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Ética Profissional

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Ética Profissional
		Maria Elaynne, 3° período-2020
UNIDADE 1
Apresentação
O texto desta disciplina “Ética Profissional” está organizado em:
· Unidade I: Refletiremos sobre o cotidiano, referente à ética, à moral, ao senso, à consciência moral, à responsabilidade e à liberdade. Características da ética do cuidado e da obrigatoriedade do ato moral.
· Unidade II: Discutiremos os princípios fundamentais do Código de Ética Profissional do Serviço Social, a lei que regulamenta a profissão, as questões sociais e o projeto ético-político.
· Unidade III: Faremos uma discussão sobre a formação profissional em seu contexto histórico.
Introdução
A ética analisada por meio do agir do ser humano é mais ampla que a moral. A moral estabelece valores efetivos por determinada sociedade que mudam com o passar do tempo pela diferença de hábitos e costumes. Pensaremos na ética profissional que perpassa todas as dimensões sociais, mostrando que ela está presente na nossa vida cotidiana e nos nossos comportamentos recheados de valores morais.
A moral e a história
A história nos mostra que o ser humano age sobre sua natureza. Para conviver em grupo, estabelece regras. A cultura de um povo faz a diferença na sua forma de viver e respeitar a natureza. Uma sociedade substitui a outra, trazendo novos hábitos e costumes, por isso, podemos dizer que nós, seres humanos, somos seres mutantes em constante transformação.
Caráter social da moral
O indivíduo e a sociedade são interdependentes. No entanto, Vazques (2003) diz que a moral assume caráter social, pois é característica do ser humano comportar-se como um ser social. A qualidade social da moral apresenta 3 aspectos fundamentais:
a) Cada indivíduo.
b) Comportamento moral.
c) Ideias, normas e relações.
Senso moral e consciência moral
	O senso e a consciência moral aparecem nas relações cotidianas. Carregamos sentimentos diversos sobre fatos que acontecem diariamente. Essas questões nos colocam em xeque quando manifestam dúvidas quanto à decisão a tomar. O conteúdo de valor varia quando submetido ao bom ou ao bem para diminuir a dor e aumentar a felicidade.
Constituintes do campo moral
O campo ético é constituído por valores e obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, as virtudes. Segundo Chauí (2005, p. 309), o sujeito ético só existe:
· Se for consciente do todo, de si e dos outros;
· Se tiver vontade, capacidade de controlar seus desejos;
· Se for responsável, assumindo suas ações e seus resultados;
· Se for livre para dar a si mesmo as regras de conduta.
Liberdade e responsabilidade moral
A liberdade e a responsabilidade moral são exercidas quando o sujeito pode optar e decidir sobre seus atos e se consegue ter consciência das consequências que seus atos podem causar. Mesmo que o homem possa agir livremente sem coação interna ou externa, o seu comportamento é sempre determinado pela necessidade, pelo determinismo e pela liberdade.
Posições fundamentais diante do problema da liberdade
A temática liberdade e necessidade traz 3 concepções fundamentais: libertarismo e dialética da liberdade, determinismo absoluto e necessidade. Essas concepções admitem que o comportamento humano é determinado pelo EU que define sua liberdade. A liberdade é incompatível com determinação e se esta não impede a liberdade é a condição necessária para colocar a necessidade e a liberdade na mesma condição.
O determinismo absoluto
O determinismo absoluto acredita que tudo que acontece tem uma causa. Os atos humanos não são livres por serem determinados por um conjunto de escolhas alheias à minha vontade. Se não escolho minhas ações, não sou senhor ou responsável por elas. Dessa forma não existe liberdade nem responsabilidade moral.
O libertarismo
O libertarismo diz que temos a opção de decidir diante das alternativas que nos são colocadas diante de tudo que acontece. A experiência vivida de forma imediata é um fato que não pode ser negado pela existência da casualidade.
Dialética da liberdade e da necessidade
Os autores citados no texto: Spinoza, Hegel, Marx e Engels afirmam que a liberdade permite decidir e escolher. Somos livres quando temos poder de fazer algo. O que é possível vai além de algo sentido ou percebido. O curso de uma situação pode ser alterado e a liberdade está na capacidade de mudar o curso das coisas, dando outra direção ou sentido.
A obrigatoriedade do ato moral
O ato moral cria um dever na medida em que o comportamento moral exige obrigatoriedade e consciência da liberdade e da responsabilidade. Possui fatores pessoais e sociais, ou seja, o ato moral pode afetar pessoas e/ou uma sociedade. Por isso podemos fazer algumas coisas e evitar outras. A escolha que afeta individualmente não tem alcance moral. A consciência moral é criada pelo homem ao longo da história que determina a moral do indivíduo.
Teoria da obrigação moral
A teoria da obrigação moral traz conteúdo dividido em 2 gêneros:
1º: Teoria deontológica, quando não faz depender a obrigatoriedade de uma ação exclusivamente da consequência da própria ação.
2º: Teoria teleológica, quando a obrigatoriedade de uma ação deriva unicamente de suas consequências.
Teorias deontológicas da norma
As teorias deontológicas da norma sustentam que nossas decisões morais concretas são banalizadas por normas gerais e independem das consequências de sua aplicação. O bom deve ser absoluto, irrestrito e incondicionado, ou seja, a boa vontade é boa por si mesma, não pelo que quer fazer.
Teorias teleológicas
A teoria teleológica relaciona nossa obrigação moral com as consequências de nossa ação. Se considerarmos o interesse pessoal, temos o egoísmo ético. Se considerarmos os outros, teremos o utilitarismo.
Investigando o que é ética
O nosso modo de agir e a maneira como nos relacionamos conosco, com os outros e com o mundo, são o reflexo de nossa existência ética. Isso significa que, mais do que uma série de conteúdos normativos, refletiremos a forma como assumimos essa relação com o que nos rodeia.
Ética e moral
A ética está vinculada à índole interior, ao estado de consciência da pessoa. A ação ética surge de dentro para fora, segundo Heráclito. Em termos de educação, “escolha da consciência”. Para Aristóteles, a ação ética surge de fora para dentro, atos repetidos. A ética é a ação em conformidade com a consciência. A moral está vinculada ao sistema dominante aos costumes da sociedade que é relativo. Já a ética é universal. A moral se expressa como um conjunto de normas, regras, leis, hábitos e costumes que definem antecipadamente o certo e o errado, o permitido e o proibido, o desejado e o indesejado. Suas regras são externas à nossa consciência e seu não cumprimento não resultará em algum tipo de sansão.
Relativismo ético
O relativismo ético acredita que a consciência moral dos homens é formada pelo conjunto de princípios e valores herdados de cada cultura. Para o relativismo ético, a moral é fruto do padrão cultural vigente e este varia com a história e a geografia.
A avaliação ética
A ética trabalha com juízo de valor que é normativo, porque exprime algo que é desejável e reprova o que possa ser prejudicial. O juízo de valor indica o que é bom pelo fato de visar ao alcance do bem.
Eudemonismo: o bom como felicidade
	Apresenta algumas definições para a felicidade: Aristóteles sustentou a ideia de que a felicidade é um bem supremo. A ética cristã afirma que a felicidade não se consegue aqui na Terra. Os filósofos iluministas e materialistas franceses defendiam o direito dos homens serem felizes sem considerar suas reais condições de vida.
Hedonismo: o bom como prazer
O hedonismo defende o prazer imediato, como meio mais adequado de se atingir a felicidade que tem como essência o prazer. Para essa doutrina considera moral tudo que dê prazer e imoral tudo que faz sofrer. Os primeiros hedonistas tinham como preocupação fundamental o prazer físico em detrimento do prazer intelectual.
Epicurismo
O epicurismo foi a doutrina de maior influência no mundo romano. Reconhecia a importância dos sentidos e seu papel para o homem. No entanto,defende a ausência da dor psíquica. Essa filosofia é semelhante ao humanismo científico e liberal do século XX.
Estoicismo
O estoicismo é uma filosofia que diz que o homem deve enfrentar seu destino com coragem, dignidade e suportar a dor. Busca explicar o mundo, os fenômenos naturais e estabelecer uma ética para o homem, desenvolvendo dois valores: a igualdade e a liberdade.
Tomismo
A temática central do pensamento de Tomás de Aquino está no problema das relações entre a fé e a razão. Para ele, a filosofia deveria subordinar-se à revelação, que é critério único de verdade. Caracterizou a justiça como igualdade entre as pessoas, podendo estas discernir o que é seu e o que não é. Em nosso estudo verificamos que a filosofia ética de Tomás de Aquino é tida como “o bem” transcendental que é objeto da ética. Para ele, o bem supremo é Deus que é contemplado com a felicidade plena da alma racional. Enfim, Tomás de Aquino procurou distinguir sempre filosofia e religião, razão e fé.
Formalismo de Kant
Kant defendia que o bom deveria ser absoluto, irrestrito ou incondicionado. Conforme a teoria da deontologia, para Kant só atingimos a consciência do comportamento guiado por uma lei moral quando agimos livremente. Assim, Kant distingue a obrigação da repressão, a consciência do dever da força ou impulso físico. A liberdade só é contrária à obediência forçada.
Constituição da ética na sociedade
A ética é um tema presente no nosso dia a dia, mas nem sempre conseguimos identificar e explicar o seu conceito. A ética é interpretada por vários segmentos filosóficos e pensadores. Nas profissões, a ética é analisada pelo código de conduta que orienta cada profissão. Quando nos referimos à ética e à moral, falamos de princípios e valores, comportamentos ou atitudes, bom/mau, bem/mal, correto/incorreto, certo/errado. O ato de tomar uma decisão, baseando-se em normas preestabelecidas, pode muitas vezes levar as pessoas a agirem contra sua própria vontade. A questão ética é discutida em todo mundo e no Brasil, vivemos situações contrárias aos princípios éticos: desigualdade social, injustiça, degradação ambiental etc.
Liberalismo como fundamento ético do capitalismo
Uma nova concepção de ética e das relações dos indivíduos com o Estado surge com o advento do capitalismo e da teoria liberal. O liberalismo é uma corrente política, econômica e moral que expressa à vontade, especialmente da burguesia ascendente de evitar a ingerência da Igreja e principalmente do Estado nas suas vidas e negócios particulares. Uma de suas características principais é justamente respeitar e garantir as liberdades, os direitos de cada um de seus integrantes. O liberalismo tem como características as liberdades individuais na composição de uma sociedade equilibrada, a propriedade no sentido mais amplo e a não intervenção do Estado nos empreendimentos econômicos.
A ética em Marx
A sociedade capitalista, quando sucumbe, provoca a construção de um novo código de moralidade. Em uma sociedade dividida em classes, as ideias que predominam são as da classe dominante. Nesse contexto, os códigos de moralidade se constroem semelhantes às ideias hegemônicas, organizadas de acordo com os interesses de valorização do capital. Para Marx, a ética deve ser voltada às ações coletivas em função da sociedade como um todo. A democracia real não se sustenta nos direitos da burguesia, mas no acesso da população aos bens produzidos socialmente pelos trabalhadores, sejam materiais ou culturais.
Refletindo sobre as novas tecnologias
Uma reflexão sobre as novas tecnologias de última geração se faz necessária, visto que o impacto é evidente em nossa rotina. As opiniões se dividem com visões positivas frente aos avanços e uma série de discursos pessimistas sobre a parafernália tecnológica. Qualquer reflexão sobre a tecnologia deve superar a dicotomia e focar naquilo que é necessário. A tecnologia é fruto de opções histórico-políticas que os seres humanos fazem, visando à manutenção de seu espaço de poder. Os meios de comunicação atuais mostram-se como um local privilegiado de mudanças tecnológicas. Por meio da internet e da televisão a cabo, a velocidade circula em uma velocidade enorme.
A ética da responsabilidade na sociedade tecnológica
O poder adquirido pelo homem de interferir e modificar a vida é tema da ética contemporânea. O desafio ético de nosso tempo deve levar em conta a realidade de um ambiente técnico cheio de ameaças e perigos diversos.
O poder do homem moderno sobre o destino da Terra exige da humanidade uma nova responsabilidade ética:
· Responsabilidade com o meio ambiente;
· Responsabilidade pela qualidade de vida de todos os seres;
· Responsabilidade geracional das gerações atuais em função das gerações futuras.
A ética do cuidado
O cuidado é uma característica original e essencial do ser humano. Segundo Boff (2003), o cuidado é a força maior que se opõe à lei da entropia, o desgaste natural de todas as coisas, pois tudo aquilo que cuidamos dura muito mais. A dimensão do cuidado deve ser resgatada hoje como ética mínima e universal, se quisermos preservar a herança que recebemos do universo e da cultura e garantir o nosso futuro comum.
Carta da Terra: Código e ética planetários
Em 2001, a Unesco lança a Carta da Terra, baseada em princípios e valores fundamentais, que deverão nortear pessoas e Estados no que se refere ao desenvolvimento sustentável. A Carta da Terra trata da nova consciência ecológica e ética da humanidade e nela a categoria do cuidado é central.
Código e ética planetários: respeitar e cuidar da comunidade de vida
Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas. Garantir a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e futuras gerações.
Código e ética planetários: integridade ecológica
Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos. Prevenir o dano ao meio ambiente como o melhor método de proteção ambiental. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução. Avançar no estudo da sustentabilidade ecológica.
Código e ética planetários: justiça social e econômica
Garantir que as atividades econômicas promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável. Afirmar a igualdade e a equidade de gênero para o desenvolvimento sustentável, assegurando o acesso universal. Defender sem discriminação o direito das pessoas a um ambiente natural e social, assegurando a dignidade humana, saúde do corpo, do espírito, das minorias e povos indígenas.
Código e ética planetários: democracia, não violência e paz
Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis, integrar na educação formal e ao longo da vida habilidades para a vida sustentável, tratar todos os seres vivos com respeito e consideração promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
As éticas aplicadas
As morais tradicionais tornam-se inoperantes frente aos avanços das ciências e das tecnologias. O desafio atual é repensar o modo de ser, propondo uma ética e uma sociabilidade que resgatem a dimensão coletiva com visão de ser cosmopolita. A ética deve reconhecer valores universais humanos, microrrealidades históricas, territórios, biodiversidade, gênero, etnia e religião.
A bioética: princípios e desafios
O termo bioética é utilizado desde 1980 em virtude dos progressos da biologia. As pesquisas nessa área têm propósitos técnicos e pragmáticos, sem preocupação de criar um sistema de valores. A bioética pensa em um projeto de utilização das ciências biológicas que vise a melhorar a qualidade de vida.
Éticas e mídias
O mundo contemporâneo traz informações produzidas por meio de mídias que tem o poder de mobilizar a sociedade. Promovem o consumo, fabricam gostos, pacotes culturais, livro e filme da moda, sites mais vistos, computadores, celulares etc. Buscar alternativa para essas mudanças requer análise de como o público reage, seleciona as informações recebidas.
A ética dos negócios
No finalda década de 1960, a ética começa a surgir nos meios trabalhistas. As empresas, sobretudo nos Estados Unidos, começaram a refletir sobre as responsabilidades, criando códigos de conduta e comitês de ética, para discutir as ações negativas, denúncias de corrupção, buscando construir um novo caminho para busca de valores.
Ética e política
Atualmente, a gestão política apresenta-se desprovida de valores favoráveis à cidadania. Toda hora temos conhecimento da manipulação inadequada dos recursos públicos em proveito dos próprios governantes, deixando de cumprir o que prometeram nas eleições. A crítica refere-se à modernidade e seus pressupostos básicos. Nesse sentido, a ciência moderna teria servido a um inegável processo que possibilitou a destruição e não impediu a fome e a exploração da miséria. Por sua vez, a promessa de evolução da humanidade se concentrou no processo técnico e na degradação social.
O que é ética profissional?
	A ética profissional implica a princípio no direcionamento filosófico e ético valorativo que uma determinada profissão escolhe para nortear sua conduta profissional. O debate da ética profissional faz uma reflexão em dois níveis dimensionais:
· Técnico-normativa: Voltada para a teoria/filosofia e ideologia.
· Prático-operativa: Que implica o direcionamento ético político das respostas profissionais.
A construção do ethos profissional
	A ética das profissões está inserida em um contexto sociocultural e remete sempre a um debate filosófico. A ética profissional e a ética social não estão separadas, uma vez que o homem vive em sociedade e constrói relações coletivas. A ética profissional tende a receber determinações que antecedem a escolha pela profissão, como parte de uma socialização primária que produz valores dominantes que são reproduzidos cotidianamente mediante relações sociais mais amplas. As determinações citadas anteriormente interferem na construção do ethos profissional e permeiam o conhecimento pela base filosófica que orienta a profissão. A partir desse conhecimento filosófico, a profissão assume um posicionamento e compromisso políticos com fundamentação teórica em determinados valores e princípios.
Ethos conservador tradicional do Serviço Social
	O ethos conservador do Serviço Social expressa a moral burguesa articulada com a cristã e a positivista. Dessa forma, podemos afirmar que a ética tradicional em Serviço Social preconiza a defesa da autoridade, da ordem e da tradição. Uma visão de homem e sociedade expressa em 3 pontos:
· Neotaoismo;
· Pensamento conservador;
· Positivismo.
O Serviço Social tradicional constitui-se historicamente como uma profissão feminina de origem religiosa – católica, baseada na moral conservadora. Tem como base filosófica as teorias do:
· Neotaoismo;
· Conservadorismo;
· Positivismo.
O primeiro código de ética profissional foi centrado na justiça social e na caridade cristã.
O ethos da ruptura
O novo ethos profissional do Serviço Social é mediado por um comprometimento político com a classe trabalhadora e com as lutas populares. Busca garantir uma ética profissional voltada para uma nova moralidade profissional que implica valores emancipatórios, como a defesa da democracia da liberdade e dos direitos. Com o ethos da ruptura, a profissão ganha:
· 
· Legitimidade com participação sindical;
· Nova base curricular com formação crítica;
· Como intelectual orgânico contribui para formação e educação;
· 
· Após código de 1993, o projeto profissional fica vinculado ao social;
· Defesa intransigente dos direitos;
· Profissão legitimada e reconhecida pela competência teórica, técnica e política.
UNIDADE II
Introdução
Apresentação da regulamentação da profissão de assistente social.
· Código de Ética do assistente social.
· Ética e instrumentos processuais.
· Ética, cotidiano e práxis profissionais – projeto ético-político.
· Identidade profissional e suas representações.
· O processo de institucionalização da profissão.
· A atuação ética do assistente social.
Ética Profissional
O Serviço Social é uma profissão liberal (Portaria 35, de 19/04/1949 – MT). Alguns autores debatem sobre a autonomia profissional do assistente social, no entanto, a profissão é legalmente reconhecida e regulamentada por lei específica (Lei 8.662 de 7/6/1993). O exercício profissional é fiscalizado pelas entidades representativas da categoria: CFESS e CRESS. Hoje, encontramos alguns profissionais atuando em consultoria social. Mas o exercício autônomo da profissão é pouco visto em virtude de a demanda maior de trabalho estar no âmbito dos serviços públicos (União, Estado e Municípios). Dentro da contextualização histórica da regulamentação do Serviço Social, observamos que: Na década de 30, surgem as primeiras escolas com base na doutrina cristã e na filantropia. Na década de 50, há a criação de leis para estruturar o ensino e prerrogativas do diploma e a regulamentação do exercício profissional com a criação dos Conselhos Federal e Regional, CFAS e CRAS. Na década de 90, foi sancionada a Lei nº 8.662/93 (7/6/1993), que dispõe sobre a profissão de assistente social e assegura o livre exercício da profissão em todo o território nacional. A Lei nº 8.662/93 estabelece também as atribuições que são privativas do assistente social e altera a denominação dos Conselhos Federal e Regional.
· De CFAS – Conselho Federal de Assistentes Sociais para CFESS – Conselho Federal de Serviço Social.
· De CRAS – Conselho Regional de Assistentes Sociais para CRESS – Conselho Regional de Serviço Social. 
Lei nº 8.662/93:
Art. 1º-Assegura o exercício no território nacional.
Art. 2º-Só exercem a função os possuidores de diploma oficialmente reconhecido.
Art. 3º-A designação privativa dos habilitados não pode ser usada para práticas assistenciais.
Atribuições privativas do assistente social: O Art. 5º elenca 13 pontos referentes à atuação específica do assistente social. Entre eles, destacamos:
· Coordenação;
· Planejamento;
· Consultoria;
· Perícias;
· Direção/coordenação;
· Fiscalização do exercício profissional;
· Magistério.
Avanços trazidos pela Lei nº 8.662/93:
Tarefas de coordenação, elaboração, execução e avaliação de programas e projetos sociais. Magistério de Serviço Social em nível de graduação e pós-graduação. Supervisão direta de estagiários de Serviço Social. Contextualizando a história do Serviço Social, lembramos que sua origem se deu no período da Revolução Industrial, com a implantação do sistema capitalista no século XIX. A partir daí, emerge a luta de classes entre a burguesia e o proletariado. Esta expressão social exige a intervenção do Estado para minimizar os problemas sociais, provocados pela exploração da força de trabalho para acumulação do lucro. O Serviço Social contribuiu para a legitimação do capitalismo. Sua prática profissional, desenvolvida dentro dos interesses da burguesia industrial, fez com que se organizasse a prestação de serviços sociais. Por meio de políticas sociais, proporcionou o enfrentamento da questão social, fazendo o Estado assumir o seu papel frente à miséria da classe operária.
Hoje:
O Serviço Social atua na defesa dos direitos humanos, contra o autoritarismo. Tem compromisso com a ampliação e consolidação da cidadania. Defende a democracia em favor da equidade e da justiça social. Atualmente, o referencial teórico e metodológico é necessário para identificar a realidade e propor intervenções visando à transformação social.
O Código de Ética Profissional de 1993 ratifica a posição de luta da defesa dos direitos humanos e dá respaldo jurídico à profissão, constituindo-se como referência ético-política para o assistente social. O Código de Ética contém 11 princípios fundamentais que se articulam entre si para nortear a atuação profissional a partir dos compromissos assumidos pela categoria dentro de uma estrutura composta de:
· 4 títulos;
· 6 capítulos; e
· 36 artigos.
1º Princípio
Reconhecer a liberdade como valor ético central:
· Autonomia;
· Emancipação;
· Expansão dos direitos sociais.
2º Princípio
Defesa intransigente dos direitos humanose recusa do autoritarismo e do arbítrio.
3º Princípio
Ampliação e consolidação da cidadania como tarefa primordial de toda sociedade, visando à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras.
4º Princípio
Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida.
5º Princípio
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.
6º Princípio
Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças.
7º Princípio
Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes, suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual.
8º Princípio
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero.
9º Princípio
Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores.
10º Princípio
Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional.
11º Princípio
Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, idade e condição física.
O Título II do Código de Ética – Art.º 2 – estabelece garantias e a defesa das atribuições do assistente social:
· Inviolabilidade do local de trabalho;
· Desagravo público por ofensa;
· Autonomia no exercício da profissão;
· Liberdade para estudar e pesquisar;
· Aprimoramento profissional contínuo;
· Formular e implementar programas sociais;
· Liberdade para desenvolver outras atividades.
O Título II do Código de Ética – Art.º 3 – determina os deveres do assistente social no exercício profissional:
· Apresentar o Registro no Conselho Regional no exercício profissional;
· Desempenhar suas atividades observando a legislação em vigor;
· Atender populações em situação de calamidade pública, garantindo seus direitos;
· Denunciar práticas de censura, cerceamento da liberdade, etc.
O Título II do Código de Ética – Art.º 4 – institui o que é vedado ao assistente social no exercício profissional:
· Transgredir o Código de Ética;
· Acatar determinação institucional que fira o Código.
· Compactuar com o exercício ilegal da profissão;
· Permitir supervisão de aluno em instituição que não tenha no quadro assistente social, etc.
Instrumento processual: É uma ação destinada à proteção de interesses da sociedade, individuais e coletivos, de natureza pública ou privada. Os Conselhos Federal e Regional têm poder normativo processante e punitivo, por se tratar de instâncias fiscalizadoras do exercício profissional do assistente social. A infração e violação do direito no exercício profissional é motivo de punição. Um processo só pode ser instaurado por meio de denúncia, que se dá em duas fases:
1ª fase: Pré-processual (quando se efetiva a denúncia);
2ª fase: Processual (dos atos instrutórios até o julgamento do processo ético).
Estrutura de um processo: 
· Os preceitos constitucionais processuais referenciam processos administrativos ou judiciais e o seu descumprimento gera nulidade do processo;
· Amplo direito de defesa;
· Direito à produção de provas;
· Total imparcialidade do julgador;
· Publicidade dos atos processuais;
· Trâmite do processo e decisão de sentença pela autoridade competente.
	A fase pré-processual antecede à instauração do processo e inicia-se com a apresentação de representação, queixa, denúncia acerca das irregularidades no exercício profissional do assistente social. A denúncia pode ser feita por qualquer pessoa que tenha conhecimento da irregularidade e/ou pelo Conselho, que é o órgão fiscalizador. A denúncia ética é direcionada à Comissão de Ética, que protocola e determina o seu fluxo. A Comissão verifica se os elementos são suficientes para instaurar o inquérito, se a denúncia é de natureza ética e se o denunciado é inscrito no CRESS. Sem estas informações iniciais, o caso é arquivado. Compete à Comissão de Ética avaliar a procedência da denúncia, emitir parecer, localizar o fato violador e definir o enquadramento no Código de Ética. Com essas informações, a Comissão avalia a exclusão da denúncia ou a instauração do processo ético. A comissão não delibera, esta função é do Conselho Pleno do CRESS, que nomeia a Comissão de Instrução do Processo Ético. Caso o assistente social não seja inscrito no CRESS, responderá na justiça comum pelo exercício ilegal da profissão, com obrigação de inscrição e pagamento de multa.
Instrução do processo:
Nomeia-se a Comissão de Instrução com três assistentes sociais que farão uma apuração minuciosa dos fatos. As provas testemunhais e periciais serão investigadas com imparcialidade e será oferecido o amplo direito à defesa. Caso haja improcedência da ação ética, a Comissão emitirá um parecer fundamentado. Confirmada a transgressão, o processo será julgado pelo Conselho Pleno.
Julgamento do processo ético
O Conselho Pleno do CRESS julga o processo ético embasado no Código Processual de Ética do CFESS/CRESS, que orienta todo o procedimento. Como na justiça comum, as “partes” são notificadas e poderão participar para exercer seu direito de defesa e de manifestação. O Conselheiro Presidente avalia a necessidade de mais subsídios para dar prosseguimento à instrução processual. A composição do Conselho Pleno se dá com 9 membros efetivos e 9 suplentes, conforme segue:
· presidente;
· vice-presidente;
· 1º secretário;
· 2º secretário;
· 1º tesoureiro;
· 2º tesoureiro;
· 3 membros efetivos do Conselho Fiscal e 9 membros suplentes.
Cotidiano: espaço de atuação social.
O dia a dia do assistente social ratifica a práxis profissional. A intervenção na realidade social pressupõe um papel mediador entre população e Estado, buscando suprir as necessidades humanas da classe excluída de bens, serviços e riquezas socialmente produzidas. A práxis está relacionada a toda atividade laboral, porém nem toda atividade desenvolvida é práxis, pelo fato de objetivar modificação numa determinada realidade que se traduz em transformação social. A práxis profissional do assistente social deve primar pela construção de uma nova sociedade, sem marcas de exploração e desigualdade social.
Projeto ético-político
O Serviço Social construiu um projeto ético-político que reflete o ideal da categoria profissional com posicionamento político claro e definido por um projeto de transformação social. O projeto ético-político nasce a partir da década de 70 e marcou a história do Serviço Social quando, no III Congresso Brasileiro, em 1979, a mesa foi ocupada por representantes da classe trabalhadora e não por membros da ditadura. A construção se deu ao logo da década de 80 e foi consolidada nos anos 1990, com destaque para:
· Acumulação teórica e análise crítica;
· Conquista democrática;
· Início da produção de conhecimento, etc.
	Para manter o caminho de garantia de direitos, o Serviço Social deve seguir em consonância com o projeto profissional, reafirmando o compromisso do projeto ético-político e do Código de Ética com os movimentos sociais e a representação das minorias, primando pela qualidade dos serviços prestados à população e garantindo que as decisões institucionais sejam abertas à participação dos usuários.
	A identidade profissional é concebida como um fenômeno social, um processo de mudança que se constitui nas relações sociais e interpessoais. A construção é dinâmica e remete ao que é idêntico, semelhante. Baseia-se nas escolhas, formas de agir e pensar, refletindo um estilo de vida A construção da identidade profissional se dá no decorrer do período que compõe a história da sociedade. O ServiçoSocial ainda é confundido com assistencialismo por lidar com as mazelas da sociedade criadas pelo capitalismo. Hoje, as políticas públicas existem não para dar ajuda a quem precisa, mas, sim, para garantir direitos instituídos dos cidadãos e fazer com que o Estado cumpra seu dever. Concepção profissional do Serviço Social no mercado de trabalho:
· Desenvolver a atividade assistencial, educacional e política;
· Objetivo ligado ao processo metodológico;
· As ações realizadas são ligadas ao bem-estar e promoção social;
· Ideia de transformação social;
· Discussão sobre a diferença nos campos de atuação no âmbito da interferência social. 
A institucionalização do Serviço Social foi acontecendo em virtude dos fatos que marcaram as relações sociais, políticas e culturais no Brasil. Para Iamamoto (2005), a disparidade econômica e social, fruto da desigualdade provocada pelo capitalismo, é o que move a intervenção social em prol do coletivo.
A Constituição Federal de 1988, no Art. 6º, define os direitos sociais:
· Saúde;
· Educação;
· Trabalho;
· Moradia;
· Lazer;
· Segurança;
· Previdência social;
· Proteção à maternidade e infância;
· Assistência aos desamparados.
	No art. 203, a CF/88 garante ao cidadão a prestação de assistência, independentemente de contribuição à seguridade social, tendo cinco objetivos:
1. Proteção à família da infância à velhice;
2. Amparo à criança e adolescente carente;
3. Promove integração no mercado de trabalho;
4. Habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência;
5. Um salário mínimo para idosos e deficientes.
Conselho Federal de Serviço Social – CFESS: 
· Com sede e foro no Distrito Federal, tem como atribuições na qualidade de órgão normativo de grau superior:
· Orientar, normatizar, disciplinar e defender o exercício da profissão;
· Assessorar o CRESS;
· Aprovar o Código de Ética;
· 
· Funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional, e outras...
Atribuições e competências do CRESS:
· O CRESS também confere atribuições e poderes específicos exercidos por meio das funções executiva, legislativa e judiciária;
· É sua a responsabilidade pela fiscalização do profissional de Serviço Social;
· Expede carteira profissional;
· Fixa assembleias da categoria;
· Funciona como Tribunal Regional de Ética Profissional.
Enfim, o papel ético do assistente social é compreender a realidade, propor ações que efetivem os direitos sociais e humanos, atuando também como formulador e executor de políticas públicas, articulando sua ação com outros segmentos da sociedade civil, para fortalecer a luta pelos mais necessitados.
UNIDADE III
Ética profissional
O termo ÉTICA deriva da palavra grega Ethos= Caráter (modo se ser do indivíduo).
A ética estuda a fundamentação do agir, dos princípios, dos valores, dos atos. Homens e mulheres agem teologicamente. Este agir representa ação orientada a um determinado objetivo, metas e fins. A ação humana, de forma individual ou coletiva, implica sempre um projeto que representa a antecipação ideal da finalidade (onde se quer chegar), contendo valores e meios para isto. O Serviço Social é regulamentado como uma profissão liberal desde 1940. O trabalho profissional pode ocorrer com ou sem vínculos empregatícios e regulamentados pelos organismos fiscalizadores, os Conselhos Profissionais. Toda dimensão profissional tem “...suas referências teóricas, filosóficas, seu aparato técnico-operativo, as demandas sociais que atribuem legitimidade à intervenção profissional vão sendo definidas a partir do próprio movimento histórico”.“[...] a apreensão do significado histórico das profissões só é desvendada em sua inserção na sociedade, pois ela se afirmar como instituição peculiar na e a partir da divisão social do trabalho” (Iamamoto & Carvalho, 1991).
Década > 30
· >Origem da profissão;
· >Projeto tradicional;
· >Ética tradicional conservadora.
Décadas > 60 / 70
Projeto modernizador e fenomenológico.
· >Ética tradicional conservadora.
Décadas > 60 / 70
Projeto modernizador e fenomenológico.
· >Ética tradicional conservadora.
Décadas > 80 / 90
Projeto de ruptura.
· >Projeto ético-político;
· >Ética de ruptura emancipatória.
	A primeira formulação ética do Serviço Social é de 1947, essa formulação explicou um corpo de valores com os quais os profissionais se comprometiam para fins da regulamentação do exercício profissional. Este documento de 1947 apresentou sua base filosófica com conteúdo conservador, vinculado ao humanismo cristão e ao positivismo. Sugerindo evitar comentários desairosos sobre a conduta dos colegas. Em 1965 é sancionado o 1º Código de Ética Profissional, no qual prevaleceram valores tradicionais de cunho conservador e cristão sobre o fazer profissional.
Códigos de Ética
· 1947, 1965 e 1975: Contexto histórico;
· 1986: Compromisso com a classe trabalhadora;
· 1993: O compromisso ético-político.
Os códigos de 1965 / 75
Reproduzem a base filosófica humanista cristã, a perspectiva despolitizante e a crítica em face das relações sociais que dão suporte à prática profissional. Embora conserve a base filosófica tomista, o código de 1965 busca imprimir uma direção ética que não está presente em 1948 nem tampouco em 1975. Em 1965, a ética profissional é relacionada às demandas decorrentes do mundo moderno, em que a profissão adquire amplitude técnico-científica. O Serviço Social deixa de ser tratado como uma atividade humanista e passa a ser profissão liberal. Podemos constatar que em 1975, o Código de Ética não só reafirma o conservadorismo tradicional, mas o faz na direção de uma adequação às demandas da ditadura, consolidada a partir de 1968. Do compromisso político com as classes trabalhadoras ao compromisso com valores ético-políticos emancipatórios, surge o código de ética de 1993. Renovação profissional, no processo de transformações sociais, econômicas, políticas e culturais da sociedade brasileira. Renovação ética do Serviço Social, marco histórico do atual código de ética, projeto-ético-político profissional. Constrói sua identidade a partir da crítica teórica e oposição ética e política ao conservadorismo do Serviço Social.
Principais características:
Recusa da ética da neutralidade e o reconhecimento da dimensão política da prática profissional.
Traço inovador:
Noção de historicidade e da determinação material como uma das mediações fundantes do Serviço Social. Posicionamento político rompendo com a neutralidade.
É como se o pertencimento a uma classe determinasse a opção do sujeito que a compõe, por valores e práticas sociais mais justas, democráticas e capazes de romper com os limites da ordem burguesa. O Código de Ética de 1993 desponta como instrumento de defesa não só para a categoria, como também para o usuário. Imprime uma nova compreensão acerca das demandas institucionais colocadas à sua prática, uma nova direção social à prática profissional.
Objetivos da ética no cotidiano profissional:
· Criação de valor;
· Escolha consciente;
· Materialização através da práxis.
	A ética busca objetivar algo que considera valoroso, justo, em face das implicações concretas da ação para os outros homens, para a sociedade. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes: autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, defesa intransigente dos Direitos Humanos. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras. Defesa do aprofundamento da democracia enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida. Posicionamento em favor da equidade e da justiça social que assegure a universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e a discussão das diferenças. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionaisdemocráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem social, sem dominação e exploração de classe, etnia e gênero. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem os princípios do nosso código e com a luta geral dos trabalhadores. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual na perspectiva da competência profissional. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado nem discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, idade e condição física. A ética se apresenta como uma reflexão crítica sobre a moralidade, sobre a dimensão moral do comportamento do homem (RIOS,1999). A moral diz respeito à ação dos indivíduos, ação esta que tem por base seus valores e juízos de valor, ou seja, embora diga respeito a normas coletivas, depende necessariamente da aceitação e legitimação que passa pela individualidade, está relacionada ao modo de ser. 
	Ética profissional é a reflexão ética sobre o comportamento profissional. Pensa a relação do Eu com o coletivo, estabelecendo parâmetros para a relação profissional do profissional com a sociedade. Ao refletir a moralidade profissional, possibilita seu retorno à prática, pois ilumina a ação profissional e o posicionamento da profissão diante da realidade social. 
Dimensões filosóficas
Barroco diz que se tratam das orientações filosóficas e teórico-metodológicas que servem de base às concepções éticas profissionais com seus valores, princípios, visão de homem e de sociedade.
Dimensão moral prática
É o comportamento do profissional em si. A forma como a profissão aparece socialmente na sua ação cotidiana individual ou coletiva. A ação profissional enquanto construtora da história e da realidade social é o que marca a identidade da profissão perante a sociedade.
Dimensão normativa legal
Concretização da reflexão ética no plano geral através de documentos que orientam e apontam uma direção ética e um projeto para a profissão. Lei de Regulamentação da Profissão no 8.662/93 Código de Ética Profissional, Diretrizes curriculares para os cursos de Serviço Social
Profissional
Projeto societário. Enquanto projeto, direciona a prática desses profissionais, que construirão e reconstruirão esse projeto através das suas práticas.
Princípios fundamentais
1. Reconhecimento da liberdade como valor ético.
2. Defesa intransigente dos direitos humanos.
3. Ampliação e consolidação da cidadania.
4. Defesa do aprofundamento da democracia.
5. Posicionamento em favor da equidade e da justiça social.
6. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito.
7. Garantia do pluralismo.
8. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária.
9. Articulação com movimentos de outras categorias profissionais.
10. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população.
11. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado e nem discriminar.
	A melhor definição de ética segundo Mário Sérgio Cortella Ética é o conjunto de valores e princípios que eu e você usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: “Quero – Devo – Posso” Quais são os princípios que usamos em nossas vidas? Existem coisas que eu quero mas não devo. Existem coisas que eu devo mas não posso. Existem coisas que eu posso mas não quero.

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