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19/08/2021 1 FARMACOERGASIA OBTENÇÃO DA DROGA VEGETAL Farmacognosia I Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha SUMÁRIO Métodos de obtenção da droga vegetal Definição de Farmacoergasia Cultivo ◼ Seleção espécie ◼ Escolha e preparo da área ◼ Fatores que influenciam Colheita ◼ Regras gerais ◼ Época Secagem ◼ Importância ◼ Processos ◼ Regras gerais Estocagem ◼ Escolha embalagem ◼ Regras gerais ◼ Validade 2Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia OBTENÇÃO DA MATÉRIA- PRIMA VEGETAL EXTRATIVISMO CULTIVO MANEJO SUSTENTÁVEL 3Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 1. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DROGA VEGETAL ➢ Extrativismo ➢ coleta-se a planta em seu habitat natural. ➢ conhecer: ➢ local de ocorrência da planta ➢ época do ano ➢ horário mais adequados à coleta. ➢ Desvantagens: ➢Processo predatório - redução das populações naturais ➢Qualidade insuficiente ➢Falta de padronização em relação ao teor 4 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 2 1. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DROGA VEGETAL Cultivo: ◼ Vantagens: Possibilidade de domesticação das espécies Conservação dos ecossistemas tropicais. Obtenção de plantas com teor de princípios ativos adequados à terapêutica. 5Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 1. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DROGA VEGETAL Manejo sustentável ◼ É a administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. ◼ Contribui para que a floresta mantenha sua forma e função mais próximas de seu estado original. 6 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Manejo sustentável ◼ Características: Exploração cuidadosa, de impacto ambiental reduzido Aplicação de tratamentos silviculturais: ▪ potencializar a regeneração da floresta ▪ fazer crescer outra colheita Monitoramento: controlar a regeneração. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 7 1. MÉTODOS DE OBTENÇÃO DA DROGA VEGETAL 2. DEFINIÇÃO - FARMACOERGASIA É a área da Farmacognosia que trata do cultivo das plantas medicinais e fatores relacionados a ele, como colheita, secagem e armazenamento da droga vegetal. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 8 Cultivo protegido em estufa aclimatada Colheita 19/08/2021 3 3. CULTIVO Seleção das espécies para cultivo ◼ Obtenção de drogas em condições padronizadas ◼ Preparo das condições adequadas ◼ Fatores de variabilidade na composição química da planta: clima, solo, temperatura raças químicas naturais: fatores genéticos flutuantes (diferenças morfológicas, fisiológicas e bioquímicas) Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 9 Seleção indivíduos melhores: cultura de melhor qualidade 10 Variação do constituinte Bisabolol em diferentes amostras de Camomila (Chamomilla recutita) Raças químicas diferentes dependendo do tipo de bisabolol P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rt e R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Variação sazonal de polifenóis totais em folhas de M. ilicifolia Variação sazonal do teor de polifenóis totais Pontos de coleta Polife nóis t otais (% em folha seca ) 4 5 6 7 8 9 08/96 12/96 05/97 08/97 12/97 Área 1 Área 3 Área 4 Área 6 Área 7 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 11 Tabela 1 - Principais espécies exóticas cultivadas Espécies Local origem Alecrim (Rosmarinus officinalis) Mediterrâneo Melissa (Melissa officinalis) “ Funcho (Foeniculum vulgare) “ Arruda (Ruta graveolens) Europa Camomila (Chamomilla recutita) “ Tanchagem (Plantago major) “ Dente- de- leão (Taraxacum officinalis) “ Artemísia (Chrysanthemum parthenium) Ásia Calêndula (Calendula officinalis) Egito Capim-limão (Cymbopogon citratus) Índia 12 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 4 3.1 Espécies nativas cultivadas Guaco (Mikania spp.): expectorante e broncodilatador Maracujá (Passiflora spp.): calmante Pata- de- vaca (Bauhinia spp.): hipoglicemiante 13Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Carqueja (Baccharis spp.): diurético Espinheira Santa (Maytenus spp.): anti- inflamatória 3.1 Espécies nativas cultivadas Tratamento de dispepsias e coadjuvante no tratamento de úlcera gástrica 14Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 3.1 Espécies nativas cultivadas Embaúba (Cecropia spp.) hipotensora, cardiotônica, diurética, anti-diabética, no tratamento da asma e da bronquite (Pio Correa, 1984; Simões, 1986; Di Stasi e col., 1989; Matos, 1991) 15 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 3. 2 Escolha e preparo da área para cultivo Local: Semelhança com habitat da espécie; ◼ Planos ou pouco inclinados: Evitar erosão; Facilitar uso de maquinários. ◼ Infra-estrutura necessária: Calcular tamanho da área a ser cultivada ▪ – quantidade/ finalidade do material cultivado. 16Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 5 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo a)Solo Avaliar características químicas e físicas: correção/fertilização Tipo de solo (composição física) ◼ areia e argila (1:1) = boa aeração e distribuição uniforme de água. Revolvimento: ◼ > aeração, diminui compactação natural (excesso de água) e artificial (pisoteio). Cobertura: Evita incidência direta sol e protege a terra contra ressecamento e chuvas fortes. (capim seco, palhas, leguminosas, composto orgânico e outros). 17 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo a) Solo Correção de acidez do solo: adição de calcário até pH ~6,0. Adubação: temperatura, umidade, presença de O2, mo’s e minhocas; Adubos orgânicos: húmus, composto e esterco: Fornece nutrientes de maneira mais lenta e constante às plantas. Vantagens: menor interferência com a composição química da planta; ajuda na retenção de água no solo; acrescenta macroelementos (N, F, P, S, Ca, Mg) e microelementos (B, Cl, Fe, Mn, Zn) Adubos químicos: solúveis - crescimento rápido. Cuidado: interferência no teor e composição dos princípios ativos [pa’s] . 18 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rt e R o c h a - F a rm a c o g n o s ia COMPOSTAGEM: processo de transformação de resíduos orgânicos (alimentos, palhada, estrume) em um composto estabilizado utilizável na agricultura como adubo. O composto é o resultado da degradação microbiológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio do ar, sob condições controladas. P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rt e R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 19 Compostagem Plantadora e adubadora Cobertura com palha de braquiária seca 20 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 6 Reuso do esgoto doméstico através da irrigação por sulco de infiltração, na cultura de milho. Irrigação por aspersores 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo a) Solo Irrigação: Manualmente ou com aspersores, processos de infiltração e gotejamento. 21 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Fornece água perto da base da planta, deixando a parte superior da folhagem seca e menos suscetível a fungos. Vantagem: controle da vazão de água (L/h) = precisão e economia. ◼ Vazão de água é tão vagarosa que é facilmente absorvida pelo solo. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 22 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo b) Fatores climáticos ◼ Umidade do ar: transporte de nutrientes e síntese de carboidratos. ◼ Temperatura ideal: entre 3 e 30º C. ▪ Ex: Temperaturas muito altas: menor teor de óleos essenciais. ◼ Irradiações solares Ex: O teor de alcaloides é maior em espécies de beladona, estramônio, vinca e quina cultivadas expostas à luz solar direta. 3.3 Fatoresque influenciam a obtenção da droga por cultivo 23 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo LUZ UV (290-380 nm) → DIMERIZAÇÃO IN VIVO Catharanthus roseus (vinca, Maria-sem- vergonha) Dímeros antitumorais Monômeros inativosPro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 24 19/08/2021 7 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo c) Propagação de vegetais •Material doador deve ser sadio e com correta identificação botânica. TIPOS •Sexuada •Assexuada 25 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo Propagação Sexuada: Através de sementes Vantagem: barata Desvantagens: demorada; produtividade baixa; variação genética (altera a concentração de pa’s e diminui a qualidade do material) Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 26 Propagação Assexuada: Propagação vegetativa. Vantagens: reprodução perfeita e desenvolvimento mais rápido. Tipos mais comuns: bulbos (alho), rizomas (gengibre), tubérculos, touceiras (capim-limão), estaquia (guaco), mergulhia, enxerto e micropropagação. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 27 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo ◼ Estaquia - retirada de um pedaço do caule que deve ser fincado na terra. A estaca é um segmento da planta (geralmente um ramo, mas dependendo da espécie, também pode ser feita com pedaço das raízes ou folhas). Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 28 ◼ Como fazer: As estacas podem ser enraizadas em canteiros ou caixas para posterior plantio. As mudas devem estar protegidas sob um telado ou em uma estufa, a fim de proporcionar ambiente adequado de umidade. 19/08/2021 8 Micropropagação “Produção de clones ou cópias geneticamente idênticas a partir de partes de um vegetal.” “Produção de mudas em tubo de ensaio.” “Propagação vegetativa in vitro” Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 29 Em que ela consiste?????????? ◼ Produção rápida de milhares de clones de uma planta, a partir de uma única célula vegetal somática ou de um pequeno pedaço de tecido vegetal (explante). P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 30 Micropropagação Micropropagação Explante: parte da planta a partir da qual se inicia a cultura. ◼ Tipos de explantes: meristemas, gemas, flores, pétalas, anteras, pedaços de folhas (pecíolo ou limbo), raízes; uma única célula; protoplastos (células sem parede celular). 31 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Tabela 2 - Fases do processo de micropropagação Fonte: Deberg e Maene (1981). in vivo Fase 0 Preparação da planta mãe e do explante in vitro Fase 1 Iniciação asséptica ou estabelecimento de cultura Fase 2 Multiplicação Fase 3 Subfase 3a Enraizamento Alongamento Sub-fase 3b Indução radicular e pré-aclimatação in vivo Fase 4 Aclimatação e transferência para o ambiente natural 32Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 9 Esquema 1 - Fases do processo de Micropropagação PLANTA MÃE ESTERILIZAÇÃO ESTABELECIMENTO DA CULTURA DESINFECÇÃO DO EXPLANTE MULTIPLICAÇÃO EXPLANTE PREPARO DO MEIO DE CULTURA MULTIPLICAÇÃO e ENRAIZAMENTO ACLIMATAÇÃO TRANSFERÊNCIA P/ O AMBIENTE NATURAL 33 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Micropropagação Seleção planta-mãe e do explante Planta-mãe: Violeta Africana - Saintpaulia ionantha: Seleção do explante: Depois de escolhida a planta-mãe isolam-se os explantes (pequenos pedaços da folha - limbo e pecíolo). Desinfecção do explante: solução a 10% de lixívia e lavagem com água esterilizada. 34Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Fase Iniciação Inoculação do explante em câmara de fluxo laminar Cultura estabelecida Desenvolvimento em câmaras de crescimento com controle de fotoperíodo e temperatura Planta jovem após cerca de 3 semanas de desenvolvimento 35 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Fase de multiplicação - repicagem das plântulas Desenvolvimento em câmaras de crescimento Sala de cultivo 36 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 10 Enraizamento Final da fase de enraizamento Desenvolvimento em câmara de crescimento Repicagem para meio de enraizamento Fase de Enraizamento 37 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Fase de Transferência Lavagem das raízes Início da transferência Transferência para tabuleiros com um substrato de turfa e perlite* (2:1) *Perlite – tipo de vidro vulcânico - proporciona bom arejamento e reter água. 38 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Fase de aclimatação Fase de aclimatação antes da passagem para estufa Aclimatação em estufa Um exemplar de violeta produzido por micropropagação 39 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Vantagens da micropropagação Maior velocidade de propagação que as plantas propagadas por sementes; Permite o estabelecimento de plantios em larga escala e mais uniformes Rendimentos superiores aos obtidos em cultivos convencionais •As plantas crescem mais e são menos vulneráveis à pragas •Produção de frutos e flores é maior. As culturas são iniciadas por explantes de reduzidas dimensões: •Obtêm-se números elevados de plantas em espaços reduzidos; 40 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 19/08/2021 11 O efeito das estações do ano pode ser eliminado; Melhora a seleção; Realizada em condições assépticas; Salvação de espécies em vias de extinção; Vantagens da micropropagação 41 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Campo de potenciais aplicações no melhoramento. Pode ser a única forma de se propagar vegetativamente . Usada para produzir e manter linhas parentais para produzir sementes. Propagação de espécies de difícil reprodução: apesar de caro, permite obter condições que fora do laboratório são difíceis de encontrar. •Ex: espécies lenhosas como o castanheiro. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 42 Desvantagens da Micropropagação A propagação massiva não pode ser aplicada atualmente em todas as espécies vegetais A regeneração pode não ser possível, para árvores lenhosas adultas: existem mais problemas para obter raízes do que plântulas. Crescimento não- uniforme com diferentes taxas de crescimento e maturação in vitro. 43Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Cáspias clonadas: 3 x mais produtivas A produção homogênea e de qualidade proporciona maior rentabilidade. A produção homogênea e de qualidade proporciona maior rentabilidade. Cultivo in vitro do café (Coffea arabica) Cultivo in vitro da babosa (Aloe vera) 44 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 19/08/2021 12 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo d) Tratos Silviculturais Objetivos: ▪melhoria das condições de crescimento de indivíduos isolados ▪alterações das condições ambientais em povoamentos para melhorar a estabilidade biológica. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 45 d) Tratos silviculturais Funções: ▪ Proteção: evitar o ataque de insetos e danos físicos e proteção a temperaturas extremas. ▪ Seleção: eliminar fenótipos desfavoráveis; selecionar as melhores árvores em crescimento e desenvolvimento. ▪ Educação:controlar o ambiente com intervenções rigorosas e criteriosas: retirada de galhos, controle de densidade. ▪ Acessórias: melhorar visual do povoamento, melhorar o sítio. P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 46 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo d) Tratos Silviculturais Tipos de Tratos Silviculturais: ▪Poda (desrama): retirada de galhos de uma árvore ▪Objetivo: ▪produção de madeira de melhor qualidade ▪melhoria no acesso à floresta ▪redução de risco de incêndios. 47Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo d) Tratos Silviculturais Tipos de Tratos Silviculturais: ▪ Desbaste: cortes parciais feitos em povoamentos imaturos. ▪Objetivo: ▪ estimular o crescimento ▪ aumentar a produção de matéria-prima utilizável. 48Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 13 d) Tratos Silviculturais Tipos de Tratos Silviculturais: ▪Rotação de cultura: diminuir a exaustão do solo. 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo 49 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia ◼ Tipos de tratos silviculturais ▪ Associação de plantas: ▪ Benéficas: alho/ roseira/ framboesa; anis/ coentro; camomila/ menta; ▪ Não benéficas: alfavaca/ arruda; dente-de- leão/ outras plantas Proteção Florestal ▪ controle de pragas e doenças – biológico ▪ controle de incêndios florestais. Uso de agrotóxicos = proibido no cultivo de plantas medicinais. 3.3 Fatores que influenciam a obtenção da droga por cultivo 50 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rt e R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 4. COLHEITA ▪ Teor de princípios ativos varia: ▪ órgão para órgão ▪ com a idade ▪ com o clima ▪ com a época ▪ período do dia no qual é efetuada. 4.1 Regras gerais para a colheita ◼ Identificar corretamente a espécie. ◼ Respeitar o estágio de desenvolvimento da planta. 51 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 4.1 Regras gerais para a colheita Não colher plantas: ◼ à margem de estradas empoeiradas ◼ próximas a esgotos ou águas contaminadas ◼ plantações que fizeram uso de agrotóxicos ◼ plantas danificadas. Deixar 50 % do material em cada sítio de colheita no caso de extrativismo. Colher uma espécie de cada vez: evitar mistura do material Rotular adequadamente o material colhido. Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 52 19/08/2021 14 4.1 Regras gerais para a colheita Espalhar sementes das espécies no local de colheita para ajudar na propagação. Utilizar ferramentas apropriadas e afiadas: favorece cicatrização e evita contaminações. Utilizar recipiente de coleta adequado que não danifique o material coletado. A colheita deve ser feita com o sol não muito quente (manhã ou tarde) ou antes do sol se por, salvo indicação contrária. 53 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Tabela 3 - Épocas de colheita Parte utilizada Quando colher Folhas e planta inteira Pré-floração Flores Bem abertas Frutos Bem maduros Sementes Bem desenvolvidas Cascas e raízes Idade adulta; outono e início do inverno 54Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Tabela 4 - Obrigatoriedade de reposição material coletado – medicinais, aromáticas ou tóxicas nativas (IN 122-P,1985) Herbáceas (qtd colhida - kg) Exigência (mudas) Fo - 1 4 Ca - 1 8 Rz - 1 12 Arbustivas Fo – 3 1 Cs - 1 3 Len - 1 2 Rz - 1 4 Arbóreas Fo - 5 1 Cs - 1 2 Len - 1 1 Rz - 1 3 55 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Colheita Professora Dra. Alessandra Duarte Rocha 56 É importante depositar uma exsicata para facilitar a identificação botânica da espécie Google.images 19/08/2021 15 Professora Dra. Alessandra Duarte Rocha 57 Google.images 5. SECAGEM Objetivo: assegurar a qualidade pós-colheita: diminui volume da droga = aumenta tempo de conservação da planta medicinal. 5.1 Importância da secagem Manter a máxima concentração de princípios ativos; Conservar ao máximo o aspecto natural da planta; Evitar a ação de agentes deletérios: ◼ % elevadas de água facilitam a ação de enzimas e a proliferação de fungos e bactérias. 58Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 5.2 Processos de secagem Naturais: à sombra: ◼ lento ◼ ocorre decomposição da droga por enzimas. ao sol: ◼ rápido ◼ leva à evaporação de componentes voláteis ou ◼ destruição de termolábeis. mista (sol e sombra): ◼ diminui tempo de secagem ◼ evita a alteração na qualidade e teor dos princípios ativos. Técnica ao ar livre: mais simples. Vantagem: preservar a forma e as cores das plantas (aspecto natural). Como? Penduradas amarradas em forma de ramalhetes ou deitadas 59 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 5.2 Processos de secagem Artificiais: Câmaras de circulação de ar Estufas Vácuo: prejudicial para drogas com princípios voláteis. Liofilização (spray-dryer): congela-se o material e retira-se a água à vácuo por sublimação. ◼ É o melhor processo de secagem ◼ Custo elevado. 60Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 16 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 61 Secador doméstico Secagem em bandejas à sombra 62 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Câmaras de circulação de ar Estufa Liofilizador 5.3 Regras gerais para a secagem Sempre secar antes de estocar – nunca estocar material úmido. Não submeter o material à temperatura muito alta e à secagem muito rápida para evitar a formação de uma camada dura e impermeável na parte externa impedindo a evaporação da água. Planta seca: apresenta-se quebradiça, porém com coloração pouco alterada. 63 P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia Não amontoar o material e revolvê-lo frequentemente. Pequena quantidade: espalhar em bandejas ou peneiras forradas com papel absorvente. P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 64 5.3 Regras gerais para a secagem 19/08/2021 17 5.3 Regras gerais para a secagem Grande quantidade: espalhá-lo em bandejas dentro de galpões com ventilação adequada. Pode-se colocar em prateleiras. P ro fa . D ra . A le s s a n d ra D u a rte R o c h a - F a rm a c o g n o s ia 65 Fonte: http://www.naturezabrasileira.com.br/foto/8334/secagem_de _ervas_fitoterapicas___turvo___pr.aspx Tabela 5 - Modos de secagem das partes das plantas Parte Modo secagem Folhas e planta inteira Fragmentadas; sol/sombra; Temp. moderada. Flores e sumidades floridas Imediatamente após a colheita, em sol fraco ou sombra, protegendo o material com papéis claros e limpos. Sementes Presas a planta, envolvendo-as em sacos de papel com a abertura voltada para cima. Frutos Fragmentados Raízes, rizomas e tubérculos Fragmentados. Tempo quente; afastados da luz direta do sol. Temperatura em estufa ~ 35º C. 66 P ro fa . D ra . A le ssa n d ra D u a rte R o ch a - F a rm a c o g n o s ia Pós-secagem Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 67 Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/285321/# 6. ESTOCAGEM Período de armazenamento: menor possível: risco de ocorrer perdas qualitativas e quantitativas nas substâncias ativas das plantas. Local de armazenamento: seco, protegido da luz, arejado, limpo, com umidade do ar controlada e isolado da presença de pragas (insetos e ratos). Ambiente ideal: seco e à temperatura de 5-15º C. Armazenamento de cada espécie em embalagem individualizada para evitar contaminação cruzada. 68Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 19/08/2021 18 6.1. Embalagens O tipo de embalagem depende da droga ede sua destinação. A embalagem deve permitir trocas gasosas. Não deve reagir com as substâncias contidas na droga. Proteção eficaz e economia de espaço. 69Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 6.2 Regras gerais para a escolha da embalagem Dar preferência a embalagens porosas. Uso de dessecantes. Ex: sílica Em farmácias e laboratórios pequenos: frascos de vidro âmbar hermeticamente fechados. Óleos essenciais e fixos atacam embalagens plásticas. Embalagens metálicas podem reagir com ácidos orgânicos. Sacos plásticos: não são porosos, implicando na formação de fungos Sacos de papel: relativamente baratos, mas podem propiciar retenção umidade. Sacos de fibras: p/ grandes quantidades de plantas secas. Colocá- los em local seco e longe do chão. 70 Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia 6.3 Validade da droga vegetal Não utilizar drogas vegetais armazenadas por mais de um ano: ◼ Analisar a concentração de princípios ativos antes do uso!!!!! Exceção: drogas com antracenos (p. ex. cáscara sagrada). PLANTA FRESCA: formas antracênicas combinadas e reduzidas (antronas e antranóis) = ação drástica PLANTA SECA: formas antracênicas oxidadas (antraquinonas) = ação mais branda Conservação (1 ano) H+ + [O] 71Profa. Dra. Alessandra Duarte Rocha - Farmacognosia Referências Bibliográficas SIMÕES, CLAUDIA MARIA O; SCHENKEL, ELOIR PAULO; MENTZ, LILIAN AULER. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. São Paulo: Artmed, 2017. 502 p. ISBN: 9788582713594. SIMÕES, C. M. O et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Porto Alegre / Florianópolis: Ed. Universidade/UFRGS / Ed. da UFSC, 2010. 821 p. ISBN 85-7025-537-3. OLIVEIRA, F., AKISUE, G. AKISUE, M. K. Farmacognosia. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2014. EVANS, W. C.; TREASE G. E. (Eds.) Pharmacognosy. 14th ed. London: Baillière Tindall, 1996. 832 p. DANTAS-BARROS, A. Apostila Farmacoergasia – Disciplina de Farmacognosia; Faculdade de Farmácia da UFMG. 1995. 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