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FACULDADE BAIANA DE DIREITO CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO TURMAS: 7 Semestre A Matutino PROFESSORA: DANIELA DE ANDRADE BORGES Aluna: Vitória Antonya Campos Sacramento Avaliação Unidade I 1) FAÇA UMA REDAÇÃO ENTRE 25 E 30 LINHAS SOBRE O TEMA “EQULÍBRIO ORÇAMENTÁRIO E PROCEDIMENTO DE EFETIVAÇÃO DE DESPESAS NA LEI 4.320/64”. (2,0) As despesas públicas vão ocorrer em dois momentos: a despesa pública prevista na lei orçamentária anual de forma abstrata e a despesa pública efetivada, ou seja, ela é realizada pela ação do dinheiro realmente saindo dos cofres públicos, então é a execução da despesa pública. Dentro dessa perspectiva de análise das despesas públicas, analisamos sobre as etapas dessa realização das despesas públicas. E dentro dessa regulamentação possui dois aspectos principais. O primeiro ponto é a preocupação com equilíbrio fiscal, em que toda estrutura tem por objetivo garantir que não se gaste mais do que se arrecada, então no final das contas essa forma e esse regramento para efetivação da despesa tem uma preocupação imensa em garantir que as contas públicas fechem, ou seja, não se gaste mais do que se arrecada. A outra perspectiva vem no sentido de organização das contas públicas atrelada a lógica da legalidade, um plano de fundo em haver gestão e organização e ao fato da própria sociedade autorizando para onde vai os recursos arrecadados, na medida em que, toda autorização para realização de despesa depende de lei previamente como instituiu a lei orçamentária. Então, a lei 4.320/64 vai regulamentar essa efetivação da despesa pública em quatro etapas: empenho, liquidação, ordem de pagamento e por fim o pagamento. A primeira etapa do empenho é a que mais está ligada ao princípio do equilíbrio orçamentário. Tal etapa constitui-se em não gastar mais do que se arrecada, a lei orçamentária anual vai fazer uma previsão de receita e uma autorização de despesa. Quanto á doutrina são dois os estágios pelos quais deve passar uma despesa pública até sua efetivação, a fixação (ou instituição) e a realização. Na fase de fixação das despesas públicas compreende-se na elaboração da proposta orçamentária e a conversão da proposta em orçamento público, ou seja, o ato legislativo. Na fase da realização é onde a despesa passa a ser efetivada, quando, então, são tomadas as providências necessárias à saída do dinheiro dos cofres públicos. Inseridos nesta fase os estágios necessários percorrer até a efetivação das despesas públicas, a programação; a licitação; o empenho; a liquidação; ordem de pagamento; suprimento e finalmente o pagamento.1 2) Sobre receitas públicas: a) Explique a classificação doutrinária das receitas públicas quanto à origem e regularidade. (1,5) Quanto á origem constituísse ao próprio significado literal da palavra, fonte, procedência, proveniência, ou seja, as receitas públicas em relação á sua origem é a natureza jurídica da relação que se estabelece entre o Estado e a pessoa que entrega o dinheiro aos cofres públicos. Ela é classificada em três: originária, derivada e transferida. A receita originária decorre da exploração, pelo Estado, de seus próprios bens ou quando pode exercer atividade sob o que se denomina de direito público disponível. Ou seja, é a receita oriunda da exploração econômica de bens de qualquer natureza pertencentes ao próprio patrimônio público ou mesmo pela sua disposição, obtida segundo regras de direito privado. Também é denominada como receita do domínio privado (ou de economia privada ou, ainda, de direito privado, pois se origina dos próprios bens ou atividades do Estado, da mesma forma que ocorre com um particular. Apesar de haver divergência entre doutrinadores quanto ao conceito, visto que, por exemplo, para José Dalton Vitorino Leite2 entende que nem sempre as receitas serão obtidas pelo próprio patrimônio do estado, mas também por meio do patrimônio de particulares, evidenciando que o efetivamente importa para uma classificação jurídica das receitas públicas é a natureza das relações que se verificam para sua obtenção. Por outro lado, Rubens Gomes de Sousa radicalmente entende que as receitas públicas são sempre provenientes do patrimônio particular. Superando as divergências, vale salientar que quanto à origem das receitas públicas o que efetivamente importa, é a natureza das relações que se verificam, para sua obtenção, entre o Estado que as arrecada e a pessoa que as fornece. As receitas p. quanto à regularidade ou periodicidade com que os recursos ingressam nos cofres do Estado existe a subdivisão em: receita ordinária e extraordinária. As ordinárias são as receitas havidas com regularidade, por meio do normal desenvolvimento da atividade financeira do Estado. Constituem fonte regular e permanente de recursos financeiros necessários ao atendimento das despesas públicas. 1 RAMOS FILHO, Carlos. Curso de Direito Financeiro. 2012 2 RAMOS FILHO, Carlos. Curso de Direito Financeiro. 2012, p. 101 Já as extraordinárias é a que provém de fontes acidentais, ou seja, são aquelas auferidas em caráter excepcional e temporário, em função de determinada conjuntura. Por exemplo, empréstimo compulsório em caso de guerra externa ou calamidade pública (art. 148, I, da CF) e impostos extraordinários de guerra (art. 154, II, da CF).3 b) Classifique, segundo à origem, à regularidade e nos termos da Lei n.º 4.320/64 as receitas públicas que ingressam nos cofres públicos decorrentes (I) do imposto de renda; (II) da alienação de um imóvel; (III) de repasse de outro ente público para manutenção do ensino médico. (2,5) Quanto à regularidade, o imposto de renda está classificado em receita ordinária pois é uma fonte permanente arrecada a cada ano; assim como em relação a alienação de um imóvel e repasse de outro ente público para manutenção do ensino médico, pois são recebidas com regularidade.4 Quanto á origem, o imposto de renda classifica-se em receita derivada, pois provem sobre o patrimônio particular, o Estado obtém fazendo-a derivar do patrimônio alheio, é o caso do IRPF, tributo sobre o qual cada pessoa ganha; sobre a alienação de um imóvel classifica-se em receita originária por ser da relação de direito privado e de direito público, quanto ao repasse de outro ente público para manutenção do ensino médico é receita originária. Quanto á classificação pela lei n.º 4.320/64, o IRPF classifica-se em receitas correntes; a alienação de um imóvel é receita de capital e por fim repasse de outro ente público para manutenção do ensino médico despesa de capital e quanto à subdivisão em transferência de capital. 3) Sobre despesas públicas: a) Explique o conceito de despesa pública e sua classificação em corrente e de capital. (1,0) Despesa pública é a parte do orçamento aquela em que se encontram classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais. Ou seja, é a parcela destinada á custas de atividades realizadas pelo estado, é a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de um fim a cargo do governo. Após traçar as finalidades que devem ser atendidas qualificadas como de interesse público o Estado tem necessidade de abastecer-se monetariamente para financiar o atendimento e o 3 HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. Atlas, São Paulo. 26 ed. 2017 4 OLIVEIRA, Regis. Curso de Direito Financeiro. Revista dos Tribunais, São Paulo. 2010 cumprimento de seus objetivos.5 A Lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em correntes que são os gastos de recursos com a manutenção de serviços já criados, ou recursos que se transferem para outras entidades, aí constituindo receita corrente. As despesas correntes são aquelas consideradas rotineiras, repetidas a cada ano para manutençãoda máquina estatal. E as despesas de capital são os dispêndios que determinam como contrapartida alterações compensatórias no ativo ou passivo, ou recursos que se transferem para outras entidades, aí constituindo receita de capital, os investimentos, transferências, amortização de dívida pública. E são tidas como economicamente produtivas, tendo em vista que produzem acréscimo ou mutação patrimonial.6 b) Classifique as despesas públicas realizadas pelos entes de direito público referentes aos gastos com (I) desapropriação para fins de reforma agrária; (II) amortização de dívidas; (III) conservação de equipamento hospitalar; (IV) pagamento de juros de dívida; (V) construção de estrada; (VI) aquisição de cestas básicas para população carente. Justifique as classificações feitas. (1,5) (i) a desapropriação para fins de reforma agrária classifica-se em despesa corrente e quanto à subdivisão em transferência corrente, (ii) Amortização de dívida está classificada em despesa de capital e na subdivisão de transferência de capital pelo (art. 12, § 6, da Lei n. 4.320/64), (iii) a conservação de equipamento hospitalar está inserida nas despesas de capital e na subdivisão quanto à transferências de capital por ser auxílios para equipamentos e instalações, (iv) pagamento de juros de dívida está inserida na despesa corrente e na subdivisão quanto à transferências correntes (v) construção de estrada é despesa de capital e investimento por planejamento e execução de obras e instalações (art. 12, § 4 da Lei n. 4.320/64), (vi) a aquisição de cestas básicas para população carente é despesa corrente (transferência correntes). c) Explique como as despesas públicas de capital estão previstas na atual estrutura orçamentária brasileira (Lei Orçamentária Anual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e Plano Plurianual). Responda de forma fundamentada, pois a pontuação será atribuída proporcionalmente ao conhecimento demonstrado. (1,5) Segundo a LRF no art. 16 inciso II, a criação, expansão ou aperfeiçoamento de despesas públicas precisam ter adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária 5 RAMOS FILHO, Carlos. Curso de Direito Financeiro. Saraiva, São Paulo. 2012 6 OLIVEIRA, Regis. Curso de Direito Financeiro. Revista dos Tribunais, São Paulo. 2010 Anual. Dessa forma, não sendo a despesa compatível com a LOA, ou seja, se ultrapassar os limites estabelecidos para o exercício com as despesas da mesma espécie, ficará o ente proibido de desapropriar imóveis urbanos e também de empenhar e licitar serviços, fornecimento de bens ou execução de obras. As despesas de capital devem ser compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias, visto que, A LDO funciona como um ajuste anual das metas determinadas no Plano Plurianual (PPA), delimitando exatamente o que será e o que não será possível realizar no próximo exercício financeiro, de acordo com as expectativas e o orçamento para as despesas previsto para o próximo ano.
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