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PSICOLOGIA FEMININA - A DEUSA Marija Gimbutas por Soraya Mariani Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 02 FORMAÇÃO DESPERTANDO GUARDIÃS DE CÍRCULO DE MULHERES PSICOLOGIA FEMININA A DEUSA Mas afinal de contas, quem sou eu no meio de tantos condicionamentos? Esta é a pergunta que pode ter sido despertada após a segunda aula! Nesses dois próximos encontros, proponho que procuremos as nossas origens, o que nos permitirá um melhor entendimento sobre nós mesmas. Vamos juntas? Soraya Mariani Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 03 ANTROPOLOGIA DA MULHER E O FEMININO ANCESTRAL As provas da existência de um feminino ancestral (que talvez possa confirmar-nos a existência de uma sociedade matriarcal) podem ser muito esclarecedoras sobre o que terá acontecido, realmente, no decorrer da nossa evolução. Para isso, vamos ter que viajar no tempo e nos conectar com os estudos de uma pioneira que, contra tudo e todos, conseguiu comprovar que, de fato, existiu uma forma de matriarcado. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 04 Quem é esta pioneira? Quem foi Marija Gimbutas? Essa mulher chama-se Marija Gimbutas, nasceu em 23 de Janeiro de 1921, em Vilnius, capital da República da Lituânia, e faleceu em Los Angeles, no dia 2 de Fevereiro de 1994. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 05 Deixou uma vasta obra: uma vintena de volumes, pouco conhecidos fora do circuito dos especialistas e ainda pouco traduzida em outras línguas. A Linguagem da Deusa (título original: The language of the Goddess), a Civilização da Deusa, Deusas e Deuses da velha Europa são as obras essenciais que lhe valeram fama mundial. “A Linguagem da Deusa” foi igualmente o título de uma exposição que lhe foi consagrada na Alemanha, no museu Frauen, em Wiesbaden, em Junho de 1993. Durante quinze anos, Marija Gimbutas realizou escavações arqueológicas no sudeste da Europa Mediterrânica, revelando ao mundo a existência de uma civilização pré-indo-europeia, caracterizada por uma “cultura pré-histórica da Deusa”, que começou no Paleolítico e durou mais de 25.000 anos. Marija Gimbutas prefere chamar a cultura matriarcal de “matrifocal”, demonstrando a existência de uma cultura sedentária, tranquila, amante da arte, totalmente ligada à terra e à natureza, que venerava o feminino através da divindade mais antiga que conhecemos desde o início dos tempos: A Grande Deusa Mãe. Aconselho a quem quiser aprofundar esse assunto que procure essa obra, muito completa e com muitas imagens e pormenores que demonstram a existência de um feminino que nos chega do início dos tempos. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 06 A Linguagem da Deusa Civilização da Deusa, Deusas e Deuses da Velha Europa OBRAS DE MARIJA GIMBUTAS Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 07 Vejamos o que ela escreve a respeito das suas descobertas: «Esta obra tem como objetivo apresentar a “escrita” pictural da religião ligada à Grande Deusa Mãe proveniente da velha Europa. Trata-se de uma escrita composta de signos, de símbolos e de imagens divinas. Essas são as nossas fontes fundamentais para reconstruir esta cena pré- histórica: elas são essenciais para uma verdadeira compreensão da religião e da mitologia ocidentais.» «É raro que os símbolos sejam realmente abstratos: as ligações que eles mantêm com a natureza estão sempre presentes. O estudo do contexto é igualmente revelador, tal como as associações que esses elementos simbólicos formam entre si. Deste modo, podemos esperar decifrar o pensamento místico que é a “razão de ser” desta arte – e o que lhe dá a sua forma fundamental (...). Nenhum símbolo pode ser tratado isoladamente; compreender os elementos desta linguagem leva-nos a entender o conjunto (...)» «Os materiais arqueológicos não são mudos: simplesmente, falam a sua própria língua. E pedem para serem utilizados como a grande fonte que eles representam, de modo a poderem contribuir para esclarecer a espiritualidade dos nossos antepassados que antecederam os indo- europeus. » Essa importante colocação revela-nos a ligação que a autora estabelece entre arqueologia, mitologia, sociologia, arte e espiritualidade, para poder decifrar os comportamentos dessa sociedade na qual o culto à Grande Deusa era o alicerce da existência de todo o ser vivo. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 08 «O tema principal do simbolismo da Deusa é o mistério do nascimento e da morte, mas também da renovação da vida, não só da vida humana, mas de toda a forma de vida na Terra e no Cosmos. Os símbolos e as imagens que se reúnem em volta da Deusa partenogenética (autogeneratriz) e das suas funções fundamentais – dar a vida e dar a morte, assegurar a regeneração – e em volta da Terra Mãe, a Deusa da fertilidade, jovem e velha, que cresce e morre com a vida vegetal. Ela era a única fonte de toda a vida, que extraía a sua energia das fontes e dos poços, do Sol, da Lua, da terra úmida. Este sistema simbólico representa o tempo mítico, cíclico, não o tempo linear.» De fato, para os primeiros povos, tudo era criado através do feminino, a Deusa era quem permitia que a vida acontecesse, ou não. O masculino, na visão desses povos, não tinha capacidade criativa, nem sequer ajudava na procriação. Por esta razão, a maioria dos mitos da Criação que dão início às diversas “famílias” mitológicas são iniciados através de uma Grande Deusa que tinha o poder de autogerar a vida. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 09 A GRANDE DEUSA NAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES O Homo Sapiens foi o primeiro a ser capaz de juntar a arte e a espiritualidade. Deixou-nos os primeiros “objetos-culto”, entre os quais, e os mais conhecidos, várias estatuetas femininas, como as da Venus de Willendorf, de Menton e Lespugne. Elas representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Grande Deusa Mãe, nas épocas do Paleolítico e do Neolítico. DIVISOR DE ÁGUAS – INVASÕES, DEUSES GUERREIROS Sabemos que no decorrer da evolução, a Europa passou por uma série de invasões no Norte e no Leste. Marija Gimbutas descreve esses invasores como detentores de uma cultura “patrifocal”. Eram inconstantes, guerreiros, ideologicamente orientados pelo céu e indiferentes à arte. Os invasores julgavam-se um povo superior (e de fato eram, de um ponto de vista físico), e as sucessivas ondas de invasões dos indo-europeus iniciaram o destronar da Grande Deusa (4500- 4400 AC). Os valores da Grande Deusa não inspiravam essa nova sociedade patriarcal, que se encontrava alicerçada num modo de ser racional, visível, tangível, e ficou decidido que tinha que se destruir toda a lembrança da antiga crença. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898- P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 10 As Deusas não foram completamente suprimidas, mas incorporadas nas religiões dos invasores. Eles impuseram a sua cultura patriarcal e a sua religião bélica aos povos conquistados. A Grande Deusa tornou-se consorte serviçal dos Deuses dos invasores. Os atributos e poder que originalmente pertenciam à divindade feminina foram desapropriados e dados a uma divindade masculina. A violação apareceu nos mitos pela primeira vez, e surgiram mitos nos quais os heróis do sexo masculino matavam serpentes, símbolos da Grande Deusa. As sociedades Gregas, Romanas e Judaico-Cristãs construíram novos templos sobre os antigos lugares de culto. A partir disso, teve início a criação das primeiras “grandes civilizações”, que julgavam que, para evoluir, tinha que se destruir o passado. Na mitologia Grega, os atributos, símbolos de poder que um dia pertenceram à Grande Deusa, foram divididos entre muitas Deusas... Pelo fato de “varrer” esse grande arquétipo do feminino, o masculino desligou-se da sua essência. Ao invés de focalizar em seu objetivo, passa a agir impulsivamente e ignora a capacidade do seu próprio feminino interior de se religar ao “Grande Mistério”, que ensina a criar com um objetivo que perdurará no tempo. Por essa razão, o nosso planeta está morrendo, já que a nossa sociedade patriarcal, imbuída de poder, não enxerga um palmo à frente do seu ego e do seu proveito pessoal. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 11 O anel de ouro de Isopata, perto de Knossos, retratava a Deusa (à direita) e três adoradores. c. 1500 aC Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 12 A TERRA – A VIDA – O FEMININO A Grande Deusa e a sociedade matriarcal estavam alicerçadas sobre o pensamento místico da autogeneração da vida. A prosperidade dessa civilização dependia da sobrevivência diária da sua população através da sua capacidade de se nutrir e de se multiplicar. A lua era considerada dispensadora de fertilidade e marcava as várias etapas do quotidiano, de acordo com seu ciclo de 28 dias, em sincronismo com a menstruação das mulheres. Devido ao fato de o masculino não ser reconhecido como co-generador, o poder da criação não lhe pertencia. Não é então difícil de entender a ferida inconsciente que se criou, com origem nessa falta de reconhecimento do seu meio social. DESMISTIFICANDO – O MITO DE ETANA O Mito de Etana é uma lenda suméria que tem por personagem principal Etana, o rei de Kish, que tenta desesperadamente conseguir ter filhos para lhe sucederem no trono. Este texto, infelizmente, chegou-nos incompleto e sem a parte final. A narração começa pela história de uma serpente e de uma águia, ligadas por uma bela amizade, até que a águia come os filhos da serpente. Esta vai procurar conselho junto de Utu, o Deus-Sol, que a aconselha a preparar uma armadilha para a águia, escondendo-se dentro do cadáver de um boi e esperando que a ave se aproxime, para capturá-la. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ A GRANDE DEUSA MÃE E SUAS REPRESENTAÇÕES AO LONGO DO TEMPO Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 14 É isso que a serpente faz, atraindo a águia para um buraco, após tê-la magoado para a impedir de voar. É neste momento que entra em cena Etana, o rei de Kish. Este deseja ardentemente filhos, e faz um pedido a Utu, que também é solicitado pela águia pedindo ajuda. Utu diz a Etana que a solução é obter “a planta da criação”, que se encontra no Céu, onde residem os Deuses. Para chegar a esse lugar inacessível aos mortais, o Deus Utu aconselha-o a ajudar a águia a sair do buraco, tratando dela, pois, dessa forma, ela o ajudará a encontrar a famosa planta. Num primeiro tempo, a águia não quer ajudar e só aceita depois que Etana lhe implora. Etana voa para o Céu sobre as asas da águia. Após um longo voo, não vê, mais a Terra, e aproxima-se do Céu. Mas a altitude assusta-o e ele pede à águia para parar a ascensão. Cai então das asas da águia, que consegue apanhá-lo antes que toque o chão. O selo seguinte encontra-se quebrado. É a parte final, e esta irá, por conseguinte, permanecer desconhecida. Contudo, a lista real da Suméria diz que Etana teve um filho como sucessor, o que parece indicar que o fim desse mito deve ser feliz para o seu herói. (Fonte: Wikipedia) Felizmente, o trabalho arqueológico de Gabriele Rossi-Osmida permitiu descobrir (em Gonour Dépé, no deserto do Karakoum) selos e objetos que reconstituem a integralidade do mito. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ A GRANDE DEUSA MÃE Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 16 Confirmam que o rei Etana teria encontrado a Deusa da Fertilidade nos céus e que esta lhe ofereceu um jarro que lhe permitiu ter descendência… (o jarro, claro, simboliza o orifício vaginal no qual o sémen será depositado, permitindo a fecundação e, consequentemente, a criação da descendência). Esse mito revela um fato histórico: a passagem de uma cultura matriarcal e agrícola para uma cultura da idade do metal e masculina. Etana quer roubar o segredo das mulheres e da Grande Deusa Mãe com a ajuda da águia, marcando o início do patriarcado no terceiro milênio antes de Cristo, quando todas as dinastias se tornaram masculinas. Aparecem, nesse período, estatuetas masculinas em um contexto onde antes predominavam as figuras femininas, simbolizando uma mudança de civilização. O mito de Etana representa a necessidade de afirmação do masculino, pelo reconhecimento da fecundidade dos homens ignorada por esses povos primitivos, salientando o imperativo do seu poder advindo da sua capacidade de participar na criação da vida. Podemos verificar uma situação similar nos mitos das Deusas Gregas. O estudo que empreendi usando os pressupostos da psicologia e, também, os da genealogia, nos permitirá entender como a civilização Grega, tão parecida com a nossa, funcionava, e como ela constitui um “espelho” daquilo que a mulher vivência atualmente. 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Existem mitologias para cada cultura. No caso da nossa procura de compreensão do feminino atual, a mitologia Grega é a meu ver a mais indicada para entendermos melhoras nossas origens e o porquê da nossa sociedade atual. Aliás, posso citar esta frase do Jung, que diz: «Em substituição dos Deuses perdidos do Olimpo, abre-se a riqueza interior da alma». Mas para entendermos melhor como funcionam os mitos dentro da nossa psique é fundamental percebermos um pouco mais sobre os famosos arquétipos e como eles atuam dentro de nós. Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 19 Os arquétipos atuam na nossa vida como espíritos autônomos que, quando constelados, nos fazem mudar o tipo de resposta que nos é peculiar aos estímulos externos. Quando acontece a constelação de um arquétipo, somos invadidos por emoções e capazes de reações que não reconhecemos como fazendo parte de nossa personalidade. Dessa forma, nós podemos facilmente entender que não possuímos um arquétipo, mas, ao contrário, somos possuídos por ele. Sempre que nos ocorre uma forte reação emocional em relação a uma pessoa ou situação, um complexo foi constelado ou ativado. Quando a psicologia analítica se refere à imagem primordial ou ao arquétipo da “Grande Mãe”, não se refere à existência de uma imagem concreta com presença no tempo e no espaço, mas a uma imagem interior em operação na psique humana. A expressão simbólica desse fenômeno psíquico são as figuras e as imagens da Grande Deusa, reproduzidas nas criações artísticas e nos mitos da Humanidade. O aparecimento desse arquétipo, assim como o seu efeito, pode ser observado ao longo de toda a história da humanidade, por se encontrar presente nos rituais, nos mitos e nos símbolos desde os primórdios do homem, e igualmente nos sonhos, nas fantasias e nas realizações criativas de indivíduos enfermos e sadios do nosso tempo. Vamos pesquisar mais? Como pode melhorar? Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ 20 FORMAÇÃO DESPERTANDO GUARDIÃS DE CÍRCULO DE MULHERES MÉTODO SORAYA MARIANI Licenciado para - E liane A ndrade - 19687640898 - P rotegido por E duzz.com https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/ https://www.facebook.com/sorayamariani.oficial/