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DISFUNÇÕES DERMATOLÓGICAS APLICADAS À ESTÉTICA Daniela Fassheber Biotipos cutâneos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identifi car os biotipos da pele. Descrever os biotipos da pele. Analisar as características gerais da pele (idade e superfície). Introdução Neste capítulo, vamos estudar que a classificação dos diferentes biotipos cutâneos está relacionada à presença do suor e do sebo, que formam o manto hidrolipídico. Este constitui uma camada natural da pele. Biotipos de pele Helena Rubinstein nasceu em Cracóvia e emigrou para a Austrália em 1890. Abriu seu primeiro salão de beleza em Melbourne e, mais tarde, em Londres, Paris e Nova York. Ela criou o conceito de beleza saudável, lançando hidratante suave e pó de arroz e base coloridos. Além disso, foi a primeira a produzir uma linha de cosméticos exclusiva para os homens. No início do século XX, Helena Rubinstein introduziu um inovador sistema que classifica a pele em quatro tipos diferentes (seca, oleosa, mista e sensível). Considerou a quantidade de sebo e o equilíbrio da presença de sebo e suor na camada epidérmica para definir o biotipo cutâneo, que até hoje serve de parâmetro na indústria internacional de cosméticos. A Dra. Leslie Baumann (BAUMANN, 2002) desenvolveu um questionário com 64 perguntas que permitem avaliar a pele em: oleosa ou seca; resistente ou sensível; pigmentada ou não; propensa a rugas ou não. Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 1 26/01/2018 14:19:22 Essa classificação permite avaliar melhor certos quadros clínicos de pacientes. Segundo Leslie Baumann, existem 16 tipos de pele, considerando os quatro critérios que sempre usa em suas consultas: hidratação, sensi- bilidade, pigmentação e tendência a enrugar, e então faz as combinações entre estes. A pele que se exibe em condições anatômicas, histológicas e funcionais normais está com seus parâmetros dermocosméticos, isto é, com o sebo, a hidratação e o pH em perfeito equilíbrio, e não apresenta alterações ou de- corrências estéticas e cosméticas. O equilíbrio dos três parâmetros pode ser corrompido por diversos fatores como: clima, envelhecimento, hormônios, alimentação, sol, estresse, alterações digestivas e uso indevido de cosméticos. Podem ser mensurados os valores que identificam um padrão de normali- dade da pele. O sebo deve apresentar valores normais de 90 a 100 microgramas por centímetro quadrado de pele, sendo que valores acima indicam uma pele oleosa e seborreica e valores abaixo indicam uma pele seca. Quanto ao pH, este deve ser ácido, sendo no homem 5 e na mulher 5,5 aproximadamente. Com esses valores, a pele apresenta máximo de inércia e mínimo de reati- vidade, possibilitando maior penetração de cosméticos. Ressaltando que pH zero encontra-se no estado de acidez, pH 14 é alcalino e pH 7 é o estado de neutralidade. A pele apresenta características gerais, como: pela idade, indicando se é jovem ou adulta; pela superfície, por meio do tato (lisa ou áspera), da espessura ou textura (fina, espessa ou carnosa), do turgor (pálida, normal ou avermelhada), da sensibilidade (resistente, sensível ou reativa), da firmeza dos tecidos (rugosa ou flácida), das disfunções (hidratada ou desidratada) e da retenção e perda de água (edemaciada ou desidratada). As qualidades estéticas da pele que são determinadas por uma combinação e um equilíbrio do manto hidrolipídico podem dar à camada córnea maciez e suavidade. Entretanto, em função da alteração do pH, observa-se que a classificação utilizada e que diferencia o biotipo da pele em quatro tipos é a seguinte (Figura 1): Normal Oleosa Seca Mista Biotipos cutâneos2 Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 2 26/01/2018 14:19:22 Figura 1. Tipos de peles. Fonte: Barone (2017). O reconhecimento do tipo de pele é crucial durante a avaliação do paciente, pois determina os procedimentos de tratamento, os cuidados, as orientações e o aconselhamento cosmético. Para tanto, a avaliação deve ser baseada no exame visual, podendo ou não ter ajuda de uma lâmpada-lupa. O exame tátil acontece realizando uma abordagem superficial, a apalpação e os questionamentos sobre o histórico do paciente, o qual deve fazer um relato preciso da sua história de condições de saúde, pois, dentre muitos, stress emocional, fumo, álcool, má ali- mentação, variação de temperatura, radiações solares, medicamentos, alterações hormonais e doenças internas, são fatores que podem interferir no equilíbrio da pele. Veja como é feita essa identificação na Figura 2 a seguir, em que a região médio-facial está em pontilhado e as partes laterais da face estão na cor preta. Figura 2. Identificação da pele. Fonte: Irina Bg/Shutterstock.com. 3Biotipos cutâneos Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 3 26/01/2018 14:19:23 Classificação do biotipo de pele e suas características Nesta seção, serão descritos os tipos de pele e suas principais características e orientações para os cuidados necessários. Pele normal É a pele ideal. Conhecida como eudérmica, caracteriza-se por ter secreções sudorípara e sebácea equilibradas, formando um manto hidrolipídico efi ciente, coloração e textura normais, boa elasticidade e tonicidade, boa hidratação e óstios fi nos. A superfície é lisa, aveludada e com brilho polido, raramente encontrado. É bem hidratada e pouco gordurosa. Requer orientação de rotina, limpeza e hidratação. A tonificação deve ser com produtos que não ressequem. Em caso de aparecimento de espinhas e cravos, devem ser utilizadas substâncias secativas, cicatrizantes e antimicrobianas. Pele oleosa É notória como pele lipídica. Caracteriza-se por um excesso de atividade das glândulas sebáceas que gera uma alteração do pH. Trata-se de uma pele espessa, grossa, áspera, brilhante, com óstios dilatados, comedões, manchas, nevos, cistos sebáceos e lesões de acne ou cicatrizes frequentemente presentes. Durante o exame visual, observa-se a região médio-facial (Figura 2 ante- rior). Ao tocar a pele, observa-se o aspecto granuloso. À palpação na prega cutânea, percebe-se uma região espessa e observa-se a oleosidade em razão do aumento da atividade da glândula sebácea. A produção do suor também é aumentada. É comum em adolescentes, em razão da produção hormonal, entretanto, pode parecer em outras idades por diversos fatores condicionantes. O paciente pode relatar que retêm mal a maquiagem. Na pele acneica, rosto, peito e costas são as regiões mais atingidas. Uma forma de fazer o teste é utilizar o papel absorvente na testa, pois observa-se uma mancha translúcida, que continua após estar seca. Biotipos cutâneos4 Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 4 26/01/2018 14:19:23 Pode ser: a) Desidratada – por apresentar secreção sebácea aumentada e sudorípara diminuída e ser espessa com tendência a descamar e ter rugas. b) Seborreica – por apresentar secreção sebácea extremamente aumentada e ter aspecto untuoso. c) Acneica – por apresentar manifestações inflamatórias em razão da hiperatividade das glândulas sebáceas. Exige limpeza e hidratação diariamente, utilizando sabonetes líquidos que não removam a oleosidade natural da pele e hidratantes feitos com produtos à base de gel para não obstruir os poros. Pele seca A pele seca é conhecida como alipídica, podendo variar para seca e desidratada. É pouco lubrifi cada e hidratada. Há pouca atividade da glândula sebácea. Não tem brilho, ou o brilho é opaco, tem pouca elasticidade e o manto hidrolipídico é escasso. Apresenta textura fi na e áspera, rugas fi nas e poros imperceptíveis. É mais fraca e sensível e tem vascularização mais evidente, com tendência à formação de telangiectasias e ao envelhecimento precoce. É facilmente agredida por produtos fortes. Quando desidratada, pode apresentar pouca resistência e descamar frequentemente. A pele se torna seca por ter insuficiência de sebo ou por falta de hidratação.Durante o exame visual nas partes laterais do rosto (Figura 2 anterior), a tez tem tendência a rubores e os orifícios pilossebáceos são invisíveis. Quando tocada, a pele não é macia, é áspera. Durante a palpação, a prega cutânea é fina. Suportam pouco o frio e o vento. Há certos fatores que provocam a secura da pele, como: sabão, detergente, antisséptico, contato prolongado com a água, atmosfera muito seca ou quente e sol. Pele mista Tem características peculiares. Apresenta oleosidade excessiva na zona T, apresentando uma diferença marcante na região médio-facial (Figura 2 ante- rior) e nas bochechas. Tem poros dilatados e cravos nos poros. Na região das bochechas, é normal ou seca. 5Biotipos cutâneos Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 5 26/01/2018 14:19:23 1. Considerando as descobertas de Helena Rubinstein, marque a alternativa correta sobre biotipos cutâneos. a) Ela dividiu a pele em 3 biotipos, de acordo com a capacidade elástica da pele. b) Dividiu a pele em quatro biotipos, de acordo com a quantidade de sebo. c) Dividiu a pele em quatro biotipos, de acordo com a espessura da pele. d) Dividiu a pele em 16 biotipos, de acordo com a espessura da pele, a cor e o estado cutâneo. e) Dividiu a pele em 16 biotipos, de acordo com a espessura da pele e a cor. 2. De acordo com a descrição a seguir, determine as características dos biotipos, marcando a alternativa correta. a) Segundo Helena Rubinstein, a pele é classificada em seis biotipos: lipídica, alipídica, eudérmica, combinada, mista e normal. b) A pele eudérmica também é conhecida popularmente como pele mista, tendo acúmulo de sebo na região das bochechas. c) Determinada pelas condições climáticas, a pele alipídica produz maior quantidade de sebo. O litoral é uma região onde encontramos muitas pessoas com esse biotipo. d) A pele lipídica tem um percentual hídrico menor. e) A pele lipídica produz pouco sebo, permitindo a formação mais precoce de rugas e muita flacidez. 3. Uma pele vitalizada e saudável começa com uma boa limpeza, que elimina os resíduos e aumenta a permeabilidade cutânea, preparando para os demais tratamentos faciais. Marque a alternativa que indica o objetivo da higienização das peles desidratadas ou alipídicas. a) Em peles desidratadas ou alipídicas, a limpeza de pele dará ênfase ao reequilíbrio do manto hidrolipídico. b) Em peles desidratadas ou alipídicas, a limpeza de pele dará ênfase ao tratamento de pústulas e cravos. c) Em peles desidratadas ou alipídicas, a limpeza de pele dará ênfase à manutenção do equilíbrio. Biotipos cutâneos6 Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 6 26/01/2018 14:19:24 d) Em peles desidratadas ou alipídicas, a limpeza de pele dará ênfase ao tratamento com ácidos ou microdermoabrasão. e) Em peles desidratadas ou alipídicas, a limpeza de pele dará ênfase às extrações. 4. Em 2006, Leslie Baumann reformulou a classificação já existente para os tipos de pele. De acordo com as descrições a seguir, determine as características utilizadas nessa classificação, indicando, respectivamente, verdadeiro (V) ou falso (F), marcando a alternativa que apresenta a sequência correta: I. Determinada pelas condições climáticas, a pele hidratada tem um percentual hídrico menor que 10%. II. A pele pigmentada fabrica pouca melanina, permitindo a formação de hipercromias, como os melasmas. III. A diminuição na oxigenação dos tecidos e a degeneração das fibras colágenas e elásticas levam à formação de marcas na pele. IV. Na pele resistente, a barreira celular impede que fármacos penetrem nas camadas mais profundas. a) V, F, V, F. b) V, V, F, F. c) F, V, F, V. d) F, V, V, F. e) F, F, V, V. 5. A pele pode ser classificada em biotipos: oleosa, seca, mista e normal. Levando em consideração as características de cada uma, identifique a alternativa que corresponde, respectivamente, a cada um desses biotipos citados. a) Óstio profundo, oleosidade na zona T, hidratação desequilibrada e óstios finos. b) Óstio profundo, oleosidade na zona T e óstios finos. c) Óstio profundo, espessura fina, oleosidade na zona T e brilho natural. d) Oleosidade na zona T, brilho intenso, coloração normal e brilho natural. e) Brilho natural, coloração normal, óstios finos e hidratação desequilibrada. 7Biotipos cutâneos Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 7 26/01/2018 14:19:26 BARONE, A. Tipos de pele: identificação e cuidados. [S.l.]: Blog Vaidosas de Batom, 2017. Disponível em: <https://www.vaidosasdebatom.com/single-post/2017/03/20/ Identifica%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-tipos-de-pele>. Acesso em: 17 nov. 2017. BAUMANN, L. Cosmetic Dermatology: Principles and Practice. McGraw Hill Profes- sional, 2002. Leituras recomendadas GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, pato- logias. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. PACCA, J. Tipos de pele segundo Leslie Baumann. [S.l.]: Jaqueline Pacca Blog, 2015. Disponível em: <http://jaquelinepacca.blogspot.com.br/2015/03/tipos-de-pele- -segundo-leslie-baumann.html>. Acesso em: 17 nov. 2017. PEREZ, E.; OLIVEIRA, A. L.; SOUZA, J. B. Curso didático de estética. São Caetano do Sul: Yendis, 2008. v. 2. PETERSEN, C. Biotipos: tipologia cutânea e abordagem cosmetológica para cada tipo de pele. [S.l.]: Cris Petersen, 2011. Disponível em: <http://crispetersen.blogspot.com. br/2011/08/biotipos-tipologia-cutanea-e-abordagem.html>. Acesso em: 18 nov. 17. PINTO, S. B.; LOBATO, C. A.; BARJA, P. R. Classificação de tipos de pele através do ques- tionário de Baumann. In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 11., 2007, São José dos Campos; ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 7., 2007, São José dos Campos. Anais... São José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba, 2007. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/ engenharias/inic/INICG00226_01O.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2017. SABARA, L. Beleza total: estética, cuidados & vida saudável. São Paulo: DCL, 2008. Biotipos cutâneos8 Cap_4_Disfuncoes_dermatologicas.indd 8 26/01/2018 14:19:26 https://www.vaidosasdebatom.com/single-post/2017/03/20/ http://jaquelinepacca.blogspot.com.br/2015/03/tipos-de-pele- http://crispetersen.blogspot.com/ http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Contra_Capa_SAGAH
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