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Patologia Geral Marylia Coelho Reparo Fibrose, colagênese e cicatrização. O reparo será a reposição de células no tecido que foi lesionado, mas isso ocorrerá após a eliminação de todos os elementos flogistícos da inflamação. O reparo pode começar na fase irritativa, mas sua conclusão propriamente dita ocorrerá quando a inflamação parar. Esse reparo vai ter como principal função o restabelecimento da arquitetura tecidual e função do tecido. Existem dois tipos de reparo chamadas: regeneração e cicatrização. Regeneração: é a forma de reparo, onde terá o melhor reparo, fazendo que o tecido volte ao que era antes da lesão. Pode ocorrer por conta da proliferação de células que não foram lesadas (substituição por células tronco teciduais que se diferem e fazem a reposição daquele tecido) Cicatrização: quando há uma lesão é reposto tecido conjuntivo tecidual para compor aquela área lesada, sendo diferente do tecido original e por isso temos uma marca chamada de cicatriz. O reparo vai acontecer da seguinte forma: eliminação do agente inflamatório e todo amparo inflamatório -> reparo -> morfologia e funcionalidade do tecido voltada (em casos de regeneração) ou não (em casos de cicatrização). Fatores desencadeantes do reparo A regeneração ou reparo vai acontecer também mediante ao tamanho da lesão que aquele tecido irá sofrer. Um dos principais fatores para reparo é a proliferação celular de células tronco adultas para regeneração ou de fibras colágenas na cicatrização. Essas proliferações de ambos os tipos de reparos são controladas por fatores de crescimento. Temos alguns tipos de tecidos que são classificados quanto a proliferação e seu reparo: 1. Tecidos lábeis: possuem um alto potencial de proliferação celular capaz de fazer regeneração. Exemplo: medula óssea, tecido hematopoiético, epitélio. Quando há a lesão, as células mortas são retiradas e substituídas por células originais (resultado da diferenciação das células tronco). 2. Tecidos estáveis: possuem proliferação acontecendo, mas não todo tempo, e essa proliferação irá ocorrer por conta de um estímulo que aquele tecido terá. Exemplo: tecido hepático, tecido fibroso, músculo liso. Obs: o tamanho e intensidade da lesão irá nos dizer se o tecido irá cicatrizar ou regenerar. 3. Tecidos permanentes: são aqueles com nenhuma capacidade de proliferação celular e acabam tendo o processo de cicatrização Exemplo: tecido neuronal, tecido cardíaco, muscular. Obs: quando mais especializado for o tecido, mas difícil a capacidade de reparo. Patologia Geral Marylia Coelho Proliferação celular As células lábeis ficam na fase G0 do ciclo celular, fazendo com que haja um encurtamento do ciclo celular. Nos tecidos estáveis temos o recrutamento de células quiescentes após um estímulo causado pela lesão, e essas células vão para o ciclo celular. No tecido permanente irá ocorrer replicação e diferenciação de células tronco em alguns tecidos, mas de forma insuficiente para regenerar e sendo assim capaz somente de cicatrizar, por isso lesões nos neurônios ou no coração é de caráter irreversível. Mecanismos do reparo O principal fator de reparo é a proliferação celular que é controlada pela regulação gênica, sempre controlada, ou seja, quando há células suficientes para reparo há uma parada na proliferação celular. Na cicatrização é feito uma substituição do tecido normal para o tecido conjuntivo tecidual. Células tronco As principais células que vão regenerar ou cicatrizar os tecidos, geralmente usadas para reposição tecidual na vida pós uterina e formação de tecidos e órgãos na vida intra uterina.. As células tronco adultas então totalmente relacionadas com a hemostasia tecidual, fazendo com que haja sempre um reposição das células que foram perdidas. As células tronco podem se diferenciar em todos os tecidos. Fatores de crescimento Os fatores de crescimentos são um conjunto de substâncias que vão propiciar a proliferação celular e promover migração, diferenciação e sobrevivências dessas células e tecidos. Ocorre por conta dos receptores específicos e influenciam a expressão de genes que podem favorecer a: entrada de células no ciclo celular, atenuam bloqueios na ligação na progressão celular e inibem a apoptose celular aumentando a mitose e sínteses de proteínas. Os fatores de crescimento são: EGF (fator de crescimento epidérmico): que são produzidos por macrófagos ativados, glândulas salivares, queratinócitos, plaquetas e possui função de estimular a migração de queratinócitos e formação do tecido de granulação. TGF alfa (fator de crescimento transformador): produzidos por mácragos, queratinócitos e outras células inflamatórios e essa substância vai fazer com que haja uma proliferação de hepatócitos e etc. VEGF (Fator de crescimento endotelial): a partir de células mesenquimais e estimula a proliferação de células endoteliais, aumentando a permeabilidade vascular. TGF beta (fator de crescimento transformador beta): através de plaquetas, linfócitos t, macrófagos e células apresentadoras de antígeno e vai servir para quimiotático para leucócitos, fibroblastos estimulando a síntese da MEC, suprime a inflamação aguda. FGF (fator de crescimento dos fibroblastos) células inflamatórias. Terá capacidade de Patologia Geral Marylia Coelho quimiotático para fibroblastos e estimulação da angiogênese e síntese da MEC. Sinalização das células Para que a sinalização seja transmitida as outras células temos a sinalização que pode ocorrer por 3 formas. 1. Autócrina: a célula sinaliza para ela mesma 2. Parácrina: onde a célula sinaliza para outras células 3. Endócrina: por meio de vasos sanguíneos. Regeneração É a substituição de células mortas, por células originais daquele tecido, derivadas de células tronco, esse processo terá uma reconstituição completa. O tecido regenerado terá sua arquitetura tecidual reestabelecida, juntamente com sua funcionalidade. Células tronco capazes de se dividirem - > tecido de sustentação -> irrigação e nutrição daquele novo tecido. Os tecidos de sustentação são: estroma, tecido conjuntivo e derme. *Lembrando* Quanto maior for sua especialização, menor é a sua capacidade de se regenerar, os tecidos que não consegue regenerar, vão cicatrizar e essa cicatrização traz danos para a arquitetura tecidual, assim como, na atividade funcional do tecido. Vale ressaltar também que a localização e a intensidade da lesão vão interferir no processo de reparo. Cicatrização Haverá uma substituição do tecido lesado, por tecido conjuntivo tecidual no local onde houve a lesão, fazendo com que haja essa diferença entre os dois tecidos. Pode alterar a função Cicatriz também chamado de fibrose que é o aumento do tecido conjuntivo. Ocorre os seguintes eventos para a cicatrização: • Formação de novos vasos (angiogênese) • Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo onde houve a lesão e a presença de leucócitos (principalmente macrófagos) vai fazer com que haja uma degranulação. • Maturação e organização do tecido fibroso que vai ser importante para a formação da cicatriz. • A Hemostasia vai ocorrer segundos após a lesão. Patologia Geral Marylia Coelho Angiogênese Formação de novos vasos a partir de vasos pré-existentes e é onde teremos passagem de líquidos e macromoléculas, os capilares neoformardos serão mais frágeis e por onde teremos a proliferação de fibroblastos e fibras colágenas. É essencial para cura nos locais de lesão e essa formação de novos vasos vai acontecer por conta de alguns eventos como: • Vasodilatação em resposta ao NO e aumento da permeabilidade vascular. • Separação de pericitos da superfície abluminal• Migração de células endoteliais em direção a área da lesão. • Remodelamento em tubos capilares. • Recrutamento de células periendoteliais • Supressão da proliferação e migração endotelial e deposição da membrana basal. Obs: o principal fator de crescimento envolvido nessa via é o VEGF. Cicatrização de primeira intenção: aproximação dos bordos e sutura para que haja uma menor cicatriz possível na superfície Cicatrização de segunda intenção: menor espaços entre os bordos menor quantidade de tecido de granulação e uma maior quantidade de tecido fibroso que irá gerar uma cicatriz. Capacidade de regeneração dos tecidos da cavidade oral Obs: as cicatrizes promovem um acúmulo do tecido adjacente pois as fibras colágenas com o passar do tempo vão perdendo a elasticidade podendo interferir na funcionalidade. Síntese e degranulação do colágeno O colágeno no geral vai ser o que vai dar resistência ao local da ferida Geralmente começa pelo colágeno tipo III e é substituído por colágeno tipo I. Quando há produção excessiva do colágenos, podemos ter quadro de lesões cicatrizadas com quelóides, cicatriz hipertrófica Figura 1 quelóides. Reparo no alveólo Após a exodontia o alvéolo é todo preenchido pelo coagula, que irá ser essencial para neoformação e cicatrização do osso e das estruturas ali envolvidas. Ocorre no sentido centrípeto no sentido de ligamentos periodontos para o centro do alvéolo Então quando temos coagulo, temos: tecido de granulação -> neoformação e remodelamento ósseo. Patologia Geral Marylia Coelho Laserterapia auxiliando o reparo. Possui finalidade anti-inflamatória, auxilia na formação de vasos (angiogênese), proliferação epitelial e fibroblastos, síntese e deposição de colágeno. Referencia: Patologia Básica, 9 edição. Capítulo 2.
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