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Técnicas de coleta Duas técnicas de coleta são utilizadas para a citologia ginecológica: esfoliativa e abrasiva. Citologia esfoliativa: baseiam-se na obtenção de células que descamam espontaneamente das superfícies do colo e da vagina e se acumulam no fundo do saco vaginal posterior. Essa técnica é utilizada para a realização do esfregaço vaginal. Citologia abrasiva: depende da remoção de células das superfícies das cérvices, da endocérvice e da vagina com o auxílio de um instrumento. Os esfregaços obtidos com a espátula de Ayre ou escova endocervical são exemplos de citologia abrasiva. Essa técnica é utilizada para a realização de esfregaço cervical. Esfregaço vaginal O esfregaço vaginal é preparado com o material removido do fundo-de-saco posterior por meio de um abaixador de língua, uma pipeta de vidro ou a extremidade arredondada de uma espátula. Achados: células epiteliais descamadas dos epitélios vaginal e cervical, muco, leucócitos, macrófagos e detritos celulares. Vantagens: boa representatividade das células com origem em todos os segmentos do trato genital. Desvantagem: mau estado de conservação das células. Esfregaços cervicais Espátula de Ayre é o instrumento mais utilizado. A extremidade mais longa da espátula deve ser introduzida no canal cervical, enquanto a parte concava deve ser inserida na ectocérvice. A coleta endocervical, por meio da espátula de Ayre, exige a rotação de 360° do instrumento, ao mesmo tempo que se aplica uma certa pressão sobre ele. Preparo do esfregaço Identificar a cérvice e obter o material. O instrumento de coleta é colocado sobre a superfície da lâmina de vidro e o esfregaço é produzido arrastando- o ao longo do maior eixo da lâmina. O preparo do esfregaço é rápido para evitar o dessecamento do material. O material deve ser distribuído de forma homogênea. Movimentos circulares podem lesar as células e, portanto, não são recomendáveis. A fixação dos esfregaços deve ocorrer imediatamente após o seu preparo para preservar as células nele contidas. Identificação do esfregaço A identificação da lâmina deve ocorrer antes do preparo do esfregaço. Informações na parte fosca da lâmina. Dados clínicos informados: idade do paciente, data da última menstruação ou menopausa, antecedentes pessoais ou uso de medicações. Após fixação do esfregaço e formulários prontos, o material deve ser enviado ao laboratório. Fixação e fixadores Os esfregaços precisam ser fixados imediatamente após sua coleta para evitar o seu dessecamento pelo ar. O álcool é considerado o fixador ideal, seja na forma liquida ou aerossol. O período de fixação deve ser de pelo menos 15 minutos. O orifício de saída do fixador deve estar situado a cerca de 30 cm da superfície da lâmina. Uma distância superior a a 30 cm poderá fazer uma fixação inadequada e uma distância inferior pode deslocar e danificar as células criando artefatos. Esfregaço adequado Deve ser representativo de todas as superfícies epiteliais do colo e da vagina, bem como precisa conter um número suficientes de células que permite o reconhecimento de qualquer alteração. Um esfregaço adequado deve conter pelo menos dois desses seguintes elementos: células colunares endocervicais, células metaplásicas e muco endocervical (em mulheres de idade fértil). Princípios de rastreamento Verificar a identificação do esfregaço e o formulário com os dados clínicos que vem com o material. O rastreamento primário é feito com uma objetiva de 10X e uma ocular de 10X ou 15X. O rastreamento pode ser feito na vertical ou horizontal. O vertical é o melhor, pois permite um maior controle da superposição dos campos. Coloração Facilita o reconhecimento dos componentes celulares. Os corantes usados são: hematoxilina, Orange G-6, EA- 36 OU EA-65 (eosina). A hematoxilina é um corante básico que cora os núcleos em azul. A Orange G- 6 e a eosina são corantes citoplasmáticos que coram em rosa. Coloração de Papanicolau A coloração de Papanicolau utiliza três corantes e segue 20 passos. 1- Álcool absoluto: 10 imersões. 2- Álcool 95%: 10 imersões. 3- Álcool 70%: 10 imersões. 4- Água destilada: 10 imersões. 5- Hematoxilina: 2 minutos. 6- Água destilada: 30 imersões. 7- Álcool amoniacal: 5 imersões. 8- Água corrente: 30 imersões. 9- Álcool 70%: 10 imersões. 10- Álcool 95%: 10 imersões. 11- Álcool absoluto: 10 imersões. 12- OG- 6: 1 minuto. 13- Álcool absoluto: 10 imersões. 14- Álcool absoluto: 10 imersões. 15- EA- 36: 2 minutos. 16- Álcool absoluto: 10 imersões. 17- Álcool absoluto: 10 imersões. 18- Xilol: 1 minuto. 19- Xilol: 1 minuto. 20- Xilol: 1 minuto. Referências Conteúdos retirados do livro: Introdução a Citopatologia ginecológica com correlações histológicas e clínicas.
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