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Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ PASSO 5- LISTANDO OS OBJETIVOS: 1♡- Conhecer o TDAH (Quadro clínico/ causas); 2♡- Entender as teorias de surgimento do TDHA 3♡- Citar os transtornos de aprendizagem; 4♡- Esclarecer o diagnóstico e os exames complementares; 5♡- Citar os tratamentos para TDHA / evolução clínica. PASSO 6- DESCREVENDO OS OBJETIVOS: 1 Conhecer o TDAH (Quadro clínico/ causas); → Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, que podem ocorrer em combinação ou isoladamente. Segundo o DSM-5, o TDAH se classifica entre os transtornos do neurodesenvolvimento, que são caracterizados por dificuldades no desenvolvimento que se manifestam precocemente e influenciam o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou pessoal. → epidemiologia: 1. IDADE: prevalência entre: Crianças: 4-10% Adultos:1-6%. Sexo masculino → 2:1 em crianças Sexo masculino → 1,6:1 em adultos A maioria (60%) das crianças persistem com sintomas significativos na idade adulta. Porém, apesar de 50% das crianças ou adolescentes com o transtorno serem diagnosticados e tratados, acredita-se que menos de 1:5 adultos com TDAH é diagnosticado e tratado. Ou seja, muito menos adultos comparado com a margem de crianças. → Sinais e Sintomas: 1. Dificuldade com o foco: se distrai com facilidade, comete erros por desatenção (falta de foco), entretanto, tem capacidade de ficar tão envolvido em algo, que é como se o mundo não existisse (hiperfoco); 2. Desorganização: não só com objetos, mas também com agenda, vida financeira, não consegue priorizar; 3. Dificuldade em gerenciar seu tempo: tendência a procrastinar, chegar atrasado, não consegue analisar passado ou futuro (o agora é o que importa); 4. Esquecimento: esquece de forma rotineira compromissos, perde objetos, passa a impressão de ser descuidado ou descompromissado; 5. Impulsividade: age de forma intempestiva, sem pensar e sempre se arrepende depois (é o que mais traz prejuízo);( manifestam-se como inquietude, fala excessiva, dificuldade de relaxar, dificuldade de esperar a vez, respostas precipitadas, entre outros.) 6. Instabilidade emocional: mudanças repentinas de humor. Tanto emoções positivas quanto negativas são intensas e instáveis; 7. Baixa autoestima: tendência a se enxergar de forma negativa, baseado em diversas frustrações prévias. Dificuldade de valorizar conquistas; Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ 8. Dificuldade de perseverar: não consegue dar continuidade a projetos quando a motivação inicial passa; 9. Inquietude e ansiedade: ânsia por fazer diversas coisas (“ligado no 220”) e sentimento de vazio em momento de tédio. Na fase pré-escolar, predominam: Agitação importante, acidentes repetidos e dificuldade em permanecer atento a atividades por curtos períodos. Na idade escolar: Percebe-se a desatenção através do “sonhando acordado”, distratibilidade, mudanças rápidas de uma tarefa para outra por causa da dificuldade de se focar em uma única. • → Manifestações Quadro clínico: TDAH pode se manifestar de três formas: (1) predominantemente desatenta; (2) predominantemente hiperativa/ impulsiva; (3) combinado. GRAUS DE TDAH • Leve: poucos sintomas, mas pequenos prejuízos sociais, profissionais ou acadêmicos; • Moderado: os sintomas e alguns prejuízos de graus leve e grave presentes; • Grave: muita expressão dos sintomas com real prejuízo funcional, social, acadêmico e profissional (1) predominantemente desatenta; • A pessoa tem dificuldade para manter a concentração durante muito tempo em um assunto específico. Além disso, pode ser facilmente distraída por qualquer estímulo externo; • Erram muito por falta de atenção no que estão fazendo; • Evitam atividades que demandam um grande esforço mental; • Muitas vezes esquecem o que iam falar; • Tem dificuldade em se organizar com a gestão de tempo e, além disso, com objetos; • Hábito de perder coisas importantes para o dia a dia; • Não ouvem quando o chamam, podendo ser considerados desinteressados ou egoístas. (2) predominantemente hiperativa/ impulsiva; • São inquietos, não conseguem ficar parados. Além disso, têm mania de mexer mãos e pés quando estão sentados e não conseguem ficar um só lugar por muito tempo; • Têm tendência a vícios: jogos, álcool, drogas e outros; • Não sabem lidar bem com frustrações; • Costumam ter um temperamento explosivo; • Frequentemente, mudam seus planos de uma hora para a outra; • Fazem mais de uma atividade ao mesmo tempo, isso porque não gostam de tédio; • Além disso, têm dificuldade em se expressar: a fala não acompanha a velocidade de seus pensamentos. (3) combinado: Para identificar um caso de Transtorno de Déficit de Atenção do tipo combinado é mais difícil. Isso porque, é necessário que a pessoa apresente uma combinação dos dois tipos acima, com sintomas de desatenção e hiperatividade. Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ → Causas: As causas do aparecimento do TDAH são uma combinação entre fatores genéticos, alterações no cérebro e fatores ambientais. Estudos apontam a: Predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do déficit de atenção. Algumas pesquisas indicam que fatores ambientais e neurológicos podem estar envolvidos. GENÉTICA E HEREDITARIEDADE Sabe-se hoje que as chances de ter o TDAH é bem maior em filhos e familiares de pessoas com esse transtorno. Ou seja, a hereditariedade média do TDAH é estimada em 76%. Além disso, estudos descobriram que 60% das crianças com o TDAH tinham um dos pais com o transtorno. Por isso, a probabilidade de uma criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes se os pais também tiverem o problema. Além disso, o risco de apresentar o transtorno é cinco vezes maior entre familiares de pessoas com TDAH do que em pessoas sem o transtorno na família. ALTERAÇÕES CEREBRAIS Muitos estudos descobriram que o TDAH causa alterações no cérebro. Ou seja, existem no cérebro das pessoas que sofrem desse transtorno, mudanças na região frontal e nas conexões com o resto do cérebro. A região frontal é responsável por de prestar atenção, organização, memória e autocontrole. FATORES AMBIENTAIS Estudos indicaram que o fato de a criança apresentar um peso baixo no nascimento (menos de 1.500 g) gera um risco de 2 a 3 vezes maior para o surgimento do TDAH embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso, não desenvolva esse transtorno. Além disso, outros fatores que podem causar o TDAH são: história de abuso infantil, negligência familiar, exposição a neurotoxinas como o chumbo, infecções e exposição ao álcool durante a gravidez. 2 Entender as teorias de surgimento do TDHA: → Na literatura, encontramos várias possíveis causas para o TDAH, tais como hereditariedade, substâncias ingeridas na gestação, problemas no desenvolvimento, sofrimento fetal, exposição ao chumbo, problemas familiares e hereditariedade. Porém, a probabilidade de que a criança tenha um diagnóstico de TDAH aumenta até 8 vezes se os pais também tiverem o transtorno. → estudos estruturais e metabólicos, somados aos estudos genéticos e sobre a família, bem como as pesquisas sobre a reação a medicamentos, demonstram claramente que o TDAH é um transtorno neurobiológico. → FatoresGenéticos: A primeira ligação entre a hiperatividade e a hereditariedade foi estabelecida pelo estudo dos familiares da criança hiperativa. O comportamento dos pais, aflitos e agitados, pode proporcionar que uma criança tenha hiperatividade, e esta criança, mesmo não existindo outros membros na família com TDAH pode desencadear problemas comportamentais em outros membros pela difícil convivência e pelo ambiente caótico que geram. Os estudos com famílias não excluem a possibilidade de que a transmissão familiar do TDAH tem origem ambiental. Mostrando, dessa forma, a importância de estudos com gêneros e adotados para determinar se uma característica é de fato influenciada por fatores genéticos. Com os gêmeos pode-se observar Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ quanto do fenótipo em questão é herdável, bem como qual a contribuição de fatores ambientais. Entretanto, as evidências mais fortes da herdabilidade do TDAH são fornecidas pelos estudos com adotados, uma vez que conseguem distinguir com mais precisão os efeitos genéticos dos ambientais (ROMAN, et al., 2003). → Lesão Cerebral: Segundo Kaplan, Sadock e Grebb (1997), algumas das crianças com TDAH podem durante o período fetal e perinatal ter sofrido uma lesão cerebral mínima ou sutil do Sistema Nervoso Cerebral. Esta lesão poderia ter sido causada por insultos circulatórios, tóxicos, metabólicos, mecânico, bem como por estresse e insultos físicos ao cérebro durante a primeira infância, causados por infecção, inflamação e traumatismo. Esta gravidade mínima, sutil e subclínica da lesão cerebral podem ser responsáveis pela gênese de distúrbios do aprendizado e do TDAH. Sinais neurológicos não focais (leves) são frequentes. Barkley (2002) descreve que algumas pesquisas no início do século XX convenceram os cientistas de que lesões cerebrais provenientes de infecções, trauma por queda ou no crânio e complicações da gravidez ou parto, eram as principais causas dos sintomas apresentados no TDAH. Porém, com o passar do tempo, há mais de 20 anos, os cientistas perceberam que a maioria das crianças com TDAH não apresentavam história de lesões cerebrais, estando apenas relacionadas 5 a 10% das crianças que desenvolveram o TDAH devido a algum tipo de lesão cerebral, embora deva haver algo destrutivo no desenvolvimento dessa porção do cérebro. → Fatores Neuroquímicos: Segundo Barkley (2002), alguns cientistas sugeriram que alguns neurotransmissores se encontram diminuídos nos portadores do TDAH, e, como descrevem Kaplan, Sadock e Grebb (1997), eles ainda têm sido associados com sintomas de déficit de atenção e hiperatividade, como efeito positivo das medicações sobre o transtorno. A dopamina e noradrenalina são afetadas pelos estimulantes, levando a hipótese de neurotransmissores que incluem uma possível disfunção dos sistemas, tanto adrenérgico quanto dopaminérgico. Vários neurotransmissores podem estar envolvidos no processo, o que evidencia que não existe um único neurotransmissor responsável no desenvolvimento do TDAH. → Fatores Neurofisiológicos: Algumas crianças apresentam um atraso maturativo na sequência evolutiva e podem apresentar um quadro clínico temporário do TDAH, que com o tempo pode ser normalizado, quando logo detectado pelo EEG (KAPLAN, SADOCK e GREBB, 1997). → Chumbos: De acordo com Weiss (1995), estudos confirmaram que altos níveis de chumbo no sangue produzem transtornos cognitivos e comportamentais em algumas crianças, estando estes associados ao maior risco de comportamento hiperativo e desatenção. Por ser um metal sem nenhum valor biológico conhecido, quando ingerido, pode envenenar o sistema energético humano. Alguns estudos, segundo Barkley (2002), evidenciam a relação entre o chumbo e a hiperatividade, mostrando que níveis altos de chumbo no organismo podem causar o TDAH. Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ → Teoria do Desenvolvimento Dinâmico, o TDAH (especialmente os Tipos Hiperativo-Impulsivo e Combinado) origina-se de uma disfunção cerebral dopaminérgica que produz alterações no reforçamento comportamental e déficits na extinção de comportamentos previamente reforçados. Isso ocasiona o desenvolvimento de impulsividade, comportamento hiperativo diante de situações novas, déficit na sustentação da atenção, na memória, variabilidade comportamental e falha em inibição de respostas; acima de tudo, pobre planejamento comportamental (empobrecimento das FE) e prejuízos na modulação das funções motoras. Esta teoria postula que o TDAH é melhor compreendido como Transtorno do Reforçamento/Extinção (TER), dando- lhe, assim, uma nomenclatura mais adequada. A Teoria do Desenvolvimento Dinâmico enuncia o TDAH como deficiência no processo de extinção de comportamentos, o que provoca comportamentos em excesso (denominados como hiperatividade) e aumento na variabilidade comportamental (interpretado como falha na inibição de respostas). Para essa teoria, o TDAH caracteriza-se fundamentalmente como um transtorno da motivação, isto é, os portadores sofrem de falta de motivação intrínseca que lhes permita permanecer em atividades percebidas como tediosas. A causa é parcialmente oriunda de deficiência no controle da atenção, além de deterioração das funções motoras. 3 Citar os transtornos de aprendizagem: Conceito: Os transtornos de aprendizagem acometem habilidades específicas do processo de aprendizagem de crianças e adultos. Eles dificultam o desenvolvimento intelectual, acadêmico, profissional e até social. Esses distúrbios são considerados transtornos do neurodesenvolvimento, segundo a classificação do DSM-V. Dislexia Caracteriza-se pela dificuldade de leitura e escrita. Entre os sintomas destacam-se a lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração, palavras escritas de forma estranha, dificuldade de soletrar, troca de letras por sons ou grafias parecidas, dificuldade em ler em voz alta e compreender. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, cerca de 17% da população mundial possui esse Transtorno de Aprendizagem. O diagnóstico é realizado com ajuda de uma equipe multidisciplinar e o tratamento visa superar as dificuldades da criança e desenvolver suas habilidades para que consiga aprender de forma efetiva. Discalculia A dificuldade com números e compreensão dos exercícios de matemática podem ser um Transtorno de Aprendizagem. Chamado de discalculia, esse transtorno afeta a habilidade da criança de realizar cálculos matemáticos. Sendo assim, podem ter dificuldades de entender conceitos numéricos e problemas na hora de aprender operações matemáticas. Entre os sintomas, destacam-se a dificuldades na identificação visual e auditiva de números, dificuldade para contar, não compreender ou confundir os sinais matemáticos, problemas de lateralidade, trocar a ordem dos números quando copia da lousa, dificuldade de entender as horas e moedas e de estimar medidas. Estima-se que entre 3% a 6% da população mundial apresente discalculia. Disortografia É um distúrbio de linguagem que afeta principalmente a escrita, sendo assim, as pessoas que sofrem com esse transtorno não conseguem escrever as palavras de forma correta. Um texto escrito por uma pessoa com disortografia será cheio de erros gramaticais, que são cometidos repetidamente e isso não tem a ver com as habilidades intelectuais. Um dos erros mais comuns é o esquecimento de algumas letras em uma palavra. Como eles não dominam a escrita ou aortografia, as pessoas com disortografia têm problemas para ler um Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ texto. Dependendo da gravidade dos sintomas, eles podem se tornar incapazes de entender as palavras. Disgrafia É uma dificuldade específica de aprendizagem que afeta a habilidade de escrever. A disgrafia pode aparecer como uma dificuldade com a ortografia, caligrafia e problemas para colocar pensamentos no papel. A pessoa sente dificuldades em converter os sons da linguagem em forma escrita. Por isso, pode escrever as letras ao contrário, ter dificuldade em lembrar como as letras são formadas ou quando usar letras maiúsculas ou minúsculas. Também sente dificuldade em formar frases, usar a pontuação correta, a letra fica deformada, com espaçamento irregular, inversões e rotações das letras, podem fazer letras sobrepostas e com espaçamento inconsistente entre as palavras. Agora vamos descrever outras 2 condições que não são consideradas Transtornos de Aprendizagem mas que impactam negativamente e atrapalham o processo de aprendizado: Transtorno do Processamento Auditivo Central É conhecido também como Disfunção Auditiva Central e afeta as vias centrais da audição. Sendo assim, atinge as áreas do cérebro relacionadas às habilidades auditivas e dificulta a detecção e a interpretação das informações sonoras. Dessa forma, a pessoa ouvirá, porém terá dificuldades em interpretar a mensagem recebida. Entre os sintomas destacam-se a dificuldade de memorização em atividades diárias, não conseguir ler e escrever, fadiga nas aulas, demorar a compreender o que foi falado, falta de atenção ou distração em excesso, necessidade de que a pessoa repita as frases, agitação e dificuldade para executar tarefas solicitadas. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) não é um transtorno de aprendizagem mas afeta o processo de aprendizagem da criança. Entre os sintomas, destacam-se desatenção, hiperatividade e impulsividade. Costuma surgir na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida. O desempenho na escola pode ser inferior ao de outras crianças, mas não devido a sua capacidade intelectual, e sim ao seu comportamento hiperativo e desatento. 4 Esclarecer o diagnóstico e os exames complementares; → DIAGNÓSTICO: O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico. Baseia-se em critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e pela Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10). ADULTOS: O questionário abaixo é denominado ASRS-18/ escala Adult Self- Report Scale (ASRS). ESTE QUESTIONÁRIO É APENAS UM PONTO DE PARTIDA PARA LEVANTAMENTO DE ALGUNS POSSÍVEIS SINTOMAS PRIMÁRIOS DO TDAH. O questionário deve ser preenchido pelos pais e por um membro da equipe escolar, por exemplo, um professor que despenda tempo significativo com o aluno. Segundo o DSM-5 há 9 sintomas principais referentes à desatenção e 9 referentes à hiperatividade/impulsividade. ADULTOS: Para que haja o diagnóstico em adultos é preciso que o indivíduo apresente: - 5 sintomas (no mínimo) Com persistência por, pelo menos, 6 meses (CRITÉRIO A). - Sintomas tenham iniciado antes dos 12 anos de idade (CRITÉRIO B); - Sintomas estejam em, pelo menos, dois ambientes da vida do indivíduo, causando Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ prejuízos (CRITÉRIO C). * Um ponto diferente nessa adaptação é que a ASRS oferece cinco opções de resposta: nunca (0), raramente (1), algumas vezes (2), frequentemente (3) e muito frequentemente (4). Os autores propõem que uma pontuação total acima de 24 pontos seja significamente sugestiva de TDAH (Mattos, P., 2006). Como avaliar: Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes). O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos na tabela acima) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes desde precocemente (até 12 anos). CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., no trabalho, na vida social, na faculdade e no relacionamento conjugal ou familiar). CRITÉRIO D: Há problemas evidentes por conta dos sintomas. CRITÉRIO E: Se existe um outro transtorno (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Há um questionário denominado SNAP-IV, construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. OBS: Este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH. O diagnóstico correto e preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra). Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ Muitos dos sintomas abaixo relacionados podem estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições clínicas e psicológicas. Como avaliar: 1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. Tanto para o DSM-5 quanto para o CID-10, o diagnóstico de TDAH em adultos é retrógrado, visto que é necessário que os sintomas tenham se iniciado antes dos 12 ou 6 anos, respectivamente. Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ Diagnóstico diferencial: Existem sintomas que podem se assemelhar a transtornos de ansiedade, transtornos do humor, transtorno depressivo maior e transtornos por uso abusivo de substâncias. Por isso, é importante estar atento aos sintomas e se eles se encaixam nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), Para avaliar quanto à possibilidade de outros distúrbios que possam simular o quadro cognitivo-comportamental do TDAH. *Não há marcadores biológicos ou exames complementares que digam que uma pessoaé TDAH. O diagnóstico é clinico. Exames complementares como o eletroencefalograma (EEG), exames de neuroimagem como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio, tomografia computadorizada com emissão de fótons únicos (SPECT), ensaios laboratoriais ou testes genéticos não necessariamente integram a investigação diagnóstica do paciente suspeito de TDAH. 5 Tratamento para o TDAH: → O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas habituais específicas que são ensinadas ao portador. ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA Diferentes tipos de terapia podem ajudar as pessoas com TDAH a viver de uma forma melhor. A opção certa para o tratamento pode ser diferente em cada um. A mais recomendada atualmente chama-se Terapia Cognitivo Comportamental, mas existem outros tipos de terapia realizadas que são: terapia comportamental, terapia cognitiva, terapia cognitivo-comportamental, treinamento de habilidades sociais, terapia psicoeducacional e terapia fonoaudiológica. Terapia cognitivo-comportamental: Ela enfatiza os processos cognitivos, atuando na resolução de problemas e na modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Além disso, esse suporte da terapia pode ajudar as crianças com TDAH a buscarem uma mudança maior, controlar impulsos e lidar melhor com as emoções. Já em adolescentes e adultos com TDAH, a terapia pode ajudar em questões de baixa autoestima, organização pessoal, profissional e no controle da impulsividade. USO DE MEDICAMENTOS O tratamento por medicação consiste em estimulantes e não estimulantes (como os antidepressivos). A ação dos fármacos tem o intuito de tratar a fisiopatologia do TDAH, ou seja, atuar nos principais neurotransmissores envolvidos: a dopamina e a noradrenalina. Psicoestimulantes Existem dois tipos: anfetaminas e metilfenidato. Thaiane Barros – Medicina P3 - @thaianebarros__ → OS PSICOESTIMULANTES aumentam a dopamina na fenda sináptica através do bloqueio do transportador desse neurotransmissor, além disso aumentam a liberação de vesículas contendo dopamina interneuronal. Ademais, são capazes de inibir as enzimas monoamina-oxidase A e B (MAO-A e MAO-B), tais enzimas possuem a função de recaptar monoaminas como a noradrenalina, o que contribui para o tratamento de TDAH (lembre-se que a fisiopatologia encontra relação com noradrenalina e dopamina e seus desequilíbrios, portanto, os psicoestimulantes são muito usados nesse transtorno). Esses medicamentos podem reduzir a hiperatividade e impulsividade, além de melhorar a capacidade de concentração, trabalho e aprendizado da pessoa que tem o transtorno. → ANTIDEPRESSIVOS Para o tratamento de TDAH também pode ser usado inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina. A atomoxetina é um exemplo, que tem a propriedade de ser não só inibidor da recaptação de noradrenalina, proporcionando mais noradrenalina na fenda sináptica, como ação agonista leve de forma indireta na dopamina. Esse fármaco pode ser importante para tratar pacientes com comorbidade como é o caso do transtorno de ansiedade. MUDANÇA DE HÁBITOS Mudanças simples em hábitos do cotidiano também podem ajudar no tratamento do TDAH, agindo em conjunto com a terapia e medicamentos. Hoje, sabe-se que mudanças na alimentação, como reduzir o consumo de cafeína e açúcar, podem ajudar a controlar os sintomas do transtorno. Além disso, estudos também têm mostrado que a prática de atividades físicas intensas, como nadar e correr podem melhorar o funcionamento cognitivo e comportamental. Assim, pessoas com TDAH que praticam regularmente exercícios físicos podem reduzir os sintomas do transtorno e melhorar seu rendimento. → PROGNÓSTICO O tratamento multimodal com terapia medicamentosa e apoio psicológico e pedagógico adequados permite que cerca de 60% das crianças com TDAH se tornem adultos funcionais e razoavelmente adaptados ao transtorno. O prognóstico depende da precocidade e da qualidade da abordagem multi-modal. Uma análise de 351 estudos concluiu que o tratamento melhorou o prognóstico, em longo prazo, de crianças com TDAH em todas as categorias funcionais exploradas, mas não recuperou níveis normais de funcionamento. Um estudo relatou que a estatura de adultos jovens tratados por longo período com psicoestimulantes foi 1,29 ± 0,55 cm menor que o grupo-controle, o que reforça a necessidade de monitoração do efeito colateral de inapetência associado aos psicoestimulantes e dos parâmetros do crescimento ao longo do tratamento.
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