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PROTOCOLO DE FUNDAMENTOS LEGAIS 04 04

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO Especialização em Geografia 
Disciplina: Fundamentos Legais Ensino de Geografia 
 Professores: Haroldo Scacabarossi, Josinaldo Barboza Bezerra 
 Participantes: Lucélia Lima dos Santos, Sandra Lima Cruz
PROTOCOLO DE ORIENTAÇÕES LEGAIS
No cenário atual, no qual as informações circulam muito rápida devido ao grande acesso à internet, é primordial ao professor ter conhecimentos legais básicos para sua prática docente. Neste sentido segue algumas orientações para norteá-los. 
1. PROCEDIMENTOS EM CASO DE INDÍCIOS DE ASSÉDIO MORAL; 
A Secretaria de Comunicação Social do TST elaborou uma cartilha que traz a seguinte definição de Assédio moral:
· É a exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, traz danos à dignidade e à integridade do indivíduo, colocando a saúde em risco prejudicando no exercício de suas atividades. 
· No serviço público, caracteriza-se por condutas repetitivas do agente público que, excedendo os limites das suas funções, por ação, omissão, gestos ou palavras, tenham por objetivo ou efeito atingir a autoestima, a autodeterminação, a evolução na carreira ou a estabilidade emocional de outro agente público ou de empregado de empresa prestadora de serviço público, com danos ao ambiente de trabalho objetivamente aferíveis. 
· E por fim trata-se de violência que pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social).
O assédio moral pode ser classificado de acordo com a sua abrangência: 
· Assédio moral interpessoal: Ocorre de maneira individual, direta e pessoal, com a finalidade de prejudicar ou eliminar o profissional na relação com a equipe; 
· Assédio moral institucional: quando a própria organização incentiva ou tolera atos de assédio
Quanto ao tipo, o assédio moral manifesta-se de três modos distintos:
· Assédio moral vertical: Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes, chefes e subordinados, e pode ser subdividido em duas espécies: 
· Descendente: assédio caracterizado pela pressão dos chefes em relação aos subordinados. 
· Ascendente: Assédio praticado por subordinado ou grupo de subordinados contra o chefe. Consiste em causar constrangimento ao superior hierárquico por interesses diversos
· Assédio moral horizontal: Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível de hierarquia. É um comportamento instigado pelo clima de competição exagerado entre colegas de trabalho. O assediador promove liderança negativa perante os que fazem intimidação ao colega, conduta que se aproxima do bullying, por ter como alvo vítimas vulneráveis.
· Assédio moral misto: quando a pessoa é assediada por superiores hierárquicos e por colegas de trabalho. (TST,2019).
A legislação brasileira condena tais condutas, pois feri a Constituição Federal e suas diversas leis sobre a dignidade humana.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, traz em seu:
 Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
Os princípios constitucionais visam proteger alguns direitos positivados em nossa Constituição Federal e a partir do momento em que o assédio moral acontece, esses princípios deixam de ser observados e trazem danos ao assediado. O princípio da dignidade da pessoa humana, o da razoabilidade e o da igualdade são os que estão diretamente ligados às garantias desrespeitadas, exatamente pelo fato da perda da qualidade de vida.
· O princípio da dignidade da pessoa humana estabelece que as pessoas tenham condições dignas de vida, o que implica dizer que devem viver com qualidade;
· O princípio da razoabilidade, garante que as pessoas tenham um tratamento razoável;
· O princípio da igualdade, que visa garantir que devemos tratar igualmente os Iguais e desigualmente os desiguais, de modo que a justiça seja atingida, não é respeitado com as desequiparações injustificadas.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Neste sentido, também no nosso entender, o assédio moral equipara-se a calúnia e injúria como fatos geradores do dano moral.
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
O assédio moral enseja a tríplice responsabilidade do assediador, qual seja, cada uma à sua vez, ou conjuntamente, as responsabilidades: civil, penal e administrativa. No que tange à responsabilidade civil, aos comandos constitucionais dos incisos V e X do artigo 5º da CF/88, somam-se os artigos: 20, 186, 927, 187, 932 III, 933, 934 e 942. Todos do atual Digesto Civil pátrio. Neste contexto, o Código Civil brasileiro considera ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência que viole direito e cause dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, dispondo também, que “aquele que por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo” (CC. art. 927).
A legislação com relação à docência, trata como assédio, a Gravação de aula, protegida pela Lei 9.610/98 – Lei de Direitos Autorais. 
Caso o docente tenha sua aula gravada sem autorização prévia, e essa gravação tenha finalidade de constrangê-lo e expô-lo na comunidade acadêmica, rede social ou aplicativo de mensagens, esta gravação constitui prática de assédio. Este ato, que é uma forma de violência, também fere o direito autoral do docente - que é personalíssimo – pois cada aula ministrada é uma obra intelectual, ensejadora de direitos, portanto, tutelada e protegida Pela Lei 9.610/98 – Lei de Direitos Autorais.
E o artigo 20 do Código Civil, assegura ao docente o direito de não permitir filmagem e gravação de suas aulas. 
Nestes casos, o professor ou professora que não desejarem que suas aulas sejam gravadas podem notificar diretamente a Instituição Federal de Ensino, os alunos via ambiente web (Moodle; Blackboard; ou outros sistemas do gênero) ou diretamente, de maneira verbal. Sugere-se que, sempre que possível, o docente inclua a informação sobre a proibição de filmar e gravar suas aulas nos Planos de Ensino das disciplinas. A divulgação de fotos e vídeos envolvendo a imagem de uma pessoa, sem sua autorização, também viola o artigo 20 do Código Civil.
Art. 20 - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019: Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade.
Art. 1° Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. 
§ 1° As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. 
§ 2° A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. 
De acordo com os Arts. 932, III; 933; 934 e 935, combinados com os arts. 1.521, III; 1.522 e 1.523, todos do Código Civil vigente, o empregador responde pelos danos que causar a terceiros em decorrência de obrigação contraída pela empresa,bem como por atos praticados por seus empregados ou prepostos, com fundamento nas culpas invigilando (por não fiscalizar a postura da pessoa assediadora) e eligendo (por ter escolhido a pessoa assediadora).
No mesmo sentido está a Súmula no 341 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”. 
Assim, cabe ao empregador zelar pelo meio ambiente de trabalho psicologicamente saudável e isento de assédio. Portanto, o empregador é responsável pela prática do assédio moral no trabalho, ainda que ele não seja o agressor. 
O empregador é sempre responsável por atos de seus prepostos e por atos que afetem à integridade de seus trabalhadores no ambiente de trabalho, mesmo quando praticados por terceiros alheios à relação de emprego. 
A Convenção 155, de 1981, da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre segurança, saúde dos trabalhadores e meio ambiente, ratificada pelo Congresso Nacional em 1992 e promulgada pelo Decreto Federal 1.254, de 1994, estabelece em seu artigo 3º que o termo saúde, com relação ao trabalho, abrange não só a ausência de afecção ou de doenças, mas, também, os elementos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho.
SITUAÇÕES PROBLEMAS: 
Os casos mais comuns de assédio moral de que os educadores padecem nas escolas são dados do SINPRO – Sindicato do Professores de Campinas e Região: Assédio Moral nas escolas privadas: “Todos podemos ser vítimas!”
· Serem desrespeitados, sofrerem ameaças físicas e violência verbal por parte dos alunos.
· Serem tratados como simples empregados, prestadores de serviços e não como educadores por pais e alunos.
· Serem vítimas de Bullying cibernético com situações de constrangimento em site de relacionamento e mídia eletrônica.
· Serem convocados (convidados) para reunião em dia não-letivos sem remuneração para o trabalho.
· Serem ignorados e desprestigiados no ambiente educacional por colegas, coordenadores e direção da escola.
· Serem tratados de forma desrespeitosa com agressões verbais por parte dos dirigentes da escola.
· Terem as cargas de aulas reduzidas sem autorização do docente.
· Terem os horários de aulas elaborados de forma totalmente incompatíveis com os critérios sugeridos pelo professor.
· Sofrerem ameaças de demissão constantes e não terem os diretos trabalhistas garantidos pela convenção coletiva respeitados pelas instituições de ensino.
Muitos professores que sofrem com essas atitudes acabam adoecendo e tendo sua saúde e qualidade de vida comprometida, sua autoestima deteriorada e sua carreira profissional comprometida e em muitos casos interrompida. O estresse e a depressão são as principais doenças que atingem os professores vítimas dessas ações.
Orientações combater o assédio moral, a agressão verbal, e desmascarar o agressor e/ou a Instituição com os seguintes atos:
· Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
· Dar visibilidade: procurar a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
· Organizar: Buscar o apoio dos colegas é fundamental dentro e fora da escola. Lembrem-se de que todos podem ser vítimas dessas discriminações.
· Evitar: conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
· Exigir por escrito: explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível, mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
· Procurar seu sindicato e relatar: o acontecido para diretores e outras instâncias como médicos ou advogados do sindicato assim como para o Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos.
· Buscar apoio: junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da autoestima, dignidade, identidade e cidadania.
2. AGRESSÃO VERBAL OU AMEAÇA PRATICADA POR ALUNOS
MENORES;
Pesquisas realizada por Caminha, Ripardo e Neco (2018), apontam que a partir da década de 1980, o tema violência no âmbito escolar ganhou destaque. Essa violência manifesta-se inicialmente por meio de ações contra o patrimônio escolar: depredações, pichações, invasões, assaltos. E piora na década seguinte, e a violência que antes era direcionada a estrutura física da escola passou a se estender aos próprios integrantes da instituição, sendo estes os principais produtores de atos de vandalismo, agressões e ameaças (CAMINHA; RIPARDO; NECO, 2018).
A pesquisa aponta ainda, que nas últimas décadas, as crises econômicas, levou muitos menores a trabalhar para ajudar no sustento da família. E muitos desses trabalhos são marginalizados e vão desde “pedir esmolas a cometer furtos”, expondo-se a situações de perigo e posteriormente envolvem-se com a violência, deixando de ser vítima para serem agressores. (CRUZ-NETO; MOREIRA, 1998, grifo nosso).
Neste contexto as violências praticadas no âmbito escolar, reflete a vivência desses menores que vão além dos fatores econômico, abrange também os aspectos culturais, históricos e políticos. E esses conflitos refletem diretamente na convivência professor/aluno. Gerando desta maneira conflitos escolares, nos quais eles estão envolvidos. E a legislação brasileira em seus pressupostos legais assegura ao educador: 
O direito à liberdade de cátedra, que se resume em sua liberdade de atuação em sala de aula. Portanto, qualquer lei que viole esse direito se torna inconstitucional e, portanto, não passível de promulgação pelo presidente da República. (CF, 1888) 
Art. 206 da CF assegura a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. O mesmo princípio é reforçado no terceiro artigo da Lei de N 9.394 – de Diretrizes e Bases Nacional. Portanto, os professores que se sentirem constrangidos, censurados em sala de aula, podem e devem fazer o uso da legislação existente sobre o assunto para salvaguardar seu direito à liberdade de cátedra. De modo que devem buscar ajuda jurídica e proteger seus direitos.
Do ponto de vista legal, os professores podem contar apenas com o Art. 331 do Decreto Lei 2848 de 1940 do Código Penal Brasileiro, que sublinha a pena relativa ao desacato de funcionário público no exercício, prevendo apena de detenção de seis meses a dois anos ou multa (aos professores de escolas públicas). 
Ao contrário do que muita gente imagina, não é somente a agressão física que pode ser classificada como violência contra o professor, mas ofensas verbais também – incluindo crimes de ameaça, injúria, calúnia ou difamação. “Ao sofrer violência, o professor deve realizar um boletim de ocorrência e exame de corpo de delito, caso a lesão seja física. Deve ainda informar na delegacia que pretende representar contra o infrator para que essa ocorrência seja levada ao Fórum”.
 Se a violência ocorrer pela internet, o professor deve solicitar no cartório de notas uma Ata Notarial. Administrativamente, é necessário registrar a ocorrência no livro ata da escola, requerendo ainda que o Conselho Tutelar acompanhe o caso. Por fim, dependendo da situação, a Delegacia de Ensino também deverá ser acionada. “Vale lembrar que tanto as medidas criminais (socioeducativas) quanto as indenizatórias (cíveis) poderão ser tomadas contra o adolescente, podendo, inclusive, os pais ou responsáveis do aluno serem processados para repararem os danos sofridos pelo professor-vítima”.
PROCEDIMENTOS POLICIAIS 
1. Boletim de ocorrência 
	Ao ser vitimado por algum tipo de violência escolar, fora as situações de flagrante delito, o professor deve fazer um boletim de ocorrência na Delegacia de Policia mais próxima da escola, objetivando comunicar o fato delitivo à polícia judiciária. Na confecção do Boletim de Ocorrência, é possível nomear as pessoas que presenciaramo fato, isto é, testemunhas do ilícito. 
2. Termo Circunstanciado de Ocorrência
	O professor pode procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima da escola, e lá manifestar o desejo que seja elaborado um: TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (T.C.O.) em desfavor do autor ou dos autores que praticaram as agressões. O termo circunstanciado de ocorrência é um procedimento eficaz, rápido, e eficiente no combate aos delitos de menor potencial ofensivo. O autor fato do fato é intimado a comparecer na delegacia de polícia e lá assumirá o compromisso de comparecer ao Juízo Especial Criminal, onde o caso será analisado pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.
Quando casos de agressão em escolas contra professores ou colegas são denunciados, o agressor deve responder por seus atos com base no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente, de acordo com a gravidade do ocorrido. As chamadas “medidas socioeducativas” são utilizadas apenas quando se trata de um adolescente, ou seja, a partir dos 12 anos de idade. Tais medidas vão desde uma advertência ao jovem e aos pais, até prestação de serviços à comunidade e orientação familiar.
3. RELAÇÃO DO PROFESSOR COM OS PAIS OU RESPONSÁVEL POR ALUNOS MENORES
	De acordo com a Constituição promulgada em 1988, no seu Artigo 227, É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148). 
	A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (LDB/1996. art. 2º). 
Nos moldes do exposto pela nossa Carta Magna, especialmente no que versa a gramática dos art. 205, e 229, aos pais reclama um dever escolar muito maior do que o requerido ao Estado no fornecimento da educação, senão vejamos:
	Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
	Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores... Tanto é assim, que no Estatuto da Criança e do Adolescente está previsto que aos pais ou responsável tem obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino, art. 55 do ECA.
	 No mesmo sentido, o art. 1.634 do Código Civil, não deixa dúvida que a escola tenha uma missão importante, mas não a principal, não é ela que cabe educar, mas sim aos pais. 
4. EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA
	A docência é uma prática que envolve uma interação entre professor, aluno e ambiente escolar. E esta troca é necessária na construção do aprendizado do educando, em relação aos conhecimentos sociais e científicos. 
De acordo com Santos (2016), a prática docente é aquela que produz saberes, logo ela precisa ser uma verdadeira práxis que permeada por sustentação teórica e se fundamenta no exercício crítico-reflexivo dos professores, onde sujeito e realidade estabelecem um diálogo.
Quanto aos aspectos legais que regulamentaram o curso de Geografia e sua matriz curricular, temos:
· O Decreto n° 85.138 de 15 de setembro de 1980 que regulamenta a Lei n° 6.664 de 26 de junho de 1979. 
· O Decreto e o Parecer de 1962, tinha como objetivo regulamentar a profissão de Geógrafos e a profissão de professor de Geografia que havia sofrido inúmeras transformações nas últimas décadas (essa discussão encontra-se na quarta seção). 
E em relação a profissão de Geógrafo o Decreto n° 85.138 dispunha que: 
· Art. 2 - O exercício da profissão de Geógrafos somente será permitido:
1. Aos Geógrafos que haja concluído o curso constante de matérias do núcleo comum, acrescidas de duas matérias optativas, na forma do currículo fixado pelo Conselho Federal de Educação. Esse núcleo comum é o que está contido no Parecer CNE/CES nº 412/2020 que determina matérias comuns e optativas. Nesse caso é válido observar a Resolução que fixa os conteúdos mínimos para a consecução do curso de geografia.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 (LDB) apontou algumas mudanças para os cursos superiores, como a formação de educadores, prioritariamente, em nível superior, mediante a criação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), os cursos de licenciatura a partir da publicação da Resolução CNP/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002 e do Parecer CNE/CP 9/2001 tinha como função principal promover uma terminalidade e integralidade própria para os cursos de licenciatura. 
 O objetivo era que, com as DCN, os cursos de formação de professores no geral, e consequentemente, os de formação de docentes em Geografia não tivessem uma formação submetida a uma cultura bacharelesca como estava ocorrendo.
Assim, os cursos de licenciatura ganharam uma nova legislação e deveriam superar algumas questões como aponta o Parecer CNE/CP nº 9, de 8 de maio de 2001: No caso da formação nos cursos de licenciatura, em seus moldes tradicionais, a ênfase está contida na formação nos conteúdo da área, onde o bacharelado surge como a opção natural que possibilitaria, como apêndice, também, o diploma de licenciado.
A docência atualmente é regida pelos pareceres e resoluções abaixo:
· Parecer CNE/CP nº 21, de 6 de agosto de 2001 - Duração e carga horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
· Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015 - Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.
· Resolução CNE/CP nº 3, de 3 de outubro de 2018 - Altera o Art. 22 da Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.
· Parecer CNE/CP nº 7/2019, aprovado em 4 de junho de 2019 - Alteração do prazo previsto no Art. 22 da Resolução CNE/CP nº 2, de 1º julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. 
· Resolução CNE/CP nº 1, de 2 de julho de 2019 - Altera o Art. 22 da Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.
· Parecer CNE/CP nº 22/2019, aprovado em 7 de novembro de 2019 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).
· Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019 - Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).
· Parecer CNE/CP nº 14/2020, aprovado em 10 de julho de 2020 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica e Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-FormaçãoContinuada).
· Resolução CNE/CP nº 1, de 27 de outubro de 2020 - Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada).
· Parecer CNE/CP nº 10/2021, aprovado em 5 de agosto de 2021 - Alteração do prazo previsto no artigo 27 da Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).
DIA A DIA EM SALA DE AULA: 
	Em uma análise geral em relação as escolas da rede pública, é comum é a falta de investimentos e as estruturas precárias, as salas de aulas são sempre lotadas, dificultando assim o desenvolvimento do aluno e um atendimento/atenção individual, que afeta no desenvolvimento escolar e, por conseguinte, ocasionando conflitos interpessoais (BARBIERI; SANTOS; AVELINO, 2021)
	De acordo com Piccoli, Lena e Gonçalves (2019, p. 180), “não há como tratar das violências cotidianas no ambiente escolar sem relacioná-las com o cenário mais amplo de violências estruturais”. Como exposto, é lamentável que as escolas públicas ainda continuem com infraestruturas inadequadas e que situações de violência permaneçam frequentes no ensino público brasileiro (BARBIERI; SANTOS; AVELINO, 2021)
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva e do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) indica que a violência contra professores cresceu nas escolas públicas paulistas nos últimos anos. De acordo com os dados, cinco em cada dez professores da rede (54% já sofreram algum tipo de violência nas dependências das escolas em que lecionam — esse número era de 51% em 2017 e de 44% em 2014. Entre estudantes 37% declararam ter sofrido algum tipo de violência, em 2014 eram 28%, e 39% em 2017 (Apeoesp, 2019, s/p).
	Nesse contexto o professor tem que lidar com toda a instabilidade em seu cotidiano. De acordo com Demo (2000), na escola formam-se pessoas e os professores vêm assumindo papéis além daqueles explicitados na formação tradicional, esses profissionais incorporaram os papéis de líderes, psicólogos, pais, além de simples seres humanos.
	Como função do professor, geralmente está relacionada a instigar, provocar, desafiá-lo a contribuir, e a de desenvolver a capacidade de raciocínio, de posicionamento do aluno. Claro que, este professor deve ter meios e capacitação necessárias na sua formação pedagógica, para então “construir ambiente propício levando o aluno a fazer análise crítica das coisas, alcançando autonomia e a expressando-se com desenvoltura” (MORAN, 2011, p. 11).
	Assim cabe ao professor se resguardar legalmente, se amparado às leis vigentes, para isso deve:
· Registrar: com relatórios, embasados legalmente pelas leis vigentes, todo e qualquer fato ocorrido em sua aula e, encaminhar a Gestão;
· Conhecer seus direitos e deveres contidos na CF. Art. 206; Art. 3º da Lei de N 9.394 – de Diretrizes e Bases Nacional, e o que consta Art. 53 e 58 da LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Estatuto da Criança e Adolescente – ECA
· Relatar através de documentos específicos, atos de indisciplinas junto a Gestão Escolar;
· Solicitar através de requerimento, a presença dos pais ou responsáveis junto a Gestão Escolar, fazendo valer a art. 1.634 do Código Civil;
· Cumpri o que prever o Art. 58 do ECA, ao abordar temas que envolvem valores: culturais, artísticos e históricos da criança e adolescente; 
· Atender e, possuir conhecimentos ao disposto no Art. 13, LDB: 
· Participar Proposta pedagógica da escola;
· Elaborar um PLANO DE TRABALHO DOCENTE (PTD);
· Zelar Aprendizagem dos alunos;
· Elaborar estratégias para os alunos de menor rendimento;
· Ministrar aulas nos dias letivos estabelecidos pela escola
· Participar do Planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
· Articular-se com as famílias dos alunos e a comunidade.
· Evitar qualquer vínculo de intimidade com alunos.
	Portanto na verdade, cabe ao professor zelar por sua integridade, esclarecendo por meios legais qualquer situação que envolve sua integridade, física, psicológica e profissional, buscando sempre o apoio dos órgãos competentes.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 
_____________. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez.
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