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TDAH: Conhecendo o quadro clínico, causas e tratamentos

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Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
PASSO 5- LISTANDO OS OBJETIVOS: 
1♡- Conhecer o TDAH (Quadro clínico/ causas); 
 
2♡- Entender as teorias de surgimento do 
TDHA 
 
3♡- Citar os transtornos de aprendizagem; 
 
4♡- Esclarecer o diagnóstico e os exames 
complementares; 
 
5♡- Citar os tratamentos para TDHA / evolução 
clínica. 
 
PASSO 6- DESCREVENDO OS OBJETIVOS: 
 
1 Conhecer o TDAH (Quadro clínico/ causas); 
 
→ Introdução: 
O Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH), caracterizado por 
desatenção, hiperatividade e 
impulsividade, que podem ocorrer em 
combinação ou isoladamente. 
 
Segundo o DSM-5, o TDAH se classifica entre 
os transtornos do neurodesenvolvimento, que 
são caracterizados por dificuldades no 
desenvolvimento que se manifestam 
precocemente e influenciam o funcionamento 
pessoal, social, acadêmico ou pessoal. 
 
→ epidemiologia: 
 
1. IDADE: prevalência entre: 
Crianças: 4-10% 
Adultos:1-6%. 
 
Sexo masculino → 2:1 em crianças 
Sexo masculino → 1,6:1 em adultos 
 
A maioria (60%) das crianças persistem 
com sintomas significativos na idade 
adulta. Porém, apesar de 50% das 
crianças ou adolescentes com o 
transtorno serem diagnosticados e 
tratados, acredita-se que menos de 1:5 
adultos com TDAH é diagnosticado e 
tratado. Ou seja, muito menos adultos 
comparado com a margem de crianças. 
 
→ Sinais e Sintomas: 
 
1. Dificuldade com o foco: se distrai 
com facilidade, comete erros por 
desatenção (falta de foco), entretanto, 
tem capacidade de ficar tão envolvido 
em algo, que é como se o mundo não 
existisse (hiperfoco); 
2. Desorganização: não só com objetos, 
mas também com agenda, vida 
financeira, não consegue priorizar; 
3. Dificuldade em gerenciar seu 
tempo: tendência a procrastinar, chegar 
atrasado, não consegue analisar 
passado ou futuro (o agora é o que 
importa); 
4. Esquecimento: esquece de forma 
rotineira compromissos, perde objetos, 
passa a impressão de ser descuidado 
ou descompromissado; 
5. Impulsividade: age de forma 
intempestiva, sem pensar e sempre se 
arrepende depois (é o que mais traz 
prejuízo);( manifestam-se como 
inquietude, fala excessiva, dificuldade 
de relaxar, dificuldade de esperar a vez, 
respostas precipitadas, entre outros.) 
6. Instabilidade emocional: mudanças 
repentinas de humor. Tanto emoções 
positivas quanto negativas são intensas 
e instáveis; 
7. Baixa autoestima: tendência a se 
enxergar de forma negativa, baseado 
em diversas frustrações prévias. 
Dificuldade de valorizar conquistas; 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
8. Dificuldade de perseverar: não 
consegue dar continuidade a projetos 
quando a motivação inicial passa; 
9. Inquietude e ansiedade: ânsia por fazer 
diversas coisas (“ligado no 220”) e 
sentimento de vazio em momento de 
tédio. 
 
Na fase pré-escolar, predominam: 
Agitação importante, acidentes repetidos e 
dificuldade em permanecer atento a atividades 
por curtos períodos. 
 
Na idade escolar: Percebe-se a desatenção 
através do “sonhando acordado”, 
distratibilidade, mudanças rápidas de uma 
tarefa para outra por causa da dificuldade de 
se focar em uma única. 
 
• → Manifestações Quadro clínico: 
 
 TDAH pode se manifestar de três 
formas: 
 
(1) predominantemente desatenta; 
(2) predominantemente hiperativa/ 
impulsiva; (3) combinado. 
 
GRAUS DE TDAH 
• Leve: poucos sintomas, mas pequenos 
prejuízos sociais, profissionais ou 
acadêmicos; 
• Moderado: os sintomas e alguns 
prejuízos de graus leve e grave 
presentes; 
• Grave: muita expressão dos sintomas 
com real prejuízo funcional, social, 
acadêmico e profissional 
 
 
(1) predominantemente desatenta; 
 
• A pessoa tem dificuldade para manter 
a concentração durante muito tempo 
em um assunto específico. Além disso, 
pode ser facilmente distraída por 
qualquer estímulo externo; 
• Erram muito por falta de atenção no 
que estão fazendo; 
• Evitam atividades que demandam um 
grande esforço mental; 
• Muitas vezes esquecem o que iam falar; 
• Tem dificuldade em se organizar com 
a gestão de tempo e, além disso, com 
objetos; 
• Hábito de perder coisas importantes 
para o dia a dia; 
• Não ouvem quando o chamam, 
podendo ser considerados 
desinteressados ou egoístas. 
 
(2) predominantemente hiperativa/ 
impulsiva; 
 
• São inquietos, não conseguem ficar 
parados. Além disso, têm mania de 
mexer mãos e pés quando estão 
sentados e não conseguem ficar um só 
lugar por muito tempo; 
• Têm tendência a vícios: jogos, álcool, 
drogas e outros; 
• Não sabem lidar bem com frustrações; 
• Costumam ter um temperamento 
explosivo; 
• Frequentemente, mudam seus planos 
de uma hora para a outra; 
• Fazem mais de uma atividade ao 
mesmo tempo, isso porque não gostam 
de tédio; 
• Além disso, têm dificuldade em se 
expressar: a fala não acompanha a 
velocidade de seus pensamentos. 
 
(3) combinado: 
Para identificar um caso de Transtorno 
de Déficit de Atenção do tipo 
combinado é mais difícil. Isso porque, é 
necessário que a pessoa apresente uma 
combinação dos dois tipos acima, com 
sintomas de desatenção e 
hiperatividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
→ Causas: As causas do 
aparecimento do TDAH são uma 
combinação entre fatores 
genéticos, alterações no cérebro e 
fatores ambientais. 
 
Estudos apontam a: 
Predisposição genética e a ocorrência de 
alterações nos neurotransmissores (dopamina 
e noradrenalina) que estabelecem as conexões 
entre os neurônios na região frontal do 
cérebro como as principais causas do 
transtorno do déficit de atenção. Algumas 
pesquisas indicam que fatores ambientais e 
neurológicos podem estar envolvidos. 
 
GENÉTICA E HEREDITARIEDADE 
Sabe-se hoje que as chances de ter o TDAH é 
bem maior em filhos e familiares de pessoas 
com esse transtorno. Ou seja, a 
hereditariedade média do TDAH é estimada 
em 76%. 
Além disso, estudos descobriram que 60% das 
crianças com o TDAH tinham um dos pais com 
o transtorno. Por isso, a probabilidade de uma 
criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes 
se os pais também tiverem o problema. 
Além disso, o risco de apresentar o transtorno 
é cinco vezes maior entre familiares de pessoas 
com TDAH do que em pessoas sem o 
transtorno na família. 
 
ALTERAÇÕES CEREBRAIS 
Muitos estudos descobriram que o TDAH 
causa alterações no cérebro. 
Ou seja, existem no cérebro das pessoas que 
sofrem desse transtorno, mudanças na região 
frontal e nas conexões com o resto do cérebro. 
A região frontal é responsável por de prestar 
atenção, organização, memória e autocontrole. 
 
 
FATORES AMBIENTAIS 
Estudos indicaram que o fato de a criança 
apresentar um peso baixo no nascimento 
(menos de 1.500 g) gera um risco de 2 a 3 
vezes maior para o surgimento do TDAH 
embora a maioria das crianças que nascem 
com baixo peso, não desenvolva esse 
transtorno. 
Além disso, outros fatores que podem causar o 
TDAH são: história de abuso infantil, 
negligência familiar, exposição a neurotoxinas 
como o chumbo, infecções e exposição 
ao álcool durante a gravidez. 
 
 
2 Entender as teorias de surgimento do 
TDHA: 
 
→ Na literatura, encontramos várias 
possíveis causas para o TDAH, tais como 
hereditariedade, substâncias ingeridas 
na gestação, problemas no 
desenvolvimento, sofrimento fetal, 
exposição ao chumbo, problemas 
familiares e hereditariedade. Porém, a 
probabilidade de que a criança tenha um 
diagnóstico de TDAH aumenta até 8 
vezes se os pais também tiverem o 
transtorno. 
 
→ estudos estruturais e metabólicos, somados 
aos estudos genéticos e sobre a família, bem 
como as pesquisas sobre a reação a 
medicamentos, demonstram claramente que 
o TDAH é um transtorno neurobiológico. 
 
→ FatoresGenéticos: 
 
A primeira ligação entre a hiperatividade e a 
hereditariedade foi estabelecida pelo estudo 
dos familiares da criança hiperativa. O 
comportamento dos pais, aflitos e agitados, 
pode proporcionar que uma criança tenha 
hiperatividade, e esta criança, mesmo não 
existindo outros membros na família com 
TDAH pode desencadear problemas 
comportamentais em outros membros pela 
difícil convivência e pelo ambiente caótico 
que geram. 
 
Os estudos com famílias não excluem a 
possibilidade de que a transmissão familiar do 
TDAH tem origem ambiental. Mostrando, 
dessa forma, a importância de estudos com 
gêneros e adotados para determinar se uma 
característica é de fato influenciada por fatores 
genéticos. Com os gêmeos pode-se observar 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
quanto do fenótipo em questão é herdável, 
bem como qual a contribuição de fatores 
ambientais. 
 
Entretanto, as evidências mais fortes da 
herdabilidade do TDAH são fornecidas pelos 
estudos com adotados, uma vez que 
conseguem distinguir com mais precisão os 
efeitos genéticos dos ambientais (ROMAN, et 
al., 2003). 
 
 
→ Lesão Cerebral: 
 
Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), 
algumas das crianças com TDAH podem 
durante o período fetal e perinatal ter 
sofrido uma lesão cerebral mínima ou sutil 
do Sistema Nervoso Cerebral. Esta lesão 
poderia ter sido causada por insultos 
circulatórios, tóxicos, metabólicos, 
mecânico, bem como por estresse e insultos 
físicos ao cérebro durante a primeira 
infância, causados por infecção, inflamação 
e traumatismo. 
 
Esta gravidade mínima, sutil e subclínica da 
lesão cerebral podem ser responsáveis pela 
gênese de distúrbios do aprendizado e do 
TDAH. Sinais neurológicos não focais (leves) 
são frequentes. 
 
Barkley (2002) descreve que algumas pesquisas 
no início do século XX convenceram os 
cientistas de que lesões cerebrais provenientes 
de infecções, trauma por queda ou no crânio e 
complicações da gravidez ou parto, eram as 
principais causas dos sintomas apresentados 
no TDAH. 
 
Porém, com o passar do tempo, há mais de 20 
anos, os cientistas perceberam que a maioria 
das crianças com TDAH não apresentavam 
história de lesões cerebrais, estando apenas 
relacionadas 5 a 10% das crianças que 
desenvolveram o TDAH devido a algum tipo de 
lesão cerebral, embora deva haver algo 
destrutivo no desenvolvimento dessa porção 
do cérebro. 
 
 
 
→ Fatores Neuroquímicos: 
 
 Segundo Barkley (2002), alguns cientistas 
sugeriram que alguns neurotransmissores se 
encontram diminuídos nos portadores do 
TDAH, e, como descrevem Kaplan, Sadock e 
Grebb (1997), eles ainda têm sido associados 
com sintomas de déficit de atenção e 
hiperatividade, como efeito positivo das 
medicações sobre o transtorno. 
 
A dopamina e noradrenalina são afetadas 
pelos estimulantes, levando a hipótese de 
neurotransmissores que incluem uma 
possível disfunção dos sistemas, tanto 
adrenérgico quanto dopaminérgico. Vários 
neurotransmissores podem estar envolvidos 
no processo, o que evidencia que não existe 
um único neurotransmissor responsável no 
desenvolvimento do TDAH. 
 
→ Fatores Neurofisiológicos: 
 
Algumas crianças apresentam um atraso 
maturativo na sequência evolutiva e podem 
apresentar um quadro clínico temporário do 
TDAH, que com o tempo pode ser 
normalizado, quando logo detectado pelo 
EEG (KAPLAN, SADOCK e GREBB, 1997). 
 
→ Chumbos: 
 
De acordo com Weiss (1995), estudos 
confirmaram que altos níveis de chumbo no 
sangue produzem transtornos cognitivos e 
comportamentais em algumas crianças, 
estando estes associados ao maior risco de 
comportamento hiperativo e desatenção. 
Por ser um metal sem nenhum valor 
biológico conhecido, quando ingerido, pode 
envenenar o sistema energético humano. 
Alguns estudos, segundo Barkley (2002), 
evidenciam a relação entre o chumbo e a 
hiperatividade, mostrando que níveis altos 
de chumbo no organismo podem causar o 
TDAH. 
 
 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
→ Teoria do Desenvolvimento 
Dinâmico, o TDAH (especialmente os 
Tipos Hiperativo-Impulsivo e Combinado) 
origina-se de uma disfunção cerebral 
dopaminérgica que produz alterações no 
reforçamento comportamental e déficits 
na extinção de comportamentos 
previamente reforçados. Isso ocasiona o 
desenvolvimento de impulsividade, 
comportamento hiperativo diante de 
situações novas, déficit na sustentação 
da atenção, na memória, variabilidade 
comportamental e falha em inibição de 
respostas; acima de tudo, pobre 
planejamento comportamental 
(empobrecimento das FE) e prejuízos na 
modulação das funções motoras. Esta 
teoria postula que o TDAH é melhor 
compreendido como Transtorno do 
Reforçamento/Extinção (TER), dando-
lhe, assim, uma nomenclatura mais 
adequada. 
 
A Teoria do Desenvolvimento Dinâmico 
enuncia o TDAH como deficiência no 
processo de extinção de 
comportamentos, o que provoca 
comportamentos em excesso 
(denominados como hiperatividade) e 
aumento na variabilidade 
comportamental (interpretado como 
falha na inibição de respostas). Para essa 
teoria, o TDAH caracteriza-se 
fundamentalmente como um transtorno 
da motivação, isto é, os portadores 
sofrem de falta de motivação intrínseca 
que lhes permita permanecer em 
atividades percebidas como tediosas. A 
causa é parcialmente oriunda de 
deficiência no controle da atenção, além 
de deterioração das funções motoras. 
 
3 Citar os transtornos de aprendizagem: 
 
Conceito: 
Os transtornos de aprendizagem acometem 
habilidades específicas do processo 
de aprendizagem de crianças e adultos. Eles 
dificultam o desenvolvimento intelectual, 
acadêmico, profissional e até social. Esses 
distúrbios são considerados transtornos do 
neurodesenvolvimento, segundo a classificação 
do DSM-V. 
 
Dislexia 
Caracteriza-se pela dificuldade de leitura e 
escrita. Entre os sintomas destacam-se a 
lentidão na aprendizagem, dificuldade de 
concentração, palavras escritas de forma 
estranha, dificuldade de soletrar, troca de letras 
por sons ou grafias parecidas, dificuldade em 
ler em voz alta e compreender. De acordo com 
a Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 
17% da população mundial possui esse 
Transtorno de Aprendizagem. O diagnóstico é 
realizado com ajuda de uma equipe 
multidisciplinar e o tratamento visa superar as 
dificuldades da criança e desenvolver suas 
habilidades para que consiga aprender de 
forma efetiva. 
 
Discalculia 
A dificuldade com números e compreensão 
dos exercícios de matemática podem ser um 
Transtorno de Aprendizagem. Chamado de 
discalculia, esse transtorno afeta a habilidade 
da criança de realizar cálculos matemáticos. 
Sendo assim, podem ter dificuldades de 
entender conceitos numéricos e problemas na 
hora de aprender operações matemáticas. 
Entre os sintomas, destacam-se a dificuldades 
na identificação visual e auditiva de números, 
dificuldade para contar, não compreender ou 
confundir os sinais matemáticos, problemas de 
lateralidade, trocar a ordem dos números 
quando copia da lousa, dificuldade de 
entender as horas e moedas e de estimar 
medidas. Estima-se que entre 3% a 6% da 
população mundial apresente discalculia. 
 
Disortografia 
É um distúrbio de linguagem que afeta 
principalmente a escrita, sendo assim, as 
pessoas que sofrem com esse transtorno não 
conseguem escrever as palavras de forma 
correta. Um texto escrito por uma pessoa com 
disortografia será cheio de erros gramaticais, 
que são cometidos repetidamente e isso não 
tem a ver com as habilidades intelectuais. Um 
dos erros mais comuns é o esquecimento de 
algumas letras em uma palavra. Como eles não 
dominam a escrita ou aortografia, as pessoas 
com disortografia têm problemas para ler um 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
texto. Dependendo da gravidade dos sintomas, 
eles podem se tornar incapazes de entender as 
palavras. 
 
Disgrafia 
É uma dificuldade específica de aprendizagem 
que afeta a habilidade de escrever. A disgrafia 
pode aparecer como uma dificuldade com a 
ortografia, caligrafia e problemas para colocar 
pensamentos no papel. A pessoa sente 
dificuldades em converter os sons da 
linguagem em forma escrita. Por isso, pode 
escrever as letras ao contrário, ter dificuldade 
em lembrar como as letras são formadas ou 
quando usar letras maiúsculas ou minúsculas. 
Também sente dificuldade em formar frases, 
usar a pontuação correta, a letra fica 
deformada, com espaçamento irregular, 
inversões e rotações das letras, podem fazer 
letras sobrepostas e com espaçamento 
inconsistente entre as palavras. 
Agora vamos descrever outras 2 condições que 
não são consideradas Transtornos de 
Aprendizagem mas que impactam 
negativamente e atrapalham o processo de 
aprendizado: 
 
Transtorno do Processamento Auditivo 
Central 
É conhecido também como Disfunção Auditiva 
Central e afeta as vias centrais da audição. 
Sendo assim, atinge as áreas do cérebro 
relacionadas às habilidades auditivas e dificulta 
a detecção e a interpretação das informações 
sonoras. Dessa forma, a pessoa ouvirá, porém 
terá dificuldades em interpretar a mensagem 
recebida. Entre os sintomas destacam-se a 
dificuldade de memorização em atividades 
diárias, não conseguir ler e escrever, fadiga nas 
aulas, demorar a compreender o que foi 
falado, falta de atenção ou distração em 
excesso, necessidade de que a pessoa repita as 
frases, agitação e dificuldade para executar 
tarefas solicitadas. 
 
 
 
 
 
 
Transtorno do Déficit de Atenção com 
Hiperatividade (TDAH) 
O Transtorno do Déficit de Atenção com 
Hiperatividade (TDAH) não é um transtorno de 
aprendizagem mas afeta o processo de 
aprendizagem da criança. Entre os sintomas, 
destacam-se desatenção, hiperatividade e 
impulsividade. Costuma surgir na infância e 
pode acompanhar a pessoa por toda a vida. O 
desempenho na escola pode ser inferior ao de 
outras crianças, mas não devido a sua 
capacidade intelectual, e sim ao seu 
comportamento hiperativo e desatento. 
 
 
4 Esclarecer o diagnóstico e os exames 
complementares; 
 
 → DIAGNÓSTICO: 
 
O diagnóstico do TDAH é essencialmente 
clínico. Baseia-se em critérios estabelecidos 
pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM-5) e pela 
Classificação de Transtornos Mentais e de 
Comportamento (CID-10). 
 
ADULTOS: O questionário abaixo é 
denominado ASRS-18/ escala Adult Self-
Report Scale (ASRS). ESTE QUESTIONÁRIO É 
APENAS UM PONTO DE PARTIDA PARA 
LEVANTAMENTO DE ALGUNS POSSÍVEIS 
SINTOMAS PRIMÁRIOS DO TDAH. O 
questionário deve ser preenchido pelos pais e 
por um membro da equipe escolar, por 
exemplo, um professor que despenda tempo 
significativo com o aluno. 
 
Segundo o DSM-5 há 9 sintomas principais 
referentes à desatenção e 9 referentes à 
hiperatividade/impulsividade. 
 
ADULTOS: Para que haja o diagnóstico em 
adultos é preciso que o indivíduo apresente: 
- 5 sintomas (no mínimo) Com persistência 
por, pelo menos, 6 meses (CRITÉRIO A). 
- Sintomas tenham iniciado antes dos 12 anos 
de idade (CRITÉRIO B); 
- Sintomas estejam em, pelo menos, dois 
ambientes da vida do indivíduo, causando 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
prejuízos (CRITÉRIO C). 
* Um ponto diferente nessa adaptação é que a 
ASRS oferece cinco opções de resposta: nunca 
(0), raramente (1), algumas vezes (2), 
frequentemente (3) e muito frequentemente 
(4). Os autores propõem que uma pontuação 
total acima de 24 pontos seja significamente 
sugestiva de TDAH (Mattos, P., 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
Como avaliar: 
 
Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) 
E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade 
da parte B (1 a 9) têm várias respostas 
marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO 
FREQUENTEMENTE existe chances de ser 
portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma 
das partes). 
O questionário ASRS-18 é útil para avaliar 
apenas o primeiro dos critérios (critério A) para 
se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios 
que também são necessários. 
 
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos na tabela acima) 
 
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem 
estar presentes desde precocemente (até 12 
anos). 
 
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos 
sintomas acima em pelo menos 2 contextos 
diferentes (por ex., no trabalho, na vida social, 
na faculdade e no relacionamento conjugal ou 
familiar). 
 
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes por conta 
dos sintomas. 
 
CRITÉRIO E: Se existe um outro transtorno (tal 
como depressão, deficiência mental, psicose, 
etc.), os sintomas não podem ser atribuídos 
exclusivamente a ele. 
 
CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Há um 
questionário denominado SNAP-IV, construído 
a partir dos sintomas do Manual de 
Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) 
da Associação Americana de Psiquiátrica. 
 
OBS: Este questionário é apenas um ponto de 
partida para levantamento de alguns possíveis 
sintomas primários do TDAH. 
O diagnóstico correto e preciso do TDAH só 
pode ser feito através de uma longa anamnese 
(entrevista) com um profissional médico 
especializado (psiquiatra, neurologista, 
neuropediatra). 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
Muitos dos sintomas abaixo relacionados 
podem estar associados a outras 
comorbidades correlatas ao TDAH e outras 
condições clínicas e psicológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como avaliar: 
1) se existem pelo menos 6 itens marcados 
como “BASTANTE” ou “DEMAIS” 
de 1 a 9 = existem mais sintomas de 
desatenção que o esperado numa criança ou 
adolescente. 
2) se existem pelo menos 6 itens marcados 
como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = 
existem mais sintomas de hiperatividade e 
impulsividade que o esperado numa criança ou 
adolescente. 
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar 
apenas o primeiro dos critérios (critério A) para 
se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios 
que também são necessários. 
 
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico 
de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo 
os demais critérios. 
 
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) 
 
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem 
estar presentes antes dos 7 anos de idade. 
 
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos 
sintomas acima em pelo menos 2 contextos 
diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na 
vida social e em casa). 
 
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida 
escolar, social ou familiar por conta dos 
sintomas. 
 
CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal 
como depressão, deficiência mental, psicose, 
etc.), os sintomas não podem ser atribuídos 
exclusivamente a ele. 
 
Tanto para o DSM-5 quanto para o CID-10, o 
diagnóstico de TDAH em adultos é retrógrado, 
visto que é necessário que os sintomas tenham 
se iniciado antes dos 12 ou 6 anos, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
 
Diagnóstico diferencial: 
Existem sintomas que podem se assemelhar a 
transtornos de ansiedade, transtornos do 
humor, transtorno depressivo maior e 
transtornos por uso abusivo de substâncias. Por 
isso, é importante estar atento aos sintomas e 
se eles se encaixam nos critérios do Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais (DSM-5), Para avaliar quanto à 
possibilidade de outros distúrbios que possam 
simular o quadro cognitivo-comportamental do 
TDAH. 
 
 
 
*Não há marcadores biológicos ou exames 
complementares que digam que uma pessoaé 
TDAH. O diagnóstico é clinico. Exames 
complementares como o eletroencefalograma 
(EEG), exames de neuroimagem como a 
tomografia computadorizada ou ressonância 
magnética do crânio, tomografia 
computadorizada com emissão de fótons 
únicos (SPECT), ensaios laboratoriais ou testes 
genéticos não necessariamente integram a 
investigação diagnóstica do paciente suspeito 
de TDAH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Tratamento para o TDAH: 
 
→ O Tratamento do TDAH deve 
ser multimodal, ou seja, uma combinação de 
medicamentos, orientação aos pais e 
professores, além de técnicas habituais 
específicas que são ensinadas ao portador. 
 
ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA 
Diferentes tipos de terapia podem ajudar as 
pessoas com TDAH a viver de uma forma 
melhor. 
 
A opção certa para o tratamento pode ser 
diferente em cada um. A mais recomendada 
atualmente chama-se Terapia Cognitivo 
Comportamental, mas existem outros tipos 
de terapia realizadas que são: terapia 
comportamental, terapia cognitiva, terapia 
cognitivo-comportamental, treinamento de 
habilidades sociais, terapia psicoeducacional e 
terapia fonoaudiológica. 
 
Terapia cognitivo-comportamental: Ela enfatiza 
os processos cognitivos, atuando na resolução 
de problemas e na modificação de 
pensamentos e comportamentos disfuncionais. 
 
Além disso, esse suporte da terapia pode ajudar 
as crianças com TDAH a buscarem uma 
mudança maior, controlar impulsos e lidar 
melhor com as emoções. Já em adolescentes e 
adultos com TDAH, a terapia pode ajudar em 
questões de baixa autoestima, organização 
pessoal, profissional e no controle da 
impulsividade. 
 
 
USO DE MEDICAMENTOS 
O tratamento por medicação consiste em 
estimulantes e não estimulantes (como os 
antidepressivos). A ação dos fármacos tem o 
intuito de tratar a fisiopatologia do TDAH, ou 
seja, atuar nos principais neurotransmissores 
envolvidos: a dopamina e a noradrenalina. 
Psicoestimulantes 
 
Existem dois tipos: 
anfetaminas e metilfenidato. 
 Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 
 
→ OS PSICOESTIMULANTES aumentam a 
dopamina na fenda sináptica através do 
bloqueio do transportador desse 
neurotransmissor, além disso aumentam a 
liberação de vesículas contendo dopamina 
interneuronal. Ademais, são capazes de inibir as 
enzimas monoamina-oxidase A e B (MAO-A e 
MAO-B), tais enzimas possuem a função de 
recaptar monoaminas como a noradrenalina, o 
que contribui para o tratamento de TDAH 
(lembre-se que a fisiopatologia encontra 
relação com noradrenalina e dopamina e seus 
desequilíbrios, portanto, os psicoestimulantes 
são muito usados nesse transtorno). 
 
 
Esses medicamentos podem reduzir a 
hiperatividade e impulsividade, além de 
melhorar a capacidade de concentração, 
trabalho e aprendizado da pessoa que tem o 
transtorno. 
 
 
→ ANTIDEPRESSIVOS 
Para o tratamento de TDAH também pode ser 
usado inibidores seletivos da recaptação de 
noradrenalina. A atomoxetina é um exemplo, 
que tem a propriedade de ser não só inibidor da 
recaptação de noradrenalina, proporcionando 
mais noradrenalina na fenda sináptica, como 
ação agonista leve de forma indireta na 
dopamina. Esse fármaco pode ser importante 
para tratar pacientes com comorbidade como é 
o caso do transtorno de ansiedade. 
 
 
MUDANÇA DE HÁBITOS 
Mudanças simples em hábitos do cotidiano 
também podem ajudar no tratamento do TDAH, 
agindo em conjunto com a terapia e 
medicamentos. 
 
Hoje, sabe-se que mudanças na alimentação, 
como reduzir o consumo de cafeína e açúcar, 
podem ajudar a controlar os sintomas do 
transtorno. 
 
Além disso, estudos também têm mostrado que 
a prática de atividades físicas intensas, como 
nadar e correr podem melhorar o 
funcionamento cognitivo e comportamental. 
 
Assim, pessoas com TDAH que praticam 
regularmente exercícios físicos podem reduzir 
os sintomas do transtorno e melhorar seu 
rendimento. 
 
→ PROGNÓSTICO 
 
O tratamento multimodal com terapia 
medicamentosa e apoio psicológico e 
pedagógico adequados permite que cerca de 
60% das crianças com TDAH se tornem adultos 
funcionais e razoavelmente adaptados ao 
transtorno. O prognóstico depende da 
precocidade e da qualidade da abordagem 
multi-modal. Uma análise de 351 estudos 
concluiu que o tratamento melhorou o 
prognóstico, em longo prazo, de crianças com 
TDAH em todas as categorias funcionais 
exploradas, mas não recuperou níveis normais 
de funcionamento. Um estudo relatou que a 
estatura de adultos jovens tratados por longo 
período com psicoestimulantes foi 1,29 ± 0,55 
cm menor que o grupo-controle, o que reforça 
a necessidade de monitoração do efeito 
colateral de inapetência associado aos 
psicoestimulantes e dos parâmetros do 
crescimento ao longo do tratamento.

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