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2 - Introducao_a_Seguranca_e_Saude_do_Trabalho_Unidade_2

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Introdução 
à Segurança 
e Saúde do 
Trabalho
UNIDADE 2
Acidentes de 
trabalho: causas, 
consequências e 
como evitá-los
Igor Pietro Barros Dantas 
Lucas Josué Martins 
Cassiano Ricardo Santos da Costa 
Leandro Cabral de Medeiros
Diego Rodrigues de Carvalho 
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Apresentação
 
Olá!
Seja bem-vindo à Unidade II do módulo introdutório à Segurança e Saú-
de do Trabalho, no qual vamos discutir os seguintes pontos:
• o que são os acidentes de trabalho: conceitos prevencionista e legal;
• classificação dos acidentes de trabalho: típico, trajeto e doença ocupacional;
• quais as consequências dos acidentes de trabalho;
• o que fazer em caso de acidente de trabalho;
• acidente de trabalho com material biológico;
• o que fazer em caso de acidente com material biológico;
• como prevenir os acidentes de trabalho.
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AULA 1 - O que são os 
acidentes de trabalho?
 
Você consegue responder a essa pergunta? Nem toda ocorrência não pro-
gramada durante a jornada de trabalho pode ser considerada um acidente 
de trabalho. Para determinar isso, como em diversos assuntos relacionados 
à segurança e saúde do trabalho, existe uma legislação que rege o tema.
Agora, estamos falando da Lei 8.213/91, que em seu artigo 19 conceitua 
acidente de trabalho como “todo aquele que ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturba-
ção funcional, causando a morte ou perda/redução da capacidade para 
o trabalho, que pode ser temporária ou permanente”.
 
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As doenças ocupacionais se subdividem em dois tipos. São elas:
DOENÇA DO TRABALHO
 
É o tipo de doença ocupacional que tem relação com as condi-
ções especiais em que são realizadas as atividades ou condições 
especiais relacionadas a ela. Como exemplo, podemos citar a 
surdez induzida por ruído existente no local de trabalho.
DOENÇA PROFISSIONAL
 
É aquela produzida pelo exercício do trabalho peculiar a deter-
minada profissão e inserida na relação elaborada pelo Ministério 
do Trabalho e da Previdência Social, presente no anexo II do 
Decreto nº 3048/99 (Agentes Patogênicos Causadores de 
Doenças Profissionais ou do Trabalho). Como exemplo, pode-
mos citar a Lesão por Esforço Repetitivo/Doença Osteomuscular 
Relacionada ao Trabalho (LER/DORT) para digitadores.
 
Em resumo, podemos dizer que a doença do trabalho está relacionada 
ao ambiente em que são executadas as atividades laborais, ao passo que 
a doença profissional tem relação com as características lesivas de cada 
profissão. Os acidentes de trajeto, também conhecidos como in itinere, 
são aqueles ocorridos com os trabalhadores durante o trajeto entre suas 
casas e o trabalho, bem como no trajeto inverso – trabalho/casa.
Caso o trabalhador esteja em viagem a serviço da empresa, mesmo que 
para participação em cursos ou congressos, e, porventura, sofra um aciden-
te, este também será considerado como acidente de trabalho, de acordo 
com a legislação previdenciária. Agora que definimos o que é um acidente 
de trabalho, nada melhor do que identificar por que eles acontecem!
Para saber mais sobre as leis 
que tratam da previdência social, 
consulte os seguintes materiais: 
- Decreto Nº 3.048 <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/d3048.htm>
- Lei 8.213/91 <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L8213cons.htm>
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AULA 2 - Causas dos 
acidentes de trabalho
 
Você tem alguma ideia de como e por que os acidentes de trabalho acon-
tecem? Todos os acidentes possuem duas causas básicas, quais sejam:
• condições inseguras;
• fatores pessoais de insegurança.
As condições inseguras estão relacionadas com o ambiente de trabalho 
ao qual o trabalhador está inserido, ou seja, a condição de risco é oriun-
da do ambiente em que o trabalhador exerce suas atividades. Um bura-
co no piso, por exemplo, pode ser considerado uma condição insegura.
Os fatores pessoais de insegurança podem ser relacionados com os fato-
res que caracterizam a culpabilidade no âmbito do direito, quais sejam:
• imprudência;
• imperícia;
• negligência.
Você sabe qual a diferença entre esses três?
A imprudência se refere à falta de cuidados na execução de uma tarefa, 
quando o trabalhador viola as regras de segurança, atuando sem pre-
caução, de forma precipitada. Na imprudência, há o ato do trabalhador.
Já na negligência, não há a ação do trabalhador, que, mesmo conhecen-
do os riscos e as normas, não atua no sentido de evitar o acidente de 
trabalho ou a doença ocupacional. Essa inércia do trabalhador é fator 
determinante para a ocorrência do acidente de trabalho.
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A imperícia se caracteriza pela incapacidade técnica ou falta de habilida-
de específica para a realização de uma atividade. Nesse caso, o trabalha-
dor sofre o acidente de trabalho por executar uma atividade para a qual 
não foi treinado ou não está capacitado.
Vale destacar que, por mais que seja caracterizada causa ligada 
a um fator pessoal de insegurança, o empregador continua 
responsável pelo acidente de trabalho, pois, assim como uma 
condição insegura, o fator pessoal de insegurança pode ser 
identificado com antecedência e trabalhado para que não venha 
a provocar um acidente de trabalho ou doença ocupacional.
Todos devem ter ideia de que em serviços de saúde há uma predomi-
nância de acidentes envolvendo materiais perfurocortantes devido 
às próprias características do serviço. Porém, é preciso ter em mente 
também quais ações devem ser tomadas para que esses acidentes não 
aconteçam, tais como:
• treinamentos;
• programa de imunização dos trabalhadores;
• fornecimentos de perfurocortantes com dispositivos de segurança;
• elaboração e implementação do Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes 
com Materiais Perfurocortantes pela Comissão Gestora Multidisciplinar;
• seguir a Norma Regulamentadora nº 32;
• entre outros.
Cada acidente de trabalho envolvendo material biológico é considerado 
grave e leva consigo a possibilidade de contaminação do trabalhador 
com alguma doença. O Ministério da Saúde divulgou em 2006 as proba-
bilidades de contaminação para acidentes com material biológico.
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Para cada mil acidentes com material perfurocortante, 03 acidentados 
podem contrair o vírus HIV (0,3%); já para hepatite B, a possibilidade é 
de 220 acidentados contraírem a doença (22%) e, para hepatite C, a pos-
sibilidade é de 18 pessoas (1,8%).
Devido à grande possibilidade de contaminação por hepatite B, é mui-
to importante que os trabalhadores de serviços de saúde estejam com 
suas vacinas em dia e façam exames para comprovar que realmente a 
vacina reagiu em seu organismo, comprovando sua imunização. Suas 
vacinas estão todas em dia?
 
Na biblioteca virtual, acesse o 
material: Recomendações para 
o atendimento e acompanha-
mento de exposição ocupacio-
nal a material biológico: HIV e 
Hepatites B e C.
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AULA 3 - Conhecendo mais 
sobre os acidentes de trabalho
O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE DE 
TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO
 
Imagine que um trabalhador se cortou com um bisturi no centro cirúrgi-
co, o que será que ele deve fazer? E caso ocorra um acidente de trabalho 
com material biológico, o que é possível fazer?
 
 
O SESMT providenciará a emissão da Comunicação de Acidente de 
Trabalho (CAT) e, junto com a CIPA fará a investigação do acidente para 
identificação das causas básicas que o provocaram. Feito isso, medidas 
serão sugeridas para que o acidente não volte a acontecer. Essa Comuni-
cação de Acidente de Trabalho é um documento obrigatório a ser emiti-
do pelo contratante junto à Previdência Social em, no máximo, 24 horas 
úteis, para a garantia dos direitos dos trabalhadores acidentados.
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Feita a comunicação do acidente por parte do trabalhador à chefia ime-
diata e para o SESMT, o próximo passo será a realização de exames labo-
ratoriais de acordo com o tipo de exposição e situação (paciente-fonte 
conhecido ou não). A depender da situação, o trabalhador deverá ser 
encaminhado para hospital de referência em doenças infectocontagio-
sas para avaliaçãoe, se necessário, início de quimioprofilaxia.
CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
 
Todo acidente de trabalho gera consequências que afetam não ape-
nas o trabalhador acidentado. Para ele, as consequências são o sofri-
mento físico e mental, possíveis dificuldades financeiras devido à pos-
sibilidade de afastamento do trabalho, dependência de terceiros e 
baixa no potencial psicológico.
Para os colegas de trabalho, as consequências de um acidente de tra-
balho são sobrecarga de trabalho gerado pela falta do colega, preocu-
pações com o funcionário acidentado e a produção de um clima orga-
nizacional instável. Para a empresa, o acidente de trabalho também é 
negativo devido ao aumento de custos, à grande possibilidade de não 
atendimento às metas planejadas por causa da falta do funcionário aci-
dentado, insatisfação dos clientes e possível contratação e treinamento 
de um novo funcionário para exercício das atividades.
O governo acaba impactado também quando ocorre um acidente de tra-
balho, porém de forma diferente, pois, além da Previdência Social, que 
acaba sendo acionada em caso de afastamentos maiores que 15 dias, 
muitas vezes o trabalhador será atendido pelo SUS, gerando um custo 
ao governo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cer-
ca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, cerca de 2,8 trilhões 
de dólares, são perdidos por ano em custos diretos e indiretos devido a 
acidentes e doenças relacionados ao trabalho.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
 
Como evitar os acidentes de trabalho no serviço de saúde?
A orientação básica para toda e qualquer atividade é realizá-la com aten-
ção redobrada sempre. A repetição de atividades faz com que tenhamos 
a tendência de automatizar os movimentos e diminuirmos a atenção 
naquilo que estamos realizando. Imagine quantas vezes por dia um téc-
nico de laboratório utiliza um perfurocortante. Quantas vezes na sema-
na, no mês, no ano, em toda sua vida laboral!
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Com certeza, em alguns momentos o risco já não será percebido, e a 
possibilidade de ocorrência de um acidente de trabalho aumenta. Para 
quem manuseia materiais perfurocortantes, algumas práticas precisam 
ser rotina, tais como:
• nunca reencapar ou desconectar agulhas manualmente;
• quando for descartar os objetos perfurocortantes, verifi-
car se o coletor de perfurocortantes não está cheio (linha 
pontilhada da caixa);
• utilizar calçado fechado;
• utilizar os Equipamentos de Proteção Individual fornecidos 
pela empresa;
• jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização 
de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes;
• não utilizar as lâminas de bisturi desmontadas.
 
Vimos que os acidentes de trabalho ocorrem pela existência de duas 
condições: fatores pessoais de insegurança e as condições inseguras, 
sendo essas situações associadas a riscos presentes nos ambientes de 
trabalho. Logo, para se evitar os acidentes de trabalho, é preciso conhe-
cer bem os riscos. Por isso, vamos estudar na Unidade III a classificação 
dos riscos e detalhá-los para sua melhor compreensão.
Vamos lá!
Agora, resolva o questionário que está no AVASUS.

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