto dos Santos (Org.). Ações Afirmativas e Combate ao Racismo nas Américas. Brasília: Ministério da Educação; UNESCO, 2005. QUINTANEIRO, T. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG,1996. REIS, E. P. Percepções da elite sobre pobreza e desigualdade. Revista brasileira de ciên- cias sociais, v. 15, n. 42, p. 143-152, 2000. RIBEIRO, Darcy. Testemunho. 4ª ed. Rio de Janeiro: Apicuri; Brasília: UnB, 2009. SACHS, Ignacy. Experiências internacionais de um cientista inquieto: entrevista com Ignacy Sachs. Estudos avançados. São Paulo, v. 18, n. 52, 2004. SANTOS, J. V. T. A violência como dispositivo de excesso de poder. Soc. estado, Bra- sília, v. 10, n. 2, p. 281-298, 1996. SANTOS, M. Por uma outra globalização. 6 ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. 83 p. SELWYN, N. What is Digital Sociology?. Cambridge: Polity Press, 2019. SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2001. 87 STIGLITZ, J. A globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais. Ed. Futura, São Paulo: 2002. 327 p. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia da Educação. São Paulo: Atual, 1997. WEBER, Max. Conceitos sociológicos fundamentais. In: Economia e Sociedade: funda- mentos da Sociologia Compreensiva. Brasília,UNB, p. 3-35. 1991a. 88 Prezado (a) aluno (a), Sempre estaremos sedentos para aprender, o conhecimento é diário, sistêmico e dinâmico, assim como nosso sociedade tem se transformado, tudo ao seu redor também necessita destas mudanças, lembrando que mudar é um processo que demanda tempo e muito esforço, porque geralmente não costumamos sair da zona de conforto. Aprendemos no contexto sociológico, como os acontecimentos históricos influem nas características de um povo, de uma cultura, influenciando os aspectos econômicos, religiosos e sociais, grandes pensadores com dialéticas diferentes, apresentaram suas sin- gularidades ao falar de sociedade. Pois, bem a sociedade é a base de estudo da sociologia, e tudo que está interligada a ela são objetos de pesquisa. Para cada estagnação política, gera conflitos qual serve de impulsão para os movi- mentos sociais, participarem com seus grupos que são as minorias. Mas faz muito relevante dizer que nem sempre a minoria de um grupo corresponde a minoria em relação ao número populacional. O que denota ainda mais como somos, individualistas, se pensássemos de forma coletiva, a união mudaria muitas concepções, como as violências e a criminalidade. Os Direitos Humanos em acordo com suas leis denota bem essa ausência de coletividade, porque é necessário leis para assegurar aquilo que já por direito. A lei da vantagem ainda predomina sobre nossa sociedade, estimulada pelo sistema capitalista que impulsiona uma sociedade consumista, que vive de aparência física, sem considerar a essência da moralidade e da ética. A Sociologia está presente em nossas vidas diariamente porque convivemos com pessoas a todo tempo, desde nosso núcleo familiar ao profissional, e com a evolução tecnológica temos uma exposição sobre estas questões sociais, assim, percebemos que as redes sociais evidenciam sociologicamente pessoas como elas gostariam de ser e não como são verdadeiramente. Pensemos nisso! Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado! CONCLUSÃO GERAL ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Site UniFatecie 3: Botão 11: Botão 10: Botão 9: Botão 8: Unidade 1: Unidade 2: Unidade 3: Unidade 4: