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1 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA 
FILOSOFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS – SP 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 SOBRE A FILOSOFIA ................................................................................................... 5 
1.1 Conteúdo da filosofia .................................................................................................. 8 
1.2 O Método da Filosofia ................................................................................................ 9 
1.3 Argumentos e lógica ................................................................................................. 11 
1.4 Uma Ilustração do Método da Filosofia .................................................................... 15 
1.5 Clarificação: definindo o que queremos dizer ........................................................... 15 
1.6 Justificação: oferecendo um argumento ................................................................... 17 
1.7 Dando razões para a verdade das premissas .......................................................... 18 
1.8 Objeções: considerando razões contra a verdade das premissas ........................... 20 
2 LENDO FILOSOFIA ..................................................................................................... 21 
3 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO ....................................................................................... 23 
3.1 As exigências da reflexão filosófica .......................................................................... 23 
3.2 Conceitos relacionados à reflexão filosófica e à argumentação ............................... 26 
3.3 Premissas e inquietudes filosóficas no contexto educacional .................................. 28 
4 A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: POR QUE, O QUE E COMO ENSINÁ-LA? ........ 30 
4.1 Conteúdos e Métodos para o ensino de Filosofia ..................................................... 38 
5 A DIDÁTICA NA DISCIPLINA DE FILOSOFIA ............................................................ 44 
5.1 A didática da filosofia no contexto das didáticas ...................................................... 45 
5.2 Padrões de racionalidade curricular ......................................................................... 47 
5.3 Comparações entre as expectativas de aprendizagem da aula de filosofia e demais 
disciplinas ....................................................................................................................... 49 
5.4 A aula de filosofia e suas relações com o mundo vivido: estratégias didáticas de 
estranhamento ............................................................................................................... 50 
 
3 
 
 
5.5 As três aulas dentro de uma ..................................................................................... 51 
5.6 A aula de filosofia e a valorização dos aspectos reflexivos inerentes à experiência 
escolar ............................................................................................................................ 52 
5.7 A questão do compromisso escolar com o pensamento crítico ................................ 53 
6 DIDÁTICA PARA ALÉM DA DIDÁTICA ....................................................................... 54 
6.1 A transposição didática ............................................................................................. 55 
6.2 A interdisciplinaridade ............................................................................................... 56 
6.3 A contextualização.................................................................................................... 57 
6.4 A avaliação da aprendizagem .................................................................................. 59 
6.5 A avaliação no ensino de filosofia ............................................................................ 59 
7 PRINCÍPIOS E POSSIBILIDADES PARA UMA METODOLOGIA FILOSÓFICA DO 
ENSINO DE FILOSOFIA: HISTÓRIA, TEMAS, PROBLEMAS ....................................... 61 
7.1 Método e ensino de filosofia ..................................................................................... 61 
7.2 Ensinar a pensar filosoficamente e nos outros saberes ........................................... 62 
7.3 Aprender e ensinar a pensar filosoficamente: a pergunta filosófica ......................... 64 
7.4 O professor de filosofia e seus duplos ...................................................................... 65 
7.5 O que significa ensinar filosofia? O saber e a ignorância ......................................... 67 
7.6 Os princípios de um caminho do ensinar filosofia .................................................... 68 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Prezado aluno! 
 
O grupo educacional Faveni, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala 
de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se 
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para 
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno 
faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço 
virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os 
cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina 
é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações 
propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência 
a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1 SOBRE A FILOSOFIA 
Há muitas opiniões diferentes sobre a natureza da filosofia, mas provavelmente 
não é uma definição muito simples do assunto. Isso reflete o fato de que não há outra 
disciplina também - a natureza da filosofia é uma importante questão de diferenças 
filosóficas, um sujeito para o qual há uma longa história de opiniões que competem entre 
si. Nossa convicção de que muitas ações são que no final uma pessoa pode receber uma 
ideia muito clara de que a filosofia estuda a questão mais detalhada. Felizmente, existem 
alguns pontos modestos onde há um acordo bastante abrangente para fornecer um ponto 
de partida razoável (BONJOUR, 2010). 
 
Fonte: Fonte: www.jmais.com.br 
 
Primeiro, a palavra "filosofia" significa literalmente ama a sabedoria, e desde o 
início de sua longa história, os filósofos perguntaram e tentaram responder perguntas 
muito difíceis sobre as questões que pareciam ser as mais importantes para a 
humanidade, procurando, assim, sabedoria. Em segundo lugar, uma vez que o 
conhecimento parece importante, mesmo que não seja suficiente para a sabedoria, pode-
se perguntar qual conhecimento o estudo da filosofia produz. 
 
6 
 
 
Uma resposta tradicional é que os filósofos descobrem o caráter essencial de 
várias questões abstratas: verdade, conhecimento, pensamento, liberdade, dever, 
justiça, beleza e até mesmo realidade. Uma versão mais moderna e talvez uma modesta 
desta declaração é que os filósofos são o conteúdo certo ou para descobrir a análise dos 
conceitos que usamos se pensarmos na verdade, conhecimento e questões semelhantes 
- ou talvez os significados do correspondente palavras (BONJOUR, 2010). 
Terceiro, todos concordam que muitas áreas de pesquisa que começaram como 
partes de filosofia estavam afetando a ciência. Isso é feito sobre se os problemas 
envolvidos definitivamente serão claramente claros para permitir que eles os examinem 
por meio de observaçãoempírica e base empírica em termos científicos. Portanto, 
praticamente todos os tipos de conhecimento faziam parte da filosofia para o filósofo 
grego, física e biologia de Aristoteles, física e biologia, por um longo período que se 
separaram pela filosofia com outras áreas que recentemente seguiram esse caminho. 
(No final do século XIX, a psicologia foi vista como parte da filosofia). 
 Isso sugere que a filosofia pode ser identificada, mesmo que de alguma forma 
indiretamente, como a origem desses temas que as pessoas ainda não aprenderam a 
investigar termos científicos. Isso inclui alguns temas em relação aos quais é difícil 
imaginar que isso nunca acontece porque eles são muito gerais, muito difíceis e 
possivelmente muito fundamentais. Em quarto lugar, quase todos os filósofos 
concordam que a história da filosofia é importante para a própria natureza da filosofia 
e para uma pesquisa filosófica contínua de uma forma que outras histórias de outras 
disciplinas não são tão importantes para eles. (BONJOUR, 2010). 
Isso reflete a grande proporção de eleições históricas neste volume. No entanto, 
os filósofos também discordam a importância da história da filosofia, e por que é 
importante. Concentre-se na filosofia, proposta pelo filósofo americano do século XX, 
Wilfrid Sellars, pode ajudar a resumir qualquer uma das ideias anteriores e também 
revelar um pouco mais sobre o assunto do assunto: 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
O objetivo da filosofia, que foi abreviado, é entender como o possível significado 
do possível prazo do termo está conectado na partida, tanto quanto possível do 
prazo. Em "coisas no sentido mais poderoso", incluo objetos radicalmente 
diferentes, por exemplo. B. Não apenas "repolhos e Reis", mas também números 
e deveres, possibilidades, dedos, experiência estética e morte. Para ter sucesso 
na filosofia, a filosofia seria usar uma expressão contemporânea "conhecer o 
meio ambiente" comparado a todas essas coisas, não nessa maneira irrelevante 
em que a Centipoda da História estava familiarizada com o seu entorno antes de 
se familiarizar com seu ambiente de edição " Como vou ir? "Mas nesse caminho 
reflexivo, o que significa que nenhum apoio intelectual é bloqueado. 
 
Como sugere, nada está muito além da competência da filosofia. Coloque este 
ponto de uma maneira ligeiramente diferente, a filosofia procura entender 
completamente, de forma totalmente refletida, como todas estão relacionadas e 
relacionadas, mas diferem de todo o resto. É um design muito abstrato pelo menos para 
dizer e também um design muito exigente. Por um lado, há pessoas que pensam que a 
única maneira de aprender filosofia é simplesmente começar a ler alguns textos 
filosóficos, tentando entender o que está acontecendo e qual é o ponto sem qualquer 
ajuda ou condução adicional (BONJOUR, 2010). 
Esta visão é refletida em um ex-treinador dizendo: Jogue-os na água e veja quem 
pode nadar! Por outro lado, algumas pessoas acreditam que uma orientação inicial da 
filosofia, embora necessariamente orientação aproximada e parcial, pode ser de grande 
ajuda. Desde que pensamos que esta última concepção está correta, começamos este 
capítulo com um ensaio de Ann Baker sobre a natureza da filosofia e especialmente nos 
elementos do pensamento filosófico. Uma das atividades filosóficas centrais que refletem 
na tentativa de entender a essencialidade das coisas (ou conceitos) é um esclarecimento. 
Os filósofos aumentam constantemente as questões sobre o que vários tipos de 
coisas realmente acontecem (ou o que realmente significa as palavras em questão). 
Muitos diálogos de Platão se concentram em tais problemas, especialmente questões 
relacionadas a noções morais ou avaliativas: "O que é coragem?", O que é justiça? "," 
Conhecimento? ", Etc. Em seu diálogo de Eutrivron, Platão pede a seguinte pergunta: "O 
que vale a pena?", Quem, para os gregos, era equivalente à pergunta "O que é correção 
moral?" Aprendemos a eutenon que Sócrates foi acusado de corromper os jovens de 
 
8 
 
 
Atenas; E no pedido de desculpas de Platão, levamos em conta o julgamento de 
Sócrates, em que ele foi condenado e condenado à morte, na verdade, para se tornar um 
mártir pela filosofia. Nas desculpas, como Sócrates explica por que ele não pode evitar 
sua punição, renunciando a pesquisa filosófica, torna a famosa afirmação de que "a vida 
sem reflexão não vale a pena". A perspectiva e a integridade intelectual refletida nesta 
afirmação eram muitas vezes consideradas paradigmáticas do verdadeiro filósofo 
essencial das coisas (ou conceitos), é um esclarecimento. (BONJOUR, 2010). 
Enquanto muitas pessoas acreditam que a filosofia é obviamente importante e 
valiosa, aquelas que desprezam o pensamento filosófico como brincadeira mental 
irrelevante, desprezível, sem importância. Bertrand Russell argumenta que a filosofia é 
valiosa, mesmo que seja revelada como produzindo pouco ou nenhum conhecimento 
seguro. Portanto, mais de 2. 000 anos depois de Platão escreveu o Eutífron e a apologia, 
Russell defendeu o estudo e a prática da filosofia como essencial para o melhor tipo de 
vida. 
1.1 Conteúdo da filosofia 
Vamos começar com a criação de nossa apresentação da filosofia, diferenciando 
entre o conteúdo característico envolvido na disciplina da filosofia e do método 
característico de pensamento filosófico. Conteúdo (óbvio) para o que os filósofos 
pensam. Por exemplo, os filósofos geralmente pensam em problemas como este: o 
que é saber? Qual é a verdade? O que você acha? Qual é a consciência? Estamos 
realmente livres? É moralmente responsável por isso? Somos egoístas pelo nosso A 
mesma natureza? Existe uma diferença real entre certo e errado ou bom e ruim? O 
que é justiça? Deus existe? E também como vimos, o que é filosofia? Quando você 
tenta responder a essas perguntas, os filósofos pensam em acusações. Como aqueles 
listados. Para generalizar a partir desses exemplos, seria razoável dizer que o 
conteúdo da filosofia diz respeito: 
 
 
9 
 
 
1. Para a natureza fundamental da realidade - a natureza do espaço e tempo, 
propriedades e universais, e em particular, mas obviamente não exclusivamente, da 
realidade, consistindo de humanos (a subsidiária da filosofia chamada metafísica); 
2. Para a natureza fundamental das relações cognitivas entre humanos e outras 
partes da realidade - sobre as relações de pensar, sabendo e assim por diante (o ramo 
da filosofia chamado epistemologia); 
3. Para a natureza fundamental dos valores, especialmente valores relativos às 
relações éticas ou sociais entre os seres humanos e entre pessoas e outras partes da 
realidade, como animais não humanos, o meio ambiente, e assim por diante (o ramo 
da nommaxiologia filosófica, O que inclui os campos mais específicos de ética, filosofia 
política e estética. (BONJOUR, 2010). 
1.2 O Método da Filosofia 
Atualmente, renunciaremos a qualquer explicação adicional do conteúdo da 
filosofia, uma vez que esta é a principal tarefa do resto do livro. No entanto, existem 
algumas ações implícitas feitas pelos filósofos, e sua clarificação exigirá uma 
explicação do método filosófico de pensamento. O método filosófico de pensamento 
requer um conjunto de habilidades e alguns hábitos intelectuais distintos, que 
pediremos os hábitos filosóficos da mente. Explicaremos algumas dessas habilidades 
e os hábitos neste ensaio introdutório, mas sua completa apreciação exige exercê-los 
nos conceitos e tópicos filosóficos desenvolvidos no restante do livro. 
Duas das habilidades mais fundamentais envolvidas no pensamento filosófico 
devem ser explicadas e acusações justificadas: como filósofo, como profissão, como 
profissão para criar dois tipos principais de assuntos em relação a um certo tipo de 
objeto, reivindicação, reivindicação, reivindicação de criar e justificar. O que queremos 
dizer explicando alegações e justifica? Vamos desmontaressa frase. Primeiro, o que 
é uma afirmação? Como acabamos de ver, há uma reivindicação de dizer algo que diz 
dizer algo verdadeiro ou falso com a intenção. Aqui estão alguns exemplos: há 
cerejeiras no pátio; Chicago fica a oeste de Washington, D.C.; 7 + 5 = 12; a relva é 
 
10 
 
 
vermelha; nenhum cão jamais foi perdido; os políticos são uniformemente honestos. 
Note que as alegações podem ser tanto falsas quanto verdadeiras. Nem tudo o que 
você diz é uma alegação, uma vez que a sua intenção não é sempre afirmar verdades. 
Por exemplo, uma pergunta não é uma alegação, nem o é uma exclamação ou um 
comando. Segundo, o que se quer dizer com clarificação? (BONJOUR, 2010). 
Quando um filósofo esclarece uma reivindicação, explica ou expressa em 
detalhes o significado da reivindicação. O esclarecimento é valioso ou mesmo 
requerido, porque o significado de uma reivindicação, como inicialmente formulado, 
pode ser obscuro seriamente, por isso torna-se difícil discutir ou avaliá-lo. Considere, 
por exemplo, a alegação de que Deus é amor. Presumivelmente, a pessoa que diz que 
Deus é que o amor pretende dizer algo que é verdade, mas algumas pessoas 
consideram que essa alegação é muito confusa. Isso significa simplesmente que Deus 
é uma pessoa amorosa? Não, parece que a intenção é significar algo muito mais 
significativo do que isso. 
Mas o que? o amor é uma espécie de emoção, a importância literal da 
reivindicação não tem um sentido claro (porque Deus certamente não é uma espécie 
de emoção). Portanto, talvez a afirmação seja metaforicamente em vez de 
literalmente. É muito mais fácil explicar as reivindicações literais do que explicar 
acusações metafóricas. No entanto, um importante trabalho explicativo é realizado, 
mesmo quando é dito que a afirmação é metafórica. Obviamente, algumas acusações 
precisam de mais explicações do que outras. 
No entanto, este não é o ponto de demanda real. Suponha, por exemplo, que 
você havia avisado sua irmã jovem para fazer o que parecia um casamento muito ruim: 
a única coisa boa que você pode ver em seu futuro marido é que ele é muito rico. Seria 
natural dizer à sua irmã que o dinheiro não pode comprar felicidade, o que significa 
que você pode ter muito dinheiro e ainda ser muito infeliz. (Obviamente, você deve 
assumir que ela quer ser feliz. (BONJOUR, 2010). 
Você pode esclarecer uma reivindicação sem, através disso, dar uma razão para 
pensar que a demanda é verdadeira. Pense em como a reivindicação poderia 
esclarecer (c), que nenhum homem solteiro é feliz. É certamente uma falsa afirmação, 
 
11 
 
 
mas alguém poderia continuar a pensar na sensação de ser "feliz". Antes de 
pensarmos sobre isso, você pode pensar que você certamente entende o que é 
felicidade. No entanto, assim que você tentar configurá-lo claramente, todos os tipos 
de problemas aparecem. 
Se o filósofo oferece uma justificativa para uma reivindicação, é dado razões para 
acreditar no pedido, e que razão é acreditar em uma reivindicação de acreditar como 
uma razão para pensar que é verdade? Nosso conceito de filosofia admite que uma 
razão para acreditar que uma alegação é verdadeira é uma boa razão para acreditar 
nisso. Desta razão, à primeira vista, parece que a única boa razão para acreditar em 
uma reivindicação, dada a adoção da reivindicação, mas aceitar isso como percebido. 
Em outras palavras, se eles não estão certos em acreditar que uma afirmação é 
verdadeira, em que obviamente não têm motivos para acreditar nessa afirmação. 
Suponha que, pelo resto desta discussão, que uma razão para uma reivindicação 
será sempre uma razão para a verdade da reivindicação. Outra suposição que 
faremos, explicando o que se entende por justificação, é que as razões avançadas 
para a verdade de uma reivindicação serão sempre acusações: afirmações feitas em 
uma tentativa de dizer algo verdadeiro. E a suposição feita no tratamento dessas 
acusações como razões é que a verdade das razões fornece evidência ou acesso * 
de algum tipo para a verdade da reivindicação em questão (a afirmação de que 
estamos tentando justificar (BONJOUR, 2010). 
1.3 Argumentos e lógica 
Lançar outras reivindicações para manter uma afirmação recomendada é 
oferecer um argumento. Assim, de acordo com nosso senso de justificação, quando 
um filósofo justifica uma reivindicação, geralmente oferece um argumento. Na filosofia, 
um argumento não é um desacordo ou batalha. De acordo com a definição filosófica 
padrão, um argumento é um conjunto de afirmações, um dos quais é a conclusão, e 
os outros são as instalações propostas para apoiar a conclusão: as suposições que 
 
12 
 
 
reivindicam (da pessoa proposta pelo argumento) faz muito provável ou, talvez, até 
garantir que a conclusão seja verdadeira. 
Uma das primeiras coisas que aprendem desenvolvendo capacidades 
importantes para o método filosófico é muito sensível à diferença entre a conclusão e 
as premissas de um tópico: o pedido de um filósofo (afirma que isso é sustentado) é a 
conclusão, enquanto as acusações Oferecido no suporte final são as instalações. Um 
dos hábitos pronunciados filosóficos do Espírito é aquilo que distingue 
significativamente entre os locais e as conclusões, entre aqueles em favor do que 
argumenta e o que é oferecido como motivo. Um problema que pode ser feito nas 
instalações de um tópico é se eles são verdadeiros - ou pelo menos se for razoável 
que eles pensem que são verdadeiros. Enquanto a questão se as premissas forem 
verdadeiras, são cruciais para o poder do sujeito, não deve ser a primeira pergunta 
que eles fazem ao avaliar um tópico (BONJOUR, 2010). 
Antes de se preocupar se as cobranças oferecidas como razões, você tem que 
perguntar, você realmente apoiaria a reivindicação no correto. Razões podem apoiar 
uma reivindicação mais bem-sucedida, e se você perguntar o quão bem eles oferecem 
as razões para a aplicação (reconhecem que elas são verdadeiras), peça a força da 
relação de apoio: a relação entre os prêmios e a conclusão. A ideia central de um 
argumento filosófico é, portanto, a ideia de dar razões para a afirmação: oferecer 
premissas para o propósito de que a conclusão do argumento seja verdadeira. 
Alguns argumentos são argumentos dedutivos válidos: argumentos cujas 
premissas, se forem verdadeiras, garantam a verdade da conclusão. Considere o 
seguinte argumento para a afirmação de que Mary levou o carro: O João pegou o carro 
ou María pegou o carro, e eu sei que John não levantou o carro, então María deve ter 
prendido ela. Você pode avaliar a força do relatório de suporte desse argumento sem 
saber John ou Mary, ou sem saber nada sobre o carro. É simplesmente solicitado se 
as instalações, se forem verdadeiras, apóie a conclusão. Eles dão. Se as premissas 
deste argumento forem verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira (BONJOUR, 
2010). 
 
13 
 
 
No entanto, alguns argumentos destinados não válidos: é possível que as 
instalações sejam verdadeiras, enquanto a conclusão é falsa. Considere o seguinte 
argumento para a afirmação de que Maria pegou o carro: se Maria pegasse o carro, 
então John não a recebeu; E eu sei que John não recebeu isso; Portanto, Maria deve 
coletá-lo. Suponha que todas as instalações sejam verdadeiras. A verdade dessas 
garantias locais (ou mesmo apoia) a verdade da conclusão? Não, este argumento 
torna o engano de afirmar o seguinte. (O engano é um conceito errôneo de raciocínio). 
Será útil fazer um pouco para ver claramente como esse engano é e por que é um 
raciocínio decisivo também. 
Quando as premissas, em caso de afirmação, na verdade, não dão nenhum apoio 
à conclusão, você pode se sentir tentado a dizer que isso não é um argumento. No 
entanto, não parece direito de dizer que isso não é um argumento: parece mais claro 
que é um grande argumento e, ainda melhor, para dizer exatamente o que é ruim com 
isso. (Quando confrontado com um argumentoinválido, você não precisa se preocupar 
se suas instalações são verdadeiras, já que se você for, você nem oferece suporte 
mínimo para sua conclusão (BONJOUR, 2010). 
Há outros tipos de argumentos cujas asserção oferecem razões boas, mas não 
conclusivas para a verdade da conclusão: argumentos que oferecem apoio autêntico 
para suas conclusões, mas na qual ainda é possível, mesmo que seja improvável que 
a conclusão seja falsa, embora são verdadeiros. Os mais argumentos indicados como 
argumentos indutivos (ou mais explicitamente, tópicos enumerativos indutivos) são, 
portanto, e muitos argumentos científicos são tais. Quando, por exemplo, alguém 
razão pela qual todos os cisnes são brancos com base em muitas observações 
diferentes de cisnes brancos, isso oferece um simples exemplo de um tópico indutivo 
(BONJOUR, 2010). 
Não é possível razoavelmente concluir que todos os cisnes são brancos com 
base em uma observação do cisne branco, ou até dois ou vinte; no entanto, se houver 
observações suficientes em lugares e circunstâncias suficientemente variadas, então 
você pode razoavelmente concluir que todos os cisnes (não só aqueles que você notou 
até agora) são brancos. Quando pensamos que o sol nascerá amanhã com base no 
 
14 
 
 
crédito que nasceu todas as manhãs há milhares de anos, você está oferecendo um 
argumento indutivo. 
Os filósofos não chamam o bom argumento indutivo válido porque a definição de 
validade consiste que é impossível para a conclusão ser falsa enquanto as asserções 
são verdadeiras. Alegações indutivas, por definição, têm conclusões que podem ser 
falsas, embora as premissas sejam verdadeiras. No entanto, quanto melhor o 
argumento indutivo mais não relevante ou improvável é que a conclusão é falsa, 
enquanto as instalações são verdadeiras. 
Bons argumentos indutivos, aqueles cuja relações evidentes ou apoio entre as 
instalações e a conclusão é convincente, são geralmente descritas tão fortes. Neste 
tópico, a verdade das premissas oferece uma boa razão para acreditar que a 
conclusão é verdadeira. Outro tipo de argumento não dedutivo, cujas asserções são 
boas, mas não exaustivos, para a verdade - é o que é chamado de tópico explicativo 
(também como inferência na melhor explicação * ou um tópico abdutivo; e às vezes 
será O termo "indução" é mais comumente usado para incluir tópicos deste tipo). 
A ideia de um argumento explicativo é que há um fato de que há uma 
determinada razão para explicar que outras considerações relevantes para a 
declaração desse fato e algumas explicavelmente, presumivelmente, o melhor em 
termos disso é consideração. Portanto, as premissas deste tópico incluem uma 
declaração do fato de que são especificadas e confirmações dessas outras 
considerações relevantes, e a conclusão é uma confirmação da explicação que é 
tomada como a melhor (BONJOUR, 2010). 
E tal alegação será forte (nunca válido) se a explicação é realmente o melhor, o 
melhor deve ser aprovado que o fato é realmente um fato e que as outras 
consideravelmente relevantes considerações são verdadeiras. Aqui está um exemplo 
simples: adotado, a polícia os chamava para trabalhar para dizer que seu carro 
envolvido em um acidente e o motorista desistiu da cena. 
 
 
15 
 
 
1.4 Uma Ilustração do Método da Filosofia 
Pensamos até agora, através de uma explicação inicial, em duas das importantes 
habilidades envolvidas no método da filosofia: esclarecimentos e justificativos. Agora 
considera uma ilustração dessas habilidades, tentando esclarecer e justificar a 
afirmação de que o estudo da filosofia tem valor. (BONJOUR, 2010). 
 
 
Fonte: www.app.emaze.com.br 
1.5 Clarificação: definindo o que queremos dizer 
Esclareceremos, primeiro, a afirmação de que estudar filosofia tem valor. Você, 
prudentemente, pergunte-se sobre o significado de ambas as partes da afirmação: O 
que significa "filosofia de estudo" e o que significa "tem valor"? Suponha que alguém 
leia o livro de Bertrand Russell, os problemas da filosofia, uma noite - é suficiente para 
"filosofia estudada"? De acordo com o que queremos dizer quando fazemos a 
declaração, não é. Você tem que fazer mais do que ler um livro de filosofia para estudar 
filosofia. É preciso muito mais de uma noite para estudar filosofia. No entanto, não há 
quantidade exata de estudo que possa ser considerado como o significado necessário 
para "estudar filosofia". 
 
16 
 
 
Às vezes, o que é necessário para fazer uma questão clara deve ser 
razoavelmente discutida, é substituir a reivindicação original através de um claro e 
preciso, embora diz o mesmo. Portanto, entenderemos arbitrariamente que 
entendemos que "estudar filosofia" e significado para pelo menos quatro classes de 
filosofia * ou algo razoavelmente semelhante a fazer. (Eles provavelmente poderiam 
ficar sozinhos para fazer o equivalente a participar e passar por quatro breve filosofia 
quando estavam suficientemente motivadas e tinham alguns recursos para verificar 
sua compreensão) (BONJOUR, 2010). 
Agora, o que significa "ter valor" na segunda parte da reivindicação? Tudo o que 
queremos dizer com "valor" aqui é que é bom para você, o que será significativamente 
melhor ter feito isso. Você poderia hesitar que nossa afirmação é verdadeira, mas 
agora você tem um bom senso do que queremos dizer com ele. Esclarecer (embora, 
talvez, mesmo, mesmo o insuficiente), nossa afirmação que estudar filosofia tem valor. 
Nós poderíamos fazer mais esclarecimentos. 
Alguém pode perguntar se a afirmação é que o estudo da filosofia é sempre que 
vale a pena, isso não importa, ou apenas vale a pena. Por exemplo, lembre-se das 
seguintes alegações com as quais você chama A é B: Ligue para uma maratona. A luz 
é feita por mulheres. A televisão é divertida. Os exercícios são regularmente 
importantes. Se você receber um diploma universitário, vale a pena. O contexto, às 
vezes com o conteúdo da reivindicação, geralmente determina se uma pessoa que 
reafirma uma dessas alegações reafirmou uma dessas alegações significa "sempre" 
ou "durante a maior parte do tempo" - embora às vezes possa ser escura às vezes 
escura. Admitir que o que queremos dizer quando dizemos que o estudo da filosofia 
vale sempre a pena. 
Temos uma boa confirmação argumento inicial, que resulta desse esforço inicial 
de esclarecimento: nossa afirmação de que o estudo da filosofia é apreciado significa 
que alguém que apoia o equivalente a visitar pelo menos quatro cursos de filosofia e 
conduzir consideravelmente. Um dos hábitos mentais filosóficos pronunciados é 
aquele que é realizado, se as reivindicações forem mais ou menos claras. 
 
 
17 
 
 
1.6 Justificação: oferecendo um argumento 
Agora, transmitimos o esclarecimento da justificação, lembrando que a 
justificativa filosófica geralmente assume a forma de um tópico. Aqui está um tópico 
para a declaração que acabamos de esclarecer: 
 
1. Estudar filosofia sempre faz com que você pense mais claramente. 
2. Pensar mais claramente sempre tem valor. 
3. Portanto, estudar filosofia sempre tem valor. 
O que faz disso um argumento? 
 
É um conjunto de argumentos, um dos quais é a conclusão e outros são locais 
para apoiar a conclusão. (Ao oferecer um argumento para uma reivindicação, a 
reivindicação é a conclusão do argumento). Portanto, as duas primeiras frases são as 
asserções, e a terceira frase é a conclusão. Data solo, por um momento, que as 
asserções são verdadeiras. 
Se eles são verdadeiras, a verdade das asserções torna a conclusão provável ou 
mesmo segurada para ser verdadeira? Para este argumento, como para muitos outros 
argumentos, você deve pensar nas asserções e a conclusão para responder a este 
problema: a resposta para este problema não é o resultado de um teste mecânico 
claro. Na medida em que ele obtém o hábito intelectual de avaliar os argumentos, 
melhora e melhor a distinção de bons argumentos ruins.(BONJOUR, 2010). 
O que você deve fazer é assumir que as asserções são verdadeiras e, em 
seguida, tentam imaginar se seria possível que a conclusão seja falsa, é dada até a 
verdade das instalações. Sugerimos que a verdade das premissas (se elas são 
verdadeiras) oferecer uma razão muito boa para pensar que a conclusão é verdadeira. 
De fato, o argumento parece ser válido: parece logicamente impossível que as 
premissas sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa. (Vamos considerar um motivo 
mais tarde para perguntar se isso realmente é assim). 
 
18 
 
 
Portanto, este argumento oferece um bom exemplo da relação para oferecer uma 
boa razão que é o elemento central de um argumento. Se as asserções forem 
verdadeiras no argumento anterior, a conclusão parece ser verdadeira garantida. No 
entanto, é óbvio que não podemos simplesmente admitir que as asserções são 
verdadeiras. E dado que a conclusão do argumento foi justificada se as instalações 
forem verdadeiras, nossa tarefa é justificar a reivindicação original, não foi concluída 
até que pelo menos derrotamos as instalações (indique as razões pelas quais as 
instalações são verdadeiras). Além disso, devemos também considerar e responder à 
maioria das objeções, se disponível (BONJOUR, 2010). 
1.7 Dando razões para a verdade das premissas 
Tomamos com a primeira premissa: a filosofia do estudo sempre faz você pensar 
mais claramente. Esperando, pense sobre o que será envolvido no estudo da filosofia: 
você lerá muitos textos filosóficos diferentes, muitos períodos de história diferente, 
aprendendo o que os diferentes filósofos disseram sobre muitos tópicos diferentes. 
Além disso, uma vez que os autores são filósofos, eles geralmente discutem em favor 
de suas concepções, por isso é necessário entender e avaliar criticamente essas 
opiniões e esses argumentos em uma tentativa de entender o que você acha do 
argumento filosófico em questão. Além disso, uma vez que os filósofos devem discutir 
muitas outras questões durante a explicação e esclarecer suas concepções, 
apresentando argumentos e considerando as objeções a outras concepções (e, como 
veremos, incluindo a deles), um trabalho filosófico é geralmente bastante complicado, 
e todas as partes devem ser devidamente resolvido. 
Estudar a filosofia envolve a realização de cuidadosamente todos esses 
procedimentos. O que, portanto, é "pensar claramente" Sem dúvida, implica ser capaz 
de esclarecer várias ideias e opiniões que você acha, mas também fornece a ser 
lógica: considere e às vezes descubra as razões para essas opiniões, juntamente com 
a capacidade de avaliar efetivamente quando esses Razões são boas e quando 
Sononon. Uma habilidade para pensar é claramente a capacidade de manipular com 
 
19 
 
 
combinações complicadas de ideias, enquanto atenta às diferentes relações entre 
eles. E, como qualquer habilidade, leva tempo e prática para ficar bem. Você tem que 
pensar claramente para entender pelo menos os filósofos e deve ser capaz de pensar 
claramente para avaliar opiniões filosóficas. Quando você avalia uma opinião, você 
decide se é uma boa opinião (provavelmente verdade) ou uma má opinião 
(provavelmente falsa) e como filósofo, você tem que ter razões para fazer essa 
avaliação. 
Portanto, alguma filosofia - dada a maneira como explicamos essa ideia - ou 
aprenderam a pensar claramente para reflexão, ou ele já sabia que ele claramente 
pensou que tinha pensado claramente, mas agora, neste caso, muito mais prática e, 
portanto, provavelmente pensa mais claramente. Aqui está a defesa da primeira 
premissa: um motivo para pensar que a primeira premissa é verdadeira. Bem, vamos 
considerar uma defesa para a segunda premissa: a premissa que você explica é 
sempre vale a pena (BONJOUR, 2010). 
Claro, todos podemos concordar em fazer algo que ajuda você a conseguir o que 
você quer, que beneficia que se beneficia significativamente fazendo algo que 
aumenta sua capacidade de conseguir o que você quer (menos, é claro que o que 
você não faz quer é bom para você). 
Nós defendemos que claramente pensando sempre faz isso. Suponha, por 
exemplo, que cada uma das duas pessoas, chame-as de Joe e Doug, quer terminar a 
universidade da maneira mais eficaz possível e também assumir que Joe pensa muito 
mais claramente do que Doug. Suponha que Doug, de fato, nunca pense intensamente 
para manter os requisitos on-line da graduação ou até mesmo perceber que existem 
alguns desses requisitos. Suponha que, quando os supervisores sugerem Doug, que 
tira uma aula particular, Doug Wonders por que ou como esta classe concorda 
completamente ao seu programa. Doug provavelmente não tem um plano claro, mas 
ele tem o desejo de terminar a universidade da maneira mais eficaz possível. 
Suponha que Joe esteja constantemente aguçando suas habilidades de 
pensamento: Ele sempre pede ao supervisor para esclarecer seu conselho, ele 
sempre pergunta por que este é um bom curso, e ele claramente conhece os requisitos 
 
20 
 
 
de graduação. É razoável dizer que Joe é mais provável de realizar seu objetivo como 
Doug por causa da capacidade porque Joe é mais claro que Doug, e isso não é mesmo 
o melhor exemplo, é? Você não precisa pensar em uma clareza extraordinária O 
objetivo é chegar à faculdade a maneira mais eficaz. Imagine como é óbvio que você 
precisa pensar em ser um cidadão amoroso ou um amigo amoroso ou um grande pai. 
Segundo Bonjour (2010) ser capaz de distinguir entre acreditar em algo baseado 
no pensamento ilusório, em vez de acreditar que algo baseado em uma boa evidência 
pode fazer a diferença entre a realização de um bom trabalho e realizar um trabalho 
inadequado em muitas áreas de relacionamentos humanos. Portanto, pensar 
claramente sempre tem valor porque ajuda você a conseguir o que você quer: Não 
importa o que isso signifique ser um funcionário da justiça, um bom pai ou um perfeito 
inútil. 
Neste momento, oferecemos razões para acreditar que ambas as asserções são 
verdadeiras, e parece claramente claro que se as instalações forem verdadeiras, então 
a conclusão deve ser verdadeira. Então, apresentamos e defendemos um argumento, 
mas é suficiente justificar a reivindicação. É certamente uma justificativa, mas não é a 
justificativa mais forte que poderíamos dar. Uma justificação ainda melhor para uma 
reivindicação também contém consideração e responde a objeções ao nosso próprio 
argumento. 
 
1.8 Objeções: considerando razões contra a verdade das premissas 
Alguns alunos hesitam em considerar as objeções para um argumento que tenta 
se defender como parecem enfraquecer sua posição. Uma asserção que parece e 
reage a objeções é muito mais forte que uma asserção que não olha nenhuma 
objeção. Imagine, leia dois editoriais no jornal, um dos quais expressa suas opiniões 
políticas, enquanto a outra oposição explícita a eles. Suponha que cada peça 
argumenta a favor da sua posição sem considerar quaisquer pontos de vista 
alternativos que poderiam levar a objeções. 
 
21 
 
 
Quando você lê, com quem você concorda, infelizmente, muito fácil de 
acompanhar o argumento (você, afinal, você concorda com a conclusão). No entanto, 
quando você lê que não concorda, provavelmente pensa nas objeções da estrada, e 
você pode não se sentir contestada em seu próprio design, porque você acha que tem 
boas objeções pelas razões dadas em favor da conclusão. Que você não concorda. 
No entanto, imagine que a editora que não concorda com o envio de objeções 
semelhantes àqueles em que ele acha que ele lê e imagina que as respostas dadas 
por essas objeções são bastante convincentes. (BONJOUR, 2010). 
Você não se sente mais desconfortável negando a importância da opinião que 
ele está defendendo neste caso? Não seria parecido com o desafio do seu design mais 
sério? Analogimento, não seria a parte que argumenta em favor da opinião com a qual 
você está acostumado mais fortese você também considerar e responder a objeções? 
Qualquer opinião foi relatada apenas com base em um lado, sem levar em conta as 
perspectivas alternativas e as objeções resultantes, não são tão convincentes quanto 
uma opinião que examinou as objeções mais fortes e também mostrou como essas 
objeções, pouco importador pode receber uma resposta satisfatoriamente. É um hábito 
mental filosófico particularmente importante: veja muitos lados de uma pergunta - não 
ser satisfeito com uma perspectiva apenas. 
2 LENDO FILOSOFIA 
Com um pequeno esforço, quase qualquer um pode aprender a pensar 
filosoficamente. Contudo, você poderia perguntar o que é preciso fazer para trabalhar 
efetivamente na aquisição dessa habilidade. O primeiro e mais valioso recurso sobre 
o qual você deveria praticar o pensar filosoficamente é o conjunto de seleções de 
leitura neste livro (e quaisquer outros textos filosóficos que você puder ler). Todavia, 
aprendemos que os estudantes com frequência consideram a leitura da filosofia muito 
difícil, num primeiro momento, e assim incluímos alguns conselhos sobre ler filosofia 
junto com algumas breves ilustrações. 
 
22 
 
 
Embora esses conselhos sejam dirigidos em especial à leitura da filosofia, os 
principais pontos também se aplicam ao ato de assistir a uma conferência filosófica ou 
à participação numa discussão filosófica. O material filosófico é sobretudo 
argumentativo e crítico, quase nunca meramente expositivo. Você não lê filosofia com 
o intuito de reunir uma grande quantidade de fatos que então memorizará. Você deve 
ler filosofia como se estivesse pensando ativamente junto com o autor do texto, como 
se estivesse tendo uma conversação intelectual com ele. Os filósofos estão 
argumentando a favor de uma opinião ou posição. Você deve pensar no autor (ou no 
conferencista ou debatedor) como dizendo: “Olhe – isso é o que eu penso, e isso é 
por que eu penso assim. O que você pensa sobre isso? ”. Portanto, você deve sempre 
ter quatro perguntas em mente enquanto está lendo (ou ouvindo conferências, ou 
envolvendo-se em discussões com um outro filósofo): primeira, qual opinião ou 
posição o filósofo está defendendo? 
Em um artigo, a resposta a essa questão pode diferir em diferentes lugares: um 
artigo pode estabelecer mais do que um objetivo, e você deve perguntar como esses 
objetivos conectam-se uns com os outros. Note também que o que está sendo 
defendido num aspecto particular pode ser muito simples e geral (por exemplo, a 
alegação de que Deus existe) ou muito complicado e específico (por exemplo, a 
alegação de que uma objeção particular a um argumento particular de que Deus existe 
é equivocada) (BONJOUR, 2010). 
A segunda questão a perguntar é quais razões ou argumentos estão sendo 
oferecidos em suporte da opinião que está sendo defendida. Tente esquematizar as 
respostas a essas duas questões enquanto você lê – na sua cabeça ou, o que é 
melhor, no papel (talvez na margem do livro). Você, então, estará numa boa posição 
para fazer as próximas duas questões: o quão fortes são as razões oferecidas e há 
objeções a elas? É virtualmente impossível fazer isso enquanto se está relaxando 
numa disposição passiva da mente. 
Ler filosofia de modo bem-sucedido requer uma disposição mental ativa, crítica, 
imaginativa um dos hábitos mentais distintamente filosóficos que você precisa cultivar 
no intuito de aprender a pensar filosoficamente. Há uma fonte principal de confusão à 
 
23 
 
 
qual se deve prestar atenção. Como a filosofia é essencialmente reflexiva e crítica, um 
filósofo discutirá outras posições e argumentos além do que foi defendido num artigo 
particular. Isso pode incluir qualquer um dos seguintes pontos: 
1. posições opostas àquela defendida; 
2. posições semelhantes, mas ainda significativamente diferentes em algum 
aspecto, daquela defendida (em que a diferença ajuda a clarificar a opinião 
principal); 
3. argumentos em favor de posições opostas àquela defendida, que serão 
criticadas; 
4. objeções à própria posição do filósofo, às quais se responderá; 
5. às vezes, até mesmo argumentos a favor da opinião defendida que o filósofo 
não aceita e quer distinguir daqueles que de fato aceita. 
3 FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 
3.1 As exigências da reflexão filosófica 
Antes de você compreender a importância das reflexões e argumentações 
filosóficas, precisa conhecer o que é a filosofia. Conforme Bonjour, a filosofia pode ser 
considerada, literalmente, o amor pela sabedoria. Desde o seu surgimento, os filósofos 
se questionam e buscam argumentos acerca de questões muito complexas e definidas 
como as mais necessárias para a humanidade. A partir disso, eles desejam alcançar 
a sabedoria (BONJOUR, 2010). 
Para Silva (2010), os filósofos tecem reflexões e argumentos sobre os conceitos 
de verdade relativos. Afinal, há culturas e valores sociais e comunitários diferentes, de 
modo que a verdade não poderia ser única. Não sendo única, cabe dialogar e 
argumentar para identificar suas possibilidades. Você deve considerar ainda, no 
tocante à origem da filosofia, que: 
as culturas mais primitivas e as antigas filosofias orientais expunham suas 
respostas aos principais questionamentos do homem em narrativas primitivas, 
geralmente orais, que expressam os mistérios sobre a origem das coisas, o 
 
24 
 
 
destino do homem, o porquê do bem e do mal. Essas narrativas ou “mitos”, 
durante muito tempo consideradas simples ficções literárias de caráter arbitrário 
ou meramente estético, constituem antes uma autêntica reflexão simbólica, um 
exercício de conhecimento intuitivo (NOVA..., 1999, p. 21). 
Outro ponto a ser considerado sobre a definição da filosofia é a importância do 
ato filosófico sobre o conhecimento, ou seja, o produto do estudo da filosofia, seus 
resultados. Dessa forma, de maneira tradicional, os filósofos desbravam a essência das 
coisas abstratas, isto é, refletem sobre questões como verdade, conhecimento, 
pensamento, liberdade, dever, justiça, beleza e também a própria realidade (BONJOUR, 
2010). 
O surgimento da filosofia ocorreu no momento em que os gregos, admirados e 
espantados com a realidade, ou ainda insatisfeitos com os posicionamentos de suas 
tradições, iniciaram indagações na busca por respostas mais esclarecedoras. A ideia era 
que a explicação sobre o mundo e os seres humanos, bem como sobre os 
acontecimentos da natureza, pudesse ser conduzida a partir da racionalidade, isto é, a 
partir da razão humana, sendo esta capaz de permitir o conhecimento de si mesma 
(CHAUÍ, 1995). 
Para importantes filósofos, a reflexão e o pensamento são considerados uma 
purificação intelectual. Tal purificação possibilita ao espírito humano conhecer a verdade 
invisível, imutável, universal e necessária. Ou seja, as imagens sensoriais seriam falsas 
e mentirosas, cabendo abandoná-las para o alcance do conhecimento verdadeiro 
(CHAUÍ, 1995). 
Conforme destaca Chauí (1995), ao contrário de Sócrates e Platão, os sofistas 
aceitavam a validade e o uso das opiniões e das percepções sensoriais para a produção 
de argumentos de persuasão. Já Sócrates e Platão as consideravam fontes de erro ou 
formas imperfeitas de conhecimento. 
Para Bonjour (2010), uma versão mais atual e também modesta do conceito de 
filosofia destacaria que os filósofos descobrem o conhecimento a partir de uma análise 
mais precisa dos conceitos empregados no processo de reflexão e pensamento. Ou seja, 
eles buscam os significados das palavras correspondentes a esses conceitos. Outro 
aspecto a ser considerado diz respeito ao fato de que diversas áreas de investigação 
 
25 
 
 
surgem a partir dos preceitos filosóficos. Nesse sentido, surgem a ciência e suas várias 
ramificações para explicar e responder aos questionamentos filosóficos. 
Bonjour (2010, p. 21) afirma que: “Isso acontece, aproximadamente, quando as 
questões envolvidas se tornam definidasde modo suficientemente claro para tornar 
possível investigá-las em termos científicos, através de observação empírica e de 
teorização com base empírica”. Aristóteles foi um dos principais filósofos que se 
preocuparam com a classificação dos campos do conhecimento filosófico. Ele conceituou 
esses campos como ciências produtivas, ciências práticas e ciências teoréticas, 
contemplativas ou teóricas, estas últimas sendo salientadas pelo filósofo como o ponto 
mais alto na metafísica e na teologia e como a origem de todos os outros conhecimentos 
(CHAUÍ, 1995). 
Contudo, segundo Bonjour (2010, p. 21): 
 
Enquanto virtualmente todo tipo de conhecimento foi parte da filosofia para o 
filósofo grego da Antiguidade Aristóteles, a física e a biologia tem sido separadas 
da filosofia por muito tempo, com outras áreas seguindo por esse caminho mais 
recentemente. (Por exemplo, até́ o final do século XIX, a psicologia ainda era 
vista como parte da filosofia.) Isso sugere que a filosofia pode ser identificada, 
ainda que um tanto indiretamente, como a origem daqueles temas que as 
pessoas ainda não aprenderam a investigar em termos científicos. Isso inclui 
alguns temas com respeito aos quais é difícil imaginar que isso jamais aconteça, 
porque são demasiado gerais, demasiado difíceis e, possivelmente, demasiado 
fundamentais. 
Você ainda deve considerar que, para a grande maioria dos filósofos, há um 
consenso no tocante à história da filosofia, sendo ela importante para a própria natureza 
da filosofia e para a continua investigação filosófica. Afinal, uma das atividades filosóficas 
principais concentra-se no objetivo de entender a natureza essencial das coisas (ou dos 
conceitos), ou seja, a clarificação dos fatos. Os filósofos constantemente criam 
discussões sobre o que realmente significam as palavras (BONJOUR, 2010). 
O autor ainda exemplifica esses aspectos por meio dos diálogos de Platão, 
principalmente os relacionados a noções morais como estas: “O que é a coragem? ”, “O 
que é a justiça? ”, “O que é o conhecimento? ”, “O que é a piedade? ”. 
 
26 
 
 
3.2 Conceitos relacionados à reflexão filosófica e à argumentação 
Antes de você conhecer os principais conceitos relacionados à reflexão filosófica, 
deve se questionar o seguinte: para que serve a filosofia? Como você pode notar, o 
mesmo questionamento não costuma ser feito com relação a áreas como a 
matemática ou a física. 
Segundo Chauí (1995, p. 12), “Em geral, essa pergunta costuma receber uma 
resposta irônica, conhecida dos estudantes de filosofia: ‘A filosofia é uma ciência com 
a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual’, isto é, não servindo para nada”. 
Com base nessa perspectiva, afirma-se muitas vezes que a filosofia não tem serventia 
e que os filósofos pensam em coisas que não levam a lugar algum, ao contrário do 
que acontece nas ciências cuja finalidade e cuja utilidade são facilmente identificadas. 
Nesse sentido, as ciências são comumemente reconhecidas como conhecimentos 
verdadeiros, alcançados a partir de procedimentos legítimos. 
Entretanto, para Chauí (1995, p. 12–13): 
[...] verdade, pensamento, procedimento para conhecer fatos, relação entre teoria 
e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões 
filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a 
filosofia quem as formula e busca respostas para elas. 
No tocante à valorização da filosofia, você deve ter em mente que essa área se 
relaciona ao exercício do pensamento lógico, crítico, aguçado. A partir dela, é possível 
perceber que o pensar é algo importante e elaborado, especialmente pelo fato de que o 
pensamento transcende a repetição, que é o ocorre em outras teorias. Assim, o 
pensamento é um processo singular, pois o tempo, a forma e a circunstância em que ele 
ocorre são intrínsecos ao que se pensa (SILVA, 2010). 
Com base nas características da atitude filosófica, você pode perceber que ela 
está relacionada à capacidade de conhecer e de pensar, tornando-se um pensamento 
interrogativo de si mesmo, isto é, a filosofia se realiza como reflexão (CHAUÍ, 1995). 
Pode-se afirmar ainda que a “atitude filosófica” é a atitude de quem tem coragem 
de questionar a si e ao mundo no qual está inserido a fim de descobrir crenças, escolhas 
e experiências (SILVA, 2010, p. 4). 
 
27 
 
 
A atitude filosófica, ou ainda o método do pensamento filosófico, demanda um 
conjunto de habilidades e alguns hábitos intelectuais diferenciados, também 
denominados hábitos filosóficos da mente. Esses hábitos correspondem ao exercício das 
concepções e dos argumentos filosóficos desenvolvidos, isto é, implicam clarificar e 
justificar alegações (BONJOUR, 2010). 
Chauí (1995, p. 14–15) esclarece que a reflexão filosófica se organiza a partir de 
pelo menos três grandes conjuntos de perguntas ou questões, como você pode ver a 
seguir: 
1. Por que as pessoas pensam o que pensam, dizem o que dizem e fazem o que 
fazem? (motivos, razões e causas para o que se pensa, diz e faz); 2. O que as 
pessoas querem pensar quando pensam, o que querem dizer quando falam, o 
que querem fazer quando agem? (sentido do que se pensa, diz e faz); 3. Para 
que as pessoas pensam o que pensam, dizem o que dizem, fazem o que fazem? 
(intenção do que se pensa, diz e faz). 
Resumidamente, você pode considerar que a atitude filosófica questiona o que é 
pensar, falar e agir. A atitude filosófica está atrelada ao “o que é? ”, ao “como é? ” e 
ao “por que é?”, tudo com base no mundo (essência, significação, estrutura e origem 
de todas as coisas). Já a reflexão filosófica remete a questionamentos como “por quê? 
” e “o quê?” Relacionados aos pensamentos do sujeito no ato da reflexão (capacidade, 
finalidade humana para conhecer e agir) (CHAUÍ, 1995). 
Você deve também compreender os significados relativos aos argumentos, pois, 
de acordo com a afirmativa de justificação, um filósofo normalmente justifica uma 
alegação remetendo a um argumento. 
Conforme apregoa Bonjour (2010, p. 24), “Em filosofia, um argumento não é uma 
discordância ou uma briga”. 
Assim, a ideia principal relacionada a um argumento filosófico diz respeito à 
justificação de uma alegação, isto é, é preciso estabelecer premissas para evidenciar 
que a conclusão do argumento é verdadeira. Nesse sentido, determinados argumentos 
podem ser considerados argumentos dedutivos validos, os quais estão relacionados 
aos argumentos cujas premissas, se verdadeiras, garantem a verdade da conclusão 
(BONJOUR, 2010). 
 
28 
 
 
3.3 Premissas e inquietudes filosóficas no contexto educacional 
Você viu até aqui que a filosofia, a reflexão filosófica e a argumentação são temas 
muito complexos. Portanto, para entendê-los não basta compreender uma definição 
única da filosofia. Em linhas gerais, o estudo da reflexão e da argumentação envolve 
concepções sobre a visão de mundo, a sabedoria da vida, o esforço racional para 
conceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido, além de uma 
fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas (CHAUÍ, 1995). 
Os elementos inerentes da filosofia estão relacionados numa essência teórica, o 
que não significa que essa essência esteja definida como uma doutrina ou saber 
acabado. 
Como afirma Aranha (1993, p. 72), “Para Platão, a primeira virtude do filósofo é 
admirar-se”. Nesse sentido, o termo “admiração” trata-se da condição relacionada à 
problematização, isto é, a filosofia não é tida como dona da verdade, e sim como 
propulsora da busca por essa verdade. Você viu também a complexidade da 
argumentação. 
Para haver um bom argumento, duas coisas são necessárias: o argumento tem 
de ser valido e suas premissas precisam ser verdadeiras. Além disso, um argumento 
pode ser ruim, mesmo que suas premissas e sua conclusão sejam verdadeiras. 
Como exemplo, considere: A terratem uma lua. John F. Kennedy foi 
assassinado. Portanto, a neve é branca. (RACHELS; RACHELS, 2014, p. 33) 
As premissas do argumento e sua conclusão são verdadeiras. Entretanto, trata-
se de um argumento ruim, pois não é válido, uma vez que sua conclusão não decorre 
das premissas. Esse exemplo permite clarificar os pontos lógicos essenciais, que são 
aplicáveis à análise de qualquer argumento, trivial ou não. Para ilustrar, considere 
como esses pontos podem ser usados para analisar argumentos e também questões 
mais importantes e controversas que estão vinculadas ao processo de reflexão 
filosófica, principalmente com base no ceticismo moral (RACHELS; RACHELS, 2014). 
A complexidade de todos esses aspectos permite que você perceba que a 
filosofia deve ser encarada como uma disciplina formadora. Ela contribui para o 
 
29 
 
 
desenvolvimento de competências e habilidades essenciais, pois está extremamente 
relacionada com o entendimento significativo e crítico do mundo e da cultura 
(GRETER, 2010). 
Conforme destaca Aranha (1993), a filosofia é uma atitude consolidada a partir 
de uma concepção de pensar e refletir constantemente. Assim, é considerada a partir 
de um pensamento instituinte, já que questiona, interroga o saber, o conhecimento 
instituído. Para o filósofo, a teoria não corresponde a um saber abstrato. A autora ainda 
afirma que a filosofia não está encarregada de fazer juízos de valor, contrariando as 
ações da ciência. O processo de filosofar parte das reflexões acerca das experiências 
vivenciadas pelo homem, evoluindo suas constatações com base também no que 
deveriam ser tais experiências. Além disso, esse processo busca identificar como são 
as ações, isto é, julgar o valor da ação, objetivando extrair o seu significado (ARANHA, 
1993). 
Para você compreender a relação entre as premissas e inquietudes dos filósofos 
e a educação, deve conhecer o conceito de educação e os elementos filosóficos que 
o constituem, especialmente no que se refere à sua relação com o conceito de cultura, 
dentro de uma perspectiva também filosófica. 
Você pode considerar ainda que a filosofia é necessária pois, por meio da 
reflexão, ela dá ao homem mais de uma perspectiva, indo além da dimensão 
relacionada ao agir imediato em que “[...] o homem prático se encontra mergulhado” 
(ARANHA, 1993, p. 75). 
Assim, a filosofia permite a transcendência humana, ou seja, corresponde à 
capacidade do homem de superar o cenário posto. Com isso, o ser humano se 
apresenta como um ser de projeto, pois constrói o seu destino por meio da liberdade 
que tem para isso. 
Para Aranha (1993, p. 75), “[...] o distanciamento é justamente o que provoca a 
aproximação maior do homem com a vida”. Sendo assim, oportuniza a evolução, 
rompendo com a estagnação. Você pode ainda visualizar a filosofia como um 
movimento em busca da verdade. 
 
30 
 
 
Parte-se do pressuposto de que existe uma certeza, mas ao mesmo tempo 
também se nega essa certeza por meio da superação proposta pela síntese. Tal 
síntese promove uma nova tese, isto é, uma nova certeza. 
Para Aranha (1993), a filosofia ainda é a procura da verdade, não a sua posse. 
Cabe salientar que um estilo reflexivo também deve ser considerado no tocante à 
prática educativa, em que pese especialmente o ato de ensinar. Afinal, a filosofia não 
se confunde com transmissão de conteúdo: ela é meio de aquisição de conhecimento. 
O aluno precisa adquirir o hábito da reflexão com método e fundamento. 
Nesse sentido, Savater (1998, p. 176) ressalta que o papel da escola não é 
transmitir a cultura dominante, mas principalmente “[...] o conjunto de culturas em 
conflito do grupo no qual ela nasce”. Assim, é primordial a educação promover 
alternativas para os educandos, atribuindo significativa responsabilidade àquele que 
pretende educar. Por fim, você pode considerar que estudar os conceitos filosóficos e 
os elementos da reflexão filosófica tem o objetivo de “[...] desmascarar a realidade 
utilizando a própria realidade como matéria” (SILVA, 2010, p. 4). 
Ou seja, cabe ao professor empregar os elementos da reflexão filosófica nos 
temas inerentes ao contexto do educando para, assim, possibilitar a discussão. A ideia 
é contemplar esses temas num processo de ensino e aprendizagem que permita o 
desenvolvimento de um pensamento mais amplo e crítico do aluno diante da sua 
realidade. 
4 A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: POR QUE, O QUE E COMO ENSINÁ-LA? 
Com a promulgação da Lei 11.684, de 2 de junho de 2008, a Filosofia volta a 
ser uma disciplina obrigatória nas escolas brasileiras, função que ela não 
desempenhava desde 1961 (Lei nº 4.020/61). Segundo a nova lei, o ensino de Filosofia 
(assim como o de Sociologia) assume um caráter de obrigatoriedade em todas as 
séries do ensino médio, a última etapa da educação básica no país. Diante desse 
cenário, profissionais envolvidos com o ensino, principalmente com o ensino de 
Filosofia – sejam eles professores universitários, de ensino médio ou mesmo 
 
31 
 
 
estudantes – são novamente convocados a pensar questões fundamentais sobre a 
disciplina: é preciso saber por que, afinal de contas, deve-se ensinar Filosofia para os 
jovens do ensino médio, e quais conteúdos e metodologias devem ser empregados 
para atingir esses objetivos (SILVA,2011). 
Se essas são perguntas ainda em aberto, isso se deve ao fato de a Filosofia 
não ter se desenvolvido plenamente como disciplina, para o que lhe teria sido 
necessária uma base institucional estável que a reconhecesse como integrante do 
currículo escolar brasileiro em caráter de obrigatoriedade. A Filosofia, portanto, é uma 
disciplina cuja situação difere essencialmente de outras áreas mais tradicionais, como 
o Português, a Matemática, a Biologia, que tiveram sua identidade construída ao longo 
dos anos. É bem verdade que alguns esforços têm sido feitos no sentido de oferecer 
respostas àquelas questões. 
Um exemplo disso são as publicações oficiais, como os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN de 1999, PCN+ de 2002). O novo quadro institucional em 
que nos encontramos sugere, porém, que é preciso mais do que indicações acerca 
dos fins que se pode/ deve atingir com a Filosofia como componente curricular do 
ensino médio. Nesse sentido, as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, de 
2008, constituem-se como um importante material para quem pensa sobre o assunto, 
especialmente para aqueles que estão ou estarão em breve nas escolas na condição 
de professores da área (SILVA,2011). 
 
 
Fonte: www.ufla.br/dcom.br 
 
32 
 
 
Esse é o caso dos estudantes brasileiros matriculados nos cursos de 
Licenciatura em Filosofia. Diante de uma infinidade de possibilidades tanto em relação 
à escolha de métodos como à de conteúdos e fins – o que se deve à ausência de bons 
materiais didáticos sobre o tema – e na iminência da realização de seus estágios, 
esses futuros professores deparam-se com os problemas centrais que há pouco 
enunciamos: por que, o que e como ensinar Filosofia? É precisamente nesse registro 
que se insere a presente investigação: trata-se de uma série de reflexões acerca do 
espaço da Filosofia nas escolas, uma tentativa bastante incipiente de responder às 
questões centrais sobre a importância da Filosofia para o ensino médio. 
Costuma-se dizer que, em razão da ausência ou escassez de profissionais 
qualificados, fazer da Filosofia um componente curricular das escolas brasileiras, 
quanto mais em caráter de obrigatoriedade, seria adotar uma medida, se não 
improfícua, ao menos perigosa: sua má condução serviria para doutrinar em vez de 
promover o desenvolvimento de pessoas intelectualmente autônomas. Ora, a falácia 
desse raciocínio consiste em que é perfeitamente possível concordar-se acerca da 
necessidade de profissionais qualificados na área para que bons resultados sejam 
atingidos por essa disciplina; que, alémdisso, há escassez desses profissionais (o que 
não parece ser o caso) sem, contudo, aceitar sua conclusão, segundo a qual a 
Filosofia não deveria ser introduzida no currículo escolar, dizendo simplesmente: “Se 
é qualificação que está faltando, e se é esta uma disciplina que contribui efetivamente 
para o desenvolvimento do educando, aos estudos, pois!” (SILVA,2011). 
Acrescente-se a isso a expansão dos cursos de graduação que atualmente vem 
ocorrendo nas Universidades brasileiras e teremos menos razões para levar a sério 
tal objeção. De fato, não é preciso muito tempo para se perceber a fraqueza de alguns 
dos argumentos relacionados a essa discussão. O do parágrafo anterior é um exemplo 
disso: não se pode recusar a condição de disciplina escolar à Filosofia alegando 
unicamente que existem poucas pessoas capazes de ensiná-la adequadamente, 
mesmo que este seja o caso. 
Oferecer maus argumentos, porém, não é exclusividade daqueles que se 
opõem à Filosofia no ensino médio. Assim, poder-se-ia dizer que a Filosofia deve ter 
 
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lugar nas escolas apelando simplesmente para o - recentemente estabelecido - caráter 
legal desse procedimento, ou seja, dizendo que porque a lei determina (o que em parte 
é uma boa razão), a Filosofia deve ser ensinada para os jovens nas escolas do país. 
Ora, como nos mostra a experiência, ninguém ficaria satisfeito ao ouvir de seu 
interlocutor algo semelhante. Isso porque uma resposta nesses termos legitima a 
introdução da seguinte questão, a qual, de certo modo, repõe o problema: Por que, 
afinal de contas, existe e deve existir uma lei que determine a presença da Filosofia 
no currículo escolar oficial para o ensino médio? Responder a essa questão, assim 
reformulada, é nosso objetivo neste capítulo. E aqueles que se contentarem com 
quaisquer das respostas enunciadas há pouco deverão ter em mente seu caráter 
falacioso. Em A Filosofia vai à Escola, Matthew Lipman realiza uma série de reflexões 
acerca da situação educacional dos EUA da década de 80. Como alternativa àquele 
quadro, ele apresenta uma proposta segundo a qual a escola – o sistema educacional 
como um todo – deveria ser reorganizada com vistas a desenvolver uma “educação 
para o pensar”, ou seja, uma educação que visasse não ao acúmulo de informações, 
mas ao desenvolvimento de habilidades de pensamento (SILVA,2011). 
Segundo esse projeto, a Filosofia teria um papel central nas escolas, sendo 
encarada como disciplina obrigatória já no ensino fundamental. Ademais, todas as 
disciplinas deveriam adotar uma postura filosófica em relação ao conjunto de 
conhecimentos de que se ocupam, investigando seus próprios fundamentos, métodos 
e, por que não, as soluções para os problemas que ordinariamente se lhes 
apresentam. Apesar da enorme relevância e da boa justificação apresentada por 
Lipman, um projeto como o seu, que diz respeito à escola como um todo, não é o que 
temos em mente neste trabalho. 
Aqui, interessa-nos apenas defender a importância da Filosofia como disciplina 
do currículo escolar para a formação dos indivíduos, e não como uma disciplina cujo 
modo de proceder deva ser adotado por toda a escola, o que, dado o caráter de nossa 
pesquisa, seria muita pretensão. No entanto, há um ponto em especial (entre tantos 
outros) que chama a atenção naquele livro: a importância que Lipman concede à 
Filosofia no processo de formação de cidadãos, e de bons cidadãos. 
 
34 
 
 
Com efeito, há um capítulo cujo título é “Educação para os valores cívicos”, no 
qual o autor defende não um conjunto determinado de valores, mas o desenvolvimento 
de habilidades de pensamento requeridas para quem quer que se pretenda um bom 
cidadão, como a capacidade de conversação em grupos, de autocorreção contínua 
em relação a debates sobre ética, bem como a disposição para agir conforme a 
racionalidade expressa nas instituições públicas democráticas, habilidades que 
somente são alcançadas, segundo ele, mediante a exposição sistemática das pessoas 
ao exercício comum do raciocínio. 
Assim, muito porque a Filosofia contribuiria para a formação de bons indivíduos 
enquanto cidadãos, ela deveria ser adotada pelas escolas. Nessa mesma linha, a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 22) afirma que uma das finalidades 
da educação básica é “desenvolver o educando” e “assegurar-lhe a formação comum 
indispensável para o “exercício da cidadania” (SILVA,2011). 
Com uma ênfase um pouco diferente dessas duas abordagens, nosso 
argumento em favor do ensino de Filosofia não consiste tanto na indicação de sua 
contribuição para a prática da cidadania por parte dos indivíduos (embora esta seja 
uma das finalidades da educação básica e apesar de a Filosofia colaborar com sua 
realização), como no fato de que, mais do que qualquer outra disciplina, a Filosofia 
promove “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação 
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, um dos 
objetivos do ensino médio segundo a LDB, com o qual estamos plenamente de acordo. 
Como se disse, isso não significa que a Filosofia não contribua ou não seja 
importante para a formação de bons cidadãos, mas apenas que seu papel não se 
restringe a isso. Resumidamente, portanto, a Filosofia deve ter espaço no ensino 
médio porque, se comparada a outras disciplinas, ela é quem melhor realiza o disposto 
no Inciso III do Art. 35 da LDB. Por certo, a essa primeira formulação da resposta não 
faltariam objeções. 
Muitos fatalmente se sentiriam tentados a questionar: “Será que a Filosofia 
contribui realmente para a realização daqueles fins? ”. “Supondo que esse seja o caso, 
por que ela deveria ser ensinada nas escolas, simplesmente porque contribui para 
 
35 
 
 
uma das finalidades do ensino médio segundo uma lei? ”; e ainda: “Se esta resposta 
for afirmativa, não se estará incorrendo no erro que há pouco acusamos, ou seja, não 
se estará recorrendo a um expediente sofístico para justificar seu lugar nas escolas 
brasileiras? ” 
Tais questões, longe de nos serem indesejáveis, servirão como fio condutor 
para o nosso raciocínio em favor da Filosofia no ensino médio. Assim, mostraremos, 
em primeiro lugar, que a Filosofia realiza aqueles fins e, em seguida, que é porque 
aquelas são habilidades que estimamos por si mesmas que a lei as prescreve, de 
modo a mandar para longe qualquer acusação de que nossa resposta é em alguma 
medida inadequada (SILVA,2011). 
Segundo o Inciso III do Art. 35 da LDB, um dos objetivos do ensino médio é “o 
aprimoramento do educando como pessoa humana”, ou seja, como sujeito ético, 
intelectualmente autônomo, cujo pensamento é crítico, como mostra a continuação 
daquele texto. Ora, quem quer que se tenha familiarizado com o empreendimento 
filosófico – seja por meio da leitura dos clássicos, seja por uma tendência natural a 
pensar detidamente sobre questões intrigantes – não terá nenhuma dificuldade em 
reconhecer que a Filosofia estimula e desenvolve nas pessoas o senso crítico, algo 
que é essencial para que elas atinjam sua autonomia intelectual. 
Com efeito, pensar por si não significa ter ideias diferentes das de todos os 
seres humanos, mas apenas que, diante dos pensamentos alheios (de filósofos ou 
não-filósofos), o indivíduo intelectualmente autônomo adota não adota uma postura 
passiva: ele exige que tais pensamentos sejam acompanhados de razões; que, além 
disso, sejam boas essas razões, para, somente então, darlhes assentimento. Desse 
modo, ele é primeiro crítico, e então autônomo. Segundo uma tradição inteira de 
pensamento, o exercício propriamente filosófico consiste no engajamento em 
questões para as quais a mente humana naturalmente desperta, diante do que somos 
tentados a buscar respostas que convençam não apenas aos outros, como a nós 
mesmos. É característico da Filosofia problematizar lugares-comunsvalendo-se do 
uso sistemático da pergunta “Por quê? ” (SILVA,2011). 
 
36 
 
 
Ela nos ensina a ter aversão pelas meras opiniões, pela ausência de 
fundamento, pelo dogmatismo cego. Por essa mesma razão, seu exercício contribui 
para a formação de indivíduos éticos, que quando envolvidos em questões morais 
sentem a necessidade da justificação, de uma base racional para escolher qual 
alternativa terá lugar em suas ações Ademais, a Filosofia nos ensina a sermos críticos 
e isso não significa tudo criticar, no sentido em que estamos habituados a utilizar esse 
termo. Caso contrário, os jovens, especialmente os adolescentes, não teriam a 
necessidade de realizar quaisquer esforços para se tornarem intelectualmente críticos 
e autônomos. A Filosofia, diferentemente do que se costuma pensar, estimula um 
senso crítico que difere essencialmente de posturas céticas e preconceituosas: 
procedendo filosoficamente, não se pode recusar uma teoria ou argumento sem antes 
compreendê-los. (SILVA,2011). 
Seu exercício nos ensina como regra de método primeiro entender os textos 
para, somente então, avaliá-los. Se, portanto, a compreensão é requerida para que os 
indivíduos possam se desenvolver como sujeitos críticos e autônomos, 
intelectualmente falando, sendo a Filosofia especialmente eficaz nesse processo, não 
se lhe pode recusar um espaço na escola, sobretudo em nosso país, onde a maioria 
dos jovens sai da escola sem sequer ter desenvolvido a capacidade de compreender 
o que lê. Logo, a Filosofia deve ter espaço no ensino médio (e, se possível, não apenas 
nesse nível de ensino) porque ela é capaz de formar indivíduos intelectualmente 
autônomos, que pensem por si mesmos, para o que é necessário o estímulo à postura 
crítica, algo que, por sua vez, só é possível quando se tem desenvolvida a habilidade 
de ler e interpretar textos, o que mais propriamente constitui o objeto e método 
filosóficos. 
A introdução dessa disciplina nas escolas auxiliará os jovens na identificação e 
avaliação de argumentos e opiniões sobre quaisquer assuntos, bem como os 
estimulará a criarem por si mesmos seus próprios argumentos, tornando-os assim 
pessoas intelectualmente autônomas. Compreender, questionar, avaliar e criar 
argumentos sistematicamente, habilidades que são desenvolvidas mediante o estudo 
 
37 
 
 
da Filosofia e que estão entre os objetivos do ensino médio segundo o Inciso III do Art. 
35 da LDB, ainda que expressas por outros termos. 
Com efeito, que a Filosofia auxilie no desenvolvimento daquelas habilidades, 
uma rápida análise do modo como procedem aqueles que se dedicam a seu estudo 
prova suficientemente. No entanto, pode-se legitimamente perguntar por que tais 
habilidades devem ser visadas pela educação. Em outras palavras: Por que “o 
aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o 
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico” é algo em vista do 
que se deve organizar a escola, especificamente o ensino médio? Por certo, depois 
de ter acusado o golpe por mais de uma vez, não poderíamos nos contentar em 
responder a essas questões apelando unicamente para o aspecto jurídico em que se 
assenta a educação nacional, do mesmo modo que não pudemos nos valer 
unicamente do caráter legal do ensino de Filosofia para justificar sua presença no 
ensino médio. 
Quanto a esse ponto, porém, pouca coisa precisará ser dita. A Filosofia deve 
ter lugar no currículo escolar oficial em caráter de obrigatoriedade porque ela é uma 
disciplina que contribui para o desenvolvimento dos indivíduos como sujeitos éticos 
(não no sentido de que tais indivíduos sempre agirão corretamente, mas no sentido de 
que agirão conforme o pensamento, segundo razões) e como pessoas 
intelectualmente autônomas (capazes de formular os próprios argumentos e de 
defenderem racionalmente suas posições), que estão acostumadas ao 
empreendimento crítico (que têm repulsa pela mera opinião e pela conduta 
injustificada), qualidades que nós estimamos por si mesmas, não porque a lei 
determina, e isso em virtude do modo como somos constituídos, ou seja, 
humanamente falando (SILVA,2011). 
Pois haverá qualidade mais desprezível em uma pessoa do que sua disposição 
para concordar passivamente com quaisquer pensamentos alheios, sem pedir maiores 
esclarecimentos sobre nada do que se diz? Ou será que, por causa de um relativismo 
contemporaneamente em voga, deixaremos de apreciar e elogiar indivíduos que 
pensam por si mesmos? Assim, é porque nós naturalmente as apreciamos que 
 
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aquelas qualidades devem ser finalidades a serem atingidas pela escola e, 
particularmente, pelo ensino de Filosofia. 
Ora, do mesmo modo que o senso comum e a posição dogmática são para nós 
atitudes desprezíveis, algo de que temos aversão, assim também o indivíduo 
intelectualmente autônomo se nos apresenta como objeto de admiração, e isso é uma 
questão de fato. Ademais, além desse agrado imediatamente produzido em nós pela 
contemplação de tal indivíduo, tais qualidades são favoráveis à manutenção do Estado 
democrático em que vivemos, na medida em que se opõem à adesão irrefletida dos 
indivíduos a movimentos de massa, às ditaduras e totalitarismos dos quais a História 
nos dá muitos exemplos. 
De fato, muito do apreço que temos por pessoas que atingiram a maioridade 
(para adotar uma linguagem kantiana) deriva de sua disposição favorável à 
manutenção de um tipo de sociedade que julgamos ser o mais justo para os seres 
humanos. Portanto, é porque as estimamos por si mesmas, seja por utilidade ou por 
um agrado imediato, que qualidades como o pensamento crítico e a autonomia 
intelectual devem ser visadas pela educação. Dada a contribuição da Filosofia para a 
realização e o desenvolvimento dessas habilidades, estabelecemos a conclusão 
segundo a qual a Filosofia deve ter espaço não apenas no ensino médio, mas também 
nos outros níveis da educação básica, se houver recursos para isso. Sua presença 
nas escolas sem dúvida será mais justificada do que a de outras disciplinas mais 
tradicionais, cujos objetivos se perderam ao longo dos anos. (SILVA,2011). 
4.1 Conteúdos e Métodos para o ensino de Filosofia 
Uma vez estabelecida a conclusão segundo a qual a Filosofia tem lugar nas 
escolas brasileiras, surge imediatamente a seguinte questão: de que modo a disciplina 
deve ser organizada para atingir aqueles fins que esperamos que ela realize? Em 
outras palavras: o que e como se deve ensinar Filosofia para que os estudantes se 
tornem pessoas intelectualmente críticas e autônomas? No presente capítulo, 
 
39 
 
 
proponho algumas reflexões acerca dos conteúdos e métodos a serem empregados 
por esta disciplina no ensino médio. 
No que diz respeito aos conteúdos a serem utilizados nas aulas de Filosofia, 
segui a sugestão das Orientações Curriculares, segundo a qual “Cabe insistir na 
centralidade da História da Filosofia para o tratamento adequado de questões 
filosóficas”, bem como o acesso aos textos clássicos, pois desse modo mantém-se a 
especificidade da disciplina e do exercício de análise propriamente filosófico, sem o 
que a Filosofia não contribuiria para o desenvolvimento daquelas habilidades em razão 
das quais defendemos seu espaço nas escolas, dando margem à postura dogmática 
por parte dos professores. 
Essa posição reafirma, consequentemente, a necessidade de formação 
específica para o professor de Filosofia, algo que é requerido para se ter um bom 
acesso ao texto filosófico clássico: diferentemente do que se poderia pensar, o 
empreendimento filosófico não é algo a que estejamos todos desde sempre habilitados 
a fazer corretamente, quanto mais a condução de uma aula sobre tais assuntos. 
Temos, portanto, uma continuação do raciocínio precedente: a Filosofia defendida há 
pouco como de grande valor para a formação dos indivíduos não era senão a Filosofia 
tal

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