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1 2 3 4 1 Joan Lucas move-se com velocidade crescente quando seu cavalo percorre distâncias maiores a cada segundo. 2 Igualmente para Sue Johnson e sua tripulação, que ganharam medalhas pela alta velocidade de seu barco de corrida. 3 Carl Anger, da Universidade de Oslo, faz o que Galileu fez cerca de 400 anos atrás, mas usando uma fotocélula para medir a velocidade da bola. 4 Chelcie Liu pede a seus estudantes para trocarem ideias com seus vizinhos a fim de prever qual das bolas chegará primeiro ao final de dois trilhos de mesmo comprimento. 3.1 O movimento é relativo 3.2 Rapidez 3.3 Velocidade 3.4 Aceleração 3.5 Queda livre 3.6 Vetores velocidade Movimento Retilíneo 3C A P Í T U L O 3 3.1 O movimento é relativo Tudo se move. Mesmo as coisas que parecem estar em repouso. Elas se movem em relação ao Sol e às estrelas. Enquanto você está lendo isto, está se movendo a apro- ximadamente 107.000 quilômetros por hora em relação ao Sol. E está se movendo ainda com mais rapidez em relação ao centro de nossa galáxia. Quando discutimos o movimento de algo, descrevemos o movimento em relação a alguma outra coisa. Se você caminha no corredor de um ônibus em movimento, sua rapidez em relação ao piso do ônibus provavelmente é diferente de sua rapidez relativa ao asfalto. Quando dizemos que um carro de corrida alcança uma rapidez de 300 quilômetros por hora, queremos dizer que tal rapidez é relativa à estrada. A menos que outra coisa seja dita, sempre que nos referirmos à rapidez com que se movem as coisas em nosso ambiente, estaremos supondo-a relativa à superfície da Terra. O movimento é relativo. PAUSA PARA TESTE Um mosquito faminto o vê repousando em uma rede de dormir enquanto sopra uma brisa a 3 m/s. Com que rapidez, e em que direção e sentido, o mosquito de- veria voar a fim de manter-se flutuando sobre seu almoço? VERIFIQUE SUA RESPOSTA O mosquito deveria voar em sua direção dentro da brisa. Quando ele estivesse exa- tamente acima de você, deveria voar a 3 m/s a fim de conseguir ficar flutuando, em repouso. A menos que ele consiga se segurar firmemente à sua pele depois de aterrissar, ele deveria continuar voando a 3 m/s para impedir de ser levado pelo vento. É por isso que uma simples brisa constitui um impedimento eficaz contra picadas de mosquito. 3.2 Rapidez Antes da época de Galileu, as pessoas descreviam os objetos em movimento sim- plesmente como “lento” ou “rápido”. Tratava-se de descrições vagas. Cabe a Galileu Neste capítulo, continuaremos a discutir as ideias de um homem que foi submetido à prisão domiciliar por causa de suas ideias, o cientista italiano Galileu Galilei, que faleceu no mesmo ano do nascimento de Newton. Tais ideias constituíram um alicerce para Isaac Newton, o qual, ao ser indagado sobre seu sucesso na ciên- cia, respondeu que se devia ao fato de ele estar em pé sobre os ombros de gigantes. O mais notável destes foi Galileu. Desde cedo, Galileu desenvolveu interesse pelo movi- mento e logo se colocou em oposição a seus contemporâ- neos, que sustentavam as ideias Aristotélicas a respeito dos corpos em queda e acreditavam que o Sol girava em torno da Terra. Galileu deixou Pisa para lecionar na Universidade de Pádua e tornou-se um defensor da nova teoria de Copérnico do Sistema Solar. Ele foi o primeiro a descobrir montanhas na Lua e as luas de Júpiter. Uma vez que publicou seus re- sultados em italiano, a linguagem do povo, em vez de em latim, que era a linguagem dos estudiosos, e por causa da recente invenção da imprensa, suas ideias alcançaram uma ampla gama de leitores. Rapidamente entrou em rota de co- lisão com a Igreja e foi advertido para não ensinar ou sus- tentar os pontos de vista de Copérnico. Ele conteve-se publicamente por cerca de 15 anos e, então, de forma desafiadora, publicou suas observações e conclusões, que iam contra a doutrina da Igreja. O resultado foi um julgamento em que ele foi considerado culpado, sendo forçado a negar sua descoberta de que a Terra se move. Quando saía da cor- te, ele teria sussurrado “mas ela se move”. Já então um homem idoso, abalado em sua saúde e em seu espírito, foi sentenciado à prisão domici- liar perpétua. Apesar disso, completou seus estudos sobre o movimento, e seus escritos foram contrabandeados para fora da Itália e publicados na Holanda. Suas ideias a respeito do movimento constituem o assunto deste capítulo. F I G U R A 3 . 1 Quando você está sentado numa cadeira, sua rapidez é nula com relação à Terra, mas é de 30 km/s em relação ao Sol. Se você olhar pela janela de um avião e vir outro avião voando com velo- cidade de mesmo módulo, mas em sentido contrário, o registrará como duas vezes mais rápido – uma boa ilustração de movimento relativo. CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 41 o crédito por ter sido o primeiro a medir velocidades levando em conta a distância percorrida e o tempo decorrido. Ele definiu rapidez* como a distância percorrida por unidade de tempo. Rapidez Um ciclista que percorre 16 metros em um tempo de 2 segundos, por exem- plo, tem uma rapidez de 8 metros por segundo. Galileu podia medir a distância facilmente, mas, naquela época, medir curtos intervalos de tempo era algo muito difícil. Algumas vezes, ele usou sua própria pulsação, ou o pingar de gotas de um relógio d’água (ou clepsidra) que ele mesmo construíra. Qualquer combinação de unidades de distância e de tempo é válida para medir rapidez: para veículos motorizados (ou distâncias grandes), as unidades de quilôme- tros por hora (km/h) ou milhas por hora (mi/h ou mph) são usadas frequentemente. Para distâncias mais curtas, metros por segundo (m/s) são unidades geralmente mais adequadas. O símbolo da barra (/) é lido como por e significa “dividido por”. Ao longo deste livro, usaremos principalmente metros por segundo (m/s). A Tabela 3.1 mostra alguns valores comparativos de rapidez em diferentes unidades.1 Rapidez instantânea Objetos em movimento frequentemente sofrem variações em sua rapidez. Um carro pode se deslocar numa rua a 50 km/h, diminuir para 0 km/h num sinal vermelho, e aumentar sua rapidez para 30 km/h apenas, devido ao tráfego. Você pode verificar a rapidez do carro em cada instante olhando o velocímetro. A rapidez em cada ins- tante é a rapidez instantânea. Um carro viajando a 50 km/h geralmente se mantém com esta rapidez por menos de 1 hora. Se ele se mantivesse com essa rapidez por uma hora inteira, cobriria 50 km. Se continuasse com a mesma rapidez por meia hora, cobriria a metade daquela distância: 25 km. Se continuasse por apenas 1 mi- nuto, cobriria menos de 1 km. Rapidez média Ao planejar uma viagem de carro, o motorista geralmente quer saber o tempo que ela irá durar. O motorista está interessado na rapidez média durante a viagem. A rapidez média é definida como: A rapidez do carro pode ser calculada muito facilmente. Por exemplo, se dirigirmos por uma distância de 80 quilômetros no tempo de 1 hora, dizemos que nossa rapi- dez média é de 80 quilômetros por hora. Analogamente, se viajarmos 320 quilôme- tros em 4 horas, Vemos que, quando dividimos uma distância em quilômetros (km) por um deter- minado tempo em horas (h), a resposta será em quilômetros por hora (km/h). Uma vez que a rapidez média é a distância total percorrida dividida pelo tem- po total da viagem, ela não revela os diferentes valores de rapidez e as variações que podem ter ocorrido em intervalos de tempo mais curtos. Na maioria das vezes, experimentamos uma variedade de valores de rapidez, de modo que a rapidez média com frequência é completamente diferente dos valores da rapidez instantânea. * N. de T.: Este termo, nos livros brasileiros, normalmente é traduzido como velocidade escalar. ** N. de T.: Nos carros brasileiros, os velocímetros marcam apenas em km/h. 1 A conversão é baseada em 1 h � 3.600 s, 1 mi � 1.609,344 m. Se você for multado por velocidade alta, o que o policial escreverá na multa, sua rapidez instantânea ou suarapidez média? VIDEO: Definition of Speed TABELA 3.1 Valores aproximados de rapidez em diferentes unidades 5 m/s � 11 mi/h � 18 km/h 10 m/s � 22 mi/h � 36 km/h 20 m/s � 45 mi/h � 72 km/h 30 m/s � 67 mi/h � 107 km/h 40 m/s � 89 mi/h � 142 km/h 50 m/s � 112 mi/h � 180 km/h F I G U R A 3 . 2 Um velocímetro dá leituras tanto em quilômetros por hora quanto em milhas por hora**. SCREENCAST: Linear Motion Definitions VIDEO: Average Speed 42 PARTE I � MECÂNICA Se conhecemos a rapidez média e o tempo de viagem, a distância viajada é facilmente encontrada. Um simples rearranjo na definição acima fornece Distância total percorrida � rapidez média � tempo Se sua rapidez média é de 80 quilômetros por hora numa viagem de 4 horas, por exemplo, você cobrirá uma distância total de 320 quilômetros (80 km/h � 4 h). PAUSA PARA TESTE 1. Qual é a rapidez média de um leopardo que corre 100 m em 4 s? Se ele, cor- rendo o máximo que pode, percorre 50 m em 2 s? 2. Se um carro se move com uma rapidez média de 60 km/h durante uma hora, ele percorrerá uma distância de 60 km. a. Quão longe ele viajaria se continuasse se movendo nesta rapidez por 4 horas? b. E por 10 h? 3. Além do velocímetro, no painel de cada carro existe um hodômetro, que registra a distância percorrida. Se a marcação do mesmo for zerada no início de uma viagem, e uma leitura de 40 km for feita meia hora depois, qual terá sido sua rapidez média? 4. Seria possível atingir essa rapidez média e jamais ultrapassar 80 km/h? VERIFIQUE SUA RESPOSTA (Você está lendo isto antes de ter respondido mentalmente às questões? Como foi men- cionado no Capítulo 2, quando você encontrar questões deste tipo ao longo do livro, teste a você mesmo e pense antes de ler as respostas. Você não apenas aprenderá mais; você se divertirá aprendendo mais.) 1. Em ambos os casos, a resposta é 25 m/s: 2. A distância percorrida é a rapidez média � tempo da viagem, tal que a. Distância � 60 Km/h � 4 h � 240 km b. Distância � 60 km/h � 10 h � 600 km 3. 4. Não, não se a viagem começa do repouso e termina no repouso. Existem instantes em que os valores de rapidez instantânea são menores do que 80 km/h, logo o motorista deverá dirigir em certos intervalos de tempo com rapidez maior do que 80 km/h para alcançar a média de 80 km/h. Na prática, os valores de rapidez média são geralmente muito menores do que os valores altos de rapidez instantânea alcançados. 3.3 Velocidade Quando conhecemos tanto a rapidez quanto a orientação do movimento de um ob- jeto, conhecemos sua velocidade. Por exemplo, se um carro se desloca a 60 km/h, conhecemos sua rapidez. Mas se dissermos que ele se move a 60 km para o norte, estaremos especificando sua velocidade. A rapidez é a medida de quão rápido ele é; a velocidade significa quão rápido e em que direção e sentido (orientação).Uma gran- deza tal qual a velocidade, que especifica a orientação juntamente com o valor ab- soluto (módulo), é chamada de grandeza vetorial. Lembre-se, do Capítulo 2, que a força é uma grandeza vetorial, exigindo tanto um módulo quanto uma orientação para ser descrita de forma completa. Analogamente, a velocidade é uma grandeza vetorial. Em contraste, uma grandeza que requeira apenas um módulo para sua especificação é denominada grandeza escalar. A rapidez é uma grandeza escalar. VIDEO: Velocity VIDEO: Changing Velocity CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 43 Velocidade constante Rapidez constante significa rapidez uniforme. Algo que se mova com uma rapidez constante não aumenta nem diminui sua rapidez. Velocidade constante, por outro lado, significa que a rapidez e a orientação são constantes. Orientação constante significa em linha reta – a trajetória do objeto não possui curvas. Assim, velocidade constante significa movimento retilíneo com rapidez constante. Velocidade variável Se a rapidez ou a orientação variar (ou ambas variarem), a velocidade variará. Um vagão que se desloca sobre um trilho em curva, por exemplo, pode ter rapidez cons- tante, todavia, uma vez que sua orientação de movimento está variando, sua ve- locidade não será constante. Na próxima seção, veremos que, neste caso, ele está acelerando. PAUSA PARA TESTE 1. “Ela se move com uma rapidez constante e numa direção constante”. Diga a mesma sentença com menos palavras. 2. O velocímetro de um carro movendo-se para o leste marca 100 km/h. Ele passa por outro carro que se move para o oeste a 100 km/h. Ambos têm a mesma rapidez? Possuem a mesma velocidade? 3. Durante um certo período de tempo, o velocímetro de um carro marca cons- tantemente 60 km/h. Isso indica que a rapidez é constante? E a velocidade, é constante? VERIFIQUE SUA RESPOSTA 1. “Ela se move com velocidade constante”. 2. Ambos os carros possuem a mesma rapidez, mas suas velocidades são opostas, porque eles estão se movendo em sentidos opostos. 3. A leitura invariável no velocímetro de um carro indica uma rapidez constante, mas não uma velocidade constante, pois o carro pode não estar se movendo ao longo de um caminho retilíneo, caso em que ele está acelerando. 3.4 Aceleração Podemos alterar a velocidade de alguma coisa mudando a rapidez de seu movimen- to, sua orientação ou ambos, rapidez e orientação. Esta mudança na velocidade chama-se aceleração:2 Estamos todos familiarizados com a aceleração num automóvel. Quando um motorista pisa no pedal do acelerador, os passageiros experimentam uma aceleração ao serem pressionados contra o encosto de seus assentos. A ideia-chave que define a aceleração é variação. Suponha que estejamos dirigindo e que em 1 segundo aumen- tamos uniformemente nossa velocidade de 30 quilômetros por hora para 35 quilô- metros por hora, e daí para 40 quilômetros por hora no segundo seguinte, depois 2 Os termos “variação de” e “diferença em” podem ser representados pela letra grega delta, �. Dessa forma, podemos expressar a aceleração como onde �v é a variação de velocidade e �t é o correspon- dente intervalo do tempo. A expressão fornece a aceleração média. A maioria dos movimentos acelerados abordados neste livro será com aceleração constante. Velocidade é rapidez com orientação. F I G U R A 3 . 3 O carro percorrendo a pista circular pode ter rapidez constante, mas sua velocidade está variando a cada instante. Por quê? SCREENCAST: Bikes-and-Bee Problem SCREENCAST: Unit Conversion F I G U R A 3 . 4 Dizemos que um corpo está acelerando quando sua velocidade muda. 44 PARTE I � MECÂNICA para 45 quilômetros por segundo durante o próximo segundo e assim por diante. Estamos variando nossa velocidade em 5 quilômetros por hora a cada segundo. Essa mudança na velocidade é o que chamamos de aceleração. Neste caso, a aceleração é de 5 quilômetros por hora por segundo (abreviado para 5 km/h�s). Observe que a unidade de tempo aparece duas vezes: uma na uni- dade de velocidade e outra para o intervalo de tempo em que ocorreu a variação da velocidade. Note também que a aceleração não é apenas a variação total da velocidade; ela é igual à taxa de variação com o tempo, ou variação por segundo, da velocidade. PAUSA PARA TESTE 1. Um determinado carro pode sair do repouso e atingir 90 km/h em 10 segun- dos. Qual é a sua aceleração? 2. Em 2,5 s, um carro aumenta sua rapidez de 60 km/h para 65 km/h, enquanto uma bicicleta vai do repouso para 5 km/h. Qual deles possui maior acelera- ção? Qual é a aceleração de cada um deles? VERIFIQUE SUA RESPOSTA 1. Sua aceleração é de 9 km/h·s. A rigor, essa seria a sua aceleração média, pois po- dem ter ocorrido variações na sua taxa de crescimento da rapidez. 2. As acelerações do carro e da bicicleta são as mesmas: 2 km/h�s. Embora as velocidades envolvidas sejam completamente diferentes, as taxas de va- riação da velocidade são as mesmas. Eis porque as acelerações são iguais. O termo aceleração aplica-se tanto para diminuição como para aumento na velocidade. Dizemos que os freios do carro, por exemplo, produzem grandesvalores de aceleração retardadora; isto é, uma grande diminuição por segundo na veloci- dade do carro. Com frequência, também chamamos isso de desaceleração. Experi- mentamos uma desaceleração quando tendemos a ser jogados para a frente no carro. Estamos acelerados sempre que nos movimentamos numa trajetória curva, ainda que nos movamos com uma rapidez constante, porque nossa direção está mudando – daí que nossa velocidade está mudando também. Experimentamos esse tipo de aceleração quando somos jogados para a parte de fora da curva. Por essa razão, fizemos a distinção entre velocidade e rapidez, e definimos a aceleração como sendo a taxa com que varia a velocidade, englobando as mudanças tanto na rapidez como na direção. Qualquer um que tenha ficado em pé num ônibus lotado já experimentou a diferença entre velocidade e aceleração. Exceto pelos efeitos de uma estrada sacole- jante, você consegue ficar em pé no ônibus sem fazer qualquer esforço adicional se ele se move com velocidade constante, não importa quão rápido ele seja. Você pode atirar uma moeda para cima e apanhá-la de volta em suas mãos, da mesma maneira que faria se o ônibus estivesse parado. Apenas quando o ônibus acelera – torna-se mais rápido, mais lento ou faz curva – é que você experimenta dificuldades. Você consegue perceber que um carro possui três controles capazes de alterar a velocidade – o pedal do acelerador, o de freio e o volante de direção? VIDEO: Definition of Acceleration VIDEO: Numerical Example of Acceleration F I G U R A 3 . 5 Uma rápida desaceleração é sentida pelo motorista, que é jogado para frente (de acordo com a primeira lei de Newton). CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 45 Em boa parte deste livro, estaremos tratando apenas do movimento ao longo de uma linha reta. Quando este for o caso, é comum se usar os termos rapidez e velocidade indiferentemente. Quando não está variando a direção e sentido da velo- cidade, a aceleração pode ser expressa como a taxa com a qual varia a rapidez. PAUSA PARA TESTE 1. Qual é a aceleração de um carro de corrida que passa zunindo por você com uma rapidez constante de 400 km/h? 2. Quem tem a maior aceleração, um avião que vai de 1.000 km/h para 1.005 km/h em 10 segundos, ou um skate que vai de zero a 5 km/h em 1 segundo? VERIFIQUE SUA RESPOSTA 1. Zero, pois sua velocidade não varia. 2. Ambos ganham 5 km/h, mas o skate consegue isso em um décimo do tempo. Ele tem, portanto, maior aceleração, na verdade, 10 vezes maior. Um cálculo rápido mostrará que a aceleração do avião vale 0,5 km/h·s, enquanto a do skate mais len- to vale 5 km/h·s. Velocidade e aceleração são dois conceitos muito diferentes. Ser capaz de distingui-las é muito importante. A aceleração nos planos inclinados de Galileu Galileu desenvolveu o conceito de aceleração em seus experimentos com planos inclinados. Ele estava interessado na queda de objetos, e como lhe faltavam instru- mentos precisos para medir tempo, usou planos inclinados para tornar efetivamente mais lentos os movimentos acelerados e assim poder investigá-los de forma mais detalhada. Galileu descobriu que uma bola rolando para baixo em um plano inclinado ganha o mesmo valor de velocidade em sucessivos segundos de duração; isto é, a bola rolará com aceleração constante. Por exemplo, uma bola rolando para baixo em um plano inclinado num certo ângulo podia aumentar sua rapidez de 2 metros por segundo a cada segundo de seu movimento. Este ganho por segundo é a sua acele- ração. Com esta aceleração, sua velocidade instantânea em intervalos de 1 segundo cada é, então, 0, 2, 4, 6, 8, 10 e assim por diante, em metros por segundo. Pode-se ver que a rapidez instantânea ou a velocidade da bola, em qualquer instante de tem- po após ela ter sido solta a partir do repouso, é simplesmente igual à sua aceleração multiplicada pelo tempo3: Velocidade adquirida � aceleração � tempo Se substituímos a aceleração da bola nesta relação (2 metros por segundo ao quadrado), podemos ver que, ao final de 1 segundo, a bola estará viajando a 2 me- tros por segundo; ao final de 2 segundos, estará viajando a 4 metros por segundo; ao final de 10 segundos, estará a 20 metros por segundo e assim por diante. A rapidez instantânea ou a velocidade em qualquer instante de tempo é igual à aceleração multiplicada pelo número de segundos durante os quais ela foi acelerada. 3 Observe que esta relação segue da definição de aceleração. Para uma bola que parte do repouso, a � �v/�t pode ser reescrita como a � v/t e, então, rearranjada (multiplicando-se por t ambos os mem- bros da equação) como v � at. 46 PARTE I � MECÂNICA Galileu descobriu que quanto mais inclinadas eram as rampas usadas, maiores eram as acelerações. A bola possui uma aceleração máxima quando a rampa é ver- tical. Neste caso, a aceleração torna-se igual àquela de um objeto em queda (Figura 3.6). Sem importar o peso ou o tamanho, Galileu descobriu que todos os objetos caem com a mesma aceleração invariável, desde que a resistência do ar seja pequena o bastante para que possa ser desprezada. 3.5 Queda livre Quão rápido As coisas caem por causa da força da gravidade. Quando um objeto está caindo sem enfrentar qualquer impedimento – sem atrito com o ar ou qualquer outro – e cai sob influência exclusiva da gravidade, o objeto encontra-se em estado de queda livre. (Iremos considerar os efeitos da resistência do ar sobre a queda dos corpos no Capítulo 4.) A Tabela 3.2 mostra os valores instantâneos da rapidez de um corpo em queda livre, em intervalos de 1 segundo. É importante notar, nesses números, a maneira como muda a rapidez. Durante cada segundo de queda, o objeto torna-se 10 m/s mais rápido. Este ganho por segundo é a aceleração. A aceleração da queda livre é aproximadamente igual a 10 metros por segundo a cada segundo, ou, em notação abreviada, m/s2 (lê-se 10 metros por segundo ao quadrado). Note que a unidade de tempo, o segundo, aparece duas vezes – na unidade de rapidez e de novo no interva- lo de tempo durante o qual ocorreu a variação da rapidez. No caso de objetos em queda livre, é costume usar a letra g para representar esta aceleração (porque ela se deve à gravidade). O valor de g é muito diferente na superfície da Lua e na superfície de outros planetas. Aqui na Terra, g varia ligeira- mente em diferentes locais, com um valor médio de 9,8 metros por segundo a cada segundo, ou, em notação abreviada, 9,8 m/s2. Arredondamos isso para 10 m/s2 em nossa presente discussão e na Tabela 3.2, para deixar mais claras as ideias envolvidas; múltiplos de 10 são mais óbvios do que múltiplos de 9,8. Onde for importante a precisão, deveremos usar o valor de 9,8 m/s2. Note, na Tabela 3.2, que os valores instantâneos de rapidez ou velocidade de um objeto em queda livre a partir do repouso são coerentes com a equação que Galileu deduziu com seus planos inclinados: Velocidade adquirida � aceleração � tempo A velocidade instantânea v de um objeto em queda livre a partir do repouso4, depois de um tempo t, pode ser expressa em notação abreviada como v � gt 4 Se, em vez de ser solto a partir do repouso, o objeto for arremessado para baixo com uma velocidade v0, a velocidade depois de decorrido um tempo t será v � v0 � at � v0 – gt, sendo considerado positivo o sentido de baixo para cima. F I G U R A 3 . 6 Quanto mais inclinada for a rampa, maior será a aceleração da bola. Qual será sua aceleração se a rampa for vertical? Rigorosamente, a aceleração gravita- cional é cerca de 10 m/s a cada segun- do, para baixo, em todo lugar. Para saber por que isso ocorre, para qual- quer massa, aguarde o Capítulo 4. SCREENCAST: Free Fall TABELA 3.2 Queda livre a partir do repouso Tempo da queda (em segundos) Velocidade adquirida (metros/segundo) 0 0 1 10 2 20 3 30 4 40 5 50 · · · · · · t 10t CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 47 Para ver que essa equação faz sentido, confronte-a com a Tabela 3.2. Observe que a rapidez ou velocidadeinstantânea em metros por segundo é simplesmente a aceleração g � 10 m/s2 multiplicada pelo tempo t em segundos. A aceleração de queda livre é mais facilmente compreendida quando conside- ramos um objeto em queda livre equipado com um velocímetro (Figura 3.7). Supo- nha que o objeto seja um pedaço de rocha abandonado do alto de um penhasco e que você acompanha com um telescópio. Com o telescópio focado no velocímetro, você notaria um crescimento na rapidez com o passar do tempo. Mas de quanto? A resposta é 10 m/s a cada segundo que passa. PAUSA PARA TESTE O que marcaria o velocímetro da Figura 3.7, preso ao pedaço de rocha em que- da, 5 segundos depois de solta? E 6 segundos depois de solta? E depois de 6,5 s? VERIFIQUE SUA RESPOSTA As leituras do velocímetro seriam 50 m/s, 60 m/s e 65 m/s, respectivamente. Você pode obter isso na Tabela 3.2 ou usar a equação v � gt, onde g vale 10 m/s2. Até aqui, temos considerado objetos que estão se movendo em linha reta para baixo sob ação da gravidade. E um objeto arremessado diretamente para cima? Uma vez liberado, ele continua a mover-se para cima por algum tempo e depois retorna. No ponto mais alto, quando ele está mudando o sentido de seu movimento de ascendente para descendente, sua rapidez instantânea é nula. Então ele inicia seu movimento para baixo, exatamente como se tivesse sido solto do repouso naquela altura. Durante a parte ascendente de seu movimento, o objeto torna-se gradual- mente mais lento enquanto sobe. Não deveria causar surpresa que ele se torna 10 m/s mais lento a cada segundo decorrido – a mesma aceleração que você experi- menta quando está caindo. Assim, como mostra a Figura 3.8, a rapidez instantâ- nea em pontos de sua trajetória que se encontram na mesma altura é a mesma, esteja o corpo subindo ou descendo. As velocidades são opostas, é claro, porque ele se move então em sentidos contrários. Note que as velocidades para baixo possuem sinal negativo, indicando o sentido para baixo (é costumeiro atribuir sinal positivo ao que aponta para cima, e negativo ao que aponta para baixo). Seja movendo-se para cima ou para baixo, a aceleração vale aproximadamente 10 m/ s2 o tempo todo. PAUSA PARA TESTE Uma bola é atirada diretamente para cima e sai de sua mão a 20 m/s. Que pre- visões você pode fazer sobre a bola? (Por favor, pense sobre isso antes de ler as previsões sugeridas.) VERIFIQUE SUA RESPOSTA Existem várias. Uma previsão é que a rapidez da bola diminua para 10 m/s um segundo após abandonar sua mão e que a bola estará momentaneamente parada dois segundos após, quando chegar ao topo de seu caminho ascendente. Isso porque ela perde 10 m/s a cada segundo decorrido. Outra previsão é que um segundo mais tarde, 3 segundos no total, ela estará se movendo para baixo a 10 m/s. Outro segundo depois, ela terá retor- nado ao seu ponto de partida com rapidez de 20 m/s. Assim, ela gasta 2 segundos em cada parte do movimento e o tempo total de voo é de 4 segundos. A distância que ela percorre para cima e para baixo será tratada na próxima seção. t = 0 s t = 1 s t = 2 s t = 3 s t = 4 s t = 5 s F I G U R A 3 . 7 Suponha que uma pedra em queda es- teja equipada com um velocímetro. Você descobrirá que, a cada segundo decorri- do, a rapidez da pedra sempre aumenta- rá aproximadamente 10 m/s. Desenhe a agulha do velocímetro que está faltando na figura correspondente a t � 3s, t � 4s e t � 5 s. (A Tabela 3.2 mostra os valores de rapidez que leríamos nos vários se- gundos da queda.) VIDEO: Free Fall: How Fast? VIDEO: v � gt VIDEO: Free Fall: How Far? 48 PARTE I � MECÂNICA Quanto cai A que distância um objeto cai é completamente diferente de quão rápido ele cai. Com seus planos inclinados, Galileu descobriu que a distância que um objeto uni- formemente acelerado percorre é proporcional ao quadrado do tempo. A distância percorrida por um objeto uniformemente acelerado que parte do repouso é Essa relação se aplica à distância percorrida por algo em queda. Para o caso de um objeto em queda livre, podemos expressá-la numa notação mais condensada, como onde d é a distância de queda quando o tempo de queda em segundos é substituído por t e elevado ao quadrado.5 Se usarmos 10 m/s2 para o valor de g, a distância de queda para vários instantes de tempo será como mostrado na Tabela 3.3. Observe que um objeto cai por uma distância de apenas 5 metros durante o primeiro segundo de queda, muito embora sua rapidez seja de 10 m/s. Isso pode parecer confuso, pois podemos achar que o objeto deveria cair 10 metros no pri- meiro segundo de queda. Mas, para isso, ele teria de cair com uma rapidez média de 10 metros por segundo durante o segundo todo. Ele inicia sua queda com 0 metros por segundo, e sua rapidez é de 10 metros por segundo somente no último instante do intervalo de 1 segundo. Sua rapidez média durante este intervalo é a média arit- mética entre sua rapidez inicial e sua rapidez final, 0 e 10 metros por segundo. Para obter a média aritmética desses dois números, simplesmente somamos e dividimos o resultado por 2. Isso dá 5 metros por segundo, que, ao longo do intervalo de 1 segundo, dá uma distância de 5 metros. Enquanto o objeto continua caindo nos segundos subsequentes, ele cairá por distâncias cada vez maiores em cada um dos segundos, porque sua rapidez está continuamente aumentando. PAUSA PARA TESTE Um gato sobe num parapeito e salta até o chão em meio segundo. a. Qual é a sua rapidez ao atingir o chão? b. Qual é a sua rapidez média durante o meio segundo de queda? c. A que altura em relação ao chão está o parapeito? VERIFIQUE SUA RESPOSTA a. Rapidez: v � gt � 10 m/s2 � 1/2 s � 5 m/s. b. Rapidez média: inicial Usamos uma barra sobre o símbolo da rapidez para denotar a rapidez média: . c. Distância: d � t � 2,5 m/s � 1/2 s � 1,25 m. Ou, de maneira equivalente, Note que podemos encontrar a distância por qualquer dessas duas relações. 5 Distância de queda a partir do repouso: (Veja o Apêndice B para explicações adicionais.) 3 s 2 s 1 s 4 s 5 s 6 s0 s v = 10 m/s v = 20 m/s v = –20 m/s v = –30 m/s 7 s v = –40 m/s v = 30 m/s v = –10 m/s Velocidade = 0 F I G U R A 3 . 8 A taxa com a qual a velocidade varia a cada segundo é sempre a mesma. TABELA 3.3 Distância percorrida em queda livre Tempo da queda (em segundos) Distância percorrida (metros) 0 0 1 5 2 20 3 45 4 80 5 125 · · · · · · t 10t2 CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 49 É muito comum observar muitos objetos caí- rem com acelerações diferentes. Uma folha de árvo- re, uma pena ou uma folha de papel podem esvoaçar até o chão lentamente. O fato de que a resistência do ar seja responsável por essas diferenças nas ace- lerações pode ser demonstrado de maneira muito divertida com um tubo de vidro lacrado, em cujo interior estão objetos leves e pesados – uma pena e uma moeda, por exemplo. Na presença de ar, os dois caem com acelerações completamente diferentes. Mas se o ar é removido do tubo por uma bomba de vácuo e depois invertido, a pena e a moeda caem com a mesma aceleração (Figura 3.10). Embora a resistência do ar altere sensivelmente o movimento de coisas como folhas de árvore em queda, o movi- mento de objetos mais pesados, como pedras e bolas de beisebol em velocidades ordinárias baixas, quase não é afetado pelo ar. As relações v � gt e d � 1/2 gt2 podem ser usadas com muito boa aproximação para a maioria dos objetos caindo no ar, partindo do re- pouso de suas posições iniciais. t = 0 s t = 1 s t = 2 s t = 3 s t = 4 s t = 5 s t = 6 s F I G U R A 3 . 9 Suponha que uma pedra em queda esteja equipada com um velocímetro e com um hodômetro. Em cada segun- do, as leituras da rapidez aumentam por 10 m/s e as de distância crescem segundo 1/2 gt2. Você consegue completar as leituras do velocímetro e do hodômetro? F I G U R A 3 . 1 0 Uma pena e uma moeda caem com a mesma aceleração no vácuo. Tempo � 1 hora Livermore S. Francisco S. Francisco Rapidez � distânciatempo Aceleração � Aceleração � devido à Aceleração � m/s variação em velocidade tempo Rapidez � � 80 km/h80 km 1 h E Velocidade � 300 km/h, leste Velocidade � rapidez e orientação Taxa de variação da velocidade variação em rapidez e/ou orientação Variação em rapidez, mas não em orientação Variação em rapidez e orientação Variação em orientação, mas não em rapidez 40 km/h 80 km/h 0 km/h 40 km/h 40 km/h Tempo � 0, velocidade � 0 Tempo � 1 s, velocidade � 10 m/s Tempo � 2 s, velocidade � 20 m/s 20 a � m/s s10 a � 10 m/s�s a � 10 m/s2 2 s VIDEO: Air Resistance and Falling Objects VIDEO: Falling Distance F I G U R A 3 . 1 1 Análise do movimento. 50 PARTE I � MECÂNICA Quão rapidamente muda a rapidez Grande parte da confusão ao se analisar o movimento de objetos em queda provém da facilidade em confundir “quão rápido” com “quanto cai”. Quando desejamos es- pecificar o quão rápido algo está caindo, falamos sobre rapidez ou velocidade, o que é expresso como v � gt. Quando desejamos especificar o quanto algo cai, falamos sobre distância, o que é expresso como d � 1/2 gt2. Rapidez ou velocidade (quão rápido) e distância (quão longe) são inteiramente diferentes uma da outra. Um conceito mais difícil, provavelmente o mais difícil encontrado neste livro, é “quão rapidamente muda a rapidez” – ou seja, a aceleração. O que a torna tão complexa é que ela é uma taxa de uma taxa. Frequentemente ela é confundida com a velocidade, que, por si só, é uma taxa (a taxa de variação da posição). A aceleração não é a velocidade, nem mesmo é uma variação da velocidade. Uma aceleração é a taxa com a qual a própria velocidade varia. Alguns atletas e dançarinos possuem grande habilidade em saltar. Ao pularem diretamente para cima, parecem “man-ter-se no ar”, desafiando a gravidade. Peça a seus colegas para estimarem o “tempo de voo“ de alguns grandes saltadores – o tempo durante o qual um saltador está no ar com os pés fora do chão. Eles poderão dizer 2 ou 3 segundos. Mas, surpreendente- mente, o tempo de voo dos maiores saltadores é quase sempre menor do que 1 segundo! Um tempo aparentemente maior é uma das muitas ilusões que temos sobre a natureza. Uma ilusão relacionada é a altura vertical que um homem consegue pular. A maioria de seus colegas de turma provavelmen- te não consegue saltar mais alto do que 0,5 metro. Eles conse- guem saltar por cima de uma cerca de 0,5 metro, mas, ao faze- rem isso, seus corpos se elevarão apenas ligeiramente. A altura da barreira é diferente da altura que atinge o “centro de gravidade” de um saltador. Muitas pessoas podem saltar por cima de uma cerca de 1 metro, mas raramente aparece alguém capaz de ele- var seu “centro de gravidade” em 1 metro. Mesmo no melhor da forma, estrelas do basquete como Michael Jordan e Kobe Bryant não conseguiriam elevar seu corpo mais de 1,25 m, embora eles pudessem alcançar facilmente uma cesta de altura consideravel- mente maior do que 3 m. A habilidade de saltar é melhor medida por meio de um salto vertical. Fique perto de uma parede com os pés plantados no chão e os braços esticados para cima. Faça uma marca na parede no lugar mais alto que sua mão alcança. Em seguida, salte para cima e faça uma marca na parede no lugar mais alto que sua mão alcançar. A distância entre essas duas marcas mede seu salto verti- cal. Se ele mede mais de 0,6 metros, você é excepcional. Aqui está a física. Quando você salta para cima, a força do salto é aplicada apenas enquanto seus pés fazem contato com o chão. Quanto maior a força, maior será a sua velocidade de lançamento e mais alto será o salto. Quando seus pés deixam o chão, sua velocidade para cima começa imediatamente a decres- cer a uma taxa constante de g � 10 m/s2. No topo do salto, ela terá se tornado nula. Então você inicia sua queda, tornando-se mais rápido exatamente na mesma razão, g. Se você aterrizar como decolou, de pé com as pernas estendidas, então o tempo de subida será igual ao de descida; e o tempo de voo é a soma dos dois. Enquanto está no ar, nenhum impulso de perna ou braço ou qualquer outro movimento do corpo pode mudar seu tempo de voo. A relação entre o tempo de subida ou de descida e a al- tura vertical atingida é dada por Se conhecemos a altura vertical d, po- demos reescrever esta expressão como O recorde mundial de salto vertical dire- tamente para cima é de 1,25 metros6. Va- mos usar a altura 1,25 metros de seu salto para d, e usar o valor mais preciso de 9,8 m/s2 para g. Resolvendo para t, que é a metade do tempo de voo, obtemos Multiplicamos isso por dois (porque este é o tempo de subida, que é igual ao de descida) e vemos que o recorde para o tempo de voo é 1 segundo (porque o tempo de voo é o tempo gasto na jornada de ida e volta). Estamos falando aqui de movimento vertical. E sobre sal- tos realizados correndo? No Capítulo 10, veremos que o tempo de voo depende apenas da rapidez vertical do saltador no instante do lançamento. Enquanto estiver no ar, a rapidez do saltador na horizontal permanecerá constante, ao passo que a rapidez vertical estará submetida à aceleração. A física é interessante! TEMPO DE VOO 6 Para um salto realizado correndo, a velocidade de decolagem pode ser aumentada, e o tempo de permanência no ar também, quando o pé bate no solo, antes do salto. Isso será discutido no Capítulo 10. CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 51 3.6 Vetores velocidade Enquanto que a rapidez é uma medida de “quão veloz” algo é, a velocidade é uma medida de “quão veloz” e de “qual é a orientação”. Se o velocímetro de um carro marca 100 quilômetros por hora (km/h), você sabe quanto é sua rapidez. Se existir também uma bússola no painel, indicando que o carro se move para o norte, por exemplo, você sabe sua velocidade – 100 km/h rumo ao norte. Saber sua velocidade é saber sua rapidez e orientação do movimento. Rapidez é uma grandeza escalar, e velocidade, uma grandeza vetorial. Considere um aeroplano que voa para o norte a 80 km/h em relação ao ar cir- cundante. Suponha que o aeroplano esteja sujeito a um vento de 60 km/h e trans- versal (vento que sopra em uma direção que forma um ângulo reto com a direção do aeroplano), que o afasta do curso pretendido. Este exemplo é representado por meio de vetores na Figura 3.12, com os vetores velocidade desenhados em uma escala tal que 1 centímetro (cm) equivale a 20 km/h. Dessa forma, a velocidade de 80 km/h do aeroplano é representada por um vetor de 4 cm, e a do vento transversal, por um vetor de 3 cm. A diagonal do paralelogramo construído (neste caso, um retângulo) mede 5 cm, o que equivale a 100 km/h. Assim o aeroplano se move a 100 km/h em relação ao solo, em uma direção que forma 37o a leste do norte. (Escala 1 cm: 20 km/h) 80 km/h 100 km/h 60 km/h Resultante F I G U R A 3 . 1 2 O vento transversal de 60 km/h empurra o aeroplano a 80 km/h para fora do curso a 100 km/h. PAUSA PARA TESTE Considere um bote a motor que normalmente se desloca a 10 km/h em água pa- rada. Se a orientação do bote é transversal a um rio, que também flui a 10 km/h, qual será a velocidade do bote em relação à margem? VERIFIQUE SUA RESPOSTA Quando um bote está orientado transversalmente (formando um ângulo reto com o fluxo do rio), sua velocidade é de 14,1 km/h, com uma orientação que forma 45o com a correnteza. Do Capítulo 2, lembre-se de que o paralelogramo formado por um par de vetores de mesmo comprimento, formando um ângulo reto um com o outro, é um quadrado que possui uma diagonal de vezes o comprimento de cada lado (veja a Figura 2.9). Por favor, lembre-se de que levou quase 2.000 anos desde a época de Aristóte- les para que as pessoas alcançassem uma compreensão clara do movimento, assim, seja paciente consigo mesmo se precisar de algumas horas para adquirir uma igual! SCREENCAST: Velocity Vectors Um par de vetores com 6 e 8 unidades de comprimento que formam um ân- gulo reto um com o outro, diz: “Nós podemos medir um seis e um oito, masjuntos formamos um dez exato”. 52 PARTE I � MECÂNICA T E R M O S - C H A V E ( C O N H E C I M E N T O ) Rapidez Quão rapidamente alguma coisa se move. A distância per- corrida por unidade de tempo. Rapidez instantânea A rapidez em cada instante. Rapidez média A distância total percorrida dividida pelo tempo de viagem. Velocidade A rapidez junto com a direção e o sentido do movimen- to de um objeto. Grandeza vetorial Grandeza que possui tanto módulo quanto orientação (direção e sentido). Grandeza escalar Grandeza que pode ser especificada apenas por seu valor, sem precisar de uma orientação. Aceleração A taxa de variação da velocidade com o tempo. A varia- ção na velocidade pode ser em valor ou em direção e sentido, ou em ambos. Queda livre Movimento sob influência apenas da gravidade. Q U E S T Õ E S D E R E V I S Ã O ( C O M P R E E N S Ã O ) 3.1 O movimento é relativo 1. Quando você lê isso, quão rapidamente está se movendo em relação à cadeira em que está sentado? E em relação ao Sol? 3.2 Rapidez 2. Para descrever a rapidez, que duas unidades de medida são necessárias? 3. Que tipo de rapidez é registrada pelo velocímetro de um auto- móvel, a rapidez média ou a rapidez instantânea? 4. Qual é a rapidez média em quilômetros por hora de um cava- lo que galopa 15 km em 30 min? 5. Que distância percorrerá um cavalo se ele galopar por 30 mi- nutos com rapidez média de 25 km/h? 3.3 Velocidade 6. Faça a distinção entre rapidez e velocidade. 7. Se um carro se move com velocidade constante, ele também tem rapidez constante? 8. Se um carro está se movendo a 90 km/h e dobra uma esquina, também a 90 km/h, ele mantém uma rapidez constante? Uma velocidade constante? Justifique sua resposta. 3.4 Aceleração 9. Qual é a aceleração de um carro que aumenta sua velocidade de 0 para 100 km/h em 10 s? 10. Qual é a aceleração de um carro que mantém uma velocidade constante de 100 km/h por 10 s? (Por que alguns de seus colegas de turma que acertaram as questões anteriores erraram esta?) 11. Quando você está num veículo em movimento, em que situa- ção tem mais consciência do movimento – quando ele está se movendo uniformemente em linha reta ou quando ele está acelerando? Se um carro se move com velocidade absoluta- mente constante (nenhum tipo de sacolejo), você está ciente do movimento? 12. A aceleração é definida de forma geral como a taxa temporal de variação da velocidade. Quando ela pode ser definida como a taxa temporal de variação da rapidez? 13. O que Galileu descobriu sobre o valor da rapidez adquirida por uma bola a cada segundo de sua descida num plano incli- nado? O que isso revela sobre a aceleração da bola? 14. Que relação Galileu descobriu entre a aceleração de uma bola e a declividade de um plano inclinado? Que aceleração ocorre quando o plano é vertical? 3.5 Queda livre 15. O que exatamente significa dizer que um objeto “está caindo livremente”? 16. Qual é o aumento por segundo da rapidez para um objeto em queda livre? 17. Qual é a velocidade adquirida por um objeto caindo livre- mente 5 s após ter sido solto a partir do repouso? Quanto ela vale 6 s após? 18. A aceleração de queda livre é aproximadamente 10 m/s2. Por que o segundo aparece duas vezes na unidade? 19. Quando um objeto é arremessado para cima, em quanto di- minui a rapidez a cada segundo? 20. Qual a relação que Galileu descobriu entre o tempo e a dis- tância percorrida por um objeto acelerado? 21. Qual é a distância de queda para um objeto em queda livre 1 s após ser solto a partir do repouso? Qual é esta distância 4 s após? 22. Qual é o efeito da resistência do ar sobre a aceleração de ob- jetos em queda? 23. Considere estas medidas: 10 m, 10 m/s e 10 m/s2. Qual delas é a medida de distância, de rapidez e de aceleração? 3.6 Vetores velocidade 24. Qual é a rapidez em relação ao solo de um aeroplano que voa a 100 km/h em relação ao ar numa direção que forma um ângulo reto com o vento? CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 53 P E N S E E FA Ç A ( A P L I C A Ç Ã O ) 25. A vovó está interessada em sua formação educacional. Escreva uma carta para ela, sem usar equações, explicando-lhe a dife- rença entre velocidade e aceleração. 26. Experimente isso com seus colegas: segure uma cédula de dinheiro de modo que o ponto médio dela esteja posicionado entre os dedos de um colega, e o desafie a pegá-la fechando os dedos quando você soltá-la. Ele não será capaz de pegá-la! Ex- plicação: a partir de d � ½ gt2, a cédula cairá uma distância de 8 centímetros (cerca da metade do comprimento da cédula) em um tempo de 1/8 de segundo, porém o tempo requerido para os impulsos necessários irem dos olhos até os dedos de seu colega é de pelo menos 1/7 de segundo. 27. Você pode comparar seu tempo de reação com o de seu colega agarrando uma régua solta entre seus de- dos. Peça a um colega para segurar a ré- gua como indicado e feche seus dedos logo que enxergar a régua ser solta. O número de centímetros que passa através de seus dedos depende de seu tempo de reação. Você pode expressar o resultado em frações de um segundo rearranjando a equação d � ½ gt2. Isolando o tempo, ela torna-se t � d/g � 0,045 onde d está em centímetros. 28. Fique em pé próximo a uma parede com os pés plantados no chão e faça uma marca no ponto mais alto da pa- rede que você consegue alcançar. Então salte verticalmente e marque seu ponto mais alto atingido. A distância entre as marcas é a sua distância de salto vertical. Use-a para calcular seu tempo de voo. P E G U E E U S E ( F A M I L I A R I Z A Ç Ã O C O M E Q U A Ç Õ E S ) Essas atividades são do tipo “substitua os dados” e têm como objetivo familiarizá-lo com as equações deste capítulo. Trata-se principalmente de substituições de uma etapa, menos desafiadoras do que as do tipo Pense e Resolva. 29. Mostre que a rapidez média de um coelho que corre uma dis- tância de 30 m em um tempo de 2 s é de 15 m/s. 30. Calcule a rapidez que você atinge ao caminhar 1 metro a cada 0,5 segundo. 31. Calcule a aceleração de um carro (em km/h.s) capaz de partir do repouso e atingir 100 km/h em 10 s. 32. Mostre que, quando um hamster aumenta sua velocidade, des- de o repouso, até 10 m/s, em 2 s, sua aceleração é de 5 m/s2. Distância � rapidez média � tempo 33. Mostre que o hamster da questão anterior percorre uma dis- tância de 22,5 m em 3s. 34. Mostre que uma pedra percorre uma distância de 45 m quan- do, partindo do repouso, cai em queda livre durante 3 s. P E N S E E R E S O LVA ( A P L I C A Ç Ã O M AT E M ÁT I C A ) 35. Uma bola é arremessada diretamente para cima com uma rapidez inicial de 30 m/s. Quão alto ela subirá e por quanto tempo ficará no ar (desprezando a resistência do ar)? 36. Uma bola é arremessada diretamente para cima com tamanha rapidez que fica no ar por vários segundos. (a) Qual é a velo- cidade da bola quando ela chega a seu ponto mais alto? (b) Qual é a sua velocidade 1 s antes de alcançar este ponto? (c) Qual é a variação de sua velocidade durante este intervalo de 1 segundo? (d) Qual é a sua velocidade 1 s depois de alcançar seu ponto mais alto? (e) Qual é a variação de sua velocidade durante este intervalo de 1 s? (f ) Qual é a variação de sua velocidade durante o intervalo de 2 s? (Cuidado!) (g) Qual é a aceleração da bola durante qualquer desses intervalos de tem- po e no momento em que a bola tem velocidade nula? 37. Qual é a velocidade instantânea de um objeto em queda livre 10 s após ele ter sido liberado de uma posição de re- pouso? Qual é sua velocidade média durante este intervalo de 10 s? Quanto ele cairá durante este intervalo de tempo? 38. Um carro leva 10 s para ir de v � 0 para v � 30 m/s com ace- leração aproximadamente constante. Se você quer encontrar a distância percorrida usando a equação d � 1/2 at2, qual valor deveria usar para a? 39. É surpreendente, mas poucos atletas podem saltar mais do que 0,6 m diretamentepara cima. Use d � 1/2 gt2 e encontre o tem- po gasto por alguém durante um salto vertical de 0,6 m. Multi- plique por dois e ache o “tempo de voo” – o intervalo de tempo durante o qual os pés do saltador permanecem fora do chão. 40. Um dardo sai do cano de uma espingarda de brinquedo com uma rapidez v. O comprimento do cano da arma é L. Considere que a aceleração do dardo dentro do cano seja uniforme. a. Mostre que o dardo se move no interior do cano durante um tempo igual a 2L/v. b. Se a rapidez de saída do dardo for de 15,0 m/s e o comprimento do cano for igual a 1,4 m, mostre que o tempo durante o qual o dardo se move dentro do cano é de 0,19 s. 54 PARTE I � MECÂNICA P E N S E E O R D E N E ( A N Á L I S E ) 41. Jake corre lentamente sobre uma vagonete ferroviária que se desloca com as velocidades indicadas nas figuras A-D. Ordene a velocidade de Jake, em relação a um observador estacionário no solo, da maior para a menor. (Considere o sentido para a direita como positivo.) A 4 m/s 6 m/s 4 m/s 6 m/s B C 6 m/s 18 m/s 8 m/s 10 m/s D 42. Um canalete é feito com um pedaço de ferro dobrado como mostrado na figura. Uma bola solta da extremidade esquerda do canalete passa pelos pontos indicados. Ordene em sentido decrescente a rapidez da bola nos pontos A, B, C e D. (Aten- ção para os empates.) A B C D 43. Uma bola é solta da extremidade esquerda destes diferentes trilhos. Eles foram confeccionados a partir de pedaços de ca- naletes de ferro de mesmo comprimento. A B C a. Da mais rápida para a mais lenta, ordene a rapidez da bola ao chegar à extremidade direita do trilho. b. Ordene os trilhos quanto ao tempo decorrido para a bola chegar à extremidade direita, do maior para o menor. c. Ordene os trilhos quanto à rapidez média da bola, da maior para a menor. Ou será que todas as bolas possuem a mesma rapidez média sobre os três trilhos? 44. Três bolas de massas diferentes são arremessadas diretamente para cima com os valores de velocidade indicados na figura. 1,0 kg 10 m/s 15 m/s 3 m/s 1,5 kg 0,8 kg A B C a. Ordene os módulos das velocidades das bolas 1 s após terem sido lançadas, do maior para o menor valor absoluto. b. Ordene os módulos das acelerações das bolas 1 s após te- rem sido lançadas, do maior para o menor valor absoluto. (Ou será que seus módulos são iguais?) 45. Aqui temos uma vista superior de um aeroplano sendo tirado do curso por ventos que sopram com três orientações diferen- tes. Use um lápis e a regra do paralelogramo para esboçar os vetores que representam as velocidades em cada caso. Ordene, em ordem decrescente, os módulos das velocidades do aero- plano em relação ao solo. A Bvento ven to ventoC 46. Aqui temos uma vista superior de três botes a motor que atravessam um rio. Todos desenvolvem a mesma rapidez em relação à água, e todos estão sujeitos ao mesmo fluxo do rio. Construa os vetores resultante que representem a rapidez e a orientação de cada bote. Ordene os módulos das velocidades em ordem decrescente no caso a. em que os botes levem o mesmo tempo para chegar à margem oposta. b. em que a travessia é feita no menor tempo possível. A B C CAPÍTULO 3 � MOVIMENTO RETILÍNEO 55 P E N S E E E X P L I Q U E ( S Í N T E S E ) 47. Na atividade do tipo Pense e Faça do Exercício 27, Mo mede seu tempo de reação e obtém um valor de 0,18 s. Jo mede seu tempo de reação e obtém 0,20 s. Quem tem o melhor tempo de reação? Explique. 48. Jo, que tem um tempo de reação de 0,20 s, pedala em sua bici- cleta com uma rapidez de 6,0 m/s. Ela se depara com uma si- tuação de emergência e “imediatamente” aperta os freios. Que distância Jo percorrerá antes de realmente acionar os freios? 49. Qual é a rapidez no impacto de um carro movendo-se a 100 km/h que bate na traseira de outro carro viajando no mesmo sentido a 98 km/h? 50. Suzie Surefoot pode remar em uma canoa em água parada a 8 km/h. Que sucesso ela terá ao tentar subir um rio que flui a 8 km/h? 51. É melhor para a aceleração basear-se na rapidez média ou na rapidez instantânea? Explique. 52. Um avião dirige-se para o norte a 300 km/h, enquanto outro dirige-se para o sul, também a 300 km/h. A rapidez dos dois é a mesma? Suas velocidades são as mesmas? Explique. 53. A luz viaja em linha reta com rapidez constante de 300.000 km/s. Qual é a aceleração da luz? 54. Você se encontra em um carro que se desloca com a rapidez limite especificada para a estrada. Você vê outro carro que se desloca com a mesma rapidez, mas em sentido contrário. Quanto vale a rapidez com a qual este carro se aproxima de você, comparada à rapidez limite? 55. Numa rodovia, você está dirigindo em direção ao norte. Então, sem alterar a rapidez, você faz uma curva e passa a se dirigir para o leste. (a) Sua velocidade varia? (b) Você acelera? Explique. 56. Jacob afirma que a aceleração é quão rápido você vai. Emily afirma que a aceleração é quão rápido você consegue rapi- dez. Eles olham para você pedindo confirmação. Quem está correto? 57. Partindo do repouso, um carro acelera até uma rapidez de 50 km/h enquanto outro carro acelera até 60 km/h. Você pode- ria decidir qual carro foi submetido a uma aceleração maior? Por que? 58. Qual é a aceleração de um carro que se move com velocidade uniforme de 100 km/h durante 100 segundos? Explique sua resposta. 59. Qual é maior, uma aceleração de 25 km/h para 30 km/h ou uma de 96 km/h para 100 km/h, se ambas ocorrem durante o mesmo tempo? 60. Galileu realizou experimentos com bolas rolando sobre planos inclinados com ângulos que variavam desde 0° até 90°. Qual é o intervalo das acelerações correspondentes a esta faixa de valores de ângulos? 61. Suponha que um objeto caindo em queda livre fosse equipado com um velocímetro. Quanto aumentariam as leituras de sua rapidez a cada segundo de queda? 62. Suponha que o objeto em queda livre do exemplo anterior seja também equipado com um hodômetro. As leituras da dis- tância de queda a cada segundo indicam distâncias de queda iguais ou diferentes para sucessivos segundos? 63. Para um objeto em queda livre partindo do repouso, qual é a aceleração ao final do quinto segundo de queda? E ao final do décimo segundo? Justifique suas respostas. 64. Se a resistência do ar pode ser desprezada, como se comparam as acelerações de uma bola que foi atirada para cima com sua aceleração quando ela é simplesmente solta? 65. Quando um jogador arremessa uma bola diretamente para cima, como decresce a rapidez da bola a cada segundo de sua subida? Na ausência de resistência do ar, em quanto ela aumenta a cada segundo de sua descida? Quanto tempo leva a subida comparada com a descida? 66. Alguém de pé junto à beira de um penhasco (como da Figura 3.8) atira uma bola verticalmente para cima com uma certa rapidez, e outra bola verticalmente para baixo com a mesma rapidez inicial. Se a resistência do ar for desprezível, que bola terá maior rapidez ao atingir o chão? 67. Responda à questão anterior para o caso em que a resistência do ar não é desprezível – em que a resistência aerodinâmica afeta o movimento. 68. Enquanto as bolas descem um plano inclinado rolando, Gali- leu observa que a bola rola um cúbito* (a distância do cotove- lo até a ponta dos dedos) enquanto ele conta até 10. Quão longe a bola terá rolado a partir de seu ponto inicial quando ele tiver contado até 20? 69. Considere um projétil lançado verticalmente para cima quan- do a força de resistência aerodinâmica for desprezível. Quan- do a aceleração da gravidade é maior: na subida, no topo ou na descida? Justifique sua resposta. 70. Estenda as Tabelas 3.2 e 3.3 para incluir tempos de queda en- tre 6 e 10 segundos, supondo que não exista resistência do ar. 71. Se não fosse pela resistência do ar, por que seria perigoso sair para o descampado em dias chuvosos? 72. Quando aumenta a rapidez de um objeto em queda livre, sua aceleração também aumenta? 73.Uma bola arremessada para cima retornará ao ponto de par- tida com a mesma rapidez do início se a resistência do ar for desprezível. Quando ela não for desprezível, como a rapidez de retorno se comparará com a rapidez inicial? 74. O tempo de voo de uma certa pessoa seria sensivelmente maior na Lua. Por quê? 75. Por que o filamento de água que sai de uma torneira fica mais afilado enquanto cai? 76. Caindo verticalmente, a chuva deixa linhas inclinadas sobre o vidro da janela lateral de um automóvel em movimento. Se as linhas formam um ângulo de 45o, como se compara a veloci- dade do carro com a das gotas de chuva? 77. Elabore uma questão de múltipla escolha que avalie a com- preensão da diferença entre rapidez e velocidade. 78. Elabore duas questões de múltipla escolha para testar a com- preensão dos colegas de turma a respeito da distinção que existe entre velocidade e aceleração. * N. de T.: Antiga unidade de comprimento equivalente a cerca de 50 cm. 56 PARTE I � MECÂNICA P E N S E E D I S C U TA ( A V A L I A Ç Ã O ) 79. Um automóvel com velocidade apontando para o norte pode simultaneamente ter uma aceleração apontando para o sul? Explique. 80. Um objeto pode inverter seu sentido de movimento manten- do uma aceleração constante? Se sim, dê um exemplo disto. Se não, explique por quê. 81. Para um movimento retilíneo, como o velocímetro de um carro indica se existe aceleração ou não? 82. Corrija seu amigo que afirma: “o carro de corrida fez a curva com uma velocidade constante de 100 km/h”. 83. Cite um exemplo de algo que se mova com uma rapidez cons- tante e que também possua uma velocidade variável. Você poderia citar um exemplo de algo que se move com uma ve- locidade constante, mas com uma rapidez variável? Justifique suas respostas. 84. Cite um instante em que sua rapidez poderia ser nula enquan- to sua aceleração não é nula. 85. Cite um exemplo de algo que está acelerado enquanto se move com rapidez constante. Você poderia também dar um exemplo de algo que acelera enquanto está se movendo com velocidade constante? Explique. 86. (a) Um objeto pode estar se movendo quando sua aceleração é nula? Se sim, dê um exemplo. (b) Um objeto pode estar acele- rando quando sua rapidez é nula? Se sim, dê um exemplo. 87. Você pode citar um exemplo em que a aceleração de um cor- po tem o sentido oposto ao de sua velocidade? Se sim, qual é o exemplo? 88. Sobre qual dessas rampas a bola rola descendo com rapidez crescente e aceleração decrescente? (Use este exemplo se deseja explicar para alguém a diferença entre rapidez e aceleração.) 89. Suponha que as três bolas mostradas no exercício anterior par- tem simultaneamente do repouso do topo das rampas. Qual delas chegará primeiro à base? Explique. 90. Seja meticuloso e corrija seu colega que diz que “em queda livre, a resistência do ar é mais efetiva em frear uma pena que uma moeda”. 91. Se você solta um objeto, ele acelera para baixo a 10 m/s2. Se, em vez disso, você o atirar para baixo, sua aceleração subse- quente seria maior do que 10 m/s2? Justifique sua resposta, seja ela positiva ou negativa. 92. No exercício anterior, você pode pensar numa razão pela qual a aceleração do objeto atirado para baixo no ar possa ser sensi- velmente menor do que 10 m/s2? 93. Um colega afirma que, se um carro estiver se movendo para leste, ele não poderá simultaneamente acelerar para oeste. O que você responderia? 94. Madison atira uma bola diretamente para cima. Anthony deixa cair uma bola. Seu colega afirma que ambas as bolas possuem a mesma aceleração. Qual é sua resposta? 95. Duas bolas são liberadas simultaneamente a partir do repou- so, da extremidade esquerda dos trilhos A e B, de mesmo comprimento, mostrados na figura. Qual bola alcança primei- ro o final de seu trilho? A B 96. Referente ao par de trilhos acima: (a) Para qual deles a rapidez média é maior? (b) Por que os valores de rapidez das bolas no final dos trilhos são iguais? 97. Um barco a remo se move com uma rapidez de 3 m/s e apon- ta exatamente na direção transversal a um rio. Convença seu colega de classe de que, se o rio fluir a 4 m/s, a rapidez do barco com relação à margem do rio será de 5 m/s. 98. Se gotas de chuva caem verticalmente a 3 m/s, e você estiver correndo horizontalmente a 4 m/s, convença seus colegas de classe de que as gotas atingirão sua face com uma velocidade de 5 m/s. 99. Um aeroplano com uma velocidade em relação ao ar de 120 km/h depara-se com um vento transversal de 90 km/h. Con- vença seus colegas de classe de que a velocidade do aeroplano com relação ao solo é de 150 km/h. 100. Neste capítulo, estudamos casos idealizados de bolas que rolavam para baixo de planos inclinados lisos e de objetos que caíam sem resistência do ar. Suponha que um colega de turma se queixe de que toda a atenção dispensada a casos idealiza- dos é sem valor, pois esses casos simplesmente não ocorrem no mundo cotidiano. Como você responderia a essa queixa? Como você imagina que o autor deste livro responderia? Lembre-se de que as Questões de Revisão lhe proporcionam uma autoavaliação das ideias centrais deste capítulo. Questões do tipo Pegue e Use e Pense e Resolva focam a natureza matemática do material do capítulo. Você pode empregar seu pensamento crítico em Pense e Ordene. Exercícios do tipo Pense e Explique e Pense e Discuta complementam o conteúdo abordado no material do capítulo.
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