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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Ana Carolina Comarella Rossi Fábia de Souza Cardoso Ramos Ronaldo Antonio Moreira Filho O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO Curitiba 2018 Ana Carolina Comarella Rossi Fábia de Souza Cardoso Ramos Ronaldo Antonio Moreira Filho O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná de Curitiba, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Psicologia. Orientador: Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho Curitiba 2018 Ana Carolina Comarella Rossi Fábia de Souza Cardoso Ramos Ronaldo Antonio Moreira Filho O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná de Curitiba, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Psicologia. Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho – UTP (Orientador) Dra. Paula Inez Cunha Gomide – UTP (Banca Examinadora) Mestranda: Marina Fenanda Dallaqua – UTP (Banca Examinadora) Curitiba, 02 de julho de 2018. RESUMO Esta pesquisa apresenta um comparativo das práticas parentais e histórico infracional familiar de adolescentes do sexo feminino de escola pública e particular da cidade de Curitiba. Participaram da pesquisa 41 adolescentes de duas escolas públicas e 33 de uma escola particular, que responderam ao Critério de Classificação Econômica Brasil, Inventário de Estilos Parentais (IEP) e o Histórico Infracional de Familiares (HIF). A maioria das participantes de escolas públicas pertencia à classe B2 (29,2%) e as participantes da escola particular pertenciam à classe A (39,39 %). No IEP, os resultados demonstram que na escola a monitoria positiva apresenta uma média de 9,70, enquanto na escola pública a pontuação foi de 8,46. A pontuação do comportamento moral da escola particular foi de 8,5, e na escola pública de 7,3. No HIF, os resultados apontam que os tios são os que mais apresentam infrações (2,26), seguido dos primos (1,88), pai (1,11), irmãos (0,47), avô (0,42), mãe (0,24), padrasto (0,15), avó (0,03) e madrasta (0,00). Na análise de correlação, foi observada uma correlação positiva entre as infrações cometidas pelas adolescentes e as infrações do pai (p<0,01) e da mãe (p<0,01), sugerindo que, para essa amostra, quanto maior o número de infrações cometidas pelos pais, maior a probabilidade das adolescentes cometerem infrações. Esses dados confirmam que a relação familiar se apresenta como o principal preditor para os comportamentos infracionais, independente da escola das adolescentes. Palavras-chave: Adolescentes do sexo feminino; Estilo parental; Histórico familiar infracional. ABSTRACT This research presents a comparison of the parental practices and family record of offenses among female adolescents of public and private schools in the city of Curitiba. A total of 41 adolescents from two public schools and 33 from a private school answered the Brazilian Economic Classification Criterion, the Parental Style Inventory (IEP) and the Familial Offenses Record (HIF). Regarding the socioeconomic level, the majority of participants in group A (public school) belongs to class B2 (29.2%), and group B (private school) to class A (39.39%). In the IEP, the results show that in the private school the positive monitoring presents an average of 9.7, while in the public school the score was 8.46. In moral behavior, the score of the private school was 8.5, and in the public school of 7.3. In the HIF, the results indicate that the uncles are the ones with the most infractions (2.26), followed by cousins (1.88), father (1.11), siblings (0.47), grandfathers (0.42), mother (0.24), stepfather (0.15), grandmother (0.03) and stepmother (0.00). In the correlation analysis, a positive correlation was observed with the infractions committed by the adolescents and the infractions of the father (p<.01) and the mother (p<.01), suggesting that, for this sample, the greater the number of infractions committed by the parents, the greater the likelihood of the adolescents committing infractions. These data confirm that the family relationship presents as the main predictor for the offenses, independent of the adolescent school. Keywords: Female adolescents; Parental style; Criminal offenses. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus por ser nossa fortaleza e esperança. Aos nossos familiares por acreditarem em nós e estarem sempre ao nosso lado. Um ao outro, pois juntos a caminhada se tornou mais leve e cheia de longos sorrisos. A cada professor que passou por nossas vidas e que deixou um pouco de si conosco. Aos nossos orientadores, a professora Dra. Ana Carolina Braz, por iniciar os nossos primeiros passos, a professora Dra. Gabriela Reyes, por indicar o caminho e nos encorajar com o seu exemplo, ao professor Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho, pelo seu direcionamento prático, atenção constante e inspiração para a vida. SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................7 1.1 TEMA .....................................................................................................................................7 1.2 HIPÓTESE ...............................................................................................................................7 1.3 PROBLEMA DE PESQUISA .....................................................................................................8 1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................8 2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................8 2.1 COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL EM ADOLESCENTES .....................................................8 2.2 O SEXO FEMININO E O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL .................................................9 2.3 FATORES DE RISCO PARA O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL ......................................11 2.4 ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAIS ......................................................................................11 2.5 HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES ......................................................................12 3. OBJETIVOS ...........................................................................................................................13 3.1 GERAL ..................................................................................................................................13 3.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................................13 4. MÉTODO ...................................................................................................................................13 4.1 PARTICIPANTES ..................................................................................................................13 4.2 LOCAL ..................................................................................................................................14 4.3 INSTRUMENTOS ..................................................................................................................14 4.3.1 INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS (IEP)................................................................15 4.3.2 QUESTIONÁRIO DE HISTÓRICO INFRACIONAL FAMILIAR .........................................15 4.3.3 CRITÉRIO BRASIL ..........................................................................................................15 4.4 PROCEDIMENTO ..................................................................................................................15 4.5 ASPECTOS ÉTICOS ...............................................................................................................16 5. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................................16 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................................18 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................20 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................21 ANEXOS ........................................................................................................................................28 ANEXO A – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ..........................................28 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......................................30 ANEXO C – QUESTIONÁRIO: HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES ............................32 7 1. APRESENTAÇÃO A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2016) caracteriza os adolescentes, em seus estudos, utilizando a segunda década de vida do ser humano, ou seja, dos 10 aos 19 anos de idade. Considerando-se a existência de importantes diferenças biológicas e psicossociais, opta- se em dividir a adolescência em dois períodos: o inicial, dos 10 aos 14 anos, e o final, dos 15 aos 19 anos. De forma geral, as ciências da saúde utilizam o termo juventude para se referir a um período entre a adolescência e o início da vida adulta, o qual é demarcado pela faixa etária dos 15 aos 24 anos (Eisenstein, 2005). Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 2º, considera criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Ainda, nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente esse Estatuto aos sujeitos que estão entre dezoito e vinte e um anos de idade (Lei n. 8.069, 1990). Quanto à adolescência em si, tanto os adultos quanto os próprios adolescentes percebem esse período como algo difícil e repleto de atritos. Há sujeitos que podem vir a cruzar essa fase sem vivenciarem conflitos significativos. Entretanto, a maioria dos adolescentes experimenta uma série de sentimentos contraditórios, principalmente em relação às figuras parentais. Cabe dizer, todavia, que essa etapa do desenvolvimento tem o potencial de resultar na oportunidade de crescimento do jovem e em momentos de alegrias para a família, caso haja a oferta de um ambiente acolhedor, permeado por uma comunicação adequada e o respeito entre todos. De acordo com um recente levantamento, cerca de 1,2 bilhão de pessoas se encontram na desafiadora encruzilhada entre a infância e o mundo adulto. Nove em cada dez vivem em um mundo em constante desenvolvimento, tendo que enfrentar uma grande variedade de desafios relevantes, os quais vão desde a adquirir o acesso à educação formal até à luta pela simples sobrevivência. Nesse cenário, as meninas e as mulheres jovens são as que enfrentam os maiores obstáculos. (United Nations Children’s Fund [Unicef], 2011). 1.1 TEMA Esta pesquisa apresenta a relação das práticas parentais e o histórico infracional de familiares entre adolescentes matriculadas em escola pública e particular. 1.2 HIPÓTESE Práticas parentais negativas estão associadas com maior frequência de comportamentos infracionais de adolescentes do sexo feminino. 8 1.3 PROBLEMA DE PESQUISA Como questionamento, busca-se descobrir de que maneira as práticas educacionais empregadas pelas famílias e o histórico infracional de familiares estão relacionados ao desenvolvimento de crianças e adolescentes com comportamentos antissociais. 1.4 JUSTIFICATIVA A importância deste trabalho justifica-se pela necessidade de compreender os aspectos presentes na dinâmica familiar que contribuem para a consolidação do jovem infrator e como as práticas e os estilos parentais têm o potencial de operar a favor ou contra esse quadro. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). no ano de 2014 houve um aumento, entre o período de 2005 a 2012, de 146% da população encarcerada feminina. Isso se contrapõe ao aumento da população masculina, que mesmo ainda sendo a mais predominante, teve um aumento de 70%. Nesse sentido, compreende-se a necessidade de pesquisas que busquem evidenciar quais são variáveis familiares ou ambientais que podem influenciar ou contribuírem para o ato infracional feminino. Esse trabalho tem por objetivo proporcionar às ciências humanas dados e respostas que expliquem o comportamento e a percepção do sujeito inserido nesse contexto. Espera-se que esta obra contemple o que se propõe e venha a servir de respaldo para posteriores pesquisas e investigações sobre a temática abordada. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL EM ADOLESCENTES É consenso que a adolescência representa um marco na vida do indivíduo. São muitas as mudanças que ocorrem no seu ser, tanto a níveis físicos e psíquicos quanto sociais. O adolescente caminha em direção a sua autonomia e identidade; incorpora diversos papéis sociais, busca se adaptar a um novo esquema corporal e desenvolve um senso do que se é viver em sociedade, a qual possui suas próprias regras e valores e que devem ser incorporadas por ele de algum modo (Davim, Germano, Menezes, & Carlos, 2009). Assim, esse período também é caracterizado por momentos de crises e de vulnerabilidade, uma vez que o sujeito experimenta emoções e comportamentos inéditos, que podem gerar confusão e colocá-lo em situações possíveis de causar dano a si ou outrem (Heidemann, 2006). Diante desse dinamismo todo, determinar o que constitui uma conduta normal e o que é problemático torna-se uma tarefa complexa. Em tal sentido, Gouveia-Pereira (2009) expõe que 9 comportamentos como roubos, atos de desordem pública, escolar e familiar podem fazer parte de uma experimentação e ocorrerem ocasionalmente. Visão semelhante é compartilhada por Connor (2012) ao dizer que certos comportamentos não normativos refletem um esforço do adolescente para superar os desafios típicos dessa fase do desenvolvimento, não se configurando como um quadro crônico por si só. Desse modo, a literatura científica emprega uma série de nomenclaturas, que dependem da vertente do saber e das práticas sociais em análise, para classificar um comportamento negativo, que pode ser denominado como desviante, transgressivo, antissocial, delitivo ou delinquente. Geralmente, os comportamentos desviantes e antissociais implicam no desvio das normas e expectativas sociais. São condutas que violam as regras e os acordos do contexto em que o sujeito faz parte sem que essas, obrigatoriamente, constituam-se infrações legais. Já os comportamentos delitivos respondem por ocorrências reconhecidas pela lei. Em outras palavras, referem-se às condutas que incorrem em crime ou contravenção penal passíveis de punição. Aqui, encontram-se violações que podem acarretar danos morais e/ou físicos mais graves (Dias, Oliveira-Monteiro & Aznar-Farias, 2014; Formiga, Aguiar, & Omar, 2008; Pacheco & Hutz, 2009). 2.2 O SEXO FEMININO E O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL A maioria das pesquisas voltadas à compreensão do comportamento antissocial tem dispensado um foco exclusivo ao sexo masculino. Como justificativa para tanto, o meioacadêmico se vale de dados estatísticos, os quais apontam para uma grande representatividade dos homens frente aos crimes cometidos e da maior suscetibilidade a se engajarem em comportamentos antissociais (Hartung & Widiger, 1998; Rutherford, Alterman, Cacciola, & Snider, 1995). Entretanto, Assis e Constantino (2001) elencam outros motivos para a falta de estudos a respeito do gênero feminino nessa problemática, como “o papel secundário das mulheres na sociedade e na vida extra-familiar, o preconceito que atribui pouco ou nenhum valor às manifestações de desajuste social das mulheres e a falta de pressão da opinião pública, que não se interessa pelo tema”. (p. 19). Quando a figura feminina aparece nas produções científicas relacionadas ao comportamento antissocial, sua responsabilidade pelos delitos e infrações se esvaem em explicações sobre alguém que foi vítima de circunstâncias externas, das condições adversas da vida e até mesmo de uma falha na sua constituição biológica, a qual é tida como inconsistente com a prática criminal. Não há o reconhecimento do seu potencial como agressora; é relegado à mulher o papel de vítima (Duarte, 2012). 10 Partindo dessa atribuição de passividade concedida à condição feminina, é possível ampliar a temática e encontrar respaldos para isso mencionando às diferenças existentes nas maneiras pelas quais ambos os gêneros são socializados. De acordo com Cook e Sorenson (2006), os pais tendem a seguir um modelo estereotipado de educação no que concerne aos comportamentos mais adequados para as meninas e os meninos. Meninas são educadas a não demonstrarem agressividade, e a monitoria dos pais é mais presente. Aos meninos é ensinado o valor da independência, enquanto que para as meninas sua validação como mulher depende da sua capacidade em manter relacionamentos. Estudos indicam que na presença de situações desagradáveis, como a falta de suporte da família e de colegas, as meninas costumam ficar tristes, enquanto que os meninos podem se engajar em comportamentos agressivos e destrutivos (Meadows, 2007). Com a maturidade, as adolescentes parecem responder às provocações se sentindo ansiosas, internalizando suas frustrações. Já os adolescentes são encorajados a expressarem suas dores, o que pode resultar na emissão de comportamentos caracterizados por antissociais (Rutter, Giller & Hagell, 1998). Isso é capaz de explicar, de algum modo, a invisibilidade do público feminino diante do fenômeno em questão. Trata-se de uma construção cultural, que influi em como as mulheres são percebidas pela sociedade como um todo. Parece haver uma dificuldade na assunção de que esse público também está envolvido em atos infracionais. O resultado pode ser visto tanto no campo conceitual quanto no das práticas em relação ao sexo feminino e o comportamento antissocial, permeados pela escassez de contribuições (Batchelor, 2007; Duarte, 2012). Por fim, de modo a identificar de que forma esses indivíduos estão inseridos nesse contexto, cita-se o estudo realizado por Assis e Constantino (2001) em três instituições de internamento no Rio de Janeiro, o qual revelou o envolvimento de meninas, com maior prevalência, no tráfico de drogas e no uso de substâncias ilícitas. Acrescenta-se aqui as informações obtidas por Oliveira e Assis (1999), que entrevistaram 153 meninas envolvidas em processos na Justiça da Infância e Juventude que se encontravam na cidade do Rio de Janeiro. Os autores constataram que 68,6% dos atos infracionais diziam respeito a crimes cometidos contra o patrimônio, 15% ao tráfico de drogas e 1,3% contra a vida. É válido comentar que a maior parte dos delitos femininos, especialmente em termos de violência, acontece em ambientes privados, como na casa da agressora ou de terceiros. As vítimas estão relacionadas às pessoas mais próximas com quem se mantém relação: companheiros, filhos e outros membros da família (Schwartz, 2011). 11 2.3 FATORES DE RISCO PARA O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL Podem-se dividir os fatores de risco em duas categorias: individuais (características biológicas, comportamentais e cognitivas) e contextuais (características familiares, sociais e vivências negativas). Dentro dessas, os fatores mais significativos para a presença de comportamentos antissociais são: o próprio temperamento do indivíduo, membros delinquentes na família, ausência paterna, condição financeira precária, educação deficitária e violências físicas e sexuais (Barnow, Lucht & Freyberger, 2001; Scaramella, Conger, Spoth & Simons 2002; Silva & Hutz 2002). Quanto à questão da violência doméstica, crianças e adolescentes que a presenciaram ou foram vítimas diretas estão sujeitos a se valerem de comportamentos e estratégias agressivas para lidarem com problemas pessoais. Isso ocorre como efeito da modelagem cognitiva e da observação de tais vivências, que acarretam no desenvolvimento de um repertório comportamental restrito (Salzinger, Feldman, Stockhammer & Hood, 2002). No que tange ao abuso ou violência sexual, há uma notória quantidade de estudos evidenciando que mulheres e meninas que sofreram essa experiência apresentam maior risco de se engajarem em comportamentos antissociais (Arata, Langhinrichsen-Rohling, Bowers, & O'Brien, 2007; Cernkovich, Lanctot, & Giordano, 2008; Gault-Sherman, Silver, & Sigfúsdóttir, 2009; Gunnison & McCartan, 2005; Hahm, Lee, Ozonoff, & Van Wert, 2010; Herrera & McCloskey, 2003; Hubbard & Pratt, 2002; Leeb, Barker, & Strine, 2007; Phan & Kingree, 2001; Siegel & Williams, 2003; Verona & Sachs-Ericsson, 2005; Wright, Friedrich, Cinq-Mars, Cyr, & McDuff, 2004). Além disso, estudos que realizaram uma comparação entre os gêneros são consistentes com a ideia de que um histórico de abuso sexual é um fator de risco específico do sexo feminino para o comportamento antissocial (Bergen, Martin, Richardson, Allison, & Roeger, 2004; MacMillan, Flemming, Streiner, Lin, Boyle, Jamieson et al., 2001; McCabe, Lansing, Garland, & Hough, 2002). 2.4 ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAIS No que se refere aos estilos parentais, considera-se que há uma vasta literatura que contempla este assunto a partir de diferentes dimensões teóricas. O enfoque teórico adotado neste trabalho compreende as práticas parentais como atuantes no desenvolvimento ou inibição do comportamento antissocial. Sendo este contextualizado por Gomide (2014) como um aglomerado de práticas educativas (estratégias) empregadas pelos genitores com a finalidade de socializar, educar e controlar o comportamento de seus filhos. Este modelo compreende sete 12 práticas educativas, destas cinco são negativas, associadas ao desenvolvimento do comportamento antissocial, e duas positivas que são influentes dos comportamentos pró- sociais. Para o desenvolvimento de práticas educativas positivas os pais ou cuidadores têm como estratégias a monitoria positiva, que é definida como o reconhecimento e a atenção dada aos seus filhos, o que proporciona um ambiente com demonstrações de afeto entre os membros. Outra estratégia educativa é o comportamento moral, pautado na transmissão de valores, como honestidade, generosidade, senso de justiça, entre outros, sempre mediados por uma relação afetuosa (Gomide, Salvo, Pinheiro & Sabbag, 2005). Por outro lado, dentre as práticas educacionais negativas encontra-se a negligência, onde os pais geralmente não são responsivos e costumam se ausentar de situações difíceis e das responsabilidades, ou seja, pais não responsivos e que ignoram a maioria dos comportamentos da criança, mesmo que represente uma tentativa de comunicação por parte dela. Há também a punição inconsistente, quando os pais reforçam ou punem seus filhos de forma atrelada ao seu humor e não de acordo com a contingência específica. A monitoria negativa é relacionada ao excesso de fiscalização dos seus filhos, que acaba por produzir umambiente estressante devido às ordens repetitivas. A disciplina relaxada é considerada uma estratégia negativa, pois os pais não cumprindo com as regras previamente estabelecidas criam um ambiente de oposição entre o que foi acordado e as permissões. E por fim, o abuso físico, que pode gerar uma criança apática, medrosa e desinteressada. Todas essas práticas parentais foram propostas por Gomide (2014). 2.5 HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES Para Davoglio, Tolotti e Fernandes (2012) é comum na literatura a compreensão de que as relações familiares são os primeiros modelos para futuras interações sociais dos indivíduos. Por esse motivo, a família é considerada como um dos principais meios para promover a educação infantil (Gomide, 2017). Conforme Costa e Penso (2014), a família só passou a ser considerada como um grupo com vínculos afetivos nos séculos XV e XVII. Atualmente, entende-se que sua estrutura pode ser similar a um sistema social de tal importância que seu valor em conjunto é tão relevante quanto às partes separadas. Os autores pontuam que as famílias podem ter relação com fatores de risco e proteção no desenvolvimento infantil saudável. No que se refere à proteção, a oferta de amparo, cuidado e afetos socializa e sustenta seus membros. Quanto aos ricos, encontram- 13 se famílias inseridas em um contexto de vulnerabilidade permeado, por exemplo, pelo abandono, abuso, negligência e a desorganização estrutural familiar. Acerca da relação da família com o comportamento antissocial, Castro e Teodoro (2014), por meio de uma revisão de literatura, constataram que as ações infracionais são maiores em adolescentes que possuem membros familiares em conflito com a lei. Nessa pesquisa, cabe citar um estudo realizado com 577 adolescentes infratores, que descobriu que 163 desses indivíduos tinham um dos pais criminoso, 33 deles tanto a mãe quanto o pai, e 34 foram testemunhas da criminalidade dos pais na infância. Ainda, destaca-se que, quando ambos os genitores eram tidos como criminosos, foi percebida uma maior frequência no cometimento de atos infracionais pelas crianças, o que é passível de indicar a influência que os pais exercem sobre seus filhos (Nijhof, de Kemp, & Engels, 2009). Por último, um outro estudo verificado nessa revisão identificou que adolescentes do sexo feminino se mostraram mais resistentes contra o envolvimento em atos infracionais quando não apresentavam membros familiares com históricos criminais (Tia, Merry, & Suyeon, 2011). 3. OBJETIVOS 3.1 GERAL Comparar práticas parentais e o histórico infracional de familiares de adolescentes de escola pública e escola particular. 3.2 ESPECÍFICOS Identificar diferentes práticas educativas de estilos parentais entre as adolescentes de escola pública e particular. Relacionar o histórico infracional de familiares com o comportamento antissocial das adolescentes. 4. MÉTODO 4.1 PARTICIPANTES O trabalho foi realizado com dois grupos. O grupo A compreende 41 adolescentes do sexo feminino, que estão matriculadas no ensino regular em duas escolas estaduais da rede pública, com idades variadas entre 14 a 19 anos. O grupo B é composto por 33 meninas matriculadas no ensino regular de uma escola particular, com idades de 14 a 19 anos. Assim, 14 obteve-se uma amostra de 74 participantes. A média de idade do grupo geral foi de 15,9 anos, enquanto no grupo A as idades foram de 16,2, e no grupo B 15,8 anos. Em relação ao nível socioeconômico, como apresentado na Tabela 1, a maioria das participantes do grupo A (escola pública) se encontram inseridas na classe B2 (29,2%). No grupo B (escola particular), os indivíduos pertencentes à classe A (39,39 %) são em maior número. Tendo por consideração o trabalho realizado por Alves, Soares e Xavier (2014) acerca do índice socioeconômico de alunos matriculados em mais de 70 mil escolas, entre públicas e particulares, as informações obtidas nesta pesquisa correspondem ao que pode ser esperado para a realidade brasileira, especialmente quando se constata a disparidade do número de indivíduos da classe C1 entre ambos os grupos. Tabela 1 Resultados do Status Socioeconômico Classe Grupo A Grupo B Total A 9 (21,95 %) 13 (39,39 %) 22 B1 10 (24,39 %) 11 (33,33 %) 21 B2 12 (29,26 %) 8 (24,24 %) 20 C1 10 (24,39 %) 1 (3,03 %) 11 4.2 LOCAL As participantes do grupo A e B pertencem a escolas localizadas na cidade de Curitiba, ambas responderam os instrumentos nas suas referidas unidades escolares. O grupo A é composto por alunas de duas escolas públicas situadas no mesmo bairro, enquanto que o grupo B de alunas de uma escola particular. 4.3 INSTRUMENTOS Foram utilizados os instrumentos Inventário de Estilos Parentais (Gomide, 2006), o Questionário de Histórico Infracional de Familiares (Gomide, não publicado), e o Critério Brasil 2017 (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa [ABEP], 2017) 15 4.3.1 INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS (IEP) Autoria de Gomide (2006), é um instrumento que busca avaliar sete práticas educativas, sendo que duas são tidas como positivas (monitoria positiva e comportamento moral) e cinco negativas (abuso físico, disciplina relaxada, monitoria negativa, negligência e punição inconsistente). Cada prática relaciona-se a 6 questões, perfazendo um total de 42 questões. As respostas são apresentadas em uma escala Likert de três pontos: 0=nunca; 1=às vezes; 2=sempre. 4.3.2 QUESTIONÁRIO DE HISTÓRICO INFRACIONAL FAMILIAR Possui 15 itens que avaliam o histórico de infrações cometidos pelo adolescente e seus familiares (Gomide, não publicado). O questionário aborda temas como: furto/roubo, assalto, homicídio, porte ilegal de armas, tráfico de drogas, porte de drogas, dirigir sem habilitação, dirigir embriagado, compra/venda de veículo roubado, vandalismo, violência doméstica, lesão corporal, não pagamento de pensão, prostituição, sequestro e se já esteve preso. 4.3.3 CRITÉRIO BRASIL Os dados apresentados sobre status socioeconômico foram obtidos por meio da aplicação do Critério de Classificação Econômica Brasil 2017, reconhecido no meio científico como Critério Brasil, instrumento de autoria da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2018), o qual estipula uma ordenação das classes sociais, em ordem decrescente de poder aquisitivo, com base em algumas variáveis, como grau de instrução do chefe da família, a origem da água utilizada no domicílio e a posse de itens de conforto: quantidade de automóveis, de empregados domésticos mensalistas, de computadores, de banheiros, etc. 4.4 PROCEDIMENTO O contato com as instituições do grupo A ocorreu pessoalmente nas escolas. As escolas do grupo A foram selecionadas pelos pesquisadores de acordo com sua localização no bairro. Em relação ao grupo B, o acesso ao local foi mediado por um dos colaboradores da instituição, facilitando o contato com a direção. De igual modo, todos os responsáveis pelas instituições foram comunicados pessoalmente sobre os instrumentos da pesquisa e receberam as cópias do TALE e do TCLE utilizados nesta pesquisa. Diante de sua aprovação, as alunas foram convocadas em suas salas sendo que, apenas no grupo A, por recomendação da pedagoga, os meninos foram retirados da sala de aula para que o objetivo da pesquisa fosse explicado somente às meninas. Em todas as convocações fora explicado o objetivo dessa pesquisa, a relevância do 16 tema para o meio científico e social bem como a importância do envolvimento das adolescentes. Após essa explicação, foram entregues os documentos TCLE para as menores de 18 anos, para que os pais ou responsáveis assinassem, e para meninas maiores de idade, elas receberam o TALE no dia da aplicação dos instrumentos. Na coleta de dados, a aplicação dos questionários ocorreu de forma semelhante em ambos os grupos. As adolescentes queentregaram antecipadamente o termo, as que estavam de posse dos mesmos assinados ou as que eram maiores de idade e que desejavam participar da pesquisa, eram convocadas em suas salas de aula por um dos pesquisadores de acordo com o horário liberado pela pedagoga. Realizada a convocação, as adolescentes eram direcionadas à sala disponibilizada pelas instituições para a aplicação dos questionários. A explicação sobre o preenchimento dos questionários era oferecida para todas, e os pesquisadores permaneciam próximos das participantes, com o objetivo de esclarecer eventuais dúvidas que pudessem surgir. Após responderem a pesquisa, as participantes retornavam para a sala de aula. O tempo aproximado da aplicação foi de 20 minutos. 4.5 ASPECTOS ÉTICOS Este trabalho faz parte de um projeto amplo registrado na Plataforma Brasil, aprovado pelo comitê de ética sob o CAAE 55547116.6.00000.8040. Os pesquisadores respeitaram os preceitos expostos na Resolução 196/96 do CNS/MS, a qual garante, ao indivíduo e o coletivo, o cumprimento da bioética, o respeito pela autonomia, não maleficência, justiça e equidade (Brasil, 1996). Durante a coleta de dados, os instrumentos respondidos e os termos de consentimento foram armazenados em diferentes envelopes, de forma a assegurar o sigilo de informações pessoais e da identidade das participantes dessa pesquisa. Acrescenta-se que as instituições envolvidas receberam uma devolutiva dos dados coletados. 5. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA A Tabela 02 apresenta as médias dos dois grupos para os Estilos Parentais avaliados pelo IEP. Na escola particular (grupo B) a monitoria positiva teve uma média de pontuação de 9,7 (DP=2,03) enquanto que na escola pública (grupo A) a pontuação foi de 8,46 (DP=2,58) p=0.02. No comportamento moral a pontuação na escola particular foi de 8,5 (DP=2,2) e na escola pública foi de 7,3 (DP=2,2) com p=0.02 17 Tabela 02 Resultados do Inventário de Estilos Parentais Práticas educativas Grupo A Grupo B Total Monitoria positiva 8,46 9,75 9,04 Comportamento moral 7,31 8,51 7,85 Punição inconsistente 3,90 4,81 4,31 Negligência 3,2 3,30 3,29 Disciplina relaxada 2,97 2,93 2,95 Monitoria negativa 5,26 5,75 5,48 Abuso físico 1,34 1,33 1,33 Índice de Estilo Parental -1 0,12 -0,5 Histórico Infracional de Familiares Os resultados do Histórico Infracional de Familiares (HIF), apresentados na Tabela 3, correspondem a ambos os grupos, Grupo A (escola pública) e B (escola particular). É possível identificar que dos familiares investigados os tios são os que mais apresentam infrações (2,26), seguido dos primos (1,88), pai (1,11), adolescente (0,50), irmãos (0,47), avô (0,42), mãe (0,24), padrasto (0,15), avó (0,03), madrasta (0,00). Tabela 03 Resultados do Histórico Infracional de Familiares Comportamentos Infratores Grupo A Grupo B Total Adolescente 0,07 0,42 0,50 Pai 0,29 0,82 1,11 Mãe 0,00 0,24 0,24 Padrasto 0,15 0,00 0,15 Madrasta 0,00 0,00 0,00 Tabela 03 (continuação) 18 Resultados do Histórico Infracional de Familiares Irmão 0,29 0,18 0,47 Avô 0,15 0,27 0,42 Avó 0,00 0,03 0,03 Tio 1,44 0,82 2,26 Primos 1,49 0,39 1,88 Total 3,88 3,18 7,06 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi realizada uma análise de correlação e foi observada uma correlação positiva com as infrações cometidas pelas adolescentes e as infrações pai (b = 0.500, p> 0,01) e da mãe (b = 0.667, p> 0,01). Portanto, para essa amostra, quanto maior o número de infrações cometidas pelos pais, maiores as chances de as adolescentes cometerem infrações. Para tanto, essa correlação é pervasiva do socioeconômico e da idade das participantes da pesquisa. Ainda que a literatura brasileira seja escassa no que se refere ao histórico infracional de familiares, de acordo com dados encontrados por Nijhof, Kemp e Engels (2009), como citado anteriormente neste trabalho, foi identificado que quanto maior a gravidade dos crimes cometidos pelos adolescentes, maior a relação positiva de crimes cometidos pelos pais. Essa pesquisa foi realizada com 577 crianças participantes e seus pais. Destas crianças, 34% foram expostas à criminalidade parental, das quais 163 tiveram um pai criminoso, o que apontou que ambos os pais eram criminosos, a criança apresentava maiores comportamentos antissociais. Ou seja, os dados observados nessa pesquisa vêm a demonstrar o mesmo padrão para a realidade brasileira. O número de infrações cometidas pelas adolescentes também estava relacionado com as infrações do avô (b=0.497, p> 0,001). Dito isso, foi encontrada também uma correlação com os estilos parentais da mãe referentes a punição inconsistente (b=0.24 p=0,047) e também estava correlacionado com a monitoria negativa (b=0.24 p=0.046). De acordo com Gomide (2014 pp.24-31) os modelos de monitoria estressantes podem proporcionais alguns efeitos em adolescentes como a tendência a se unirem a pares desviantes, o que por sua vez aumenta a chance de ocorrer comportamentos antissociais. Ainda aponta que as práticas parentais associadas a punição inconsistente pode influenciar em não uma interiorização de valores morais. A criança tem dificuldades em aprender o que é certo e o que é errado, desta forma a 19 socialização deste sujeito pode ser comprometida. E neste caso, podemos verificar que há um possível efeito intergeracional entre os crimes e as práticas parentais, de forma que, pesquisas futuras devem investigar as associações entre esses eventos. Em uma revisão de literatura, Ormeño (2013) contextualiza que a intergeracionalidade familiar como uma transmissão de comportamentos entre os membros da família, sendo esta uma manifestação que ocorre ao longo do tempo. Nesse sentido, pode-se compreender que famílias que possuem pais infratores há a probabilidade de que seus filhos repitam esse padrão de comportamento. Há também uma correlação positiva entre as infrações cometidas pelo pai e pela mãe, ou seja, quanto mais aparecerem infrações cometidas pelo pai, há também uma quantidade significativa de infrações cometidas pela mãe (b=0.649, p>0,01). Foi encontrado também a correlação entre as infrações cometidas pelo pai e do avô (b=0.357, p>0,01) e as infrações cometidas pelos tios (b=0,293 p> 0,01). Os comportamentos infracionais da mãe também estão relacionados com as infrações cometidas pelo avô (b=0.46, p>0,01). De acordo com dados encontrados na literatura estrangeira, Goodwin e Davis (2011) em um estudo com cerca de 714 famílias, mencionam que uma criança nascida em uma família onde os pais possuem antecedentes criminais as crianças possuem mais chances de se envolverem em práticas criminosas. Ainda em uma análise do histórico infracional as informações publicadas foram que nas famílias onde ambos os pais tivessem antecedentes criminais, havia uma probabilidade de 43,8% de que a filha tivesse antecedentes criminais para um delito grave. Com isso temos que o contexto familiar se mostra fundamental na prática de comportamentos infratores e que tais devem estar relacionados para a efetiva medida socioeducativa, bem como para programas de prevenção. Somente envolvendo o adolescente, a família e o contexto social é que possíveis resultados positivos serão alcançados. Uma regressão linear de dois passos foi realizada utilizando no primeiro modelo as infrações do pai e da mãe e comportamento de punição inconsistente e a monitoria negativa foi significa (F (4,69) =16.250, p>0,01). O R² deste modelo foi 0.485 ou seja, 48% dos comportamentos infratores das adolescentes é explicado pelas variáveis deste modelo. Dentre essas variáveis, as infrações da mãe mostraram-se as mais significativas (p>0,01). Ou seja, os estilos parentais possuem impacto na prática infracional, contudo apenas para os comportamentos dos pais, não das adolescentes. No que se refere a escola, não foram identificadascorrelações significativas que explicassem o comportamento infracional, isso significa que esse padrão de comportamento está presente tanto no grupo A quanto no grupo B. Em um teste T de comparação de médias 20 não foram observados diferenças entre os grupos A e B no que se refere aos tipos de infrações cometidas F=11.901, p=0.056. Ainda, comparando os estilos parentais entre os grupos A e B, foi encontrado uma diferença significativa nas variáveis da monitoria positiva, comportamento moral e no total de infrações do pai e da mãe. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Essa pesquisa apresenta algumas limitações entre elas: a) a amostra é limitada em seus achados por ser de apenas uma cidade e de 3 escolas de Curitiba; b) não foram analisados aspectos do histórico de vida das participantes que possa ter relação com os atos infracionais, como histórico de violência intrafamiliar e uso de substâncias; c) não foi analisado o impacto das infrações cometidas pelos familiares no desenvolvimento das participantes, ou seja, não foi investigado de que forma a participante tomou conhecimento ou se participou dessas infrações juntamente de seus familiares; d) é possível que algumas adolescentes, devido à aplicação em grupo, possam ter minimizado ou omitido infrações temendo possíveis sanções. Em suma, a relação familiar se apresenta como o principal preditor para os comportamentos infracionais independente da escola das adolescentes. Dessa maneira, o contexto principal para as infrações das adolescentes está relacionado à família, seja ela estendida (e.g. tios, avôs, primos) como a nuclear (e.g. pai, mãe, irmãos). Em especial, as infrações dos pais e mães se mostraram importantes para predizer o comportamento infracional das participantes. Importante destacar que tanto nas escolas públicas quanto particulares esse padrão emergiu. Com isso, podemos verificar que o nível socioeconômico e o tipo de escola são variáveis menos relevantes para o comportamento infracional e que o foco de futuras intervenções deve ter como objetivo uma atuação integrada entre escola, família e adolescentes. 21 REFERÊNCIAS Alves, M. T. G., Soares, J. F., & Xavier, F. P. (2014). Índice socioeconômico das escolas de educação básica brasileiras. 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Por favor, peça ao responsável pela pesquisa ou à equipe do estudo para explicar qualquer palavra ou informação que você não entenda claramente. Informação ao participante da pesquisa: Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que tem como objetivo realizar uma comparação entre as práticas parentais (questões familiares) e o histórico infracional familiar de adolescentes institucionalizadas e não institucionalizados. Diante desses achados, os pesquisadores almejam identificar quais os aspectos das dinâmicas familiares e de seus membros influem no desenvolvimento sadio do indivíduo. A forma de participação consiste em responder uma série de perguntas relativas ao histórico familiar. Os pesquisadores explicarão todo o procedimento como acompanharão os participantes durante a resolução. Fica assegurado de que o nome da aluna não será utilizado em qualquer faseda fase da pesquisa, incluindo os resultados da mesma, o que garante o anonimato total da participante. É importante ressaltar o caráter investigativo dessa pesquisa, que consiste apenas no levantamento de informações. Não ocorrerá nenhum tipo de intervenção com os participantes. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza. 29 Esse termo será assinado pelo pesquisador principal e ficará sob sua posse. Desde já agradecemos a atenção e a participação e nos colocamos à disposição para maiores informações. Contato para dúvidas: Se você ou os responsáveis por você tiver (em) dúvidas com relação ao estudo, direitos do participante, ou no caso de riscos relacionados ao estudo, você deve contatar o Investigador do estudo, Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho, telefone: 3331-7700 ou membro de sua equipe. Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como participante de pesquisa, você pode contatar o Conselho de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) da Universidade Tuiuti do Paraná. O CEP é constituído por um grupo de profissionais de diversas áreas, com conhecimentos científicos e não científicos que realizam a revisão ética inicial e continuada da pesquisa para mantê-lo seguro e proteger seus direitos. DECLARAÇÃO DE ASSENTIMENTO DO SUJEITO DA PESQUISA: Eu li e discuti com os responsáveis pelo presente estudo os detalhes descritos neste documento. Entendo que eu sou livre para aceitar ou recusar, e que posso interromper a minha participação a qualquer momento sem dar uma razão. Eu concordo que os dados coletados para o estudo sejam usados para o propósito acima descrito. Eu entendi a informação apresentada neste TERMO DE ASSENTIMENTO. Eu tive a oportunidade para fazer perguntas e todas as minhas perguntas foram respondidas. _______________________________________________ ______________________ NOME DO PARTICIPANTE ASSINATURA DATA ____/_____/_______ Sidnei Priolo Filho ______________________ INVESTIGADOR DATA ____/_____/_______ 30 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Caro Responsável/Representante Legal, Gostaríamos de obter o seu consentimento para a aluna ________________________________________________________ participar como voluntária da pesquisa referente a um Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, onde serão verificadas questões familiares simples. Título do Projeto: Histórico Infracional Familiar: Uma Comparação entre Adolescentes Acolhidos e Escolares. Sendo os acadêmicos desta pesquisa Ana Carolina Comarella Rossi, Fábia de Souza Cardoso Ramos e Ronaldo Antonio Moreira Filho, matriculados no curso de graduação em Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná, sob a orientação do Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho. A mesma pesquisa será realizada com meninas institucionalizadas assim para comparativos, as adolescentes desta instituição de ensino participarão respondendo a dois questionários com perguntas relativas ao título deste projeto. Os pesquisadores explicarão todo o procedimento e acompanharão os participantes durante a resolução. O objetivo é o de identificar aspectos da dinâmica familiar que influenciam no desenvolvimento saudável da família. Fica assegurado de que o nome da aluna não será utilizado em qualquer fase da pesquisa, incluindo os resultados da mesma, o que garante o anonimato total da participante. Ressaltamos o caráter investigativo dessa pesquisa, que consiste apenas no levantamento de informações. Não ocorrerá nenhum tipo de intervenção com as participantes e/ou conversas que questionem as respostas da participante. Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza. Esse termo terá assinado pelo pesquisador principal e ficará sob sua posse. Desde já agradecemos a atenção e a participação e nos colocamos à disposição para maiores informações, pelo telefone: 3331-7700. Eu,_____________________________________________________ (nome do responsável ou representante legal), portador do RG nº:__________________________, confirmo que o Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho, explicou-me através deste Termo os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para participação da menor _______________________________________________ (nome da aluna) também foram discutidas. Eu li e compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em dar meu consentimento para a aluna participar como voluntário desta pesquisa. 31 Curitiba_____de__________de 2017. _______________________________________ (Assinatura responsável ou representante legal) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------(Para pesquisador) Eu, __________________________________________________(nome do membro da equipe que apresentar o TCLE) obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do sujeito da pesquisa ou representante legal para a participação na pesquisa. _______________________________________________ (Assinatura do membro da equipe que apresentar o TCLE) ___________________________________________ (Identificação e assinatura do pesquisador responsável) 32 ANEXO C – QUESTIONÁRIO: HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES Histórico Infracional de Familiares Paula Inez Cunha Gomide Este questionário é anônimo e tem por objetivo levantar informações sobre infrações cometidas por você e seus familiares. O responsável pela pesquisa é o Dr. Sidnei Priolo Filho, docente do Mestrado em Psicologia da UTP (fone 3331-7700). Não há respostas certas ou erradas. Asseguramos que suas informações não terão consequências negativas, nem para você e nem para seus familiares. Obrigada por sua participação. ( ) Grupo A Unidade Socioeducativa ( ) Grupo B Escola Pública ( ) Grupo C Escola Particular Responda o quadro abaixo preenchendo com um X o autor e as infrações cometidas
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