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Introdução à Segurança do Trabalho Professor Mestre Especialista Yutaka Mario Kobayashi Júnior Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração André Oliveira Vaz Revisão Textual Kauê Berto Web Designer Thiago Azenha UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Núcleo de Educação a Distância; JÚNIOR, Yutaka Mario Kobayashi. Introdução à Segurança do Trabalho. Yutaka. Mario Kobayashi Júnior. Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 116 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira dos Santos. AUTOR Professor Mestre Especialista Yutaka Mario Kobayashi Júnior ● Mestre em tecnologias limpas pelo Centro Universitário de Maringá (2019); ● Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Esta- dual de Maringá (2010); ● Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá (2007); Atua como docente de engenharia civil há 11 anos. É professor de engenharia civil e arquitetura no Centro Universitário UniFatecie (2018 até o momento) em 2020 começou a fazer parte do Núcleo Docente Estruturante do curso de engenharia civil da UniFatecie. Área acadêmica de atuação: Estruturas e todas subáreas. Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/0913796918242414 http://lattes.cnpq.br/0913796918242414 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL A disciplina de Introdução à Segurança do Trabalho tem como objetivo principal proporcionar conhecimentos prevencionistas na formação acadêmica do aluno, de forma que eles possam exercer suas atividades profissionais de forma prudente e consciente. Para tanto, apresentamos tópicos que abordam as exigências normativas para que o traba- lho seja realizado com o mínimo de risco possível para o colaborador e a empresa. Explore conosco as páginas a seguir e faça parte desse seleto grupo que executa suas ações de maneira responsável, sem colocar em risco sua integridade física e a dos demais colegas, zelando pelo sucesso de seu grupo de trabalho e da empresa onde exerce suas atividades. Além dos os conhecimentos apresentados, você será convidado a refletir se aprofundar nos conteúdos de interesse, navegando por sites indicados no material didático. Esperamos que a disciplina seja fator determinante em sua postura profissional e que os conhecimentos adquiridos aqui façam parte de sua carreira. Seja bem-vindo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 6 Segurança do Trabalho: Definições e Organização UNIDADE II ................................................................................................... 40 Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização UNIDADE III .................................................................................................. 71 Segurança do Trabalho na Indústria da Construção UNIDADE IV .................................................................................................. 94 Trabalho em Condições Inseguras e Sinalização 6 Plano de Estudo: ● Segurança do Trabalho- Introdução ● CIPA ● SESMT ● Acidente de Trabalho ● Higiene do Trabalho ● Riscos Ambientais Objetivos de Aprendizagem: ● Compreender o que é a segurança do trabalho e sua importância para os colaboradores. ● Aprender sobre o papel e as responsabilidades de cada indivíduo ou empresa. ● Capacitar para o bom desempenho das boas práticas de segurança do trabalho. UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior 7UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização INTRODUÇÃO Olá, Esta unidade foi preparada especialmente para você. Você sabe do que essa dis- ciplina se refere? Você conhece alguém que já sofreu um acidente de trabalho? Alguém que já levou um choque operando algum maquinário ou até mesmo escorregou num piso molhado? Já ouviu falar naquela pessoa que sofreu um acidente de carro enquanto viajava a trabalho? Você conhece algum empresário que teve a produção interrompida devido à um acidente de trabalho? Pois é, os acidentes de trabalho acontecem em grande escala no Brasil, isso pode ser considerada uma questão cultural e ao mesmo tempo de muita imprudência, sabe por quê? Alguma vez você viu uma pessoa em cima de um telhado sem equipamento nenhum de segurança? Ou então alguém operando equipamento de solda sem utilizar a máscara de solda? Tenho certeza que sim, essas atitudes fazem do Brasil o 4º país em maior número de acidentes de trabalho no mundo. Seja bem-vindo à esta unidade, espero que este conteúdo seja enriquecedor para sua carreira profissional. 8UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 1 SEGURANÇA DO TRABALHO - INTRODUÇÃO 1.1 Objetivo A disciplina de Higiene e Segurança do Trabalho tem como objetivo instruir os alunos sobre medidas preventivas de exercer suas atividades profissionais e de seus colaboradores de forma adequada e segura, a fim de eliminar ou mitigar os efeitos de fatores perigosos que conduzem ao acidente e as doenças ocupacionais. Aproveite este material, ele te ajudará a se tornar um profissional de atitudes responsáveis, com ações que não colocam em risco sua integridade física e dos demais profissionais da empresa que trabalha. Materiais de apoio serão sugeridos no decorrer da apostila, siga atentamente cada indicação. 1.2 Definição A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de: = Normas Regulamentadoras; = Leis complementares; = Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratifica- das pelo Brasil; = Convenções coletivas (sindicatos). 9UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 1.3 O que é a Segurança do Trabalho? Conjunto de medidas adotadas a fim de reduzir os acidentes de trabalho, saúde ocupacional, e zelar pela integridade física do colaborador. 1.4 Acidente Qualquer acontecimento trágico, infeliz que ocasione dano, perda, dor ou morte. REFLITA Ás vezes um segundo basta para fazer uma escolha; e o resto da vida é insuficiente para corrigir o que poderia ter sido evitado. Fonte: http://www.e-medoffice.com.br/treinamentos_8_8.html 10UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 2 NR-5:2019 - CIPA 2.1 Objetivo A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a pre- venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do traba- lhador. 2.2 Constituição Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambien- te e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participaçãoda administração do mesmo. 2.3 Organização A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-5:2019. = Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados. = Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. = O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I da NR-5:2019, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos nor- mativos de setores econômicos específicos. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente. 11UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia útil após o término do mandato anterior. Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador. A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encer- ramento das atividades do estabelecimento. SAIBA MAIS Você sabia que a CIPA é um instrumento essencial para a redução de acidentes de trabalho? Para saber mais sobre isso você pode consultar o endereço: https://enit.trabalho.gov.br/ portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---MANUAL-DA-CI- PA.pdf Fonte: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/noticias/2019/04/cipa-instrumento-essencial-para-a- -reducao-de-acidentes-de-trabalho 12UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização QUADRO 1 - Direcionamento dos Membros da CIPA Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf 2.4 Atribuições A CIPA terá por atribuição: = Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos; = Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; = Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de pre- venção necessárias; = Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho; = Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas; = Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no tra- balho; https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf 13UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; = Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; = Participar em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução; = Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT; = Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Preven- ção da AIDS. Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. 2.4.1 Atribuições dos Empregados = Participar da eleição de seus representantes; = Colaborar com a gestão da CIPA; = Indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; = Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à pre- venção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 2.4.2 Atribuições do Presidente = Convocar os membros para as reuniões da CIPA; = Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão; = Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA; = Coordenar e supervisionar as atividades de secretaria; = Delegar atribuições ao Vice-Presidente; 14UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 2.4.3 Atribuições do Vice-Presidente = Executar atribuições que lhe forem delegadas; = Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afasta- mentos temporários; 2.4.4 Atribuições em Conjunto do Presidente e do Vice-Presidente = Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvi- mento de seus trabalhos; = Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos sejam alcançados; = Delegar atribuições aos membros da CIPA; = Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver; = Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento; = Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA; = Constituir a comissão eleitoral. 2.4.5 Atribuições do Secretário = Acompanhar as reuniões da CIPA e redigir as atas apresentando-as para apro- vação e assinatura dos membros presentes; = Preparar as correspondências; = Outras que lhe forem conferidas. 2.5 Funcionamento da CIPA = A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preesta- belecido. = As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em local apropriado. = As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamen- to de cópias para todos os membros. = As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Minis- tério do Trabalho e Emprego. = Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando: = Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência; = Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; 15UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = Houver solicitação expressa de uma das representações. = As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso. = Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião. = Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimen- to justificado. = O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários. = O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. = A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião. 16UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 3 NR-4:2016 - SESMT 3.1 O que é o SESMT? O SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Medicina do Trabalho é um grupo de profissionais contratados pela empresa para promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. 3.2 Quais são os profissionais responsáveis? Os profissionais que podem ser contratados para constituir o SESMT são Enge- nheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico deSegurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. 3.3 Quais estabelecimentos deverão obrigatoriamente constituir um SESMT? As empresas que possuem certo número de empregados com determinado grau de risco em sua atividade principal, de acordo com o Quadro 2 da NR-4:2016, deve constituir um SESMT. 3.4 Um canteiro de obras é considerado estabelecimento? Sim, porém existe uma exceção. Canteiro de obras com menos de 1 mil colabora- dores situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal, segundo o item 4.2.1 não serão considerados estabelecimentos, e sim integrantes da empresa de engenharia princi- pal responsável a quem caberá organizar o SESMT. Entretanto, somente os engenheiros de segurança do trabalho, médicos do trabalho e enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados, ou seja, para técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho o dimensionamento deverá ser realizado por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro 2 da NR-4:2016. 3.5 Tipos de SESMT Existem 4 tipos de SESMT, são eles Individual, Centralizado, Comum e Sazonal, esses grupos são definidos pela Norma Regulamentadora 4, para saber qual o tipo atenderá determinada empresa deve-se fazer as seguintes perguntas: = Qual o grau de risco da atividade principal da empresa? = Qual o números de empregados da empresa? = Quantos estabelecimentos a empresa possui? = Qual a distância entre os estabelecimentos? 17UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = É canteiro de obras? Vamos conhecer um pouco mais sobre cada categoria. 3.5.1 Individual É aquele em que o estabelecimento se enquadra (de acordo com o número de empregados e o grau de risco de sua atividade principal) no Quadro 2 da NR-4:2016. 3.5.2 Centralizado Quando a empresa possui mais de um estabelecimento e constitui um SESMT centralizado para que atenda a todos os estabelecimentos, nesse caso o dimensionamento deverá ser feito através da soma do número de colaboradores e do grau de risco mais alto. Isto é possível somente caso a distância entre os estabelecimentos seja igual ou inferior a 5 Km. 3.5.3 Comum A empresa que contratar outras empresas para prestar serviços em seu estabele- cimento pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. 3.5.4 Sazonal Temos apenas um caso previsto pela NR-4:2016. Quando as empresas operam em regime sazonal, o SESMT deve ser dimensionado utilizando a média aritmética de trabalhadores do ano civil anterior. 18UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização QUADRO 2- Dimensionamento dos SESMT Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: = Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do traba- lho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes. = Determinar, quando esgotados todos os meios para a eliminação do risco e este persistir, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI; = Colaborar, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecno- lógicas da empresa; = Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR’s; = Manter permanente relacionamento com a CIPA, apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR-5:2019; = Promover a realização de atividades de conscientização; = Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf 19UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doen- ça ocupacional; = Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade; = Manter os registros na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma por um período não inferior a 5 (cinco) anos; = As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente prevencionistas. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades. 20UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 4 ACIDENTE DE TRABALHO 4.1 O que é acidente de trabalho? Acidente de trabalho é o acidente que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Também é considerado acidente de trabalho quando: = Você estiver em viagem a serviço da empresa ou prestando serviços por ordem da empresa mesmo que fora do local de trabalho; = Doenças profissionais (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho); = Doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho). 4.2 O que fazer quando o colaborador sofre acidente de trabalho? Quando ocorrer algum acidente de trabalho o empregador deve obrigatoriamente emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), em caso de não cumprimento da emissão deste documento, o empregador ficará sujeito a uma multa emitida pelo Ministério do Trabalho e o valor varia de acordo com a gravidade do acidente apurada pelo órgão fiscalizador. Cabe ao empregado encaminhar para a empresa o atestado e o laudo médico para então a empresa encaminhar para a contabilidade, que fará a transmissão de afasta- mento para o Presidencial Social e receberá o formulário de transmissão informando a data e local para o funcionário se comparecer a uma agência do INSS. 21UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 4.3 O que é condição insegura? É quando o ambiente de trabalho apresenta perigo e/ou risco ao colaborador. 4.4 O que é ato inseguro? É um comportamento irregular consciente ou inconscientemente, que expõe o colaborador ao risco. 4.5 O que é Negligência? Falta de cuidado, de aplicação, de exatidão, de interesse, de atenção. Pode ser considerado negligência a omissão sobre uma condição insegura. 4.6 O que é Imprudência? Sem prudência; ausência de cautela. Pode ser considerado imprudência uma ação que conduza a um ato inseguro. 4.7 O que é Imperícia? Que não possui perícia, experiência; sem competência nem habilidade. Executar determinado serviço sem que haja um conhecimento técnico necessário. REFLITA Um operador de máquinas sofreu um acidente de trabalho ao operar uma guilhotina com o equipamento em pleno funcionamento, pode-se dizer que o acidente foi causado por uma negligência, imprudência ou imperícia? Fonte: Autor. 22UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 5 NR-24:2019 - HIGIENE DO TRABALHO A NR-24:2019 estabelece as condições mínimas de higiene e de conforto a serem observadas pelas organizações, devendo o dimensionamento de todas as instalações ter como base o número de trabalhadores usuários do turno com maior contingente. 5.1 Instalações Sanitárias Todo estabelecimento deve ser dotado de instalação sanitária constituída por bacia sanitária sifonada, dotada de assento com tampo, e por lavatório. = As instalações sanitárias masculinas devem ser dotadas de mictório, exceto quando essencialmente de uso individual. Deve ser atendida a proporção mínima de uma instalação sanitária para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, separadaspor sexo. = Será exigido um lavatório para cada 10 (dez) trabalhadores nas atividades com exposição e manuseio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes, aerodispersóides ou que provoquem a deposição de poeiras, que impregnem a pele e roupas do trabalhador. = Em estabelecimentos com funções comerciais, administrativas ou similares, com até 10 (dez) trabalhadores, poderá ser disponibilizada apenas uma insta- lação sanitária individual de uso comum entre os sexos desde que garantidas condições de privacidade. As instalações sanitárias devem: = Ser mantidas em condição de conservação, limpeza e higiene; = Ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável; = Peças sanitárias íntegras; = Possuir recipientes para descarte de papéis usados; = Ser ventiladas para o exterior ou com sistema de exaustão forçada; = Dispor de água canalizada e esgoto ligados à rede geral ou a outro sistema que não gere risco à saúde e que atenda à regulamentação local; = Comunicar-se com os locais de trabalho por meio de passagens com piso e cobertura, quando se situarem fora do corpo do estabelecimento. 23UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 5.2 Componentes Sanitários Os compartimentos destinados às bacias sanitárias devem: = Ser individuais; = Ter divisórias com altura que mantenham seu interior indevassável com vão inferior que facilite a limpeza e a ventilação; = Ser dotados de portas independentes, providas de fecho que impeçam o devas- samento; = Possuir papel higiênico com suporte e recipiente para descarte de papéis hi- giênicos usados, quando não for permitido descarte na própria bacia sanitária, devendo o recipiente possuir tampa quando for destinado às mulheres; = Possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência desse, deve haver área livre de pelo menos 0,60m (sessenta centímetros) de diâmetro entre a borda frontal da bacia sanitária e a porta fechada. Poderá ser disponibilizado mictório tipo individual ou calha coletiva, com anteparo. = No mictório do tipo calha coletiva, cada segmento de, no mínimo, 0,60m (ses- senta centímetros), corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento da calha. = No mictório do tipo calha coletiva, quando inexistir anteparo, cada segmento de, no mínimo, 0,80m (oitenta centímetros), corresponderá a uma unidade para fins de dimensionamento da calha. = Os mictórios devem ser construídos com material impermeável e mantidos em condições de limpeza e higiene. O lavatório poderá ser tipo individual, calha ou de tampo coletivo com várias cubas, possuindo torneiras, sendo que cada segmento de 0,60m (sessenta centímetros) corres- ponde a uma unidade para fins de dimensionamento do lavatório. O lavatório deve ser provido de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas. Será exigido, para cada grupo de trabalhadores ou fração, 1 (um) chuveiro para cada: = 10 (dez) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja exposição e manu- seio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides, que impregnam a pele e roupas do trabalhador; = 20 (vinte) trabalhadores, nas atividades laborais em que haja contato com substâncias que provoquem deposição de poeiras que impregnam a pele e as 24UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização roupas do trabalhador, ou que exijam esforço físico ou submetidas a condições ambientais de calor intenso. = Devem fazer parte ou estar anexos aos vestiários. Os compartimentos destinados aos chuveiros devem: = Ser individuais e mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene; = Ter portas de acesso que impeçam o devassamento; = Dispor de chuveiro de água quente e fria; = Ter piso e paredes revestidos de material impermeável e lavável; = Dispor de suporte para sabonete e para toalha; = Possuir dimensões de acordo com o código de obras local ou, na ausência deste, no mínimo 0,80m (oitenta centímetros) por 0,80m (oitenta centímetros). 5.3 Vestiários Todos os estabelecimentos devem ser dotados de vestiários quando: = A atividade exija a utilização de vestimentas de trabalho ou que seja imposto o uso de uniforme cuja troca deva ser feita no próprio local de trabalho; ou = A atividade exija que o estabelecimento disponibilize chuveiro. = Os vestiários devem ser dimensionados em função do número de trabalhadores que necessitam utilizá-los, até o limite de 750 (setecentos e cinquenta) trabalha- dores, conforme o seguinte cálculo: área mínima do vestiário por trabalhador = 1,5 - (nº de trabalhadores / 1000). = Em estabelecimentos com mais de 750 (setecentos e cinquenta) trabalhado- res, os vestiários devem ser dimensionados com área de, no mínimo, 0,75m² (setenta e cinco decímetros quadrados) por trabalhador. Os vestiários devem: = Ser mantidos em condição de conservação, limpeza e higiene; = Ter piso e parede revestidos por material impermeável e lavável; = Ser ventilados para o exterior ou com sistema de exaustão forçada; = Ter assentos em material lavável e impermeável em número compatível com o de trabalhadores; e = Dispor de armários individuais simples e/ou duplos com sistema de trancamento. = É admitido o uso rotativo de armários simples entre usuários, exceto nos casos em que estes sejam utilizados para a guarda de Equipamentos de Proteção 25UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Individual - EPI e de vestimentas expostas a material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou que provoquem sujidade. Nas atividades laborais em que haja exposição e manuseio de material infectante, substâncias tóxicas, irritantes ou aerodispersóides, bem como naquelas em que haja con- tato com substâncias que provoquem deposição de poeiras que impregnam a pele e as roupas do trabalhador devem ser fornecidos armários de compartimentos duplos ou dois armários simples. = Ficam dispensadas de disponibilizar 2 (dois) armários simples ou armário duplo as organizações que promovam a higienização diária de vestimentas ou que forneçam vestimentas descartáveis, assegurada a disponibilização de 1 (um) armário simples para guarda de roupas comuns de uso pessoal do trabalhador. = Os armários simples devem ter tamanho suficiente para que o trabalhador guar- de suas roupas e acessórios de uso pessoal. As empresas que oferecerem serviços de guarda volume para a guarda de roupas e acessórios pessoais dos trabalhadores estão dispensadas de fornecer armários. Nas empresas desobrigadas de manter vestiário, deve ser garantido o fornecimento de escaninho, gaveta com tranca ou similar que permita a guarda individual de pertences pessoais dos trabalhadores ou serviço de guarda-volumes. 5.4 Locais para Refeições Os empregadores devem oferecer aos seus trabalhadores locais em condições de conforto e higiene para tomada das refeições por ocasião dos intervalos concedidos durante a jornada de trabalho. Os locais para tomada de refeições para atender até 30 (trinta) trabalhadores, devem: = Ser destinados ou adaptados a este fim; = Ser arejados e apresentar boas condições de conservação, limpeza e higiene; e = Possuir assentos e mesas, balcões ou similares suficientes para todos os usuá- rios atendidos. = Garantir meios para conservação e aquecimento das refeições; = Local e material para lavagem de utensílios usados na refeição; = Fornecer água potável. 26UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Os locais destinados às refeições para atender mais de 30 (trinta) trabalhadores, devem: = Ser destinados a este fim e fora da área de trabalho; = Ter pisos revestidos de material lavável e impermeável; = Ter paredes pintadas ou revestidas com material lavável e impermeável; = Possuir espaços para circulação; = Ser ventilados para o exteriorou com sistema de exaustão forçada, salvo em ambientes climatizados artificialmente; = Possuir lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local, atendendo aos requisitos do subitem 24.3.4; = Possuir assentos e mesas com superfícies ou coberturas laváveis ou descartá- veis, em número correspondente aos usuários atendidos; = Ter água potável disponível; = Possuir condições de conservação, limpeza e higiene; = Dispor de meios para aquecimento das refeições; e = Possuir recipientes com tampa para descarte de restos alimentares e descartá- veis. 5.5 Cozinhas Quando as empresas possuírem cozinhas, estas devem: = Ficar anexas aos locais para refeições e com ligação para os mesmos; = Possuir pisos e paredes revestidos com material impermeável e lavável; = Dispor de aberturas para ventilação protegidas com telas ou ventilação exaus- tora; = Possuir lavatório para uso dos trabalhadores do serviço de alimentação, dispon- do de material ou dispositivo para a limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas; = Ter condições para acondicionamento e disposição do lixo de acordo com as normas locais de controle de resíduos sólidos; e = Dispor de sanitário próprio para uso exclusivo dos trabalhadores que manipulam gêneros alimentícios, separados por sexo. = Em câmaras frigoríficas devem ser instalados dispositivos para abertura da por- ta pelo lado interno, garantida a possibilidade de abertura mesmo que trancada pelo exterior. 27UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Os recipientes de armazenagem de gás liquefeito de petróleo (GLP) devem ser ins- talados em área externa ventilada, observadas as normas técnicas brasileiras pertinentes. 5.6 Alojamento Alojamento é o conjunto de espaços ou edificações, composto de dormitório, insta- lações sanitárias, refeitório, áreas de vivência e local para lavagem e secagem de roupas, sob responsabilidade do empregador, para hospedagem temporária de trabalhadores. Os dormitórios dos alojamentos devem: = Ser mantidos em condições de conservação, higiene e limpeza; = Ser dotados de quartos; = Dispor de instalações sanitárias, respeitada a proporção de 01 (uma) instalação sanitária com chuveiro para cada 10 (dez) trabalhadores hospedados ou fração; e = Ser separados por sexo. = As instalações sanitárias devem estar localizadas a uma distância máxima de 50 m. Os quartos dos dormitórios devem: = Possuir camas correspondente ao número de trabalhadores alojados no quarto, vedado o uso de 3 (três) ou mais camas na mesma vertical, e ter espaçamentos vertical e horizontal que permitam ao trabalhador movimentação com segurança; = Possuir colchões certificados pelo INMETRO; = Possuir colchões, lençóis, fronhas, cobertores e travesseiros limpos e higieniza- dos, adequados às condições climáticas; = Possuir ventilação natural, devendo esta ser utilizada conjuntamente com a ventilação artificial, levando em consideração as condições climáticas locais; = Possuir capacidade máxima para 8 (oito) trabalhadores; = Possuir armários; = Ter, no mínimo, a relação de 3,00 m² (três metros quadrados) por cama simples ou 4,50 m² (quatro metros e cinquenta centímetros quadrados) por beliche, em ambos os casos incluídas a área de circulação e armário; e = Possuir conforto acústico conforme NR-17:2018. = As camas superiores dos beliches devem ter proteção lateral e escada fixas à estrutura. 28UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = Os armários dos quartos devem ser dotados de sistema de trancamento e com dimensões compatíveis para a guarda de roupas e pertences pessoais do tra- balhador, e enxoval de cama. = Os trabalhadores alojados no mesmo quarto devem pertencer, preferencialmen- te, ao mesmo turno de trabalho. Os locais para refeições devem ser compatíveis com os requisitos do item 24.5 da NR-24:2019, podendo ser parte integrante do alojamento ou estar localizados em ambien- tes externos. = Quando os locais para refeições não fizerem parte do alojamento, deverá ser garantido o transporte dos trabalhadores. = É vedado o preparo de qualquer tipo de alimento dentro dos quartos. Os alojamentos devem dispor de locais e infraestrutura para lavagem e secagem de roupas pessoais dos alojados ou ser fornecido serviço de lavanderia. Os pisos dos alojamentos devem ser impermeáveis e laváveis. Deve ser garantida coleta de lixo diária, lavagem de roupa de cama, manutenção das instalações e renovação de vestuário de camas e colchões. Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes instruções gerais de uso: = Os sanitários deverão ser higienizados diariamente; = É vedada, nos quartos, a instalação e utilização de fogão, fogareiro ou similares; = Ser garantido o controle de vetores conforme legislação local. = Os trabalhadores hospedados com suspeita de doença infectocontagiosa devem ser submetidos à avaliação médica que decidirá pelo afastamento ou permanência no alojamento. 5.7 Vestimenta de trabalho Vestimenta de trabalho é toda peça ou conjunto de peças de vestuário, destinada a atender exigências de determinadas atividades ou condições de trabalho que impliquem contato com sujidade, agentes químicos, físicos ou biológicos ou para permitir que o traba- lhador seja mais bem visualizado, não considerada como uniforme ou EPI. O empregador deve fornecer gratuitamente as vestimentas de trabalho. A vestimenta não substitui a necessidade do EPI, podendo seu uso ser conjugado. Cabe ao empregador quanto às vestimentas de trabalho: 29UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização = Fornecer peças que sejam confeccionadas com material e em tamanho ade- quado, visando o conforto e a segurança necessária à atividade desenvolvida pelo trabalhador; = Substituir as peças conforme sua vida útil ou sempre que danificadas; = Fornecer em quantidade adequada ao uso, levando em consideração a neces- sidade de troca da vestimenta; e = Responsabilizar-se pela higienização com periodicidade necessária nos casos em que a lavagem ofereça riscos de contaminação. = Nos casos em que seja inviável o fornecimento de vestimenta exclusiva para cada trabalhador, deverá ser assegurada a higienização prévia ao uso. As peças de vestimentas de trabalho, quando usadas na cabeça ou face, não de- vem restringir o campo de visão do trabalhador. 5.8 Disposições gerais Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores água potá- vel, sendo proibido o uso de copos coletivos. = O fornecimento de água deve ser feito por meio de bebedouros na proporção de, no mínimo, 1 (um) para cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores ou fração, ou outro sistema que ofereça as mesmas condições. = Quando não for possível obter água potável corrente, essa deverá ser fornecida em recipientes portáteis próprios e hermeticamente fechados. = Os locais de armazenamento de água potável devem passar periodicamente por limpeza, higienização e manutenção, em conformidade com a legislação local. Deve ser realizada periodicamente análise de potabilidade da água dos reservató- rios para verificar sua qualidade, em conformidade com a legislação. A água não-potável para uso no local de trabalho ficará separada, devendo ser afixado aviso de advertência da sua não potabilidade. Os locais de armazenamento de água, os poços e as fontes de água potável serão protegidos contra a contaminação. Os locais de trabalho serão mantidos em estado de higiene compatível com o gê- nero de atividade. = O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por processo que reduza ao mínimo o levantamento de poeiras. 30UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização Todos os ambientes previstos nesta norma devem ser construídos de acordo com o código de obras local, devendo:= Ter cobertura adequada e resistente, que proteja contra intempéries; = Ter paredes construídas de material resistente; = Ter pisos de material compatível com o uso e a circulação de pessoas; = Possuir iluminação que proporcione segurança contra acidentes. = Na ausência de código de obra local, deve ser garantido pé direito mínimo de 2,50 m (dois metros e cinquenta centímetros), exceto nos quartos de dormitórios com beliche, cuja medida mínima será de 3,00 m (três metros). = As instalações elétricas devem ser protegidas para evitar choques elétricos. = Devem ser garantidas condições para que os trabalhadores possam interromper suas atividades para utilização das instalações sanitárias. Em edificações com diversos estabelecimentos, todas as instalações previstas na NR-24:2019 podem ser atendidas coletivamente por grupo de empregadores ou pelo condomínio, mantendo-se o empregador como o responsável pela disponibilização das instalações. = O dimensionamento deve ser feito com base no maior número de trabalhadores por turno. 31UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 6 NR-7:2020 - DOENÇAS OCUPACIONAIS A Norma Regulamentadora – NR-7:2020 estabelece diretrizes e requisitos para o desenvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organizações, com o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados em relação aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerencia- mento de Risco - PGR da organização. 6.1 Diretrizes São diretrizes do PCMSO: = Rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho; = Detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais; = Definir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou tarefas determinadas; = Subsidiar a implantação e o monitoramento da eficácia das medidas de preven- ção adotadas na organização; = Subsidiar análises epidemiológicas e estatísticas sobre os agravos à saúde e sua relação com os riscos ocupacionais; = Subsidiar decisões sobre o afastamento de empregados de situações de traba- lho que possam comprometer sua saúde; = Subsidiar a emissão de notificações de agravos relacionados ao trabalho, de acordo com a regulamentação pertinente; = Subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social; = Acompanhar de forma diferenciada o empregado cujo estado de saúde possa ser especialmente afetado pelos riscos ocupacionais; = Subsidiar a Previdência Social nas ações de reabilitação profissional; = Subsidiar ações de readaptação profissional; = Controlar da imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacio- nais, sempre que houver recomendação do Ministério da Saúde. 6.2 Responsabilidades Compete ao empregador: = Garantir a elaboração e efetiva implantação do PCMSO; = Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO; = Indicar médico do trabalho responsável pelo PCMSO. 32UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 6.3 Planejamento O PCMSO deve ser elaborado considerando os riscos ocupacionais identificados e classificados pelo PGR. Inexistindo médico do trabalho na localidade, a organização pode contratar médico de outra especialidade como responsável pelo PCMSO. A organização deve garantir que o PCMSO: = Descreva os possíveis agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais identificados e classificados no PGR; = Contenha planejamento de exames médicos clínicos e complementares neces- sários, conforme os riscos ocupacionais identificados, atendendo ao determina- do nos Anexos da NR-7:2020; = Contenha os critérios de interpretação e planejamento das condutas relaciona- das aos achados dos exames médicos; = Seja conhecido e atendido por todos os médicos que realizarem os exames médicos ocupacionais dos empregados; = Inclua relatório analítico sobre o desenvolvimento do programa. O médico responsável pelo PCMSO, caso observe inconsistências no inventário de riscos da organização, deve reavaliá-las em conjunto com os responsáveis pelo PGR. O PCMSO deve incluir a realização obrigatória dos exames médicos: = Admissional; = Periódico; = De retorno ao trabalho; = De mudança de riscos ocupacionais; = Demissional. Os empregados devem ser informados, durante o exame clínico, das razões da realização dos exames complementares e dos resultados de tais exames. Para cada exame clínico ocupacional realizado, o médico emitirá Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, que deve ser comprovadamente disponibilizado ao empregado, devendo ser fornecido em meio físico quando solicitado. 6.4 Documentação Os dados dos exames clínicos e complementares deverão ser registrados em pron- tuário médico individual sob a responsabilidade do médico responsável pelo PCMSO, ou do médico responsável pelo exame, quando a organização estiver dispensada de PCMSO. 33UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização O médico responsável pelo PCMSO deve elaborar relatório analítico do Programa, anualmente. A organização deve garantir que o médico responsável pelo PCMSO considere, na elaboração do relatório analítico, os dados dos prontuários médicos a ele transferidos, se for o caso. Caso o médico responsável pelo PCMSO não tenha recebido os prontuários médicos ou considere as informações insuficientes, deve informar o ocorrido no relatório analítico. O relatório analítico deve ser apresentado e discutido com os responsáveis por segurança e saúde no trabalho da organização, incluindo a CIPA, quando existente, para que as medidas de prevenção necessárias sejam adotadas na organização. 6.4.1 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI MICROEMPRESA – ME EMPRESA DE PEQUENO PORTE - EPP As MEI, ME e EPP desobrigadas de elaborar PCMSO, de acordo com o subitem 1.8.6 da NR-1:2020, devem realizar e custear exames médicos ocupacionais admissionais, demissionais e periódicos, a cada dois anos, de seus empregados. A organização deve informar, ao médico do trabalho ou ao serviço médico especia- lizado em medicina do trabalho, que está dispensada da elaboração do PCMSO, de acordo com a NR-1:2020, e que a função que o empregado exerce ou irá exercer não apresenta riscos ocupacionais. Para cada exame clínico ocupacional, o médico que realizou o exame emitirá ASO, que deve ser disponibilizado ao empregado, mediante recibo, em meio físico, quando assim solicitado. O relatório analítico não será exigido para: = Microempreendedores Individuais - MEI; = ME e EPP dispensadas da elaboração do PCMSO. 34UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 6.4.2 Exames complementares obrigatórios em determinados ambientes de traba- lho: = Monitoração da exposição ocupacional a agentes químicos; = Controle médico ocupacional da exposição a níveis de pressão sonora elevados; = Controle radiológico e espirométrico da exposição a agentes químicos; = Controle médico ocupacional de exposição a condições hiperbáricas; = Controle médico ocupacional da exposição a substâncias químicas cancerígenas e a radiações ionizantes. 35UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 7 NR-9:2020 - RISCOS AMBIENTAIS 7.1 Do objeto e campo de aplicação. A Norma Regulamentadora – NR-9:2020 estabelece a obrigatoriedade da elabora- ção e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam tra- balhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipa- ção, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cadaestabelecimento da empresa. O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o PCMSO previsto na NR-7:2020. A NR-9:2020 estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem obser- vados na execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. 7.2 Da estrutura do PPRA. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a se- guinte estrutura: = Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; = Estratégia e metodologia de ação; = Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; = Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. 7.3 Do desenvolvimento do PPRA. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: = Antecipação e reconhecimentos dos riscos; = Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; = Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; = Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; = Monitoramento da exposição aos riscos; = Registro e divulgação dos dados. 36UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação. O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis: = A sua identificação; = A determinação e localização das possíveis fontes geradoras; = A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; = A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expos- tos; = A caracterização das atividades e do tipo da exposição; = A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprome- timento da saúde decorrente do trabalho; = Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; = A descrição das medidas de controle já existentes. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para: = Comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de reconhecimento; = Dimensionar a exposição dos trabalhadores; = Subsidiar o equacionamento das medidas de controle. 7.4 Das responsabilidades. 7.4.1 Do empregador: = Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição. 7.4.2 Dos trabalhadores: = Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; = Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA; = Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores. 37UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização 7.5 Da informação. Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e receber in- formações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na execução do PPRA. Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos mesmos. 7.6 Das disposições finais. Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previs- tas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados. O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto na NR-5:2019, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do PPRA em todas as suas fases. SAIBA MAIS Para mais informações sobre Segurança e Higiene no trabalho, você pode consultar no seguinte endereço: https://segurancadetrabalho.com.br/ Os termos técnicos utilizados em segurança do trabalho podem ser encontrados em: www.areaseg.com/segpedia/index.html#indices 38UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno, chegamos ao final dessa apostila e até aqui você pôde se instruir a respeito do que é a Segurança do Trabalho, a constituição e organização da CIPA e do SESMT, e alguns fatores essenciais para manter boas práticas que possam mitigar os ris- cos de acidente do trabalho. Você viu também as normas de higiene do trabalho, para que haja um ambiente apropriado para execução dos serviços contratados dos colaboradores. Nesta unidade foi apresentado também diretrizes e requisitos para o desenvolvi- mento do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO nas organiza- ções, com o objetivo de proteger e preservar a saúde de seus empregados em relação aos riscos ocupacionais, conforme avaliação de riscos do Programa de Gerenciamento de Risco - PGR da organização. Por fim, esta unidade abordou a Norma Regulamentadora – NR-9:2020 que es- tabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os em- pregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente con- trole da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 39UNIDADE I Segurança do Trabalho: Definições e Organização MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: CIPA Autor: Nestor Waldhelm Neto Editora: Viena Sinopse: A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças relaciona- das ao trabalho. Suas ações devem buscar conciliar o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde dos trabalhadores da empresa em que atuam. O livro CIPA – NR 5 Implementando e Mantendo apresenta um conteúdo dinâmico com itens importantes e que devem ser conhecidos por profissionais da área. O livro está dividido em doze capítulos que permitem ao leitor conhecer gra- dativamente os tópicos abordados sobre a atuação da CIPA nas empresas. Entre os tópicos abordados destacam-se: a segurança no trabalho; as Normas Regulamentadoras (NRs) e as leis rela- cionadas à segurança e saúde ocupacional; os conceitos básicos sobre a CIPA; a obrigatoriedade, os objetivos, a composição e os tipos de CIPA; a organização e as atribuições dos membros da co- missão; como montar uma CIPA; o treinamento para os membros; orientações sobre ergonomia; dicas e a importância da avaliação dos potenciais riscos para o trabalhador; os equipamentos de pro- teção individual e coletiva; a obrigatoriedade e a certificação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); a responsabilidade do empregador e do trabalhador em relação aos EPIs; o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT); conceito, tipos de acidente de trabalho e a importância da prevenção; orientações para empresa e para o trabalhador quanto aos acidentes de trabalho; FILME/VÍDEO Título: Premonição 2 Ano: 2003 Sinopse: Kimberly está na estrada com amigos quando tem a visão de um acidente com inúmeros carros e mortes, inclusive a sua. Apavorada, ela para na tentativa de evitar a ocorrência. Mas, infelizmente, o acidente acontece. Contudo, algumas das pessoas que deveriam ter morrido acabam se salvando. E é aí que o pesadelo começa. Agora, a morte voltarápara levar, um a um, todos aqueles que tiveram o traçado de seu destino alterado pela premonição da garota. 40 Plano de Estudo: ● Atividades e Operações Insalubres; ● Atividades e Operações Perigosas; ● Ergonomia; ● Fiscalização e Penalidades; ● Sinalização de Segurança. Objetivos de Aprendizagem: ● Compreender o que é uma atividade insalubre, níveis de insalubridade e tempo de exposição máximo para executar essa tarefa. ● Aprender o que é a periculosidade, identificar operações perigosas e valor de remuneração ao colaborador por essa exposição ao risco. ● Capacitar para fatores importantes de postura ergonômica em atividades profissionais. ● Apresentar o modo de sinalização adequado, funcionamento da fiscalização e as respectivas penalidades de não cumprimento das NR’s. UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização Prof. Me. Esp. Yutaka M. Kobayashi Júnior 41UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização INTRODUÇÃO Olá, Nesta unidade iremos estudar sobre alguns fatores que influenciam na saúde e segurança ocupacional do colaborador, como reduzi-los ou neutralizá-los a fim de garantir a saúde e integridade física do colaborador e evitar doenças ocupacionais. Será apresentado a você também formas de reduzir os riscos de acidente de tra- balho através de sinalizações de segurança que garantem ao colaborador um ambiente de trabalho com condições mais seguras para desempenho de suas atividades. A fiscalização e devidas penalidades serão os temas finais desta unidade, eles garantem o melhor cumprimento das normas regulamentadoras em uma determinada em- presa, e são essenciais para a defesa dos direitos do colaborador e do empregador. Bons estudos! 42UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 1 NR-15:2019 -ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 1.1 Introdução A palavra insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença sendo que a insalubridade é a qualidade de insalubre; O Ministério do Trabalho aprova o quadro das atividades e operações insalubres e adota normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. 1.2 Objetivo O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: ● 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; ● 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; ● 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas conside- rado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 43UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do paga- mento do adicional respectivo. A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: = Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de traba- lho dentro dos limites de tolerância; = Com a utilização de equipamento de proteção individual. SAIBA MAIS A palavra Insalubridade vem do latim insalubrĭtas,ātis, e significa caracte- rística ou condição do que é insalubre, que por sua vez se define como: 1- que não é bom para a saúde (diz-se esp. de lugar); malsão, deletério; 2- que causa doença; insalutífero; 3- capaz de prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador (diz-se de condição de trabalho). Fonte: https://www.dicio.com.br/insalubre/ 1.3 Agentes Físicos 1.3.1 Ruído Contínuo ou Intermitente Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Li- mites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro abaixo. 44UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização QUADRO 1 – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações: C1/T1+ C2/T2 + C3/T3 + ... + Cn/Tn exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente. 1.3.2 Ruído de Impacto Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf 45UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção ade- quada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente. 1.3.3 Exposição ao Calor A avaliação quantitativa do calor deverá ser realizada com base na metodologia e procedimentos descritos na Norma de Higiene Ocupacional NHO06 da FUNDACENTRO nos seguintes aspectos: = Determinação de sobrecarga térmica por meio do índice IBUTG -Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo; = Equipamentos de medição e formas de montagem, posicionamento e procedi- mentos de uso dos mesmos nos locais avaliados; = Procedimentos quanto à conduta do avaliador; = Medições e cálculos. A taxa metabólica deve ser estimada com base na comparação da atividade reali- zada pelo trabalhador com as opções apresentadas no Quadro 3. Caso uma atividade específica não esteja apresentada no Quadro 3, o valor da taxa metabólica deverá ser obtido por associação com atividade similar do referido Quadro. São caracterizadas como insalubres as atividades ou operações realizadas em ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial de calor sempre que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites de exposição ocupacional estabelecidos com base no Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo apresentados no Quadro 1 ( ) e determi- nados a partir da taxa metabólica das atividades, apresentadas no Quadro 2, ambos do anexo nº3. O Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio - e a Taxa Metabólica Média - , a serem considerados na avaliação da exposição ao calor,devem ser aqueles 46UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização que, obtidos no período de 60 (sessenta) minutos corridos, resultem na condição mais crítica de exposição. A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, devendo ser des- consideradas as situações de exposições eventuais ou não rotineiras nas quais os traba- lhadores não estejam expostos diariamente. Os limites de exposição ocupacional ao calor, , estão apresentados no Quadro 1 deste anexo para os diferentes valores de taxa metabólica média ( ). As situações de exposição ocupacional ao calor, caracterizadas como insalubres, serão classificadas em grau médio. Laudo Técnico para caracterização da exposição ocupacional ao calor A caracterização da exposição ocupacional ao calor deve ser objeto de laudo técni- co que contemple, no mínimo, os seguintes itens: a) Introdução, objetivos do trabalho e justificativa; b) Avaliação dos riscos, descritos no item 2.3 do Anexo n° 3 da NR-9:2020; c) Descrição da metodologia e critério de avaliação, incluindo locais, datas e horá- rios das medições; d) Especificação, identificação dos aparelhos de medição utilizados e respectivos certificados de calibração conforme a NHO 06 da Fundacentro, quando utilizado o medidor de IBUTG; e) Avaliação dos resultados; f) Descrição e avaliação de medidas de controle eventualmente já adotadas; g) Conclusão com a indicação de caracterização ou não de insalubridade. 47UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização QUADRO 2- Limite de exposição ocupacional ao calor Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf 48UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização QUADRO 3- Taxa metabólica por tipo de atividade. Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf 49UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 1.3.4 Vibração Pode ser considerado condição de trabalho insalubre a exposição às Vibrações de Mãos e Braços (VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e VMB são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO. Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição ocu- pacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição ocupacional diária a VCI: a) Valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2; b) Valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75. Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição ocu- pacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. 1.3.5 Frio As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 1.3.6 Umidade As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, serão conside- radas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 1.4 Agentes Químicos 1.4.1 Agentes cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agen- tes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro nº 4. 50UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização Todos os valores fixados no Quadro nº 4 -Tabela de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória. QUADRO 4- Tabela de Limites de Tolerância * ppm -partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado. ** mg/m3-miligramas por metro cúbico de ar. *** Tabela completa disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR- -15-Anexo-11.pdf Todos os valores fixados no Quadro n.o1 como “Asfixiantes Simples” determinam que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concen- tração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente. Na coluna “Valor teto” estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tole- rância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho. Na coluna “Absorção também pela pele” estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e, portanto, exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo. https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-Anexo-11.pdf https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-Anexo-11.pdf 51UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto -ao nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultra- passar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente. Valor máximo = L.T. x F. D. Onde: L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro n.° 4. F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro n.° 5. QUADRO 5- Fator de Desvio Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro n.° 4. Para os agentes químicos que tenham “Valor teto” assinalado no Quadro n.° 4 (Tabela de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro. Os limites de tolerância fixados no Quadro n.° 4 são válidos para jornadas de traba- lho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive. Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito) horas semanais dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da CLT. https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf 52UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 1.4.2 Carvão = Insalubridade de grau máximo Trabalho permanente no subsolo em operações de corte, furação e desmonte, de carregamento no local de desmonte, em atividades de manobra, nos pontos de transferên- cia de carga e de viradores. = Insalubridade de grau médio Demais atividades permanentes do subsolo compreendendo serviços, tais como: operações de locomotiva, condutores, engatadores, bombeiros, madeireiros, trilheiros e eletricistas. = Insalubridade de grau mínimo Atividades permanentes de superfícies nas operações a seco, com britadores, peneiras, classificadores, carga e descarga de silos, de transportadores de correia e de teleférreos. 1.4.3 Mercúrio = Insalubridade de grau máximo Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio. 1.4.4 Substâncias CancerígenasPara as substâncias ou processos as seguir relacionados, não deve ser permitida nenhuma exposição ou contato, por qualquer via: = 4 -amino difenil (p-xenilamina); = Produção de Benzidina; = Betanaftilamina; = 4 -nitrodifenil, Entende-se por nenhuma exposição ou contato significa hermetizar o processo ou operação, através dos melhores métodos praticáveis de engenharia, sendo que o traba- lhador deve ser protegido adequadamente de modo a não permitir nenhum contato com o carcinogênico. Sempre que os processos ou operações não forem hermetizados, será considerada como situação de risco grave e iminente para o trabalhador. Para o Benzeno, deve ser observado o disposto no anexo 13-A. 53UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 1.4.5 Operações Diversas = Insalubridade de grau máximo Operações com cádmio e seus compostos, extração, tratamento, preparação de ligas, fabricação e emprego de seus compostos, solda com cádmio, utilização em fotografia com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante, em revestimentos metáli- cos, e outros produtos. Operações com as seguintes substâncias: -Éter bis (cloro-metílico) -Benzopireno -Berílio -Cloreto de dimetil-carbamila -3,3’ –dicloro-benzidina -Dióxido de vinilciclohexeno -Epicloridrina- Hexametilfosforamida -4,4’ -metileno bis (2-cloro anilina) -4,4’ -metileno dianilina -Nitrosaminas -Propano sultone -Betapropiolactona -Tálio -Produção de trióxido de amônio ustulação de sulfeto de níquel. = Insalubridade de grau médio Aplicação a pistola de tintas de alumínio. Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem). Fabricação de emetina e pulverização de ipeca. Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico sulfúrico, bromídrico, fosfórico, pícrico. Metalização a pistola. Operações com o timbó. Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira. Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, cromagem, zinca- gem, cobreagem, anodização de alumínio. 54UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização Telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do tipo Morse e recepção de sinais em fones. Trabalhos com escórias de Thomas: remoção, trituração, moagem e acondiciona- mento. Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas. Trabalhos na extração de sal (salinas).Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos. = Insalubridade de grau mínimo Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição apoeiras. Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos em geral, em sacos ou a granel. 1.5 Agentes Biológicos Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa. = Insalubridade de grau máximo Trabalho ou operações, em contato permanente com: -Pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados; -Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose); -Esgotos (galerias e tanques); -Lixo urbano (coleta e industrialização). = Insalubridade de grau médio Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em: -Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacina- ção e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se uni- camente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados); -Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos desti- nados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); 55UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização -Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; -Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técni- co); -Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico); -Cemitérios (exumação de corpos); -Estábulos e cavalariças; -Resíduos de animais deteriorados. SAIBA MAIS Os agentes de risco são classificados por cores de identificação, sendo os agentes fí- sicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes representados pelas respectivas cores: verde, vermelho, marrom, amarelo e azul. Para mais informações acesse: http://cipa.fmrp.usp.br/Html/MapaRisco.htm http://cipa.fmrp.usp.br/Html/MapaRisco.htm 56UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 2 NR-16:2019 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acrésci- mos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT. Para os fins da Norma Regulamentadora –NR-16:2019 são consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: a) degradação química ou autocatalítica; b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclu- são para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de fulgor maior que 60ºC (sessenta graus Celsius) e inferior ou igual a 93ºC (noventa e três graus Celsius). 57UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização 2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no Quadro n.° 6, seguinte: QUADRO 6- Atividades ou Operações Perigosas Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf O trabalhador, cuja atividade esteja enquadrada nas hipóteses acima discriminadas, faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros ou participações nos lucros da empre- sa, sendo-lhe ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente devido. Este texto não substitui o publicado no DOU3.São consideradas áreas de risco: a) Nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício, a área compreendida no Quadro n.º 7: QUADRO 7- Faixa de Terreno até a Distância Máxima Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf 58UNIDADE II Saúde e Segurança Ocupacional e sua Fiscalização b) Nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no Quadro n.º 8: QUADRO 8- Faixa de Terreno até a Distância Máxima Fonte: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16-atualizada-2019.pdf c) Nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicos (pólvora negra e pólvora chocolate ou parda), área de operação compreendida no Quadro n.º 9:
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