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O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Comarella Rossi 
Fábia de Souza Cardoso Ramos 
Ronaldo Antonio Moreira Filho 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE 
ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2018
 
 
Ana Carolina Comarella Rossi 
Fábia de Souza Cardoso Ramos 
Ronaldo Antonio Moreira Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES 
DO SEXO FEMININO 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso 
de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná de 
Curitiba, como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Psicologia. 
 
Orientador: Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2018 
 
 
Ana Carolina Comarella Rossi 
Fábia de Souza Cardoso Ramos 
Ronaldo Antonio Moreira Filho 
 
 
 
 
O PAPEL DA FAMÍLIA NO COMPORTAMENTO INFRACIONAL DE ADOLESCENTES 
DO SEXO FEMININO 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso 
de Psicologia da Universidade Tuiuti do Paraná de 
Curitiba, como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho – UTP (Orientador) 
 
 
 
Dra. Paula Inez Cunha Gomide – UTP (Banca Examinadora) 
 
 
 
Mestranda: Marina Fenanda Dallaqua – UTP (Banca Examinadora) 
 
 
 
 
 
 
Curitiba, 02 de julho de 2018. 
 
 
RESUMO 
Esta pesquisa apresenta um comparativo das práticas parentais e histórico infracional familiar de 
adolescentes do sexo feminino de escola pública e particular da cidade de Curitiba. Participaram da 
pesquisa 41 adolescentes de duas escolas públicas e 33 de uma escola particular, que responderam ao 
Critério de Classificação Econômica Brasil, Inventário de Estilos Parentais (IEP) e o Histórico 
Infracional de Familiares (HIF). A maioria das participantes de escolas públicas pertencia à classe B2 
(29,2%) e as participantes da escola particular pertenciam à classe A (39,39 %). No IEP, os resultados 
demonstram que na escola a monitoria positiva apresenta uma média de 9,70, enquanto na escola 
pública a pontuação foi de 8,46. A pontuação do comportamento moral da escola particular foi de 8,5, 
e na escola pública de 7,3. No HIF, os resultados apontam que os tios são os que mais apresentam 
infrações (2,26), seguido dos primos (1,88), pai (1,11), irmãos (0,47), avô (0,42), mãe (0,24), padrasto 
(0,15), avó (0,03) e madrasta (0,00). Na análise de correlação, foi observada uma correlação positiva 
entre as infrações cometidas pelas adolescentes e as infrações do pai (p<0,01) e da mãe (p<0,01), 
sugerindo que, para essa amostra, quanto maior o número de infrações cometidas pelos pais, maior a 
probabilidade das adolescentes cometerem infrações. Esses dados confirmam que a relação familiar 
se apresenta como o principal preditor para os comportamentos infracionais, independente da escola 
das adolescentes. 
 
Palavras-chave: Adolescentes do sexo feminino; Estilo parental; Histórico familiar infracional. 
 
ABSTRACT 
This research presents a comparison of the parental practices and family record of offenses among 
female adolescents of public and private schools in the city of Curitiba. A total of 41 adolescents from 
two public schools and 33 from a private school answered the Brazilian Economic Classification 
Criterion, the Parental Style Inventory (IEP) and the Familial Offenses Record (HIF). Regarding the 
socioeconomic level, the majority of participants in group A (public school) belongs to class B2 
(29.2%), and group B (private school) to class A (39.39%). In the IEP, the results show that in the 
private school the positive monitoring presents an average of 9.7, while in the public school the score 
was 8.46. In moral behavior, the score of the private school was 8.5, and in the public school of 7.3. 
In the HIF, the results indicate that the uncles are the ones with the most infractions (2.26), followed 
by cousins (1.88), father (1.11), siblings (0.47), grandfathers (0.42), mother (0.24), stepfather (0.15), 
 
 
grandmother (0.03) and stepmother (0.00). In the correlation analysis, a positive correlation was 
observed with the infractions committed by the adolescents and the infractions of the father (p<.01) 
and the mother (p<.01), suggesting that, for this sample, the greater the number of infractions 
committed by the parents, the greater the likelihood of the adolescents committing infractions. These 
data confirm that the family relationship presents as the main predictor for the offenses, independent 
of the adolescent school. 
 
Keywords: Female adolescents; Parental style; Criminal offenses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradecemos a Deus por ser nossa fortaleza e esperança. Aos nossos familiares por 
acreditarem em nós e estarem sempre ao nosso lado. Um ao outro, pois juntos a caminhada se tornou 
mais leve e cheia de longos sorrisos. A cada professor que passou por nossas vidas e que deixou um 
pouco de si conosco. Aos nossos orientadores, a professora Dra. Ana Carolina Braz, por iniciar os 
nossos primeiros passos, a professora Dra. Gabriela Reyes, por indicar o caminho e nos encorajar com 
o seu exemplo, ao professor Dr. Sidnei Rinaldo Priolo Filho, pelo seu direcionamento prático, atenção 
constante e inspiração para a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................7 
1.1 TEMA .....................................................................................................................................7 
1.2 HIPÓTESE ...............................................................................................................................7 
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA .....................................................................................................8 
1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................8 
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................8 
2.1 COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL EM ADOLESCENTES .....................................................8 
2.2 O SEXO FEMININO E O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL .................................................9 
2.3 FATORES DE RISCO PARA O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL ......................................11 
2.4 ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAIS ......................................................................................11 
2.5 HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES ......................................................................12 
3. OBJETIVOS ...........................................................................................................................13 
3.1 GERAL ..................................................................................................................................13 
3.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................................13 
4. MÉTODO ...................................................................................................................................13 
4.1 PARTICIPANTES ..................................................................................................................13 
4.2 LOCAL ..................................................................................................................................14 
4.3 INSTRUMENTOS ..................................................................................................................14 
4.3.1 INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS (IEP)................................................................15 
4.3.2 QUESTIONÁRIO DE HISTÓRICO INFRACIONAL FAMILIAR .........................................15 
4.3.3 CRITÉRIO BRASIL ..........................................................................................................15 
4.4 PROCEDIMENTO ..................................................................................................................15 
4.5 ASPECTOS ÉTICOS ...............................................................................................................16 
5. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................................16 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................................18 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................20 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................21 
ANEXOS ........................................................................................................................................28 
ANEXO A – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ..........................................28 
ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......................................30 
ANEXO C – QUESTIONÁRIO: HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES ............................32 
7 
 
 
1. APRESENTAÇÃO 
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2016) caracteriza os adolescentes, em seus 
estudos, utilizando a segunda década de vida do ser humano, ou seja, dos 10 aos 19 anos de 
idade. Considerando-se a existência de importantes diferenças biológicas e psicossociais, opta-
se em dividir a adolescência em dois períodos: o inicial, dos 10 aos 14 anos, e o final, dos 15 
aos 19 anos. De forma geral, as ciências da saúde utilizam o termo juventude para se referir a 
um período entre a adolescência e o início da vida adulta, o qual é demarcado pela faixa etária 
dos 15 aos 24 anos (Eisenstein, 2005). 
Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 2º, considera 
criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito 
anos de idade. Ainda, nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente esse Estatuto aos 
sujeitos que estão entre dezoito e vinte e um anos de idade (Lei n. 8.069, 1990). 
Quanto à adolescência em si, tanto os adultos quanto os próprios adolescentes percebem 
esse período como algo difícil e repleto de atritos. Há sujeitos que podem vir a cruzar essa fase 
sem vivenciarem conflitos significativos. Entretanto, a maioria dos adolescentes experimenta 
uma série de sentimentos contraditórios, principalmente em relação às figuras parentais. Cabe 
dizer, todavia, que essa etapa do desenvolvimento tem o potencial de resultar na oportunidade 
de crescimento do jovem e em momentos de alegrias para a família, caso haja a oferta de um 
ambiente acolhedor, permeado por uma comunicação adequada e o respeito entre todos. 
De acordo com um recente levantamento, cerca de 1,2 bilhão de pessoas se encontram 
na desafiadora encruzilhada entre a infância e o mundo adulto. Nove em cada dez vivem em 
um mundo em constante desenvolvimento, tendo que enfrentar uma grande variedade de 
desafios relevantes, os quais vão desde a adquirir o acesso à educação formal até à luta pela 
simples sobrevivência. Nesse cenário, as meninas e as mulheres jovens são as que enfrentam 
os maiores obstáculos. (United Nations Children’s Fund [Unicef], 2011). 
1.1 TEMA 
Esta pesquisa apresenta a relação das práticas parentais e o histórico infracional de 
familiares entre adolescentes matriculadas em escola pública e particular. 
1.2 HIPÓTESE 
Práticas parentais negativas estão associadas com maior frequência de comportamentos 
infracionais de adolescentes do sexo feminino. 
8 
 
 
1.3 PROBLEMA DE PESQUISA 
Como questionamento, busca-se descobrir de que maneira as práticas educacionais 
empregadas pelas famílias e o histórico infracional de familiares estão relacionados ao 
desenvolvimento de crianças e adolescentes com comportamentos antissociais. 
1.4 JUSTIFICATIVA 
A importância deste trabalho justifica-se pela necessidade de compreender os aspectos 
presentes na dinâmica familiar que contribuem para a consolidação do jovem infrator e como 
as práticas e os estilos parentais têm o potencial de operar a favor ou contra esse quadro. 
Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). no ano de 2014 houve um 
aumento, entre o período de 2005 a 2012, de 146% da população encarcerada feminina. Isso se 
contrapõe ao aumento da população masculina, que mesmo ainda sendo a mais predominante, 
teve um aumento de 70%. Nesse sentido, compreende-se a necessidade de pesquisas que 
busquem evidenciar quais são variáveis familiares ou ambientais que podem influenciar ou 
contribuírem para o ato infracional feminino. 
Esse trabalho tem por objetivo proporcionar às ciências humanas dados e respostas que 
expliquem o comportamento e a percepção do sujeito inserido nesse contexto. Espera-se que 
esta obra contemple o que se propõe e venha a servir de respaldo para posteriores pesquisas e 
investigações sobre a temática abordada. 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL EM ADOLESCENTES 
É consenso que a adolescência representa um marco na vida do indivíduo. São muitas 
as mudanças que ocorrem no seu ser, tanto a níveis físicos e psíquicos quanto sociais. O 
adolescente caminha em direção a sua autonomia e identidade; incorpora diversos papéis 
sociais, busca se adaptar a um novo esquema corporal e desenvolve um senso do que se é viver 
em sociedade, a qual possui suas próprias regras e valores e que devem ser incorporadas por ele 
de algum modo (Davim, Germano, Menezes, & Carlos, 2009). Assim, esse período também é 
caracterizado por momentos de crises e de vulnerabilidade, uma vez que o sujeito experimenta 
emoções e comportamentos inéditos, que podem gerar confusão e colocá-lo em situações 
possíveis de causar dano a si ou outrem (Heidemann, 2006). 
Diante desse dinamismo todo, determinar o que constitui uma conduta normal e o que é 
problemático torna-se uma tarefa complexa. Em tal sentido, Gouveia-Pereira (2009) expõe que 
9 
 
 
comportamentos como roubos, atos de desordem pública, escolar e familiar podem fazer parte 
de uma experimentação e ocorrerem ocasionalmente. Visão semelhante é compartilhada por 
Connor (2012) ao dizer que certos comportamentos não normativos refletem um esforço do 
adolescente para superar os desafios típicos dessa fase do desenvolvimento, não se 
configurando como um quadro crônico por si só. 
Desse modo, a literatura científica emprega uma série de nomenclaturas, que dependem 
da vertente do saber e das práticas sociais em análise, para classificar um comportamento 
negativo, que pode ser denominado como desviante, transgressivo, antissocial, delitivo ou 
delinquente. Geralmente, os comportamentos desviantes e antissociais implicam no desvio das 
normas e expectativas sociais. São condutas que violam as regras e os acordos do contexto em 
que o sujeito faz parte sem que essas, obrigatoriamente, constituam-se infrações legais. Já os 
comportamentos delitivos respondem por ocorrências reconhecidas pela lei. Em outras 
palavras, referem-se às condutas que incorrem em crime ou contravenção penal passíveis de 
punição. Aqui, encontram-se violações que podem acarretar danos morais e/ou físicos mais 
graves (Dias, Oliveira-Monteiro & Aznar-Farias, 2014; Formiga, Aguiar, & Omar, 2008; 
Pacheco & Hutz, 2009). 
2.2 O SEXO FEMININO E O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL 
A maioria das pesquisas voltadas à compreensão do comportamento antissocial tem 
dispensado um foco exclusivo ao sexo masculino. Como justificativa para tanto, o meioacadêmico se vale de dados estatísticos, os quais apontam para uma grande representatividade 
dos homens frente aos crimes cometidos e da maior suscetibilidade a se engajarem em 
comportamentos antissociais (Hartung & Widiger, 1998; Rutherford, Alterman, Cacciola, & 
Snider, 1995). Entretanto, Assis e Constantino (2001) elencam outros motivos para a falta de 
estudos a respeito do gênero feminino nessa problemática, como “o papel secundário das 
mulheres na sociedade e na vida extra-familiar, o preconceito que atribui pouco ou nenhum 
valor às manifestações de desajuste social das mulheres e a falta de pressão da opinião pública, 
que não se interessa pelo tema”. (p. 19). Quando a figura feminina aparece nas produções 
científicas relacionadas ao comportamento antissocial, sua responsabilidade pelos delitos e 
infrações se esvaem em explicações sobre alguém que foi vítima de circunstâncias externas, 
das condições adversas da vida e até mesmo de uma falha na sua constituição biológica, a qual 
é tida como inconsistente com a prática criminal. Não há o reconhecimento do seu potencial 
como agressora; é relegado à mulher o papel de vítima (Duarte, 2012). 
10 
 
 
Partindo dessa atribuição de passividade concedida à condição feminina, é possível 
ampliar a temática e encontrar respaldos para isso mencionando às diferenças existentes nas 
maneiras pelas quais ambos os gêneros são socializados. De acordo com Cook e Sorenson 
(2006), os pais tendem a seguir um modelo estereotipado de educação no que concerne aos 
comportamentos mais adequados para as meninas e os meninos. Meninas são educadas a não 
demonstrarem agressividade, e a monitoria dos pais é mais presente. Aos meninos é ensinado 
o valor da independência, enquanto que para as meninas sua validação como mulher depende 
da sua capacidade em manter relacionamentos. Estudos indicam que na presença de situações 
desagradáveis, como a falta de suporte da família e de colegas, as meninas costumam ficar 
tristes, enquanto que os meninos podem se engajar em comportamentos agressivos e destrutivos 
(Meadows, 2007). Com a maturidade, as adolescentes parecem responder às provocações se 
sentindo ansiosas, internalizando suas frustrações. Já os adolescentes são encorajados a 
expressarem suas dores, o que pode resultar na emissão de comportamentos caracterizados por 
antissociais (Rutter, Giller & Hagell, 1998). Isso é capaz de explicar, de algum modo, a 
invisibilidade do público feminino diante do fenômeno em questão. Trata-se de uma construção 
cultural, que influi em como as mulheres são percebidas pela sociedade como um todo. Parece 
haver uma dificuldade na assunção de que esse público também está envolvido em atos 
infracionais. O resultado pode ser visto tanto no campo conceitual quanto no das práticas em 
relação ao sexo feminino e o comportamento antissocial, permeados pela escassez de 
contribuições (Batchelor, 2007; Duarte, 2012). 
Por fim, de modo a identificar de que forma esses indivíduos estão inseridos nesse 
contexto, cita-se o estudo realizado por Assis e Constantino (2001) em três instituições de 
internamento no Rio de Janeiro, o qual revelou o envolvimento de meninas, com maior 
prevalência, no tráfico de drogas e no uso de substâncias ilícitas. Acrescenta-se aqui as 
informações obtidas por Oliveira e Assis (1999), que entrevistaram 153 meninas envolvidas em 
processos na Justiça da Infância e Juventude que se encontravam na cidade do Rio de Janeiro. 
Os autores constataram que 68,6% dos atos infracionais diziam respeito a crimes cometidos 
contra o patrimônio, 15% ao tráfico de drogas e 1,3% contra a vida. É válido comentar que a 
maior parte dos delitos femininos, especialmente em termos de violência, acontece em 
ambientes privados, como na casa da agressora ou de terceiros. As vítimas estão relacionadas 
às pessoas mais próximas com quem se mantém relação: companheiros, filhos e outros 
membros da família (Schwartz, 2011). 
11 
 
 
2.3 FATORES DE RISCO PARA O COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL 
Podem-se dividir os fatores de risco em duas categorias: individuais (características 
biológicas, comportamentais e cognitivas) e contextuais (características familiares, sociais e 
vivências negativas). Dentro dessas, os fatores mais significativos para a presença de 
comportamentos antissociais são: o próprio temperamento do indivíduo, membros delinquentes 
na família, ausência paterna, condição financeira precária, educação deficitária e violências 
físicas e sexuais (Barnow, Lucht & Freyberger, 2001; Scaramella, Conger, Spoth & Simons 
2002; Silva & Hutz 2002). 
Quanto à questão da violência doméstica, crianças e adolescentes que a presenciaram 
ou foram vítimas diretas estão sujeitos a se valerem de comportamentos e estratégias agressivas 
para lidarem com problemas pessoais. Isso ocorre como efeito da modelagem cognitiva e da 
observação de tais vivências, que acarretam no desenvolvimento de um repertório 
comportamental restrito (Salzinger, Feldman, Stockhammer & Hood, 2002). 
 No que tange ao abuso ou violência sexual, há uma notória quantidade de estudos 
evidenciando que mulheres e meninas que sofreram essa experiência apresentam maior risco 
de se engajarem em comportamentos antissociais (Arata, Langhinrichsen-Rohling, Bowers, & 
O'Brien, 2007; Cernkovich, Lanctot, & Giordano, 2008; Gault-Sherman, Silver, & Sigfúsdóttir, 
2009; Gunnison & McCartan, 2005; Hahm, Lee, Ozonoff, & Van Wert, 2010; Herrera & 
McCloskey, 2003; Hubbard & Pratt, 2002; Leeb, Barker, & Strine, 2007; Phan & Kingree, 
2001; Siegel & Williams, 2003; Verona & Sachs-Ericsson, 2005; Wright, Friedrich, Cinq-Mars, 
Cyr, & McDuff, 2004). 
Além disso, estudos que realizaram uma comparação entre os gêneros são consistentes 
com a ideia de que um histórico de abuso sexual é um fator de risco específico do sexo feminino 
para o comportamento antissocial (Bergen, Martin, Richardson, Allison, & Roeger, 2004; 
MacMillan, Flemming, Streiner, Lin, Boyle, Jamieson et al., 2001; McCabe, Lansing, Garland, 
& Hough, 2002). 
2.4 ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAIS 
No que se refere aos estilos parentais, considera-se que há uma vasta literatura que 
contempla este assunto a partir de diferentes dimensões teóricas. O enfoque teórico adotado 
neste trabalho compreende as práticas parentais como atuantes no desenvolvimento ou inibição 
do comportamento antissocial. Sendo este contextualizado por Gomide (2014) como um 
aglomerado de práticas educativas (estratégias) empregadas pelos genitores com a finalidade 
de socializar, educar e controlar o comportamento de seus filhos. Este modelo compreende sete 
12 
 
 
práticas educativas, destas cinco são negativas, associadas ao desenvolvimento do 
comportamento antissocial, e duas positivas que são influentes dos comportamentos pró-
sociais. 
Para o desenvolvimento de práticas educativas positivas os pais ou cuidadores têm como 
estratégias a monitoria positiva, que é definida como o reconhecimento e a atenção dada aos 
seus filhos, o que proporciona um ambiente com demonstrações de afeto entre os membros. 
Outra estratégia educativa é o comportamento moral, pautado na transmissão de valores, como 
honestidade, generosidade, senso de justiça, entre outros, sempre mediados por uma relação 
afetuosa (Gomide, Salvo, Pinheiro & Sabbag, 2005). 
Por outro lado, dentre as práticas educacionais negativas encontra-se a negligência, onde 
os pais geralmente não são responsivos e costumam se ausentar de situações difíceis e das 
responsabilidades, ou seja, pais não responsivos e que ignoram a maioria dos comportamentos 
da criança, mesmo que represente uma tentativa de comunicação por parte dela. Há também a 
punição inconsistente, quando os pais reforçam ou punem seus filhos de forma atrelada ao seu 
humor e não de acordo com a contingência específica. A monitoria negativa é relacionada ao 
excesso de fiscalização dos seus filhos, que acaba por produzir umambiente estressante devido 
às ordens repetitivas. A disciplina relaxada é considerada uma estratégia negativa, pois os pais 
não cumprindo com as regras previamente estabelecidas criam um ambiente de oposição entre 
o que foi acordado e as permissões. E por fim, o abuso físico, que pode gerar uma criança 
apática, medrosa e desinteressada. Todas essas práticas parentais foram propostas por Gomide 
(2014). 
2.5 HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES 
Para Davoglio, Tolotti e Fernandes (2012) é comum na literatura a compreensão de que 
as relações familiares são os primeiros modelos para futuras interações sociais dos indivíduos. 
Por esse motivo, a família é considerada como um dos principais meios para promover a 
educação infantil (Gomide, 2017). 
Conforme Costa e Penso (2014), a família só passou a ser considerada como um grupo 
com vínculos afetivos nos séculos XV e XVII. Atualmente, entende-se que sua estrutura pode 
ser similar a um sistema social de tal importância que seu valor em conjunto é tão relevante 
quanto às partes separadas. Os autores pontuam que as famílias podem ter relação com fatores 
de risco e proteção no desenvolvimento infantil saudável. No que se refere à proteção, a oferta 
de amparo, cuidado e afetos socializa e sustenta seus membros. Quanto aos ricos, encontram-
13 
 
 
se famílias inseridas em um contexto de vulnerabilidade permeado, por exemplo, pelo 
abandono, abuso, negligência e a desorganização estrutural familiar. 
Acerca da relação da família com o comportamento antissocial, Castro e Teodoro 
(2014), por meio de uma revisão de literatura, constataram que as ações infracionais são maiores 
em adolescentes que possuem membros familiares em conflito com a lei. Nessa pesquisa, cabe 
citar um estudo realizado com 577 adolescentes infratores, que descobriu que 163 desses 
indivíduos tinham um dos pais criminoso, 33 deles tanto a mãe quanto o pai, e 34 foram 
testemunhas da criminalidade dos pais na infância. Ainda, destaca-se que, quando ambos os 
genitores eram tidos como criminosos, foi percebida uma maior frequência no cometimento de 
atos infracionais pelas crianças, o que é passível de indicar a influência que os pais exercem 
sobre seus filhos (Nijhof, de Kemp, & Engels, 2009). Por último, um outro estudo verificado 
nessa revisão identificou que adolescentes do sexo feminino se mostraram mais resistentes 
contra o envolvimento em atos infracionais quando não apresentavam membros familiares com 
históricos criminais (Tia, Merry, & Suyeon, 2011). 
3. OBJETIVOS 
 3.1 GERAL 
Comparar práticas parentais e o histórico infracional de familiares de adolescentes de 
escola pública e escola particular. 
 3.2 ESPECÍFICOS 
Identificar diferentes práticas educativas de estilos parentais entre as adolescentes de 
escola pública e particular. 
Relacionar o histórico infracional de familiares com o comportamento antissocial das 
adolescentes. 
4. MÉTODO 
4.1 PARTICIPANTES 
O trabalho foi realizado com dois grupos. O grupo A compreende 41 adolescentes do 
sexo feminino, que estão matriculadas no ensino regular em duas escolas estaduais da rede 
pública, com idades variadas entre 14 a 19 anos. O grupo B é composto por 33 meninas 
matriculadas no ensino regular de uma escola particular, com idades de 14 a 19 anos. Assim, 
14 
 
 
obteve-se uma amostra de 74 participantes. A média de idade do grupo geral foi de 15,9 anos, 
enquanto no grupo A as idades foram de 16,2, e no grupo B 15,8 anos. Em relação ao nível 
socioeconômico, como apresentado na Tabela 1, a maioria das participantes do grupo A (escola 
pública) se encontram inseridas na classe B2 (29,2%). No grupo B (escola particular), os 
indivíduos pertencentes à classe A (39,39 %) são em maior número. 
Tendo por consideração o trabalho realizado por Alves, Soares e Xavier (2014) acerca 
do índice socioeconômico de alunos matriculados em mais de 70 mil escolas, entre públicas e 
particulares, as informações obtidas nesta pesquisa correspondem ao que pode ser esperado 
para a realidade brasileira, especialmente quando se constata a disparidade do número de 
indivíduos da classe C1 entre ambos os grupos. 
 
Tabela 1 
Resultados do Status Socioeconômico 
Classe Grupo A Grupo B Total 
A 9 (21,95 %) 13 (39,39 %) 22 
B1 10 (24,39 %) 11 (33,33 %) 21 
B2 12 (29,26 %) 8 (24,24 %) 20 
C1 10 (24,39 %) 1 (3,03 %) 11 
 
4.2 LOCAL 
As participantes do grupo A e B pertencem a escolas localizadas na cidade de Curitiba, 
ambas responderam os instrumentos nas suas referidas unidades escolares. O grupo A é 
composto por alunas de duas escolas públicas situadas no mesmo bairro, enquanto que o grupo 
B de alunas de uma escola particular. 
4.3 INSTRUMENTOS 
Foram utilizados os instrumentos Inventário de Estilos Parentais (Gomide, 2006), o 
Questionário de Histórico Infracional de Familiares (Gomide, não publicado), e o Critério 
Brasil 2017 (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa [ABEP], 2017) 
15 
 
 
4.3.1 INVENTÁRIO DE ESTILOS PARENTAIS (IEP) 
Autoria de Gomide (2006), é um instrumento que busca avaliar sete práticas educativas, 
sendo que duas são tidas como positivas (monitoria positiva e comportamento moral) e cinco 
negativas (abuso físico, disciplina relaxada, monitoria negativa, negligência e punição 
inconsistente). Cada prática relaciona-se a 6 questões, perfazendo um total de 42 questões. As 
respostas são apresentadas em uma escala Likert de três pontos: 0=nunca; 1=às vezes; 
2=sempre. 
4.3.2 QUESTIONÁRIO DE HISTÓRICO INFRACIONAL FAMILIAR 
Possui 15 itens que avaliam o histórico de infrações cometidos pelo adolescente e seus 
familiares (Gomide, não publicado). O questionário aborda temas como: furto/roubo, assalto, 
homicídio, porte ilegal de armas, tráfico de drogas, porte de drogas, dirigir sem habilitação, 
dirigir embriagado, compra/venda de veículo roubado, vandalismo, violência doméstica, lesão 
corporal, não pagamento de pensão, prostituição, sequestro e se já esteve preso. 
4.3.3 CRITÉRIO BRASIL 
Os dados apresentados sobre status socioeconômico foram obtidos por meio da 
aplicação do Critério de Classificação Econômica Brasil 2017, reconhecido no meio científico 
como Critério Brasil, instrumento de autoria da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa 
(ABEP, 2018), o qual estipula uma ordenação das classes sociais, em ordem decrescente de 
poder aquisitivo, com base em algumas variáveis, como grau de instrução do chefe da família, 
a origem da água utilizada no domicílio e a posse de itens de conforto: quantidade de 
automóveis, de empregados domésticos mensalistas, de computadores, de banheiros, etc. 
4.4 PROCEDIMENTO 
O contato com as instituições do grupo A ocorreu pessoalmente nas escolas. As escolas 
do grupo A foram selecionadas pelos pesquisadores de acordo com sua localização no bairro. 
Em relação ao grupo B, o acesso ao local foi mediado por um dos colaboradores da instituição, 
facilitando o contato com a direção. De igual modo, todos os responsáveis pelas instituições 
foram comunicados pessoalmente sobre os instrumentos da pesquisa e receberam as cópias do 
TALE e do TCLE utilizados nesta pesquisa. Diante de sua aprovação, as alunas foram 
convocadas em suas salas sendo que, apenas no grupo A, por recomendação da pedagoga, os 
meninos foram retirados da sala de aula para que o objetivo da pesquisa fosse explicado somente 
às meninas. Em todas as convocações fora explicado o objetivo dessa pesquisa, a relevância do 
16 
 
 
tema para o meio científico e social bem como a importância do envolvimento das adolescentes. 
Após essa explicação, foram entregues os documentos TCLE para as menores de 18 anos, para 
que os pais ou responsáveis assinassem, e para meninas maiores de idade, elas receberam o 
TALE no dia da aplicação dos instrumentos. 
Na coleta de dados, a aplicação dos questionários ocorreu de forma semelhante em 
ambos os grupos. As adolescentes queentregaram antecipadamente o termo, as que estavam de 
posse dos mesmos assinados ou as que eram maiores de idade e que desejavam participar da 
pesquisa, eram convocadas em suas salas de aula por um dos pesquisadores de acordo com o 
horário liberado pela pedagoga. Realizada a convocação, as adolescentes eram direcionadas à 
sala disponibilizada pelas instituições para a aplicação dos questionários. A explicação sobre o 
preenchimento dos questionários era oferecida para todas, e os pesquisadores permaneciam 
próximos das participantes, com o objetivo de esclarecer eventuais dúvidas que pudessem 
surgir. Após responderem a pesquisa, as participantes retornavam para a sala de aula. O tempo 
aproximado da aplicação foi de 20 minutos. 
4.5 ASPECTOS ÉTICOS 
Este trabalho faz parte de um projeto amplo registrado na Plataforma Brasil, aprovado 
pelo comitê de ética sob o CAAE 55547116.6.00000.8040. Os pesquisadores respeitaram os 
preceitos expostos na Resolução 196/96 do CNS/MS, a qual garante, ao indivíduo e o coletivo, 
o cumprimento da bioética, o respeito pela autonomia, não maleficência, justiça e equidade 
(Brasil, 1996). Durante a coleta de dados, os instrumentos respondidos e os termos de 
consentimento foram armazenados em diferentes envelopes, de forma a assegurar o sigilo de 
informações pessoais e da identidade das participantes dessa pesquisa. Acrescenta-se que as 
instituições envolvidas receberam uma devolutiva dos dados coletados. 
5. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
A Tabela 02 apresenta as médias dos dois grupos para os Estilos Parentais avaliados 
pelo IEP. Na escola particular (grupo B) a monitoria positiva teve uma média de pontuação de 
9,7 (DP=2,03) enquanto que na escola pública (grupo A) a pontuação foi de 8,46 (DP=2,58) 
p=0.02. No comportamento moral a pontuação na escola particular foi de 8,5 (DP=2,2) e na 
escola pública foi de 7,3 (DP=2,2) com p=0.02 
 
 
 
17 
 
 
Tabela 02 
Resultados do Inventário de Estilos Parentais 
Práticas educativas Grupo A Grupo B Total 
Monitoria positiva 8,46 9,75 9,04 
Comportamento moral 7,31 8,51 7,85 
Punição inconsistente 3,90 4,81 4,31 
Negligência 3,2 3,30 3,29 
Disciplina relaxada 2,97 2,93 2,95 
Monitoria negativa 5,26 5,75 5,48 
Abuso físico 1,34 1,33 1,33 
Índice de Estilo Parental -1 0,12 -0,5 
 
Histórico Infracional de Familiares 
Os resultados do Histórico Infracional de Familiares (HIF), apresentados na Tabela 3, 
correspondem a ambos os grupos, Grupo A (escola pública) e B (escola particular). É possível 
identificar que dos familiares investigados os tios são os que mais apresentam infrações (2,26), 
seguido dos primos (1,88), pai (1,11), adolescente (0,50), irmãos (0,47), avô (0,42), mãe (0,24), 
padrasto (0,15), avó (0,03), madrasta (0,00). 
 
Tabela 03 
Resultados do Histórico Infracional de Familiares 
Comportamentos 
Infratores Grupo A Grupo B Total 
Adolescente 0,07 0,42 0,50 
Pai 0,29 0,82 1,11 
Mãe 0,00 0,24 0,24 
Padrasto 0,15 0,00 0,15 
Madrasta 0,00 0,00 0,00 
 
Tabela 03 (continuação) 
18 
 
 
Resultados do Histórico Infracional de Familiares 
Irmão 0,29 0,18 0,47 
Avô 0,15 0,27 0,42 
Avó 0,00 0,03 0,03 
Tio 1,44 0,82 2,26 
Primos 1,49 0,39 1,88 
Total 3,88 3,18 7,06 
 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Foi realizada uma análise de correlação e foi observada uma correlação positiva com as 
infrações cometidas pelas adolescentes e as infrações pai (b = 0.500, p> 0,01) e da mãe (b = 
0.667, p> 0,01). Portanto, para essa amostra, quanto maior o número de infrações cometidas 
pelos pais, maiores as chances de as adolescentes cometerem infrações. Para tanto, essa 
correlação é pervasiva do socioeconômico e da idade das participantes da pesquisa. Ainda que 
a literatura brasileira seja escassa no que se refere ao histórico infracional de familiares, de 
acordo com dados encontrados por Nijhof, Kemp e Engels (2009), como citado anteriormente 
neste trabalho, foi identificado que quanto maior a gravidade dos crimes cometidos pelos 
adolescentes, maior a relação positiva de crimes cometidos pelos pais. Essa pesquisa foi 
realizada com 577 crianças participantes e seus pais. Destas crianças, 34% foram expostas à 
criminalidade parental, das quais 163 tiveram um pai criminoso, o que apontou que ambos os 
pais eram criminosos, a criança apresentava maiores comportamentos antissociais. Ou seja, os 
dados observados nessa pesquisa vêm a demonstrar o mesmo padrão para a realidade brasileira. 
O número de infrações cometidas pelas adolescentes também estava relacionado com 
as infrações do avô (b=0.497, p> 0,001). Dito isso, foi encontrada também uma correlação com 
os estilos parentais da mãe referentes a punição inconsistente (b=0.24 p=0,047) e também 
estava correlacionado com a monitoria negativa (b=0.24 p=0.046). De acordo com Gomide 
(2014 pp.24-31) os modelos de monitoria estressantes podem proporcionais alguns efeitos em 
adolescentes como a tendência a se unirem a pares desviantes, o que por sua vez aumenta a 
chance de ocorrer comportamentos antissociais. Ainda aponta que as práticas parentais 
associadas a punição inconsistente pode influenciar em não uma interiorização de valores 
morais. A criança tem dificuldades em aprender o que é certo e o que é errado, desta forma a 
19 
 
 
socialização deste sujeito pode ser comprometida. E neste caso, podemos verificar que há um 
possível efeito intergeracional entre os crimes e as práticas parentais, de forma que, pesquisas 
futuras devem investigar as associações entre esses eventos. 
Em uma revisão de literatura, Ormeño (2013) contextualiza que a intergeracionalidade 
familiar como uma transmissão de comportamentos entre os membros da família, sendo esta 
uma manifestação que ocorre ao longo do tempo. Nesse sentido, pode-se compreender que 
famílias que possuem pais infratores há a probabilidade de que seus filhos repitam esse padrão 
de comportamento. 
Há também uma correlação positiva entre as infrações cometidas pelo pai e pela mãe, 
ou seja, quanto mais aparecerem infrações cometidas pelo pai, há também uma quantidade 
significativa de infrações cometidas pela mãe (b=0.649, p>0,01). Foi encontrado também a 
correlação entre as infrações cometidas pelo pai e do avô (b=0.357, p>0,01) e as infrações 
cometidas pelos tios (b=0,293 p> 0,01). Os comportamentos infracionais da mãe também estão 
relacionados com as infrações cometidas pelo avô (b=0.46, p>0,01). 
De acordo com dados encontrados na literatura estrangeira, Goodwin e Davis (2011) 
em um estudo com cerca de 714 famílias, mencionam que uma criança nascida em uma família 
onde os pais possuem antecedentes criminais as crianças possuem mais chances de se 
envolverem em práticas criminosas. Ainda em uma análise do histórico infracional as 
informações publicadas foram que nas famílias onde ambos os pais tivessem antecedentes 
criminais, havia uma probabilidade de 43,8% de que a filha tivesse antecedentes criminais para 
um delito grave. Com isso temos que o contexto familiar se mostra fundamental na prática de 
comportamentos infratores e que tais devem estar relacionados para a efetiva medida 
socioeducativa, bem como para programas de prevenção. Somente envolvendo o adolescente, 
a família e o contexto social é que possíveis resultados positivos serão alcançados. 
Uma regressão linear de dois passos foi realizada utilizando no primeiro modelo as 
infrações do pai e da mãe e comportamento de punição inconsistente e a monitoria negativa foi 
significa (F (4,69) =16.250, p>0,01). O R² deste modelo foi 0.485 ou seja, 48% dos 
comportamentos infratores das adolescentes é explicado pelas variáveis deste modelo. Dentre 
essas variáveis, as infrações da mãe mostraram-se as mais significativas (p>0,01). Ou seja, os 
estilos parentais possuem impacto na prática infracional, contudo apenas para os 
comportamentos dos pais, não das adolescentes. 
No que se refere a escola, não foram identificadascorrelações significativas que 
explicassem o comportamento infracional, isso significa que esse padrão de comportamento 
está presente tanto no grupo A quanto no grupo B. Em um teste T de comparação de médias 
20 
 
 
não foram observados diferenças entre os grupos A e B no que se refere aos tipos de infrações 
cometidas F=11.901, p=0.056. Ainda, comparando os estilos parentais entre os grupos A e B, 
foi encontrado uma diferença significativa nas variáveis da monitoria positiva, comportamento 
moral e no total de infrações do pai e da mãe. 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Essa pesquisa apresenta algumas limitações entre elas: a) a amostra é limitada em seus 
achados por ser de apenas uma cidade e de 3 escolas de Curitiba; b) não foram analisados 
aspectos do histórico de vida das participantes que possa ter relação com os atos infracionais, 
como histórico de violência intrafamiliar e uso de substâncias; c) não foi analisado o impacto 
das infrações cometidas pelos familiares no desenvolvimento das participantes, ou seja, não foi 
investigado de que forma a participante tomou conhecimento ou se participou dessas infrações 
juntamente de seus familiares; d) é possível que algumas adolescentes, devido à aplicação em 
grupo, possam ter minimizado ou omitido infrações temendo possíveis sanções. 
 Em suma, a relação familiar se apresenta como o principal preditor para os 
comportamentos infracionais independente da escola das adolescentes. Dessa maneira, o 
contexto principal para as infrações das adolescentes está relacionado à família, seja ela 
estendida (e.g. tios, avôs, primos) como a nuclear (e.g. pai, mãe, irmãos). Em especial, as 
infrações dos pais e mães se mostraram importantes para predizer o comportamento infracional 
das participantes. Importante destacar que tanto nas escolas públicas quanto particulares esse 
padrão emergiu. Com isso, podemos verificar que o nível socioeconômico e o tipo de escola 
são variáveis menos relevantes para o comportamento infracional e que o foco de futuras 
intervenções deve ter como objetivo uma atuação integrada entre escola, família e adolescentes. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
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Silva, D. F. M., & Hutz, C. S. (2002). Abuso infantil e comportamento delinqüente na 
adolescência: prevenção e intervenção. Em: HUTZ, C. S. (Org.). Situações de risco e 
vulnerabilidade na infância e na adolescência: Aspectos teóricos e estratégias de 
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Tia, S., Merry, M., & Suyeon, P. (2011). Late-adolescent delinquency: Risks and resilience for 
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United Nations Children’s Fund (2011). Situação mundial da infância 2011: adolescência uma 
fase de oportunidades. Unicef. 
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27 
 
 
Verona, E., & Sachs-Ericsson, N. (2005). The intergenerational transmission of externalizing 
behaviors in adult participants: The mediating role of childhood abuse. Journal of Consulting 
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World Health Organization (2016). Causes of death among adolescents. Recuperado de 
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Wright, J., Friedrich, W., Cinq-Mars, C., Cyr, M., & McDuff, P. (2004). Self-destructive and 
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covariates in clinical and nonclinical samples. Violence and Victims, 19, 627–643, 
doi:10.1891/vivi.19.6.627.66343 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.who.int/maternal_child_adolescent/data/causes-death-adolescents/en/
28 
 
 
ANEXOS 
ANEXO A – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
Título do Projeto: Histórico Infracional Familiar: uma comparação entre adolescentes acolhidos 
e escolares. 
Pesquisadores: Ana Carolina Comarella Rossi, Fábia de Souza Cardoso Ramos e Ronaldo 
Antonio Moreira 
Orientador: Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho 
Local da Pesquisa: Colégio Estadual La Sale 
Endereço: R. Dilermando Pereira de Almeida, 120, Pinheirinho - Curitiba - PR 
O que significa assentimento? 
O assentimento significa que você concorda em fazer parte de um grupo de 
participantes, da sua faixa etária, para participar de uma pesquisa. Serão respeitados seus 
direitos e você receberá todas as informações por mais simples que possam parecer. 
Pode ser que este documento denominado TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E 
ESCLARECIDO contenha palavras que você não entenda. Por favor, peça ao responsável 
pela pesquisa ou à equipe do estudo para explicar qualquer palavra ou informação que você 
não entenda claramente. 
Informação ao participante da pesquisa: 
Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa que tem como objetivo 
realizar uma comparação entre as práticas parentais (questões familiares) e o histórico 
infracional familiar de adolescentes institucionalizadas e não institucionalizados. Diante 
desses achados, os pesquisadores almejam identificar quais os aspectos das dinâmicas 
familiares e de seus membros influem no desenvolvimento sadio do indivíduo. 
A forma de participação consiste em responder uma série de perguntas relativas ao 
histórico familiar. Os pesquisadores explicarão todo o procedimento como acompanharão os 
participantes durante a resolução. 
Fica assegurado de que o nome da aluna não será utilizado em qualquer faseda fase 
da pesquisa, incluindo os resultados da mesma, o que garante o anonimato total da 
participante. 
É importante ressaltar o caráter investigativo dessa pesquisa, que consiste apenas no 
levantamento de informações. Não ocorrerá nenhum tipo de intervenção com os participantes. 
Gostaríamos de deixar claro que a participação é voluntária, sem penalização alguma ou sem 
prejuízo de qualquer natureza. 
29 
 
 
Esse termo será assinado pelo pesquisador principal e ficará sob sua posse. Desde já 
agradecemos a atenção e a participação e nos colocamos à disposição para maiores 
informações. 
Contato para dúvidas: 
Se você ou os responsáveis por você tiver (em) dúvidas com relação ao estudo, direitos 
do participante, ou no caso de riscos relacionados ao estudo, você deve contatar o 
Investigador do estudo, Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho, telefone: 3331-7700 ou membro de sua 
equipe. Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como participante de pesquisa, você pode 
contatar o Conselho de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) da Universidade Tuiuti 
do Paraná. O CEP é constituído por um grupo de profissionais de diversas áreas, com 
conhecimentos científicos e não científicos que realizam a revisão ética inicial e continuada 
da pesquisa para mantê-lo seguro e proteger seus direitos. 
 
DECLARAÇÃO DE ASSENTIMENTO DO SUJEITO DA PESQUISA: 
 Eu li e discuti com os responsáveis pelo presente estudo os detalhes descritos neste 
documento. Entendo que eu sou livre para aceitar ou recusar, e que posso interromper a 
minha participação a qualquer momento sem dar uma razão. Eu concordo que os dados 
coletados para o estudo sejam usados para o propósito acima descrito. 
 Eu entendi a informação apresentada neste TERMO DE ASSENTIMENTO. Eu tive a 
oportunidade para fazer perguntas e todas as minhas perguntas foram respondidas. 
 
_______________________________________________ ______________________ 
NOME DO PARTICIPANTE ASSINATURA 
 
DATA ____/_____/_______ 
 
 
Sidnei Priolo Filho 
______________________ 
INVESTIGADOR 
DATA ____/_____/_______ 
 
 
 
30 
 
 
ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
Caro Responsável/Representante Legal, 
 
Gostaríamos de obter o seu consentimento para a aluna 
________________________________________________________ participar como 
voluntária da pesquisa referente a um Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, onde serão 
verificadas questões familiares simples. Título do Projeto: Histórico Infracional Familiar: 
Uma Comparação entre Adolescentes Acolhidos e Escolares. Sendo os acadêmicos 
desta pesquisa Ana Carolina Comarella Rossi, Fábia de Souza Cardoso Ramos e Ronaldo 
Antonio Moreira Filho, matriculados no curso de graduação em Psicologia da Universidade 
Tuiuti do Paraná, sob a orientação do Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho. 
A mesma pesquisa será realizada com meninas institucionalizadas assim para 
comparativos, as adolescentes desta instituição de ensino participarão respondendo a dois 
questionários com perguntas relativas ao título deste projeto. Os pesquisadores explicarão 
todo o procedimento e acompanharão os participantes durante a resolução. O objetivo é o de 
identificar aspectos da dinâmica familiar que influenciam no desenvolvimento saudável da 
família. 
Fica assegurado de que o nome da aluna não será utilizado em qualquer fase da 
pesquisa, incluindo os resultados da mesma, o que garante o anonimato total da participante. 
Ressaltamos o caráter investigativo dessa pesquisa, que consiste apenas no levantamento 
de informações. Não ocorrerá nenhum tipo de intervenção com as participantes e/ou 
conversas que questionem as respostas da participante. Gostaríamos de deixar claro que a 
participação é voluntária, sem penalização alguma ou sem prejuízo de qualquer natureza. 
Esse termo terá assinado pelo pesquisador principal e ficará sob sua posse. Desde já 
agradecemos a atenção e a participação e nos colocamos à disposição para maiores 
informações, pelo telefone: 3331-7700. 
 
 
Eu,_____________________________________________________ (nome do 
responsável ou representante legal), portador do RG nº:__________________________, 
confirmo que o Prof. Dr. Sidnei Priolo Filho, explicou-me através deste Termo os objetivos 
desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para participação da 
menor _______________________________________________ (nome da aluna) também 
foram discutidas. Eu li e compreendi este Termo de Consentimento, portanto, eu concordo em 
dar meu consentimento para a aluna participar como voluntário desta pesquisa. 
31 
 
 
Curitiba_____de__________de 2017. 
 
 
 
_______________________________________ 
(Assinatura responsável ou representante legal) 
 
 
 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------(Para 
pesquisador) 
 
 
Eu, __________________________________________________(nome do membro da 
equipe que apresentar o TCLE) obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre 
e Esclarecido do sujeito da pesquisa ou representante legal para a participação na pesquisa. 
 
 
_______________________________________________ 
(Assinatura do membro da equipe que apresentar o TCLE) 
 
 
___________________________________________ 
(Identificação e assinatura do pesquisador responsável) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
ANEXO C – QUESTIONÁRIO: HISTÓRICO INFRACIONAL DE FAMILIARES 
 
Histórico Infracional de Familiares 
Paula Inez Cunha Gomide 
 
Este questionário é anônimo e tem por objetivo levantar informações sobre infrações cometidas por você 
e seus familiares. O responsável pela pesquisa é o Dr. Sidnei Priolo Filho, docente do Mestrado em 
Psicologia da UTP (fone 3331-7700). Não há respostas certas ou erradas. 
Asseguramos que suas informações não terão consequências negativas, nem para você e nem para seus 
familiares. Obrigada por sua participação. 
 
( ) Grupo A Unidade Socioeducativa 
( ) Grupo B Escola Pública 
( ) Grupo C Escola Particular 
 
Responda o quadro abaixo preenchendo com um X o autor e as infrações cometidas

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