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Prova Hermeneutica Unidade II - NATÁLIA

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AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
 
FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
HERMENÊUTICA 
PROF. RICARDO MAURÍCIO 
ALUNO(A): NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
TURMA: 2020.2 
 
SEGUNDA AVALIAÇÃO 
 
 
A SOLTURA DE "ANDRÉ DO RAP" VAI ALÉM DO ARTIGO 316 DO CPP 
 
Fonte: CONJUR, 18/10/2020 
AUTOR: Vladimir Passos de Freitas 
Em decisão liminar datada de 2 de outubro de 2020, o ministro Marco Aurélio, do Supremo 
Tribunal Federal, deferiu pedido de soltura de André Oliveira Macedo, conhecido como 
“André do Rap”. Somente na manhã do sábado, dia 10, André do Rap deixou a prisão de 
Presidente Wenceslau (SP), onde se encontrava, tomando rumo ignorado. No mesmo sábado, 
o presidente do STF, ministro Luiz Fux, no plantão, revogou a referida decisão. A ordem de 
captura não teve sucesso. No dia 15 seguinte, o Plenário da Corte, por 9 votos contra 1, 
referendou a posição do presidente. 
A repercussão pela liberdade concedida ultrapassou fronteiras. Repercutiu na França[i], na 
Inglaterra[ii] e na Argentina.[iii] Ela pode ser melhor avaliada pelo elevado número de acessos 
a uma simples consulta no Google. 
Afinal, o preso André do Rap era um líder, com conexões internacionais, já condenado duas 
vezes por tráfico internacional de drogas, em 1ª e 2ª instâncias, somando as duas 
condenações decretadas pelo Tribunal Regional Federal da 3ª. Região mais de 25 anos de 
prisão.[iv] Ele se achava preso desde 15/11/2019, quando uma equipe da Polícia Civil paulista 
o deteve em uma mansão em Angra dos Reis, sendo na ocasião apreendidos dois 
helicópteros e uma lancha de 60 pés, avaliada em cerca de R$ 6 milhões. 
Sua soltura foi fundamentada no artigo 316, par. único, do Código de Processo Penal, 
introduzido por emenda do Deputado Federal Lafayette de Andrada (Republicanos - MG) no 
chamado “Pacote Anti-crime”, tendo a seguinte redação: 
https://aluno.baianaead.com.br/lms/enrollments/ecc77fe5-fd83-49b0-a3d9-89ac1a9b8ebe/evaluations/e6060db2-4f3f-439c-8791-c330d85459fa/answers/3b8fd91f-f0fd-4d5e-bc18-5b4bcaa32c35/items/336e29eb-2bed-4b3d-bf00-c83dd068cd4e/edit#_edn1
https://aluno.baianaead.com.br/lms/enrollments/ecc77fe5-fd83-49b0-a3d9-89ac1a9b8ebe/evaluations/e6060db2-4f3f-439c-8791-c330d85459fa/answers/3b8fd91f-f0fd-4d5e-bc18-5b4bcaa32c35/items/336e29eb-2bed-4b3d-bf00-c83dd068cd4e/edit#_edn2
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 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
"Artigo 316 (...) 
Parágrafo único, Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a 
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, 
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal." 
A decisão do ministro Marco Aurélio[v] adotou a chamada interpretação literal da lei ou 
filológica. Portanto, dizendo o parágrafo único que a prisão preventiva deve ser revisada a 
cada 90 dias, uma vez inexistente reexame, coloca-se o preso em liberdade, pouco 
importando quem é ele e qual o crime cometido. 
Carlos Maximiliano ensina que “...a interpretação exclusivamente filológica é incompatível 
com o progresso. Conduz a um formalismo retrógrado; não tem a menor consideração pela 
desigualdade das relações da vida, à qual deve o exegeta adaptar o sentido da norma 
positiva”.[vi] Franco Montoro acresce que a interpretação gramatical “por si só é insuficiente, 
porque não considera a realidade social”.[vii] 
Óbvio que a pessoa e a espécie de delito não podem ser dissociadas do exame do caso, sob 
pena da função jurisdicional revelar-se inútil. Se não fosse assim, bastava um bom programa 
e 11 computadores no STF. Neste aspecto, o voto de 9 ministros da Corte Suprema mantendo 
a decisão do presidente Luiz Fux dispensa comentários. 
Porém, dois aspectos paralelos merecem referência. Primeiro: deve ser rejeitada a tese de 
que cabe ao juiz de primeiro grau fixar, a cada 90 dias, nova preventiva. Querer que ele 
acompanhe o julgamento em outras três instâncias é pretender que ele passe os seus dias a 
consultar processos eletrônicos.[viii] Segundo: se um juiz de primeiro grau reconhecesse o 
excesso de prazo e mandasse um ministro do STJ soltar um preso, no dia seguinte estaria 
respondendo investigação no CNJ. 
Desnecessárias maiores discussões sobre o malsinado artigo 316, vejamos outros aspectos 
relevantes e que não têm sido comentados. 
Acusações graves 
O site da Folha de São Paulo, do dia 14 passado, informa sobre relatório da Polícia Civil de SP, 
que menciona o vultoso patrimônio do condenado, suas ligações com organizações 
criminosas do sul da Itália e gravações monitoradas pelo serviço de inteligência junto a presos. 
Nestas, segundo a notícia, constam conversas que falam da necessidade de “agilizar o 
ingresso de pedidos de soltura, porque o ministro, cujo nome não mencionaram, se 
aposentaria em meados de 2021”.[ix] 
A referência é de extrema gravidade e certamente o maior interessado em aclará-la é o 
ministro Marco Aurélio. Afinal, é totalmente inédito que se faça, expressamente, acusação de 
tal tipo a um magistrado do STF. Ademais, ela foi aditada por reportagem do jornal Estado de 
São Paulo, que “analisou 225 decisões liminares concedidas em habeas corpus distribuídos 
para o mesmo ministro em 2020, sendo que a situação de 15 deles era semelhante à de André 
do Rap. Nesses casos, decisão foi revertida pelo colegiado, mas os acusados já estavam 
foragidos.[x] 
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Em situação ocorrida em 2015, no Tribunal de Justiça de SP, a Corte Estadual afastou o 
desembargador Otávio H. Sousa Lima, por ter posto em liberdade um preso pertencente a 
uma facção criminosa, que havia sido surpreendido pela Polícia Civil com “1,6 tonelada de 
cocaína em um sítio em Santa Isabel, na região metropolitana de São Paulo”.[xi] Souza Lima, 
que já registrava casos semelhantes, foi aposentado pelo TJ compulsoriamente em 2016. 
Presos provisórios e prisão em segunda instância 
Nas discussões sobre a soltura do preso, retornam os argumentos de que o Brasil tem excesso 
de presos provisórios e fazem-se comparaçõescom estatísticas de outros países. A revista 
Veja desta semana, em bem lançada reportagem, não hesitou em criticar o excesso de 
população carcerária brasileira.[xii] Só faltou registrar, contudo, que no Brasil, ao contrário 
do resto do mundo, existem quatro instâncias e, portanto, o trânsito em julgado demora mais 
e as prisões provisórias levam anos para serem definitivas. 
Necessidade da matéria “Direito da Segurança Pública” 
Os cursos de graduação e de pós-graduação em Direito não oferecem a matéria “Direito da 
Segurança Pública”. No outro lado da moeda, todos os cursos enfatizam os estudos dos 
direitos fundamentais. O resultado é que o primeiro é totalmente ignorado pelos profissionais 
do sistema de Justiça e o segundo é repetido constantemente em acórdãos, muitas vezes 
inclusive sem qualquer necessidade (CtrlC – CtrlV). 
Seria muito oportuno que o tema Segurança Pública entrasse nos currículos. Ajudaria todos, 
em especial os valorosos assessores de ministros de Cortes Superiores, a aprofundar-se em 
tais estudos nos cursos de mestrado e doutorado. Como primeira leitura, poderiam ler a obra 
de Roberto Saviano, “Zerozerozero”. Veriam, nos múltiplos comentários sobre organizações 
criminosas, exemplos como a ação de uma facção mexicana que atua na fronteira com os EUA 
atacando ônibus com imigrantes clandestinos, cujo cemitério clandestino descoberto pela 
polícia em San Fernando, 2011, revelou 193 corpos enterrados em vala comum.[xiii] 
Distribuição de processos e responsabilidade administrativa no STF 
Preocupado com o problema, o ministro Luiz Fux, presidente do STF, no dia 15 baixou 
resolução, na qual “alterou o sistema de escolha de relatores para os processos que chegam 
à Corte”. A partir de agora, segundo relata O Globo, “mesmo que tenha confirmado um 
pedido de desistência de uma ação anterior”[xiv] o relator continuará sendo o mesmo. A 
louvável iniciativa recomenda complemento. Seria oportuno introduzir no regimento interno 
da Corte[xv] dispositivo sobre a apuração de faltas cometidas pelos ministros, como a 
existente no regimento interno do STJ (artigo 290). 
A ação da OAB 
Segundo notícias não muito explícitas, a defesa do preso teria ingressado com outros HCs com 
pedido de liberdade, deles desistindo até que a distribuição alcançasse o ministro Marco 
Aurélio. Isto está claro em reportagem de Breno Pires para o Estadão, inclusive que o Ministro 
Gilmar Mendes manifestou-se pela mudança das regras regimentais,[xvi] o que acabou sendo 
feito. Ora, se há suspeita da existência de manobra fraudulenta, cabe à OAB, como maior 
interessada, apurar os fatos. Afinal, o advogado é indispensável à administração da Justiça e 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
deve colaborar para o seu aprimoramento, respondendo por desvios éticos que venha a 
cometer (Constituição, artigo 133 e Estatuto da OAB, artigo 31). 
Desestímulo nos órgãos policiais 
A soltura de um preso de importância, evidentemente, origina forte desestímulo nos policiais 
de qualquer esfera e hierarquia. Os resultados não podem ser medidos, mas existem e pioram 
o sistema. 
Em conclusão, o ocorrido pode gerar muitas e boas iniciativas, inclusive legais, e assim 
colaborar para o aprimoramento do sistema de Justiça. É o que se espera. 
 
[i] L'affaire André do Rap ravive les menaces des jets de lave aux garanties fondamentales. 
Disponível em: http://www.francia.org.ve/laffaire-andre-do-rap-ravive-les-menaces-des-jets-de-
lave-aux-garanties-fondamentales/ . Acesso em 16/10/2020. 
[ii] BBC News. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-latin-america-
54503709?__twitter_impression=true. Acesso em 17/10/2020. 
[iii] Brasil: Crisis en la Corte por liberación de un narco. Disponível 
em: https://www.clarin.com/agencias/ansa-brasil-crisis-corte-liberacion-
narco_0_s7ZWZ8UyV8.html. Acesso em 16/10/2020. 
[iv] Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54549497. Acesso em 16/10/2020. 
[v] Disponível em: file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Desktop/liminar-marco-aurelio-andre-rap.pdf. 
Acesso 16/10/2020. 
[vi] Maximiliano, Carlos. Hermenêutica e aplicação do Direito. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1981, 
p. 120. 
[vii] FRANCO MONTORO, André. Introdução à Ciência do Direito. 25ª. ed. São Paulo: RT, 1999, p. 
373. 
[viii] Vale aqui o princípio milenar: deve ser afastada a exegese que conduz ao vago, ao inexplicável, 
ao contraditório e ao absurdo. 
[ix] Folha de São Paulo, 14/10/2020, Polícia de SP abastece ministros do STF com informações sobre 
André do Rap. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/policia-de-sp-
abastece-ministros-do-stf-sobre-informacoes-sobre-andre-do-rap.shtml. Acesso 16/10/2020. 
[x] O Estado de São Paulo. Metrópole. Polícia procura 21 criminosos soltos por decisões do ministro 
Marco Aurélio. São Paulo: 16/10/2020, A10. 
[xi] Revista Eletrônica Consultor Jurídico, TJ-SP aposenta desembargador que concedeu HCs em 
plantões judiciais, Felipe Luchete, 28/09/2016. 
[xii] Veja, reportagem de Eduardo Gonçalves, O caso André do Rap: como as prisões viraram fábricas 
de criminosos, 16/10/2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/o-caso-andre-do-rap-
como-as-prisoes-viraram-fabricas-de-criminosos/. Acesso em 17/10/2020. 
[xiii] SAVIANO Roberto. Zerozerozero. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 109. 
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref1
http://www.francia.org.ve/laffaire-andre-do-rap-ravive-les-menaces-des-jets-de-lave-aux-garanties-fondamentales/
http://www.francia.org.ve/laffaire-andre-do-rap-ravive-les-menaces-des-jets-de-lave-aux-garanties-fondamentales/
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref2
https://www.bbc.com/news/world-latin-america-54503709?__twitter_impression=true
https://www.bbc.com/news/world-latin-america-54503709?__twitter_impression=true
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref3
https://www.clarin.com/agencias/ansa-brasil-crisis-corte-liberacion-narco_0_s7ZWZ8UyV8.html
https://www.clarin.com/agencias/ansa-brasil-crisis-corte-liberacion-narco_0_s7ZWZ8UyV8.html
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref4
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54549497
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref5
file:///C:/Users/Usuário/Desktop/liminar-marco-aurelio-andre-rap.pdf
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref6https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref7
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref8
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref9
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/policia-de-sp-abastece-ministros-do-stf-sobre-informacoes-sobre-andre-do-rap.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/policia-de-sp-abastece-ministros-do-stf-sobre-informacoes-sobre-andre-do-rap.shtml
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref10
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref11
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref12
https://veja.abril.com.br/brasil/o-caso-andre-do-rap-como-as-prisoes-viraram-fabricas-de-criminosos/
https://veja.abril.com.br/brasil/o-caso-andre-do-rap-como-as-prisoes-viraram-fabricas-de-criminosos/
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref13
 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
[xiv] Site O Globo , reportagem de F. Vivas e M. Falcão. Disponível 
em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/15/fux-altera-sistema-de-escolha-de-relatores-
para-processos-que-chegam-ao-stf.ghtml. Acesso em 17/10/2020. 
[xv] STF, Regimento Interno. Disponível 
em: https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoRegimentoInterno/anexo/RISTF.pdf. Acesso em 
17/10/2020. 
[xvi] Estadão. Breno Pires, Decisão de Fux mira manobra para escolher relator no STF. Disponível 
em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,fux-age-contra-tatica-para-escolher-relator-no-
stf,70003478457. Acesso em 17/10/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref14
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/15/fux-altera-sistema-de-escolha-de-relatores-para-processos-que-chegam-ao-stf.ghtml
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/15/fux-altera-sistema-de-escolha-de-relatores-para-processos-que-chegam-ao-stf.ghtml
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref15
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoRegimentoInterno/anexo/RISTF.pdf
https://www.conjur.com.br/2020-out-18/segunda-leitura-soltura-andre-rap-alem-artigo-386-cpp#_ednref16
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,fux-age-contra-tatica-para-escolher-relator-no-stf,70003478457
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,fux-age-contra-tatica-para-escolher-relator-no-stf,70003478457
 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
QUESTÃO 1 
O AUTOR DO TEXTO DEFENDE A PREVALÊNCIA DA VONTADE DO LEGISLADOR OU DA 
VONTADE DA LEI NA INTERPRETAÇÃO DO ART.316 DO CPP? POR QUÊ? FUNDAMENTE 
(VALOR: 5,0) 
 
 
Em consonância a tudo que foi apontado pelo autor durante a produção do artigo e 
respondendo desde já ao enunciado da questão, fica claro que, segundo o mesmo, deve 
existir a prevalência da vontade da lei, esta estando amparada pelo paradigma interpretativo 
do Objetivismo Jurídico, que se tornou hegemônico após a Segunda Grande Guerra Mundial 
e está, pois, centrado na vontade da lei como referencial hermenêutico. 
Nas palavras do professor Ricardo Maurício em Hermenêutica e Interpretação Jurídica, 
“De outro lado, a vertente objetivista preconiza que, na interpretação do direito, deve ser 
vislumbrada a vontade da lei, que, enquanto sentido objetivo, independe do querer subjetivo 
do legislador [...] O sentido incorporado no modelo normativo se apresentaria mais rico do 
que tudo o que o seu criador concebeu, porque suscetível de adaptação aos fatos e valores 
sociais”1. Dito isso, fica claro e evidente explicar que, segundo a concepção do Objetivismo 
Hermenêutico, o sentido da lei será construído nas interações da sociedade e o papel do 
intérprete deve ser exteriorizar este novo sentido. 
Neste diapasão, o Poder Judiciário figura como protagonista no Estado Democrático de 
Direito e cria-se uma ampliação do espaço hermenêutico, alicerçado em uma postura criativa, 
construtiva e proativa que traduz-se em um ativismo judicial. A partir dessa ideia, busca-se 
fomentar uma interpretação que seja prospectiva, isto é, que trace um caminho que 
vislumbra o presente em direção ao futuro. 
Complementa-se: “Neste sentido, a depender do referencial hermenêutico utilizado, a 
interpretação do direito modulará a própria expressão do discurso jurídico [...] a mudança, 
quando iluminada pelo objetivismo”2. 
Prosseguindo-se, salienta-se ainda que o autor ao mencionar: “se não fosse assim, 
bastava um bom programa e 11 computadores no STF”, confirma o pensamento de que a 
Hermenêutica jurídica atual exige uma inclinação muito maior para o objetivismo jurídico, 
pois tende muito mais para um “objetivismo – voluntas legis, realçando o papel do intérprete 
na exteriorização dos significados da ordem jurídica”3. 
 Nesta continuidade, independe aqui o querer do legislador, uma vez que o papel de 
protagonismo cabe a vontade da lei que esteja em constante processo de adaptação aos fatos 
e valores sociais, primando pelo apanágio do social e mutabilidade. 
 
1 SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e Interpretação Jurídica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva 
Educação, 2019, p. 56. 
2 SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e Interpretação Jurídica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva 
Educação, 2019, p. 56. 
3 SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e Interpretação Jurídica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva 
Educação, 2019, p. 57. 
 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
Assim, inexiste possibilidade de situações como a narrada pelo autor, em que 
“segundo a notícia, constam conversas que falam da necessidade de “agilizar o ingresso de 
pedidos de soltura, porque o ministro, cujo nome não mencionaram, se aposentaria em 
meados de 2021””, posto que as convicções próprias de um ministro ou qualquer outro 
operador do direito não pode e nem deve ser (consoante a este paradigma) fator incidente 
nos resultados das relações jurídicas. 
Ato contínuo, no que diz respeito ao ativismo judicial, que também traz relação direta 
com a proposta do autor do texto e com o objetivismo jurídico, conclui-se que a segurança 
jurídica não pode ser um dogma absoluto, devendo ser relativizada em favor da ideia de 
justiça. 
A título de complementação, cumpre apenas abordar resumidamente o que seria o 
contrário do Objetivismo Jurídico, isto é, a vertente do Subjetivismo Jurídico, que privilegia 
uma suposta intenção originária do legislador como referência da interpretação jurídica, 
defende-se uma interpretação retrospectiva baseada no uso dos métodos gramatical e 
histórico. 
Para finalizar, nada mais abrangente do que relembrar as palavras do mesmo 
escritor/professor anteriormente citado: “Observa-se, assim, que a lei só adquire um sentido 
com a aplicação que lhe é dada e que o poder assim reconhecido ao intérprete atesta a 
fragilidade da ordem normativa: nenhum preceito da lei, diz-se ainda, recebe seu sentido de 
um âmago legislativo; torna-se significativo com a aplicação que lhe é dada e graças à 
interpretação jurídica que esta implica”4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e Interpretação Jurídica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva 
Educação, 2019, p. 58. 
 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
QUESTÃO 2 
2) O AUTOR DO TEXTO OFERECE ARGUMENTOS EM FAVOR DE UMA INTERPRETAÇÃO 
SOCIOLÓGICA DO DIREITO? POR QUE? FUNDAMENTE (VALOR: 5,0) 
 
O método sociológico, deveras explorado pelo Socialismo Jurídico, trata da busca da 
adequaçãoda norma jurídica à realidade social a fim de atualizar o sentido normativo, 
tornando o Direito mais efetivo. Com esta metodologia de interpretação, busca-se aproximar 
os mundos do ser e do dever-ser, fomentando uma interpretação prospectiva que vislumbra 
o presente em direção ao futuro. 
Em suma, segundo essa linha de pensamento interpretativo, para que o Direito possa 
ser efetivo, torna-se imperioso aproximar a lei da sociedade, a fim de que aquela não resulte 
num conjunto de comandos abstratos e distantes do plano concreto das relações humanas. 
Nesta continuidade, sem sombra de dúvidas, durante todo o decorrer da produção 
textual, o autor demonstrou estar sustentando e reafirmando a necessidade de uma 
interpretação sociológica do Direito, que ultrapasse visões individuais da leitura da lei, de 
modo que a interpretação traga uma compatibilidade com a realidade social existente. 
O próprio autor trouxe a composição textual, citações de outros estudiosos que 
retratam o método interpretativo filológico gramatical, o qual conduz a uma interpretação 
literal do Direito, que se limita a reproduzir o sentido meramente textual (superficial) da 
normatividade jurídica: 
Carlos Maximiliano ensina que “...a interpretação exclusivamente filológica é 
incompatível com o progresso. Conduz a um formalismo retrógrado; não tem 
a menor consideração pela desigualdade das relações da vida, à qual deve o 
exegeta adaptar o sentido da norma positiva”.[vi] Franco Montoro acresce 
que a interpretação gramatical “por si só é insuficiente, porque não considera 
a realidade social”.[vii] 
Neste sentido, prosseguiu tecendo uma crítica de um modo geral aos Operadores do 
Direito, utilizando-se para isso do exemplo da interpretação do artigo 16, parágrafo único, do 
Código de Processo Penal, o qual dispõe que “decretada a prisão preventiva, deverá o órgão 
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, 
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal." Nas palavras 
do autor, é um absurdo pensar que basta a leitura deste texto legislativo para se tratar do 
assunto, uma vez que ela dispensa todas as possibilidades de erros e falhas que podem 
decorrer dessa interpretação superficial, pois: 
“Primeiro: deve ser rejeitada a tese de que cabe ao juiz de primeiro grau fixar, 
a cada 90 dias, nova preventiva. Querer que ele acompanhe o julgamento em 
outras três instâncias é pretender que ele passe os seus dias a consultar 
processos eletrônicos.[viii] Segundo: se um juiz de primeiro grau 
reconhecesse o excesso de prazo e mandasse um ministro do STJ soltar um 
preso, no dia seguinte estaria respondendo investigação no CNJ”. 
https://aluno.baianaead.com.br/lms/enrollments/ecc77fe5-fd83-49b0-a3d9-89ac1a9b8ebe/evaluations/e6060db2-4f3f-439c-8791-c330d85459fa/answers/3b8fd91f-f0fd-4d5e-bc18-5b4bcaa32c35/items/336e29eb-2bed-4b3d-bf00-c83dd068cd4e/edit#_edn6
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 AV2 – HERMENÊUTICA – RICARDO MAURÍCIO 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
 Com isso não se está querendo defender que o texto da lei não importa, afinal, afirmar 
isso é um total equívoco. O que está sendo frisado é que o intérprete deve primar pelo fim da 
Lei, assentando que este e a razão da mesma são indicadas pelas exigências sociais, visando 
o bem comum. 
 Destarte, como bem referenciado pelo próprio autor, o ilustre e já falecido jurista 
brasileiro Washignton de Barros Monteiro se preocupou em compilar regras de 
jurisprudências, que dentre outras coisas discute que “deve ser afastada a exegese que 
conduz ao vago, ao inexplicável, ao contraditório e ao absurdo”. Ou seja, na interpretação 
deve-se sempre preferir a inteligência que faz sentido à que não faz, devendo o operador 
optar entre mais de um possível sentido para o texto, levando-se em consideração as diversas 
e inúmeras nuances por traz do fato jurídico incluindo-se aqui todas as consequências que a 
aplicação puramente da lei pode trazer. 
 Salienta-se ainda que o autor utilizou-se de exemplos reais ocorridos no Judiciário 
brasileiro, para demonstrar que por inúmeras vezes em que o Operador se limitou a aplicar 
puramente o texto da lei, sem qualquer análise crítica em face da realidade social, existiram 
consequências indesejáveis (embora previstas aos olhos de uma análise sociológica). Vejamos 
citações extraídas do próprio texto: 
“Em situação ocorrida em 2015, no Tribunal de Justiça de SP, a Corte Estadual 
afastou o desembargador Otávio H. Sousa Lima, por ter posto em liberdade 
um preso pertencente a uma facção criminosa, que havia sido surpreendido 
pela Polícia Civil com “1,6 tonelada de cocaína em um sítio em Santa Isabel, 
na região metropolitana de São Paulo”. Souza Lima, que já registrava casos 
semelhantes, foi aposentado pelo TJ compulsoriamente em 2016”. 
“[...] Nesses casos, decisão foi revertida pelo colegiado, mas os acusados já 
estavam foragidos”. 
 
Assim, percebe-se que o autor esteve sim amparado por uma visão sociológica na 
construção do seu texto.