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Redação | Conteúdos Teóricos

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PROPOSTA DE REDAÇÃO 
TEXTO I 
Envelhecimento da população exigirá gasto 
adicional de R$ 50 bi em saúde até 2027, prevê 
governo. 
A Secretaria do Tesouro Nacional projeta a 
necessidade de gastos adicionais de R$ 50,7 
bilhões em saúde entre 2020 e 2027 devido ao 
envelhecimento populacional, segundo estimativa 
do Relatório de Riscos Fiscais da União. 
Neste ano, o orçamento da saúde é de R$ 135 
bilhões, segundo a proposta orçamentária 
aprovada pelo Congresso no final do ano passado. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE), a parcela da população com 
mais de 65 anos era de 10,5% em 2018, segundo 
dados da da Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada 
em maio de 2019. Pelas projeções do instituto, 
esse percentual atingirá 15% em 2034 e alcançará 
25,5% em 2060 
Fonte: www.google.com.br/amp/s/g1.globo.com/ 
 
TEXTO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO III 
 
1 em cada 4 brasileiros terá mais de 65 anos em 
2060, aponta IBGE 
 
Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) aponta 
tendência de envelhecimento dos brasileiros. A 
partir de 2039, haverá mais pessoas idosas que 
crianças vivendo no país. 
 
A população brasileira está em trajetória de 
envelhecimento e, até 2060, o percentual de 
pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 
9,2% para 25,5%. Ou seja, 1 em cada 4 brasileiros 
será idoso. É o que aponta projeção divulgada 
nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). 
 
Segundo a pesquisa, a fatia de pessoas com mais 
de 65 anos alcançará 15% da população já em 
2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. 
Em 2010, estava em 7,3%. 
 
A pesquisa mostra que em 2039 o número de 
idosos com mais de 65 anos superará o de 
crianças de até 14 anos, o que acelerará a 
trajetória de envelhecimento da população. 
Atualmente, a população com até 14 anos 
representa 21,3% dos brasileiros e cairá para 
14,7% até 2060, segundo o IBGE. 
Fonte :www.google.com.br/amp/s/g1.globo.com 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com 
base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua 
portuguesa sobre o tema: “Os efeitos do 
envelhecimento populacional no Brasil”. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente 
e coesa, argumentos e fatos para a defesa do seu 
ponto de vista. Apresente uma proposta de ação 
social que respeite os direitos humanos. 
http://www.google.com.br/amp/s/g1.globo.com/
https://www.google.com.br/amp/s/g1.globo.com
Material de apoio
Tema: “Os efeitos do envelhecimento
populacional no Brasil”
‘Envelhescência’ mostra que nunca é
tarde para se reinventar
Edson Gambuggi formou-se em medicina aos
82 anos. Aos 72 anos, Judith Caggiano fez a
primeira de suas dezenas de tatuagens. Edmea
Correa começou a surfar aos 58 anos. Ono
Sensei, a meses de tornar-se nonagenário, dá
aulas de defesa pessoal, enquanto Oswaldo
Silveira, 84 anos, prepara-se para sua 12ª
maratona, e Luiz Schirmer, 76 anos, para atingir
4.000 saltos de paraquedas.
Essas seis histórias de vida que inspiram uma
nova leitura sobre a terceira idade foram
retratadas em “Envelhescência”, longa
metragem dirigido por Gabriel Martinez, que
estreia em junho. “De uma forma positiva, essas
pessoas calam a boca do nosso pessimismo”,
diz. E confessa que passou pela sua cabeça,
três anos atrás, quando iniciou o projeto e tinha
33 anos, que estava velho para fazer seu
primeiro documentário.
Viver de forma plena sua envelhescência é
transformar “a vivência da velhice em uma
experiência criativa, que subverte as noções
anteriores de declínio e degeneração, e
apontam para uma relação criativa do
envelhecer e da reconstrução da história
pessoal por meio de novas experiências”, já
dizia o psicanalista Manoel Berlinck, em 1996.
E é isso que faz esse sexteto que protagoniza o
documentário. “Quando me veem indo para o
salto, estranham, olham e dizem: ‘Será
possível, esse senhor vai saltar? Esse velhinho
vai para o avião!’ Eu me impressiono, porque
não sei como quem eles estão falando. Eu tô
jovem, eu tô inteiro, eles é que se assustam
comigo”, conta Luiz Schirmer, que salta de
paraquedas há 60 anos.
“Uma velhice que seja vibrante, não só
brilhante, não só radiante, não tem idade e
nenhum tipo de barreira”, afirma no
documentário o filósofo Mário Sérgio Cortella.
“O limite você constrói”, completa. “É muito lindo
esse momento de libertação, porque eles
reinventam a própria vida”, pontua a
antrópologa Mirian Goldemberg. “A maior
transformação do século 21 vai ser como a
gente se prepara para essa longevidade para a
qual nós não estávamos preparados”, questiona
o médico Alexandre Kalache.
Com o documentário, Gabriel Martinez quer
quebrar estereótipos e trazer histórias
inspiradoras para “incentivar quem tem 40, 50,
60, 70 anos a não perder a fé na capacidade de
começar algo novo”. E deixa uma pergunta no
ar no teaser de 2 minutos do longa metragem
de 74 minutos: “E você, como vai encarar sua
velhice?”
Ser velho no século XXI
Em sua dissertação de mestrado, Juliane
Domingos Yamanaka, pesquisadora do
Programa de Pós-graduação em Ciências
Sociais da Escola de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas, busca compreender as
perspectivas sobre a velhice em construções
exibidas pelos filmes nacionais. A análise foi
feita a partir de três produções recentes: Depois
Daquele Baile (dirigida por Roberto Bomtempo
e lançada em 2006), O Outro Lado da Rua
(Marcos Bernstein, 2004) e Onde Anda Você
(Sérgio Rezende, 2004). O trabalho, financiado
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e
apresentado no segundo semestre de 2016, foi
desenvolvido sob orientação de Andréa Cláudia
Miguel Marques Barbosa, docente do
Departamento de Ciências Sociais da
EFLCH/Unifesp. 
“As produções fílmicas permitem perceber o
movimento imaginário da sociedade”, observa
Yamanaka. A narrativa e a forma de expressão
do cinema são construídas a partir da realidade
e provocam novas percepções nos
espectadores. “É uma via de mão dupla. Os
filmes são produzidos a partir do olhar de
alguém, apresentando recortes do real e,
quando circulam, interagem com outros olhares,
provocando pensamentos e percepções”,
explica a pesquisadora. “Essas obras, portanto,
precisam ser consideradas não apenas
produtos, mas agentes importantes para
compreender as esferas da vida e as dinâmicas
sociais, já que o cinema nos provoca a
interpretar os aspectos da realidade”. 
Os filmes abordam o envelhecimento por
diferentes olhares e perspectivas. Depois
Daquele Baile se passa em Belo Horizonte,
onde Dóris (Irene Ravache), viúva e dona de
uma pensão, tem como clientes assíduos
Freitas (Lima Duarte) e Otávio (Marcos Caruso),
dois velhos amigos que disputam o seu
coração. O Outro Lado da Rua traz Regina
(Fernanda Montenegro), que mora com sua
cachorrinha em um apartamento em
Copacabana e é voluntária em um programa
social para aposentados. Onde Anda Você
apresenta o ex-palhaço Felício (Juca de
Oliveira), que vive solitário no centro de São
Paulo, mas decide buscar a felicidade ao
retomar a sua profissão e procurar um novo
parceiro.
O abandono na velhice e “Feliz
Aniversário”, de Clarice Lispector
Na brilhante tessitura de Clarice, mestra em
discorrer sobre a alma humana, o conto é
retrato de uma cena comum e cotidiana: a
reunião de uma família num momento de
importante celebração. Mas o que se extrai dali
é a fragilidade daquela estrutura familiar, onde
os caminhos individuais e individualistas dos
personagens se ressaltam.
D. Anita, a matriarca, possui uma lucidez
pungente sobre o mundo
e as pessoas que a
cercam. É o narrador que nos faz saber seus
pensamentos, sua visão sobre os fatos. Para os
personagens do conto, ela é uma mulher idosa,
que pouco fala, talvez esteja senil, cospe no
chão. Eles não sabem, tanto quanto nós,
leitores, como há clareza em suas percepções.
E isso já é uma pista do quanto estão alheios à
mãe.
Na história, a velhice da mãe é abordada como
um obstáculo à liberdade dos filhos, às suas
escolhas pessoais. Mesmo a filha que cuida da
matriarca o faz mais por uma obrigação social,
por ser a única mulher, e, ainda assim, sente-se
escravizada pela situação. Os demais filhos que
a festejam, trazem a família inteira para bater
palmas, mas não querem ter responsabilidade
com o cuidar, nem são descritos como
carinhosos. Não se fala em abraços nem em
emoção profunda. O momento do beijo é assim
descrito: “A aniversariante recebeu um beijo
cauteloso de cada um como se sua pele tão
infamiliar fosse uma armadilha”. Cumprem um
protocolo, fingem uma alegria artificial porque,
afinal, a família, vamos entendendo, não é tão
unida, a convivência não é tão íntima.
[…] A situação de D. Anita, o abandono afetivo
e físico, o desperdício dos momentos com a
família que poderiam aproximar corações, as
relações que fingem cuidados mas se erguem
sobre distâncias profundas, é real para muitos
idosos. Para esses, o desafio é imenso: superar
isso e encontrar estímulo para viver com
alegria, apesar de tudo, longe de sentimentos
como solidão e depressão.
[…] Tem total consciência a personagem
central, ciente do jogo hipócrita de que todos a
seu redor participam e decepcionada pelo que
seus filhos se tornaram. Ela os vê como
criaturas opacas. Ela cospe no chão não por
senilidade mas como um dos poucos recursos
expressivos para demonstrar sua atitude diante
de uma situação de vida sobre a qual não tem
controle: depende dos cuidados da filha, que
não os oferece por amor mas por obrigação;
está amorosamente negligenciada por uma
família que só a visita uma vez ao ano; está
impotente diante das decisões que a envolvem
e sente-se decepcionada com os filhos que
criou; está ferida, arrastando o luto por perder,
durante sua vida, o marido e o filho que lhe era
mais chegado e mais carinhoso. D. Anita é a
imagem de uma velhice negligenciada, infeliz.
Mas que, sob a frágil aparência, resiste. E
sente. Na literatura como na vida real.
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
TEXTO I 
Participantes de reality shows podem barrar 
divulgação de cenas 
Viraram febre no Brasil os reality shows, que são 
diariamente acompanhados por milhões de 
espectadores, com cidadãos sendo filmados 24 
horas por dia em situações constrangedoras. A 
partir da entrada em cena, a intimidade dos 
participantes é simplesmente extirpada, como se 
de fato não existisse. 
Tais modalidades de programas despertam, 
contudo, algumas questões jurídicas. É que o 
inciso X do artigo 5º da Constituição Federal trata 
como invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação. Será permitido ao 
cidadão, através de contrato particular, renunciar 
a direitos constitucionalmente tidos como 
invioláveis? 
Na verdade, qualquer dos participantes da Casa 
dos Artistas ou do Big Brother Brasil, surpreendido 
em alguma situação de constrangimento pode 
imediatamente rescindir o contrato, através de 
notificação à emissora, impedindo a veiculação 
das imagens. Para tanto há os instrumentos 
jurídicos adequados, a exemplo das tutelas 
inibitórias. 
Fonte:(adaptada) https:// www. conjur. Com .br/2002 -mar- 
22/participante impedir divulgacao certas imagens 
 
TEXTO II 
'Soltos em Floripa': liminar da Justiça pede 
suspensão de cenas 
Juíza determinou retirada de material envolvendo 
a presença de duas figurantes em reality show da 
Amazon Prime Video 
 
 
 
 
Após recente polêmica envolvendo duas 
figurantes de Soltos em Floripa, reality show 
exibido pela Amazon Prime Video, o Tribunal de 
Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) determinou a 
suspensão de cenas envolvendo-as. A decisão 
liminar foi deferida pela juíza Ana Luisa Schmidt 
Ramos no último fim de semana. Segundo 
informações do site do TJ-SC, as jovens admitiram 
ter assinado contrato para atuar como figurantes, 
mas acabaram sendo gravadas em "cenas de 
cunho erótico que, embora consentidas, 
extrapolavam o direito à intimidade de ambas". 
 TEXTO III 
 
Fonte: Diário da manhã 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com 
base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em norma padrão da língua 
portuguesa sobre o tema: ”A comercialização do 
direito à imagem em meio à ascensão de reality 
shows”. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para a 
defesa do seu ponto de vista. Apresente uma 
proposta de ação social que respeite os direitos 
humanos. 
 
 
 
 
Material de apoio 
Tema: “A comercialização do direito à 
imagem em meio à ascensão de reality 
shows” 
_____________________________________ 
A indisponibilidade relativa do direito à 
imagem 
Em razão da propalação dos meios de 
comunicação, com ênfase na internet, o 
direito à imagem ganha cada vez mais espaço 
na atualidade. Diante deste avanço as pessoas 
se tornam mais acometíveis à exposição não 
autorizada de sua imagem, logo, se tornou 
fundamental o estudo deste direito, e suas 
garantias, já que se trata de direito de 
personalidade inerente a todos, decretado 
pela Constituição Federal, como irrenunciável 
e intransmissível. Existem duas vertentes, a 
imagem-atributo, que é o retrato social do 
indivíduo, exteriorizado nas suas relações 
sociais, revelando-se como a reputação que 
goza em seu meio. Por outro lado, a imagem- 
retrato é relativa à reprodução gráfica ou física 
do indivíduo. Relacionado à intimidade da 
pessoa, o direito à imagem, a princípio 
inviolável, é garantido pela Constituição 
Federal em seu artigo 5o, incisos V, X e XXVIII 
alínea “a”; e também pelo Código Civil em seu 
artigo 21. Pretende-se mostrar a amplitude 
que o direito à imagem vem tomando na atual 
conjuntura, já que o avanço da tecnologia e a 
crescente acessibilidade as mais diversas redes 
sociais existentes vêm trazendo ao âmbito 
jurídico questões polêmicas, como é o caso de 
arquivos íntimos que “caem” na rede sem que 
se possa ter o menor controle para reverter 
esse fato, sem contar na existência de uma 
 
 
enorme dificuldade em identificar o 
responsável e puni-lo. 
Outro fato jurídico polêmico que entra em 
questão ao tratarmos de direito à imagem são 
os Reality Shows, nos quais os participantes 
dispõem de seu direito à imagem em uma 
espécie de “venda” destes e veremos, então, a 
relatividade da indisponibilidade do direito em 
cheque. 
Quando o direito à imagem é violado, a 
Constituição da República assegura a 
reparação dos danos, o Código Civil, por sua 
vez, disciplina o ressarcimento 
destes, em seus artigos 12 e 20. 
Nos artigos 186 e 927 do aludido Código, é 
tratado a respeito da responsabilidade civil 
que o indivíduo possui ao cometer ato ilícito. 
O que se tem discutido é a respeito da fixação 
do “quantum” indenizatório, entende- se que 
deve atender ao princípio da razoabilidade, 
avaliando se a lesão ao direito atingiu a honra, 
a boa fama ou a respeitabilidade da pessoa, 
também o potencial econômico do ofensor, 
para que este seja penalizado e desestimulado 
a cometer nova lesão. Busca-se uma 
indenização justa e próxima da realidade, para 
que o princípio da dignidade da pessoa 
humana seja respeitado. A metodologia 
aplicada será de pesquisas e análise de casos 
práticos relacionados
ao tema, no intuito de 
expor a aplicabilidade prática do citado 
direito. 
The Truman Show: O show da vida 
Truman Burbank viveu sua vida inteira, mesmo 
antes de seu nascimento, na frente das 
câmeras do Show de Truman, apesar de não 
saber disso. A vida de Truman é filmada 
 
 
 
através de milhares de câmeras escondidas, 24 
horas por dia, sendo transmitida ao vivo para 
todo o mundo, permitindo que o produtor 
executivo Christof capture emoções reais de 
Truman ao colocá-lo em certas situações. A 
cidade de Truman, Seahaven, é um cenário 
completo construído dentro de um enorme 
domo e povoada pelos atores e a equipe do 
programa, permitindo que Christof controle 
todos os aspectos da vida de Truman, até o 
clima. Para impedir que Truman descubra sua 
falsa realidade, Christof criou meios de 
dissuadir seu senso de exploração, incluindo 
"matar" seu pai em uma tempestade no mar 
para criar um medo de água, fazer relatos e 
"anúncios" dos perigos em viajar e transmitir 
programas de televisão que falam das 
vantagens de permanecer em casa. 
Entretanto, apesar do controle, Truman 
conseguiu se comportar de maneiras 
inesperadas, em particular se apaixonando por 
uma figurante, Sylvia, ao invés de Meryl, a 
atriz que deveria ser sua esposa. Apesar de 
Sylvia ser retirada do cenário rapidamente, 
sua memória permanece com Truman, e ele 
começa a pensar secretamente sobre uma 
vida com ela fora do casamento com Meryl. 
Sylvia faz parte da campanha "Liberte 
Truman", que luta para que Truman seja 
libertado do programa. 
BIG BROTHER E ''1984'', A HISTÓRIA DO 
LIVRO QUE INSPIROU O REALITY SHOW 
GLOBAL 
Big Brother Brasil é a versão brasileira do 
reality show Big Brother. O programa começou 
em janeiro de 2002 e a partir daí vem se 
repetindo anualmente, sendo realizado de 
janeiro até final de março ou começo de abril. 
 
 
Como é de conhecimento geral, o programa 
consiste em um grupo de pessoas que vive em 
uma casa por alguns meses e são vigiados por 
câmeras 24 horas por dia. Cada movimento, 
cada discussão, cada briga é assistida por 
milhares de pessoas que pagam para ter 
acesso às câmeras. 
Mas será que as pessoas sabem qual a relação 
entre o reality show mais famoso do Brasil e 
um livro chamado "1984", de George Orwell? 
A obra expõe um panorama fictício na 
Oceania, em que é retratada uma sociedade 
totalitária governada pelo "Grande Irmão", ou 
melhor, pelo "Big Brother". Sendo 
representado por um homem com bigodes e 
líder do partido, o Big Brother se materializa 
apenas nas câmeras que vigiam os cidadãos 24 
horas por dia, até mesmo quando estão 
dentro de suas casas. 
Nessa sociedade, é dito que o Big Brother 
nunca erra. Para que isso seja uma verdade 
absoluta, tudo depende do trabalho de 
Winston. O cara é encarregado por corrigir 
tudo que foi publicado pela imprensa, livros 
ou qualquer outra coisa. Por exemplo, se o Big 
Brother diz hoje que a gasolina custa X, mas 
no dia seguinte a gasolina custa Y, Winston vai 
ser encarregado de colocar em todos os 
registros que o Big Brother disse que o preço 
era X. 
O livro é uma visão um tanto sombria de um 
futuro onde todos os cidadãos de um certo 
lugar são vigiados constantemente e a 
comunicação é distorcida para ajudar a 
opressão. Na prática, isso indica o controle de 
toda uma vida pública e particular a partir da 
televisão. 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEXTO I
Automedicação é um hábito comum a
77% dos brasileiros
A pesquisa foi feita pelo Conselho Federal de
Farmácia (CFF). Quase metade (47%) se
automedica pelo menos uma vez por mês, e 25%
faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.
Quase metade dos brasileiros se
automedica pelo menos uma vez por mês
e 25% o faz todo dia ou pelo menos uma
vez por semana. Esses dados fazem parte
de uma pesquisa feita pelo Conselho
Federal de Farmácia (CFF). De acordo com
o estudo, a automedicação é um hábito
comum a 77% dos brasileiros.
As mulheres são as que mais usam
medicamentos por conta própria, pelo
menos uma vez ao mês – 53%. Familiares,
amigos e vizinhos são os principais
influenciadores na escolha dos
medicamentos usados sem prescrição
(25%).
(Disponível em: 
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/05/13/automedicac
ao-e-um-habito-comum-a-77percent-dos-brasileiros.ghtml)
TEXTO II 
Tomar medicação sem prescrição médica
pode matar até 10 milhões de pessoas por
ano até 2050, em todo o mundo. O alerta
sobre o uso excessivo de medicamentos e
os consequentes casos de resistência
antimicrobiana estão no relatório
divulgado ontem por entidades ligadas à
Organização das Nações Unidas (ONU).
Além da saúde, o documento também
mostra o prejuízo na economia. A
estimativa é de que, até 2030, a
resistência antimicrobiana leve cerca de
24 milhões de pessoas à extrema
pobreza. 
Para a infectologista Joana D’Arc
Gonçalves da Silva, entre os problemas da
automedicação está a ausência do
diagnóstico correto e, consequentemente,
dúvidas sobre a eficiência do
medicamento. Ela ressalta que a falta de
políticas públicas efetivas leva a
população que não consegue assistência a
se automedicar. 
(Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/
2019/04/30/interna-brasil,752285/ate-2025-milhoes-de-pessoas-podem-
morrer-por-causa-da-automedicacao.shtml. Adaptado)
TEXTO III
A partir da leitura dos textos motivadores e
com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão
da língua portuguesa sobre o tema: “Os
riscos da automedicação na geração do
século XXI”. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.
Apresente proposta de ação social que
respeite os direitos humanos.
Material de apoio
Tema: “Os riscos da automedicação na
geração do século XXI”
Automedicação pode trazer graves
danos à saúde: conheça os riscos
A automedicação, muitas vezes vista como
uma solução imediata para alguns sintomas,
também pode trazer consequências mais
graves do que se imagina, como reações
alérgicas e dependência. Para Sérgio Brodt,
chefe do Serviço de Medicina Interna do
Hospital Moinhos de Vento, a
automedicação é um problema de saúde
pública. “Todos os dias vemos propagandas
de remédios na mídia, os quais são
amplamente ingeridos pela população,
porém, todos eles têm efeitos benéficos e
adversos, podendo gerar alergias, que
podem ser leves como coceira e
vermelhidão, moderadas como inchaço e
erupções na pele ou tão graves como o
choque anafilático, sonolência, diminuição
de reflexos, arritmias e, se consumidos em
doses tóxicas, até o risco de morte”, alerta o
médico. Além disso, o medicamento que
serve para o vizinho ou familiar pode fazer
um mal terrível para você.
O uso de medicamentos de forma incorreta
pode acarretar, inclusive, no agravamento
de uma doença, uma vez que a utilização
inadequada pode esconder determinados
sintomas. Se o remédio for antibiótico, a
atenção deve ser redobrada. “O uso abusivo
destes produtos pode facilitar o aumento da
resistência de microrganismos, o que
compromete a eficácia dos tratamentos,
tornando-se necessário o consumo de
medicamentos cada vez mais fortes e
tóxicos para tratar infecções relativamente
simples”, salienta Brodt. O uso incorreto de
certos remédios como anti-inflamatórios e
antibióticos, principalmente em doses
elevadas, pode gerar disfunções como
hemorragia digestiva e sangramentos
diversos, insuficiência renal e hepatite
medicamentosa.
Outra preocupação em relação ao uso dos
remédios refere-se à combinação
inadequada. Nestes casos, o uso de um
medicamento pode anular ou potencializar o
efeito de outro. “Existem inúmeras
interações medicamentosas entre as
drogas.
São tantas que mesmo os médicos
treinados têm que recorrer à literatura
especializada com frequência para checar
se pode ou não usar esse ou aquele
remédio em conjunto”, ressalta o
profissional.
O uso de remédios de maneira incorreta
pode trazer, ainda, consequências como
dependência e até a morte. “A dependência
é muito frequente, principalmente dos
‘remédios para dormir’, dos sedativos ou dos
remédios controlados para a dor,
frequentemente derivados da morfina. O uso
abusivo desses medicamentos sedativos
pode induzir ao coma e à depressão da
capacidade respiratória, podendo levar à
morte”, alerta o médico.
Filme da Giacometti alerta sobre os
riscos da automedicação
Em comemoração ao Dia do Farmacêutico (20
de janeiro), a Giacometti Comunicação/Brasília
criou filme para o Conselho Federal de
Farmácia (CFF) que alerta sobre o perigo da
automedicação e valoriza o profissional.
A mensagem do filme “Batimentos” chama a
atenção sobre uso inadequado de
medicamentos. As imagens mostram um frasco
de comprimidos que está sobre a mesa da casa
de uma família e diferentes momentos das
mãos de uma pessoa que retira os comprimidos
do frasco, ao som característico de um monitor
cardíaco de UTI.
A cada cápsula que sai do recipiente, o
batimento cardíaco se acelera, criando um clima
de tensão. Quando o recipiente fica vazio, surge
o som contínuo do monitor, sinal de que o
paciente morreu. Um locutor diz: “A
automedicação pode ser fatal. Se você usa
medicamentos, consulte sempre o farmacêutico.
Farmacêutico. Tão essencial quanto o
medicamento.”
Documentário na Netflix aborda
problema das drogas de produtividade
Em um mundo corrido, em que a pressão do
trabalho, do estudo e da boa aparência é cada
vez mais alta, muita gente utiliza remédios para
melhorar a produtividade e o foco.
Essa situação expõe um problema: será que
vivemos em uma epidemia de drogas de
produtividade?
É essa discussão que o documentário “Take
Your Pills”, disponível na Netflix, propõe. Feito
com base em entrevistas com usuários,
psiquiatras, neurologistas e jornalistas, ele
retrata o abuso de medicamentos como o
Adderal e a Ritalina para quem quer estudar,
trabalhar e até ir para a balada.
As substâncias, que normalmente são
receitadas para pessoas com transtorno de
déficit de atenção, vem sendo usadas cada vez
mais por pessoas saudáveis para que elas
melhorem o desempenho no dia a dia. O
problema é que os medicamentos podem
causar dependências e outros efeitos colaterais
indesejados.
O documentário foi dirigido pela diretora Alison
Klayman, premiada pelo filme Ai Weiwei Never
Story sobre um dos mais conhecidos artistas e
ativistas chineses, e selecionado no Festival de
Sundance. Confira o trailer abaixo.
Exaustos-e-correndo-e-dopados, por
Eliane Brum
“Nos achamos tão livres como donos de tablets
e celulares, vamos a qualquer lugar na internet, 
lutamos pelas causas mesmo de países do ou-
tro lado do planeta, participamos de protestos
globais e mal percebemos que criamos uma
pós-submissão. Ou um tipo mais perigoso e
insidioso de submissão. Temos nos esforçado
livremente e com grande afinco para alcançar a
meta de trabalhar 24X7. Vinte e quatro horas
por sete dias da semana. Nenhum capitalista
havia sonhado tanto. O chefe nos alcança em
qualquer lugar, a qualquer hora. O expediente
nunca mais acaba. Já não há espaço de
trabalho e espaço de lazer, não há nem mesmo
casa. Tudo se confunde. A internet foi usada
para borrar as fronteiras também do mundo
interno, que agora é um fora. Estamos sempre,
de algum modo, trabalhando, fazendo
networking, debatendo (ou brigando), intervindo,
tentando não perder nada, principalmente a
notícia ordinária. Consumimo-nos
animadamente, ao ritmo de emoticons. E,
assim, perdemos só a alma. E alcançamos uma
façanha inédita: ser senhor e escravo ao
mesmo tempo. 
Como na época da aceleração os anos já não
começam nem terminam, apenas se emendam,
tanto quanto os meses e como os dias, a
metade de 2016 chegou quando parecia que
ainda era março. Estamos exaustos e correndo.
[...] E a má notícia é que continuaremos
exaustos e correndo, porque exaustos-e-
correndo virou a condição humana dessa
época. E já percebemos que essa condição
humana um corpo humano não aguenta. O
corpo então virou um atrapalho, um apêndice
incômodo, um não-dá-conta que adoece, fica
ansioso, deprime, entra em pânico. E assim
dopamos esse corpo falho que se contorce ao
ser submetido a uma velocidade não humana.
Viramos exaustos-e-correndo-e-dopados.
Porque só dopados para continuar exaustos-e-
correndo. Pelo menos até conseguirmos nos
livrar desse corpo que se tornou uma barreira.
O problema é que o corpo não é um outro, o
corpo é o que chamamos de eu. O corpo não é
limite, mas a própria condição. O corpo é.”
TEXTO COMPLETO EM:
https://racismoambiental.net.br/2016/07/04/exaust
os-e-correndo-e-dopados-por-eliane-brum/ 
https://racismoambiental.net.br/2016/07/04/exaustos-e-correndo-e-dopados-por-eliane-brum/
https://racismoambiental.net.br/2016/07/04/exaustos-e-correndo-e-dopados-por-eliane-brum/
PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEXTO I
Precisamos olhar com mais atenção para
o papel do jovem na sociedade. Para
termos idéia de sua importância, basta
atentarmos para o fato de que, nas
eleições de outubro deste ano, os
brasileiros entre 16 e 24 anos formarão
um contingente de mais de 5 milhões
eleitores.
Infelizmente, esse universo se encontra
muito afastado da vida política do país. E
as razões são plausíveis. Escândalos,
descalabros administrativos, máquinas
burocráticas emperradas, partidos sem
identificação popular constituem, entre
outros, fatores que afastam os jovens do
processo político. Na ausência de projeto
ético e de uma sinalização comprometida
com mudanças, os jovens acabam
destinando sua atenção para outras
prioridades. É triste verificar que milhares
de jovens, levados pela atração dos bens
materiais e do consumismo, passaram a
ver a política como algo desimportante.
Afinal, a política é a arena central da
construção do futuro coletivo.
(Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/mesa/presi
dencia/galeria-presidentes/michel-temer-2009-2010/artigos/o-
jovem-e-a-politica. Modificado)
TEXTO II
A juventude brasileira está inconformada
com o país em que vive. Afastada dos
partidos e da política, pouco quer saber
dos fundamentos da economia e do
desenvolvimento, de modo geral, bem
como não lhe interessa comparar o
passado com o presente, pois seu olho se
dirige ao futuro. Já fez protestos em 2013,
participando de passeatas contra o
aumento das passagens de ônibus e a
falta de serviços públicos de qualidade.
Foram as maiores manifestações públicas
da História e do Brasil desde a campanha
das Diretas Já e dos caras pintadas que
levaram à renúncia do presidente
Fernando Collor. 
(Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/sem-os-jovens-futuro-da-politica-e-sombrio/)
TEXTO III
A partir da leitura dos textos motivadores e
com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão
da língua portuguesa sobre o tema: “O papel
da juventude diante da falta de
representatividade política no Brasil”.
Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista. Apresente
proposta de ação social que respeite os
direitos humanos.
Fonte: IstoÉ
Material de apoio
Tema: “O papel da juventude diante da
falta de representatividade política no
Brasil”
Jovens RAPS apresentam projeto para
estimular o engajamento político
Como dialogar com
os jovens e incentivá-los a
participar da vida política? Com este
questionamento, o Líder RAPS (Rede de Ação
Política pela Sustentabilidade) e vereador de
São Paulo, Ricardo Young recebeu nesta
quinta-feira, 3/7, na Câmara Municipal, um
grupo de Jovens RAPS que se dedica à
elaboração de um projeto sobre o tema.
O desafio foi proposto por Ricardo Young em
abril desde ano, durante o Seminário de
Integração de Jovens RAPS e Empreendedores
Cívicos. Desafio aceito, 13 Jovens RAPS
criaram o projeto “Imagina na Câmara”, que tem
o objetivo de inspirar os jovens para que se
reconheçam como seres políticos por meio de
suas ideias e ações sociais e, com isso,
construir um espaço de diálogo entre a atuação
política de cada um e as instituições públicas.
“A ideia é transformar a Câmara Municipal em
parceira para realizar sonhos e criar
oportunidades reais de mudanças na
sociedade”, diz a justificativa do projeto.
Ricardo Young reconhece que a política
institucional não é sedutora e não estimula a
participação do cidadão. “A política institucional
tradicional não fala uma linguagem capaz de
expressar a dinâmica da sociedade. Estas
instituições estão desgastadas e é preciso
encontrar caminhos para promover o diálogo
fácil e amplo com a população, além de motivar
o exercício de uma cidadania mais ativa,
inspirada nas ações sociais, que são
efetivamente mais transformadoras. “
O projeto “Imagina na Câmara” será
apresentado oficialmente e de forma detalhada
no Encontro de Jovens RAPS, dia 26 de julho
em São Paulo.
Documentário reflete sobre
engajamento político dos alunos ao
registrar eleições para grêmio
estudantil
Quatro alunos de uma escola pública paulista
se mobilizam para criar propostas e debater
soluções durante o processo eleitoral do grêmio
estudantil. Esse é o foco do documentário
“Eleições”, dirigido pela cineasta Alice Riff, que
estreou em 15 de março de 2019. A
efervescência da instituição de ensino serve de
pano de fundo para que a obra debata as
relações dos adolescentes com o exercício da
política e seus entendimentos sobre democracia
e representatividade.
“Se acreditamos que a escola é o espaço para a
formação das crianças e jovens para atuarem
no mundo de cabeça erguida e dispostos a
colaborar para uma sociedade criativa,
inovadora, saudável e solidária, precisamos
fortalecer esse ambiente e essas experiências
de diálogo e questionamento. O filme é uma
proposta que segue esta direção”, afirma Riff.
Como surgiu a ideia do documentário?
Alice Riff: Nestes anos de turbulência política e
crise democrática no país, notei dados que
mostravam a desconexão do jovem com o
tema. Alta porcentagem de adolescentes
votando branco e nulo, não acreditando no voto
como meio representativo, não vendo diferença
entre esquerda e direita e associando política à
corrupção de bate-pronto. Faz sentido, devido à
sub-representação juvenil no congresso
nacional e talvez reflita uma falta de
aprendizado sobre o que é a democracia. É um
sistema de representação que se aprimora e
precisa de ajustes e que deve – ou deveria –
acontecer em todas as instâncias, de conselhos
de bairro ao país de forma macro. Assim,
pensei que seria interessante, em ano eleitoral,
acompanhar um processo de eleição de grêmio
estudantil de uma escola, para ver como os
jovens se organizariam ali. Pelo ponto de vista
deles, pensar em participação e política. 
Quais reflexões o filme levanta?
Riff: Se acreditamos que a escola é o espaço
para a formação das crianças e jovens para
atuarem no mundo de cabeça erguida e
dispostos a colaborar para uma sociedade
criativa, inovadora, saudável e solidária,
precisamos fortalecer esse ambiente e essas
experiências de diálogo e questionamento. O
filme é uma proposta que segue esta direção.
Jornadas de Junho
Os protestos ocorridos no Brasil em 2013,
também conhecidos como “Manifestação dos 20
centavos”, popularizaram-se no território
brasileiro ao decorrer dos dias. Tendo os jovens
como principais protagonistas, esses protestos
criticaram o aumento do valor das passagens
no transporte, o sucateamento dos serviços
públicos e a corrupção no Congresso brasileiro.
Inicialmente restrito a pouco milhares de
participantes, os atos pela redução das
passagens nos transportes públicos ganharam
grande apoio popular em meados de junho, em
especial após a forte repressão policial contra
os manifestantes, cujo ápice se deu no protesto
do dia 13 em São Paulo. Quatro dias depois,
um grande número de populares tomou parte
das manifestações nas ruas em novos diversos
protestos por várias cidades brasileiras e até do
exterior. Em seu ápice, milhões de brasileiros
estavam nas ruas protestando não apenas pela
redução das tarifas e a violência policial, mas
também por uma grande variedade de temas
como os gastos públicos em grandes eventos
esportivos internacionais, a má qualidade dos
serviços públicos e a indignação com a
corrupção política em geral. Os protestos
geraram grande repercussão nacional e
internacional.
Em resposta, o governo brasileiro anunciou
várias medidas para tentar atender às
reivindicações dos manifestantes e o Congresso
Nacional votou uma série de concessões (a
chamada "agenda positiva"), como ter tornado a
corrupção como um crime hediondo, arquivado
a chamada PEC 37, que proibiria investigações
pelo Ministério Público, e proibido o voto secreto
em votações para cassar o mandato de
legisladores acusados de irregularidades.
Houve também a revogação dos então recentes
aumentos das tarifas nos transportes em várias
cidades do país, com a volta aos preços
anteriores ao movimento.
Índice de Percepção da Corrupção
(IPC) 2019
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) é o
principal indicador de corrupção no setor público
do mundo. 
Produzido desde 1995 pela Transparência
Internacional, o IPC avalia 180 países e
territórios e os avalia em uma escala na qual 0 o
país é percebido como altamente corrupto e 100
significa que o país é percebido como muito
íntegro.
Brasil: pior nota pelo segundo ano
Em 2019, o país manteve-se no pior patamar da
série histórica do Índice de Percepção da
Corrupção, com apenas 35 pontos.
Os 35 pontos da nota brasileira equivalem ao
valor mais baixo desde 2012 — ano em que o
índice passou por alteração metodológica e
passou a permitir a leitura em série histórica.
A escala do IPC vai de 0 a 100, na qual 0
significa que o país é percebido como altamente
corrupto e 100 significa que o país é percebido
como muito íntegro.
Com esse resultado, o Brasil caiu mais uma
posição no ranking de 180 países e territórios,
para o 106º lugar. Este 5º recuo seguido na
comparação anual fez com que o país também
atingisse sua pior colocação na série histórica
do índice. Em 2018, o país já havia perdido dois
pontos e caído nove posições.
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
 
TEXTO I 
 
Minha mãe muito cedo me introduziu aos livros. 
Embora nos faltassem móveis e roupas, livros não 
poderiam faltar. E estava absolutamente certa. Entrei 
na universidade e tornei-me escritor. Posso garantir: 
todo escritor é, antes de tudo, um leitor. 
 
Moacyr Scliar. O poder das letras. In: TAM Magazine, jul./2006, p. 
70 (com adaptações). 
 
TEXTO II 
 
Falta de leitura entre os jovens traz prejuízos ao 
aprendizado 
 
A leitura desenvolve e aumenta o repertório geral, 
auxilia para que o indivíduo tenha senso crítico, amplia o 
vocabulário, estimula a criatividade e facilita a escrita. 
Mesmo sabendo que ler traz muitos benefícios a quem 
pratica com frequência, a aluna do 1° ano do ensino 
médio da rede pública do DF, Carolina Santos, de 15 
anos, admite que não gosta de ler. “Me dá muita 
preguiça e acho cansativo,
mesmo quando são gêneros 
que eu gosto como terror e suspense”. 
Um dos problemas mais apontados por educadores e 
especialistas em relação à falta de leitura é a 
interpretação. Alunos de 14 anos que estão para entrar 
no ensino médio ainda têm dificuldades em identificar 
informações que estão no texto. Para a pedagoga 
Andréia da Silva, que trabalha na rede pública de ensino 
do Distrito Federal há mais de 10 anos, esses são alguns 
dos maiores reflexos da pouca leitura na educação dos 
estudantes. “Problemas de ortografia, frases e textos 
com poucos recursos de escrita e dificuldades de 
interpretação. E a falta de leitura se reflete em outras 
áreas do conhecimento, culminando em alguns casos em 
fracasso escolar”. 
 
Fonte: http://jornalismo.iesb.br/2015/11/26/falta-de-leitura-entre-
os-jovens-traz-prejuizos-ao-aprendizado/ 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO III 
 
 
 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base 
nos conhecimentos construídos ao longo de sua 
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em 
norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: “A 
importância do incentivo à leitura na construção do 
senso crítico de crianças e jovens.” Selecione, organize 
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e 
fatos para defesa de seu ponto de vista. Apresente 
proposta de ação social que respeite os direitos 
humanos. 
 
 
 
Material de Apoio 
Tema: “A importância do incentivo à 
leitura na construção do senso crítico 
de crianças e jovens” 
 
 
MEC lança programa “Conta pra Mim” para 
incentivar a leitura para crianças no ambiente 
familiar (Portal do Ministério da Educação) 
 
A voz suave de uma mãe cantando para o bebê ainda na 
barriga, o pai narrando uma história de heróis para o filho 
antes de dormir e muita brincadeira. É nesse ambiente 
familiar e de afeto que a alfabetização das crianças 
começa a dar os primeiros passos. Para incentivar essa 
cultura, o Ministério da Educação (MEC) lançou, em 
dezembro de 2019, o programa “Conta pra Mim”. A 
iniciativa faz parte da Política Nacional de Alfabetização 
(PNA) e reúne uma série de materiais para orientar as 
famílias a como contribuir na construção do projeto de 
vida e do sucesso escolar dos pequenos. 
Interagir durante a contação de histórias, ler em voz alta, 
olhar olho no olho. São gestos simples, mas capazes de 
influenciar significativamente no desenvolvimento 
intelectual já na fase pré-alfabetização, antes do começo 
das primeiras aulas na escola. A literacia familiar, como é 
chamada a técnica, é aplicada no dia a dia, na convivência 
entre pais e filhos. Meninos e meninas que são 
estimulados desde cedo à leitura e à brincadeira dentro de 
casa tendem a chegar mais aptos e habilidosos nos anos 
iniciais do ensino fundamental. 
Durante a cerimônia de lançamento do programa, o 
ministro da Educação, Abraham Weintraub, destacou que 
a literacia familiar é uma atividade de carinho, amor e 
afetividade para desenvolver a capacidade de 
aprendizagem das crianças. “O programa é revolucionário, 
pela primeira vez existe uma iniciativa de valorização da 
leitura em família. [...] Cientificamente os resultados são 
muito robustos para as famílias que leem para seus filhos”, 
disse. 
E como desenvolver as atividades com os filhos? Primeiro, 
é preciso a sensibilização dos pais e responsáveis ao 
 
 
 
 
mostrá-los a importância de a educação ser conduzida no 
ambiente familiar. Um guia preparado pelo MEC, com 
apoio de especialistas na área da alfabetização da primeira 
infância, reúne uma espécie de passo a passo, explicando 
as melhores técnicas. O material e vídeos didáticos estão 
disponíveis para download no site do programa e também 
podem ser adaptados à realidade da sala de aula por 
professores. 
De acordo com o secretário de Alfabetização do MEC, 
Carlos Nadalim, o “Conta pra Mim” mostra técnicas 
facilitadoras, precursoras, da alfabetização. “[As práticas] 
são importantes para que as crianças depois sejam 
alfabetizadas corretamente no primeiro ano do ensino 
fundamental. Os pais vão encorajar seus filhos a tomar 
gosto pela leitura. Eles serão exemplo de pessoas que 
cultivam hábitos de leitura. Serão leitores para os filhos”, 
disse. 
 
Cantinhos Conta pra Mim - Para além do conteúdo virtual, 
o MEC vai destinar R$ 45 milhões para implantar o 
“Cantinho Conta pra Mim” em 2020. São cinco mil espaços 
que serão criados em creches, pré-escolas, museus e 
bibliotecas, até o fim do ano que vem, para receber as 
crianças e ensinar os pais a praticar as técnicas de literacia 
em casa. 
Uma bolsa de incentivo, entre R$ 300 e R$ 400, será paga 
a professores da rede pública estadual e municipal para 
trabalhem as atividades nesses locais. A ideia é o oferecer 
a cada família três oficinas com duração de uma hora, 
cada. Os tutores serão qualificados em um curso semi-
presencial. Parte dos conteúdos serão aplicados por meio 
de uma plataforma online e a outra, pessoalmente, por 
técnicos da Secretaria de Alfabetização do MEC. 
O recurso também será utilizado para a confecção de “kits 
de literacia”, com distribuição de livros infantis, caderno 
de desenho, giz de cera e o guia de orientações. 
O ministério vai destinar esses espaços a famílias de baixa 
renda com crianças de 3 a 5 anos e que recebam o Bolsa 
Família. A previsão é de que mais de 1 milhão de 
brasileirinhos sejam beneficiados. O MEC estima ainda 
que dez mil bolsistas devam participar do programa. 
 
Filme "Sociedade dos Poetas Mortos" 
 
O filme se passa em 1959, em uma tradicional escola 
norte-americana apenas para garotos. Guiada por 4 
grandes princípios (tradição, honra, disciplina e 
 
 
 
 
 
 
excelência), a Academia Welton se orgulha de formar 
grandes líderes numa sociedade em que os pais tinham 
enorme influência na escolha profissional dos filhos. 
Nesse contexto, um novo professor, John Keating, 
confronta os ideais conservadores da instituição, que 
pouco valoriza expressões artísticas e limita a liberdade 
dos estudantes. 
Keating estimula o pensamento crítico e autônomo dos 
jovens e os ajuda a enxergar o mundo de um ponto de 
vista diferente, perseguindo suas paixões e assumindo as 
rédeas das próprias vidas. 
Dessa forma, tenta acabar com a passividade frente a um 
sistema autoritário que não permite que reflitam sobre 
suas trajetórias e desejos. 
Além disso, a partir da temática do carpe diem, o professor 
desperta nos alunos a vontade de se descobrirem e 
aproveitarem a vida. 
Certo dia, um deles fica sabendo que o professor havia 
sido aluno da Academia e participara de um grupo 
chamado “Sociedade dos Poetas Mortos”. Ao ser 
questionado sobre o assunto, Keating explica se tratar de 
uma espécie de clube de alunos que se reuniam para ler 
poesia. Inspirados pela ideia, os jovens decidem fazer o 
mesmo. 
Entre as leituras nos encontros noturnos em uma caverna 
próxima à escola, cada um se depara com novos 
sentimentos, sonhos e características que até então não 
conheciam sobre si mesmos. 
Em meio a aulas intrigantes, leituras inspiradoras e 
descobertas conflituosas, uma série de consequências 
acomete os personagens. Entretanto, ao final, fica claro o 
reconhecimento dos alunos ao professor e a perpetuação 
do seu legado, que ensinou aos jovens a possibilidade de 
encarar o mundo de uma maneira nova. 
 
Incentivo à leitura entre jovens e crianças (Hoje em 
Dia) 
 
Certa vez, o poeta Carlos Drummond de Andrade disse que 
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por 
incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta 
sede”. O hábito da leitura é uma atividade prazerosa e 
imprescindível para o exercício da cidadania, estimulando 
o pensamento crítico nos cidadãos, tornando-os mais 
conscientes dos direitos e deveres. Contudo, essa prática 
não é comum entre os brasileiros. 
 
 
 
A quarta edição da pesquisa “Retratos da Leitura”
do 
Instituto Pró-Livro revelou que 44% da população não têm 
esse costume e 30% nunca compraram um livro. Outro 
dado relevante é a média de obras lidas por pessoa ser 
4,96 ao ano, sendo que 2,43 foram finalizadas e 2,53 foram 
lidas em parte. 
Os últimos estudos apontam a contribuição da leitura para 
o desenvolvimento das funções cognitivas. A cognição 
representa a obtenção de conhecimento por meio da 
percepção. Conforme pesquisas, desde a infância, a 
imaginação das crianças é estimulada pela leitura. O ato 
de imaginar está interligado à linguagem, à emoção, à 
percepção, à inteligência e ao pensamento, ou seja, todos 
os processos cognitivos são interdependentes. 
Se ler é tão importante, por que o brasileiro não tem o 
hábito? A disputa com outras formas de entretenimento, 
como séries, jogos e a própria internet, pode servir de 
resposta para a pergunta. Porém, um dos principais 
motivos para os brasileiros não terem esse propósito é, 
sem dúvida, a falta de estímulo em casa e, às vezes, nas 
próprias escolas. A leitura não deve ser um ato imposto, e 
alguns professores podem se limitar ao incentivo apenas 
de livros didáticos. 
Os adultos costumam limitar a comunicação à oralidade, 
lendo poucos livros e jornais. Quando o assunto é 
atualização, eles recorrem, normalmente, aos noticiários 
em tevês e rádios e, dessa forma, as crianças e jovens não 
criam o hábito da leitura, uma vez que os próprios pais 
evitam o mesmo. 
Existem estratégias efetivas para incentivar a leitura, 
principalmente entre crianças e jovens, e tanto pais 
quanto educadores devem estimular a leitura por prazer, 
auxiliando os estudantes a descobrirem os estilos literários 
preferidos. As bibliotecas representam um papel 
importante nesse processo, pois proporcionam diversas 
possibilidades de leitura. Embora a maioria das escolas, 
públicas e privadas, tenha o recurso, existem, também, as 
bibliotecas públicas. 
As escolas também devem investir em projetos de leitura. 
Assim como a literatura, as revistas, gibis, livros ilustrados, 
artigos e os próprios jornais também são meios para 
fomentar o hábito da leitura e não devem ser 
menosprezados. A leitura é uma ferramenta essencial para 
aprimorar funções, como memória, interpretação e 
raciocínio, bem como capacitar e desenvolver a 
população. 
 
 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
 
TEXTO I 
 
Comum principalmente nas grandes capitais, os motoboys 
fazem um trabalho que facilita a vida de todos os segmentos 
sociais. Atuante na área desde 2001, José Wellington afirma 
que a partir de 2018 os motoboys se espalharam, mas de 
maneira irregular. "O trabalho informal cresceu e hoje a gente 
vê muitos motoboys na rua, mas sem a devida regulação, 
como a carteira assinada", comenta. As exigências para a 
regulação onde José trabalha, por exemplo, incluem uma série 
de regras, como documentação em dia, uso de equipamentos 
de proteção e curso de capacitação. 
Uma vantagem que chama a atenção das pessoas –
principalmente recém desempregados – para esse trabalho, 
autônomo ou inserido em alguma cooperativa, é o salário 
maior no fim do mês, geralmente, e a liberdade no trabalho. 
Outra vertente positiva para o coletivo é o fato da atividade 
ser sustentável e ser capaz de oferecer serviços para diversas 
empresas, de vários ramos. "A gente trabalha para todo 
mundo, para pessoa física, para empresa, hospital. Sei que o 
produto cabendo no baú da moto, vai ser entregue", conclui 
José Wellington. 
 
Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/motoboys-mais-
competitividade-nas-ruas/ (adaptado) 
 
TEXTO II 
 
Motoboys e entregadores também estão na linha de 
frente durante pandemia de coronavírus 
 
 
Um serviço que tem sido fundamental durante o isolamento 
social é o de entrega em casa. E além de dar conta de tantos 
pedidos, esses profissionais ainda tem outro desafio. Quando 
todo mundo se espreme nas ruas, eles conseguem passar. 
Quando quase ninguém está nas ruas, eles continuam 
passando. Nos dois extremos da metrópole, os entregadores 
fazem a vida de muita gente andar. 
Eliel da Silva é motoboy há 13 anos. Com São Paulo tão 
deserta, os caminhos dele estão mais seguros e mais rápidos. 
O tipo de entrega já mudou nessas semanas de confinamento. 
“Como tava tendo aquela mudança de home office, as pessoas 
saindo do escritório para as suas casas, a gente tava fazendo 
retirada de notebook, levando pra residência, pegando uma 
planilha levava pra residência. Agora não está tendo mais. Aí 
depois começou a migração para o delivery”, conta o 
motoboy. 
A demanda para aquele trabalhador que entrega documento, 
que faz serviço de banco ou cartório, por exemplo, diminuiu, 
conta Gil Almeida, presidente do Sindicato dos Motoboys de 
São Paulo, ao contrário do que aconteceu para aqueles que 
entregam delivery ou remédios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como outros profissionais, os entregadores estão se expondo 
para que muita gente possa ficar protegida em casa. O 
infectologista Gerson Salvador explica que eles correm e 
apresentam perigo de infecção por circularem no ambiente 
externo e participarem de múltiplos contatos humanos. Para 
ele, as empresas têm que garantir condições de trabalho para 
esses profissionais que normalmente são precarizados. 
O Sindicato dos Motoboys de São Paulo vem distribuindo para 
os entregadores álcool em gel e lencinhos para que eles 
limpem o celular e partes da moto. E, no fim, do dia, os 
entregadores precisam ter cuidado para não entrar em casa 
com roupa suja. 
A categoria dos motoboys reúne muita gente que perdeu o 
emprego que tinha antes e começou a ganhar a vida assim. 
Nesse momento que estamos vivendo agora, novos motoboys 
já começam a aparecer. Conhecemos o Fabiano Santos no 
primeiro dia dele como motoboy. Ele é manobrista de um 
hotel - que quase não tem mais movimento. “A garagem 
fechou. Deixou só dois funcionários lá”, conta. Por enquanto, 
Fabiano tá em férias coletivas. “Não sei se a gente volta logo, 
se não volta. Sei que as contas tá aí, não tem como. Família, 
pago aluguel. Então, tem que se virar”, comenta. 
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-
efeitos-da-cultura-do-cancelamento 
 
TEXTO III 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos 
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija 
texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua 
portuguesa sobre o tema: “A importância dos entregadores 
durante o período de isolamento social” Selecione, organize 
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista. Apresente proposta de 
ação social que respeite os direitos humanos. 
 
 
 
Material de Apoio 
Tema: “A importância dos 
entregadores durante o período de 
isolamento social” 
 
 
(UOL) 
 
Com o maior número de motoboys do mundo, Brasil 
regulamenta a profissão. Segundo dados de 2009 do 
Sindimoto - SP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, 
Ciclistas e Moto-Taxistas do Estado de São Paulo), em todo 
o país eram mais de 900 mil profissionais sobre duas rodas. 
No Estado de São Paulo, por exemplo, cerca de 500 mil 
motoboys. Só na capital paulista, 200 mil. Do total, apenas 
20% tinha registro em carteira. Para dar "cara nova" aos 
profissionais de entregas rápidas, o presidente Luiz Inácio 
Lula da Silva sancionou, em 29 de julho, a lei que 
regulamenta o serviço de motofrete e de mototaxi no 
território nacional. A partir daí, coube a cada poder 
público municipal dar a autorização para o funcionamento 
dos serviços. 
 
Os motoboys na legislação (Planalto) 
 
Lei nº 12.009/09, de 29 de Julho de 2009, regulamenta o 
exercício das atividades dos profissionais em transporte de 
passageiros, “mototaxista”, em entrega de mercadorias e 
em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso 
de motocicleta, altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro 
de 1997, para dispor sobre regras de segurança dos 
serviços
de transporte remunerado de mercadorias em 
motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece 
regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras 
providências. 
 
Motoboys trabalham sem álcool gel e esterilização 
de baú, diz sindicato (Notícias R7) 
 
O Sindimotosp (Sindicato dos Mensageiros, Motociclitas, 
Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipais do Estado de São 
Paulo) e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) 
 
 
 
 
denunciaram, em 25/03/2020, que os motoboys estão 
trabalhando sem álcool gel, luvas descartáveis e outros 
materiais essenciais para garantir a segurança durante sua 
jornada de trabalho durante a pandemia do coronavírus. 
As entidades vão entregar uma série de reivindicações da 
categoria aos governos do Estado e da Prefeitura de São 
Paulo e para as entidades que representam as empresas 
de delivery e as principais companhias que atuam na área. 
Junto com as reivindicações também será entrege um 
manifesto mostrando a preocupação com os profissionais 
que dobraram a sua carga horária para atender a 
população que está em quarentena neste período. 
"Os profissionais da saúde, por estarem na linha de frente 
do tratamento dos pacientes infectados, são os mais 
atingidos pelo coronavírus. Os motoboys também estão 
muito expostos neste período, considerando que a 
população está em quarentena e ampliou a solicitação do 
serviço de delivery", diz Ricardo Patah, presidente da UGT. 
Para Patah, "esses profissionais também precisam de 
condições para trabalhar com segurança". "Afinal, estão 
colocando em risco a sua saúde para nos atender e nos 
mantermos seguros em nossas casas." 
A Prefeitura de São Paulo, também em nota, disse que 
"está atenta às demandas da categoria e mantém diálogo 
permanente com as partes envolvidas com o objetivo de 
garantir a segurança, melhorar as condições de trabalho 
dos profissionais do setor e reforçar os cuidados que todos 
devem ter para conter a disseminação do novo 
coronavírus". 
E segue: "Esclarece, no entanto, que o atendimento às 
reivindicações descritas na reportagem é de 
responsabilidade das empresas em relação aos seus 
prestadores de serviços." 
A pandemia do coronavírus mudou a vida de todo o 
mundo. Literalmente. 
Pessoas estão sendo obrigadas a ficar isoladas em suas 
casas, enquanto outras viraram heróis da sociedade, como 
os médicos, enfermeiros, lixeiros e os motoboys. 
Estes últimos têm sido responsáveis por manter ativo o 
comércio, ao fazer entregas de produtos e mercadorias 
em domicílio, uma vez que governos autorizaram a 
continuidade desse serviço comercial como se fosse de 
utilidade pública, sem se preocupar com a questão da 
segurança sanitária e da remuneração desses 
profissionais. 
 
 
 
 
 
 
Motoboys dizem que vivem de “migalhas” e 
protestam contra aplicativos de entrega (Banda B) 
 
Cerca de 100 motoboys pararam novamente, em 
26/08/2019, para reivindicar direitos da profissão. 
Segundo eles, todos estão vivendo de “migalhas”. No 
segundo protesto da semana (o primeiro foi no dia 13), os 
trabalhadores se reuniram em frente ao Ministério Público 
do Trabalho (MPT) para dialogar a respeito da relação da 
categoria com os aplicativos de entrega. O presidente do 
Sindicato dos Motofretistas e vereador Cacá Pereira (DC), 
afirmou que o “protesto é pertinente” e as empresas 
precisam valorizar os trabalhadores. 
“Essas empresas de aplicativo precisam valorizar os 
motofretistas. Eles estão trabalhando de qualquer jeito, 
sem qualquer garantia mínima. Eles prestam um bom 
serviço a sociedade, merecem esse respeito. O mínimo 
que queremos hoje é a presença deles aqui para que 
possamos retomar os diálogos. Esperamos sair daqui com 
algumas conquistas”, declarou o presidente. 
Uma audiência acontecerá, principalmente, para dialogar 
com a empresa Loggi, a maior do setor. Entretanto, o 
motofretista Filipi Dolteviski, disse que causa é referente a 
todos os aplicativos de entrega. “Estão sucateando nossa 
profissão, que já não é valorizada. Não temos segurança 
de nada. Se acontecer um acidente, dependendo da 
situação, eles ainda cobram de nós”, explicou. 
O motofretista Sidney, que há 15 anos está na profissão, 
lamenta a maneira como os trabalhadores estão sendo 
tratados. “Os aplicativos prostituíram nossa profissão e os 
trabalhadores estão descontentes. Estamos vivendo às 
migalhas. Hoje, mal sabemos o valor de uma corrida, eles 
pagam o querem e temos que aceitar o que eles têm para 
oferecer. Tem uma pessoa aqui no Ministério para nos 
representar, além do presidente do Sindicato e uma 
pessoa da OAB que está nos auxiliando”, disse. 
 
Motoboys têm vínculo de emprego com a Loggi, 
define Vara de São Paulo (ConJur) 
 
O aplicativo de entregas Loggi está obrigado a reconhecer 
o vínculo trabalhista com motoboys que utilizam a 
plataforma e a regularizar normas de saúde e segurança, 
bem como o controle de jornada dos empregados. A 
decisão é da 8ª Vara do Trabalho de São Paulo, abrange 
 
 
 
 
todo o Brasil e beneficia cerca de 15 mil motoboys com 
cadastro ativo no aplicativo. 
Na sentença, a juíza do Trabalho Lávia Lacerda Menendez 
afirma que a Loggi promove concorrência desleal visto que 
a ausência de relação de emprego exime a empresa de 
pagar impostos e encargos trabalhistas, o que a coloca em 
vantagem econômica em relação a outras empresas do 
segmento. 
Além disso, a Loggi deverá se abster de contratar ou 
manter condutores contratados como autônomos, 
implementar o descanso semanal de 24 horas 
consecutivas, pagar adicional de periculosidade e 
disponibilizar local para ponto de encontro ou espera, com 
condições adequadas de segurança, sanitárias e de 
conforto, entre outras exigências. Em caso de 
descumprimento, está prevista aplicação de multa de R$ 
10 mil por infração e trabalhador encontrado em situação 
irregular. 
A Loggi e sua transportadora L4B, segundo a sentença, 
deverão pagar indenização de R$ 30 milhões, que deverá 
ser destinada a instituições beneficentes. 
 
Origem (Zoom Entregas) 
 
Com a demanda para um fluxo mais ágil de transporte, o 
exército britânico implementou a função. Na época, 
motoqueiros militares transportavam informações 
importantes. Com o tempo, mais precisamente na década 
de 80 em São Paulo, esse tipo de trabalho foi aplicado no 
Brasil. 
Pelo incrível que pareça, a nomenclatura da profissão 
motoboy foi criada por aqui. A junção de moto 
(motocicleta) com boy (garoto em inglês). Ainda existem 
possibilidades de ter sido “moto” com office-boy. De 
ambas as formas, mesmo com termos em inglês, a junção 
não tinha sido testada em nenhum outro país. 
Esse aumento de motoboys no Brasil foi de acordo com o 
de usuários de carros. Trânsito caótico, serviços de 
entregas rápidas atrasando. Com isso, a profissão 
motoboy ganhou espaço importante para o 
desenvolvimento e agilidade do trabalho cotidiano. A 
solução encontrada, que logo se espalhou pelo país, de 
planejamento de espaço e serviços. 
 
 
 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
 
TEXTO I 
 
Quais os efeitos da cultura do cancelamento 
 
Fenômeno nas redes sociais, ato de boicotar figuras 
públicas que agem de forma considerada ofensiva é 
muitas vezes menos efetivo do que gostariam seus 
adeptos e do que alardeiam seus críticos 
 
Além dos seus usos mais tradicionais – como deixar de assinar 
um serviço ou desmarcar um compromisso agendado –, o 
verbo “cancelar” tem sido empregado com frequência, 
recentemente, para pessoas. O ato de cancelar alguém 
costuma ser aplicado a figuras públicas que tenham feito ou 
dito algo considerado condenável, ofensivo ou 
preconceituoso. 
São inúmeros os exemplos de cancelados, e a lista aumenta a 
cada semana. O cancelamento é primeiramente decretado 
numa rede social, onde gera uma onda de críticas e 
comentários. Depois estampa manchetes e, normalmente, é 
seguido de uma retratação do cancelado, que pode ou não ser
acatada por seus críticos. 
“Há um aspecto performativo no cancelamento, pode-se 
argumentar que ele paradoxalmente amplifica aquilo que 
busca suprimir, mesmo que só naquele momento”, diz um 
artigo publicado pelo site do dicionário de língua inglesa 
Merriam-Webster em julho de 2019. 
Cancelar alguém publicamente requer um anúncio, o que 
torna o alvo do cancelamento objeto de atenção. Isso seria um 
contrassenso, na visão do artigo, uma vez que “o objetivo por 
trás do cancelamento é muitas vezes negar essa atenção, para 
que a pessoa perca sua relevância cultural”. 
Para ser cancelado, não é preciso nem mesmo estar vivo: a 
internet brasileira proclamou no fim de outubro o 
cancelamento do músico Raul Seixas, após uma nova biografia 
levantar suspeitas de que ele tenha delatado o amigo Paulo 
Coelho a agentes da ditadura militar. 
O cantor americano Michael Jackson, que morreu em 2009, 
também foi alvo de um movimento semelhante após o 
lançamento do documentário “Deixando Neverland”, em 
março de 2019, que reavivou a discussão sobre as acusações 
de abuso infantil contra o músico. 
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/01/Quais-os-
efeitos-da-cultura-do-cancelamento 
 
TEXTO II 
Por que cancelamos? 
"Em termos de comportamento de grupo, toda vez que a 
gente aponta alguém e a coloca em situação de evidência, 
despersonaliza essa pessoa", afirma Fabiane Friedrich Schütz, 
doutora em psicologia pela Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, como as pessoas se relacionam em interações 
mediadas por tecnologias. Expor e xingar alguém em massa 
 
 
 
 
 
 
 
 
seria, portanto, um reflexo disso. Esquecemos que aquela 
figura pública é, no fim das contas, gente como a gente, e 
temos mais dificuldade de empatizar. 
Com a polarização -- sim, sempre ela -- , defender de forma 
apaixonada seus princípios pode parecer ainda mais urgente. 
Medidas mais radicais, como cancelar alguém em vez de 
chamá-lo para um debate (mesmo que online), se tornam 
usuais. A psicóloga explica que esse comportamento também 
reflete nossa necessidade de pertencimento. Cancelar alguém 
em grupo ajuda a reforçar uma identidade, para o bem ou para 
o mal. "Quando a gente está na internet, tem mais 
possibilidade de encontrar pessoas parecidas conosco do que 
no cotidiano — seja nas potencialidades, seja no que não é tão 
legal assim", afirma. 
Fonte: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/09/20/todo-mundo-
ta-de-mal-o-que-a-cultura-do-cancelamento-diz-sobre-nos.htm (adaptado) 
TEXTO III 
 
Fonte: empresa de mídia Quebrando o Tabu 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos 
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija 
texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua 
portuguesa sobre o tema: “Os efeitos da cultura do 
cancelamento na Contemporaneidade”. Selecione, organize 
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista. Apresente proposta de 
ação social que respeite os direitos humanos. 
https://istoe.com.br/uma-nova-e-preocupante-evasao-escolar/
 
 
 
Material de Apoio 
Tema: “Os efeitos da cultura do 
cancelamento na Contemporaneidade” 
 
 
A “cultura de cancelamento” foi eleita como termo 
do ano em 2019 (Canal Tech) 
 
A “cultura de cancelamento” foi eleita como o termo do 
ano pelo Dicionário Macquarie, um dos responsáveis por 
selecionar anualmente as palavras e expressões que mais 
moldaram o comportamento humano. Trata-se de uma 
eleição que leva em conta a língua inglesa, mas que, por 
meio das redes sociais e da comunicação, sempre acaba 
escorrendo para outros idiomas — como o próprio 
destaque de 2019 comprova. 
Movimento que tem força principalmente nas redes 
sociais, a cultura do cancelamento envolve uma iniciativa 
de conscientização e interrupção do apoio a um artista, 
político, empresa, produto ou personalidade pública 
devido à demonstração de algum tipo de postura 
considerada inaceitável. Normalmente, as atitudes que 
geram essa onda são do ponto de vista ideológico ou 
comportamental. 
Nas palavras do Dicionário Macquarie, a cultura do 
cancelamento é “um termo que captura um aspecto 
importante do estilo de vida deste ano. Uma atitude tão 
persuasiva que ganhou seu próprio nome e se tornou, para 
o bem ou para o mal, uma força poderosa”. O termo é 
selecionado por um comitê de linguistas, especialistas e 
teóricos selecionados pela instituição, encabeçando uma 
lista de quatro que também é submetida à votação do 
público. 
Caso você esteja estranhando a citação de um termo como 
“palavra do ano”, essa também é uma tradição quando 
falamos do Dicionário Macquarie. Em 2018, por exemplo, 
a instituição escolheu “me too”, em alusão ao movimento 
contra o assédio sexual e agressão de mulheres, enquanto 
a escolhida em 2017 foi “milkshake duck”, uma espécie de 
precursor da atual cultura do cancelamento que se refere 
a alguém cuja imagem pública ou intenções parecem 
puras, mas acabam sendo desmascaradas de alguma 
maneira. 
 
 
 
Podcast “Cultura do cancelamento: do Rei do Pop 
aos príncipes do funk” (G1) 
 
Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas 
não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser 
ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de 
sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na 
internet. De graça. 
Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história 
única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os 
mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos 
ou assinar um podcast – de graça - e, assim, ser avisado 
sempre que um novo episódio for publicado. 
O G1 Ouviu #84 traz hoje, 12/04/2020, um podcast que 
tem histórico de artistas cancelados, depoimento de Nego 
do Borel e respostas para a pergunta: por que tantos 
famosos estão sendo cancelados quase todos os dias? 
O conteúdo tem duração de 23 minutos e você pode ouvir 
por diversas plataformas, sendo uma delas o Spotify. 
 
Ultracepidário: espetáculo da Cia. Teatral Acontece 
 
Nas primeiras cenas, um grupo de sapateiros se dedica à 
atividade laboral de forma repetitiva e harmoniosa 
enquanto conversa sobre suas crenças e certezas acerca 
do mundo. Em determinado momento, uma das 
integrantes do corpo cênico, situada no topo de uma 
arquibancada móvel com ares de tribunal, ao perceber 
que um dos companheiros não se comporta exatamente 
como os demais, questiona a validade do que dizem, 
determina, aos gritos: “Ele não merece estar na nossa 
manada!”. 
Em seguida, os demais sapateiros concordam com a 
gravidade da situação e começam a também entoar 
palavras de rejeição contra o companheiro. A crítica inicial 
vira, portanto, ponto de partida para uma série de 
agressões verbais e físicas, que culmina na completa 
exclusão do integrante. Ao questionar por que os colegas 
tomam ações desmedidas contra sua postura, o sapateiro 
recebe a sentença final. “Você não sabe resolver os 
problemas da humanidade. A gente sabe”, decreta a 
sapateira que realizou a denúncia, enquanto a vítima do 
expurgo é carregada para longe do grupo. 
A situação toda acontece em uma espécie de antipalco - o 
espetáculo cearense, ainda sem data de estreia, ganhará 
 
 
 
 
 
forma em um box de crossfit ao invés de um teatro, 
propositalmente -, mas poderia ter acontecido no Twitter, 
Instagram, Facebook ou qualquer outra rede social que 
permite espaço para troca de ideias. É que, além de se 
inspirar em obras de Shakespeare e Bauman, os autores 
usaram a internet como campo de pesquisa para a criação 
do espetáculo, cujo mote principal é a cultura do 
cancelamento. 
 
BBB20 e a Cultura do Cancelamento (Newronio) 
 
Que atire a primeira pedra quem não foi atingido pelo Big 
Brother Brasil nas últimas semanas. A vigésima edição do 
reality show mais popular do país foi um estrondoso 
sucesso, esgotando a cota de patrocínios e com números 
recordes de audiência.
E o que resgatou o apelo do 
programa? Por que BBB voltou a ser tão atraente para o 
público? Talvez a resposta esteja ligada a outro fenômeno 
da internet: a cultura do cancelamento. 
Lembrando que o objetivo deste texto não é 
simplesmente “cancelar a cultura do cancelamento”, e sim 
discorrer sobre um uma nova perspectiva desse 
comportamento. Portanto resgato aqui um grande 
exemplo arrebatador de “cancelamento positivo”, que foi 
o movimento #MeToo, no qual as mulheres 
protagonizaram uma gigantesca denúncia global contra 
casos de assédio e até estupro, os quais muitos homens, 
infelizmente, haviam saído impunes de seus atos 
violentos. Mas a partir daí o jogo virou, formou-se uma 
grande rede de apoio a favor das vítimas, muitos 
criminosos foram punidos, e uma grande conscientização 
contra má-conduta sexual tomou conta da internet. 
Voltando para o foco do texto: Penso que é extremamente 
apelativo para o público, acostumado com o 
patrulhamento da cultura do cancelamento na internet, se 
ver no poder de participar de um grande programa de 
julgamento coletivo e em escala nacional. Cria esse senso 
de comunidade, ao mesmo tempo que alimenta narrativas 
antagônicas e super intrigantes com aliados e inimigos 
girando em torno de um objetivo comum… É muito 
sedutor acompanhar essa disputa por poder, seja em No 
Reino dos Suricatos ou Game of Thrones. Mas no Big 
Brother Brasil, nós decidimos o resultado. 
E cabe ao coletivo determinar o voto. Lindo e democrático 
esse exercício do poder popular, certo? Mas… a partir de 
 
 
 
 
que momento o paredão não se torna um grande 
linchamento? Afinal, acho que a ideia do paredão se trata 
literalmente de um linchamento… Até que ponto essa 
vigilância 24h é saudável para os participantes e, 
sobretudo para nós? 
“Somos melhores quando nos apoiamos, e não quando 
nos cancelamos”, disse Joaquim Phoenix em seu discurso 
muito poderoso e humano, após a vitória do Oscar 2020 
pelo brilhante papel como Coringa. Ah, e só para que não 
haja um endeusamento precoce, ele lembrou que também 
não é uma fada sensata perfeita. Ele já foi muito egoísta, 
duro e já errou bastante como eu e você, e isso faz parte 
do processo. Ele bem destaca que esse prêmio foi fruto de 
uma segunda chance. 
 
Episódio do Távola Podcast: “Cancelamento vs. 
Representações” 
 
Em tempos de discursos identitários complexos, a 
sociedade tem aumentado sua vigilância sobre as 
representações de grupos sociais que são realizadas por 
pessoas que não pertencem a eles. Representações 
sociais, apropriações culturais, estigmas, cultura do 
cancelamento. Em um episódio de aproximadamente uma 
hora, a Távola recebe a advogada e ativista Pamela 
Michelena, especialista em direito transformador e causas 
sociais para debater temas espinhosos que permeiam 
nosso convívio em sociedade, bem como outros 
especialistas em comunicação para discutirem sobre a 
cultura do cancelamento e suas consequências para a 
sociedade. 
 
Vídeo do Youtube: “CULTURA DO CANCELAMENTO: 
QUEM CANCELA OS CANCELADORES?”, 
disponibilizado pelo portal online O Povo, do Ceará.

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