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Trabalho de Hidrologia - bacia hidrográfica

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO: CARACTERIZAÇÃO DE BACIA HIDROLÓGICA NA REGIÃO DO 
ALTO TIETÊ EM ITAQUAQUECETUBA – SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
GABRIEL DIAS MOTA SILVA – 819230854 
JACKELINE BENICIO ALVES DE LIMA – 816118560 
JEFERSON BEZERRA DE SOUZA – 819231505 
JESSICA KAROLINE DE JESUS – 201528021 
SUZANA DOS SANTOS ATHAYDE – 816124124 
WALLACE DE MOURA CARDOSO – 81622595 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO: CARACTERIZAÇÃO DE BACIA HIDROLÓGICA NA REGIÃO DO 
ALTO TIETÊ EM ITAQUAQUECETUBA – SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3 
2.Estudo Hidrológico ........................................................................................................ 6 
2.1 Características físicas da bacia hidrográfica ........................................................... 6 
2.2 Delimitação da Bacia Hidrográfica, determinação de sua área e do perímetro ...... 6 
2.3 Ordem dos cursos d´água e comprimento do curso d´água principal..................... 9 
2.4 Comprimento do rio principal ................................................................................ 9 
2.5 Índice de conformação, índice de compacidade e fator de Forma ....................... 10 
2.6 Gráfico do perfil longitudinal do rio principal e sua declividade ......................... 12 
2.7 Tempo de concentração da bacia .......................................................................... 15 
3. Cálculo da Vazão de Projeto ...................................................................................... 16 
3.1 Apresentação e justificativa da curva IDF e intensidade da chuva de projeto ..... 16 
3.2 Precipitação media para um perído de 10 anos .................................................... 18 
3.3 Hietograma de blocos alternados .......................................................................... 19 
3.4 Determinação da vazão de cheia .......................................................................... 20 
3.4.1 Método Racional ........................................................................................ 20 
3.4.2 Método Racional Modificado .................................................................... 20 
3.4.3 Características do solo ............................................................................... 22 
3.4.4 Método U.S. Soil Conservation Service .................................................... 23 
3.5 Hidrograma ........................................................................................................... 25 
3.6 Vazão e Hidrograma Triangular ........................................................................... 26 
3.7 Vazão de Projeto e Hidrograma Sintético ............................................................ 27 
4. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 28 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Localização da bacia: bacia localizada na região do Alto Tietê (região 6 da figura 
1-a), cujos posto de coleta de dados pluviométricos estão indicados na figura 
1-b. A cidade de Itaquaquecetuba conta com 1 posto de coleta, cujas coordenadas UTC 
são apresentadas na tabela 1 (em relação ao hemisfério Sul Ocidental terrestre). 
 
Figura 1 – (a) Divisão de unidades de gerenciamento de recursos hídricos do estado de São Paulo; 
(b) Postos de coleta de dados pluviométricos da região do Alto Tietê. 
 
 
4 
 
Tabela 1 - Localização do posto de coleta de dados pluviométrico em Itaquaquecetuba 
 
Município Fonte Nome Código Altitude Latitude Longitude 
Itaquaquecetuba DAEE Monte Belo E3-091 790,000 23° 29' 00'' 46° 22' 00'' 
Itaquaquecetuba DAEE Itaquaquecetuba E3-147 645,000 23° 29' 00'' 46° 21' 00'' 
 
De acordo com a localização aproximada da sub-bacia de estudo deste projeto, o 
ponto de coleta de dados pluviométricos mais próximo é o E3-147 (Itaquaquecetuba). O 
Ietograma deste posto de coleta de dados é apresentado na figura 2. 
 
 
FINALIDADE DO ESTUDO 
 
 Elaborar um relatório técnico sobre uma sub-bacia hidrográfica localizada na 
região do alto tietê em Itaquaquecetuba – SP, contendo a área, tipo de solo, uso e 
ocupação, declividade da bacia, declividade dos cursos d’água, densidade de drenagem e 
ordem dos cursos d’água. 
 
 
 
 
5 
 
HOUVE ALGUMA MODIFICAÇÃO NO PADRÃO DE CHUVAS AO LONGO DOS 
ANOS NA REGIÃO DA BACIA ESTUDADA? 
 
Sim, ao longo dos anos as chuvas tem se tornado mais intensas na região, com um 
aumento médio tanto no volume de água quanto na média de dias em que chove, um 
estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, publicado no International Journal of 
Climatology, revela que as mudanças climáticas são responsáveis pela alteração no 
padrão de chuvas no Brasil. As conclusões do trabalho, baseadas em 70 anos de dados 
meteorológicos, mostram que as ilhas de calor em grandes metrópoles criam condições 
para a formação de tempestades, que são intensificadas devido à proximidade com o 
Oceano Atlântico. 
O comportamento pluviométrico da região pode ser representado pelas isoietas, 
com médias anuais de chuva entre 1400 e 1600 (mm). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. ESTUDO HIDROLÓGICO 
 
Neste capítulo são apresentados critérios e parâmetros utilizados para realização 
do estudo hidrológico. 
 
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA 
 
O rio Tietê tem suas nascentes a leste da cidade de São Paulo, junto ao divisor de 
águas com a vertente oceânica. Seu curso segue a direção geral leste-oeste e ao atingir a 
Barragem de Rasgão, definida como o limite da Bacia do Alto Tietê, drena uma área de 
5.775 km². Em seu curso superior a ocupação da bacia é predominantemente agrícola 
embora existam neste trecho, centros urbanos de importância, tais como Mogi das Cruzes 
e Suzano e diversas indústrias de porte. 
O rio Tietê atinge a grande concentração urbana da cidade de São Paulo e 
municípios adjacentes junto ao bairro da Penha, o município de Guarulhos e também 
Itaquaquecetuba. A partir deste ponto até praticamente os municípios de Barueri e 
Santana do Parnaíba o rio atravessa regiões de alta densidade demográfica e ocupação do 
solo intensa e indisciplinada. Estas características prevalecem também nas bacias dos 
principais afluentes do Tietê tais como o Pinheiros, o Tamanduateí e outros. 
 
2.2 DELIMITAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA, DETERMINAÇÃO DE SUA 
ÁREA E DO PERÍMETRO 
 
A delimitação da bacia hidrográfica foi realizada conforme indicado 
na figura 3 (a, b), e está indicado pela linha branca e vermelha, respectivamente. O divisor 
de águas foi disposto na carta topográfica de forma a não cruzar os talvegues e em posição 
perpendicular às curvas de nível. A figura 3-a foi importada para a plataforma do software 
ImageJ, que possibilita inserir a escala da imagem. A imagem colorida foi convertida em 
arquivo com 8 bits, tornando-se monocromática. O software também permite calcular a 
área e o perímetro da região englobada pelas linhas pretas da figura 3-c por meio do uso 
da ferramenta “Polygon selections”. Essa ferramenta permite desenhar sobre as linhas 
dos divisores de água. A área e perímetro da bacia hidrográfica foi mensurada 
5 vezes e os resultados são indicados na tabela 2, dos quais foi considerado que a área 
7 
 
média da bacia hidrográfica é igual a 7,72 km² ( 7.719.223,00 m² ± 16.248,00 m²). 
O detalhe da figura 1-d, indica a área e o perímetro calculados pelo método direto do 
software, em que a área = 7,72 km² e perímetro = 11.06 km. 
 
Tabela 2 - Resultados da análise área/perímetro através do software ImageJ 
Medida Área (m²) Perímetro (m) 
1 7.694.184,33 11.069,44 
2 7.728.405,27 11.106,82 
3 7.703.642,91 11.007,82 
4 7.746.472,2211.070,68 
5 7.723.410,29 11.021,15 
Média (m) 7.719.223,00 11.055,18 
Desvio Médio 16.248 33 
Média (km) 7,72 11,06 
 
 
Figura 3 - (a, b) Delimitação da bacia hidrográfica, (c) região em preto indica a área da 
bacia hidrográfica e (d) área e perímetro pelo Image J. 
(a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 (b) (c) 
 
(d) 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2.3 ORDEM DOS CURSOS D´ÁGUA E COMPRIMENTO DO CURSO D´ÁGUA 
PRINCIPAL 
 
A figura 4 indica a ordem dos cursos d´água. 
Figura 4 – Ordem dos cursos d´água 
 
 
2.4 COMPRIMENTO DO RIO PRINCIPAL 
 
O comprimento do rio principal, indicado na figura 4, é aproximadamente igual 
a 3,11 km (3.107,15 m). 
Figura 4 - Comprimento do rio principal 
 
10 
 
2.5 ÍNDICE DE CONFORMAÇÃO, ÍNDICE DE COMPACIDADE E FATOR DE 
FORMA 
 
- Fator de forma da bacia (FF): índice utilizado para caracterizar a forma da 
bacia, sendo a razão entre a largura média da bacia (B) e seu comprimento axial (L), 
conforme expressa a equação 2. 
 
Onde: n é o número de divisões da bacia e Bi a largura da divisão correspondente. 
Para determinação da largura média da bacia, foram desenhados 11 segmentos ao 
longo de sua largura, conforme indicado na figura 5 (traços roxos); as distâncias destes 
segmentos são apresentadas na tabela 3. Através destes valores, conclui-se que a largura 
média da bacia hidrográfica é 2783,70 m. Na mesma figura, a linha em verde indica o 
comprimento axial da bacia, cujo valor é aproximadamente 2907,24 m. Dessa forma, 
aplicando a equação 2, o fator de forma da bacia é igual a 0,9575. Esse fator dá alguma 
indicação sobre a tendência da bacia a produzir enchentes ou inundações, já que baixos 
valores indicam bacias compridas e altos valores, bacias mais largas. No entanto, para 
avaliação destes parâmetros, o fator de forma isoladamente não é suficiente, sendo 
necessário determinar também os índices de conformação e compacidade da bacia. 
 
Figura 5 - (a) Segmentos de largura da bacia hidrográfica 
 
11 
 
Tabela 3 – Comprimento dos segmentos B 
 
 
- Índice de compacidade (KC): Representa a razão entre o perímetro da bacia e a 
circunferência do círculo de área igual à área da bacia, sendo calculada pela equação 3. 
Considerando os resultados de perímetro e área da bacia estudada descritos no item 2.2, 
o índice Kc é igual a 1,114. Valores baixos de Kc indicam bacias mais circulares, 
menores tempos de concentração e uma maior probabilidade de picos elevados de 
enchentes. 
 
Onde P indica o perímetro da bacia e A sua área. 
 
- Índice de conformação (Fc): Representa a razão entre a área da bacia e o quadrado de 
seu comprimento axial medido ao longo do curso d´água, desde sua cabeceira até o 
ponto de estudo, conforme indica a equação 4. Dos valores de área da bacia (vide item 
2.2) e comprimento axial (vide item 2.5), o valor de Fc é 0,913. Quanto mais quadrada 
for a bacia, Fc é maior próximo de 1; indicando grande tendência de geração de picos 
no hidrograma. O valor de Fc calculado indica, portanto, uma maior 
probabilidade de picos de cheia, o que converge com o resultado calculado para FF. 
 
12 
 
A bacia pode ser compreendida como quadrada, com dimensões parecidas tanto na 
direção paralela ao curso do rio principal, quanto à direção perpendicular, conforme 
tabela abaixo. 
 
 
2.6 GRÁFICO DO PERFIL LONGITUDINAL DO RIO PRINCIPAL E SUA 
DECLIVIDADE 
 
O estudo da declividade da bacia auxilia na compreensão de características como 
infiltração, escoamento superficial, umidade do solo, contribuição da água 
subterrânea para escoamento do curso d´água. Dessa forma, quanto maior for a 
declividade da bacia, maior será a variação das vazões instantâneas. O relevo da 
bacia influencia não apenas os mecanismos de escoamento das águas pluviais, mas 
também se relaciona à fenômenos meteorológicos, uma vez que a presença de 
montanhas pode gerar concentração de umidade e a formação de nuvens orográficas. 
O relevo também influencia na taxa de evaporação e temperatura na região da bacia, 
afetando assim sua precipitação. Elevadas declividades em bacias hidrográficas 
representam uma maior velocidade do escoamento e da concentração da 
precipitação dos cursos d´água, porém a presença de picos de enchente nos 
hidrogramas também seja associada ao tipo de solo, à cobertura vegetal e ao uso da 
terra. 
Para cálculo da declividade, foram coletados os dados apresentados na tabela 4, 
cujos dados foram coletados dos pontos indicados na figura 6-a. Através dos dados 
13 
 
apresentados na tabela 4, foi possível desenhar o perfil do terreno ao longo do rio 
principal, conforme apresentado na figura 6-b 
 
Figura 6 – (a) Pontos de coleta de dados de altitude ao longo do rio principal; (b) Perfil 
Longitudinal do terreno ao longo do rio principal 
(a) 
 
(b) 
 
 
 
14 
 
Tabela 4 – Dados coletados para os pontos da figura 5. 
Trecho 
Cota do ponto 
(m) 
Desnível 
(m) 
Comprimento 
(m) 
Declividade no 
trecho (%) 
B 820 
20 298 6,71% 
1 800 
1 800 
20 354 5,65% 
2 780 
2 780 
20 1048 1,91% 
3 760 
3 760 
20 1131 1,77% 
4 740 
4 740 
20 279 0% 
A 740 
Comprimento total do rio principal (m) 3110 
 
O método mais simples e menos preciso é através da declividade baseada nos 
extremos (S1), que é obtida através da razão entre a diferença total de elevação do 
leito pela extensão horizontal do curso d’água entre esses dois pontos, conforme 
indicado na equação 5. O valor obtido deve superestimar a declividade média do 
curso d’água e, consequentemente, o pico de cheia. Ieq = 0,0257 m/m, través da equação 
5. 
 
Outro método que pode ser empregado para cálculo da declividade é o método 
da declividade ponderada (ou método da área equivalente). Este método consiste em 
traçar no gráfico uma linha cuja área compreendida entre ela e a abcissa seja igual à 
área compreendida entre a curva do perfil e a abcissa. A declividade equivalente calculada 
pela equação 6 foi igual a 0,5414 m/m. 
 
15 
 
O terceiro método apresentado para cálculo da declividade é o da média 
harmônica, em que considera o tempo de percurso da água ao longo da extensão do 
perfil longitudinal, considerando que o perfil tem declividade constante igual à uma 
declividade equivalente. A declividade equivalente, calculada por este método, é 
dada pela equação 7, sendo igual a 0,166 m/m. 
 
 
2.7 TEMPO DE CONCENTRAÇÃO DA BACIA 
 
O tempo de concentração da bacia (tc) é definido como o tempo necessário para 
que toda a área da bacia contribua para o escoamento superficial na seção da saída. 
Embora também seja aceita a seguinte definição: “o tempo de concentração é o 
tempo que leva uma gota de água mais distante até o trecho considerado na bacia. O 
tempo de concentração de uma bacia não deve ser interpretado como uma constante, 
uma vez que às estações do ano e o clima influenciam nas características do 
recobrimento vegetal. Além disso, o tipo de ocupação da área da bacia varia com o 
tempo por meio da atividade humana. 
Tendo em vista a dificuldade em se mensurar o tempo de concentração, diversos 
métodos foram propostos para sua estimativa. Neste projeto, o tempo de 
concentração (tc) da bacia hidrográfica foi calculado pelo método de Kirpich (1942), 
indicado pela equação 8, onde L = 3,11 km e H = 820 – 740 = 80 m, sendo o Tempo de 
concentração = 58,46 minutos 
 
 
16 
 
3. CÁLCULO DA VAZÃO DE PROJETO 
 
Neste capítulo serão abordados métodos de cálculo da vazão de cheia para um 
período de retorno de 100 anos, considerando a ocupação da bacia no período pré e pós 
urbanização. Para o estudo assumiu-se como conhecida a área da bacia. Para o estudo 
da precipitação foi necessário conhecer o comportamento da intensidade da chuva 
através da equação IDF (Intensidade, duração e frequência) na região próxima à bacia 
estudada. A seção 3.1 apresenta a curva IDF adotada neste projeto.Através da mesma 
equação IDF, na seção 3.2 é construído o ietograma de blocos alternados, do qual é 
possível correlacionar a intensidade de chuva ao longo da duração da tormenta. 
 
3.1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA CURVA IDF E INTENSIDADE DA 
CHUVA DE PROJETO 
 
Pela proximidade do município de Itaquaquecetuba ao município de Guarulhos, 
foram adotados valores de curvas IDF deste último município que apresenta os seguintes 
dados: 
Tabela 5 - Dados da IDF de Guarulhos 
 
Nome da estação/ Entidade: Posto INFRAERO, Cumbica / FAB 
Autor: Zuffo (2009) 
Coordenadas geográficas: Lat. 23°26’S; Long. 46°29’W 
Altitude: 780 m 
Duração da estação: 1951- 
Período de dados: 1951 – 1971 (21 anos) 
 
A equação IDF de Guarulhos é dada por (DAEE, 2018): 
 
 para 5 ≤ t ≤ 1440 min. 
Onde: i: intensidade da chuva, correspondente à duração t e período de retorno 
T, em mm/h; para mm/min dividimos por 60. 
t: duração da chuva em minutos; 
T: período de retorno em anos. 
 
17 
 
Adotando um período de retorno de 2 a 200 anos, a curva IDF pode ser expresso 
pela figura 8. A partir de tal curva é calculada a intensidade da chuva para cada 
duração (ietograma). 
 
Tabela 6 – Guarulhos: Previsão de máximas intensidades de chuvas, em mm/h 
 
 
Figura 8 – curva IDF para período de retorno de 2 a 200 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
i (
m
m
/h
Duração t (min)
2 5 10 15 20 25 50 100 200
18 
 
Tabela 7 – Guarulhos: Previsão de máximas alturas de chuvas, em mm 
 
 
Tendo por base o tempo de concentração calculado na seção 2.7, igual a 58,46 
minutos, que foi aproximado a 60 minutos, e cuja intensidade máxima da chuva de 
projeto será dada pela equação 9. Destaca-se que a equação IDF considerada 
atende uma chuva com duração de até 1440 minutos, porém, na ausência de 
maiores informações, foi tomada como válida para chuvas de duração maiores. 
Também é importante destacar que o Ministério das Cidades recomenda que a análise 
seja feita para um período de retorno de 25 anos, embora neste trabalho 
tenho sido feita a imposição de um período de retorno igual a 100 anos. 
 
3.2 PRECIPITAÇÃO MEDIA PARA UM PERÍDO DE 10 ANOS 
 
Na região próxima a bacia encontramos apenas um posto pluviométrico com 
dados da curva IDF, por isso, utilizamos apenas uma tabela para precipitação média. 
 
Método aritmético: 
29,2+44,6+54,3+70,3+84,1+91+101,3+110,3+115,3+118,8
10
1
= 81,92 𝑚𝑚 
 
Método de Thiessen: 
81,92 . 7,72
7,72
= 81,92 𝑚𝑚 
 
Método das Isoietas: 
81,92+81,92+1
2
 .7,72
7,72
= 82,42 𝑚𝑚 
 
19 
 
3.3 HIETOGRAMA DE BLOCOS ALTERNADOS 
 
O Hietograma de blocos alternados foi construído a partir da IDF descrita na seção 
3.1, considerando-se a duração da chuva igual a 60 minutos (aproximadamente 
igual ao tempo de concentração), intervalos de 10 minutos e o período de retorno de 100 
anos. A tabela abaixo apresenta os dados utilizados para a construção do hietograma. A 
altura da chuva foi calculada através do produto entre a intensidade da chuva e a duração, 
acumuladas até o último bloco. O Hietograma é construído a partir da ordenação dos 
incrementos entre alturas sucessivas, de forma que o maior incremento seja posicionado 
na metade do período de duração da chuva. 
Duração i (mm/min) Altura (mm) Incremento (mm) Intervalo (mm) 
Hietograma 
(mm) 
10 4,36 43,63 43,63 0-10 7,68 
20 3,33 66,64 23,01 out/20 14,57 
30 2,71 81,22 14,57 20-30 43,63 
40 2,29 91,45 10,23 30-40 23,01 
50 1,98 99,13 7,68 40-50 10,23 
60 1,75 105,18 6,04 50-60 6,04 
 
 
 
7,68
14,57
43,63
23,01
10,23
6,04
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
10 20 30 40 50 60
P
R
EC
IP
IT
A
Ç
Ã
O
 (
M
M
)
DURAÇÃO (MIN)
Precipitação Total
0,00
7,55
37,25
21,75
9,83
5,84
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
10 20 30 40 50 60
P
R
EC
IP
IT
A
Ç
Ã
O
 (
M
M
)
DURAÇÃO (MIN)
Precipitação Excedente
20 
 
3.4 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DE CHEIA 
 
Para determinação das vazões de projeto por métodos indiretos são propostas 
duas metodologias: pelo estudo das chuvas ou pelo estudo das vazões. O estudo das 
chuvas é realizado através da coleta de dados pluviométricos e estimativa da 
equação de chuvas da bacia (equação de sua intensidade, duração e frequência - IDF). O 
método de estudo a partir das vazões, denominado método racional 
modificado, geralmente é utilizado para bacias com áreas entre 4 e 10 km². Os dois 
métodos foram empregados para cálculo de vazão de cheia da bacia de Itaquaquecetuba. 
 
3.4.1 MÉTODO RACIONAL 
 
Considerando o coeficiente C = 0,6 conforme a tabela 7, e o coeficiente K = 0,06, 
o valor da vazão (Q) é igual a 3368,24 m³/s. 
 
 
3.4.2 MÉTODO RACIONAL MODIFICADO 
 
 O método racional faz a consideração de uma precipitação uniforme em toda a 
bacia. Em bacias de médio porte, entre 4 a 10 km² de área, é necessário considerar um 
fator de distribuição de chuvas (f = A-0,1), tal que a vazão máxima (m³/s) seja dada pela 
equação 10: 
 
 
Onde C é o coeficiente de deflúvio (também conhecido como coeficiente runoff), 
i é a intensidade máxima da precipitação por unidade de tempo e A é a área (km²) da bacia 
hidrográfica. A determinação do runoff depende de diversos fatores como identificação 
das condições de escoamento, como tipo de solo, cobertura vegetal e tipo de ocupação 
(Aquafluxus, n.d.). A tabela 7 apresenta coeficientes de runoff que poderiam ser 
adotados para cálculo das vazões máximas. 
21 
 
Após a ação humana, a região de Itaquaquecetuba tornou-se parcialmente 
urbanizada. A figura 9 é uma imagem de satélite, extraída pelo Google Earth, da região 
de Itaquaquecetuba, da qual observa-se que a região no entorno da bacia é composta por 
zona urbana com ruas pavimentadas, com edificações não muito densas, porém com 
algumas regiões de mata e zona rural. Portanto, segundo o critério descrito na tabela 7, o 
coeficiente de runoff pode ser adotado como 0,6. 
 
Dessa forma as vazões de pico para os casos pré e pós-urbanização serão: 
 
Pré-urbanização: Q = 2,29 m³/s (utilizando o coeficiente 0,05) 
Pós-urbanização: Q = 27,46 m³/s (utilizando o coeficiente 0,6) 
 
O que representa um aumento superior a 10 vezes no valor da vazão devido ao 
processo de urbanização. 
Tabela 7 - Coeficiente runoff para São Paulo 
 
 
 
 
 
22 
 
3.4.3 CARACTERÍSTICAS DO SOLO 
 
Figura 9 - Região de Itaquaquecetuba observada por satélite. Área majoritariamente 
urbana com regiões de vegetação 
 
 
Figura 11 - Dados de vegetação 
 
 
 
 
 
23 
 
Figura 11 - Dados pedológicos 
 
 
O solo na região do alto tietê, mais precisamente em Itaquaquecetuba é um 
argissolo vermelho-amarelo Alumínico, conotando solos com processo de acumulação de 
argila. Grupamento de solos com horizonte B textural, com argila de atividade baixa, ou 
atividade alta desde que conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alumínico. 
Solos de cor vermelho-amarela. caráter alumínico. 
 
3.4.4 MÉTODO U.S. SOIL CONSERVATION SERVICE 
 
Para aplicar o método, selecionamos dados de chuva de 24hrs em um período de 
10 anos, com uma precipitação de 118,8 mm. 
Para definir o valor de CN, consideramos a condição de umidade do solo II, grupo 
hidrológico D e utilização do solo como zonas residenciais, resultando no valor de 
CN=92. 
24 
 
 
 
 Definição do valor de “S” e “Ia” através das equações abaixo: 
 
𝑆 =
25400
92
− 254 = 22,09 𝐼𝑎 =
22,09
5
= 4,42 
 
 Assim, a lâmina escoada (Q) durante uma chuva de precipitação igual a 118,8 mm 
é dada por: 
𝑄 =
(118,8 − 4,42)²
(118,8 − 4,42 + 22,09)
= 95,86 𝑚𝑚 
 
 Desta forma concluímos que a maior parte da chuva é escoada, com pouca 
infiltração no solo. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
3.5 HIDROGRAMA 
 
Dados para a construção do hidrograma: 
 
CN=92 
S=22,09 
Ia=4,42 
 
 h min 
tp (tempo depico) 0,6 30 
ta (tempo de ascensão) 1,1 66 
tr (tempo de descida) 1,837 110,22 
qp (vazão de pico) 1,46 m³/smm 
 
Equação ascendente (subida) = Y = 0,02212x 
Equação recessão (descida) = Y = -0,013246234x + 2,33425 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3.6 VAZÃO E HIDROGRAMA TRIANGULAR 
 
tempo 
(min) 
q 
(m3/s).mm 
 
0 0,00 
Ascensão 
10 0,22 
20 0,44 
30 0,66 
40 0,88 
50 1,11 
60 1,33 
66 1,46 
70 1,41 
Recessão 
80 1,27 
90 1,14 
100 1,01 
110 0,88 
120 0,74 
130 0,61 
140 0,48 
150 0,35 
160 0,21 
170 0,08 
176 0,00 
 
 
 
 
 
 
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
0 10 20 30 40 50 60 66 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 176
q
 (
m
³/
sm
m
)
tempo (min)
Hidrograma Triangular
27 
 
3.7 VAZÃO DE PROJETO E HIDROGRAMA SINTÉTICO 
 
Tempo (min) 
q 
(m3/s).mm 
Vazões de projeto (mm) Q (m³/s) 
Σq 0,00 7,55 37,25 21,75 9,83 5,84 
0 0 0 0 
10 0,22 0 0 0,0 
20 0,44 0 1,67 0 1,7 
30 0,66 0 3,34 8,24 0 11,6 
40 0,88 0 5,01 16,48 4,81 0 26,3 
50 1,11 0 6,68 24,72 9,62 2,18 0 43,2 
60 1,33 0 8,35 32,96 14,43 4,35 1,29 61,4 
70 1,41 0 10,02 41,20 19,24 6,53 2,58 79,6 
80 1,27 0 10,62 49,44 24,06 8,70 3,87 96,7 
90 1,14 0 9,62 52,41 28,87 10,88 5,16 106,9 
100 1,01 0 8,62 47,48 30,60 13,05 6,45 106,2 
110 0,88 0 7,62 42,54 27,72 13,83 7,75 99,5 
120 0,74 0 6,62 37,61 24,84 12,53 8,21 89,8 
130 0,61 0 5,62 32,68 21,96 11,23 7,44 78,9 
140 0,48 0 4,62 27,74 19,08 9,93 6,67 68,0 
150 0,35 0 3,62 22,81 16,20 8,63 5,89 57,1 
160 0,21 0 2,62 17,87 13,32 7,32 5,12 46,3 
170 0,08 0 1,62 12,94 10,44 6,02 4,35 35,4 
180 0 0 0,62 8,00 7,55 4,72 3,57 24,5 
190 0 0 0 3,07 4,67 3,42 2,80 14,0 
200 0 0 0 0 1,79 2,11 2,03 5,9 
210 0 0 0 0 0 0,81 1,25 2,1 
220 0 0 0 0 0 0 0,48 0,5 
230 0 0 0 0 0 0 0 0,0 
 
Vazão de projeto = 106,9 m³/s 
 
0
20
40
60
80
100
120
0 50 100 150 200 250
q
 (
m
³/
s)
tempo (min)
Hidrograma Sintético
28 
 
4. BIBLIOGRAFIA 
 
Disponivel em: <https://www.cprm.gov.br/publique/Hidrologia/Mapas-e-
Publicacoes/Atlas-Pluviometrico-do-Brasil-1351.html>. Acesso em: jun. 2020. 
Disponivel em: <https://www.akatu.org.br/noticia/mudancas-climaticas-estudo-
comprova-alteracao-de-padrao-de-chuvas-no-sudeste/>. Acesso em: jun. 2020. 
Disponivel em: 
<https://pdfs.semanticscholar.org/e721/b3382586321518ddb92a77077d39c9604563.pdf
>. Acesso em: abr. 2020. 
Disponivel em: <https://docplayer.com.br/58409303-Cenario-futuro-da-
disponibilidade-hidrica-na-bacia-do-alto-tiete-subsidio-a-gestao-dos-recursos-
hidricos.html>. Acesso em: abr. 2020. 
Disponivel em: <https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-30112015-
133046/publico/2014_YuriVeneziani_VOrig.pdf>. Acesso em: abr. 2020. 
IBGE. Disponivel em: <https://bdiaweb.ibge.gov.br/#/consulta/pedologia>. 
Acesso em: abr. 2020. 
IBGE. Disponivel em: <https://bdiaweb.ibge.gov.br/#/consulta/vegetacao>. 
Acesso em: abr. 2020. 
DAEE. Disponivel em: 
<http://www.daee.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2157:pr
ecipitacoes-intensas-daee-disponibiliza-novas-
publicacoes&catid=48:noticias&Itemid=53>. Acesso em: abr. 2020. 
Hidromundo. Disponivel em: <http://www.hidromundo.com.br/formulas-para-
tempo-de-concentracao-parte-2/>. Acesso em: abr. 2020. 
HIDROLOGIA. DAEE. Disponivel em: 
<http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/>. Acesso em: abr. 2020.

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