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5 AULA 5 Emprego e Trabalho

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TRABALHO E EMPREGO
A relação de emprego é espécie do gênero relação de trabalho
A maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como se fossem a mesma coisa, não são. Apesar de estarem ligadas, essas palavras possuem significados diferentes.
O trabalho é mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor, desde o momento que o homem começou a fazer utensílios e ferramentas.
De acordo com a definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX, trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades físicas e mentais.
A expressão relação de trabalho tem um sentido genérico e corresponde a todas as relações jurídicas que se caracterizam essencialmente em uma obrigação de fazer consubstanciada em labor humano. Por conseguinte, se refere a toda modalidade de contratação de trabalho humano, englobando, pois, o trabalho autônomo, o trabalho eventual, o trabalho avulso e outras modalidades de prestação serviço, como o estágio, etc. Logo, tem sentido genérico que acomoda no seu seio todas as formas de pacto que tenham por objeto uma prestação de trabalho.
Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural e com o estágio evolutivo de cada sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada.
No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver. A necessidade de comer de se abrigar, etc. era que determinava a necessidade de trabalhar.
Já na antiguidade não existia a noção de emprego; o trabalho não merecia a atenção de pessoas educadas, abastadas ou com autoridade. Trabalho era o que os escravos faziam. Assim, a relação trabalhista que existia entre as pessoas era a relação escravizador-escravo. 
Com o avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas o trabalho progrediu. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. 
O emprego é algo recente na história da humanidade; é um conceito que surgiu por volta da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial afetou não só o valor e as formas de trabalho, como sua organização e até o aparecimento de políticas sociais. A necessidade de organizar o trabalho, principalmente quando envolve muitas pessoas e ou muitos instrumentos e muitos processos, criou a ideia do "emprego". 
O emprego é uma relação entre homens que vendem sua força de trabalho por algum valor, alguma remuneração, e homens que compram essa força de trabalho pagando algo em troca, algo como um salário.
A relação de emprego é, sob o ponto vista técnico-jurídico, uma das modalidades específicas de relação trabalho juridicamente configuradas e que corresponde a um tipo legal próprio, específico e inconfundível com as demais modalidades de relação de trabalho humano.
Emprego é a relação, estável, e mais ou menos duradoura, que existe entre quem organiza o trabalho e quem realiza o trabalho. 
Amauri Mascaro do Nascimento define relação de emprego como sendo “a relação de natureza contratual tendo como sujeitos o empregado e o empregador e como objeto o trabalho subordinado, continuado e assalariado”. 
Russomano apresenta definição distinta: relação de emprego “ é o vínculo obrigacional que subordina o empregado ao empregador, resultante do contrato individual de trabalho”.
Nos termos do direito positivo brasileiro, “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”, conforme o art. 442 da CLT.
Relação de Emprego
A relação de emprego, enquanto fenômeno sócio-jurídico, é resultante de um diversificado conjunto de fatores – ou elementos – reunidos em um dado contexto social ou interpessoal, vale dizer: a relação de emprego nasce da conjugação de certos e indispensáveis elementos – fáticos e jurídicos –, sem os quais não se configura e por isso se diferencia das demais relações de trabalho.
Elementos componentes da relação de emprego
De acordo com o entendimento doutrinário dominante e levando-se em conta o ordenamento jurídico nacional (arts. 2º e 3º da C.L.T.), são cinco os elementos componentes da relação de emprego:
a) prestação de trabalho por pessoa física a um tomador qualquer – pessoa jurídica ou física;
b) prestação levada a efeito de forma pessoal pelo trabalhador – pessoalidade;
c) deve ser prestada de modo não eventual – não eventualidade;
d) efetuada de forma subordinada ao tomador de serviços; e,
e) prestação de trabalho com onerosidade.
Pessoa física
A prestação de serviço que é levada em consideração pelo Direito do Trabalho é aquela pactuada por uma pessoa física; a figura do trabalhador há, inexoravelmente, de ser uma pessoa natural.
Fala-se de pessoa física porque o trabalho é atividade humana, prestado isoladamente pela pessoa física.
Pessoalidade
O essencial para que seja configurada a pessoalidade, é que a prestação de serviços seja prestada por pessoa física, natural, humana e tenha efetivamente um caráter de infungibilidade em relação ao prestador. Deve, a relação pactuada – ou efetivamente cumprida –, ser intuito personae com respeito à figura do empregado, que não poderá, em nenhuma hipótese, fazer-se substituir intermitentemente por outro trabalhador ao longo dos serviços pactuados. Se apresentar substituto e o empregador aceitar a prestação de trabalho do substituto, formar-se-á uma nova relação jurídica trabalhista com este.
Logo, o vínculo se consuma com cada prestador, de per si, e direta é a relação de cada um com a empresa pelo que, impossível cogitar de empregado que venha a ser representante de empregado.
Não-eventualidade
Trabalho eventual é aquele prestado em caráter transitório, acidental, vale dizer: aquele que não seja necessário como serviço por uma exigência permanente do tomador. E em razão de sua acessoriedade, não ocorre a integração técnica da atividade do trabalhador na atividade da empresa, fundando-se, portanto, no casual e por isso, diz-se excepcional.
A teoria dos fins do empreendimento – fins da empresa –, com certeza a mais prestigiada pela doutrina e pela jurisprudência, tem sua base de sustentação no argumento de que eventual será apenas o trabalhador chamado a realizar tarefas, ou que tenha atribuições não inseridas nos fins normais da empresa e, por conseguinte, esporádicas e de estreita duração.
De acordo com o pensamento de Délio Maranhão: "Circunstâncias provisórias, porém, exigirão algumas vezes admita-se o trabalho de alguém que se destina a atender a uma necessidade, que se apresenta com caráter de exceção dentro do quadro de necessidades normais do empreendimento. Os serviços prestados serão de natureza eventual e aquele que os prestar – trabalhador eventual – não será empregado".
Em conclusão, não se pode ter como eventual o trabalho prestado pessoalmente por uma pessoa física, sob o comando do tomador, quando esse serviço for próprio ou inerente aos fins sociais da empresa, ainda que prestado de forma descontínua em alguns dias da semana, do mês, ou em determinados períodos do ano. O que se deve investigar, em cada caso concreto, é se ele é necessário ou próprio aos fins do empreendimento.
Onerosidade
A relação de emprego constitui uma relação essencialmente econômica.
Assim, o valor econômico e social da força de trabalho colocada à disposição do empresário deve ter uma contrapartida igualmente econômica em benefício deste, representada pela paga salarial. 
O elemento onerosidade se manifesta através do dever do empregador em pagar parcelas, em pecúnia ou in natura, destinadas a remunerar o empregado pelo serviço prestado efetivamente ou colocado à disposição, na forma pactuada, ou quando não pactuada expressamente, de acordo com os critérios previstos nos arts. 456 e 460 da CLT.
Subordinação
A subordinação jurídica é uma relação de dependência necessária da conduta pessoal do empregado na execução do contrato face às ordens, regra ou orientações ditadas pelo empregador, dentro dos limites do mesmo contrato e das normas que o regem. A subordinaçãoconsiste, assim, na situação pela qual o empregado compromete-se acolher o poder de direção empresarial modo de realização de sua prestação de serviços. 
Lembra Riva Sanseverino que a subordinação tem como substrato a vontade das partes contratantes, pois sempre deriva de situação livremente aceita pelo empregado que, no momento da contratação com ele concorda implícita ou explicitamente. O trabalhador é subordinado apenas e enquanto deve conformar sua prestação aos critérios diretivos estabelecidos pelo empregador e, em geral, às exigências técnicos-administrativas da empresa.

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