Buscar

0a1cfa905ae3112dad2206da62e9f20ee385858792d6aa6e9f77527a89138a8b0e2cfef74c4bb9b3399adbadda1457349641a46d1e477b372f5783d82ec1d2a8

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 256 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 256 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 256 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE 
NO AGRONEGÓCIO
Professor Me. Silvio César de Castro
Google Play App Store
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; CASTRO, Silvio César de. 
 
 Contabilidade no Agronegócio. Silvio César de Castro. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
 256 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Contabilidade. 2. Agronegócio. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1695-6
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação 
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Designer Educacional
Bárbara Neves
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Arthur Cantareli Silva
Victor Augusto Thomazini
Qualidade Textual
Cíntia Prezoto Ferreira
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
ÍC
U
LO
Professor Me. Silvio César de Castro
Mestre em Administração de Empresas com concentração em gestão de 
negócios pela UEM, Pós-graduação em MBA-Finanças pelo Unicesumar - 
Centro Universitário de Maringá e possui graduação em Ciências Contábeis 
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), graduação em Administração 
e Processos Gerenciais. Atuou por 25 anos no mercado financeiro por meio 
de instituições financeiras múltiplas e cooperativa de crédito. Atuou como 
gerente comercial de carteiras pessoa jurídica, médias e grandes empresas e 
pessoa física alta renda, foi responsável por todo o processo compreendido no 
Ciclo de Crédito, pela qualidade da análise, revisão de políticas, classificação 
e gestão do risco de crédito e implantação de novos produtos. Possui 
experiência de crédito internacional por meio de Intercâmbio Empresarial 
Internacional junto ao Council Of Credit Unions, Inc., WOCCU, Texas, Estados 
Unidos. Professor universitário há mais de 17 anos, atuando e escrevendo 
livros nas áreas de gestão de projetos, contabilidade gerencial, orçamento 
empresarial, comunicação e negociação empresarial. Coordenador do curso 
de Economia e Gestão de Cooperativas EAD na Unicesumar e avaliador da 
educação superior junto ao Ministério da Educação.
Currículo Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq.br/1831413841898146>.
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
http://lattes.cnpq.br/1831413841898146
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, prezado(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo ao livro de Contabilidade no Agro-
negócio. É uma grande honra efetuar a atualização desse livro, o qual venho sendo 
autor desde 2011. 
Este livro possui 5 capítulos, que chamamos de unidades. Na primeira unidade, pro-
curamos introduzir os aspectos básicos e conceituais da contabilidade geral, focan-
do sua função principal que é evidenciar a informação necessária para a tomada 
de decisão, ou seja, para a gestão do negócio. Procuramos, neste primeiro capítulo, 
relacionar a contabilidade com o agronegócio, proporcionando um melhor direcio-
namento para o entendimento específico dos alunos que farão uso deste material. 
Por isso, iniciamos o assunto com a Contabilidade e seu posicionamento científico, 
tendo em vista que, antes da sua aplicação específica no agronegócio, trata-se de 
uma ciência social com objeto de estudo e objetivos próprios, assim como men-
cionamos o seu campo de atuação. Por fim, nosso foco foi a Informação Contábil, 
elencando os usuários e os principais atributos da informação contábil.
Na Unidade 2, trabalhamos com aquilo que consideramos ser o produto da contabi-
lidade, ou seja, os relatóriosgerados por ela, especificamente os 2 principais: Balan-
ço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Dessa forma, iniciamos 
com a definição e conceitos do Patrimônio Contábil, que se refere, logicamente, ao 
patrimônio da própria empresa, divididos em bens, direitos e obrigações. 
A seguir, especificamente, discorremos sobre o Balanço Patrimonial e seus grupos: 
Ativo e Passivo. Os prazos de classificação e sua estrutura de apresentação. Na se-
gunda parte deste capítulo, falaremos sobre a Demonstração do Resultado do Exer-
cício, cuja finalidade principal é demonstrar o Lucro ou Prejuízo que o empreendi-
mento auferiu em um determinado período. Neste ponto, falamos também sobre 
Receitas, Despesas, Custos e Impostos e a consequente formação do resultado da 
empresa.
O propósito da apuração do resultado está ligado à eficiência econômica da em-
presa, por isso, essa demonstração não tem finalidade financeira, ou seja, compor 
um fluxo de caixa, das entradas e saídas de dinheiro no período. Desta forma, nosso 
objetivo é que você compreenda a importância, a estrutura e os itens que compõe 
esses dois relatório oferecidos pela contabilidade.
Na Unidade 3, trataremos um assunto importantíssimo para a Contabilidade, os cus-
tos de produção. A grande importância desse assunto está no fato de que custos 
estão diretamente relacionados a gastos na produção que, por sua vez, influenciam 
a apuração da margem bruta do produto e o resultado. Abordamos, neste capítulo, 
itens como terminologias, classificação e métodos de custeio. A maior dificuldade 
quando se fala em acumular custos a um produto é o rateio dos custos indiretos, 
ou seja, aqueles que não tem uma relação diretamente proporcional à produção. Aí 
entram os critérios de rateio.
APRESENTAÇÃO
CONTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO
Na Unidade IV, abordaremos alguns instrumentos que auxiliarão na tomada de 
decisão, no que se refere à produção e ao produto. Conheceremos a formação da 
Margem de Contribuição, isto é, o quanto cada produto contribui para que a em-
presa possa arcar com os seus gastos fixos. Na sequência, entenderemos como en-
contramos o Ponto de Equilíbrio. Vamos conhecer, também, os pontos de equilíbrio 
contábil, financeiro e econômico que têm o mesmo princípio, mas peculiaridades 
distintas.
Na Unidade V, traremos a maior inovação na atualização dessa obra, atuando com 
3 empreendimentos: um agrícola, uma agroindústria e uma pecuária, com dados 
quantitativos e qualitativos, em forma de estudos de casos, e a construção de proje-
ções de cenários de negócio. Esses cenários proporcionam uma visão das possíveis 
variações econômicas que os empreendimentos podem sofrer com modificações 
de mercado que refletem em preço, custos e quantidades a serem produzidas. 
Esperamos que esta iniciação ao conhecimento da contabilidade seja de grande 
valia para sua vida profissional.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
15 Introdução
16 Conceito, Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade 
23 Características Qualitativas da Informação Contábil 
32 Considerações Finais 
37 Referências 
38 Gabarito 
UNIDADE II
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
41 Introdução
42 Estruturação do Patrimônio Contábil 
44 Balanço Patrimonial 
53 Grupo e Subgrupo de Contas do Balanço Patrimonial 
68 Demonstrativo do Resultado do Exercício 
77 Considerações Finais 
84 Referências 
85 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
INTRODUÇÃO E ELEMENTOS DE CUSTOS
89 Introdução
90 Motivos para Apuração dos Custos de Produção 
92 Conceitos e Terminologias em Custos de Produção 
96 Classificação dos Gastos em Relação a Apropriação aos Produtos e ao 
Volume de Produção
105 Elementos de Custos: Materiais, Mão de Obra, Custos Indiretos de 
Fabricação e Critério de Rateio
127 Considerações Finais 
134 Referências 
135 Gabarito 
UNIDADE IV
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES
139 Introdução
140 Métodos de Custeio 
148 Margem de Contribuição 
154 Ponto de Equilíbrio 
173 Grau de Alavancagem Operacional 
176 Considerações Finais 
182 Referências 
183 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
CENÁRIOS DE NEGÓCIOS COM UTILIZAÇÃO DE ESTUDOS DE CASO
187 Introdução
188 Estudo de Caso da Fazenda Santa Luzia 
222 Estudo de Caso da Indústria de Figos em Compota Sabor do Céu 
235 Estudo de Caso da Agropecuária Arroba de Aço 
246 Considerações Finais 
251 Referências 
252 Gabarito 
253 CONCLUSÃO
254 ANOTAÇÕES
U
N
ID
A
D
E I
Professor Me. Silvio César Castro
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
ESSENCIAIS DE 
CONTABILIDADE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o conceito, objeto, objetivo e usuários da 
contabilidade.
 ■ Conhecer os aspectos qualitativos da informação contábil.
 ■ Compreender como é formado o patrimônio contábil.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Conceito, objeto, objetivo e usuários da contabilidade
 ■ Características qualitativas da informação contábil
 ■ Patrimônio contábil: bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido
INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a)! Vamos dar início aos nossos estudos, dedicando este 
primeiro capítulo do seu material didático, de forma a apresentar aspectos univer-
sais sobre a contabilidade. Nesse sentido, você poderá observar que não existirá, 
nesta unidade, objetos e situações direcionadas à linguagem de objetos do agro-
negócio de forma representativa, afinal de contas, como foi dito, são aspectos 
universais que são utilizados em qualquer tipo ou ramo de empreendimento. 
Logo, no primeiro parágrafo, chamo a atenção sobre como a contabilidade 
deve ser observada. Isto é, a contabilidade está longe de ser uma disciplina mera-
mente matemática, ou seja, do contexto das ciências extadas e, nesse sentido, 
ofereço uma extraordinária oportunidade para estudar contabilidade de forma 
mais assertiva e inteligente. Mas, como? Não encare a contabilidade como uma 
disciplina de cálculo, pois o que você talvez menos faça nessa disciplina são cál-
culos matemáticos. E quando fizer, serão extremamente simples, praticamente 
apenas utilizando as quatro operações matemáticas básicas. 
Em seguida, chamo a atenção sobre a importância da contabilidade e como 
ela pode auxiliar os gestores de negócios a utilizar as informações para a tomada 
de decisões adequadas. No entanto, para que isso ocorra, os aspectos qualitativos 
da informação contábil são representativos e, nesse sentido, serão apresentados 
alguns atributos fundamentais de qualidade da informação contábil. 
Por fim, fechamos o capítulo com a explicação do objeto de estudo da con-
tabilidade, o patrimônio contábil. Você vai perceber que o conceito e a prática 
do patrimônio contábil podem ser bem diferentes do que você está habituado 
a acreditar como certo; e automaticamente tratando do assunto de patrimônio 
contábil, vamos abordar o que vem a ser o patrimônio líquido de um empreen-
dimento. Dessa forma, nos prepararemos para a seguinte unidade desse livro, na 
qual vamos verificar a estruturação do patrimônio contábil e os dois principais 
relatórios gerados pela contabilidade, o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo 
do Resultado.
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
CONCEITO, OBJETO, OBJETIVO E USUÁRIOS DA 
CONTABILIDADE
Caro(a) aluno(a), tenho observado junto aos acadêmicos, em meus mais de 15 
anos no ensino da contabilidade, a percepção que, de forma geral, as pessoas 
que nunca tiveram contato com conteúdos contábeis, geralmente, a julgam como 
uma ciência exata. No entanto, a contabilidade é uma ciência social, mais ade-
quadamente chamada de ciência social aplicada.Ela possui objeto próprio de 
estudo, o patrimônio, que entenderemos melhor mais adiante. 
De acordo com Montoto (2012, p. 37):
A Contabilidade estuda o Patrimônio nos seus aspectos quantitativos 
e qualitativos. Ela busca assimilar suas modificações, tendo uma visão 
ao longe de possíveis variações. A análise quantitativa expressa os itens 
patrimoniais em valores, o que exige da Contabilidade uma definição 
de “valor”. Por aspecto qualitativo do Patrimônio entende-se a natureza 
dos elementos que o compõem, como: dinheiro, valores a receber ou 
a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de 
mercadorias etc.
No estudo desse patrimônio, ela busca registrar, classificar e organizar os dados, 
transformando-os em informações úteis para aqueles que fazem uso dessas infor-
mações, ou seja, os usuários. Estes, analisando essas informações, podem tomar 
decisões que visam as melhores alternativas de negócio para o empreendimento.
Conceito, Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
Imagine se você é o responsável por um empreendimento, seja ele relacio-
nado ao agronegócio ou não, e não possui informações para decidir:
a. Qual produto é o mais rentável.
b. Qual o valor necessário para produzir determinada cultura/produto, ou 
seja, os gastos e os controles envolvidos.
c. Qual é o fluxo financeiro desde à produção até a venda de determinado 
produto.
d. Qual o resultado, ou seja, lucro ou prejuízo de um ciclo de cultivo ou de 
determinada safra.
e. Qual é o ponto de equilíbrio para a propriedade ou para a safra ou ati-
vidade desenvolvida.
f. Quando produzir, levando em consideração os recursos físicos e finan-
ceiros disponíveis ou ao alcance do empreendedor.
g. O empreendimento ou propriedade possui patrimônio líquido positivo 
e crescente.
É nesse sentido que a contabilidade, por meio da coleta de dados econômicos, 
financeiros e patrimoniais, efetua o processamento e geração de informações 
por meio de relatórios, proporcionando, aos usuários, subsídios para que eles 
possam tomar decisões inteligentes, visando as melhores alternativas de negó-
cio para o empreendimento. 
Entre tais elementos, percebemos que a contabilidade é uma ciência de 
natureza econômica, que tem por objetivo produzir informação para possibili-
tar o conhecimento do passado, do presente e do futuro da realidade econômica 
em termos quantitativos e qualitativos de todos os seus níveis organizacionais, 
mediante à utilização de um método especifico apoiado em bases suficiente-
mente testadas, com o fim de adoção das decisões financeiras externas e as de 
planejamento e controles internos.
De acordo com Miranda (2002, p. 19):
Aspecto Qualitativo ou Específico: estuda a terminologia típica de 
cada um dos elementos que compõem o patrimônio, tais como: bens 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
numerários (caixa e bancos), bens de venda (mercadorias, produtos 
acabados e matéria-prima), bens de renda (veículos para alugar e Imó-
veis para alugar) e bens de uso (máquinas e equipamentos, materiais 
uteis e ferramentas). Aspecto Quantitativo: os componentes patrimo-
niais devem ser expressos em valores monetários.
A convergência entre os aspectos quantitativo e qualitativo do registro patrimo-
nial acaba gerando o que se chama em contabilidade de conta contábil.
De acordo com Montoto (2012, p.46):
Uma conta em Contabilidade é um registro documentado com nome 
(TÍTULO) que reúne os fatos contábeis de mesma natureza ou qualida-
de. Pode ser aberta na Contabilidade de uma entidade uma infinidade 
de contas. O número de contas que uma entidade utiliza em sua con-
tabilidade deve estar descrito no chamado plano de contas da empresa, 
que irá descrever em cada entidade (empresa) o que deve ser registrado 
em cada conta.
Vejamos alguns exemplos de contas contábeis:
Quadro 1 - Aspecto qualitativo e quantitativo da conta contábil
ASPECTO QUALITATIVO ASPECTO QUANTITATIVO 
(MONTANTE EM 
DETERMINADA DATA)NOME DA CONTA O QUE DEVE REGISTAR
Banco conta corrente
Valores que estão dispo-
níveis em conta corrente 
bancária.
R$ 20.000,00
Mercadorias para 
revenda
O valor correspondente ao 
valor das mercadorias adqui-
ridas para serem vendidas.
R$ 50.000,00
Fornecedores
Montante devidos aos forne-
cedores em face de compras 
a prazo.
R$ 40.000,00
Duplicatas a receber
Valor a receber geralmente 
provenientes de vendas a 
prazo.
R$ 30.000,00
Fonte: o autor.
A contabilidade preocupa-se com todos os acontecimentos que possam influen-
ciar o equilíbrio patrimonial e, por isso, os identifica, seleciona, analisa e promove 
medidas, processos, avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada de 
Conceito, Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
decisão. A contabilidade desempenha um papel essencial na condução da ges-
tão das entidades, no exame da sua eficácia e de seus resultados.
Diante do exposto, pode-se afirmar que os objetivos da contabilidade são:
a. Proceder ao registro da estrutura societária da organização, bem como 
alterações futuras.
b. Registrar, analisar e controlar o patrimônio das entidades. 
c. Gerar informações para tomada de decisão da administração.
d. Gerar informações para terceiros com vínculo de interesse para com o 
empreendimento (acionistas, investidores, bancos, dono do negócio, for-
necedores, governo etc.).
No entanto, para que as informações contábeis possam ser utilizáveis como base 
para a tomada de decisões, algumas observações são necessárias. A estrutura con-
ceitual contábil no Brasil, implementada por meio da Resolução CFC nº 1.374/11, 
afirma “o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer 
informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informa-
ção”. Isso significa que a segregação entre o patrimônio, finanças e economia dos 
proprietários do empreendimento não podem, em momento algum, misturar-
-se com os do próprio empreendimento. Na recente extinção da resolução CFC 
750/93, isso era chamado de princípio da entidade contábil. No entanto, a extin-
ção dessa resolução não significa que a prática de manter totalmente separado o 
patrimônio dos sócios com os da entidade pode ser ignorada.
Se você perceber, já utilizamos a palavra “entidade” cinco vezes até este 
momento. Logo, acredito ser melhor explicar o que significa para que não haja 
alguma confusão. Como foi dito anteriormente, a contabilidade tem como obje-
tivo gerar informações por meio do patrimônio das entidades e disponibilizar 
essas informações aos usuários. Entidade pode ser uma pessoa física, produ-
tor rural, pecuarista etc., bem como organizações com ou sem fins lucrativos, 
chamadas de pessoas jurídicas. Elas se tornam entidades contábeis quando uti-
lizam recursos econômicos, financeiros e patrimoniais de forma a se tornar algo 
administrável para atingir seus objetivos. Nesse contexto, as entidades possuem 
algumas classificações, conforme a seguir:
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
a. Sociais: são aquelas entidades cujo fim é apenas social, ou seja, não visam 
lucros. Podemos citar como exemplos sociais as associações beneficentes, 
esportivas, culturais, recreativas etc. 
b. Econômico-sociais: são aquelas entidades que, além de terem finalidades 
sociais, visam a um aumento delas mesmas, com o objetivo de prestar 
serviços, pecúlios, benefícios etc. às pessoas que contribuíram para sua 
formação. Podemos citar, como exemplo desse tipo de azienda, os insti-
tutos de pensão, aposentadoria,pecúlio e previdência. 
c. Econômicas: são aquelas entidades constituídas com a finalidade de obter 
lucros que seriam revertidos em seu próprio benefício e no das pessoas 
que contribuíram para sua formação. Nesse tipo de azienda, podemos 
classificar todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de ser-
viços, além de outras que tenham lucro como finalidade. No Brasil, essas 
entidades econômicas são denominadas sociedades empresariais, empre-
sas, fundos de comércio e estabelecimento.
As entidades contábeis, quanto aos seus proprietários, classificam-se: 
a. Públicas: são as que pertencem à comunidade, mas que podem estar sob a 
administração do poder público ou privado. Podemos citar, por exemplo, 
as fundações, os sindicatos, as fundações com fins educacionais, intelec-
tuais, esportivos e o próprio Estado. 
b. Particulares: são as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa 
ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o 
próprio patrimônio de uma família. 
USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Anteriormente, foi informado que as informações contábeis são destinadas aos 
usuários para tomada de decisões.
Segundo Silva (2002, p. 3), os usuários 
compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indi-
retamente, tenham interesse na avaliação da situação e do desenvol-
Conceito, Objeto, Objetivo e Usuários da Contabilidade
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
vimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios 
acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos, etc.
No entanto, verifica-se que pode existir uma variedade de usuários com necessi-
dades de informações específicas. Nessa variedade, existem dois grupos distintos: 
internos e externos. Segundo Miranda (2002), usuários internos são todas as 
pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com o empreendimento e que têm 
facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
 ■ Gerentes: para a tomada de decisões.
 ■ Funcionários: com interesse em pleitear melhorias.
 ■ Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais.
O usuário interno principal da informação contábil é a alta administração que, 
pela proximidade com a Contabilidade, pode solicitar a elaboração de relatórios 
e demonstrativos de acordo com suas necessidades específicas, auxiliando-os 
na gestão do negócio. Os relatórios específicos podem, além de abranger quais-
quer áreas de informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, 
contas a receber, aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período 
e os gastos gerais de funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos 
períodos de tempo (semana, quinzena, mês etc.), de acordo com as necessida-
des administrativas.
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspec-
tos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.
Para Miranda (2002), usuários externos são todas as pessoas ou grupos de 
pessoas sem facilidade de acesso direto às informações, mas que as recebem de 
publicações das demonstrações pela entidade, tais como:
 ■ Bancos: interessados nas demonstrações financeiras, a fim de analisar a 
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capi-
tal emprestado.
 ■ Concorrentes: interessados em conhecer a situação do empreendimento 
para poder atuar no mercado.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
 ■ Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despe-
sas para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua 
parcela de tributação.
 ■ Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder 
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir 
a garantia de recebimento futuro.
 ■ Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de 
que seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.
Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as ne-
cessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos 
eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões 
econômicas, tais como:
a. Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimo-
niais.
b. Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que 
lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e 
de sua prestação de contas.
c. Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e propor-
cionar-lhes outros benefícios.
d. Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros 
emprestados à entidade.
e. Determinar políticas tributárias.
f. Determinar a distribuição de lucros e dividendos.
g. Elaborar e usar estatísticas da renda nacional.
h. Regulamentar as atividades das entidades.
Fonte: adaptado de CFC (2011 - Resolução CFC nº. 1.374).
Características Qualitativas da Informação Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO 
CONTÁBIL
As características qualitativas da informação contábil-financeira, discutidas nesta 
unidade, identificam os tipos de informação que são reputadas como as mais 
úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores. 
Os relatórios contábil-financeiros fornecem informação sobre os recursos 
econômicos da entidade. Alguns relatórios contábil-financeiros também incluem 
material explicativo sobre as expectativas da administração, sobre as estratégias 
da entidade e outros tipos de informação sobre o futuro. A Figura 1 apresenta 
um resumo das características qualitativas da informação contábil.
Características
qualitativas
fundamentais
• Relevância
• Representação 
 �dedigna
Características
qualitativas
de melhorias
• Comparabilidade
• Veri�cabilidade
• Tempestividade
• Compreensibilidade
Figura 1 - Características da informação contábil
Fonte: o autor.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
As características qualitativas da informação contábil-financeira útil devem ser 
aplicadas à informação fornecida pelas demonstrações contábeis. Para que a 
informação seja útil, precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que 
se propõe a representar. A utilidade da informação é melhorada se ela for com-
parável, verificável, tempestiva e compreensível. 
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS 
As características qualitativas fundamentais são relevância e representação 
fidedigna.
De acordo com a Resolução CFC nº 1.374/11, a 
informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer dife-
rença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informa-
ção pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso 
de alguns usuários decidirem não a levar em consideração, ou já tiver 
tomado ciência de sua existência por outras fontes.
Pode-se dizer que a informação é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver 
valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. 
A informação terá valor preditivo se puder ser utilizada como dado de 
entrada para predizer futuros resultados. A informação tem valor confirmató-
rio se retro-alimentar, confirmá-las ou alterá-las. 
Por exemplo, a informação sobre valor de vendas de um período pode ser 
utilizada como base para predizer vendas futuras, também pode ser comparada 
com predições de vendas passadas. Os resultados dessas comparações podem 
auxiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos que foram utili-
zados para fazer tais predições. 
Materialidade
A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida puder 
influenciardecisões que os usuários tomam, tendo por base a informação con-
tábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação. 
Características Qualitativas da Informação Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
Em outras palavras, a materialidade é um aspecto de relevância da entidade 
baseado na natureza ou na magnitude. Consequentemente, não se pode espe-
cificar um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o 
que seria julgado material para uma situação particular. Por exemplo, os valores 
dos estoques existente, separados por cada uma das classes, conforme a classi-
ficação apropriada ao negócio. 
Representação fidedigna 
De acordo com a Resolução CFC nº. 1.374/11, “para ser útil, a informação não 
tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem que representar com 
fidedignidade o fenômeno que se propõe representar”. 
Para ser representação fidedigna, a realidade retratada precisa ser: completa, 
neutra e livre de erro. O retrato da realidade econômica completo deve incluir 
toda a informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno, sendo 
retratado, incluindo todas as descrições e explicações necessárias. 
Por exemplo: um retrato completo de um grupo de ativos incluiria, no 
mínimo, a descrição da natureza dos ativos que compõem o grupo, o retrato 
numérico de todos os ativos que compõem o grupo e a descrição acerca do que 
o retrato numérico representa (por exemplo, custo histórico original, custo his-
tórico ajustado ou valor justo). 
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA 
Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade são 
características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é rele-
vante e que é representada com fidedignidade. 
Comparabilidade
De acordo com a Resolução CFC nº 1.374/11,
comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuá-
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
rios identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças 
entre eles. Diferentemente de outras características qualitativas, a com-
parabilidade não está relacionada com um único item. A comparação 
requer no mínimo dois itens. 
As decisões de usuários podem implicar em escolhas de alternativas, como ven-
der ou manter um investimento ou investir em uma entidade ou noutra. Assim, 
a informação acerca da entidade será mais útil, caso possa ser comparada com 
outras entidades, e com informação da mesma entidade em diferentes períodos. 
Verificabilidade
Para a Resolução CFC nº 1.374/11, “a verificabilidade ajuda a assegurar aos usu-
ários que a informação representa fidedignamente o fenômeno econômico que 
se propõe representar”. 
A verificabilidade significa que diferentes observadores podem chegar a 
um consenso, embora não cheguem, necessariamente, a um completo acordo 
quanto ao retrato de uma realidade econômica em particular ser uma represen-
tação fidedigna. Por exemplo: a verificação do valor contábil dos estoques por 
meio da checagem dos dados de entrada (quantidades e custos) e por meio do 
recálculo de saldo final dos estoques, utilizando a mesma premissa adotada no 
fluxo do custo (por exemplo, utilizando o método PEPS). 
Tempestividade 
Na Resolução CFC nº 1.374/11, “tempestividade significa ter informação disponí-
vel para tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões”.
Compreensibilidade 
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a 
compreensível. Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem 
ser facilmente compreendidos, mas a exclusão de tais informações pode tornar a 
informação mais facilmente compreendida, contudo, referidos relatórios seriam 
considerados incompletos e talvez distorcidos.
Características Qualitativas da Informação Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhe-
cimento razoável de atividades econômicas e que analisem a informação. Por 
vezes, mesmo os usuários bem informados podem sentir a necessidade de procu-
rar ajuda de um consultor para compreensão da informação sobre um fenômeno 
econômico complexo (Resolução CFC nº 1.374/11).
 Uma vez compreendido os termos e conceitos inerentes à contabilidade, você 
está preparado para dar início à compreensão da sistematização da contabilidade.
PATRIMÔNIO CONTÁBIL: BENS, DIREITOS, OBRIGA-
ÇÕES E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Como foi observado anteriormente, a atuação da contabilidade se dá por meio 
do patrimônio das entidades. Em relação à entidade, isso já foi esclarecido ante-
riormente. Nesse momento, vamos entender o que vem a ser o patrimônio no 
contexto da contabilidade. De forma mais ampla e primária, pode-se dizer que o 
patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade contábil.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
Essa definição acaba por nos levar à 
necessidade do entendimento do que 
vem a ser bens, direitos e obrigações 
de uma entidade contábil. Nesse sen-
tido, vamos atuar nesse entendimento.
BENS
De forma geral, os bens são todas as 
Bens
Obrigações
Direitos
Patrimônio
Figura 2 - Patrimônio contábil
Fonte: o autor.
Figura 3 - Bens contábeis
Fonte: Montoto (2012).
coisas mensuráveis economicamente que podem satisfazer as necessidades humanas. 
Por meio da figura a seguir, pode-se verificar o entendimento de bens sob três óticas:
Bens
Sob a ótica
do direito
Sob a ótica da
economia
Sob a ótica da
contabilidade
É tudo que pode ser 
objeto de direito 
para ser utilizado e 
apropriado
É tudo que pode 
satisfazer a necessi-
dade humana
 São itens tangíveis e 
intangíveis quanti-
�cáveis em dinheiro e 
que integrarão o 
patrimônio da 
entidade para uso 
imediato
Os bens podem ser tanto tangíveis como intangíveis. Os bens tangíveis possuem 
existência física; existem como coisa ou objeto. Segundo Montoto (2012, p. 48), 
os bens tangíveis “são aqueles que podemos ver ou tocar, isto é, são corpóreos, 
possuem corpo”. Como exemplo, podemos citar: dinheiro em espécie, mercado-
rias em estoque, produtos, materiais de consumo, imóveis, veículos, máquinas, 
Características Qualitativas da Informação Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
instalações, equipamentos, móveis e utensílios, ferramentas, combustíveis e lubri-
ficantes, material de escritório, material de limpeza etc.
Os bens também podem ser intangíveis, ou seja, não possuem existência física, 
porém, representam uma aplicação de recursos imprescindível aos objetivos da enti-
dade, e cujo valor reside em direitos de propriedade que são legalmente conferidos 
aos seus possuidores, como marcas e patentes, fórmulas ou processos de fabricação, 
direitos autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial, fundo de comércio, 
benfeitorias em prédios de terceiros, pesquisa e desenvolvimento de produtos, custo 
de projetos técnicos, despesas pré-operacionais, pré-industriais, de organização, 
reorganização, reestruturação ou remodelação de empresas etc. (FERRARI, 2001).
DIREITOS
Valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores de proprie-
dade da empresa que se encontra em posse de terceiros. De acordo com Marion 
(2009, p. 34): “em Contabilidade entende-se por Direito ou Direito a Receber o 
poder de exigir alguma coisa. São valores a receber, títulos a receber, contas a rece-
ber etc.”. Por exemplos: notas promissórias a receber,dinheiro depositado no Banco, 
aplicações financeiras, adiantamento a funcionários, empréstimos a sócios etc.
OBRIGAÇÕES
Obrigações contábeis são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natu-
reza assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em 
posse da entidade. Segundo Marion (2009 p. 35) as obrigações “são dívidas com 
outras pessoas. Em Contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações exi-
gíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na data 
do vencimento”. Por exemplo: financiamentos, empréstimos bancários, salários 
a pagar, impostos a pagar etc.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Como pode ser observado anteriormente, o patrimônio é o conjunto dos bens, 
direitos e obrigações. E como o usuário saberia o montante resultante daquilo 
que a entidade possui, mais aquilo que ela tem para receber e deduzir do que 
ela tem para pagar? Seria bens + direitos - obrigações. O resultado, então, vai se 
chamar patrimônio líquido, ou seja, a empresa reúne o que ela possui e o que 
tem para receber e deduz suas dívidas. 
Como o próprio nome sugere, patrimônio líquido significa a fatia de recur-
sos que é da própria entidade, pois se somar o que ela possui (bens), mais o 
montante do que tem para receber (direitos) e efetuar a quitação do que ela deve 
(obrigações), o que resta é o líquido (patrimônio líquido). Um exemplo utili-
zando informações qualitativas e quantitativas do patrimônio líquido pode ser 
observado por meio da Tabela 1.
Tabela 1 - Formação do patrimônio líquido
BENS
Estoques
Veículos
Insumos
R$ 5.000,00
R$ 2.000,00
R$ 3.000,00
R$ 10.000,00
+
DIREITOS
Duplicatas a Receber
Aplicação Financeira
Banco Conta Corrente
R$ 1.000,00
R$ 9.000,00
R$ 5.000,00 
R$ 15.000,00
-
OBRIGAÇÕES
Impostos a pagar
Financiamentos
Fornecedores
R$ 8.000,00
R$ 7.000,00
R$ 3.000,00
R$ 18.000,00
=
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO R$ 7.000,00
Fonte: o autor.
Características Qualitativas da Informação Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
Contudo, como se inicia o processo de classificação dos elementos do patrimônio? 
De onde vem os recursos da entidade, ou seja, a origem dos recursos? Como esse 
patrimônio pode ser estruturado em forma de relatório, ao ponto de chamarmos 
de balanço patrimonial? A resposta para essas perguntas e outros aspectos inte-
ressantes sobre o patrimônio contábil nós vamos estudar no próximo capítulo.
Seria possível a contabilidade atingir o seu objetivo se fosse apresentada 
exclusivamente por meio de números?
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ESSENCIAIS DE CONTABILIDADE
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da unidade! Nesse momento, você já pode perceber que a con-
tabilidade é de extrema importância para a boa gestão e, até mesmo, sobrevivência 
de empreendimentos. A sua importância se resume no poder de gerar informações 
para a tomada de decisões. Ela deve ser percebida como um sistema de informa-
ções que registra dados e fatos a respeito do patrimônio da entidade, os processa 
e disponibiliza em forma de relatórios para os usuários tomarem decisões. 
Exploramos o que vem a ser o aspecto qualitativo e quantitativo da contabi-
lidade e demonstramos como isso é representado por meio das contas contábeis. 
Você pode identificar, também, que o conceito de entidade contábil é mais abran-
gente do que empresa ou organização. 
Entidade contábil é praticamente toda pessoa física (produtor rural, autô-
nomo etc.) ou pessoas jurídicas com ou sem fins lucrativos, públicas, privadas 
ou mistas que possuem uma atividade econômica e um patrimônio para ser 
administrado. Você pode perceber que, as vezes, utilizamos a palavra empreen-
dimento em vez de entidade, no entanto, possuem o mesmo sentido. 
Falando em patrimônio, trabalhamos o conceito de patrimônio contábil, 
em que, diferentemente do senso comum, onde acreditamos que patrimônio é 
o que possuímos, contabilmente o patrimônio além dos bens, inclui os direitos 
a receber e as obrigações que precisam ser quitadas. Outro aspecto que chama a 
atenção é em relação aos aspectos qualitativos das informações contábeis. 
Podemos verificar que a informação contábil precisa ter alguns atributos para 
que ela possa ser aceita como base para a tomada de decisões. Inclusive, considero 
que esses atributos não são privilégio apenas das informações contábeis, mas de 
todas as informações que são geradas para tomada de decisão dos empreendimen-
tos. No próximo capítulo, vamos, ainda, continuar trabalhando com o patrimônio 
contábil, porém avançando mais até que ele se torne o que chamamos estruturado 
e possa ser visualizado na forma como que atualmente podemos encontrar os rela-
tórios publicados em jornais, principalmente do segmento econômico.
33 
1. O patrimônio contábil é composto por bens, direitos e obrigações mensuráveis 
financeiramente. Nesse sentido, entre os elementos apresentados a seguir, 
avalie aqueles que são considerados como patrimônio contábil.
I. Veículos.
II. Estoques.
III. Clima organizacional.
IV. Fornecedores.
É correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas
c) III e IV, apenas
d) I, II e IV, apenas
e) I, II, III e IV.
2. Em relação às questões relacionadas às características qualitativas fundamen-
tais das informações contábeis, assinale o elemento que apresenta o argumen-
to em que a informação precisa ser completa, neutra e livre de erro.
a) Tempestividade.
b) Produtividade.
c) Compreensibilidade.
d) Viés representativo.
e) Representação fidedigna.
3. Com base no estudo do patrimônio contábil e, consequentemente, no concei-
to de bens, direitos e obrigações, analise as contas contábeis a seguir e assinale 
a alternativa que corresponde à adequada classificação delas. 
I. Prédios.
II. Contas a pagar.
III. Impostos a pagar.
IV. Dinheiro em Caixa.
V. Bancos conta corrente.
Sendo (B) bens, (D) direito e (O) obrigações.
a) B, O, O, B e D.
34 
b) B, B, O, B e D.
c) B, O, D, B e D.
d) B, O, O, O e D.
e) B, O, O, B e B.
4. O empreendimento Belo Verde Hotifrutis Ltda apresentou, ao fim do último mês, en-
tre dezenas de contas contábeis, as seguintes contas com seus respectivos valores:
Conta Valor R$
Caixa (dinheiro) R$ 10.000,00
Fornecedores R$ 32.000,00 
Estoque de insumos R$ 52.000,00
Impostos a pagar R$ 13.000,00
Instalações R$ 75.000,00
Com base nos dados apresentados, analise as afirmativas a seguir.
I. O monte dos bens é de R$ 137.000,00.
II. O monte das obrigações é de R$ 32.000,00.
III. O montante dos direitos é de R$ 13.000,00.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
5. Com base nos dados do empreendimento Belo Verde Hotifrutis Ltda, apresenta-
do anteriormente, assinale a alternativa que corresponde ao valor do patrimônio 
líquido dessa entidade.
a) R$ 62.000,00.
b) R$ 92.000,00.
c) R$ 75.000,00.
d) R$ 145.000,00.
e) R$ 10.000,00.
35 
Quando se fala em agronegócio, uma coisa deve ficar clara: o termo diz respeito a todas 
as operações que ocorrem nas atividades agrícolas e pecuárias, desde a produção até a 
comercialização. Nesse sentido, o profissional do agronegócio deve ter conhecimento 
de todos os aspectos da produção que ocorre nos empreendimentos, bem como dos 
dados e informações sobre a eficiência das atividades desenvolvidas. Dessa forma, ele 
poderá prestar informações ao dono do negócio sobre quais as melhores alternativas 
para o desenvolvimento das atividades.
Quando se fala em eficiência, é preciso deixar claro que os melhores métodos de pro-
dução que levam a recordes de produtividade não são suficientes. Será que a produçãotem preço de mercado? O produto gera margem de contribuição suficiente para ser 
rentável? Quais os custos envolvidos? A atual composição patrimonial e de fluxo de cai-
xa permitem que certa atividade ou método de produção possa ser desenvolvido sem 
que existam necessidades de obter empréstimos? Será que os juros envolvidos na con-
tratação dos empréstimos vão, de fato, alavancar a atividade ou não serão cobertos pela 
lucratividade projetada? Para o profissional do agronegócio, ter conhecimento sobre o 
solo, clima, condições favoráveis ou desfavoráveis ao desenvolvimento de certa ativida-
de não é suficiente. É preciso ter conhecimento sobre negócio.
Nesse sentido, não é uma situação estranha de se deparar, donos de propriedades agrí-
colas ou pecuárias com superprodução e registro de prejuízo. Contudo, o que faltou nes-
tes em situações como essa? Faltou um profissional do agronegócio que tivesse conhe-
cimento sobre “negócio”; que soubesse identificar, primeiramente, a exploração de uma 
atividade que fosse viável; soubesse mensurar riscos, elaborar um orçamento, prever 
oscilações de mercado, estrutura de custos, margem de contribuição, identificar o ponto 
de equilíbrio e fazer projeções sobre quais os resultados ao final do ciclo de produção. 
Existem diversos artigos publicados que afirmam que os empreendedores do agrone-
gócios não efetuam a contabilidade de suas atividades adequadamente e, por isso, dei-
xam de maximizar as possibilidades de lucro ou, ainda, deixam de desenvolver algum 
tipo de atividade que não gera lucratividade. Mas será que não é por que estão ausentes 
de profissionais que fazem isso a esses empreendedores? Acredito que as atividades re-
lacionadas ao agronegócio deveriam se preocupar mais com as informações contábeis. 
Não em detrimento de conhecimento sobre técnicas e métodos de produção. Mais de 
um, não significa menos do outro.
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Contabilidade Básica - 2015
José Carlos Marion 
Editora: Atlas
Sinopse: esse livro foi desenvolvido com base em autores da moderna 
escola de Contabilidade, apresenta a mecânica de escrituração dos 
lançamentos contábeis a partir de uma visão conjunta dos relatórios 
Contábeis, com especial ênfase no Balanço Final e na demonstração 
de resultado do Exercício. A matéria é apresentada numa sequência 
de exploração gradativa do assunto para despertar o interesse do 
estudante na aprendizagem da disciplina. Procurou-se, também, dar um embasamento legal e 
tributário, possibilitando ao leitor situar-se na realidade em que a empresa atua.
Contabilidade Introdutória - 2012
Aderbal Muller
Editora: Pearson
Sinopse: baseados na premissa de que o ensino atual exige um processo 
flexível de construção do saber, os livros que compõem a Bibliografia 
Universitária Pearson são concisos sem serem rasos e simples sem serem 
simplistas. Para tanto, eles apresentam os principais conceitos dos temas 
propostos em uma estrutura didática única, com linguagem dialógica, 
diagramação diferenciada, hipertextos, entre outros elementos. Em 
Contabilidade introdutória, isso não é diferente. Nele, tópicos como conceitos e classificação de 
patrimônio, Ativo Permanente e patrimônio líquido – que, dependendo da abordagem, podem 
parecer complicados – são apresentados de um ponto de vista inusitado que, ao mostrar como as 
coisas funcionam na prática, possibilita ao leitor um processo intensivo (e real) de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
37
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 750/93. Dispõe sobre os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade. Brasília, 1993.
CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº. 1.374/11. Dá nova re-
dação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil Financeiro. Brasília, 2011.
FERRARI, E. L. Contabilidade Geral: teoria e 950 questões. Rio de Janeiro: Impetus, 
2001.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MIRANDA, D. Contabilidade Básica. IESAM – INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES 
DA AMAZÔNIA, 2002.
MONTOTO, E. Contabilidade geral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2012.
SILVA, E. J. Manual Básico - Contabilidade Geral: para administradores secretários e 
executivos. Faculdade Campo Real. Guarapuava, 2002.
GABARITO
1. D.
2. E.
3. A.
4. A.
5. B.
U
N
ID
A
D
E II
Professor Me. Silvio César Castro
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, 
BALANÇO PATRIMONIAL E 
DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender como o patrimônio contábil é estruturado.
 ■ Conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial.
 ■ Averiguar as principais contas, grupos e subgrupos do Balanço 
Patrimonial.
 ■ Entender como é formado o Resultado por meio do Demonstrativo 
do Resultado do Exercício.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Estruturação do Patrimônio Contábil
 ■ O Balanço Patrimonial
 ■ Grupo e subgrupo de contas do Balanço Patrimonial
 ■ Demonstrativo do Resultado do Exercício
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
41
INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) acadêmico(a). Vamos dar continuidade ao estudo da Contabilidade, 
essa maravilhosa ferramenta de geração de informações imprescindíveis para que 
se tenha sucesso nos negócios. Na Unidade I, você teve contato com os conceitos 
da Contabilidade, suas possibilidades de informações e o que vem ser o patri-
mônio contábil. O objetivo desta Unidade II é apresentar como o patrimônio é 
estruturado de forma a ser chamado de relatório contábil. Em relação a relató-
rios contábeis, vamos explicar a estrutura de dois deles, o Balanço Patrimonial 
e o Demonstrativo do Resultado do Exercício. 
Depois de estudar este capítulo, você terá o entendimento de praticamente 
qualquer Balanço Patrimonial e Demonstrativo do Resultado do Exercício que 
tiver acesso. Em relação ao Balanço Patrimonial, você entenderá como o ativo 
e o passivo coexistem, de onde vem os recursos e como são aplicados. Qual o 
segredo para o equilíbrio patrimonial e como uma conta contábil se apresenta 
quantitativa e qualitativamente. Vai entender o significado de curto e longo 
prazo na contabilidade, bem como itens que não podem ser classificados em 
relação aos prazos. 
Na apresentação das principais grupos, subgrupos e contas do Balanço 
Patrimonial, será possível perceber como os recursos organizacionais são dispos-
tos e evidenciados de forma organizada e coerente. Um dos pontos de atenção, 
apresentados com mais detalhes, é em relação aos itens que são alcançados pela 
depreciação, amortização e exaustão. Nesse ponto, esses assuntos serão bem elu-
cidados com apresentação de exemplos para uma melhor compreensão.
Em relação a outro relatório contábil, o Demonstrativo do Resultado do 
Exercício, será apresentado sua importância para a gestão, bem como o resul-
tado (lucro ou prejuízo) são calculados. Além da estrutura, serão apresentados os 
principais itens que fazem parte desse relatório, bem como a importância em se 
utilizar o regime de competência para sua elaboração. Nesse sentido, será apre-
sentado argumentos e comprovações numéricas por meio de exemplos que dão 
sustentação ao uso do regime de competência como sendo um fator primordial 
na apuração do resultado da entidade. Diante do exposto, vamos aos estudos.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E42
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO CONTÁBIL
Prezado(a) aluno(a), você observou, na Unidade I, que o patrimônio é formado 
pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. No entanto, ao estruturar o relató-
rio que apresenta as informações patrimoniais da entidade, ele não destaca quais 
contas contábeis são bens, direitos e obrigações. O relatório que apresenta o patri-
mônio da entidade é chamadode balanço patrimonial. Nesse sentido, precisamos, 
nesse momento, nos adaptar mentalmente a utilizar uma outra nomenclatura. 
Essa alteração vai simplificar a apresentação patrimonial das entidades. Vamos 
chamar os bens e os direitos de ativo, e as obrigações, de passivo. Dessa forma, 
Estruturação do Patrimônio Contábil
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
43
Quadro 1 - Estruturação do Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Lado Esquerdo – Bens e Direitos Lado Direito – Obrigações e o Patrimônio Líquido
Fonte: o autor.
Pode, ainda, ser visualizado por meio de um diagrama, representando, inclusive, 
a equação patrimonial, conforme segue:
Patrimônio
Ativo
Passivo e
Patrimônio
Líquido
Bens Direitos Obrigações
Patrimônio
Líquido
Figura 1 - Estratificação do patrimônio contábil 
Fonte: o autor.
o relatório do patrimônio, o qual vamos passar a chamar de balanço patrimo-
nial, terá duas colunas. A coluna da direita será representada pelo passivo, junto 
com o patrimônio líquido, e do lado esquerdo teremos o ativo. Essa estrutura, 
ainda de forma primária, pode ser observada a no quadro a seguir.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E44
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é nada mais que o relatório demonstrando o patrimônio 
da entidade, ou seja, ele apresenta os bens, os direitos e as obrigações. Segundo 
Marion (2015, p. 23), o Balanço Patrimonial:
É a principal demonstração contábil. Reflete a posição financeira em 
determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período 
prefixado. É como se tirássemos uma foto da empresa e víssemos de 
uma só vez todos os bens, valores a receber e valores a pagar em deter-
minada data.
Como já informamos anteriormente, os bens e os direitos são representados pelo 
ativo, e as obrigações pelo passivo. A diferença entre os bens, os direitos e as 
obrigações é chamado patrimônio líquido. 
Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
45
Quadro 2 – Estrutura do Balanço Patrimonial
AGROPECUÁRIA TEXA RIOS – BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/20XX
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Bens e direitos
Obrigações
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
= Bens e direitos - obrigações
TOTAL TOTAL
Fonte: o autor.
O ativo é considerado a parte positiva da entidade, é onde estão os recursos 
aplicados na entidade, para que ela desenvolva suas atividades organizacionais 
e gere riquezas em forma de lucro. O passivo é considerado a parte negativa da 
entidade, as origens de recursos ou, simplesmente, financiadores da entidade. 
O patrimônio líquido está do lado direito por uma questão de convenção e para 
dar equilíbrio ao Balanço Patrimonial, afinal, a parte positiva (-) a parte nega-
tiva (=) a parte líquida da entidade.
Você, talvez, já tenha ouvido falar que o passivo é sempre igual ao passivo, 
mas independemente se ouviu ou não, isso é uma verdade. Vamos utilizar alguns 
exemplos com números para comprovar isso.
Exemplo 1: 
Data: 31/12/20XX
Bens: R$ 20.000,00
Direitos: R$ 30.000,00
Obrigações: R$ 40.000,00
Patrimônio Líquido: Bens + direitos – Obrigações. 
Logo: R$ 20.000,00 + R$ 30.000,00 – R$ 40.000,00 = R$ 10.000,00.
Vamos observar como ficaria no Balanço Patrimonial:
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E46
Quadro 3 - Estrutura do Balanço Patrimonial: exemplo 1
EXEMPLO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/20XX
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 50.000,00
R$ 40.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 10.000,00
TOTAL R$ 50.000,00 TOTAL R$ 50.000,00
Fonte: o autor.
Claro, nesse momento, você já deve ter percebido que o montante do patrimô-
nio líquido é obtido pela dedução da parte negativa (passivo), da parte positiva 
(ativo). Logo, o total do ativo e do passivo sempre terão o mesmo valor. Isto é, 
podemos dizer que o patrimônio líquido é igual ao ativo (-) o passivo.
Vamos apresentar, novamente, a aplicação do conceito, agora em um outro 
exemplo, porém, desta vez, diretamente no Balanço Patrimonial.
Quadro 4 - Estrutura do Balanço Patrimonial: exemplo 2
EXEMPLO 2 – BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/20XX
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
R$ 100.000,00
R$ 80.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo – passivo =
R$ 100.000,00 – R$ 80.000,00 =
R$ 20.000,00
TOTAL R$ 100.000,00 TOTAL R$ 100.000,00
Fonte: o autor.
Dessa forma, fica demonstrado na prática, de fato, que o ativo sempre será igual 
ao passivo, pois, sempre na aplicação da equação patrimonial, o total do ativo e 
do passivo se equalizará. 
Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
47
ORIGENS E APLICAÇÕES DOS RECURSOS
Antes de conhecermos mais o Balanço Patrimonial, existe uma necessidade 
importante por parte do aluno em saber sobre os recursos que estão ali apre-
sentados, de onde vieram, como eles se relacionam com o mercado, ou seja, o 
ambiente externo do empreendimento. O Balanço Patrimonial também é um 
relatório de origens e aplicação dos recursos da entidade.
Uma entidade não existe isoladamente da sociedade, ou seja, do macroam-
biente em que ela atua. Nesse ambiente, os empreendimentos trocam recursos e 
buscam gerar riquezes; mas como uma empresa nasce e como foi possível afir-
mar que o passivo é a fonte de recursos das entidades e o ativo passivo é onde 
esses recursos estão aplicados? É de forma bem didática que vamos esclarecer 
essas dúvidas nesse tópico. Para isso, vamos fazer uso de um exemplo que des-
creveremos a seguir:
Data: 01/05/20XX
Fato: Os Sócios A e B integralizaram, em sua recém agroindústria, o capi-
tal social (recursos dos sócios), da seguinte forma
R$ 10.000,00 em dinheiro, depositado no banco
R$ 50.000,00 por meio de máquinas e equipamentos
R$ 100.000,00 por meio de dois veículos
Veja como ficaria o Balanço Patrimonial depois desse fato:
Balanço Patrimonial em 01/05/20XX
ATIVO R$ R$PASSIVO e P.L.
Circulante
Banco conta corrente
Não Circulante
Máquinas e equipamentos
Veículos
TOTAL
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
TOTAL
10.000
50.000
100.000
160.000
160.000
160.000
APLICAÇÕES ORIGENS
Figura 2 - Balanço Patrimonial a constituição da entidade: Origens e aplicações 
Fonte: O autor
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E48
Vamos fazer algumas observações sobre o Balanço Patrimonial apresentado:
a. Quais os recursos que a entidade possui para gerar riquezas nesse 
momento? Isto é, onde os recursos estão aplicados?
R: Os recursos no total são de R$ 160.000,00, divididos em R$ 10.000,00 
disponível no banco, R$ 50.000,00 em máquinas e equipamentos e R$ 
100.000,00 em veículos.
b. Quem está financiando a empresa nesse momento, de onde vieram esses 
recursos?
R: Os recursos vieram/tiveram origem, 100% dos sócios, ou seja, o capi-
tal social.
As perguntas e as respostas dos itens “a” e “b” nos leva a uma observação 
interessante:
No passivo das entidades, não existe nenhum recurso. O passivo apre-
senta unicamente de onde vieram os recursos que a empresa está utilizando.
Vamos ampliar, dar continuidade nesse exemplo, registrando mais um fato 
contábil. Isto é, vamos utilizar o Balanço Patrimonial antoriormente apresen-
tado e acrescentar mais um fato contábil:
Data: 02/05/20XX 
Fato: compra de R$ 60.000,00 em mercadorias para revenda. O paga-
mento foi acertado para daqui 30 dias.
Veja como ficaria o BalançoPatrimonial depois desse fato:
Balanço Patrimonial em 01/05/20XX
ATIVO R$ R$PASSIVO e P.L.
Circulante
Banco conta corrente
Estoques - Merc. Revenda
Não Circulante
Máquinas e equipamentos
Veículos
TOTAL
Circulante
Fornecedores
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
TOTAL
10.000
60.000
50.000
100.000
220.000
60.000
160.000
220.000
APLICAÇÕES ORIGENS
Figura 3 - Balanço Patrimonial, compra a prazo de mercadorias: Origens e aplicações
Fonte: o autor.
Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
49
Da mesma forma que o primeiro Balanço Patrimonial deste tópico, vamos fazer 
algumas observações no Balanço Patrimonial apresentado:
a. Quais os recursos que a entidade possui para gerar riquezas nesse 
momento? Isto é, onde os recursos estão aplicados?
R: O recursos estão aplicados da seguinte forma: R$ 10.000,00 na conta cor-
rente da entidade, R$ 60.000,00 em estoque de mercadorias para revenda, 
R$ 50.000,00 em máquinas e equipamentos e R$ 100.000,00 em veículos.
b. Quem está financiando a empresa nesse momento, ou seja, de onde vie-
ram (origem) esses recursos?
R: Quem está mantendo os recursos da entidade são os fornecedores 
com R$ 60.000,00 e os recursos que os sócios colocaram na empresa no 
valor de R$ 160.000,00. 
c. O patrimônio da entidade teve alguma alteração?
R: Sim, passou de R$ 160.000,00 para R$ 220.000,00.
d. O patrimônio líquido teve alguma alteração?
R: Não, o patrimônio líquido permaneceu.
Para que você tenha uma visão mais abragente em relação às origens e aplicações 
de recursos da entidade e como o Balanço Patrimonial retrata isso de forma pre-
cisa, quantitativamente e qualitativamente, elaboramos a figura a seguir:
Macroambiente
Microambiente
Bancos
Estado
ATIVO
PASSIVO
Patrimônio
Líquido
Fornecedores
Sócios
Aplicação
dos recursos
Origens de
recursos
Figura 4 - Origens e aplicações de recursos, visão sistêmica
Fonte: o autor.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
Por meio dessa figura, pode-se observar que o macroambiente fornece os recur-
sos para a entidade, quer seja por meio dos donos dela (sócios) ou por meio de 
bancos, fornecedores, estado etc. 
PRAZOS NO BALANÇO PATRIMONIAL
Talvez você não tenha percebido, no tópico anterior, quando foi tratado origens 
e aplicação de recursos; durante apresentação dos dois Balanços Patrimoniais, a 
existência de uma divisão no relatório com os termos “circulante” e “não circu-
lante”. Nesse tópico, vamos tratar desse assunto, ou seja, apresentar o motivo dessa 
divisão entre os itens do ativo e do passivo. Essa divisão não se aplica ao patrimô-
nio líquido.
Como já foi afirmado anteriormente, o ativo possui bens e direitos, porém as 
contas não serão mais classificados dessa forma. Mas existirá uma classificação 
em relação ao grau de liquidez das contas. Isso significa que elas, de cima para 
baixo, terão uma ordem. No ativo, as contas com a maior possibilidade temporal 
de se transformar em recursos disponíveis (dinheiro ou conta corrente bancá-
ria) serão as primeiras a serem listadas. A partir de determinado ponto, usa-se 
um momento de corte e, então, é utilizado o termo circulante e não circulante.
De acordo com Marion (2015, p. 42):
As contas do Ativo são agrupadas de acordo com sua rapidez de con-
versão em dinheiro: de acordo com seu grau de liquidez (a capacidade 
de se transformar em dinheiro mais rapidamente). Em primeiro lugar, 
agrupam-se as contas que já são dinheiro (Caixa, Bancos etc.) com as 
que se converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a Receber, Esto-
ques etc.). A esse grupo de contas denominamos Ativo Circulante. É 
um grupo de elevado grau de liquidez.
Já no passivo, as obrigações que vencerem, ou seja, serão exigidas primeiro, serão 
as primeiras a serem listadas.
Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
51
Segundo Marion (2015, p. 42), em relação ao passivo:
Em primeiro lugar, agruparemos as contas que serão pagas mais ra-
pidamente (Salários a Pagar, Impostos etc.). Esse grupo é chamado 
Passivo Circulante. Em segundo lugar, as contas que serão pagas num 
prazo mais longo (Financiamentos etc.). Essas contas são chamadas de 
Exigível a Longo Prazo e fazem parte do grupo denominado de Não 
Circulante.
Você deve estar se perguntando, qual o momento mais exato em que as contas 
ficam no grupo do circulante e do não circulante? É bem simples, como vamos 
explicar no quadro a seguir, inciando pelo circulante.
Quadro 5 - Prazos no Balanço Patrimonial: Circulante 
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
São as contas que representam valores que já 
são recursos disponíveis para a entidade (cai-
xa, banco conta corrente, aplicações financei-
ras) ou, ainda, recursos que serão convertidos 
em valores disponíveis em até 12 meses 
(títulos ou duplicatas a receber, estoques 
para revenda, estoques de insumos etc.).
São as contas que representam 
valores que serão pagos/exigi-
dos/quitados em até 12 meses. 
Isso abrange todos os compro-
missos, independentemente de 
outra classificação qualitativa 
que a conta contábil apresente.
Fonte: o autor.
Agora, veremos quanto a conta contábil é classificada no não circulante. Vamos 
fazer isso de forma análoga à utilização do quadro anterior.
Quadro 6 - Prazos no Balanço Patrimonial: Não Circulante 
ATIVO PASSIVO
Não Circulante Não Circulante
São as contas que representam valores que 
serão convertidos em valores disponíveis 
após 12 meses (títulos ou duplicatas a receber, 
estoques para revenda, estoques de insumos 
etc.), ou dificilmente se transformarão em 
valores disponíveis, também podemos chamar 
de infraestrutura da empresa que são os itens 
do ativo imobilizado (prédios, edificações, 
veículos, instalações, equipamentos etc.).
São as contas que representam 
valores que serão pagos/exigi-
dos/quitados após 12 meses. 
Isso abrange todos os compro-
missos, independentemente de 
outra classificação qualitativa 
que a conta contábil apresente.
Fonte: o autor.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
Para resumir o tópico sobre prazos no Balanço Patrimonial, elaborei o quadro 
a seguir:
Quadro 7 - Prazos no Balanço Patrimonial: Resumo 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Circulante Circulante
Já é recurso disponível ou se tornará em 
12 meses Será pago em 12 meses
Não Circulante Não Circulante
Longo prazo
Se tornará recurso disponível após 12 
meses
Imobilizado
Bens tangíveis para uso da empresa
Intangível
Bens intangíveis para uso da empresa
Investimentos
Aquisição de ações e participações
Será pago depois de12 meses
Patrimônio Líquido
Representa os recursos dos sócios e 
reservas de lucros. Diferença entre o 
ativo e o passivo.
Fonte: o autor.
Grupo e Subgrupo de Contas do Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
53
GRUPO E SUBGRUPO DE CONTAS DO BALANÇO 
PATRIMONIAL
O objetivo deste tópico é apresentar, de forma qualitativa, quais os tipos de recur-
sos são agrupapos no Balanço Patrimonial. Ao verirficar o Quadro 7 do tópico 
anterior, o Balanço Patrimonial possui algumas divisões em relação a prazos e 
natureza das contas. O objetivo, agora, é realizar uma explanação a respeito das 
principais contas que compõe cada um desses grupos.
ATIVO
No ativo, estão representadas as contas em que se registram os bens e os direi-
tos do empreendimento.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida.A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
Ativo circulante 
a. Caixa: registra entradas e saídas de dinheiro em espécie. Face às facilida-
des tecnológicas atuais para transferir recursos por meio das instituições 
financeiras, trata-se de uma conta pouco utilizada. 
b. Bancos Conta Corrente: registra as entradas e saídas de numerários, 
cheques depósitos, todos os créditos e débitos relativos às operações do 
empreendimento. De forma geral, apresenta o montante disponível nas 
contas correntes mantidas nos bancos. No caso de utilização de contas 
garantidas ou cheques especiais, ou seja, a entidade não possui recursos na 
conta corrente e ela está negativa, esses valores negativos devem ser regis-
trados no passivo, face serem uma obrigação e não configuram no ativo.
c. Aplicações Financeiras: apresenta os valores aplicados pela empresa junto 
às instituições financeiras que tenham liquidez imediata, ou seja, podem ser 
resgatadas em até 12 meses, não sendo necessário uma carência acima disso.
Aplicações de liquidez não imediata
As aplicações de liquidez não imediata são aquelas que ocorrerão durante 
o exercício social subsequente. Elas serão classificadas no ativo circulante se 
o vencimento for durante o exercício social subsequente à data de encerra-
mento do balanço. Se tiverem um prazo de vencimento acima de um ano, 
serão classificados no realizável a longo prazo. Os exemplos mais comuns 
são os Certificados de Depósitos Bancários, Letras compromissadas, letras 
de Câmbio etc. Outros ativos que não possuam vencimento, como ouro ou 
ações, deverão ser classificados no Balanço com base no tempo em que a 
empresa pretende manter tal investimento. Esses ativos poderão receber, 
também, o nome de aplicações financeiras ou títulos e valores mobiliários. 
Caso haja desvalorização do ativo, será necessário reajustar no Balanço.
Fonte: Ynvestimentos (2014,on-line)1.
Grupo e Subgrupo de Contas do Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
55
d. Clientes ou Duplicatas a Receber de Clientes: destaca as vendas a prazo 
relativas às atividades do empreendimento a serem recebidos em até 12 
meses (circulante).
e. (-) Provisão para Devedores Duvidosos: é uma conta redutora, ou seja, 
tem como objetivo fazer uma ressalva sobre uma conta que fica disposta 
logo acima dessa conta. Nesse caso, é da conta Clientes ou Duplicatas a 
Receber de Clientes. Essa ressalva é para registrar possíveis ou sabidas 
perdas por vendas que foram efetuadas a prazo e não existe uma perspec-
tiva de recebimento. É comum, nas vendas a prazo, que alguns clientes 
não consigam honrar com o pagamento, logo se tornam inadimplentes. 
Este é o objetivo dessa conta. Em forma de exemplo, no Balanço Patri-
monial, ela ficaria disposta dessa forma:
Quadro 8 - Contas do Balanço Patrimonial: Disposição da conta 
Clientes ou Duplicatas a Receber de Clientes 100.000
( - ) Provisão para Devedores Duvidosos (5.000)
Fonte: o autor.
f. Estoques: representam ativos (insumos) adquiridos, em processo de ela-
boração de produtos disponíveis para venda de acordo com a atividade 
fim do empreendimento. Geralmente, estão subdivididos em:
 ■ Estoques de Matérias-Primas.
 ■ Estoques de Produtos em Elaboração.
 ■ Estoques de Produtos Acabados.
 ■ Estoques de Materiais Diversos.
g. Impostos a Recuperar: destina-se a registrar os valores dos créditos tri-
butários de impostos, geralmente relacionados ao ICMS constante nas 
notas fiscais de entrada (compra) de insumos relacionados com a ativi-
dade do empreendimento.
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E56
Ativo não Circulante
O ativo não circulante, atualmente se divide em quatro subgrupos:
a. Realizável a Longo Prazo: são classificáveis no Realizável a Longo Prazo 
as contas da mesma natureza que as do Ativo Circulante que tenham a 
sua realização, certa ou provável, depois de 12 meses (aplicações finan-
ceiras com carência superior a 12 meses, vendas a prazo etc.).
b. Imobilizado: serão registrados, neste grupo, os bens e direitos de cará-
ter permanente na empresa, ou seja, aqueles que o empreendimento não 
tem interesse de negociar e que são utilizados em processo operacional 
de geração de caixa. Por exemplo:
Quadro 9 - Ativo Não Circulante - Imobilizado: Apresentação no Balanço Patrimonial 
IMOBILIZADO
Edificações 800.000,00 
(-) Edificações – Depreciação Acumulada (3.666,67)
Veículos 150.000,00 
(-) Veículos – Depreciação Acumulada (4.166,00)
Bovinos reprodutores 100.000,00 
(-) Bovinos reprodutores – Depreciação Acumulada (3.322,67)
Maquinários Agrícolas 100.000,00 
(-) Maquinários Agrícolas – Depreciação Acumulada (1.666,33)
Matrizes 30.000,00 
(-) Matrizes – Depreciação Acumulada (13.000,00)
Benfeitoria em Imóveis de Terceiros 6.000,00 
(-) Benfeitoria em Imóveis de Terceiros – Amortização Acu-
mulada (1.166,67)
Reserva Florestal – Mogno 5.000.000,00 
(-) Reserva Florestal Mogno – Exaustão Acumulada (1.470.835,00)
Fonte: o autor.
O imobilizado integra, ainda, os recursos já aplicados em bens de natureza 
anteriormente citados, mesmo que ainda não estejam em operação, mas que se 
destinam a essa finalidade, como construções em andamento, importações em 
Grupo e Subgrupo de Contas do Balanço Patrimonial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
57
andamento etc., e os bens de caráter permanente, não destinados ao uso nas 
operações e que poderão vir a ser utilizados em futuras expansões, como pode 
acontecer com terrenos, por exemplo, enquanto não for definida sua destina-
ção, deverão ser classificados como investimentos.
Vamos nos dedicar, neste momento, a explicar como funciona a depreciação, 
amortização e exaustão dos itens que são classificados no ativo imobilizado. Ao 
observar o Quadro 9, você vai notar que, logo abaixo de cada conta contábil e 
seu respectivo valor, existe uma conta contábil com o sinal iniciando pelo sinal 
(-), o que significa que é uma conta de ressalva à conta que está sendo apresen-
tada logo acima. Vamos extrair no detalhe alguns dados da figura:
Conta Contábil informando 
que a entidade possui recursos 
aplicados em edi�cações
Valor do recurso 
aplicado em 
edi�cação
Conta Contábil redutora da conta
Edi�cações, informando que 
possui recursos já depreciados
Valor do recurso 
depreciado em 
edi�cações
Imobilizado
Edi�cações
(-) Edi�cações - Depreciação Acumulada
800.000,00
(3.666,67)
Figura 5 - Detalhamento conta contábil do ativo imobilizado 
Fonte: o autor.
Por meio da Figura 5, fica claro que os itens do ativo imobilizado podem ter 
contas redutoras, provenientes de depreciação, amortização e exaustão. Nosso 
próximo passo, agora, é verificar quando os itens do imobilizado sofrem depre-
ciação, amortização e exaustão e como esses valores são calculados.
Depreciação: os itens que sofrem depreciação são bens tangíveis de proprie-
dade da entidade. A depreciação dos bens do Ativo Imobilizado corresponde 
à diminuição parcelada do valor dos elementos ali classificáveis resultantes do 
desgaste pelo uso, da ação da natureza ou de obsolescência normal. As causas 
que podem provocar a depreciação podem ser:
ESTRUTURAÇÃO DO PATRIMÔNIO, BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRATIVO DO RESULTADO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E58
 ■ O desgaste pelo uso (perdem a capacidade de produção).
 ■ Ação do tempo (sofrem desgaste do sol, da chuva e de outros elementos 
do tempo).
 ■ Obsolescência (provocada pela evolução tecnológica). 
Segundo Giustina (1995), a depreciação na atividade rural é a apropriação do 
resultado, da perda de eficiência

Continue navegando