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A MOÇA TECELÃ (Marina Colassanti)

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Prévia do material em texto

Página 1 de 8 - 10/07/2015 - 6:07 
 
PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS 
BANCO DE QUESTÕES - PRODUÇÃO TEXTUAL - 7º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL 
============================================================================================= 
 
A MOÇA TECELÃ 
(Marina Colassanti) 
 
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas 
da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor 
da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da 
manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a 
hora, em longo tapete que nunca acabava. 
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na 
lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra 
trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o 
tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. 
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e 
espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que 
o sol voltasse a acalmar a natureza. 
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes 
do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. 
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de 
escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, 
suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila. 
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. 
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como 
seria bom ter um marido ao lado. 
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no 
tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto 
barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, 
quando bateram à porta. 
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida. 
Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua 
felicidade. 
E feliz foi, durante algum tempo. 
Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada 
mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. 
— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que 
escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer. 
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem 
querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata. 
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve 
caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e 
entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira. 
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da 
mais alta torre. 
— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as 
estrebarias. E não se esqueça dos cavalos! 
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas 
de criados. Tecer era tudo que fazia. Tecer era tudo que queria fazer. 
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus 
tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer. Levantou-se 
enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da 
torre, sentou-se ao tear. 
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado 
para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois 
desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para 
o jardim além da janela. 
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve 
tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as 
pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. 
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, 
delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte. 
 
Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros 
de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna. 
 
 
 
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01- O conto é um texto curto que pertence ao grupo dos gêneros narrativos ficcionais e se caracteriza por apresentar 
apenas um conflito, poucas personagens, poucas ações e tempo e espaço reduzido. 
 
a) O texto “A moça tecelã” é um conto ficcional? Por quê? 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
b) No conto, assim como em outros textos narrativos, o narrador pode ser narrador-observador ou narrador-
personagem. Que tipo de narrador o conto “A moça tecelã” apresenta? Comprove sua resposta com elementos do 
texto. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
02- Em nossas aulas estudamos novas teorias a respeito do narrador. Defina: 
 
a) Narrador-onisciente: 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
b) Narrador-intruso: 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
c) Narrador-testemunha: 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
c) Narrador-protagonista: 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
 
03- Quais são as personagens envolvidas na história? 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
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04- Estudamos, também, a respeito do tempo no texto narrativo. 
 
a) Defina tempo cronológico. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
b) Defina tempo psicológico. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
c) Identifique o tempo em que se estrutura o texto em análise, justificando sua resposta. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
05- Nos gêneros narrativos, a sequência de fatos que mantém entre si uma relação de causa e efeito constitui o enredo, 
cujo sentido e progressão são decorrentes do emprego do tempo verbais no pretérito. 
 
Observe esse trecho do texto: 
 
 “Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. ” 
 
• Qual o tempo verbal predominante é o pretérito imperfeito. O pretérito imperfeito, nesse caso, indica uma ação 
passada não concluída, destacando sua duração, ou indica uma ação que se repetia no passado? Justifique sua 
resposta. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
06- O conto “A moça tecelã” é, claramente, uma ficção. É possível afirmar que essa narrativa é dotada de verossimilhança? 
Explique. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
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07- Em dois momentos distintos no texto, o narrador afirma: “Tecer era tudo que fazia. Tecer era tudo que queria fazer”. 
Qual era o espírito da moça tecelã em cada ocorrência? 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
08- Explique o que se pode inferir sobre o marido da tecelã, nessa fala: “Por que ter casa, se podemos ter um palácio?”. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
09- Que sentimento do marido levou a moça tecelã a livrar-se dele? Como ela fez isso? 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
10- A tecelã idealiza o marido perfeito e transforma-o numa figura concreta com sua habilidade mágica. 
 
 • Transcreva do texto a passagem do texto em que o narrador descreve o companheiro da tecelã. 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
11- No texto, os travessões são empregados para indicar a fala das personagens, por meio do discurso direto. 
 
a) Defina discurso direto: 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
b) Defina discurso indireto: 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
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12- Reescreva o trecho a seguir, passando a fala para o discurso indireto: 
 
a) “Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada 
mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. 
— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que 
escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.” 
 
R.:_____________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________________________________ 
 
 
O gênero FICÇÃO CIENTÍFICA 
 
 Em nossas aulas, estudamos, além das características referentes ao gênero conto, um pouco a respeito da ficção 
científica, principalmente quando falamos sobre Júlio Verne e sua obra “Viagem ao centro da Terra”. 
 
 Leia, com atenção o texto abaixo. 
 
FILHOS DO SOL 
 
Jean-Louis Trudel 
 
Está bonito e ensolarado lá fora. Mesmo deste lado da janela, posso ver que vai ser um dia quente, inclusive à 
sombra. Sei que os dentes-de-leão vão brotar em breve daquilo que era lama de primavera ao lado das calçadas, poucos 
dias atrás. A terra vaienxugar as últimas poças deixadas pelas chuvas de abril até não nada. 
Logo vai ser verão nos subúrbios. 
Gostaria de estar lá fora. Gostaria de jogar bola com meus amigos naquele trecho de grama alta e de bebedores-de-
gasolina enferrujando do outro lado da cerca do estacionamento. Mas o dia está bonito demais para a minha mãe. Ela não 
vai me deixar sair, com o dia ensolarado assim. 
Continuo olhando, mas não consigo achar uma única nuvem para cobrir o clarão do sol forte de maio. O azul do céu 
está imaculado, tão puro quanto um lago glacial. A poluição da cidade embaça os perfis das arcologias¹ do centro, a 
distância, mas isso não é o bastante. Tanto os índices de ozônio quanto os de partículas teriam de chegar aos níveis de 
alerta para a minha mãe me deixar sair para o sol do meio-dia. E, mesmo assim, apenas com uma máscara contra o pó ... 
Uma porta bate. O baque da armadura de composto à prova de laser balança o prédio todo. 
Ouço gritos de prazer e em seguida vejo eles passarem correndo sob a minha janela. 
São cinco. Conheço James e Lydia porque frequentam a minha escola. Eles têm até um bilhete dos seus pais, 
permitindo que vão para a escola a pé! 
Quanto a mim, tenho que me levantar antes do sol, quando os passarinhos começam a cantar. Acho que os 
pássaros também têm medo do sol, agora. 
Eu pego o ônibus especial que passa antes do sol nascer, com os outros meninos. Nós todos temos medo da 
vermelhidão do sol no horizonte a leste, mas pelo menos é um aviso. Na escola, temos de esperar até que os outros 
cheguem, antes de começar as aulas. É chato esperar nos corredores e nas salas de aula meio vazias, mesmo quando 
brigamos ou apostamos corrida pelos corredores. Sabemos que ninguém vai dar bronca na gente. 
Então, eu observo eles irem embora sem mim, rumo a um jogo de futebol em um canto do campo onde a grama não 
cresce. Vão gritando felizes, rindo, se divertindo... 
Eu odeio eles. 
Outro dia, um desses garotos me convidou para ir jogar com eles. Eu disse que não e eles riram. 
Então entendi que tinha sido um truque, uma piada sem graça. Eles sabiam que eu não sairia da sombra do toldo 
que protege a sacada do nosso segundo andar. 
Não quando o sol está brilhando. Não quando não há nenhuma nuvem para filtrar nem um pouquinho dos raios 
ultravioleta. Não quando não há quase mais nenhum ozônio sobre nós. Não quando eu tenho a pele tão clara que não 
posso me bronzear. Não quando os bloqueadores solares são tão arriscados quanto o sol. 
Oh, eu sei que a grama vai amarelar logo, logo. Esses raios ultravioleta, eles não são bons pra nada nem pra 
ninguém. Sei que poderei sair e brincar quando o céu se cobrir com as cortinas de cinza industrial. (Mas não gosto de ficar 
nas ruas com aqueles fantasmas pálidos, suas bocas escondidas, como a minha, por uma máscara branca que ficará 
escura com uma rapidez tão espantosa!) E sei que iremos à Amazônia para as férias da família, onde ainda existe ozônio 
bastante para se desfrutar de meia hora ao sol, e aonde James e Lydia nunca irão porque as mães deles não têm dinheiro 
pra isso. 
Não consigo segurar as lágrimas, sem saber se choro lamentando o passado ou de ódio do presente. 
Às vezes sonho que eles estão no hospital e eu os visito... Na verdade, eles são quase tão vulneráveis quanto eu, 
mas não têm medo, ainda não, e eu tenho, e talvez seja por isso que choro e por isso que odeio eles, e todos os que são 
como eles... 
Eu não devia, já me disseram muitas vezes, mas eu odeio eles. Porque eu sou branco e eles, negros. 
 
 
1Conceito criado pelo arquiteto italiano Paolo Soleri, que imaginou prédios enormes que abarcariam uma cidade dentro de 
um sistema ecológico fechado, como forma de racionalização de recursos. 
 
 
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• Agora, responda às questões abaixo. 
 
13- O assunto central da narrativa é: 
 
(A) a destruição da natureza pelo homem. 
(B) a alegria de James e Lydia em brincar ao sol. 
(C) a tristeza de quem não pode brincar ao sol. 
(D) o ódio daqueles que temem o sol. 
(E) o grande progresso obtido pelo homem no futuro. 
 
 
14- Sobre o narrador do texto, podemos afirmar: 
 
(A) é um garoto branco que sonha em ser jogador de futebol. 
(B) é um adulto que lembra com emoção a infância perdida. 
(C) é um menino do subúrbio que teme os efeitos dos raios ultravioleta. 
(D) é um garoto que tem apenas dois amigos, Lydia e James. 
(E) é um adulto que chora lamentando o passado. 
 
 
15- “Acho que os pássaros também têm medo do sol, agora.” (l.16-17). Sobre os pássaros, a frase leva a crer que: 
 
(A) começaram a cantar por medo do sol. 
(B) começaram a cantar para anunciar o nascer do sol. 
(C) sempre tiveram medo do sol. 
(D) passaram a temer o sol nestes tempos. 
(E) cantam ao nascer do sol, pois são noturnos. 
 
 
16- “Nós todos temos medo da vermelhidão do sol no horizonte a leste, mas pelo menos é um aviso.”. A expressão 
grifada se refere a: 
 
(A) ao sol nascente. (B) ao sol poente. 
(C) a nuvens de poeira. (D) à ausência da camada de ozônio. 
(E) à chegada do verão. 
 
 
17- No desenrolar do texto, o narrador demonstra três diferentes sentimentos, que são: 
 
(A) tristeza, amor e ódio. (B) angústia, medo e felicidade. 
(C) inveja, tristeza e ódio. (D) ódio, decepção e felicidade. 
(E) saudade, ódio e esperança. 
 
 
18- Em relação às afirmações abaixo sobre o texto, escreva (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas: 
 
( ) A mãe do protagonista não o deixava brincar do lado de fora, porque ela era uma pessoa pessimista, triste e não 
gostava de dias bonitos. 
( ) James e Lydia não são irmãos, apesar do protagonista afirmar que “...eles têm até um bilhete dos seus pais...” 
( ) Os negros poderiam ser considerados os “filhos do sol”, pois tinham privilégios e liberdade que os brancos não 
tinham. 
( ) O protagonista, James e Lydia tinham a mesma condição financeira. 
( ) O protagonista odeia apenas James e Lydia, e não todos os negros. 
 
 
19- “Filhos do sol” é um texto de ficção científica, porque: 
 
(A) se passa em um futuro distante, imaginário, não permitindo sequer a identificação da época do ano em que ocorre 
a narrativa. 
(B) apresenta fatos que são decorrentes de mudanças psicológicas e biológicas no homem, determinadas pelo 
progresso científico. 
(C) levanta questões que anunciam o fim do planeta Terra e sua civilização. 
(D) trata do impacto das mudanças ambientais sobre o indivíduo e a sociedade. 
(E) mostra que a humanidade vai desaparecer da face da Terra. 
 
 
20- 
 “Eles têm até um bilhete dos seus pais, permitindo que vão para a escola a pé!”. Como ficaria verbo destacado 
nessa frase se ela começasse com “Eles tinham...”? 
 
(A) Irão. (B) Iam. 
(C) Foram. (D) Iriam. 
(E) Fossem. 
 
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Gabarito 
 
01- a) O texto em análise é classificado como um conto ficcional, pois, além de ser uma narrativa cujo enredo é fictício, 
apresenta características típicas do gênero conto: poucos personagens, tempo e espaço limitados, poucas ações e 
uma estrutura que gira em torno de um conflito único. 
 
b) No conto analisado, temos um narrador-onisciente. O texto é narrado em 3ª pessoa, ou seja, as ações nos são 
contados por um narrador que não participa da história. Podemos observar, também, o fato de que o narrador 
conhece os sentimentos e os pensamentos das personagens são conhecidos pelo narrador. 
 
 
02- a) é aquele que sabe tudo sobre a história, conhece todos os fatos, podendo, inclusive, antecipar algum fato ou revelar 
os pensamentos mais íntimos de uma personagem. 
 
b) aquele que fala com o leitor ou que julga o comportamento das personagens. 
 
c) vive os fatos como personagem secundária, condição em que pode observar os acontecimentos e dar testemunho 
deles ao leitor de modo mais direto e inverossímil. Seu ângulo de visão, no entanto, é mais limitado: não consegue 
saber o que se passa no pensamento das personagens. 
 
d) vive os fatos comopersonagem principal. Apesar disso, também não tem acesso aos pensamentos das demais 
personagens e narra os acontecimentos limitando-se às suas percepções, pensamentos e sentimentos. 
 
 
03- No enredo, os personagens envolvidos são a moça tecelã e seu marido. 
 
 
04- a) Tempo cronológico é aquele que transcorre na ordem natural dos fatos no enredo, do começo para o final. Está 
ligado ao enredo linear, ou seja, à ordem em que os fatos ocorrem. 
 
b) É o tempo que transcorre numa ordem determinada pela vontade, pela memória ou pela imaginação do narrador ou 
personagem. É característico de enredo não-linear, ou seja, do enredo em que os acontecimentos estão fora da 
ordem natural. 
 
* IMPORTANTE: A técnica do flashback: 
 Esse é um recurso que consiste em voltar no tempo. Ocorre, por exemplo, quando uma personagem se lembra de 
um fato e o conta. 
 
c) O texto cronológico é o que predomina no texto, visto que em seu enredo, não há quebra de linearidade das ações. 
No conto, os fatos são contados de acordo com sua ordem natural, do começo para o final. 
 
 
05- Nesse caso, o pretérito imperfeito foi utilizado para indicar uma ação que se repetia no passado, visto esses verbos 
indicam ações que faziam parte da rotina da moça tecelã: acordar e sentar-se ao tear. 
 
 
06- Podemos afirmar que há verossimilhança no texto “a moça tecelã”, já que os fatos relatados numa narrativa não 
precisam ser verdadeiros, isto é, não há a exigência de que correspondam à realidade, mas eles devem ser 
verossímeis, ou seja, mesmo que inventados, devem ter coerência e dar ao leitor a impressão de que podem 
acontecer. É isso que ocorre no texto em análise: embora as ações do enredo sejam fictícias, existe, no enredo, uma 
organização lógica dos fatos. Cada fato é motivo (causa) para o desencadeamento de outros fatos (efeito). 
 
 
07- Na primeira ocorrência, o espírito da moça era de alegria e satisfação, pois ela tecia por prazer. No entanto, na segunda 
ocorrência, o espírito da moça é de tristeza, pois ela tecia não mais por escolha, mas por uma imposição do seu 
marido. 
 
08- É possível inferir, a partir dessa fala, que o marido da tecelã era um homem bastante ganancioso e que se preocupava 
em acumular riquezas. Ele pode ser visto, também, com uma pessoa egoísta, que se preocupava mais em adquirir 
bens matérias do que com o bem-estar de sua esposa. 
 
 
09- O marido da tecelã era demasiadamente ganancioso e. por isso, ela resolveu livra-se dele, destecendo-o, como fez 
com muitas outras de suas criações. 
 
 
10- Neste trecho, o narrador descreve como seria o companheiro ideal da tecelã: “E aos poucos seu desejo foi aparecendo, 
chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.”. 
 
 
 
 
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11- a) O discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, as coloca em 
cena e cede-lhes a palavra, ou seja, o discurso direto caracteriza-se pela reprodução fiel da fala da personagem. 
Nesse caso, a fala das personagens é marcada pela presença de aspas ou travessões. 
 
b) No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe os personagens a falar diretamente, mas faz-se o 
intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram, ou seja, o discurso indireto ocorre quando o 
narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de uma personagem. 
 
 
12- a) “Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada 
mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. Disse a ela que uma casa melhor era necessária e 
que isso parecia justo, já que agora eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes 
para os batentes, e pressa para a casa acontecer.” . 
 
 
13- (A) 
 
 
14- (C) 
 
 
15- (D) 
 
 
16- (A) 
 
 
17- (C) 
 
 
18- (F) 
(V) 
(V) 
(F) 
(F) 
 
 
19- (A) 
 
 
20- (E) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MCS/1506/BANCO DE QUESTOES/PRODUCAO TEXTUAL/2015/PRODUCAO TEXTUAL - 7O ANO - 2A ETAPA - 2015.DOC

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