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AULA 2 COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS

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- -1
COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS
NOÇÕES DE GRAMÁTICA NO CONTEXTO 
EMPRESARIAL
- -2
Olá!
Ao final da aula, você será capaz de:
1) Apontar as regras de uso do acento indicador de crase e sua relação com a regência verbal;
2) Relacionar o emprego da colocação pronominal com os registros de língua;
3) Diferenciar os casos de próclise, mesóclise e ênclise pronominal;
4) Definir as funções da pontuação.
1 INTRODUÇÃO
Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior
é quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damos
conta quando alguém nos corrige.
Essa aula, vai te auxiliar nessa questão, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento,
colocação pronominal e pontuação. Assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita.
Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação
desses tópicos aos contextos empresariais ― a partir de práticas de leitura e produção textual.
Você sabe qual é a maneira correta de se dirigir às pessoas no seu local de trabalho?
Imagine que você trabalha em uma Universidade e precisa escrever uma carta para o Reitor.
Qual seria a maneira correta de se dirigir a ele?
Vossa Eminência? Vossa Magnificência? Vossa Santidade?
O correto é chamá-lo de Vossa Magnificência. E aí? Foi difícil?
Assim, como no caso do Reitor, cada Personalidade tem uma forma de ser tratada, ou seja, um pronome de
tratamento adequado para reafirmar a sua posição, seja ela social ou empresarial.
O conhecimento das formas/pronomes de tratamento é de extrema importância para que a comunicação se
inicie de maneira satisfatória.
• – Linguagem formal para se dirigir a alguém que possui um prestígio social Pronome de tratamento 
mais alto ou um grau hierárquico mais elevado.
Já pensou começar um e-mail de forma equivocada? Todo o seu conteúdo já estaria comprometido, não é
mesmo?
Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta?
•
- -3
O humor da tirinha é decorrente da ação de uma das cobras com relação ao uso equivocado dos pronomes.
A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma
organização.
Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro, por isso, temos que nos dedicar mais à maneira escrita,
mesmo a utilizando menos.
Fonte: VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existir que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 
1997. https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/questao-132prova-amarelaenem-2011.htm
Você já ouviu falar de próclise, ênclise e mesóclise?
Os nomes assustam, mas é algo bem simples!
A colocação pronominal se dá em função da posição do pronome em relação ao verbo. Assim temos:
Próclise
Ocorre quando o pronome vem antes do verbo (Exemplo: nada se perde). Como norma geral, deve-se colocar o
pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos,
chamados de palavras atrativas.
Palavras atrativas
As palavras atrativas ou atratoras são as palavras ou expressões que têm o poder de atração sobre os pronomes
pessoais oblíquos átonos, isto é, que exigem que o pronome seja colocado antes do verbo. Nasce, assim, o uso
obrigatório da próclise graças a elas.
Veja alguns exemplos:
• Palavras Negativas: não, nada, nunca, jamais, nem, nenhum, ninguém.
Exemplo:
O assessor detalhes do projeto?não lhes forneceu
Jamais nos afastaremos das promessas de campanha.
• Relativas: quem, o qual, que, quanto, cujo, como, onde.
•
•
- -4
Exemplo:
Os homens sabem que devem pensar antes no interesse público no que no pessoal.que se prezam
O chefe de departamento com afirmou que o problema está resolvido.quem nos entrevistamos
• Interrogativas: quem, (o) que, qual, quanto(a)(s); como, onde, quanto.
Exemplo:
Quem nos apresentou o projeto?
Quanto tempo !se perde
• Conjunções subordinativas: quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que etc.
Exemplo:
Quando me despedia do chefe da divisão, falei que não estava satisfeita.
Se eles ao diálogo...se dispusessem
Logo que o vi, falei que era melhor conversarmos.
• O infinitivo precedido de uma das palavras ou expressões mencionadas admite o pronome átono 
em próclise ou ênclise.
Exemplo:
Nada lhe contamos para não o aborrecer (ou para não aborrecê-lo).
•
•
•
- -5
2 Conceito, por Paulo Nunes
"O conceito adotado para definir Comunicação Empresarial (ou Organizacional) é abrangente e
engloba todo o processo de relacionamento da organização com os seus públicos de interesse,
normalmente designados pela expressão stakeholders (termo inglês que designa uma pessoa, grupo
ou entidade com legítimos interesses nas ações e no desempenho de uma organização e cujas
decisões e atuações, diretas ou indiretas, produzem impacto). Estão incluídos nos stackeholders:
funcionários, gestores, proprietários, fornecedores, clientes, credores, Estado, sindicatos e diversas
outras pessoas ou entidades que se relacionam com a empresa." Nunes, Paulo. Conceito de
Stakeholders, artigo publicado online, 2009
Comunicação Empresarial consiste no
"conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos
por uma organização para estabelecer a relação permanente e sistemática com todos os seus
públicos de interesse" (Bueno, 2009, p. 3-4).
Então, o relacionamento com os diversos públicos de uma organização é realizado por todos que a compõem,
desde a assessoria de imprensa até a telefonista e os funcionários de modo geral. Uma empresa moderna busca
implantar uma "autêntica cultura de comunicação", em que todos os funcionários desempenham a tarefa de
"comunicar" e de relacionamento com os públicos que possui.
Ênclise
Ocorre quando o pronome deve vir após o verbo (Exemplo: Fugiram-nos as palavras). As formas verbais do
infinitivo pessoal, do imperativo afirmativo e do gerúndio exigem a ênclise pronominal.
Veja:
Cumpre bem.comportar-se
Essas ordens devem rigorosamente.cumprir-se
Aqui estão as ordens: .cumpra-as
Aventurou-se pelo desconhecido, dos objetivos iniciais.afastando-se
A ênclise é forçosa em início de frase, ou seja, não se começa frase com pronome átono.
Exemplo:
- -6
Pediram-lhe (e não * ) que comparecesse à reunião do Congresso.Lhe pediram
Mesóclise
Ocorre quando o pronome deve vir no meio do verbo (Exemplo: a palavra). Na Mesóclise usa-seDirigir-lhe-emos 
o pronome no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do
indicativo.
Exemplo:
Quando for possível, mais informações.transmitir-lhes-ei
Ser-nos-ia útil contar com o apoio de todos.
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou
expressões que provocam a próclise:
Nada lhe (e não * ) até termos confirmação do fato.diremos Nada dir-lhe-emos
Essa é a resposta lhe (e não * ) caso ele voltasse ao assunto.que enviaríamos que enviar-lhe-íamos
Espera o Estado a União lhe (e não * ) mais verbas.que dará que ...dar-lhe-á
Casos Especiais
1 É inviável a ênclise com o particípio
A inflação (nunca: * ) de limites intoleráveis.havia-se aproximado havia aproximado-se
Jamais (e não: * ) tanto.nos tínhamos enfraquecido tínhamos enfraquecido-nos
Tê-lo-ia afetado (e não * ) o isolamento constante?Teria afetado-lhe
2 Colocação do pronome átono em locuções e combinações verbais
Nas combinações de verbo pessoal (auxiliar ou não) + infinitivo, o pronome átono pode ser colocado antes ou
depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo.
 a verdade. Devemos-lhe dizer
ou
 a verdade.Nós lhe devemos dizer
ou, ainda
 a verdade.Devemos dizer-lhe
Podemos notar com facilidade que a próclise com o infinitivo é própria da : linguagem oral ou escrita informal
Devemos lhe dizer... 
Portanto, devemos evitar esta colocaçãona redação oficial.
Se, no caso mencionado, houver palavra que exige a próclise, só duas posições serão possíveis para o pronome
átono:
Antes do auxiliar (próclise) ou depois do infinitivo (ênclise).
• Não dizer a verdade.lhe devemos•
- -7
• Não dizer a verdade.lhe devemos
• Não devemos a verdade.dizer-lhe
Fica prejudicada a mesóclise quando houver, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palavras ou
expressões que provocam a próclise:
Nada lhe (e não * ) até termos confirmação do fato.diremos Nada dir-lhe-emos
Essa é a resposta lhe s (e não * ) caso ele voltasse ao assunto.que enviaríamo que enviar-lhe-íamos
Espera o Estado a União lhe (e não * ) mais verbas.que dará que ...dar-lhe-á
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato
comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo?
Veja um exemplo:
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.”
Imediatamente ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse
a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água.
15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor tão pontual ainda não havia chegado.
Às 15:30h toca o telefone. Era o diretor que de imediato perguntou:
― Onde você está? Está atrasado para a reunião!
Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor.
Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras, por não ter percebido a ambiguidade da
mensagem.
É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a
reunião, a frase estava “claríssima”:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h” .
(= no escritório dele, do diretor)
O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também
estava clara:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”.
(= no seu próprio escritório)
Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações.
Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então,
são excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas.
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical.
O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação:
•
•
- -8
Seu = dele (de quem se está falando = o diretor)
ou
Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem).
Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU!
Lembre-se do básico
Na próclise, o pronome surge antes do verbo.
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo,
desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento.
Assim, o pronome surge depois do verbo.
3 Crase a + a = à
O que é crase?
Quem nunca teve dúvida em relação à crase?
Você já ficou com raiva por um detalhe tão pequeno fazer tanta diferença?
Martim César, no poema A navalha do censor, retrata bem o distanciamento que mantemos da crase, muitas
vezes, por medo de utilizá-la de forma errada.
A navalha do censor
Martim César
Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história
Fez naufragar o meu poema ― e vejam só ― que triste fase!
- -9
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!
• Você compartilha esse sentimento com Martim César? Então, chegou a hora de mudar isso.
Vamos analisar a frase:
• A crase está relacionada fato de termos a junção da preposição com o artigo.ao
Reparou que tivemos a junção da preposição a com o artigo o?
Agora observe a seguinte frase:
• A crase está estritamente relacionada à regência.
Aqui aconteceu o mesmo fenômeno do primeiro exemplo, mas representado pelo acento grave que indica a
crase, já que não temos a construção “relacionada aa regência”.
Portanto, o fenômeno da crase é isso: a indicação por meio do acento grave da junção da preposição a com o
artigo a e variações.
Mas, afinal, que diferença isso faz na prática? Esquecer de indicar a crase é tão grave assim?
Veja alguns exemplos da coluna de Sérgio Nogueira no site Dicas de português do G1 ( ):https://g1.globo.com
A VISTA ou À VISTA?
Vendeu A VISTA ou À VISTA?
Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o olho” (a vista = objeto direto). Seu desespero era tanto que
primeiro vendeu o carro, depois vendeu um rim e agora vendeu a vista.
Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista =
adjunto adverbial de modo).
NA MESA ou À MESA
Sentou-se NA MESA ou À MESA?
O certo é sentar-se à mesa.
Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação e a mesa pode não aguentar.
Nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque “à mesa” é um adjunto adverbial de lugar.
ÀS VEZES ou AS VEZES?
Na frase “Às vezes, conto para todos as vezes que fui engrupida”, não há dúvida de que ocorre crase no primeiro
caso. Trata-se de um adjunto adverbial de tempo.
O segundo caso é discutível, porque a frase está mal construída. Temos um erro de regência. Provavelmente, a
professora queria a seguinte frase: “Às vezes (= algumas vezes), conto para todos as vezes EM que fui
engrupida.” Nesse caso, “as vezes EM que fui engrupida” seria o objeto direto do verbo CONTAR.
Consequentemente não haveria crase, pois objeto direto não pede preposição.
•
•
•
https://g1.globo.com
- -10
A crase no segundo caso caracterizaria uma repetição, mesmo entre vírgulas: “Às vezes (=algumas vezes), conto
para todos, às vezes (= algumas vezes), que fui engrupida.”
Agora, o objeto direto do verbo CONTAR seria “que fui engrupida”, e o adjunto adverbial às vezes estaria
desnecessariamente repetido. Se fosse essa a interpretação, bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes,
conto para todos que fui engrupida” ou “conto para todos, às vezes, que fui engrupida”.
Como vimos nestes exemplos, não indicar a crase pode passar uma mensagem completamente diferente da que
tínhamos em mente. Por isso, aproveite essa revisão para ficar craque e começar a utilizar essa “ferramenta” tão
valiosa a seu favor.
Casos
Agora que você já compreendeu o que é a crase e a sua utilidade, vamos analisar os casos em que ela é
necessária, começando pelos princípios básicos.
Clique nas abas abaixo para navegar pelas regras de uso da crase.
Obrigatório
O uso do acento grave indicativo da crase é obrigatório nas seguintes situações:
• Como nomes de lugares que admitem artigo. Exemplo: Vou à Bahia
• Antes dos pronomes demonstrativos AQUELE (S), AQUELA(S), AQUILO, A(S). Exemplo: Falamos àquele 
que nos impediu de entrar.
• Nas locuções formadas por nomes femininos. Exemplo: Primeira rua à direita.
• Com objetos e complementos nominais femininos. Exemplo: Vamos assistir à próxima sessão.
• Nas expressões que indicam o número de horas. Exemplo: Chegarei às cinco horas. (adjunto adverbial).
Se a hora estiver indeterminada, nãohaverá crase.
Saí de lá a uma hora qualquer.
Lembre-se desse esquema, ele ajudará muito na hora da dúvida:
• Cheguei às sete horas (Obrigatório) (Cheguei ao meio-dia)
• Estou aqui desde as sete horas. (Proibido)
• Ficarei até as(às) sete horas. (Facultativo)
Uso impróprio
Não se usa o acento grave indicativo da crase nos casos a seguir.
• Diante de palavras masculinas:
Exemplo: Vou a pé.
A título de curiosidade, qual o nome dele?
• Antes de verbo:
Exemplo: Saiu a passear.
Refiro-me a comer bem, do bom e do melhor.
• Antes de palavras de sentido indefinido, o que inclui substantivos femininos usados em sentido genérico 
ou indeterminado (sem artigo).
Exemplo: Referi-me a cidades de São Paulo. (algumas cidades)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
- -11
mas
Referi-me às cidades de São Paulo (todas ou as cidades específicas)
Quando a preposição a precede nome no plural:
Exemplo: O presidente condena a ação da ONG em relação a crianças abandonadas.
• Nas expressões de palavras repetidas: gota a gota, frente a frente:
Exemplo: Encontramo-nos frente a frente.
• Antes de pronomes que não admitem artigo:
Exemplo: Dirija-se a Sua Excelência.
Dirija-se a ela.
Dirija-se a quem quiser.
Dirija-se a certa pessoa.
Mas atenção
• Se o pronome admitir artigo, haverá crase:
Dirigi-me à mesma pessoa.
• Haverá crase com os pronomes de tratamento Senhora e Senhorita.
Referi-me à senhora Maria.
Referi-me à senhorita Ana.
• Antes do artigo UMA.
Exemplo: Fui a uma festa.
• Antes de numerais cardinais, desde que se refiram a substantivos usados em sentido indeterminado.
Exemplo: Vi oito pessoas. (sentido indeterminado) / Refiro-me a oito pessoas.
Mas
Vi as oito pessoas. (sentido determinado) / Refiro-me às oito pessoas.
Crase Facultativa e casos especiais
Os casos especiais de crase são:
• Com as palavras CASA, TERRA (no sentido de chão firme) e DISTÂNCIA, só haverá crase se essas 
palavras estiverem especificadas.
Exemplo: Voltamos a casa.
Voltamos à casa de Maria.
Os marinheiros, assim que o navio atracou, voltaram a terra.
Os marinheiros voltaram à terra familiar.
Vejo bem a distância.
Vejo bem à distância de cem metros.
• A crase é facultativa (O que é facultativo é o uso do artigo ou da preposição e não a ocorrência da crase.) 
antes de nomes de mulheres.
Exemplo: Refiro-me a Maria (ou à Maria).
• Depois da preposição ATÉ:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
- -12
• Depois da preposição ATÉ:
Exemplo: Fomos até a praia (ou até à praia).
• Antes de pronomes possessivos femininos no singular:
Exemplo: Dei um presente a (ou à) minha amiga.
A crase diante de possessivos femininos é facultativa porque nesses casos o uso do artigo é facultativo.
Podemos dizer tanto “Minha irmã saiu” como “A minha irmã saiu”).
Para não ter dúvida é bom memorizar o seguinte esquema:
• Escrevi a(à) sua irmã (Facultativo) (Singular + Singular)
• Escrevi às suas irmãs (Obrigatório) (Plural + Plural)
• Escrevi a suas irmãs (Proibido) (Singular + Plural)
Método Prático:
Esse esquema ajudará muito na hora das dúvidas, vale memorizá-lo:
Haverá crase sempre que pudermos substituir a palavra feminina por uma masculina qualquer, havendo a
seguinte correlação:
Veja alguns exemplos:
• Refiro-me à mulher (ao homem) / às mulheres (aos homens).
• À proporção que (ao passo que) estuda, mais se sente recompensado.
• Esta caneta é igual à que comprei. (= Este lápis é igual ao que comprei)
• A mulher à qual me referi... (= O homem ao qual me referi...)
• Esta caneta é semelhante à tua, à nossa, à dele. (= Este lápis é semelhante ao teu, ao nosso, ao dele.)
• Estou apto àquela (= a essa) tarefa, àquele (= a esse) trabalho, àquilo (= a isso).
• Dirigi-me às duas amigas. (= aos dois amigos)
• Pedi livros à senhorita Antônia e à senhora Maria. (Pedi ao senhor José)
• Obedeci à Maria. (= Obedeci ao José)
• O jogo será às três horas. (ao meio-dia)
•
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•
•
- -13
• O jogo será às três horas. (ao meio-dia)
• Estudei naquele colégio da 2ª à 6ª série. (do 2º ao 6º ano)
4 Você sabe pontuar?
A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a
comunicação nas empresas.
Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que
queremos transmitir, não é mesmo?
Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de
sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala.
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o
emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que
determinam sua utilização.
O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar
necessariamente um erro gramatical.
Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é
aceitável e o que não é em relação à pontuação.
Veja a situação abaixo
Um homem rico estava muito mal. Antes de morrer, já com bastante dor, pediu papel e caneta, e escreveu assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
•
•
- -14
Com base no que o homem escreveu, descubra para quem ele deixou a sua fortuna.
Clique nas imagens para conhecer os concorrentes e escolha quem será o herdeiro.
O sobrinho
O sobrinho, o primeiro a chegar, fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
A irmã
A irmã chegou em seguida, indignada, e pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
O alfaiate
O alfaiate, quando viu aquilo, copiou o original e puxou a brasa para a sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
Os Pobres
Aí, chegaram alguns pobres da cidade, amigos do defunto. Um deles, sabido, tratou de dar a versão dele:
- -15
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.
A verdade é que, diante da escrita do homem rico da história, não há como saber quem é o herdeiro de fato e de
direito. Assim é a vida. Nós é que colocamos as pontuações. E isso faz toda a diferença.
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos (.), as vírgulas (,) e os
pontos-e-vírgulas (;) nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais
da frase e as informações complementares.
Já o ponto de exclamação (!) e o de interrogação(?), por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação
da fala.
Mas, afinal, como devo pontuar?
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos
verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao
uso.
De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão.
Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas
regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever.
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação:
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Aqui teríamos uma questão de gênero e não só de pontuação, clique nas caixas e confira:
Pontuação feita por homens.
“Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Pontuação feita por mulheres.
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.”
A Vírgula
A vírgula pode ser uma pausa. Ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
- -16
Isso, sóele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não, quero ler.
UMA VÍRGULA MUDA TUDO.
ABI - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA.
100 ANOS LUTANDO PARA QUE NINGUÉM MUDE NEM UMA VÍRGULA DA SUA INFORMAÇÃO.
(Anúncio publicado na revista Veja, 9 abr. 2008.)
Essa é a transcrição do vídeo da ABI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA), apresentado no início desta aula.
Sobre esse anúncio, considere apenas as afirmativas verdadeiras.
• Na frase “Não, espere”, a vírgula é usada para indicar que a leitura deve ser feita pausadamente, com 
ênfase em cada palavra.
Está errada, pois o advérbio “não” isolado pela vírgula representa um pedido para o interlocutor esperar,
evitando, assim, a interpretação contrária de pedido para que ele não espere.
Essa sentença também aborda um aspecto equivocado que infelizmente é comum: a explicação de que a vírgula é
usada para fazer uma pausa na frase, deixando de lado toda a sua funcionalidade gramatical.
• No segundo conjunto de frases, a ideia de heroísmo é veiculada pela primeira frase.
Não está correta, pois em “Isso só, ele resolve.” compreendemos que o fato a ser resolvido é pouco, é simples, por
meio do “só” (somente). Já em “Isso, só ele resolve.” mostra que o “ele” é o único ser capaz de resolver a questão,
atribuindo-lhe o aspecto heroico.
• A frase “Aceito, obrigado” tem como interpretação preferencial “Sou obrigado a aceitar”.
Está errada pois quer dizer justamente o contrário, que ele aceita e é grato pelo que lhe é oferecido. A segunda
frase, “Aceito obrigado.”, é que dá margem para a interpretação “Sou obrigado a aceitar”.
• No quarto conjunto de frases, a primeira pode corresponder a uma acusação equivocada se não 
expressar a intenção do autor de acusar o juiz ou outra pessoa.
Está correta porque, isolada entre vírgulas, a palavra “juiz” representa o vocativo da frase e isto quer dizer que o
juiz seria apenas o interlocutor.
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Já sem as vírgulas o juiz seria o acusado da corrupção.
• Nas frases “Não, espere” e “Não, quero ler” a negação não incide sobre o conteúdo dos verbos “esperar” e 
“querer”, mas sobre outros conteúdos, que permanecem implícitos.
Está correta. O advérbio “não”, se isolado pela vírgula, representa um pedido para o interlocutor esperar e para
informar que se quer ler.
Sem a vírgula as frases dizem justamente o contrário: que não se quer esperar e não se quer ler.
Não, espere. Não acabou. Ainda falta uma reflexão para você ficar craque em pontuação.
Reza a lenda que no Pará houve um levante popular.
O comandante das forças armadas telegrafou ao Presidente da República relatando o fato e, no fim, perguntou:
reajo?
O Presidente respondeu assim:
― Não, tenha ponderações.
O telegrafista esqueceu a vírgula. Em razão disso, morreram várias pessoas.
Como vimos, a falta de entendimento linguístico pode causar muitos danos a uma organização ou até mesmo à
humanidade.
Saber se comunicar no ambiente de trabalho e em sua vida íntima é muito importante. Por isso, aproveite e
comece a colocar em prática tudo o que foi aprendido nesta aula.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os seguintes assuntos:
• Vícios de linguagem I: cacófato, solecismo, estrangeirismo e pleonasmo;
• Frases siamesas, segmentadas, centopeias e com presença de paralelismo.
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Saiba mais
Para saber mais sobre a crase, leia a matéria “‘Terror’ da gramática, crase atormenta
estudantes e ganha rock didático”: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/03/terror-da-
gramatica-crase-atormenta-estudantes-e-ganha-rock-didatico.html
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http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/03/terror-da-gramatica-crase-atormenta-estudantes-e-ganha-rock-didatico.html
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• Frases siamesas, segmentadas, centopeias e com presença de paralelismo.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu a forma correta de utilizar pronomes de tratamento e também viu o uso do acento indicador 
de crase.
• Analisou alguns pontos da gramática aplicados aos textos empresariais, observando-se o raciocínio 
lógico no uso da pontuação, por exemplo.
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	Olá!
	1 INTRODUÇÃO
	2 Conceito, por Paulo Nunes
	3 Crase a + a = à
	4 Você sabe pontuar?
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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