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Place: Sala 3 - TJ - Prova On-line / Andar / Polo Tijuca / POLO UVA TIJUCA Academic: EAD-IL80013-20213A Candidate: LARISSA DE SEABRA PEREIRA BIANCHI Assessment: A2- Registration: 20211301424 Date: Sept. 16, 2021 - 8 a.m. Finished Correto Incorreto Anulada Discursive Objective Total: 8.50/10.00 1 Código: 23888 - Enunciado: A imagem exposta faz alusão a um importante conceito utilizado na literatura, que é a intertextualidade. Sobre esse conceito, pode-se afirmar que: a) Refere-se à simultaneidade de sons diferentes que formam uma harmonia. Desse modo, a polifonia é importante. b) É um recurso que permite a relação de elementos pertencentes a outras línguas, o que torna o texto mais potencializado. c) É uma técnica literária ou artística em que se imita o estilo de outros autores, prestando geralmente uma homenagem. d) É uma releitura de caráter contestador de alguma composição literária, que frequentemente utiliza ironia e deboche. e) É a influência de um texto sobre outro, que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado. Alternativa marcada: e) É a influência de um texto sobre outro, que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado. Justification: Resposta correta: É a influência de um texto sobre outro, que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado. O termo intertextualidade foi cunhado por Julia Kristeva, nos anos 1960, quando analisava os estudos da linguagem desenvolvidos pelo formalista russo Mikhail Bakhtin. Para ela, um texto é um conjunto de enunciados, tomados de outros textos, que se cruzam ou “todo texto se constrói como um mosaico de citações, ou seja, todo texto é absorção e transformação de um outro texto. Distratores: Refere-se à simultaneidade de sons diferentes que formam uma harmonia. Desse modo, a polifonia é importante. Errada. É uma releitura de caráter contestador de alguma composição literária, que frequentemente utiliza ironia e deboche. Errada. É uma técnica literária ou artística em que se imita o estilo de outros autores, prestando geralmente uma homenagem. Errada. É um recurso que permite a relação de elementos pertencentes a outras línguas, o que torna o texto mais potencializado. Errada. 0.50/ 0.50 2 Código: 23896 - Enunciado: QUADRILHA (Carlos Drummond de Andrade, 1930)João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amavaJoaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos,Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre,Maria ficou pra tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história Sobre o processo de construção do poema, pode-se afirmar que:I – No poema, é possível perceber características do movimento, ou seja, do verso livre, com temáticas do cotidiano e linguagem coloquial.II – O poema nos leva a pensar sobre os desafios que os indivíduos encontram nas vivências das suas paixões.III – O sujeito poético retrata o amor como algo absurdo em uma perspectiva bastante pessimista.Está correto o que se afirma em: a) II, apenas. b) I, II e III. c) I e II, apenas. d) III, apenas. e) I e III, apenas. 2.00/ 2.00 Alternativa marcada: b) I, II e III. Justification: Resposta correta: I, II e III.A afirmativa I está correta, pois o poema apresenta as características do movimento e do verso livre em uma temática do cotidiano e linguagem coloquial. Outro ponto é que os versos livres, também chamados de versos irregulares, não utilizam os esquemas métricos e podem ou não dispensar uso das rimas, ou qualquer outro padrão formal. A afirmativa II está correta, pois o poema nos leva a pensar sobre as dificuldades e os desencontros do sentimento amoroso. Quando diz que “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili...”, o autor deixa a entender que está em jogo a dificuldade do sujeito em estabelecer laços com aqueles que o rodeiam.A afirmativa III está correta, pois o poema relata o desespero do sujeito, assim como os que estão a sua volta fazendo parecer impossível o amor verdadeiro. 3 Código: 38012 - Enunciado: O processo de criação literária não se limita a traduzir a realidade. O escritor vale-se de "linguagens de ficção" para inserir o leitor em um mundo de novas possibilidades. O objeto do texto singulariza-se, sendo retirado de um estado previsível e lançado em uma nova experiência de vida, multifacetada e extraordinária. Segundo o filósofo francês Gilles Deleuze, no livro Crítica e Clínica (1997), o escritor não imita a realidade, mas inventa uma "possibilidade de vida". Essa compreensão do fazer literário considera ser a literatura um "território expandido", no qual o escritor rompe com o tradicional e singular, a fim de provocar no leitor o estranhamento, levando-o a novas reflexões sobre o mundo e a existência humana.Sendo assim, analise o texto poético "Um Índio", de Caetano Veloso a seguir. Um Índio Caetano Veloso Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante De uma estrela que virá numa velocidade estonteante E pousará no coração do hemisfério sul Na América, num claro instante Depois de exterminada a última nação indígena E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologiasVirá Impávido que nem Muhammad Ali Virá que eu vi Apaixonadamente como Peri Virá que eu vi Tranqüilo e infalível como Bruce Lee Virá que eu vi O axé do afoxé Filhos de Gandhi ViráUm índio preservado em pleno corpo físico Em todo sólido, todo gás e todo líquido Em átomos, palavras, alma, cor Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som magnífico... Com base na leitura da canção, marque a alternativa que representa a ruptura literária do mundo real com o mundo ficcional. a) O texto é contemporâneo, mas resgata o romantismo literário tradicional por meio da figura de Peri. b) O texto “Um Índio” é uma representação do cotidiano e, assim, classifica-se como uma crônica. c) O texto “Um Índio” resgata, por meio da memória, aspectos relacionados à catequização dos indígenas. d) O texto ressignifica a figura do índio a partir de associações não previstas no mundo real. 2.00/ 2.00 e) A figura do índio apresenta coerência com a realidade vivida em sua natureza plena e específica. Alternativa marcada: d) O texto ressignifica a figura do índio a partir de associações não previstas no mundo real. Justification: Resposta correta:O texto ressignifica a figura do índio a partir de associações não previstas no mundo real. Conforme a proposta do filósofo Gilles Deleuze, na obra Crítica e Clínica (1997), a literatura não se limita a imitar a realidade e trazer de volta ao leitor o já vivido. Para o filósofo, a literatura cria novos modos de existência e novas formas de sentir, pensar e agir. Nesse sentido, a literatura é um “território expandido”, o que pode ser identificado no texto poético “Um Índio”, tendo em vista que o objeto do poema não é delimitado pela realidade específica dos indígenas. Observa-se, no texto, que o índio é transportado por uma “estrela colorida, brilhante” e aproxima-se, idealmente, de figuras consideradas heroicas pelo compositor (Muhammad Ali, Peri e Bruce Lee) e dos Filhos de Gandhi, promovendo uma ruptura no espaço e no tempo. Distratores:A figura do índio apresenta coerência com a realidade vivida em sua natureza plena e específica. Errada.No texto, a figura do índio é inserida em novas realidades, tendo em vista que é associada a elementos culturais que não fazem parte de sua vivência cotidiana. A compreensão de que a literatura deve imitar a natureza e trazer de volta ao leitor/espectador a realidade vivida é a proposta de mimesis defendida por Platão, à qual Gilles Deleuze se contrapõe ao defender que o escritor não imita a natureza, mas cria novas realidades. O texto é contemporâneo, mas resgata o romantismo literário tradicional por meio da figura de Peri. Errada. No texto poético,a figura de Peri, personagem romântico do livro O Guarani (1857) de José de Alencar, é destacado por uma única característica, que é viver apaixonadamente. Portanto, o personagem romântico não determina a constituição do índio proposto por Caetano Veloso, tendo em vista que concorrem para tal outras figuras consideradas heroicas (Muhammad Ali, Peri e Bruce Lee). O texto “Um Índio” resgata, por meio da memória, aspectos relacionados à catequização dos indígenas. Errada.Uma das funções da literatura é, de fato, resgatar pela memória os processos históricos vividos, tanto pelo indivíduo como pela sociedade. Porém, ainda que a criação literária pela memória promova rupturas na realidade, não se identificam, no texto poético “Um Índio”, marcas literárias que ofereçam ao leitor um panorama do processo histórico de catequização dos indígenas. O texto “Um Índio” é uma representação do cotidiano e, assim, classifica-se como uma crônica. Errada.O gênero literário definido como “crônica” tem relação com o tempo cronológico (krónos) e apresenta fatos do cotidiano. Todavia, o texto “Um Índio” é poético e não se enquadra em uma narrativa com princípio, meio e fim. Além disso, não são apresentados fatos cotidianos, tendo em vista que o texto se insere em uma proposta simbólica de configuração do índio. 4 Código: 23739 - Enunciado: "A casa de meu pai, abrigo certo, minha dimensão de mundo. Ali, minha mãe se inscrevia, em silêncios e sussurros. Às vezes, quando meu pai não estava em casa, eu a ouvia cantar, em voz baixa, suspiros e olhar perdido. Não eram as músicas do rádio, mas cantigas que só ela sabia e falavam de amor ou de dança, num salão todo cheio de flores. Minha mãe repetia certas frases. Normas de vida. Em primeiro lugar, o marido, em segundo, o marido, em terceiro, o marido. Depois, os filhos. Sim, ela era muito feliz. Toda cheirosa, à espera de que meu pai voltasse do trabalho. Ela o esperava. Perfumes, silêncios, sussurros. Seu sorriso pequeno. Eu olhava. De longe." CUNHA, H. P. Mulher no espelho. São Paulo: Art, 1985. p. 21. O espaço, narrado pela voz que aparece no trecho exposto, é simbolicamente marcado pelo(a): a) Opressão da figura paterna. b) Angústia dos filhos. c) Protagonismo e felicidade da mãe. d) Valorização da figura materna. e) Covardia dos homens da casa. Alternativa marcada: 0.50/ 0.50 a) Opressão da figura paterna. Justification: Resposta correta: Opressão da figura paterna. O espaço narrado é simbolicamente marcado pelo caráter hierárquico que assume o chefe da família. A casa do pai é descrita como um ambiente opressor, já que a mãe somente gozava de sua liberdade na ausência da figura paterna, como se observa no trecho em destaque [Às vezes, quando meu pai não estava em casa, eu a ouvia cantar, em voz baixa, suspiros e olhar perdido]. Distratores: Protagonismo e felicidade da mãe. Errada. Angústia dos filhos. Errada. Covardia dos homens da casa. Errada. Valorização da figura materna. Errada. 5 Código: 23807 - Enunciado: "Olhou-se maquinalmente ao espelho que encimava a pia imunda e rachada, cheia de cabelos, o que tanto combinava com sua vida. Pareceu-lhe que o espelho baço e escurecido não refletia imagem alguma. Sumira por acaso a sua existência física? Logo depois passou a ilusão e enxergou a cara toda deformada pelo espelho ordinário, o nariz tornado enorme como o de um palhaço de nariz de papelão. Olhou-se e levemente pensou: tão jovem e já com ferrugem." LISPECTOR, Clarice. A hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2003, p 25. A partir do fragmento exposto, identifique a alternativa que compreende o foco narrativo utilizado no texto: a) O narrador-personagem, Rodrigo S.M., discorre sobre sua própria precariedade. b) O narrador descreve um raro momento de percepção de Macabéa. c) O fragmento, escrito em primeira pessoa, torna o fato mais verossímil. d) O narrador-personagem descreve suas impressões diante do espelho. e) O espelho é personificado para narrar a história de Macabéa. Alternativa marcada: b) O narrador descreve um raro momento de percepção de Macabéa. Justification: Resposta correta: O narrador descreve um raro momento de percepção de Macabéa. O narrador Rodrigo S.M. expõe um momento em que Macabéa se olha no espelho, denunciando a precariedade da sua imagem ao leitor. Esse momento é considerado raro, pois Macabéa geralmente não reflete sobre a sua condição existencial. [Olhou-se e levemente pensou: tão jovem e já com ferrugem.] Distratores: O narrador-personagem descreve suas impressões diante do espelho. Errada. O fragmento, escrito em primeira pessoa, torna o fato mais verossímil. Errada. O espelho é personificado para narrar a história de Macabéa. Errada. O narrador-personagem, Rodrigo S.M., discorre sobre sua própria precariedade. Errada. 0.50/ 0.50 6 Código: 23744 - Enunciado: Leia a letra da música a seguir: Eduardo e Mônica (Legião Urbana) Quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar Ficou deitado e viu que horas eram Enquanto Mônica tomava um conhaque No outro canto da cidade, como eles disseram Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer Um carinha do cursinho do Eduardo que disse "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir" Festa estranha, com gente esquisita "Eu não tô legal, não aguento mais birita" E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa "É quase duas, eu vou me ferrar" Eduardo e Mônica trocaram telefone 0.00/ 0.50 Depois telefonaram e decidiram se encontrar O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver o filme do Godard Se encontraram, então, no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo O Eduardo achou estranho e melhor não comentar Mas a menina tinha tinta no cabelo Eduardo e Mônica eram nada parecidos Ela era de Leão e ele tinha dezesseis Ela fazia Medicina e falava alemão E ele ainda nas aulinhas de inglês Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud E o Eduardo gostava de novela E jogava futebol-de-botão com seu avô Ela falava coisas sobre o Planalto Central Também magia e meditação E o Eduardo ainda tava no esquema Escola, cinema, clube, televisão E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente Uma vontade de se ver E os dois se encontravam todo dia E a vontade crescia, como tinha de ser Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia Teatro, artesanato, e foram viajar A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer E decidiu trabalhar (não!) E ela se formou no mesmo mês Que ele passou no vestibular E os dois comemoraram juntos E também brigaram juntos muitas vezes depois E todo mundo diz que ele completa ela E vice-versa, que nem feijão com arroz Construíram uma casa há uns dois anos atrás Mais ou menos quando os gêmeos vieram Batalharam grana, seguraram legal A barra mais pesada que tiveram Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília E a nossa amizade dá saudade no verão Só que nessas férias, não vão viajar Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação E quem um dia irá dizer Que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? A partir da análise dos elementos da narrativa contidos na letra da música, é correto afirmar que: a) O narrador-personagem conta a história apresentando seu ponto de vista sobre a personagem feminina. b) Eduardo, Mônica e o avô são os protagonistas da história. c) A narrativa é linear porque o narrador não produz a quebra da linearidade ao contar a história. d) O espaço é reduzido à casa do avô, já que a narrativa ocorre predominantemente nesse espaço. e) O tempo psicológico marca a narrativa, que apresenta inúmeras digressões. Alternativa marcada: d) O espaço é reduzidoà casa do avô, já que a narrativa ocorre predominantemente nesse espaço. Justification: Resposta correta: A narrativa é linear porque o narrador não produz a quebra da linearidade ao contar a história. A narrativa é linear porque o narrador não produz uma quebra na sequência dos acontecimentos, que se inicia no encontro de Eduardo e Mônica [Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer] até o desfecho [Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação]. Não há a utilização de digressões ou uso de flashbacks, o que tornaria a história não linear. Distratores: O tempo psicológico marca a narrativa, que apresenta inúmeras digressões. Errada. O narrador-personagem conta a história apresentando seu ponto de vista sobre a personagem feminina. Errada. O espaço é reduzido à casa do avô, já que a narrativa ocorre predominantemente nesse espaço. Errada. Eduardo, Mônica e o avô são os protagonistas da história. Errada. 7 Código: 37778 - Enunciado: A literatura, como território expandido, constitui-se como uma força que explora os mundos “reais” dando-lhes uma singularidade através do olhar daquele que tem o papel de ampliar, criar, inverter, romper, retificar, analisar, reverter e descolonizar. Hoje é possível observar como as narrativas contemporâneas desestabilizam o modelo clássico de narrar, ou seja, o modo de construção baseado em parâmetros aristotélicos que limitava a construção dos gêneros em um conjunto específico de características.Em relação ao conceito de gênero, Aristóteles faz referência a três tipos de texto. Cite e explique cada um dos tipos. Resposta: De acordo com o conceito de gênero, Aristóteles faz referencia a três tipos de texto, sendo eles o épico, o lírico e o dramático. O épico são como os cantos (Eneida, Ilíada, Odisseia, etc.), são os longos poemas narrativos da época de Aristóteles que contam com personagens, tempo, ação e espaço; o lírico é a poesia que diferente da epopeia não trata dos valores e ideais da vida na polis, elas focam na expressão individual e subjetiva; o dramático seria o teatro, a expressão da historia ao vivo, como é o caso do Auto da Barca do Inferno ou de peças de Shakespeare. Justification: Expectativa de resposta: Para Aristóteles, o conceito de gênero fazia referência a três tipos de texto: - O gênero dramático, que seria a palavra representada, sendo os textos destinados à representação cênica, na forma de tragédia ou comédia. - O gênero épico, que descreve a palavra narrada, no qual há a narração de fatos grandiosos, centrados em sua maioria na figura de um herói. - O gênero lírico, que incide pela palavra cantada, no qual os textos são de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma de quem os escreve. 1.50/ 1.50 8 Código: 37776 - Enunciado: Artes fortes singularizam o sujeito para relançá-lo a nossa vida a fim de que possamos criar um viver em comum a partir de nossos gestos singulares ou daquilo que chamamos de nossas diferenças. Quando nos deparamos com as narrativas, forçosamente somos levados a (re)visitar nossas próprias experiências de perder alguma coisa ou alguém, a fazer contato com a memória e as recordações do possível fato, somos incitados a elaborar tal vivência, isto é, a criar um saber sobre ela, um lugar. Tal contato, podemos imaginar, não é sempre muito simples, pois movimenta nossos afetos e gera emoções. Aristóteles, em sua Poética (1996), chama essa força de catarse.O que precisamos considerar é o fato de que o real não se dá porque simplesmente existe. Ele só se torna acessível paradoxalmente por meio do ficcional, isto é, das narrativas e dos dispositivos de criação, fabricantes de ilusão, daquilo que não possui qualquer fidelidade ao que existe “na vida real”.Apresente o conceito de catarse e a relação do ato de mentir com as (lingua)gens de ficção. Resposta: A catarse é uma habilidade importante nas artes pois faz com que os leitores/espectadores sejam tocados pela peça. Discordo portanto com a necessidade de revisitar nossas próprias experiências, porque, por exemplo, na historia A Menina que Vendia Fósforos não conheço nenhuma criança que vende fósforos muito menos que morre por causa do frio, mas consigo me sensibilizar pela situação que ela se encontra pelo simples fato de compreender e me tocar com sua situação; o mesmo pode ser dito de um livro como A Culpa é das Estrelas, não conheço ninguém com câncer muito menos tenho câncer mas sou capaz de me sensibilizar com a historia. O ato de mentir com as linguagens de ficção é importante para gerar interesse dos leitores/espectadores perante a obra, assim como lhes possibilita viajar para mundos 1.50/ 2.50 imaginários e se colocar na pele dos protagonistas vivendo cada aventura em seu lugar. Então, de acordo com meu ponto de vista, os espectadores e protagonistas nao revisitam um sentimento mas vivem junto com o protagonista suas agonias e crises. Comments: Foi necessário fazer uma observação: a segunda frase inicia-se com "discordo". No entanto, o que vem a seguir não se contrapõe a qualquer argumento que tenha sido apresentado na questão. Justification: Expectativa de resposta: Catarse representa a liberação de uma energia do corpo, de uma descarga ou expurgação de emoções. No entanto, mentir é designar, erguer, plasmar mundos possíveis e necessários. Mentir se inscreve como uma das mais faiscantes potências do humano, pois só por meio da mentira, da arte do engano, talvez possamos triscar, alcançar aquilo que nos rodeia, que está diante de nós e não vemos, ver o que somos, e sobretudo, aquilo em que estamos nos tornando, o que nos remete a uma (lingua)gem de ficção, em que se possibilita um outro sentido a realidade.
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