Buscar

Resumo tut - Hemostasia - Samille

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
 
 
 
 
 
HEMOSTASIA 
1° - DEFINIÇÃO: 
Série complexa de fenômenos biológicos que ocorre resposta imediata à lesão de um vaso 
sanguíneo com objetivo de deter a hemorragia. O mecanismo hemostático inclui três processos: 
→ Hemostasia primária, 
→ Coagulação (hemostasia secundária) 
→ Fibrinólise 
Esses processos têm em conjunto a finalidade de manter a fluidez necessária do sangue, sem 
haver extravasamento pelos vasos ou obstrução do fluxo pela presença de trombos. Porém, 
essa resposta deve ser controlada para evitar o surgimento de coágulos extensos. 
 
O sistema hemostático consiste em um equilíbrio entre mecanismos pró-coagulantes e 
anticoagulantes, associados a um mecanismo de fibrinólise. 
COMPONENTES DA RESPOSTA HEMOSTÁTICA 
1° - PLAQUETAS: 
São produzidas na medula óssea por meio de megacariócitos (célula precursora de células-
tronco). Este megacariócito amadurecem por replicação do DNA, quando adultos são enormes 
contendo um único núcleo lobulado. As plaquetas são decorrentes da fragmentação 
citoplasmática dos megacariócitos. 
 
 
 
 
→ Cada megacariócito origina de 1.000 – 5.000 plaquetas 
→ A diferenciação de células-tronco até produção de plaquetas → 10 dias 
→ Trombopoietina → Principal regulador da produção plaquetária. 
• Sintetizada no fígado e rins. 
• ↑ Número e ritmo de maturação de megacariócitos via receptor c-MPL 
• Obs: Agentes trombomiméticos usados clinicamente → ↑ Plaquetas 
→ Plaquetas tem receptores c-MPL removendo trombopoietina da circulação 
• Nível de trombopoietina é elevado quando há trombocitopenia por falta de 
produção de plaquetas. 
→ VR plaquetas → 250.000 uL (Limite: 150 – 400.00 uL). Sobrevida de 7 – 10 dias. 
 
Estrutura das plaquetas 
Glicoproteínas de revestimento → Importante nas reações de adesão e agregação de 
plaquetas. 
→ A adesão ao colágeno é facilitada pela glicoproteína Ia 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
→ Glicoproteína Ib e IIb/IIa são importantes na ligação de plaquetas ao FvW e ao 
subendotélio vascular 
→ Glicoproteína IIb/IIIa é importante receptor de fibrinogênio. 
Membrana plasmática → Invagina-se na plaqueta p/ formar sistema de membrana aberto: 
canalicular, constituindo superfície reativa capaz de serem absorvidas por proteínas 
plasmáticas. 
→ Fosfolipídios é importante na conversão do fator X de coagulação em Xa e Protrombina 
em trombina. 
Plaquetas → Três tipos de grânulos de armazenamento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antígenos plaquetários → Proteínas na superfície das plaquetas atuam na autoimunidade 
plaqueta-específica = Antígenos plaquetários humanos. Podem expressar antígenos ABO e 
leucocitários humanos (HLA) classe I. 
FUNÇÃO PLAQUETÁRIA 
Principal função é a formação do tampão mecânico durante a resposta hemostática normal 
à lesão vascular. Ausência de plaquetas pode gerar sangramento espontâneo em pequenos 
vasos. A função plaquetária pode se dividir em: 
→ Adesão 
→ Ativação 
→ Agregação 
Fator Von Willebrand 
A imobilização de plaquetas no local da lesão depende da interação plaqueta-parede (adesão) 
e plaqueta-plaqueta (agregação). Tais interações são mediadas principalmente pelo FvW. 
→ Transporta fator VIII 
→ Sintetizado por células endoteliais e megacariócitos 
→ Armazenado nos corpúsculos de Weibel-Palade (no endotélio e grânulos alfa) 
 
 
Secretagogos: 
→ Estresse 
→ Exercício 
→ Adrenalina 
→ Infusão de desmopressina 
 
FvW 
plasmático
Maioria 
continuamente 
secretada
Minoria armazenada 
no Weibel-Palade
Liberados em forma de 
multímeros - Forma mais 
adesiva e reacional
Liberado sob influência de 
secretagogos
GRÂNULOS - ALFA 
→ Fator de Von Willebrand 
→ Fibronectina e fibrinogênio 
→ Trombospontina 
→ Fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) 
GRÂNULOS DENSOS 
→ ADP 
→ ATP 
→ Cálcio 
→ Serotonina 
LISOSSOMOS 
→ Enzimas hidrolíticas 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
Formação do trombo plaquetário 
Situação normal → Plaquetas circulantes não interagem com a parede endotelial. 
Após lesão endotelial → Respondem rapidamente às propriedades trombogênicas das células 
endoteliais. 
 
→ Obs: A inibição da função plaquetária de agregação pode ser realizada por meio de 
drogas antagonistas de GPIIb/IIIa, como: Tirofiban, Abciximab, Eptifibatide 
Ativação plaquetária é modulada por agonistas que se ligam aos receptores desencadeando 
liberação de grânulos plaquetário e síntese de novos agonistas, amplificando a ativação 
plaquetária. Os principais agonistas dessa ativação, são: 
 
→ Trombina 
→ ADP 
→ Tromboxano A² 
→ Serotonina 
→ Colágeno 
→ Epinefrina 
 
 
 
Quando ocorre interação agonista-receptor, o sistema G (proteínas da membrana da plaqueta) 
promove ativação de fosfolipases. 
→ Principal via de ativação plaquetária – Fosfolipase C → Hidrolisa o fosfatidilinositol 
gerando compostos lipídicos que funcionam como segundo mensageiro. 
→ O cálcio também contribui para a ativação da fosfolipase A2, 
→ A trombina é um dos mais potentes agonistas da função plaquetária e ativa a plaqueta 
através da ligação e clivagem dos chamados receptores ativáveis por proteases 
O principal mecanismo inibidor da ativação plaquetária é representado pelo AMPc. O aumento 
de AMPc irá inibir a liberação do cálcio citoplasmático do sistema tubular denso e, dessa forma, 
impedir a ação de diversas enzimas envolvidas na ativação plaquetária. 
2° - RESUMO HEMOSTASIA PRIMÁRIA: 
ADESÃO 
Exposição da matriz subendotelial → Colágeno 
Lesão 
vascular
Elementos do 
subendotélio 
expostos
Plaquetas se 
aderem ao 
endotélio 
São ativadas e 
agregadas umas às 
outras = trombo no 
vaso
Fluxo sanguíneo 
influencia na 
formação do 
trombo
Vel. do sangue ↓ 
prox ao endotélio = 
atrito entre 
plaquetas = shear 
stress
Regiões de shear 
stress = interação 
FvW - plaquetas 
garante adesão ao 
subendotélio
FvW liga-se ao 
colégeno = sob 
condição de ↑ shear 
stress sofre 
mudanças
expõe sítio de 
ligação p/ 
GPIb/V/IX
Quando ↓ shear 
stress, colágeno 
media adesão
Proteínas adesivas: 
trombospondina, 
fibronectina e 
laminina
Adesão 
desencadeia 
ativação 
plaquetária
Recrutamento de 
mais plaquetas 
para local de 
lesão
Plaquetas 
ativadas 
expressam 
GPIIb/IIIa
Por meio de 
agregação, 
fibrinogênio e FvW 
formam pontes entre 
plaquetas
Formação do 
trombo 
plaquetário
 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
Plaqueta precisa parar o sangramento e tampar a área lesionada, para isso precisa aderir à 
parede dos vasos. 
Glicoproteínas: 
→ 1° contato → GP Ia/IIa e GP IV + colágeno = ligação fraca 
→ Adesão efetiva → GP Ib – Fator de Von Willebrand + colágeno 
ATIVAÇÃO 
Estimulação pelos agonistas plaquetários: 
→ Liberação dos grânulos alfa 
→ Colágeno, epinefrina, trombina, glicoproteína IV 
→ Serotonina (Vasoconstrição) 
 
Liberação de ADP → Ativação da fosfolipase A2 que sintetiza Tromboxane A2 pela COX-1. 
→ Tromboxane atua como sinalizador atraindo mais plaquetas e diminui o AMPc. Tem 
intensa atividade vasoconstritora 
→ Exposição de fosfolipídeo plaquetário na membrana → Importante p/ hemostasia 
secundária. 
 
 
 
 
 
 
AGREGAÇÃO 
→ Exposição dos receptores na membrana 
→ Ligação: GP IIb/IIIa + Fibrinogênio = Trombo branco (Fim da hemostasia primária) 
 
3° - HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: 
CASCATA DE COAGULAÇÃO 
Envolve um sistema biológico de amplificação, no qual poucas substâncias de iniciação se 
ativam por proteólise (cascata de proteínas precursoras circulantes – fatores enzimáticos da 
coagulação). Tudo isso para realizar a produção de trombina. 
→ Trombina → Converte fibrinogênio solúvel em fibrina 
→ Fibrina → Infiltra nos agregados de plaqueta da lesão vascular e converte tampões 
primários e instáveis em tampões hemostáticos firmes, definitivos e estáveis. 
→ Essa cascatadepende de uma [ ] localizada de fatores circulantes nos sítios de lesão. 
As reações mediadas por superfície ocorrem no: 
→ Colágeno exposto 
→ Fosfolipídio plaquetário 
→ Fator tecidual 
Os fatores de coagulação (exceto fibrina) são precursores de enzimas ou cofatores. 
Geração da Trombina 
Complexa rede de alças de amplificação e feedback negativo = Produção limitada e localizada. 
Deixam a 
plaqueta mais 
robusta
Acabam com 
as 
invaginações
Aumenta a 
superfície de 
contato
Mais 
receptores de 
adesão 
Exposição 
dos 
receptores de 
agregação
MEDICAÇÕES QUE INIBEM AGREGAÇÃO 
AAS 
→ Acetila a COX-1 → Sem tromboxane A2 = sem agregação 
Clopidogrel / Prasugrel / Ticagrelor 
→ Inibem receptor de ADP → Sem ativação da fosfolipase A2 = Sem agregação 
plaquetária 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
A geração de trombina depende de três complexos enzimáticos, cada um constituído de 
protease, cofator, cálcio e fosfolipídios. São eles: 
→ Xase extrínseca (VIIa, FT, PL, Ca²) 
→ Xase intrínseca (IXa, VIIIa, PL, Ca²) que gera FXa 
→ Complexo protrombinase (Xa, Va, PL, Ca²) que gera trombina. 
Fase inicial: 
 
Iniciação 
A etapa que dá início à coagulação ocorre em resposta ao dano vascular, que expõe o 
subendotélio ao sangue. As plaquetas aderem ao local danificado por meio de várias interações. 
 
Fator Tecidual (FT) → é uma glicoproteína transmembrana com altos níveis de expressão no 
coração, cérebro, pulmão, testículos, placenta e rins. 
Amplificação 
A etapa de amplificação inicia-se a partir do efeito de pequenas quantidades de trombina gerada 
na etapa de iniciação sobre os receptores plaquetários e fatores de coagulação. A ação da 
trombina sobre as plaquetas ocorre de diversas formas. 
FS → Fosfatidilserina é um fosfolípide normalmente presente na porção interna da membrana 
plaquetária. 
 
Geração de trombina 
ocorre em duas 
ondas de magnitude 
e função
No início = ↓ 
Quantidade que 
prepara cascata de 
coagulação para 2°
onda
Segunda onda é 
amplificada = ↑ 
quantidade de 
geração
Ligação FVW + 
colágeno e 
glicoproteína Ib
Plaquetas se 
ligam ao colágeno 
pela GpVI 
Essa ligação 
gerasinalização 
em cascata
Ativa as integrinas 
plaquetárias que 
mediam ligação 
plaqueta-
endotélio
Paralelo ao 
processo 
plaquetário, ocorre 
exposição do fator 
tecidual do endotélio
FT é receptor e 
cofator de FVII e se 
ligam
FT + FVII = FVII 
convertido em FVII 
ativado (FVIIa)
Complexo 
FT/FVIIa ativa 
fatores IX e X 
cada fator com 
sua função
Ligação FXa + 
FVa = Conversão 
de ↓ protrombina 
em trombina
Essa ↓ Trombina 
é insuficiente para 
formar coágulo
Porém, é 
suficiente para 
retroalimentar a 
coagulação 
Retroalimentação 
através da ativação 
de fatores V, VIII e 
XI + receptores 
plaquetários
Ligação trombina + 
GpIb
Trombina sofre 
alteração 
conformacional
Alteração permite 
clivagem de receptores 
ativadores de protease 
plaquetária (PAR)
Interação trombina + 
PAR-1 = sinalização de 
cascata = ativação 
plaquetária
Ativação acarreta em: 
Mudança na forma da 
plaqueta
Além disso, acarreta no 
↑ da expressão de FS e 
desgranulação 
plaquetária de grânulos 
α e densos
Plaqueta ativada = FS 
migra p/ porção externa 
da membrana 
Ocorre formação de 
complexos de 
amplificação de 
coagulação = Tenase e 
protrombinase
A desgranulação, 
principalmente libera 
ADP que faz 
retroalimentação 
positiva nas plaquetas
Promove ativação 
plaquetária adicional. 
Na amplificação, 
trombina age ativando 
FVIII e FV
Ação da trombina no 
FVIII promove 
dissociação do FVW
Amplificação = Geração 
de plaquetas ativadas c/ 
cofator Va e VIIIa ligado 
na superfície
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
Propagação 
As plaquetas ativadas juntamente com os cofatores Va e VIIIa ligados em sua superfície 
funcionam como plataforma para o ancoramento de proteínas e formação dos complexos 
tenase e protrombinase na superfície plaquetária. 
O FIXa, formado durante a etapa de iniciação, liga-se às plaquetas ativadas de duas formas: 
→ Dependente de FVIIIa 
→ Independente do FVIIIa. 
Ação dependente do FVIII: 
 
 
4° - RESUMO HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: 
Objetivo geral: 
→ Formação da rede de fibrina → Estabilidade ao trombo branco 
→ Evitar deslocamentos e ressangramentos 
→ Formação do coágulo → Trombo vermelho 
 
“Soldados”: 
→ Conjunto de proteínas plasmáticas, os fatores de coagulação → Ativadas e 
inativadas → Cascata de eventos → Produção de fibrina 
Onde são produzidos? 
→ Fígado (a excreção do fator VIII) - Principalmente; 
→ Alguns precisam de modificação quando ficam prontos, sendo denominados de 
Fatores Vitamina K-dependentes: 
• II, VII, IX e X → Carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico → Ancoragem 
no fosfolipídio plaquetário. 
 
Formação do complexo 
tenase (FIXa/VIIIa)
Ativa o FX da 
superfície plaquetária
FXa + Plaqueta = FVa 
(complexo 
protrombinase) que 
converte protrombina 
em trombina
Trombina cliva 
fibrinogênio e libera 
fibrinopéptides A e B 
(radicais aminas)
Conversão do 
fibrinogênio em 
monômeros de fibrina
Agregação de 
monômeros = 
Protofibrilas
Trombina ativa FXIII 
que estabiliza 
protofibrilas = Coágulo 
estável
Trombina ativa FXI que 
realiza 
retroalimentação 
positiva ao gerar mais 
FXa
Trombina cliva PAR-4 
= Mudança na 
plaqueta = Coágulo 
mais estável
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
VIA INTRÍNSECA 
Ativada pelo contato do sangue com superfícies de carga negativa (como colágeno). 
→ Liberação do CAPM (Cininogênio de Alto Peso Molecular) 
→ 12 → 11 → 9 → 10 
→ Cofatores 
• Cálcio 
• Fosfolipídio plaquetário 
• Fator VIIIa 
→ Formação do fator X → Início da via comum 
VIA EXTRÍNSECA 
Ativada pelo contato do sangue com o fator tecidual → Liberado após a lesão endotelial 
→ Transformação do VII em VIIa → 10 
• Principal fator de vitamina K dependente 
→ Cofatores 
• Cálcio e fosfolipídio plaquetário 
→ Formação do fator X → Início da Via Comum 
FATORES ANTI-COAGULANTES 
Endotélio é o grande regulador → Endotélio íntegro = Sem colágeno e fator tecidual 
Anti-coagulantes da hemostasia primária: 
→ Óxido nítrico 
→ Prostaciclina (Inibe agonista de ativação plaquetária) 
→ ADPase (inibe ADP) 
Anti-coagulantes da hemostasia secundária: 
→ Trombomodulina → Se liga à trombina, ativa a proteína C, degradando os fatores 
VIIIa e Va que são cofatores da via intrínseca e comum. 
→ Produção de proteína S → Inativa fatores Va, VIIIa e Xa 
→ Heparan-Sulfato → Ativação da antitrombina III que hidrolisa os fatores vitamina K-
dependentes e outros 
→ Inibidor da via do fator tecidual → Inibição da via extrínseca 
 
4° - FIBRINÓLISE: 
A fibrinólise refere-se ao processo de lise do coágulo. Ocorre pela ação do sistema fibrinolítico, 
que atua sobre a fibrina formada, envolvendo várias proteínas: 
→ Proenzima inativa 
→ Plasminogênio (Pg); 
→ Seus ativadores: 
• Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) 
• Ativador de Plasminogênio urocinase (u-PA) 
→ Inibidores da ativação de plasminogênio: 
Inibidor do Ativador de Plasminogênio-1 (PAI-1) 
Inibidor do Ativador de Plasminogênio-2 (PAI-2) 
→ Inibidores da plasmina: 
• α2-antiplasmina (α2-AP) 
• α2-Macroglobulina (α2-MG) 
→ Inibidor do sistema fibrinolítico, denominado inibidor Fibrinolítico Ativado pela 
Trombina (TAFI) 
A fibrinólise se inicia quando o Pg circulante se adere ao coágulo e é convertido em plasmina 
através da ação do tPA, liberado pelo endotélio vascular. A fibrina, uma vez formada, atua como 
cofator para a conversão de Pg em plasmina, o principal mediador da fibrinólise. 
Inibidores da 
homeostase 
primária
Inibem as 
plaquetas
Óxido nítrico, 
prostaciclina
Inibidores da 
homeostase 
secundária
Inibem ou 
destroem fatores 
envolvidos na 
cascata
Proteína C, 
Proteína S, Inibidor 
do fator tecidual, 
heparan-sulfato
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas| Samille Donato 
 
 
TESTES DE FUNÇÃO HEMOSTÁTICA 
Hemostasia defeituosa com sangramento anormal, pode resultar de: 
→ Distúrbio vascular 
→ Trombocitopenia ou distúrbio de função plaquetária 
→ Defeito na coagulação do sangue 
Os testes avaliam: 
→ Plaquetas 
→ Parede vascular 
→ Coagulação 
Divididos em: 
→ Funcionais → levam em conta a atividade da proteína a ser testada 
→ Imunológicos → detectam sua presença com base em anticorpos específicos, 
independentemente de sua função. 
 
 
1° - TESTES DA HEMOSTASIA PRIMÁRIA: 
Os testes relacionados à hemostasia primária são: 
→ Tempo de sangramento, contagem de plaquetas e avaliação da função plaquetária 
Contagem de plaquetas: 
Geralmente feita em sangue total anticoagulado com EDTA, usando-se contadores automáticos 
de células. Esses aparelhos são capazes de avaliar: 
→ Distribuição do volume plaquetário 
→ Presença de plaquetas grandes 
→ Enumeração das plaquetas permitindo 
→ Análise da morfologia plaquetária. 
→ Permite descartar a falsa trombocitopenia (aglutinação plaquetária que ocorre in vitro 
e que é induzida pela presença do EDTA, com a participação de proteínas 
plasmáticas). 
Tempo de sangramento: 
Medida da função plaquetária in vivo. Consiste na realização de uma perfuração de 1 mm de 
profundidade, lesando apenas pequenos vasos, onde atuam os processos envolvidos na 
hemostasia primária. 
→ Tempo de sangramento de Duke → Realizado no lóbulo da orelha, é pouco sensível 
→ Técnica de Ivy → feita no antebraço, mais sensível 
→ Identificam: trombopatias e doença de von Willebrand 
→ O tempo de sangramento estará prolongado em casos de trombocitopenia. O 
prolongamento é proporcional à redução do número de plaquetas. 
Obs: Pacientes com trombocitopenia autoimune, o tempo de sangramento é 
desproporcionalmente curto, refletindo a função exacerbada das plaquetas jovens em 
circulação. 
Plasmina cliva 
resíduos de lisina de 
fibrina
Fibrina alterada deixa 
exposta a a porção 
carboxi-terminal dos 
resíduos de lisina
São sítios adicionais 
p/ ligação de plasmina 
e t-PA que ajudam na 
propagação da 
fibrinólise
Regulação da 
fibrinólise = ação de 
PAI-1, da α2-AP e do 
TAFI
PAI-1 é produzido 
pelo endotélio 
vascular e plaquetas e 
inibe o t-PA e u-PA
α2-AP inibe a ação da 
plasmina
Na presença de 
Trombomodulina 
(TM), TAFI, inibe 
fibrinólise através da 
modificação da fibrina
TAFIa elimina os 
resíduos C-terminais 
De arginina e lisina da 
fibrina parcialmente 
degradada
Resultando em menor 
ligação e ativação do 
Pg na superfície da 
fibrina
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
Agregação plaquetária: 
Útil na avaliação da função das plaquetas, através da exploração de diferentes vias de ativação 
plaquetária in vitro. O método é baseado na medida da formação de agregados de plaquetas 
após sua exposição a um agente agregante. 
A utilidade do teste de agregação plaquetária é identificar o local do defeito da hemostasia 
primária, já detectado através de história clínica e prolongamento do tempo de sangramento. 
Citometria de fluxo: 
Permite aprofundar o estudo das plaquetas, usando-se anticorpos contra glicoproteínas que são 
expostas apenas na plaqueta ativada, como a P-selectina. Permite: 
→ Numeração de plaquetas recém-lançadas na circulação, as plaquetas reticuladas 
→ Diagnóstico de trombopatias por deficiência de Gp de membrana plaquetária 
→ Estimar o ritmo de produção das plaquetas 
2° - TESTES DA HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: 
Para o estudo dos componentes plasmáticos, utiliza-se: 
→ Plasma livre de hemácias 
→ Glóbulos brancos 
→ Plaquetas 
Os testes coagulométricos são baseados no tempo que o plasma leva para coagular, a partir 
do momento em que se adiciona o cloreto de cálcio. Eles baseiam-se na formação do coágulo 
de fibrina, estes métodos são: 
→ Tempo de Protrombina (TP) 
→ Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA) 
→ Tempo de Trombina (TT) 
→ Pesquisa de anticoagulante circulante 
→ Dosagem de fibrinogênio e dosagem de fatores 
Tempo de protrombina (TP): 
Determinação do tempo de formação do coágulo de fibrina após a adição de tromboplastina 
tecidual (fator III) e de cálcio, o que promove a ativação do fator VII, seguida da ativação do 
fator X, iniciando a via comum da coagulação. O TP mede: 
→ Fatores envolvidos na via extrínseca e na via comum 
→ O TP depende do nível dos fatores vitamina K dependentes (II, VII e X), sendo o teste 
usado no controle de pacientes em uso de anticoagulantes orais. 
O TP pode ser expresso pela Relação (R) do tempo obtido com o plasma do doente e o tempo 
de um pool de plasmasde indivíduos normais ou expresso em Atividade de Protrombina (AP). 
Obs: Pacientes recebendo drogas antivitamina K, o nível de anticoagulação é medido de forma 
diversa por diferentes 
Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA): 
Consiste na determinação do tempo de coagulação do plasma após adição de um ativador da 
fase de contato da coagulação e de cefalina, que substitui o fosfolipídeo da membrana 
plaquetária. 
→ TTPA é sensível ao nível dos fatores da via intrínseca e da via comum. 
→ Bastante sensível à presença de heparina 
Tempo de trombina: 
Obtido após adição de trombina em baixa concentração ao plasma puro, de maneira que o 
tempo de coagulação é influenciado pela concentração de fibrinogênio e pela presença de 
inibidores da formação de fibrina, tais como a heparina. 
→ Obs: Na presença de um teste de coagulação prolongado, deve-se repetir o teste em 
questão (TP, TTPA ou TT) usando-se mistura em partes iguais do plasma do doente 
com o plasma normal. 
Anticoagulante lúpico: 
Anticorpo dirigido contra proteínas que se ligam a fosfolipídeos e interfere com o reagente 
utilizado nos testes in vitro, como a cefalina, prolongando o TTPA, embora não haja inibição da 
coagulação in vivo. 
Fibrinogênio: 
Medido por teste baseado no tempo de coagulação do plasma por alta concentração de 
trombina, ou método de Clauss, e por avaliação da densidade óptica do coágulo. Os valores da 
medida pelo método coagulométrico são em geral menores que aqueles obtidos pela avaliação 
da densidade óptica. 
 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
Dosagem de fatores: 
Pode ser feita individualmente, utilizando-se um plasma deficiente apenas no fator que se quer 
determinar. Esse plasma tem um tempo de coagulação bastante prolongado por causa da 
ausência de um único fator, 
→ A identificação do estado de ativação in vivo da coagulação permite identificar 
indivíduos expostos a maior risco de trombose e melhor aplicar medidas profiláticas. 
Em condições como coagulação intravascular disseminada e trombose, grandes quantidades 
desses “marcadores” são formadas (métodos imunológicos para a quantificação de: fragmento 
1+2 da protrombina (F1+2), resultante da ação do fator Xa sobre a molécula de protrombina; 
fibrinopeptídeo A, resultante da ação da trombina sobre a molécula do fibrinogênio) e seus 
níveis estão substancialmente elevados. 
3° - TESTE QUE AVALIAM REGULAÇÃO DA COAGULAÇÃO: 
 
4° - AVALIAÇÃO DO SISTEMA FIBRINOLÍTICO: 
 
Tromboelastograma (TEG) → A partir de uma amostra mínima de sangue (3 ml) podem ser 
visualizadas todas as fases da coagulação. Podemos identificar se há deficiências de fatores, 
fibrinogênio ou plaquetas, ou se está ocorrendo fibrinólise. Também pode ser testada in vitro a 
efetividade do tratamento com antifibrinolíticos ou protamina 
DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO 
Doença de von Willebrand: 
Deficiência do fator de Von Willebrand (VIII:vW) de caráter hereditário dominante e autossômico 
afeta tanto a hemostasia primária, quanto a secundária 
→ A administração de plasma fresco ou crioprecipitado produz elevação imediata do fator 
VIII:vW, que corrige o tempo de sangramento durante 2 - 6 horas, enquanto o pico 
para o fator VIII:C ocorre 48 horas após. 
Hemofilia: 
Deficiência do fator VIII (hemofiliaclássica) de caráter hereditário recessivo e ligada ao sexo é 
a mais comum das coagulopatias congênitas, com incidência variando entre 30 e 120 por 
milhão, dependendo da população estudada. Os problemas vividos pelo portador desta 
condição estão diretamente relacionados com a reduzida concentração da proteína no sangue, 
que prejudica a formação de trombina através de via intrínseca. 
Hemofilia B: 
Deficiência do fator IX (doenças de Christmas) de caráter hereditário recessivo e ligado ao sexo 
deve ser distinguida da hemofilia A pela determinação específica do fator deficiente. 
Doença do Fígado: 
→ Ocorre plaquetopenia devido ao sequestro por hiperesplenismo 
→ Diminuição da síntese de fatores da coagulação proporcional à destruição dos 
hepatócitos e fibrinólise. 
→ Clareamento de PDFs está prejudicado pela lesão hepatocelular. 
A administração de vitamina K pode corrigir o TP apenas quando a causa básica for deficiência 
de absorção por falta de sais biliares na luz intestinal. De modo geral, o quadro apresentado 
pelos hepatopatas é complexo, necessitando reposição de fatores, plaquetas e fibrinogênio. A 
utilização da tromboelastograma pode ser muito útil na avaliação desses distúrbios de 
coagulação permitindo uma correção mais adequada 
 
Módulo: Anemias e perdas sanguíneas | Samille Donato 
 
MEDICAMENTOS QUE ATUAM NA COAGULAÇÃO 
Heparina: 
Principal ação é formar um complexo com a antitrombina III (ATIII), fazendo com que aumente 
a velocidade de formação de complexo com a trombina, interrompendo o processo de 
coagulação. Também aumenta a velocidade de neutralização dos fatores X, XII e IX, da 
plasmina e da calicreína. 
Cumarínicos: 
Os cumarínicos bloqueiam o funcionamento do sistema de carboxilação e o resultado final é o 
mesmo da deficiência da vitamina K. 
 
Anti-agregantes Plaquetários: 
Exercem seus efeitos antitrombóticos por um ou dois mecanismos, ou inibição da ativação das 
plaquetas pela inibição da produção do tromboxano A2 (AAS, AINE) ou pelo antagonismo do 
receptor ADP da plaqueta (tienopiridinas: ticoplidina, clopidogrel e prasugrel). 
→ O mecanismo alternativo é a inibição da agregação plaquetária pelo bloqueio da 
ativação do receptor da glicoproteína IIb/IIIa da plaqueta (abciximab, eptifibatida e 
tirofiban). 
→ O efeito antiplaquetário durará por todo período de vida das plaquetas. 
→ AAS e tienopiridinas produzem efeitos irreversíveis na agregação plaquetária. 
Drogas anti-inflamatórias: 
→ Produzem efeitos reversíveis. 
→ Os três inibidores GIIb/IIIa comumente usados têm funções antiplaquetárias muito 
potentes. 
→ Abciximab tem efeito irreversível que dura 12 horas após interrupção da droga. 
→ Eptifibatida e tirofiban são inibidores competitivos do complexo GIIb/IIIa com meia vida 
mais curta comparada com o Abciximab e seus efeitos duram 1,5 a 2 horas. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
- Tratado de hematologia – Zago 
- Fundamentos em hematologia – Hoffbrand 
- Hemostasia e distúrbios da coagulação – Daniel Cagnolato et al. – USP.

Continue navegando