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Apostila - Farmacologia Farmacocinética e Farmacodinâmica-1615320104

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FARMACOLOGIA: 
FARMACOCINÉTICA E 
FARMACODINÂMICA
RESUMOS
MATERIAL
COMPLEMENTAR
SUMÁRIO
1. FUNDAMENTOS DE FARMACOCINÉTICA .................................................................... 4
1.1 Vias de Administração ...................................................................................................................5
1.1.1 Formas Farmacêuticas .............................................................................................................................................................................................6
1.2 Outras vias ....................................................................................................................................8
2. ABSORÇÃO ................................................................................................................ 9
2.1 Transporte de fármacos a partir do TGI ..........................................................................................9
2.2 Efeito do pH na absorção de fármacos .........................................................................................10
2.3 Fatores que afetam a absorção de fármacos ................................................................................11
2.3.1 Fatores relacionados ao Fármaco .......................................................................................................................................................................12
2.3.2 Fatores relacionados ao Paciente .......................................................................................................................................................................12
2.3.3 Fatores relacionados à via de Administração .................................................................................................................................................12
3. DISTRIBUIÇÃO ......................................................................................................... 14
3.1 Compartimentos de água no organismo .......................................................................................14
3.1.1 Volume de distribuição ...........................................................................................................................................................................................14
3.2 Fatores que interferem na distribuição .........................................................................................15
3.2.1 Metabolismo de primeira passagem .................................................................................................................................................................16
3.2.2 Solubilidade e características físico-químicas do fármaco .......................................................................................................................16
3.2.3 Permeabilidade por barreiras espessas ............................................................................................................................................................16
3.2.4 Fluxo sanguíneo .........................................................................................................................................................................................................16
3.2.5 Ligação com proteínas plasmáticas ..................................................................................................................................................................16
3.2.6 Fatores que interferem na disponibilidade da forma livre do fármaco ..................................................................................................18
4. METABOLIZAÇÃO .................................................................................................... 19
4.1 Fatores que alteram o metabolismo dos fármacos .......................................................................20
5. EXCREÇÃO ............................................................................................................... 23
5.1 Eliminação renal dos fármacos ....................................................................................................24
5.2 Clearence .....................................................................................................................................24
5.3 Meia-vida ....................................................................................................................................25
6. FARMACODINÂMICA ............................................................................................... 26
6.1 Seletividade .................................................................................................................................27
3FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
6.2 Janela terapêutica .......................................................................................................................28
6.3 Teoria da Ocupação .....................................................................................................................31
6.4 Ligação entre fármaco e receptor .................................................................................................32
6.5 Agonistas e Antagonistas ............................................................................................................33
6.3 Principais Tipos de Receptores de Fármacos ................................................................................38
6.4 Variação na capacidade de resposta a fármacos ..........................................................................42
6.4 Farmacocinética e farmacodinâmica na farmacoterapia ...............................................................46
6.5 Interações farmacodinâmicas ......................................................................................................48
6.5.1 Fármacos de efeitos opostos ...............................................................................................................................................................................48
6.5.2 Fármacos de efeitos semelhantes ......................................................................................................................................................................48
6.5.3 Alteração de níveis eletrolíticos .............................................................................................................................................................................49
6.5.4 Modificação da flora intestinal ..............................................................................................................................................................................49
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 50
4FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
1. FUNDAMENTOS DE FARMACOCINÉTICA
O objetivo do tratamento medicamentoso é prevenir, curar ou controlar doenças. Para 
isso, são necessárias doses adequadas de fármaco que devem ser oferecidas aos tecidos-
-alvo, de forma a serem obtidos níveis terapêuticos, porém não tóxicos. A farmacocinética 
estuda o movimento de um fármaco no organismo em determinado tempo. 
A farmacocinética, de maneira simplificada, é tudo aquilo que o organismo faz com 
o fármaco. Ou seja, o organismo: absorve, distribui, metaboliza (biotransforma) e elimina. 
Primeiro, a absorção do fármaco desde o local de administração (absorção) permite o 
acesso do agente terapêutico (seja direta ou indiretamente) no plasma. Segundo, o fárma-
co pode, então, reversivelmente sair da circulação sanguínea e distribuir-se nos líquidos 
intersticial e intracelular (distribuição). Terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no 
fígado, nos rins ou em outros tecidos (biotransformação). E, por fim, o fármaco e seus me-
tabólitos são eliminados do organismo na urina, na bile ou nas fezes (excreção).
Figura 1. Farmacocinética e Farmacodinâmica1
Dose de fármacoadministrada
Concentração do fármaco 
na circulação sistêmica
Fármaco em tecidos 
de distribuição
Fármaco metabolizado 
ou excretadoConcentração do fármaco 
no sítio de ação
Efeito farmacológico
FarmacocinéticaDistribuição
Eliminação
Absorção
Farmacodinâmica
Resposta clínica
Toxicidade Efetividade
5FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Figura 2. Processos Farmacocinéticos
Absorção
Excreção
Metabolização 
(biotransformação)
Distribuição
Fonte: Autoria Própria, 2019.
todo o processo farmacocinético tem início com a administração do fármaco, por 
isso a via de administração e a forma farmacêutica devem ser escolhidas de acordo com 
as propriedades dos fármacos e com os objetivos terapêuticos.
1.1 Vias de Administração
Há duas vias principais de administração de fármacos:
1) Via Enteral (que passa pelo trato gastrointestinal); – Introduz o fármaco através do 
trato gastrointestinal (TGI).
Vantagens e Desvantagens:
 y Os fármacos são auto administrados facilmente;
 y Evita infecções sistêmicas que podem complicar o tratamento;
 y A toxicidade ou dosagens excessivas por essa via podem ser neutralizadas com 
antídotos, como o carvão ativado;
 y O fármaco é exposto ao agressivo ambiente gastrintestinal (GI) que pode limitar 
sua absorção;
 y Os fármacos sofrem biotransformação de primeira passagem no fígado, onde 
podem ser extensamente metabolizados antes de alcançarem a circulação 
sistêmica, limitando sua eficácia; 
 y A ingestão de fármaco com alimentos ou a sua associação a outros fármacos 
podem influenciar a absorção.
2) Via Parenteral (que não passa pelo trato gastrointestinal) – Introduz o fármaco na 
circulação sistêmica ou em outro tecido vascular diretamente através das barreiras 
orgânicas de defesa.
6FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Vantagens e Desvantagens:
 y Usada para fármacos que são pouco absorvidos no TGI (p. ex., heparina) e para 
aqueles que são instáveis no TGI (p. ex., insulina); 
 y Usada no tratamento do paciente inconsciente ou quando se necessita de um 
início rápido de ação; 
 y Maior biodisponibilidade pois não está sujeita à biotransformação de primeira 
passagem ou ao agressivo meio gastrintestinal; 
 y Melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo; 
 y Irreversível;
 y Pode causar dor, medo e infecções. 
Há três vias de administração parenteral: a intravascular (intravenosa ou intra-arte-
rial), a intramuscular e a subcutânea.
Figura 3. Vias de administração
Via ParenteralVia Enteral
Intravenosa
Subcutânea
Intramuscular
Tópica
Outras (Pulmonar, 
intratecal, etc)
Via Oral
Via Sublingual
Via Retal
Fonte: Autoria Própria, 2019.
1.1.1 Formas Farmacêuticas
As formas farmacêuticas são selecionadas de acordo com as propriedades dos fár-
macos, com os adjuvantes e excipientes utilizados, bem como com a via de administração 
para a qual se destina. Os principais tipos de formas farmacêuticas são líquidas, sólidas 
e semissólidas.
7FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Quadro 1. Formas Farmacêuticas dos fármacos
Líquidas Sólidas Semissólidas Outras
Solução oral Cápsula Pomada Adesivo transdérmico
Solução tópica Comprimido Pasta Implante
Solução 
oftálmica Pastilha Creme
Dispositivo 
intraoral de lib. 
prolongada
Xarope Pílula Gel Goma de mascar
Suspensão oral Supositório Unguento Gás
Fonte: Autoria Própria, 2019.
O que você precisa saber sobre vias de administração?
Objetivos Vantagens Desvantagens
Quadro 2. Vias de Administração do farmaco
Via de 
administração Vantagens Desvantagens
En
te
ra
l
Oral
Comodidade na administração;
Várias formas farmacêuticas;
Não necessita de técnicas 
específicas;
Facilita a adesão do paciente ao 
tratamento;
Metabolização de primeira 
passagem;
Sabor e tamanho da forma 
farmacêutica;
Não pode ser utilizado em pacientes 
com comprometimentos do TGI;
Não pode ser utilizado para 
substâncias irritantes;
Sublingual
Rápida absorção;
Administração conveniente;
Baixa incidência de infecções;
Fármaco não passa pelos ambientes 
agressivos do estômago e do 
intestino;
Não há efeito de primeira passagem;
Riscos associados à rápida absorção;
Sabor e tamanho da forma 
farmacêutica;
Não pode ser utilizado para 
substâncias irritantes;
Retal
Rápida absorção;
Baixa incidência de infecções;
Fármaco não passa pelo ambiente 
agressivo do estômago;
Administração inconveniente;
Dificulta adesão ao tratamento;
Riscos associados à rápida absorção;
Absorção pode ser irregular;
Não pode ser utilizado para 
substâncias irritantes;
8FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Via de 
administração Vantagens Desvantagens
Pa
re
nt
er
al
Intravenosa
Efeito rápido;
Grau de controle máximo sobre os 
níveis circulantes do fármaco;
Permite a administração de grandes 
volumes;
Possibilidade de uso em pacientes 
inconscientes;
Não há metabolismo de primeira 
passagem;
Pode causar dor, medo e infecções;
Irreversível;
Não pode ser utilizada para solventes 
oleosos ou viscosos;
Intramuscular
Efeito rápido;
Possibilidade de uso em pacientes 
inconscientes;
Volume maior que a via subcutânea;
Pode causar dor, medo e infecções;
Irreversível;
Subcutânea
Permite autoadministração;
Absorção lenta e constante;
Pouco trauma tecidual;
Evita o metabolismo de primeira 
passagem;
Pode causar dor, medo e infecções;
Administração de pequenos volumes;
Fonte: Autoria Própria, 2019.
1.2 Outras vias
 3 Inalação – Assegura a rápida oferta do fármaco através da ampla superfície da 
membrana mucosa do trato respiratório e do epitélio pulmonar, produzindo um efeito 
quase tão rápido como com o obtido pela injeção IV. essa via de administração é 
usada para fármacos que são gases (p. ex., alguns anestésicos) ou aqueles que 
podem ser dispersos em um aerossol. A via é particularmente eficaz e conveniente 
para pacientes com problemas respiratórios, pois o fármaco é ofertado diretamente 
no local de ação e os efeitos sistêmicos são minimizados;
 3 Intranasal – Administração de fármacos dentro do nariz; 
 3 Intratecal/intraventricular – Algumas vezes, essa via de administração é necessária 
para introduzir fármacos diretamente no líquido cefalorraquidiano; 
 3 Tópica – Usada quando se deseja um efeito localizado do fármaco. Por exemplo, 
aplicação de creme ou pomadas diretamente na pele ou a instilação de fármacos 
diretamente no olho para dilatar a pupila;
 3 Transdermal – Proporciona efeitos sistêmicos pela aplicação do fármaco na pele, 
em geral, por meio de um adesivo cutâneo. A velocidade de absorção pode variar de 
modo acentuado, dependendo das características físicas da pele no local da aplicação. 
essa via é usada com mais frequência para a oferta prolongada de fármacos.
9FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
2. ABSORÇÃO
Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração para a cor-
rente sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção dependem da via de adminis-
tração. Para a via IV, a absorção é completa, ou seja, toda a dose do fármaco alcança a 
circulação sistêmica. A liberação do fármaco por outras vias pode resultar em absorção 
parcial e, consequentemente, em menor biodisponibilidade. essa passagem ocorre atra-
vés de membranas biológicas, altamente lipofílicas, sendo o principal mecanismo para 
esse transporte a difusão passiva através dos lipídeos, pois ocorre a favor do gradiente de 
concentração e não há gasto energético.
Figura 4. transporte facilitado através da membrana
Alteração 
conformacional
2.1 Transporte de fármacos a partir do TGI
dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser transportados do 
tGI por difusão passiva ou por transporte ativo.
Difusão passiva – A força motriz da absorção passiva de um fármaco é o gradiente 
da concentração através da membrana que separa os compartimentos do organismo, isto 
é, o fármaco se move da região com concentração elevada para a que tem baixa concen-
tração. A difusão passiva não envolve transportador,não é saturável e apresenta baixa 
especificidade estrutural. A grande maioria dos fármacos tem acesso ao organismo por 
esse mecanismo.
Transporte ativo – Envolve transportadores proteicos específicos que atravessam 
a membrana. Poucos fármacos cujas estruturas se assemelham às de metabólitos de 
ocorrência natural são transportados através da membrana celular usando esses trans-
portadores proteicos específicos. O transporte ativo é dependente de energia e movido 
pela hidrólise de AtP.
10FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Endocitose e exocitose – transporta moléculas excepcionalmente grandes através 
da membrana celular. na endocitose, as moléculas do fármaco são engolfadas pela mem-
brana e transportadas para o interior da célula pela compressão da vesícula cheia de fár-
maco. A exocitose é o inverso da endocitose e é usada pelas células para secretar várias 
substâncias por um processo similar ao da formação de vesículas. Por exemplo, a vita-
mina B12 é transportada através da parede intestinal por endocitose. Certos neurotrans-
missores (p. ex., norepinefrina) são armazenados em vesículas ligadas à membrana no 
terminal nervoso e liberados por exocitose.
Como visto, o mecanismo de difusão depende tanto de características da membrana 
quanto de características do fármaco.
Figura 5. Forma de transporte do farmaco através da membrana
Difusão através dos lipídeos
Mediada por transportador
Principais formas pelas quais os 
fármacos atravessam as membranas
Quais os principais fatores que influenciam 
na absorção de um fármaco?
Solubilidade Grau de ionização pH do meio
Fonte: Autoria Própria, 2019.
2.2 Efeito do pH na absorção de fármacos
A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca. Fármacos ácidos (HA) liberam 
um próton H+ causando a formação de um ânion (A-).
As bases fracas (BH+) também podem liberar um H+. Contudo, a forma protonada 
dos fármacos básicos, em geral, é carregada, e a perda do próton produz a base (B) não 
ionizada.
A passagem entre as membranas lipídicas é facilitada pelo caráter lipofílico do fár-
maco. Assim, para que um fármaco seja absorvido, atravessando as barreiras biológicas, é 
necessário que ele esteja em sua forma molecular (não ionizada), pois a forma ionizada do 
fármaco não consegue atravessar as barreiras, em decorrência do caráter hidrofílico de íons. 
11FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Para os ácidos fracos, a forma HA não ionizada consegue permear através das mem-
branas, mas o (A-) não consegue. Para a base fraca, a forma não ionizada, (B), consegue 
penetrar através das membranas celulares, contudo o (BH+) não consegue, dessa forma, 
a concentração efetiva da forma permeável de cada fármaco no seu local de absorção é 
determinada pelas concentrações relativas entre as formas ionizada e não ionizada.
Sendo assim, um fármaco que é ácido fraco será melhor absorvido em um pH ácido, 
pois estará em sua forma molecular e conseguirá atravessar as barreiras lipofílicas. O 
contrário também é verdade: um fármaco que é uma base fraca será melhor absorvido em 
um pH básico.
Figura 6. Absorção do fármaco no pH
Melhor absorvido 
em meio ácido
Melhor absorvido 
em meio básico
Fármaco ácido
Fármaco básico
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Para determinar a quantidade de fármaco que será encontrada em ambos os lados da 
membrana que separa dois compartimentos que apresentam diferentes pHs, por exemplo, 
estômago (pH 1,0 a 1,5) e plasma sanguíneo (pH 7,4), utiliza-se a equação de Henderson-
-Hasselbalch. Essa equação expressa a relação do pKa e da razão entre as concentrações 
ácido-base com o pH do meio:
Para ácidos: pH = pKa + log [A-]/[HA]
Para bases: pH = pKa + log [B]/[BH+]
2.3 Fatores que afetam a absorção de fármacos
Há diversos fatores que interferem na absorção dos fármacos que podem estar rela-
cionados com o próprio fármaco, com o paciente e com a via de administração.
Figura 7. Fatores que afetam a absorção de fármacos
Relacionados ao fármaco
Relacionados ao paciente
Relacionados à via de administração
Fatores que afetam a 
absorção de fármacos
Fonte: Autoria Própria, 2019.
12FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
2.3.1 Fatores relacionados ao Fármaco
 y Solubilidade e Polaridade – quanto mais lipossolúvel e apolar, melhor a absorção;
 y Peso Molecular – quanto menor o peso molecular mais rápido a passagem pela 
membrana;
 y Forma Farmacêutica – soluções são mais rapidamente absorvidas.
ATENÇÃO: Para ser absorvido, necessariamente o fármaco deve estar 
em solução, portanto, para formas farmacêuticas sólidas, primeiro o 
sólido é desintegrado (FASE FARMACÊUTICA), o qual, então, fica em 
solução, para ser absorvido.
2.3.2 Fatores relacionados ao Paciente
 y Tempo de Trânsito do Trato Gastrointestinal: 
O tempo de trânsito do TGI pode ser modificado pelo aumento da velocidade do es-
vaziamento gástrico, aumentando a velocidade de fármacos absorvidos no intestino e, em 
casos de diarreia em queo fármaco passa muito rapidamente pelo estômago e intestino e 
não tem tempo de ser absorvido;
 y Presença de Alimentos: 
Alguns fármacos podem ter a absorção impedida pela formação de complexos inso-
lúveis com determinados componentes de alimentos, e outros podem ter a absorção faci-
litada pela presença de alimentos. ex: tetraciclinas com leite formam complexo insolúvel.
 y Fluxo sanguíneo:
Quanto maior o fluxo sanguíneo, mais rápido ocorre a absorção. Por exemplo, situa-
ções de hipovolemia ou insuficiência cardíaca retardam a absorção.
2.3.3 Fatores relacionados à via de Administração
A maioria dos fármacos absorvidos no trato gastrintestinal (TGI) entra na circulação 
portal e encontra o fígado antes de ser distribuído na circulação geral. esses fármacos 
sofrem biotransformação de primeira passagem no fígado onde eles podem ser extensa-
mente metabolizados antes de alcançarem a circulação sistêmica. Ou seja, antes mesmo 
de entrar na circulação sistêmica, uma fração do fármaco é metabolizada. O fígado é o 
principal órgão em que ocorre o metabolismo de primeira passagem, entretanto, este tam-
bém pode ser efetuado pelo intestino e pelo pulmão.
A via de administração Sublingual não sofre metabolismo de primeira passagem, 
pois os fármacos passam diretamente para a circulação sistêmica, escapando do siste-
ma porta.
13FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
na via Intravenosa não há absorção, já que, o fármaco é administrado diretamente 
na via sanguínea. 
Quais as principais características de um 
fármaco para que seja bem absorvido?
Lipossolúvel Não ionizado (molecular)
14FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
3. DISTRIBUIÇÃO
Logo que o fármaco entra no organismo, a partir de qualquer via de administração, 
ocorre o processo de distribuição em que há a passagem reversível do fármaco do sangue 
para outros fluidos e tecidos. Assim, o fármaco tem o potencial de distribuir-se em qual-
quer um dos três compartimentos funcionalmente distintos de água, ou ser sequestrado 
em um local celular. 
3.1 Compartimentos de água no organismo
Compartimento plasmático – Acomoda fármacos que apresentam massa molecular 
muito elevada ou se liga extensamente às proteínas plasmáticas pois estes são muito 
grandes para se mover para fora através das fendas endoteliais dos capilares.
Líquido extracelular – Comporta fármacos que apresentam baixa massa molecular, 
mas são hidrofílicos, ou seja, podem se mover através das fendas endoteliais dos capila-
res para o líquido intersticial. Contudo, fármacos hidrofílicos não se movem através das 
membranas celulares lipídicas para entrar na fase aquosa do interior da célula. Por con-
seguinte, esses fármacos se distribuem em um volume que é a soma da água plasmática 
e da água intersticial.
Água corporal total – Comporta fármacos que apresentam baixa massa molecular e 
são hidrofóbicos, isto é, não só podem se movimentar para o interstício através das fendas, 
como também deslocar-se para o líquido intracelular atravésdas membranas celulares. 
Outros locais – na gestação, o feto pode captar fármacos e, assim, aumentar o vo-
lume de distribuição. Fármacos que são muito lipossolúveis, como o tiopental, também 
podem apresentar volumes de distribuição anormalmente elevados.
3.1.1 Volume de distribuição 
Um fármaco raramente se associa de forma exclusiva a um único compartimento de 
água corporal. Ao contrário, a grande maioria dos fármacos se distribui em vários compar-
timentos, com frequência ligando-se avidamente a componentes celulares, por exemplo, 
lipídeos (abundantes em adipócitos e membranas celulares), proteínas (abundantes no 
plasma e no interior das células) ou ácidos nucleicos (abundantes no núcleo das células).
Pode-se medir a distribuição de um fármaco no organismo através do parâmetro 
chamado Volume de distribuição. tal que é um volume hipotético de líquido no qual o fár-
maco se dispersa. Embora ele não tenha base física ou fisiológica, é útil, algumas vezes, 
para comparar a distribuição de um fármaco com os volumes dos compartimentos de 
água no organismo.
15FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Figura 8. Volume aparente de distribuição (Vd)
Vd =
  quantidade do fármaco no corpo
concentração plasmática do fármaco
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Biodisponibilidade:
Como sabido, uma parte daquilo que é administrado pela via oral não alcança a cir-
culação sistêmica, quer seja por ser destruída no Trato Gastrointestinal (TGI), ou por sofrer 
efeito de primeira passagem no fígado. Faz-se necessário o uso de um parâmetro que 
expresse a parcela do fármaco que chega, de fato, à circulação sistêmica e que está dis-
ponível para exercer o efeito terapêutico.
A biodisponibilidade é o parâmetro farmacocinético que avalia a velocidade e a quan-
tidade de fármaco que chega à circulação sistêmica quimicamente inalterado e que pode 
exercer o efeito terapêutico. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco forem administrados 
por via oral e 70 mg desse fármaco forem absorvidos inalterados, a biodisponibilidade 
será 0,7 ou 70%. desse modo, a biodisponibilidade indica a velocidade e a extensão de 
absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concen-
tração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina.
A determinação da biodisponibilidade é feita pela comparação dos níveis plasmáti-
cos do fármaco depois de uma via particular de administração com os níveis plasmáticos 
do fármaco obtidos por injeção IV, na qual todo o fármaco entra na circulação rapidamente 
(biodisponibilidade de 100%).
3.2 Fatores que interferem na distribuição
Permeabilidade por 
barreiras espessas
Solubilidade e 
características físico 
químicas do fármaco
Ligação com proteínas 
plasmáticas
Metabolismo de 
1º passagem
Fluxo sanguíneo
16FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
3.2.1 Metabolismo de primeira passagem
Quando um fármaco é absorvido a partir do tGI, ele entra na circulação portal antes 
de entrar na circulação sistêmica. Se o fármaco é rapidamente biotransformado pelo fí-
gado, a quantidade de fármaco inalterado que tem acesso à circulação sistêmica diminui. 
Lembrando que o fígado é o principal órgão em que ocorre o metabolismo de primeira 
passagem, entretanto, este também pode ser efetuado pelo intestino e pelo pulmão.
3.2.2 Solubilidade e características físico-químicas do fármaco
Fármacos muito hidrofílicos são pouco absorvidos devido à sua inabilidade em atra-
vessar as membranas celulares ricas em lipídeos. Já os fármacos extremamente hidrofó-
bicos são também pouco absorvidos, pois são totalmente insolúveis nos líquidos aquosos 
do organismo e, portanto, não têm acesso à superfície das células. Para que um fármaco 
seja bem absorvido, ele deve ser basicamente hidrofóbico, mas ter alguma solubilidade 
em soluções aquosas. Essa é uma das razões pelas quais vários fármacos são ácidos 
fracos ou bases fracas, em outras palavras, quanto mais lipossolúveis, mais facilmente 
atravessam as membranas endoteliais dos vasos em direção aos tecidos. Além disso, fár-
macos polares e com alto peso molecular dificilmente atravessam a membrana endotelial, 
assim, a velocidade de distribuição torna-se limitada.
3.2.3 Permeabilidade por barreiras espessas
Na Barreira Hematoencefálica (BHE), as células endoteliais são sobrepostas de modo 
que para passar por esta barreira, as moléculas têm que ser altissimamente solúveis e 
com peso molecular muito reduzido.
3.2.4 Fluxo sanguíneo
A velocidade do fluxo sanguíneo nos tecidos capilares varia bastante como resultado 
de uma distribuição desigual do débito cardíaco aos vários órgãos. O fluxo sanguíneo para 
o cérebro, para o fígado e para os rins é maior do que para os músculos esqueléticos, sendo 
que o tecido adiposo recebe fluxo ainda menor. esse diferencial explica parcialmente a cur-
ta duração da hipnose produzida por um bolus de injeção IV de tiopental. O elevado fluxo 
sanguíneo, juntamente com a elevada lipossolubilidade do tiopental, permite a esse fárma-
co mover-se de modo rápido para o sistema nervoso central (SNC) e produzir anestesia.
3.2.5 Ligação com proteínas plasmáticas
A ligação reversível às proteínas plasmáticas sequestra os fármacos de forma não 
difusível e retarda sua transferência para fora do compartimento vascular. A ligação é re-
17FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
lativamente não seletiva com a estrutura química e acontece em locais de proteína onde 
em geral se ligam compostos endógenos como a bilirrubina. A albumina plasmática é a 
principal proteína ligadora e pode atuar como uma reserva de fármaco, pois, à medida que 
a concentração do fármaco livre diminui, devido à eliminação por biotransformação ou 
excreção, o fármaco ligado se dissocia da proteína. Isso mantém a concentração de fár-
maco livre como uma fração constante do fármaco total no plasma, ou seja, a ligação às 
proteínas funciona como um “depósito temporário”, que apesar de diminuir a intensidade 
do efeito, prolonga a duração deste, por retardar a eliminação.
Figura 9. Ligação do fármaco de acordo com ligação ás proteínas
Efeito 
terapêutico
"Depósito 
temporário"
Fármaco LIVRE
Fármaco LIGADO À 
PROTEÍNA
Fonte: Autoria Própria, 2019.
O fármaco, quando está ligado à proteína plasmática, não consegue sair do vaso san-
guíneo e ir para o tecido, onde exercerá seu efeito terapêutico, por isso a ligação funciona 
como um “depósito”. Assim, a forma responsável pelo efeito terapêutico é a forma livre. Um 
fármaco que apresenta alta ligação a proteínas plasmáticas apresenta efeito menos inten-
so e mais duradouro e uma eliminação mais lenta, já os fármacos com baixa ligação a pro-
teínas apresentam efeito mais intenso e menor duração e é eliminado mais rapidamente. 
Figura 10. Ligação do fármaco de acordo com ligação ás proteínas
Alta ligação 
à proteínas
Baixa ligação 
à proteínas
Efeito menos intenso
Eliminação mais lenta
Efeito mais duradouro
Efeito mais intenso
Menor duração
Rápida Eliminação
Fonte: Autoria Própria, 2019.
 y Os fármacos ÁCIDOS, geralmente, ligam-se à albumina;
 y Os fármacos BÁSICOS, geralmente, ligam-se à Alfa-1-glicoproteína-ácida.
18FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
3.2.6 Fatores que interferem na disponibilidade da forma livre do fármaco
 y Desnutrição
○ na desnutrição, há hipoalbuminemia, e, portanto, aumenta a fração livre do 
fármaco -> efeitos mais intensos;
 y Envelhecimento
○ Diminui a quantidade de albumina -> Aumenta fração livre -> efeitos mais 
intensos;
 y Doença Renal ou hepática
○ Diminui a síntese de proteínas -> Aumenta fração livre -> Efeitos mais intensos;
 y Competição entre fármacos (fármacos competindo pela mesma proteína)
○ O fármaco que tiver maior afinidade pela proteína “expulsa” o outro, sendo que 
este fica livre e com efeitos potencializados.
O que pode alterar o volume de distribuição de fármacos?
Constituição física Idade Patologia
Qual proteína plasmática tem maior afinidade por fármacos ácidos?
AlbuminaQual proteína plasmática se liga aos fármacos mais alcalinos?
Alfa-1-glicorpoteína-ácida
19FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
4. METABOLIZAÇÃO
Menos 
lipossulúveis
Mais 
hidrossolúveis
Metabolismo – transforma 
fármaco em molécula:
Mais polares Inativos*
A metabolização ou biotransformação tem como finalidade a conversão dos fárma-
cos em moléculas mais polares, mais solúveis e menos lipossolúveis, tornando as mo-
léculas inativas, permitindo, desta forma, sua posterior excreção. O fígado é o principal 
local de biotransformação, mas ela pode ocorrer, para certos fármacos, em outros tecidos, 
como os rins e o intestino.
A metabolização ocorre em duas fases: As reações de Fase I que convertem molé-
culas lipofílicas em moléculas mais polares, introduzindo ou desmascarando um grupo 
funcional polar, como –OH ou –NH2. A biotransformação de Fase I pode aumentar, dimi-
nuir ou deixar inalterada a atividade farmacológica do fármaco. Já as reações de Fase II 
consistem em reações de conjugação. Se o metabólito resultante da Fase I é suficiente-
mente polar, ele pode ser excretado pelos rins. Contudo, vários metabólitos de Fase I são 
muito lipofílicos para serem retidos pelos túbulos renais. Uma reação subsequente de 
conjugação com um substrato endógeno, como ácido glicurônico, ácido sulfúrico, ácido 
acético ou aminoácido, produz um composto polar em geral mais hidrossolúvel e terapeu-
ticamente inativo. 
Figura 11. Fases de metabolização dos fármacos
Oxidações
Reduções
Hidrólises
etc.
Conjugações:
Ác Glicurônico
Sulfato
Glicina
e outras subst.
EXCREÇÃO
Hidrossolubilidade
Facilita Conjugação
Hidrossolubilidade
DROGA
1º FASE 2º FASE
Fonte: Autoria Própria, 2019.
20FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
ATENÇÃO: Nem sempre a metabolização transforma o fármaco 
em uma molécula inativa. Lembre-se dos PRÓ-FÁRMACOS 
(como o enalapril, clopidogrel, etc). Tais moléculas dependem 
do metabolismo para tornarem-se ATIVAS.
FASE 1 
 y Ocorre no Retículo Endoplasmático;
 y Ocorre reações de Oxidação (maioria) ou Redução ou Hidrólise, gerando um 
derivado;
 y Há a adição ou expressão de um grupo polar (normalmente um OH), que será o 
ponto de ataque na conjugação (Fase 2), tornando já neste momento a molécula 
menos lipossolúvel e com menor capacidade de ser reabsorvida;
 y As reações de Oxidação ocorrem nas enzimas do Citocromo P450 (grande maioria 
dos fármacos);
 y Uma minoria de fármacos na fase 1 não é metabolizada pelo CYP 450, sendo 
metabolizados por outras enzimas (como CYP 2D6, entre outros).
FASE 2 
 y Ocorre no citoplasma;
 y Ocorre a COnJUGAÇÃO, sendo que, a maioria destas reações ocorre com ÁCIdO 
GLICURÔNICO, por meio da enzima glucuronil transferase;
 y Os glicuronídeos, em geral, são INATIVOS, podendo, desta forma, serem eliminados.
Figura 12. Forma de eliminação dos fármacos
Fármaco Derivado Conjugado
Oxidação
Redução
Hidrólise
(Citocromo p450)
Fase I Fase II
Conjugação
(glicoronidação)
Fonte: Autoria Própria, 2019.
4.1 Fatores que alteram o metabolismo dos fármacos
1) Variabilidade Genética – A diversidade genética é um importante fator capaz 
de alterar o metabolismo dos fármacos, através de variações alélicas das enzimas 
catalíticas. Muitos indivíduos podem apresentar em sua herança genética de modo 
21FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
recessivo autossômico o Polimorfismo Genético, que consiste na múltipla capacidade 
de metabolização de fármacos; 
2) Fatores Mórbidos – Doenças hepáticas, no geral, (Hepatites, doenças hepáticas 
por uso de álcool, cirrose, etc.) irão diminuir a capacidade de metabolização; 
3) Idade – no geral, há diminuição da capacidade de metabolização (diminui o fluxo 
sanguíneo hepático) e, portanto, o uso de alguns fármacos necessita de redução de 
dose para impedir exacerbação da resposta terapêutica e de efeitos adversos; 
4) Interação medicamentosa – Alguns fármacos podem provocar indução ou inibição 
enzimática (dos sistemas enzimáticos do Citocromo P450 [CYP-450]). 
Figura 13. Fatores que influenciam na metabolização dos fármacos
Indução 
Enzimática 
do fármaco 
A para o B 
(substrato)
Aumenta 
a SÍNTESE 
e atividade 
do CYP
Aumenta o 
metabolismo 
do fármaco B
Diminui o efeito 
terapêutico do 
fármaco B
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Exemplo: Fenitoína é um forte indutor enzimático. Se usada em conjunto com ome-
prazol, aumentará a metabolização do omeprazol, diminuindo seu efeito. Por vezes, a de-
pender da condição clínica do paciente, há necessidade de ajuste de dose do omeprazol 
(para cima).
Figura 14. Fatores que influenciam na metabolização dos fármacos
Inibição 
Enzimática 
do fármaco 
A parao B
Bloqueio do 
CYP – diminui 
atividade 
Diminui o 
metabolismo 
do fármaco B
Aumenta 
os efeitos 
terapêuticos 
e adversos 
do fármaco B
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Exemplo: Sinvastatina x Anlodipino. A anlodipino atua como inibidor metabólico da 
sinvastatina. Assim, aumenta a concentração sérica de sinvastatina, podendo também 
aumentar seu principal efeito adverso (rabdomiólise). 
O aumento dos efeitos adversos e terapêuticos vale para fármacos, mas não para 
pró-fármacos. Lembre-se que o pró-fármaco precisa da metabolização para se tornar ati-
vo. Logo, se a metabolização não ocorre ou ocorre em menor grau, a substância disponível 
é a inativa.
Exemplo: Clopidogrel e Omeprazol. Omeprazol é INIBIDOR enzimático e Clopidogrel é 
PRÓ-FÁRMACO. O uso concomitante dos fármacos impede a conversão de clopidogrel em 
seu metabólito ativo, portanto, diminui o efeito terapêutico de antiagregação plaquetária.
22FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Quais os tipos possíveis de metabólitos 
biotransformadores de fármacos?
Ativos Inativos Reativos ou tóxicos
23FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
5. EXCREÇÃO
A eliminação de fármacos do organismo ocorre por meio de numerosas vias sendo 
a mais importante por meio dos rins na urina. Outras vias incluem a bile, os intestinos, os 
pulmões e o leite nas lactantes. Um paciente com insuficiência renal pode sofrer diálise 
extracorpórea, a qual remove pequenas moléculas, como fármacos. Assim como os de-
mais processos farmacocinéticos, a excreção também depende de características físico-
-químicas dos fármacos. Para que as substâncias sejam excretadas, o fármaco deve ser:
Ionizado no 
pH do meioHidrossolúvelPolar
Como sabido, os fármacos lipossolúveis atravessam as membranas lipídicas facil-
mente, assim, para que o fármaco seja eliminado, é necessário que esteja em sua forma. 
Caso esteja em sua forma molecular (que é lipossolúvel), será reabsorvido (do túbulo renal 
para o sangue) e não será eliminado. 
ATENÇÃO: O pH urinário pode afetar a excreção renal de drogas, 
a alcalinização da urina favorece a excreção de ácidos e a 
acidificação da urina favorece a eliminação de bases. 
Figura 15. excreção do fármaco de acordo com o seu pH
Eliminado em meio básico
Eliminado em meio ácido
Fármaco ácido
Fármaco básico
Fonte: Autoria Própria, 2019.
A excreção pode ser:
 y Pulmonar (via expiração);
 y Biliar (via fezes) ou;
 y Renal (via urina).
24FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
5.1 Eliminação renal dos fármacos
 y nos rins podem ocorrer 3 processos:
Secreção TubularFiltração Glomerular Difusão pelo túbulo renal
Mecanismo 
mais eficaz de 
eliminação renal
É realizada 
por meio de 
transportadores
Não é efetiva para 
fármacos com extensa 
ligação à proteínas 
plasmáticas
Fármacos se ionizam 
e permancem no 
túbulo para serem 
eliminados
 y Filtração glomerular – os fármacos chegam aos rins pelas artérias renais, que se 
dividem para formar o plexo capilar glomerular;
 y Secreção tubular proximal – os fármacos que não foram transferidos para o 
filtrado glomerular saem dos glomérulos através das arteríolas eferentes, que se 
dividem formando um plexo capilar ao redor do lúmen no túbulo proximal;
 y Reabsorção tubular distal – Enquanto o fármacose desloca em direção ao túbulo 
contorcido distal, sua concentração aumenta e excede a do espaço perivascular. A 
manipulação do pH da urina, para aumentar a forma ionizada do fármaco no lúmen, 
pode ser usada para minimizar a extensão da retrodifusão e, assim, aumentar a 
depuração de um fármaco indesejável.
5.2 Clearence
 y Parâmetro que expressa a eficiência de eliminação irreversível da droga do corpo. 
A depuração plasmática (clearance) é expressa como volume de plasma do qual 
todo o fármaco foi removido em determinado tempo, por exemplo, com mL/min. A 
depuração equivale à quantidade de fluxo plasmático renal multiplicada pela taxa 
de extração; como normalmente eles são invariáveis, a depuração é constante;
 y A depuração corporal total ou sistêmica (CLsistêmica), é a soma das depurações dos 
vários órgãos biotransformadores e eliminadores. A depuração total pode ser 
calculada usando-se a seguinte equação:
CL sistêmica = CL hepática + CL renal + CL pulmonar + CL outras
25FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
 y não é possível mensurar e somar essas depurações individuais. Contudo, a 
depuração total pode ser derivada de equações em estado de equilíbrio.
5.3 Meia-vida
 y Parâmetro que expressa o tempo requerido para que a concentração plasmática 
da droga se reduza à metade. Como a eliminação de um fármaco, em geral, segue a 
cinética de primeira ordem, e a sua concentração no plasma cai exponencialmente 
com o tempo, isso pode ser usado para determinar a meia-vida, ½, do fármaco.
Quais as principais características para 
um fármaco ser eliminado pela urina?
Hidrossolúvel Baixo peso molecular Formas ionizadas
26FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
6. FARMACODINÂMICA
De maneira mais abrangente, podemos dizer que a farmacodinâmica descreve a rela-
ção entre concentração do fármaco no sítio de ação e o efeito resultante, incluindo o desen-
volvimento ou aparecimento do efeito e intensidade dos efeitos terapêuticos e adversos.
A maioria dos fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo 
com receptores, isto é, macromoléculas-alvo especializadas, presentes na superfície ou 
no interior celular. Os receptores ligam fármacos e iniciam eventos que causam alterações 
nas atividades bioquímicas e/ou biofísicas de células e, em consequência, na função do 
órgão. Os fármacos podem se ligar a enzimas, como a inibição da di-hidrofolato-redutase 
pela trimetoprima; ácidos nucléicos como o bloqueio da transcrição por dactinomicina; 
ou receptores de membrana como a alteração da permeabilidade de membrana pela pi-
locarpina. Em cada caso, a formação do complexo fármaco-receptor (FR) leva à resposta 
biológica. A intensidade da resposta é proporcional ao número de complexos.
ATENÇÃO: As drogas não criam funções, apenas 
modificam as funções que já existem.
Figura 16. Definição de fármaco
- Qualquer substância que altera a função biológica por 
meio de suas ações químicas. 
ou
- Substância química que é o princípio ativo do medica-
mento, ou seja, é o responsável pelo efeito terapêutico do 
medicamento. 
Fármaco
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Assim, de maneira geral, para que um fármaco consiga desencadear um mecanismo 
de ação e consequente efeito terapêutico, ele precisará se ligar a um receptor. 
Figura 17. Interação do fármaco com o receptor. Modelo chave - fechadura
Para interagir com seu receptor, o fármaco deve 
ter o tamanho, a carga elétrica, o formato e a 
composição atômica apropriados.
Fonte: Autoria Própria, 2019.
27FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
De maneira geral, o fármaco ao se ligar em seu receptor, modifica uma via de sinali-
zação e, consequentemente, gera um efeito biológico.
Fármaco + 
Receptor
Via 
Sinalização
Efeito 
biológico
dois conceitos que são importantes na terapêutica e que advém de mecanismos far-
macodinâmicos são: SELETIVIDADE e JANELA TERAPÊUTICA.
6.1 Seletividade
Propriedade que o fármaco tem de atuar SELETIVAMENTE em um grupo de recepto-
res. Quanto MAIS Seletivo, em MENOR grupo de receptores um fármaco age. Isso garante 
que MENOS efeitos adversos. 
AÇÃO EM MENOS 
GRUPOS DE 
RECEPTORES
SELETIVO EFEITOS ADVERSOS+ - -
Vamos ver um exemplo para simplificar.
O fármaco A (um antidepressivo tricíclico, como a amitrip-
tilina) é MENOS seletivo que o fármaco B (um inibidor da 
recaptação de serotonina, como a sertralina).
Perceba que o fármaco A atua em 5 grupos de receptores. 
Desses, apenas 2 grupos são responsáveis pelos efeitos 
terapêuticos. Os outros 3 grupos apenas são responsá-
veis por efeitos adversos (os quais também são causados 
pelos grupos responsáveis pelo efeito terapêutico).
Já o fármaco B atua unicamente em um grupo de recep-
tores. A atuação nesse grupo gera tanto o efeito terapêu-
tico como os efeitos adversos. Entretanto, por ser mais 
seletivo, tende a gerar menos efeitos adversos do que o 
fármaco A.
é importante notar também que, quanto MAIOR a dose utilizada, de forma MENOS 
seletiva o fármaco tende a se comportar (+ efeitos adversos).
28FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
6.2 Janela terapêutica
A janela terapêutica é a faixa de doses de um fármaco que produz uma resposta te-
rapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade).
Diferença entre a dose necessária para produzir 
efeito terapêutico e um efeito tóxico.
A janela terapêutica pode ser quantificada pelo ÍNDICE TERAPÊUTICO (IT)
Índice terapêutico (IT) = 
DL50 dose que produz uma resposta letal em 50% da população
dose que produz uma resposta efetiva em 50% da populaçãoDE50
Matematicamente, o It é representado pela seguinte fórmula:
Medicamentos com 
índice Terapêutico 
baixo (estreito)
Dose Terapêutica 
é muito próxima à 
dose tóxica
Medicamentos 
pouco seguros. 
Ex: digoxina
Para os medicamentos de baixo índice terapêutico (como lítio, digoxina, entre ou-
tros), uma ação que aumenta a segurança no uso é a dosagem dos níveis séricos. des-
sa forma, obtém-se a concentração sanguínea dos fármacos, permitindo a realização de 
ajustes que garantam doses inferiores a doses tóxicas. 
Medicamentos com 
índice Terapêutico 
Alto (amplo)
Dose Terapêutica 
é muito distante 
à dose tóxica
Medicamentos 
muito seguros.
Ex: Benzodiazepínicos
 y Ação Inespecífica
trata-se da ação de drogas que independem de receptores. O aumento da concen-
tração não necessariamente irá provocar alterações significantes no efeito (Relação Do-
se-Resposta). Não há estrutura-atividade definida: substâncias químicas bem diferentes 
podem possuir a mesma ação e provocar os mesmos efeitos.
29FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
 y Ação específica
trata-se da ação de drogas que possuem um sítio de ação: Receptor, Canal Iônico, 
Enzima, Molécula Transportadora. Existe uma relação Estrutura-Atividade em que peque-
nas alterações químicas podem inativar ou alterar o efeito da droga, bem como existe 
uma relação Dose-Resposta em que o aumento da dose (até um certo valor) irá provocar 
aumento do efeito.
 y Relação dose-resposta
A farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a dose 
(concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este fármaco. Veja-
mos alguns conceitos importantes acerca dessa relação.
Afinidade: Capacidade de o fármaco formar um complexo com o receptor.
Quanto MAIOR a afinidade, MENOR a concentração necessária de fármaco (menor a 
dose) para a formação do complexo fármaco-receptor para produzir determinado efeito.
Maior a afinidade
Menor a concentração necessária de fármaco
A afinidade pode estimada em função da KD (constante de dissociação do complexo 
fármaco-receptor – Lembre-se que a ligação fármaco + receptor não se trata de uma liga-
ção estática. O fármaco liga-se e desliga-se de seu complexo ao longo do tempo).
Kd = constante de dissociação de equilíbrio para a interação fármaco–receptor
Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-receptor), 
MAIOR é a afinidade.Menor será a concentração de fármaco necessário para 50% dos 
receptores
Quanto menor é a Kd
Maior é a afinidade
Menor será a concentração de fármaco necessário para 50% dos receptores
30FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Vamos analisar a figura seguinte:
Figura 18. Curva dose-resposta de acordo com a concentração do fármaco
Concentração do fármaco
Receptores 
ocupados
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Observe que a Kd corresponde à concentração do fármaco (eixo X) em que 50% dos 
receptores estão ligados (ocupados) pelo fármaco (eixo Y). Assim, um valor mais baixo 
de Kd indica uma interação fármaco–receptor mais firme (de maior afinidade) – Portanto 
o Fármaco A (Kd menor) tem mais afinidade pelo receptor do que o Fármaco B. Logo, o 
Fármaco A, que apresenta uma Kd mais baixa, irá se ligar a uma maior proporção de recep-
tores totais do que o Fármaco B em qualquer concentração de fármaco.
 y Curva dose-resposta 
Como vimos, a farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação 
entre a dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este 
fármaco. Parte-se do princípio de que a resposta a um fármaco é proporcional à concen-
tração de receptores que estão ligados (ocupados) pelo fármaco.
31FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Figura 19. Curva de dose-resposta do fármaco
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Veja que as curvas de dose–resposta demonstram o efeito de um fármaco como 
função de sua concentração. Vamos analisar cada componente:
 y Dose (concentração do fármaco em log): é representada no eixo X (horizontal) e é 
crescente da esquerda (inicia em 0) para direita;
 y Resposta: é representada no eixo Y (vertical) – Exemplo de resposta: diminuição 
da Pressão Arterial;
 y EC50: é a potência do fármaco => a concentração em que o fármaco produz 50% 
de seu efeito máximo: 
○ Fármaco A é mais potente do que o Fármaco B;
○ Veja que o fármaco A precisa de uma dose menor para produzir metade do seu 
efeito máximo, quando comparado ao fármaco B. 
 y Eficácia: Os Fármacos A e B exibem a mesma eficácia (resposta máxima ao 
fármaco);
 y Resumindo, a partir da curva Dose-Resposta, dois parâmetros importantes podem 
ser deduzidos:
6.3 Teoria da Ocupação
A magnitude de determinada resposta farmacológica produzida por uma droga que 
se combina reversivelmente com seu receptor é diretamente proporcional ao número ou 
frações de receptores ocupados pela droga. 
 y todos os receptores são idênticos e igualmente acessíveis à droga. Podem existir 
receptores ativos e inativos;
32FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
 y Apenas uma porção da droga total participa na formação de complexos com o 
receptor / A resposta biológica é proporcional ao grau de ocupação do receptor e 
independe do tempo;
 y deu origem aos conceitos de efeito mínimo e máximo e receptores de reserva, 
onde a amplitude de dose útil fica situada entre o efeito mínimo e máximo.
Figura 20. Amplitude de efeito minimo e efeito máximo
Fonte: Autoria Própria, 2019.
6.4 Ligação entre fármaco e receptor
A ligação fármaco–receptor resulta de interações químicas entre as duas moléculas. 
Vejamos alguns aspectos importantes de cada tipo de interação química.
Quadro 3. Formas de Interação química do fármaco
Tipo de Ligação Força da Ligação Características
Van der Waals Fraca (+) Representa a maior parte de ligações entre fármaco e receptor
Ligação de 
Hidrogênio Intermediária (++)
Os átomos de hidrogênio ligados ao N ou O tornam-se 
mais positivamente polarizados, permitindo a sua liga-
ção a átomos de polarização mais negativa.
Iônica Intermediária (+++)
Ocorrem entre átomos de cargas opostas, 
• mais fortes do que as ligações de hidrogênio;
• menos fortes do que as ligações covalentes
Covalente Forte (++++) São tão fortes que na maioria dos casos são irreversí-veis (estáveis)
Fonte: Autoria Própria, 2019.
33FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
A ligação fármaco–receptor raramente é produzida por um único tipo de interação; na 
verdade, é uma combinação dessas interações de ligação que proporciona ao fármaco e a 
seu receptor as forças necessárias para formar um complexo fármaco–receptor estável.
 y Interações mais comuns: Interações fracas (Van der Waals e ligações de hidrogênio) 
– lembre-se de que o fármaco se liga e se desliga;
 y Interações menos comuns: Interações fortes (interações iônicas e a ligação 
covalente).
6.5 Agonistas e Antagonistas
Um agonista é uma molécula que se liga a um receptor e o estabiliza em determinada 
conformação (ativa). Aumenta a atividade do receptor, podendo ser classificado em:
 y Agonista total → Alcança eficácia máxima;
 y Agonista parcial → Liga-se a um receptor em seu sítio ativo, mas só produz uma 
resposta parcial, mesmo quando todos os receptores estão ocupados (ligados) 
pelo agonista;
 y Agonistas inversos → Ligam-se ao receptor e reduzem o nível de ativação 
constitutiva do receptor (não há fármacos de uso clínico que sejam classificados 
como agonistas inversos).
É possível identificar agonistas totais e parciais por meio da curva dose-resposta. Os 
totais atingem 100% de reposta, enquanto os parciais não.
Figura 21. Anestegiologia3
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Nesse gráfico: Butila e Hexila representam agonistas totais (alcançam 100% de res-
posta) e Heptila e Octila representam agonistas parciais (não chegam aos 100%).
Os antagonistas não apresentam atividade intrínseca (eficácia = 0), isso porque os 
antagonistas são moléculas que unicamente inibem a ação de um agonista, mas que não 
exercem nenhum efeito na ausência do agonista.
34FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Podem ser classificados em: Competitivos e Não Competitivos.
Figura 22. Classificação dos Antagonistas
Competitivos Não Competitivos (alostéricos)
Antagonistas
Fonte: Autoria Própria, 2019.
 y Antagonistas Competitivos
 3 Ligam-se ao receptor estabilizando-o em sua forma inativa;
 3 Ligam-se ao mesmo receptor que o agonista (ligante endógeno) e impedem a 
ligação destes agonistas (competem pelo receptor):
 temos aqui uma situação de competição entre duas moléculas: o ligante 
endógeno e o fármaco antagonista. Ambas, competem pelo mesmo receptor. 
 Pensando no exposto, facilmente conseguimos entender que o aumento da 
concentração do ligante endógeno pode deslocar o fármaco antagonista. Ou 
seja, é possível reverter a ação do antagonista aumentando a dose do ligante 
endógeno; 
 Parece óbvio, não é mesmo? trata-se de uma competição. O “time” com mais 
“jogadores” tem mais chance de “ganhar”.
Perceba que na presença de um antagonista competitivo, diminui a potência do li-
gante endógeno, pois haverá necessidade de aumento da concentração para deslocar o 
antagonista. 
 Lembre-se: quanto MAIOR a concentração para atingir 50% da eficácia, MENOR 
é a Potência.
é possível observar essa diminuição de potência na curva dose-resposta do ligante 
endógeno (agonista), pois sua curva é deslocada para a direita (representando um aumen-
to de dose).
Vamos analisar essa informação por meio de uma Curva dose-Resposta:
35FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Figura 23. diminuição da potência por meio da curva dose-resposta
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Perceba que a curva em azul representa o comportamento do agonista (ligante endó-
geno). Quando, na presença de um Antagonista COMPETITIVO, a curva é deslocada para a 
direita. O que isso significa?
 y A potência do agonista diminui (a dose para atingir 50% da eficácia máxima 
AUMENTA): No gráfico passa de 15 para 25;
 y A eficácia não sofre variação (perceba que sozinho ou com o antagonista 
competitivo o agonista mantém sua capacidade de atingir 100% de resposta).
Ativador
“Efeito semelhante”
Inibidor
“Efeito Oposto” - Bloqueio
Agonista
Antagonista
 y Antagonistas Não Competitivos
 3 Podem ligar-se: ao mesmo sítio ativo ou a um sítio alostérico (diferente) de um 
receptor. não há competição quando a ligação é nomesmo sitio do agonista 
porque o antagonista não competitivo se liga de maneira irreversível (de maneira 
covalente ou de muita afinidade). Não adianta aumentar a dose. Não há viabilidade 
para competição;
36FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
 3 A ligação em um sítio diferente (alostérica) provoca uma modificação no sítio do 
agonista. Também não adianta aumentar a dose do agonista (não se trata de uma 
relação de competição);
 3 Um receptor ao qual está ligado um antagonista não-competitivo não pode mais 
responder à ligação de um agonista.
 Consequência: a resposta máxima (eficácia) do agonista é reduzida.
Vejamos esse comportamento na Curva Dose Resposta:
Figura 24. Resposta máxima do agonista
Redução de Eficácia! 
Agonista + Antagonista 
Não Competitivo: 
Não alcança 100% 
de resposta 
Não Competitivo
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Perceba a diferença:
 y na presença de Antagonista Não Competitivo há diminuição de eficácia;
 y não presença de Antagonista Competitivo há diminuição de potência.
Potência: Depende de afinidade e eficácia.
Já vimos a definição de potência. entretanto, é importante perceber que ela depende 
tanto da afinidade quanto da eficácia do fármaco. dessa forma, as seguintes relações são 
verdadeiras:
 y Quanto MENOR a dose para produzir o efeito, MAIOR a potência;
 y Quanto MAIS potente, MENOS receptores precisam ser ocupados para produzir o 
efeito;
 y Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-receptor), 
MAIOR é a potência.
Como vimos, uma forma de comparar a potência dos fármacos é através da concen-
tração requerida para atingir 50% do efeito máximo, denominada de concentração efetiva 
50% ou EC50. Quando dois fármacos são comparados, o fármaco com menor EC50 será 
considerado mais potente. 
37FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Mais Potente
Menor a EC50 (concentração requerida 
para atingir 50% do efeito máximo)
Outras modificações dos efeitos dos fármacos pelo uso repetido (além de tolerância 
e taquifilaxia) são:
Refere-se a falhas terapêuticas.
Os receptores que assumem um estado refratário após ativação 
necessitam de um certo período de tempo para que possam ser 
novamente estimulados.
Expressão usada para referir a perda de eficácia de agentes 
antimicrobianos e antitumorais.
Resposta exacerbada a um fármaco.
Ocorre por mecanismos inversos aos ocorridos para redução 
de efeito.
Refratariedade
Resistência 
Farmacológica
Supersensibilização
38FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Conceitos importantes:
Eficácia Potência
Refere-se à resposta 
máxima produzida pelo 
fármaco.
Estado em que a 
sinalização mediada pelo 
receptor se torna máxima, 
de modo que qualquer 
quantidade adicional do 
fármaco não irá produzir 
nenhuma resposta 
adicional
Concentração em que o 
fármaco produz 50% de 
sua resposta máxima.
 y Eficácia ou Atividade Intrínseca: 
 3 Capacidade de gerar efeitos bioquímicos intracelulares;
 3 Indução de resposta celular molecular no receptor.
Os fármacos podem ser classificados em função do potencial de ligação ao receptor 
e da atividade intrínseca da seguinte forma:
 y Atividade intrínseca = 1 => Fármaco Agonista Total;
 y Atividade intrínseca entre 0 e 1 => Agonista parcial;
 y Atividade intrínseca = 0=> Antagonista;
 y Atividade intrínseca = -1=> Agonista inverso.
 y Locais de ação das drogas
 3 Receptores;
 3 Enzimas;
 3 Moléculas transportadoras;
 3 Canais Iônicos;
 3 Outros (DNA, parede de célula bacteriana etc.).
 y Receptores
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco–receptor. 
Logo, vamos estudar os tipos de receptores e como ocorrem as ligações entre o fármaco 
com o receptor.
6.3 Principais Tipos de Receptores de Fármacos
A maioria das interações fármaco–receptor pode ser classificada em 6 grandes gru-
pos. esses grupos compreendem as interações entre fármacos com:
39FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
1. Canais iônicos 
transmembrana
4. Receptores 
intracelulares
2. Receptores 
acoplados a 
Proteínas G
5. Enzimas 
extracelulares
3. Receptores 
Transmembrana com 
domínios citosólicos 
enzimáticos (ligado 
à quinase)
6. Receptores de 
adesão de superfície
OBS.: Para concursos, os mais importantes 
são os 4 primeiros.
Vejamos características importantes de cada tipo de receptor:
A. Canais iônicos (Ionotrópicos):
Os Canais Iônicos regulam a passagem de íons e de outras moléculas hidrofílicas 
através da membrana plasmática. Para que essa passagem de íons ocorra, o canal pode 
ser regulado de três formas: ligação de um ligante; alteração de voltagem; regulagem por 
um segundo mensageiro:
Quadro 4. Canais iônicos2
Tipo de Canal Mecanismo de Ativação Função
Regulado por ligante Ligação do ligante ao canal. Alteração da condutância iôni-ca.
Regulado por voltagem Alteração no gradiente de vol-tagem transmembrana.
Alteração da condutância iôni-
ca.
Regulado por segundo 
mensageiro
Ligação do ligante ao receptor 
transmembrana com domínio 
citosólico acoplado à proteína 
G, resultando em geração de 
segundo mensageiro.
O segundo mensageiro regula a 
condutância iônica do canal.
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Canais iônicos são como “comportas”, sem regulagem, essas comportas estão fe-
chadas. Com algum estímulo (ligante, voltagem ou segundo mensageiro) elas se abrem e 
permitem a passagem de íons.
40FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
A figura seguinte traz uma representação esquemática de um canal iônico regulado 
por ligante:
Figura 25. Canal iônico regulado por ligante4
Comporta fechada: 
íons não atravessam 
a membrana.
Ligação do fármaco: 
abre o canal – íons 
atravessam a 
membrana.
Fonte: Autoria Própria, 2019.
esse tipo de receptor é de ação rápida (ordem de milissegundos): depende apenas da 
abertura do canal.
B. Receptores transmembrana acoplada à Proteína G (Metabotrópicos):
○ Classe mais abundante de receptores;
○ Possuem 7 elementos transmembrana (atravessam a membrana) acoplados a 
proteínas G intracelular;
○ Produzem seu efeito iniciando uma cascata de eventos intracelular com a produção 
de um segundo mensageiro;
○ Principal função da proteína G: Ativar a produção de segundos mensageiros;
Segundos 
Mensageiros
Moléculas de sinalização que transmitem o sinal 
fornecido pelo 1º mensageiro (fármaco)— 
a efetores citoplasmáticos.
Ex: AMP cíclico; GMP cíclico.
○ Possuem função lenta (segundos): Dependem de toda a cascata de sinalização.
41FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Figura 26. Cascata de sinalização
Fonte: Autoria Própria, 2019.
C. Receptores Transmembrana com Domínios Citosólicos Enzimáticos:
○ Receptores transmembrana que transduzem uma interação de ligação com 
ligantes extracelulares em uma ação intracelular através da ativação de um 
domínio enzimático ligado;
○ A maior parte é da família das tirosinoquinases:
○ Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem dimerização e 
fosforilam resíduos de tirosina no receptor;
○ Ex.: Receptor de Insulina:
 Possuem ação em minutos.
D. Receptores Nucleares:
Ligam-se ao dnA. Vejamos como:
○ Fármaco (lipofílico) sofre difusão através da membrana plasmática e ligar-se a 
fatores de transcrição intracelulares;
○ A ligação do ligante desencadeia uma mudança na conformação do receptor que 
determina o transporte do complexo ligante–receptor para o núcleo; 
○ O complexo ligante–receptor liga-se ao DNA e, a seguir, pode recrutar coativadores 
e correpressores;
○ esses complexos alteram a taxa de transcrição gênica, resultando em alteração 
(para cima ou para baixo) na expressão das proteínas celulares;
○ exemplo de fármaco que se liga a esse tipo de receptor: corticoides:
 Ação lenta: em horas (vários processos envolvidos).
42FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
E. Enzimas Extracelulares:
○ Trata-se de enzimas localizadas no meio extracelular e que são alvos da ação de 
fármacos;
○ Ex.: A enzima Conversora de Angiotensinogenio(ECA) é um tipo de enzima 
extracelular, sendo o alvo dos IeCA’s, como o captopril.
F. Receptores de Adesão:
○ A região de contato entre duas células é denominada adesão, e as interações de 
adesão entre células são mediadas por pares de receptores de adesão sobre as 
superfícies de cada célula; 
○ ex.: Receptores de adesão envolvidos na resposta inflamatória são alvos para 
inibidores seletivos.
A figura seguinte representa os quatro tipos principais de receptores: canais iônicos, 
receptores acoplados à proteína G, receptores com domínios citosólicos enzimáticos, nu-
cleares.
Figura 27. tipos de receptores2
6.4 Variação na capacidade de resposta a fármacos
é facilmente notável que os indivíduos têm respostas variáveis ao mesmo fármaco. 
Conseguimos notar até mesmo que um mesmo paciente responde de maneiras diferentes 
ao MESMO fármaco em tempos diferentes ao longo da terapia.
As variações quantitativas na resposta dos fármacos são as mais comuns e mais im-
portantes. Assim, um paciente pode ser hiporreativo ou hiperreativo a um fármaco quando 
a intensidade do efeito de uma dada dose do mesmo fármaco é diminuída ou aumentada 
(em comparação com o efeito visto na maioria dos indivíduos).
Para concursos, é muito importante lembrar que a intensidade da resposta a uma 
dada dose pode mudar durante a terapia. Geralmente a capacidade de reposta diminui gra-
43FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
dualmente como consequência da administração continuada do fármaco produzindo um 
estado de tolerância. Quando essa capacidade diminui rapidamente após a administração 
do fármaco, temos o fenômeno da taquifilaxia (termo adorado por banca de concursos!).
Um exemplo prático de taquifilaxia: a resposta celular à estimulação repetida dos 
receptores Beta-adrenérgicos pela epinefrina diminui uniformemente com o decorrer do 
tempo.
Tolerância Taquifilaxia (ou Dessensibilização)
• Redução gradual da 
reposta à droga após 
administração repetida, 
sendo necessário aumento 
de dose para obter os 
mesmos efeito.
• Perda de efeito em 
um período muito 
curto (minutos).
• Tolerância rapidamente 
adquirida.
Outras modificações dos efeitos dos fármacos pelo uso repetido (além de tolerância 
e taquifilaxia) são:
• Refere-se a falhas terapêuticas;
•  Os receptores que assumem um estado refratário após 
ativação necessitam de um certo período de tempo para que 
possam ser novamente estimulados.
•  Expressão usada para referir a perda de eficácia de agentes 
antimicrobianos e antitumorais.
• Resposta exacerbada a um fármaco;
•  Ocorre por mecanismos inversos aos ocorridos para redução 
de efeito.
Refratariedade
Resistência 
Farmacológica
Supersensibilização
Ainda sobre as variações na capacidade de resposta a fármacos, são quatro os me-
canismos gerais que contribuem para tais variações: 
44FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
1. Alteração na 
concentração do 
fármaco que alcança 
o receptor.
2. Variação na 
concentração de 
um ligante endógeno 
do receptor.
4. Mudanças em componentes 
da resposta distais ao receptor.
3. Alterações de 
número ou funções 
de receptores.
1) Alterações na concentração do FÁRMACO: 
A concentração do fármaco que alcança o receptor pode ser modificada em função 
de diferenças em sua ABSORÇÃO (processo farmacocinético). Lembre-se que para estar 
disponível, antes de tudo, o fármaco deve ser absorvido.
2) Variação na concentração de um LINGANTE ENDÓGENO do receptor:
Mecanismo que contribui para a variação de resposta a antagonistas. 
3) Alterações de número ou função de RECEPTORES:
O número e funções de receptores podem ser modificados, de maneira geral, de al-
gumas formas:
 O próprio ligante agonista pode induzir a diminuição do número (regulação para 
baixo) ou diminuição de eficiência de acoplamento (ex: dessensibilização). Como 
consequência, temos dois efeitos clínicos significativos:
Taquifilaxia Rebote
○ Já vimos o conceito de taquifilaxia. Vejamos agora o conceito de Efeito Rebote.
 O efeito rebote é a produção de sintomas opostos aumentados após a 
retirada do fármaco. ex: hipertensão grave com a interrupção de tratamento 
com clonidina (um anti-hipertensivo). Ocorre em função da modificação do 
número de receptores induzida pelo próprio fármaco.
 A ligação fármaco-receptor pode, ainda, ser alterada em função de:
○ Alteração estrutural dos receptores;
○ Modificação de pontos de ligação;
○ Internalização dos receptores;
○ Perda de receptores;
○ Adaptação fisiológica.
45FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
4) Mudanças em componentes da resposta:
Mudanças nos processos pós-receptores (processos bioquímicos na célula) repre-
sentam a maior e mais importante classe de mecanismos que causam variação na capa-
cidade da resposta.
 O próprio ligante agonista pode induzir a diminuição do número (regulação para 
baixo) ou diminuição de eficiência de acoplamento (ex.: dessensibilização). Como 
consequência, temos 2 efeitos clínicos significativos:
Taquifilaxia Rebote
○ Já vimos o conceito de taquifilaxia. Vejamos agora o conceito de Efeito Rebote.
 O efeito rebote é a produção de sintomas opostos aumentados após a 
retirada do fármaco. ex: hipertensão grave com a interrupção de tratamento 
com clonidina (um anti-hipertensivo). Ocorre em função da modificação do 
número de receptores induzida pelo próprio fármaco.
 A ligação fármaco-receptor pode, ainda, ser alterada em função de:
○ Alteração estrutural dos receptores;
○ Modificação de pontos de ligação;
○ Internalização dos receptores;
○ Perda de receptores;
○ Adaptação fisiológica.
5) Mudanças em componentes da resposta:
Mudanças nos processos pós-receptores (processos bioquímicos na célula) repre-
sentam a maior e mais importante classe de mecanismos que causam variação na capa-
cidade da resposta.
46FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
6.4 Farmacocinética e farmacodinâmica na farmacoterapia
A correlação entre:
dose 
administrada
efeito 
farmacológico 
obtido 
concentrações do 
fármaco no plasma 
e no fluido que banha 
o sítio de ação
x x
Possibilita o gerenciamento do tratamento farmacológico.
A manutenção da eficácia, pela utilização de determinado regime posológico, nas do-
ses terapêuticas usuais, pode ser garantida pelo estabelecimento de correlação entre “efei-
to e concentrações plasmáticas efetivas”. Pensando no processo da farmacoterapia e/ou 
de otimização da terapia farmacológica não é possível considerar o processo farmacodi-
nâmico isolado. é necessário considerar a ocorrência das três fases, de maneira integrada.
Figura 28. Fases do processo farmacodinâmico
Biofarmacêutica
Farmacodinâmica Farmacocinética
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Vamos lembrar as características de cada uma dessas fases para depois entender 
como tais fases são integradas para garantir uma farmacoterapia eficaz.
Fase Biofarmacêutica (ou Fase Farmacêutica):
 y envolve a liberação do fármaco da forma farmacêutica (ex: desintegração de 
comprimidos no TGI, liberando o fármaco);
 y é nesta fase que o fármaco se torna disponível para a absorção (primeira fase da 
farmacocinética); 
 y Vários fatores interferem nessa fase e devem ser monitorados para que se alcance 
uma farmacoterapia eficaz, entre eles:
○ Fatores físico-químicos relacionados ao fármaco, à formulação farmacêutica; 
○ Fatores fisiológicos e fisiopatológicos relacionados ao paciente. 
47FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
Fase Farmacocinética:
 y Como vimos em nossa última aula, na fase farmacocinética ocorrem os processos 
de absorção, distribuição, biotransformação e excreção do fármaco, os quais são 
influenciados por inúmeros fatores relacionados ao indivíduo, ao fármaco e à via 
de administração;
 y está relacionada à curva de concentrações plasmáticas do fármaco versus tempo, 
variando com a dose administrada, a formulação farmacêutica, a frequência de 
dose e a via de administração;
 y é por meio da farmacocinética que o fármaco se tornadisponível para a ação 
farmacológica (farmacodinâmica). 
Fase Farmacodinâmica:
O monitoramento do efeito farmacológico após a administração da medicação ocorre 
na fase farmacodinâmica, pela variação das concentrações do fármaco no local de ação, 
em função do tempo, relacionando-se:
à instalação do 
efeito e magnitude 
do efeito máximo 
produzido
duração do efeito 
máximo
tempo 
necessário ao 
desaparecimento 
do efeito.
A variabilidade na resposta do paciente é influenciada por inúmeros fatores, entre 
eles pelos fatores farmacocinéticos e farmacodinâmicos. é importante perceber a relação 
fundamental entre a cinética do fármaco e a resposta farmacológica. 
A farmacocinética determina as concentrações sanguíneas atingidas para um re-
gime de dose prescrito. Assume-se que a concentração sanguínea será um reflexo da 
concentração no sítio receptor, e é principalmente esta concentração no sítio receptor que 
determina a intensidade do efeito do fármaco. Assim, a correlação entre as fases Farma-
cocinética e Farmacodinâmica permite que o objetivo terapêutico seja alcançado, a partir 
do estabelecimento de um regime de dose adequado. 
exemplo: Imagine um indivíduo internado em regime hospitalar que esteja em Insu-
ficiência Renal Aguda (IRA). Nessa condição, o funcionamento dos rins está diminuído e, 
portanto, há diminuição da capacidade de excreção (fase da farmacocinética) de fármacos 
por esse órgão, com consequente acúmulo do fármaco na corrente sanguínea, podendo 
levar a um aumento da intensidade de efeitos (inclusive os adversos – fase farmacodinâ-
mica)! 
Imagine que esse indivíduo em IRA necessite iniciar antibioticoterapia com uso de 
Amicacina. Um dos principais efeitos adversos desse fármaco é a ototoxicidade. em fun-
48FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
ção desse indivíduo estar com a excreção renal prejudicada, a dose desse fármaco deverá 
ser ajustada (diminuída). Caso isso não ocorra, mais fármaco estará disponível na corren-
te sanguínea e maior será o risco de o indivíduo desenvolver a perda de audição.
6.5 Interações farmacodinâmicas
As interações farmacodinâmicas são as que ocorrem entre dois ou mais fármacos, 
através de seus próprios mecanismos de ação, de duas formas:
 y Competindo junto aos receptores específicos; ou
 y Independentemente de receptores.
6.5.1 Fármacos de efeitos opostos
As interações entre fármacos de efeitos opostos são de fácil detecção e caracteri-
zam um antagonismo mútuo. Por exemplo: a ação da pilocarpina (fármaco colinérgico) é 
antagonizada pelos anticolinérgicos (como escopolamina).
Há casos em que se utiliza o fenômeno de antagonismo para reduzir o efeito colate-
ral de um medicamento. A benzotropina, um antiparkinsoniano (agonista de receptores de 
dopamina D2), reduz o efeito extrapiramidal de clorpromazina (que ocorre por antagonizar 
os receptores D2).
6.5.2 Fármacos de efeitos semelhantes
A associação de fármacos de efeitos semelhantes pode resultar em:
• Efeito aditivo pelo mesmo mecanismo de ação.
• Ex: Dipirona + Paracetamol (efeito analgésico).
• Efeito aditivo por mecanismos de ação de ação diferentes;
• Ex: Dipirona + Codeína (efeito analgésico).
• O efeito da associação é MAIOR do que sua soma ou adição;
• Ex: Benzodiazepínicos + Álcool (depressão do SNC).
Adição
Somação
Potencialização
49FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
No caso da associação de Benzodiazepínicos com álcool ocorre potencialização da 
toxicidade: depressão do sistema nervoso central.
6.5.3 Alteração de níveis eletrolíticos
Exemplo: Os diuréticos do grupo sulfonamídico (como a furosemida) causam, como 
efeitos colaterais, excessiva excreção de potássio (hipocalemia). Administração prolon-
gada de corticosteroides igualmente leva à hipocalemia. A hipocalemia torna o miocárdio 
mais sensível às ações de digitálicos e susceptível à arritmia. 
6.5.4 Modificação da flora intestinal
Exemplo: Agentes antimicrobianos, tais como tetraciclinas e cloranfenicol, podem 
afetar a flora gastrintestinal, que é importante na síntese de vitamina K. Como consequên-
cia, haverá potencialização do efeito de agentes anticoagulantes (como varfarina), com o 
aumento do risco de causar hemorragia.
50FARMACOLOGIA: FARMACOCInétICA e FARMACOdInâMICA
REFERÊNCIAS
1. Katzung, B.G.; Masters SB; Trevor AJ. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Rio de 
Janeiro: McGraw-Hill, 2014. 1228 p.
2. Golan, D. E. e col. Princípios de farmacologia. A base fisiopatológica da farmacologia. 
3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Fonte das figuras
3. Disponível em: https://anestesiologia.paginas.ufsc.br/files/2015/02/Farmacodina-
mica-texto.pdf.
4. disponível em: https://adm.online.unip.br/img_ead_dp/48584.PdF.
MATERIAL
COMPLEMENTAR
BONS ESTUDOS!

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