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• A isoterma de adsorção é a relação de equilíbrio entre a concentração na fase fluida e a concentração nas partículas adsorventes a uma dada temperatura. • Para gases, a concentração é dada em porcentagem molar como uma pressão parcial. • Para líquidos, a concentração geralmente é expressa em unidades de massa. • A concentração do adsorvido no sólido é dada como massa adsorvida por unidade de massa do adsorvente A palavra isoterma está relacionada com o fato de que os ensaios são realizados em temperatura constante (isto é, sob condições isotérmicas). ISOTERMAS DE ADSORÇÃO COMO OBTER UMA ISOTERMA ? A obtenção de uma isoterma de adsorção é um processo simples em que uma massa de adsorvente é adicionada em um determinado volume (V) de uma série de soluções com concentrações iniciais (Co) diferentes e conhecidas. Sistema batelada Concentração da solução constante,massa de adsorvente variável Concentração da solução variável,massa de adsorvente constante ISOTERMAS DE ADSORÇÃO Quando o equilíbrio de adsorção é atingido, temos a concentração final de soluto na solução em equilíbrio (Ce, em gramas ou mols por litro de solução) e a capacidade de adsorção do adsorvente (qe, em massa ou mols de adsorvato, por unidade de massa de adsorvente). Assim, podemos obter um gráfico de qe versus Ce. Contudo, precisamos saber como obter o valor das variáveis Ce e qe ISOTERMAS DE ADSORÇÃO • Para obter os valores de Ce, após o equilíbrio ser atingido, separa-se o adsorvente da solução utilizando um filtro de membrana, papel de filtro ou por centrifugação, e analisa-se a solução sobrenadante para determinar a concentração residual de adsorvato (Ce). • Esta pode ser determinada por técnicas analíticas (dependendo do adsorvato utilizado), tais como: cromatografia gasosa ou líquida, espectrometria no ultravioleta ou visível, espectrometria de absorção ou emissão ou outros meios adequados. ISOTERMAS DE ADSORÇÃO Sendo 𝑞 = 𝐶0 − 𝐶𝑒 𝑉 𝑚 qe: capacidade de adsorção C0: concentração inicial do adsorvato Ce: concentração do adsorvato no equilíbrio V: volume da solução m: massa de adsorvente ISOTERMAS DE ADSORÇÃO Pode-se, naturalmente, repetir os testes de batelada, em diferentes temperaturas constantes e, desse modo, gerar um outro conjunto de dados qe versus Ce para cada temperatura. Dessa forma, este estudo verifica a influência da temperatura na processo de adsorção. ISOTERMAS DE ADSORÇÃO Os gráficos assim obtidos podem apresentar-se de várias formas, fornecendo informações importantes sobre o mecanismo de adsorção como demonstrado na Figura abaixo. ISOTERMAS DE ADSORÇÃO • Isoterma favorável: nos informa que a massa do adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é alta para uma baixa concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida. •Isoterma irreversível e a desfavorável: nos revelam que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente independe da concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida e que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é baixa, mesmo para uma alta concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida, respectivamente (MOREIRA, 2008). •Isoterma linear: esta nos diz que a massa de adsorvato retida por unidade de massa do adsorvente é proporcional à concentração de equilíbrio do adsorvato na fase líquida. CLASSIFICAÇÃO DAS ISOTERMAS - IUPAC condensação de um líquido nos poros de um sólido a uma pressão relativa P/P0 (enchimento de todos os poros com o adsorvido no estado líquido) Modelos de Isotermas de Adsorção As isotermas podem ser representadas por equações simples que relacionam diretamente o volume adsorvido em função da concentração do adsorvato. As mais utilizadas são as isotermas Langmuir Freundlich BET • É uma das equações mais utilizadas para a representação de processos de adsorção. E apresenta os seguintes pressupostos: Sistema é ideal. Existe um número definido de sítios. Os sítios têm energia equivalente e as moléculas adsorvidas não interagem umas com as outras. A adsorção ocorre em uma monocamada em superfície homogênea. Cada sítio pode comportar apenas uma molécula adsorvida. Interação desprezível entre as moléculas adsorvidas Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir • qe: quantidade do soluto adsorvido por grama de adsorvente no equilíbrio (mg g-1); • qmax: capacidade máxima de adsorção (mg g-1). Representa a concentração das espécies adsorvidas sobre a superfície, ou seja, todos os sítios disponíveis foram preenchidos, uma cobertura completa é atingida; • KL: constante de interação adsorvato/adsorvente (L mg-1); • Ce: concentração do adsorvato no equilíbrio (mg L-1). Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir Esta equação é frequentemente rearranjada e linearizada possibilitando determinar os valores de KL e qmax. Geralmente, as duas primeiras formas são mais utilizadas. Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir A Figura mostra os dados obtidos por Melo e colaboradores (MELO, 2013; SOUSA NETO et al., 2013) em estudo da adsorção de íons metálicos Cu2+ em esferas de sílica, onde um gráfico é construído a partir da equação em destaque. Os dados foram coletados utilizando uma massa de 25 mg de esferas de sílica em 25 ml de solução numa faixa de concentração de 10 a 400 mg L -1, pH tamponado em 5,5 e sob agitação de 250 rpm. qe: quantidade do soluto adsorvido por grama de adsorvente no equilíbrio Ce: concentração do adsorvato no equilíbrio Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir Conhecendo os valores da inclinação e a intercepção, podemos facilmente calcular valores para os dois parâmetros: • KL (constante de interação adsorvato/adsorvente ) • qmax (capacidade máxima de adsorção ) 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 𝑦 = 0,027𝑥 + 3,5464 0,027 = 1 𝑞𝑚𝑎𝑥 𝑞𝑚𝑎𝑥 = 37,03 3,5464 = 1 𝑞𝑚𝑎𝑥 ∗ 𝐾𝐿 𝐾𝐿 = 7,61𝑥10 −3 Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Langmuir Um indicativo muito usado no modelo de Langmuir, correspondente ao grau de desenvolvimento do processo de adsorção, é o valor de RL (fator de separação ou parâmetro de equilíbrio), o qual é calculado pela equação a seguir. 0< RL < 1, o adsorvato prefere a fase sólida à líquida e a adsorção é favorável. RL > 1, há o indicativo de que o soluto prefere a fase líquida à sólida (desfavorável). RL =1 corresponde a uma isoterma linear. Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Freundlich O modelo proposto por Freundlich foi um dos primeiros a equacionar a relação entre a quantidade de material adsorvido e a concentração do material na solução em um modelo com características empíricas. Este modelo empírico pode ser aplicado a sistemas não ideais, em superfícies heterogêneas e adsorção em multicamada. O modelo considera o sólido heterogêneo, alguns sítios são altamente energéticos e a ligação do soluto adsorvido se dá fortemente, outros não. Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Freundlich A equação da isoterma de Freundlich : qe: quantidade de soluto adsorvido (mg/g) Ce: concentração de equilíbrio em solução (mg /L) 1/n: constante relacionada à heterogeneidade da superfície; KF: constante de capacidade de adsorção de Freundlich(mg 1-(1/n) (g-1) L1/n). Quanto maior Kf, maior a capacidade de adsorção 𝑦 = 𝑏 + 𝑎𝑥 A equação pode ser expressa na forma linearizada: Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de Freundlich 𝑦 = 𝑏 + 𝑎𝑥 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5Determinação dos parâmetros KF e 1/n, graficamente. logKF 1/n logCe log qe Em geral, uma adsorção favorável tende a ter um valor de n (constante de Freundlich) entre 1 e 10. Quanto maior o valor de n (menor valor de 1/n), mais forte a interação entre o adsorvato e o adsorvente. Quando o valor 1/n for igual a 1, isso indica que a adsorção é linear, ou seja, as energias são idênticaspara todos os sítios de adsorção. • O termo BET é originário do sobrenome Brunauer, Emmet e Teller que propuseram uma teoria, assumindo o mesmo mecanismo de adsorção da teoria de Langmuir e introduzindo algumas hipóteses simplificadoras, admitindo a possibilidade de que uma camada é capaz de produzir sítios de adsorção gerando a deposição de uma camada sobre a outra. Modelos de Isotermas de Adsorção: Isoterma de BET única camada multicamadas Esquema representativo dos estágios de adsorção de substâncias na superfície de um sólido, baseado no aumento da pressão Reversibilidade da Adsorção A recuperação ou dessorção dos gases adsorvidos pode realizar-se das seguintes formas: Modulação térmica Modulação de pressão Purga com gás inerte Deslocamento Modulação térmica Permite a recuperação do adsorvato com elevada concentração. • Perda térmica • Impossibilidade de usar ciclos rápidos • Envelhecimento do adsorvente DESVANTAGENS Usa-se o calor de um gás quente ou serpentina de aquecimento para elevar a temperatura do sólido, liberando o adsorvato. Modulação por Pressão Usa a expansão do gás. Permite obter um refinado com elevada pureza, mas apresenta menores recuperações que a modulação térmica. Pode-se expulsar o gás adsorvido aplicando vácuo. Permite ciclo rápido Purga com Gás Inerte Pode-se insuflar uma corrente de um gás inerte através do adsorvente. O soluto adsorvido será libertado misturado com o gás inerte. Este processo é usado para solutos fracamente adsorvidos Deslocamento P e T ctes Os solutos adsorvidos podem ser deslocados por tratamento com qualquer outro soluto que seja adsorvido preferencialmente. ou seja É feita a purga com um soluto que vai competir com os adsorvidos
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