Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 1/30 Adriano da Silva Guimarães METODOLOGIA DE PREÇOS, CUSTOS E CUSTEIO CAPÍTULO 1 – POR QUE É RELEVANTE ENTENDER AS DIFERENÇAS EXISTENTES EM CUSTOS? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 2/30 Introdução Em um ambiente competitivo, as organizações precisam de informações, pro�ssionais e técnicas que auxiliem no planejamento estratégico e na tomada de decisões. Qual o papel da Contabilidade de Custos nesse contexto? Ela surge como resposta, passando a coletar, processar e fornecer informações. A Contabilidade Gerencial teve sua origem na necessidade dos administradores por dados que os auxiliassem nas tomadas de decisões e na formulação de estratégias. Até o Mercantilismo, a Contabilidade Financeira era única, e não havia necessidade de tantas informações, pois as organizações eram menores e mais fáceis de controlar. Não signi�ca que a Contabilidade Financeira não seja útil, ao contrário, além de atender as exigências legais, também produz informações que são utilizadas pelos gestores para a tomada de decisão. Ao analisar os termos Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial, surgem dúvidas em relação à correta de�nição, ao campo de atuação, à origem, à �nalidade e às principais semelhanças e diferenças. Então, quer dizer que existem diferenças entre a Contabilidade Financeira e a de Custos? E quais são? A Financeira, em regra, atende às exigências legais, e a de Custos, cumpre a necessidade de informações da organização. Neste capítulo, vamos mergulhar em uma leitura enriquecedora e nos bene�ciar dos conhecimentos sobre o fundamento da Contabilidade Gerencial. Bons estudos! A Contabilidade Gerencial tem duas funções básicas dentro da organização. A primeira é a de apresentar métodos que serão utilizados por gestores para avaliarem os custos de estoques. Trata-se de um mecanismo de controle interno para melhorar processos. A segunda �nalidade reside na coleta, processamento e disponibilização da informação aos gestores para a Tomada de Decisão Empresarial, Construção do Planejamento Estratégico e Monitoramento do Ambiente Externo da Organização. A seguir, vamos analisar cada um dos pontos. 1.1 Terminologia Básica 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 3/30 É papel da Contabilidade Gerencial estabelecer mecanismos de controle que possibilitem aos gestores controlar os estoques. Antes da Revolução Industrial, os estoques eram pequenos, o controle era simples e feito apenas pela Contabilidade Financeira. Hoje, com o crescimento das empresas sendo alavancado pelo avanço tecnológico e competitividade, a mensuração e o controle dos estoques tornaram-se uma atividade complexa e estratégica, considerando que os custos de estoques são a base do processo de Formação do Preço de Venda. Segundo Martins (2010), dada a complexidade e dinâmica dos ambientes, as organizações passaram a adotar a Contabilidade Gerencial como meio para melhorar a e�ciência e a e�cácia organizacional. Então, nos dias atuais, não há mais aplicação para a Contabilidade Financeira? Claro que há. E veremos com detalhes a sua aplicação. Você sabe como se relacionam a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial no ambiente organizacional em nossos tempos? Na década de 1990, a globalização, o avanço da tecnologia e a queda de algumas barreiras �zeram com que as empresas estivessem presentem, não mais localmente, e sim globalmente. Tudo mudou e tivemos que nos adaptarmos a nova realidade, incluindo o campo da Contabilidade. Após diversos escândalos de fraudes e a necessidade pulsante de normas que padronizassem as práticas contábeis do mundo globalizado, surge a International Financial Reporting Standards (IFRS). 1.1.1. Custos para a Mensuração de Estoques Você como gestor em uma organização deve assistir ao documentário A Corporação (BAKAN, 2003) que aborda o comportamento de organizações as reconhecendo como dotadas de sentimentos e pensamentos que conduzem suas ações. É possível compreender o dinâmico ambiente que cerca as organizações e como os gestores são pressionados a tomarem decisões rápidas e e�cazes sob intensa pressão. VOCÊ QUER VER? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 4/30 O Brasil, como qualquer outro mercado, foi obrigado a iniciar um processo de convergência entre os procedimentos adotados pela Contabilidade no país e o Padrão IFRS. Em 2005, a partir da Resolução n. 1.055/2005 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2005) é criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) em função das necessidades de convergência das Normas Contábeis, centralização na produção de normas e democratização do processo de formulação e estabelecimento das Normas Contábeis. O CPC é o principal agente na adequação das normas brasileiras às IFRS. Entre as mudanças ocorridas, uma fundamental está relacionada aos estoques, que são mensurados pelo menor valor entre o custo e o valor líquido realizável aplicando-se aqui o Princípio da Prudência (WERNKE, 2005). O Valor Líquido Realizável pode ser de�nido como: Para exempli�car o caso, vamos supor a venda de um apartamento no valor de $ 1.000.000,00, sendo a comissão de venda de $ 60.000,00 e $ 100.000,00 referentes a pequenos reparos estruturais. Apurando o Valor Líquido Realizável seria de: A International Finance Reporting Standard (IFRS) tem origem na década de 1970 e inicialmente foi denominada de International Accounting Standard (IAS). A partir de 2001, passou a ser conhecida por IFRS, representada por um grupo de orientações e normas contábeis aceitas internacionalmente e publicadas pelo International Accounting Standar Board (IASB). Em 2007, pela edição da Lei n. 11.638, foram produzidas profundas mudanças em direção à adoção de um padrão internacional pelo Brasil. Apesar de aceita em mais de 110 países, somente no Brasil foi adotada com força de lei. VOCÊ SABIA? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 5/30 Quadro 1 - Processo de apuração do Valor Líquido Realizável no caso de venda de um determinado apartamento. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. A avaliação de estoque é fundamental para a de�nição dos custos e, por conseguinte, para a própria de�nição do preço. As empresas industriais e prestadoras de serviço determinam seus custos basicamente a partir da aplicação de matéria-prima somado a mão de obra aos gastos indiretos de fabricação. Nas empresas comerciais, a de�nição do custo é facilitada, uma vez que ela vende exatamente o que compra (ROCHA et al., 2015). O Valor de Custo dos Estoques é tratado nos itens 10 e 11 do CPC 16. Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009, p. 2): “o Valor de Custo do Estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais”. De�nir custo de aquisição se faz necessário e é calculado pela soma do preço de venda, imposto de importação, tributos ocorridos na venda, custos de transportes, seguros, manuseio, custos diretamente alocados deduzidos os descontos e abatimentos. Até o advento da Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos era inexistente, uma vez que os Balanços eram feitos a partir do levantamento dos estoques. Neste período, a ContabilidadeFinanceira atendia às necessidades das empresas comerciais e a simples veri�cação física dos estoques era su�ciente. VOCÊ SABIA? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 6/30 No item 16 do CPC (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009, p. 5) são tratados o que não são custos de estoque e que devem ser considerados como despesas do período: “a) o valor anormal de desperdício de mão de obra, materiais e insumos diversos de produção; b) gastos com armazenagem, exceto se necessário entre fases do processo produtivo; c) gastos que não contribuem para trazer os estoques ao seu local e condições atuais; e d) as despesas de vendas”. A avaliação de estoques também é tratada no artigo 18, inciso II, da Lei n. 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, e deve ser feita pelo “Custo de Aquisição” ou “Custo de Produção”, excluindo-se a provisão para ajustá-los ao valor de mercado (BRASIL, 1976). O item 9 do CPC 16 trata o assunto da seguinte forma: os estoques devem ser avaliados e pelo valor de custo ou pelo Valor Realizável Líquido, entre eles o menor, aplicando-se, desta forma, o Princípio da Prudência. Percebe-se que tanto o CPC 16, quanto a Lei das Sociedades Anônimas, têm o mesmo entendimento sobre a avaliação de estoque, orientando que os estoques devem ser avaliados ou pelo Custo de Aquisição ou pelo Valor de Mercado, considerando uma desvalorização natural e contrariando o Regulamento do Imposto de Renda que não permite a atualização do custo de estoque. A atividade mais exercida por um gestor é a Tomada de Decisão E�caz, isto é, aquela dotada da capacidade de minimizar os efeitos das “Ameaças” dispersas no ambiente externo e de aproveitar as “Oportunidades” que surgem ao longo da existência da organização. A decisão certa tem a capacidade de criar valor para a organização, o que torna a Contabilidade Gerencial em um “Parceiro Estratégico” e fornecedora de informações úteis nos processos de decisão empresarial. A Gestão de Custos deve atuar como um sistema de Informação Gerencial que coleta, trata, processa e dissemina a informação que irá alimentar os processos de construção do Planejamento Estratégico e Processos de Tomada de Decisão. Quanto mais e�ciente for a Contabilidade de Custos, mais correta será a alocação dos custos aos produtos e serviços ofertados pela empresa e, por conseguinte, os preços serão formados sem distorções, representando o real sacrifício para a fabricação dos bens. Conhecer custos signi�car estar de posse de informações estratégicas para a empresa. Informações que têm relação direta e positiva com o grau de competitividade da empresa. Uma estratégia empresarial adotada atualmente é a Liderança em Custos (Low Cost) em que a empresa que atua em mercados competitivos, torna-se competitiva a partir do baixo custo de produção. 1.1.2. Custos para a Tomada de Decisão 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 7/30 Podemos iniciar este tópico com uma a�rmação: o cliente não consome produtos e, sim, benefícios. O “valor” é uma variável dependente da percepção do cliente em relação ao produto e da avaliação de custo e benefício, sendo assim subjetiva e abstrata. A avaliação de custo/benefício é a diferença entre o que ele paga no ato da compra e o que ele recebe ao utilizar o produto. Pense um pouco antes de avançar no texto e responda: a empresa tem controle sobre a percepção do cliente? Se a sua resposta for não, você está correto (a). A empresa não tem controle sobre a efetividade do produto no mercado, podendo apenas estimular a percepção do cliente por meio das campanhas de marketing. O setor de Marketing assume a responsabilidade de identi�car as necessidades e os desejos dos clientes e orientar os demais departamentos internos com a �nalidade de criar, fabricar e disponibilizar um produto ou serviço que atenda a necessidade e/ou desejo do cliente. Quando isso ocorre, o cliente sente-se satisfeito e, consequentemente, passa a ter uma percepção positiva em relação ao produto. Muito bem, assim chegamos ao seguinte entendimento sobre o que é “valor”: trata-se de uma variável subjetiva e abstrata que depende da percepção do cliente e que a empresa não tem controle, podendo apenas, pelas campanhas de marketing, estimular e in�uenciar. O valor tem sido estudado pelos economistas clássicos e neoclássicos. Para os economistas clássicos, o valor é objetivo e daí deriva a Teoria Objetiva do Valor; já para os neoclássicos, o valor é explicado pela Teoria Subjetiva do Valor, em que o conceito de valor deve ser dividido em duas dimensões: Valor de Uso que seria a utilidade (benefício) que o bem representa para cada indivíduo, e Valor de Troca de�nido pelo reconhecimento de parte do mercado e justi�cado pelos recursos investidos nele. O valor pode ser classi�cado em: Valor Funcional, a capacidade de oferecer um desempenho funcional; Valor Emocional, a capacidade de proporcionar reminiscência emocional; Valor Social, a capacidade de assumir representatividade social; Epistêmico, a capacidade de despertar curiosidade e satisfazer a necessidade de conhecimento; e Valor Condicional, depende do momento ou período para que assuma um valor funcional ou social. Agora, vamos pensar um pouco sobre qual a função da Percepção de Valor no Processo de Formação do Preço de Venda? Se você respondeu que o Gestor deve considerar como o seu produto é percebido pelo cliente no Processo de Formação do Preço, você acertou. O preço é de�nido levando-se em consideração um fator interno (custos da empresa) e fatores externos (mercado e percepção do cliente). Por fatores internos consideramos o sacrifício 1.1.3. Principais divergências entre Preço e Valor 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 8/30 �nanceiro dispensado pela empresa para fabricar o produto e disponibilizar aos clientes, já o fator externo (percepção) é uma variável subjetiva incontrolável que pode ser estimulada por meio dos processos de marketing da empresa. E como de�nimos preço? É o sacrifício monetário realizado por uma organização durante o processo de produção de bens e serviços, incluindo o sacrifício necessário para disponibilizar o produto ou serviço ao cliente. O preço tem a função de remunerar os custos, despesas, tributos na venda e margem de lucro. Quadro 2 - Características que mostram as diferenças entre os conceitos de Preço e Valor. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. As principais diferenças entre o preço e valor é que o primeiro depende da e�ciência operacional da empresa, é resultado do trabalho aplicado, enquanto que o segundo depende da efetividade, do impacto que o produto causa no mercado. Sobre o preço a organização tem controle quanto a sua formação, já o valor depende da percepção subjetiva do consumidor. Os fatores que compõem o preço são controláveis, uma vez que resultam dos processos internos da organização, já o valor é uma variável incontrolável que depende da percepção do cliente. Com as de�nições e características de preço e valor em mente, vamos para nosso próximo tópico de estudo: os gastos. 1.2 Classificação dos Gastos 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQRj… 9/30 O uso correto da terminologia de custos tem duas �nalidades básicas e fundamentais. O pro�ssional que atua no departamento de custos deve conhecer e dominar os termos técnicos para comunicar-se com e�cácia, minimizando assim os ruídos de comunicação. E a Gestão de Custos assumiu papel estratégico para o desenvolvimento, crescimento das organizações e alcanceda melhor performance para o negócio da organização. Os Sistemas de Custeio são os responsáveis pelas informações utilizadas por gestores no processo de tomada de decisão. Assim, os pro�ssionais de custos devem dominar os conhecimentos dos termos técnicos e classi�car os gastos corretamente, uma vez que, a partir desta classi�cação, as informações são geradas (ROCHA; MARTINS, 2015). Vamos começar traçando uma diferença entre Gênero e Espécie. O termo gênero é usado para representar um conjunto de elementos que tem mesma origem e guardam características semelhantes entre si, ao passo que espécie indica que os elementos têm mesma característica. Em nomenclatura contábil, Gasto é um Gênero que tem as seguintes Espécies: Custo, Despesa, Investimento, Perda e Desperdício. 1.2.1 Investimento, Custo, Despesa e Perda 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 10/30 Figura 1 - Apresentação da tipologia de Gastos e Espécies adotada na classificação da Contabilidade de Custos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Agora que já sabemos as diferenças entre Gênero e Espécies e como se aplicam na Contabilidade Gerencial, podemos partir para as de�nições de cada termo: gasto: quanto a de�nição do termo, há certa divergência entre os autores. Para Padoveze (2010, p. 17), a palavra “gasto” signi�ca o “pagamento ou recebimento de ativos, custos ou despesas”. Já Martins (2010), entende gasto como um “sacrifício” representado, em regra, por “promessa ou entrega de dinheiro”. Aqui, vamos adotara de�nição utilizada por Martins (2010) por entender que gasto representa todo desembolso �nanceiro ou não realizado por uma empresa que poderá ser classi�cado como Custo, Despesa, Investimento, Perda e Desperdício. A realização do gasto tem como objetivo a geração futura de Receita; 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 11/30 Podemos classi�car os custos quanto ao objeto como direto ou indireto. Padoveze (2010) assevera que este é um dos métodos de classi�cação mais antigos e um dos mais utilizados na atualidade. O Gestor de Custos deverá, durante o processo de construção do Sistema de Custeio a ser utilizado em sua empresa, classi�car suas contas em Custeio Direto (Gasto Real realizado na produção do bem ou serviço) e em Custeio Indireto (Gasto Estimado do gasto realizado na produção do bem ou serviço). custo: trata-se de um gasto que ocorre no ato da utilização no momento da produção dos bens ou serviços e ligado à área industrial. Após a fabricação os produtos ou Serviços produzidos deverão ser ativado como Bem ou Direito. O custo pode ser Direto e Indireto, Fixo ou Variável, Primário ou de Transformação. É muito comum de�nir custo como: despesa: são gastos realizados com objetivo a venda e distribuição do bem ou serviço produzido e, em regra, está ligada à área Administrativa e Comercial da empresa. Geralmente, a realização de despesas incorrer na redução do Patrimônio Líquido da empresa; investimento: são gastos realizados tendo como critério a geração de Receita Futura. Os investimentos são gastos ativos que podem ser feitos em Ativos, Custos ou Despesas que gerarão vendas futuras para organização; perda: é um gasto involuntário, indesejado, excepcional e anormal que resulta no desaparecimento do ativo. Pode ocorrer nas áreas Administrativas, Comerciais e Produtiva, porém, jamais, deve ser classi�cado como Despesas ou Custos por não ser gasto de natureza operacional e, sim, não operacional. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 12/30 Martins (2010) destaca que quando os custos podem ser “apropriados” diretamente aos produtos ou serviços, bastando que seja de�nido uma medida de mensuração do consumo, este deverá ser classi�cado como Custo Direto. Padoveze (2010) informa que o Custo Direto pode ser identi�cado �sicamente, alocados direta e objetivamente aos produtos e serviços e pode ser citado como exemplo matéria-prima e mão de obra alocada. Se um gasto que é classi�cado como custo e este não for alocado diretamente ao produto, não sendo possível visualizá-lo no produto ou serviço, deve ser de�nido como Custo Indireto. O Custo Indireto é caracterizado por ser genérico, não especí�co e de mensuração subjetiva, só podendo ser alocado ao produto ou serviço por meio de algum critério subjetivo anterior, como, por exemplo, o Rateio. Assim como os Custos Diretos, os Indiretos podem ser Fixos e Variáveis. Os Custos Indiretos servem de suporte para o funcionamento das atividades não sendo possível medir, quanti�car e identi�car no produto ou serviço vendido. Veja no Quadro a seguir, o resumo com as principais características do Custo Direto e do Custo Indireto. O aplicativo PAI foi desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) com a �nalidade de auxiliar empresas que estejam em fases iniciais de funcionamento. Sua função é ajudar a controlar custos, fornecer informações sobre preço e custo tributário de cada produto, controlar estoque entre outras atividades operacionais da empresa. VOCÊ O CONHECE? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 13/30 Quadro 3 - Características de comparação entre Custo Direto e Custo Indireto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Por �m, podemos de�nir Custo Total como sendo a soma entre os custos diretos e os custos indiretos, como apresentado: Os Custos Diretos podem ser facilmente identi�cados como Custo de Matéria- Prima e o Custo com Mão de Obra, e os Custos Indiretos são todos os demais e chamados de Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Assim, podemos reescrever a fórmula: Essas são as principais formas de controlar os custos empresariais: a partir do comportamento ou do objeto de alocação. Esta classi�cação é a mais importante e estuda os custos a partir do seu comportamento ao longo do tempo. Para utilizar Custo Fixo ou Variável devemos levar em consideração o comportamento do custo em relação ao volume de produção ou vendas dentro de um determinado intervalo de tempo. O Custo Fixo é aquele que não apresenta variação em relação ao volume de produção dentro de um tempo �xo e conhecido como custos de capacidade, infraestrutura ou de instalações. 1.2.2 Custos quanto ao volume e produto 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 14/30 Figura 2 - Representação Gráfica do comportamento do Custo Fixo em relação à quantidade produzida Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. O Grá�co acima nos ajuda a compreender o conceito. Imagine que uma empresa tenha os seguintes Custos Fixos: Aluguel da fábrica no valor de $ 2.000,00; Seguro da Produção no valor de $ 1.500,00; Salário dos pro�ssionais da área de Produção no valor de $ 1.000,00 e Outros Custos Fixos no valor de $ 500,00, perfazendo um total de Custos Fixos de $ 5.000,00. Esses custos não se alteram ao longo do tempo e são valores de�nidos em contratos. Se a empresa produzir 100 (cem) unidades, o Custo Fixo será de $ 5.000,00; se o nível de produção for aumentado para 400 (quatrocentos) unidades o Custo Fixo não mudará e permanecerá sendo de $ 5.000,00.Veja que a empresa tem Custo Fixo inalterado quando comparado com o volume de produção ao longo do tempo. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 15/30 Figura 3 - Representação gráfica do comportamento do Custo Variável em relação ao período de tempo e ao volume de produção ou venda Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Note que o Grá�co apresenta o comportamento do Custo Variável em relação ao período de tempo e ao volume de produção ou venda. É fácil de veri�car que o comportamento do Custo Variável é proporcional ao volume de produção. O que isso signi�ca? Que qualquer aumento no Volume de Produção acarretará em um aumento proporcional no Custo Variável Total. Podemos, então, a�rmar que o Custo Variável é diretamente proporcional ao Volume de Produção em um dado período de tempo. As principais características do Custo Variável são: E se decidirmos juntar os dois custos em um único grá�co, isso seria possível? Sim, e ao somarmos o Custo Fixo ao Custo Variável teríamos o Custo Total de Produção de�nido por: Gra�camente poderíamos apresentar da seguinte forma: o Custo Variável Total é diretamente proporcional ao Volume de Produção; o controle do Consumo de Recurso Variável é facilmente realizado ao longo de todo o processo. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 16/30 Figura 4 - Representação gráfica do Custo Total através da plotagem dos Custos Fixos e Variáveis. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Analisando o Grá�co acima é possível perceber a parcela de Custo Fixo que se mantém �xa ao longo do tempo independente do Volume de Produção. Por outro lado, o Custo Variável surge a partir da produção da primeira unidade e aumenta proporcionalmente ao Volume de Produção. O Custo Total será obtido facilmente somando o Total de Custo Fixo com o Total de Custo Variável. Para sua melhor compreensão, vamos a um exemplo. Maria Augusta é uma recém-contratada que irá atuar como Analista de Custo de uma média indústria que produz calçados e cintos. Considere que o Custo Fixo Total desta empresa seja de $ 15.000,00 por mês e o Custo Variável por Unidade produzida seja de $ 12,00. Vamos analisar o comportamento Unitário e Total dos Custos Fixos e Variáveis. Tabela 1 - Comportamento dos Custos Fixos e Variáveis de unidades produzidas em uma média indústria. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 17/30 O Custo Fixo Unitário é calculado pela divisão do Custo �xo Total pelo Volume de Produção. Na Tabela acima, podemos identi�car que o Custo Fixo Unitário tem comportamento variável decrescente em relação ao Volume de Produção. Isso signi�ca que quanto maior o Volume de Produção, menor será seu Custo Fixo Unitário. Por outro lado, o Custo Variável Unitário não se altera conforme o Volume de Produção aumenta, permanecendo �xo ao longo do tempo. Entretanto, o Custo Variável Total, variável em relação ao Volume de Produção, é obtido pela multiplicação do Custo Variável Unitário pelo Volume de Produção. Quadro 4 - Matrix de Comportamento do Custo Fixo e do Custo Variável. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Aqui concluímos que os Custos Fixos, quando analisado pelo total, tem comportamento �xo, mas quando analisamos por unidade, o Custo Fixo Unitário adota comportamento variável decrescente. O Custo Variável Total tem comportamento variável e quando analisados por unidade apresentam comportamento �xo. Quadro 5 - Matrix de relação de Custo Fixo/ Variável e Custo Direto/Indireto. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Os conceitos de Custo Fixo e Variável e Custos Diretos e Indiretos podem ser relacionados e todos os custos podem ser classi�cados em Fixos e Variáveis e em Diretos e Indiretos simultaneamente. Continuando com nosso estudo, vamos abordar, a seguir, os mecanismos de custeio, em especial, o classi�cado como por Absorção. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 18/30 Os mecanismos de apropriação e alocação de custos é denominado de custeio, existindo Sistemas de Custeio Tradicionais e Modernos. Um dos sistemas tradicionais mais utilizados e conhecidos é o Custeio por Absorção, também chamado de Custeio Integral, Custeio Pleno, Custeio Convencional ou Custeio Global. Apesar dos diversos sistemas existentes, nosso objetivo será o estudo das características do Custeio por Absorção Simples. O Sistema de Custeio por Absorção é o método de apropriação de custos utilizado pela Contabilidade Financeira e, portanto, os dados gerados pelo são usados na apuração do Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. É aceito pela legislação no Brasil, além de derivar da aplicação dos Princípios de Contabilidade geralmente aceitos. 1.3 Custeio por Absorção 1.3.1 Absorção simples O ambiente das empresas está a cada dia mais acelerado e as decisões estratégias cada vez mais arriscadas. Em meio a esse cenário, o gestor moderno precisar tomar decisões. “Contabilidade Gerencial: Informação para a Tomada de Decisão e Execução da Estratégia” (KAPLAN et al., 2017) torna-se leitura obrigadora para quem deseja atuar como gestor de custos. O livro aborda como a Contabilidade Gerencial pode dar suporte ao gestor na formulação e execução de estratégias, tomando decisões acertadas frente aos desa�os diários. VOCÊ QUER LER? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 19/30 O Custeio por Absorção tem origem em uma época na qual os Custos Fixos não eram tão relevantes e sua alocação incorreta não acarretava grandes prejuízos aos preços dos produtos. Outro fator relevante é que os mercados não eram tão competitivos e, por isso, a preci�cação errada não incorria em queda nas vendas. Contudo, hoje o cenário mudou. Os mercados são altamente competitivos e os custos �xos assumem volumes relevantes e, por causa desses fatores, o Custeio por Absorção passou a ser questionado, uma vez que considera os Custos Fixos alocando-os arbitrariamente. Conceituando o Sistema de Custeio por Absorção, podemos de�ni como aquele que aloca e apropria todos os custos �xos, variáveis, diretos e indiretos aos bens e/ou serviços prestados pela organização. Esta apropriação �ca evidente na apuração do resultado da empresa. O Sistema de Custeio Integral aplicado à empresa de manufatura inicia o processo de alocação e apropriação de custos pela separação entre despesas e custos. O próximo passo é identi�car os custos diretos (especí�cos) que deverão ser apropriados diretamente ao bem ou serviço e os indiretos (genéricos) que serão absorvidos pelos produtos e serviços por meio do rateio (método subjetivo e arbitrário de alocação de custos). Figura 5 - Esquema do Sistema de Custeio por Absorção de uma empresa de manufatura. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Já o Sistema de Custeio de uma empresa prestadora de serviço tem como primeira etapa a separação entre o que é custo e o que é despesa, e na segunda etapa deve classi�car os custos diretos (que são aplicados no momento da prestação do serviço) e os indiretos (que são gastos que dão suporte a toda a atividade operacional da empresa). 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 20/30 Figura 6 - Esquema do Sistemade Custeio por Absorção de uma empresa prestadora de serviço. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Ao utilizar o Custeio Integral, estamos fazendo com que os produtos absorvam os Custos Fixos subjetiva e arbitrariamente, podendo uns absorverem mais e outros menos. Essa subjetividade na alocação pode prejudicar a formação do preço de venda e a competitividade da empresa frente aos concorrentes. Claro que o Custeio Integral apresenta vantagens, como, por exemplo, podemos apontar que o Custeio por Absorção é o sistema permitido pela legislação �scal e, por isso, é adotado pela Contabilidade Financeira, sendo as informações produzidas pelo Custeio por Absorção utilizadas nos registros e nos Demonstrativos Contábeis. Aplicando os conceitos de Custo por Absorção, suponha que o Gerente de Custos de uma grande indústria esteja analisando os gastos da fábrica, buscando compreender o comportamento dos custos de cada produto. Durante a sua análise, ele elaborou o seguinte Quadro: Quadro 6 - Matriz de produto versus o custo direto por unidade produzida. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 21/30 Os Custos Diretos são compostos dos custos com matéria-prima, mão de obra aplicada a produção, materiais de acabamento, embalagens, frete envolvido na aquisição e já se computou os Tributos Federais. Sabe-se ainda que existem os Custos Indiretos de R$ 2.800,00 por mês e que são distribuídos aos produtos proporcionalmente aos seus custos Diretos Totais. Assim, as perguntas a serem feitas são: como alocar os Custos Indiretos de Fabricação? qual critério seria capaz de alocar os custos de modo justo e equilibrado sem prejudicar a competividade dos produtos no mercado? As respostas são a utilização de um rateio. No Quadro logo abaixo vamos utilizar como critério a participação de cada produto no Custo Direto Total. A taxa de participação é calculada pela divisão do Custo Direto Total de cada produto pelo Custo Direto Total e ao �nal multiplicar o resultado por 100. Agora é sua vez, calcule todas as Taxas de Participação Percentual e veri�que os resultados. Quadro 7 - Cálculo da participação percentual dos produtos A, B e C. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Já no Quadro a seguir, será realizado a alocação dos custos indiretos aos produtos A, B e C utilizando as Taxas de Participação Percentual de cada um. A alocação dos Custos Indiretos �ca simples, uma vez que basta aplicar a Taxa de Participação no valor total do Custo Indireto. Este é o próprio método do rateio. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 22/30 Figura 7 - Aplicação do método de Rateio de Custo Indireto por participação dos produtos A, B e C. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Após a alocação dos Custos Indiretos, o próximo passo é calcular o Custo Total que é a soma entre os custos diretos e indiretos. Para isso, inserimos os Custos Diretos e somamos com os Custos Indiretos, como você pode conferir a seguir. Quadro 8 - Cálculo do Custo Total a partir da alocação dos Custos Diretos e do Rateio do Custo Indireto dos produtos A, B e C. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Agora surgem algumas perguntas: qual é o Custo Total Unitário de produto A? como calcular o Custo Total Unitário? As respostas são simples. Basta pegar o Custo Total do produto A, já calculado no Quadro apresentado anteriormente, e dividir pela quantidade de produtos do tipo A. Assim, podemos a�rmar que o Custo Total Unitário do produto A é de $ 15. Calcule os demais e veri�que o resultado no Quadro a seguir. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 23/30 Quadro 9 - Cálculo do Custo Total Unitário dos produtos A, B e C. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Ao �nalizar nosso exemplo, chegamos às seguintes conclusões: utilizar o Sistema de Custeio por Absorção signi�ca alocar todos os Custos Diretos e Indiretos aos produtos. Parte do processo de alocação é objetivo, alocando o custo efetiva e diretamente ao produto e a outra parte aos indiretos, não rastreáveis diretamente ao produto, necessitando de um mecanismo, o rateio, que embora seja subjetivo, aproprie os custos aos produtos. Concluindo, o custeio por absorção considera todos os custos diretos, indiretos, �xos e variáveis em sua composição e são absorvidos pelos produtos. Além dos termos já abordados, há outro importante para nosso conhecimento: o Rateio. Vimos que os Custos Indiretos são de mensuração subjetiva em relação ao produto, têm caráter genérico, não especí�co, e são alocados aos produtos ou serviços arbitrariamente. O método de apropriar o custo indireto mais utilizado é o Rateio. A seguir, vamos compreender melhor como utilizar o Rateio e qual a sua importância para alocação de Custos Indiretos. 1.4 Metodologia de alocação dos Custos Diretos: Critério de Rateio 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 24/30 Os Custos Indiretos não são facilmente identi�cados e só podem ser alocados aos produtos e serviços pelo critério de rateio. É um processo subjetivo e arbitrário que não re�ete o real custo de cada produto. Os produtos sempre irão absorver maior ou menor graus de custos (MARTINS, 2010). Vamos apresentar uma situação hipotética para melhor compreender o funcionamento do Rateio. Suponha que uma �rma tem Custos Indiretos, apresentados no Quadro abaixo, e três produtos distintos, sendo cada um produzido em uma linha especí�ca. Quadro 10 - A relação de Custos Indiretos engloba os itens necessários para fabricação dos produtos e seus valores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Já o Quadro a seguir apresenta os produtos seguido da quantidade hora- máquina, quantidade de funcionários aplicados a cada linha de produto e o volume de venda. “Uma breve história da tomada de decisão” (BUCHANAN; O’CONNELL, 2006) trata sobre o Processo de Tomada de Decisão e sua relação com o risco. O artigo faz um breve apanhado histórico de como o processo de tomada de decisão evoluiu ao longo dos anos e qual a sua relevância nos dias atuais para as organizações. É leitura para quem tem interesse de atuar na área de Custos e tornar-se um líder e�caz. VOCÊ QUER LER? 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 25/30 Quadro 11 - Relação de Critérios de Rateio engloba três itens necessários para a fabricação dos produtos: hora-máquina, quantidade de mão de obra e volume de vendas. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Agora podemos calcular a alocação dos custos adotando como critério a taxa de participação de cada produto em relação à hora-máquina. Para calcular as taxas de aplicação, basta dividir a quantidade de hora-máquina de cada produto pelo total de hora-máquina. O mesmo método de cálculo servirá para os demais. Veja os resultados a seguir. Quadro 12 - Percentuais a serem aplicados sobre os Custos Indiretos para a fabricação dos produtos A, B e C. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Aplicando as taxas sobre os Custos Indiretos teremos os seguintes Custos Indiretos por Produtos. Em nosso exemplo, vamos utilizar o item hora-máquina. Em seguida, você pode fazer com os demais. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 26/30 Quadro13 - Alocação de Custos Indiretos pelo Critério de Rateio baseado no item da hora-máquina. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Para calcular o valor de $100, referente à depreciação alocada ao produto A, foi necessário aplicar a taxa de 25% sobre o valor de $ 400,00 que representa a depreciação das máquinas. Para todos os demais o método de cálculo seria o mesmo. E se escolhermos como critério a quantidade mão de obra, os custos alocados seriam os mesmos ou sofreriam alterações? Para ter a resposta, vamos calcular o rateio para o novo critério. Quadro 14 - Alocação de Custos Indiretos pelo critério de Rateio baseado em mão de obra. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Fazendo uma breve análise do produto A é possível veri�car o Custo Indireto Total alocado pelo Rateio baseado em hora-máquina seria de $800,00 (valor obtido pela soma da linha do produto A). Porventura, ao mudar o critério de Rateio, o Custo Indireto Total deste produto diminui de $800,00 para $640, representando uma queda de 20%. O produto C, por outro lado, quando utilizado o critério da hora-máquina tem Custo Indireto Total de $1.280 e quando mudamos o critério, o Custo Indireto alocado sobe para $1.600, representando um aumento nos custos de 25%. Perceba que isso re�ete nos custos e que não há um critério certo ou errado. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 27/30 O problema aqui é a subjetividade e a arbitrariedade na alocação desses custos. Contudo, não podemos esquecer que os custos indiretos são alocados sempre por meio de rateios. Pense um pouco, como poderíamos resolver o problema da arbitrariedade do rateio? Seria possível eliminar o problema das distorções na alocação dos custos geradas pelo Critério de Rateio? Sim, e para isso basta alocar aos produtos os custos e as despesas variáveis. E os Gastos Fixos, como faríamos? Estes deveriam ser lançados direto na apuração do resultado. Concluímos, então, que ao utilizar o Rateio estaremos sempre, independente do critério, alocando, de forma distorcida, os custos e com isso prejudicando a formação do preço de venda e a competitividade do produto no mercado. CONCLUSÃO Você conhece a Estratégia de Liderança em Custo ou Low Cost Fare? É adotada por algumas empresas aéreas sendo a Southwest Airlines a primeira companhia a utilizar. A Estratégia de Liderança em Custo promoveu grande crescimento no segmento de aviação civil, além de melhorar os processos de gestão, adotada por diversas outras companhias tais como AirTran, JetBlue, EasyJet, Ryanair e Gol Linhas Áreas no Brasil. A empresa que melhor utiliza a estratégia de Low Cost Fare é a Ryanair, fundada em 1985, por empresários irlandeses em Dublin. No início das operações, a Ryanair apresentava vários problemas �nanceiros e só adotou a Estratégia de Low Cost com a chegada de Michael O´Leary, em 1991. Inicialmente, o novo CEO (Chief Executive O�ce) estudou as grandes companhias áreas de baixo-custo, adotando um modelo semelhante logo após. A desregulamentação do mercado aero europeu fez da Ryanair a companhia aérea de menor custo do mundo. Qual relação entre a Estratégia de Liderança em Custo e Contabilidade de Custos? A Gestão de Custos possibilita a tais companhias monitorar os custos, além de fornecer informações estratégias e de garantir preços mais baixos (BARNEY; HESTERLY, 2011). ESTUDO DE CASO 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 28/30 Este capítulo teve por objetivo geral apresentar as particularidades da Contabilidade de Custos e inserir a compreensão bem como aplicabilidade de elementos-chave do assunto. Foi possível veri�car como a Gestão de Custos se relaciona com a Gestão Estratégica fornecendo informações que auxiliam na construção do Planejamento Estratégico e no Processo de Tomada de Decisão. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: diferenciar Preço de Valor; distinguir as diferentes tipologias dos gastos e suas implicações; distinguir aspectos particulares da Contabilidade de Custos, discutindo as relações normativas e gerenciais que a ela se aplicam; empregar os critérios de Rateio dos Custos Indiretos; esquematizar o Custeio por Absorção Simples; ilustrar as aplicações da Contabilidade de Custos como elemento-chave de informação às diversas facetas da Contabilidade; ilustrar as aplicações da Gestão de Custos como elemento-chave de informação na estratégia empresarial; interpretar a subjetividade contida nas mudanças dos critérios de Rateio; classi�car os diferentes tipos de custos quanto ao volume (Fixo e Variável); classi�car os diferentes tipos de custos quanto ao produto (Direto e Indireto); reconhecer as de�nições técnicas do conceito de estoques, em conformidade com a legislação vigente; calcular custos totais e unitários de produtos. 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 29/30 Clique para baixar conteúdo deste tema. BAKAN, J. A Conspiração. Direção: Mark Achbar. Produção: Bart Simpson. Canadá, 2003. BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração Estratégica e Vantagem Competitiva: Conceitos e Casos. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. BERNARDI, L. A. Manual de formação de preços: políticas, estratégias e fundamentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013. BRASIL. Lei n. 6.404 de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília: DF. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm)>. Acesso em: 3/06/2018. BUCACAN, L.; O’CONNELL, A. Uma breve história da tomada de decisão. Harvard Business Review. São Paulo, 2006. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 16(R1) - Estoque. Brasília: DF, 2009. Disponível em: <http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2012.p df (http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2012.p df)>. Acesso em: 28/05/2018. Referências http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/243_CPC_16_R1_rev%2012.pdf 16/03/2022 19:35 Metodologia de Preços, Custos e Custeio https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=1x3usKVNYKfANKRuwLnarA%3d%3d&l=jFTDNK4jNtS6Pt3cqVXARw%3d%3d&cd=CbxQ… 30/30 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n. 1.055 de 24 de Outubro de 2005. Cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e dá outras providências. Brasília: DF, 2005. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1055.pdf (http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1055.pdf)>. Acesso em: 3/06/2018. ______. Resolução n. 1.282 de 28 de Maio de 2010. Atualiza e consolida os dispositivos da Resolução CFC n. 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Brasília: DF, 2010. <http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf (http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf)>. Acesso em: 3/06/2018. GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade Gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. KAPLAN, R. et al. Contabilidade Gerencial – Informação para Tomada de Decisão e Execução da Estratégia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, L. C. Contabilidade Gerencial: Um enfoque sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ROCHA, W.; MARTINS, E. Métodos de Custeio Comparados: custos e margens analisados sob diferentes perspectivas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. WERNKE, R. Análise de custos e preços de venda: ênfase em aplicações e casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005. http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1055.pdf http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1282.pdf
Compartilhar