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Teoria Geral do Estado

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PROF. MARIA EUGENIA DE ANDRADE LISTE
ETIOLOGIA
 Estudo das causas e origens de um fenômeno. No caso, o estudo da origem e causas da formação do Estado. 
Esta disciplina é relativamente nova, tendo em vista que o surgimento de um estudo sobre o Estado somente ocorre no final do século XIX.
Os pré-socráticos (Idade Antiga) já estudavam o Estado, mas sem o rigor científico estudado na Era Moderna (Maquiavel-Séc. XVI). Na Idade Média também havia estudos neste sentido, mas com perfil teológico (Aurélio Agostinho e Tomás de Aquino).
No século XIX é que surge com Georg Jellinek uma Teoria Geral do Estado, como matéria independente, obra publicada em 1900.
No Brasil só se tornou uma disciplina autônoma do Direito Constitucional em 1940, quando as faculdades começaram a dar o curso de Teoria Geral do Estado.
Filme - A onda
ORIGEM DA SOCIEDADE
O ser humano vive naturalmente em sociedade. Por isso, há limitações à liberdade humana em decorrência dessa vida em sociedade. Esta é a teria natural da sociedade, com maior número de adeptos no estudo da Teoria Geral do Estado.
O ser humano se associa para sobreviver e cooperam entre si para viverem em harmonia. 
Teorias da Origem da Sociedade
No entanto, em oposição à origem natural, existem aqueles que adotam a teoria contratualista. Para Thomas Hobbes, os homens celebram um contrato e a sociedade é fruto de ato racional que obriga os seres humanos a agir dentro dos limites determinados pelo governante (Leviatã, 1651).
O autor mais conhecido desta teoria é Jean-Jacques Rousseau, em seu Contrato Social (1762), que defende que há um contrato entre as pessoas para viverem em sociedade. Nesta obra, ele traz os seguintes elementos característicos da teoria contratualista: 
· Povo como soberano;
· Igualdade como fundamento da sociedade;
· Interesses pessoais diversos dos interesses coletivos.
A vontade é o fundamento da sociedade e não a natureza humana Rousseau influencia a Revolução Francesa, levando em conta a liberdade e a igualdade como valores indispensáveis para a formação de um Estado. 
Hoje vários pensamentos de Rousseau são alicerces da democracia, inclusive no aspecto da vontade geral na tomada de decisão de um Estado.
Na atualidade, para que um grupo de pessoas seja reconhecido como sociedade, são necessários os seguintes elementos característicos:
· Fim social: bem comum;
· Ordem social: através de normas de comportamento social;
· Poder social: obtido mediante o consentimento da sociedade.
Thomas Hobbes e Jean-Jaccques Rousseau
ORIGEM DO ESTADO E FORMAÇÃO DO ESTADO
ESTADO
Significa estar firme. Deriva do latim "status" que aparece pela primeira vez com Maquiavel, na Obra  "O Príncipe" (1513).
O Estado, como sociedade política, portanto só aparece a partir do séc. XVI.
Estado hoje é uma sociedade política com elementos característicos próprios. Há regras de convivência que limitam a liberdade do cidadão para que as pessoas possam viver em harmonia em uma determinada sociedade.
A concepção moderna de Estado, portanto, tem origem na liberdade como pressuposto indispensável para a formação de um Estado democrático. Sem a liberdade, não é possível a concepção de um Estado moderno. Mas a liberdade é limitada por regras. Ela não é absoluta, porque para o convívio em sociedade a liberdade é uma garantia do indivíduo, mas também um dever de cidadania: de não ultrapassar os limites da sua liberdade quando ela começa a invadir, prejudicar a liberdade do outro. 
Assim, a sociedade é uma construção decorrente do exercício da liberdade. Sem liberdade não há sociedade, sem sociedade não há Estado pela visão moderna de Estado.
O Estado decorre da sociedade e a sociedade decorre da liberdade dos seus cidadãos.
O especialista do Direito deve conhecer bem as instituições relacionadas aos Estados para encontrar soluções aos problemas da sociedade contemporânea.
Como o Estado brasileiro é adepto ao Direito Positivo, de Hans Kelsen, o operador do Direito deve conhecer a Teoria do Estado com foco na Legalidade, uma vez que o Sistema Civil Law adotado pelo Direito brasileiro está pautado na Lei como fonte principal das relações sociais e jurídicas.
Maquiavel e sua obra "O Príncipe" e Hans Kelsen e sua obra "Teoria Pura do Direito"
DISTINÇÃO ENTRE ESTADO, PAÍS, PÁTRIA E NAÇÃO.
 
PONTO COMUM:
Todos os institutos são manifestações da sociedade. Decorrem da vida em sociedade, por ser uma necessidade do ser humano viver em sociedade, aceitando limitações à sua liberdade. Como dizia Aristóteles "o homem é naturalmente um animal político" (Séc. IV a.C) e, por isso, aceita regras para viver em sociedade.
DIFERENÇAS: 
ESTADO 
É a sociedade política fixada em um determinado território subordinada a uma autoridade soberana.
PAÍS
É a região geográfica, o território físico que pode abranger um ou mais Estados soberanos. Hoje, a ONU somente reconhece um país se ele for ao mesmo tempo um Estado soberano. O país Basco, por exemplo, para os adeptos desta ideia, seria um país, mas não um Estado soberano e por isso a ONU não o reconhece como país por não ser um Estado soberano.
PÁTRIA
É indicativo da terra natal de uma pessoa, o seu local de nascimento. Também é possível por adoção (escolha) decorrente de vínculos afetivos, culturais, históricos.
NAÇÃO
É, segundo Paulo Bonavides, um conceito sobretudo de ordem moral, cultural e psicológica, podendo-se somar a outros elementos como língua, religião e raça.
DIFERENÇAS ENTRE ESTADO, PAÍS, PÁTRIA E NAÇÃO.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO
 A expressão Estado, do latim status significa "estar firme"; aparece pela primeira vez com Maquiavel, em O Príncipe, no século XVI (1513) como uma sociedade política com regras de convivência humana, com características específicas e com autoridade superior.
Até então, o Estado não era estudado com rigor científico como estudamos hoje.
Mas existem 03 (três) correntes sobre o surgimento do Estado:
· O Estado é inerente à própria sociedade. Surge com o início da humanidade, através da vida em sociedade (formação natural);
· O Estado foi constituído para atender às necessidades da vida em sociedade. Não se confundem e não surgem ao mesmo tempo. O Estado sucede à sociedade (formação contratualista);
· O Estado é uma sociedade política com características bem definidas (Dalmo Dallari, Karl Schmidt) (formação contratualista).
Prevalece a teoria da formação naturalista do Estado.
Ambas as contratualistas entendem que o Estado é uma formação humana e não natural, com a diferença é que a meramente contratual, capitaneada por Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, vão considerar a vontade humana como primordial para a formação do Estado, como se fosse uma relação contratual firmada entre Estado e a sociedade.
A segunda corrente contratualista, já entende que o Estado é uma organização bem definida, com características e elementos próprios, não bastando a mera vontade de constituição de um Estado, a exemplo do "Estado" da Palestina, não reconhecido internacionalmente, mesmo que exista um povo que deseja este reconhecimento.
Mapa da Palestina
A evolução histórica está ligada aos tipos de Estado que foram surgindo no decorrer da história da humanidade. Jellinek, em sua Teoria Geral do Estado aponta os fatores históricos como causas geradoras dos tipos diversos de Estado.
Segundo a doutrina são fases da evolução histórica do Estado: Estado Antigo, Grego, Romano, Medieval e Moderno.
ESTADO ANTIGO
Não há diferença entre pensamento político e religião (ESTADO TEOCRÁTICO). Tem natureza de Estado unitário, não admitindo qualquer divisão territorial ou política.
Civilização do Estado Antigo
ESTADO GREGO
As cidades gregas eram consideradas cidades-Estados. Cada uma era autossuficiente e independentes, cada uma com território e governantes próprios.  
Acrópole de Atenas - Cidade-Estado fortificada.
ESTADO ROMANO:
A base é organização familiar, com grupos familiares detentores do poder.
ESTADO MEDIEVAL
A fase do Império faz extinguir Roma com perfil de cidade-Estado, surgindo o Estado Medieval.
As grandes conquistas territoriais e ocristianismo levam Roma a ter uma nova estrutura estatal pautada na unidade e na autoridade do imperador. Perdurou por 10 (dez) séculos, entre os séculos V a XV.
Roma se une para se defender das invasões dos bárbaros e economicamente surgem os feudos, donos de terra que passam a deter um poder político pela força de sua condição econômica. 
Cena bem característica do Estado Medieval
ESTADO MODERNO
Inicia-se no século XV, com o surgimento das monarquias nacionais até a eclosão da Revolução Francesa no século XVIII (1789). O poder político era concentrado no rei, com fundamento do poder no divino, tendo o soberano total liberdade de atuação no poder, por ser um enviado de Deus.
Resquício do Absolutismo?
ESTADO CONTEMPORÂNEO
Com a Revolução Francesa surge o Estado de Direito que passa a vigorar a supremacia da lei e a limitação do poder estatal.
É nesta época que surge o Estado Liberal de Direito já que a liberdade individual passa a ser o ponto mais importante de um Estado, criando-se regras jurídicas para o respeito a direitos fundamentais do cidadão.
Passa a ser um Estado de Legalidade, pois as leis passam a reger a vida em sociedade, protegendo os direitos individuais conquistados com a Revolução Francesa.
Eugène Delacroix - Ícone da Revolução Francesa
Em 1917 surge o chamado Estado Social de Direito, com Revolução Russa (1917), a Constituição mexicana de 1917 e posteriormente com a Constituição alemã (Weimar) de 1919.
O Estado passa a ter previsão de direitos sociais.
Ao Estado passa a se exigir o cumprimento deveres sociais, como proporcionar o bem-estar social, através de diretos sociais como educação, saúde, segurança, alimentação. 
Por fim, surge o Estado Democrático de Direito, especialmente, após a Segunda Guerra Mundial, que diante de tantas  atrocidades praticada pelo Nazismo alemão, inicia-se uma nova fase para o Estado: o princípio da Dignidade Humana como alicerce de um Estado, superando o simples Estado de Direito.
A partir daí não basta mais as leis formais. É necessário, acima de tudo, o respeito ao ser humano por parte da sociedade e dos governantes, respeitando as diferenças e combatendo toda forma de preconceito.
Percebe-se, com o fim da Segunda Guerra Mundial, uma sociedade plural, com diversidades, diferenças entre as pessoas, costumes, religiões, culturas.
A morte de milhares de pessoas em campos de concentração pela diversidade humana, cultural, religiosa e econômica, faz com que se instaure uma nova etapa da humanidade, já perseguida desde a época de Platão, que é a Democracia.
Não aquela, pura e simplesmente, prevista na Lei, mas acima de tudo, a Democracia praticada a partir do respeito às diferenças no plano dos Direitos Humanos.
Aliás, os Direitos Humanos surgem logo após a Segunda Guerra Mundial, com a  Declaração Universal dos Direitos Humanos e criação da ONU ambas em 1948. 
Estado Democrático de Direito - Uma leitura indispensável!
Ontologia do estado: conceito e elementos
POVO
É o elemento humano do Estado. É o vínculo jurídico que o indivíduo possui com o Estado através da nacionalidade. 
Nacionalidade
É a ligação legal de uma pessoa com o Estado.
Indica qual nação aquela pessoa faz parte.
Nação
É a comunhão de pessoas relacionadas pelo vínculo histórico e cultural.
Expressão originária da Revolução Francesa para designar local de nascimento, hoje denota o vínculo afetivo entre pessoas que não necessariamente nasceram em um mesmo país, mas que possuem laços comuns pela história e ancestralidade.
População
Esta expressão também não se confunde com povo porque são pessoas que vivem no mesmo território, inclusive estrangeiros, apátridas e refugiados.
Cidadania
Também não se confunde com povo porque a cidadania está relacionada à capacidade eleitoral de votar e ser votado. 
Para alguns autores, povo está ligado à CIDADANIA e não à NACIONALIDADE, sendo o POVO o corpo eleitoral de um Estado.
A maioria da doutrina, no entanto, entende que o POVO está ligado à NACIONALIDADE e não à CIDADANIA, já que prescinde da necessidade de se ter capacidade eleitoral.
TERRITÓRIO
"É a delimitação da ação soberana do Estado" (DALLARI).
É a base geográfica, física em que o Estado exerce seu poder.
Atualmente, não há Estado sem território.
Natureza Jurídica do Território
São 04 (quatro) Teorias para explicar qual a natureza jurídica do território (PAULO BONAVIDES):
· Território-patrimônio: O território seria propriedade do Estado. Existia na época medieval, pois tudo pertencia aos senhores feudais e aos reis. Está superada por hoje existir a noção de propriedade privada.
· Território-objeto: O Estado é uma coisa, um objeto, para atender aos fins estatais (plano interno) e para excluir o papel de qualquer outro Estado sobre o mesmo território (plano internacional). Também está ultrapassada por ainda estar embasada na antiga teoria patrimonial.
· Território-espaço: É a Teoria muito usada na ciência jurídica no século XX. Segundo JELLINEK (1851-1911), o território do Estado deixa de ser a extensão espacial da soberania do Estado e passaria a ser o poder do Estado de obrigar as pessoas no território (poder de imperium), impondo limites aos indivíduos com respeito ao direito de propriedade do solo, sendo um direito de império e não de domínio e, portanto, relação de direito pessoal e não de direito real.  Esse poder de império difere do poder de domínio que é o poder exercido sobre coisas. Assim, o poder do Estado sobre o território seria decorrência de seu poder sobre as pessoas que nele vivem. Contemporaneamente, esta teoria recebe muitas críticas. Tem dificuldade, por exemplo, de explicar como o Estado pratica atos, inclusive fora de seu território, a exemplo dos navios em alto-mar, que se obedece a convenções internacionais com outros Estados. 
· Território-competência: Patrocinada por HANS KELSEN, o território é um conceito jurídico. O Estado não é proprietário das terras, e nem leva em conta o âmbito pessoal com direito de exercer poder de império sobre as pessoas.  O território passa a ser simplesmente um elemento determinante da validez da norma, passando a ser um conceito de validade do Direito. KELSEN vai dizer que é um o espaço físico delimitado pela norma que vigora o poder soberano de um Estado. Nesta teoria o que passa a importar é a soberania territorial prevista na norma e não somente o espaço físico em si, sendo mais ampla que a competência local. É a abrangência dada pela norma, que alarga o plano físico do território. É a teoria mais aceita atualmente.
ESPÉCIES DE TERRITÓRIO
O território é formado pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma continental, prolongamento do solo coberto pelo mar.
SAIBA MAIS
Para conhecer um pouco mais assista ao filme "Tudo pelo poder".
Este conteúdo complementa este tópico e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
ONTOLOGIA DO ESTADO: CONCEITO E ELEMENTOS
ONTOLOGIA DO ESTADO
Estudo sobre a essência, elementos e características do Estado.
CONCEITO DE ESTADO
 O conceito de Estado pode ser verificado sobre o prisma filosófico, político e jurídico.
CONCEITO FILOSÓFICO DE ESTADO
O Estado seria uma realidade de vida ética em relação à vontade do indivíduo em contraponto com a vontade da sociedade.
Seria a consciência do indivíduo de forma racional e sua relação ética com sua posição social (GEORG HEGEL-1770-1831).
CONCEITO SOCIOLÓGICO DE ESTADO
O Estado seria uma instituição detentora da força física para manter a paz social.
O uso da força estatal seria um instrumento de domínio para manter o controle sobre a sociedade (MAX WEBER - 1864-1920).
CONCEITO JURÍDICO DE ESTADO
O Estado seria um poder político, com território próprio, direcionado a um determinado povo, com fixação de normas para regular a vida em sociedade (GEORG JELLINEK - 1851-1911).
Prevalece na doutrina brasileira que o Estado possui 03 (três) elementos que demonstram a existência de um Estado:
· POVO
· TERRITÓRIO
· SOBERANIA
ASSISTA AO VÍDEO...
Vídeo: O Estado - Origem e Evolução Histórica (parte 1)
Quais são os elementos constitutivos do Estado?
Cite umconceito de Estado?
O ente estatal tem características próprias identifique-as? (Biblioteca Virtual)
Ontologia
SEGUNDO PAULO BONAVIDES ...
"são partes do território a terra firme, com as águas aí compreendidas (12 milhas marítimas), o subsolo e a plataforma continental (porção dos fundos marinhos que começa na costa até uma distância de 200 milhas marítimas, possuindo vida marítima em abundância e grande parte da pesca mundial se realiza nesta zona), bem como o espaço aéreo (todo o espaço acima do território)". (BONAVIDES, 2006)
 
Elementos do Estado
O Brasil possui uma grande extensão territorial, sendo sua área de 8.514.876  km2.
FRONTEIRAS
São os limites de delimitação do território.
É o limite entre dois países.
As fronteiras podem ser naturais ou convencionais (artificiais).
As fronteiras naturais são os acidentes geográficos que dividem os dois países que podem ser rios, mares, montanhas, cânions.
As fronteiras convencionais são as fronteiras políticas, por meio de acordo, que decidem onde começa um e termina outro território.
 
CONSELHO DE DEFESA NACIONAL ...
Constituição Federal de 1988
A Constituição brasileira atribui ao Conselho de Defesa Nacional, órgão de consulta do Presidente da República, competência para "propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo".
(artigo 91, § 1º, inciso III, da CF).
Extensão Territorial do Brasil
SOBERANIA
É o poder do Estado sobre o seu território e a sua população (soberania interna), como também o poder de ser independente em relação a outros Estados (soberania externa). Tanto o conceito de SOBERANIA como de
TERRITÓRIO estão sendo influenciados pela GLOBALIZAÇÃO (fenômeno social, cultural, econômico que influencia o cotidiano das pessoas). Este processo vem permitindo uma maior integração e interconexão entre Estados e territórios, mas ao mesmo tempo uma maior responsabilidade do Estado perante o cenário internacional.      
CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA
São 04 (quatro) características do poder político:
1. UNIDADE: impede o exercício de mais de um poder político em um mesmo território.
2. INDIVISIBILIDADE: não pode ser fracionado. Somente há um poder soberano.
3. INALIENABILIDADE: não pode ser alienada, vendida, transferida a titularidade do poder soberano. 
4. IMPRESCRITIBILIDADE: é um poder permanente e não se perde com o decurso do tempo. 
PERSONALIDADE JURÍDICA DO ESTADO
A concepção de Estado sob o aspecto jurídico está ligada à noção de Estado da teoria contratualista. 
A ideia de o Estado decorrer de uma vontade geral em detrimento da vontade individual, submetendo a liberdade aos limites previstos pelo poder governante, iniciam a ideia do Estado como uma pessoa jurídica. 
Mas é só no século XIX que o Estado passa a dotar direitos e deveres, sofrendo limitações ao exercício de seu poder.
Somente com estudiosos alemães no século XIX que este tema, essencialmente político, passa também a ser estudado pelo sistema jurídico.
É com FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY que surge a ideia de Estado como pessoa jurídica.
Entretanto, ele acredita que o Estado é uma ficção jurídica, por só ser pessoa aquela fisicamente considerada, porque somente o indivíduo teria a capacidade de pensar, ter consciência e vontade próprias.
As pessoas jurídicas não seriam pessoas naturais e por isso, o sistema jurídico, criaria uma ficção para dotá-la de personalidade jurídica, ou seja, sujeito de direitos e deveres perante a sociedade em geral.
Mesma visão tinha HANS KELSEN, de que o Estado seria uma pessoa artificial, apesar de avançar no sentido que era uma criação do ordenamento jurídico.
Já JELLINEK e outros pensadores acreditavam que o Estado não era uma ficção jurídica e sim uma realidade.
É JELLINEK, quem desenvolve uma teoria acerca da personalidade jurídica do Estado, considerando o Estado matéria de Direito Público, por ser uma unidade autônoma da pessoa individualmente considerada. 
O Estado passaria a ser dotado de personalidade jurídica e, por consequência, se submeteria a deveres e limitações assim como os indivíduos. 
O Estado, então, a partir desta concepção de JELLINEK, passa a ser sujeito de direito, com vontade própria, a bem da coletividade. 
Inspiradores da Teoria da Personalidade Jurídica do Estado.
Estas características são apontadas pelas teorias publicistas do Direito alemão, que acreditam que o Estado possui personalidade jurídica de Direito Público, podendo ser sujeito de direitos e deveres, mas não em proveito de seus governantes e sim em proveito do povo inserido naquele território específico pertencente ao Estado.
É por meio desta noção publicista, que o Estado passa a ter que atuar no interesse da sua coletividade, com imposição de limites previstos na própria lei interna de seu país.
Será dotado de direitos que devem ser respeitados por toda a sociedade, desde que com propósito coletivo, mas também de deveres de proteger e respeitar os direitos individuais de cada cidadão.      
O Estado passa a ter personalidade jurídica para atingir um fim social, ligado ao Estado de Direito: objetivo de atingir o bem comum, respeitando as particularidades de cada povo, mantendo a ordem e o bem-estar social.
O Estado, por meio de seus governantes, deve não somente observar a LEGALIDADE, mas também o PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE. 
Ou seja, além das NORMAS ESCRITAS deve também observar os VALORES da sociedade contidos na Constituição.
Seus representantes, desta forma, têm o dever de governar para o bem, em prol não dos interesses pessoais, mas sim de acordo com a ideologia democrática, respeitando a liberdade e exigindo submissão à lei pelos próprios governantes, tendo a liberdade e a disciplina governamental como valores fundamentais de um Estado Democrático de Direito. 
Legalidade x Legitimidade
FUNÇÕES DO ESTADO
O Estado é organizado por Poderes. Por isso muitos doutrinadores preferem a expressão Organização do Estado à expressão Teoria Geral do Estado. 
A TEORIA DA SEPARAÇÃO DE PODERES trazida por MONTESQUIEU (1748 - Séc. XVIII), inspirado em LOCKE, foi criada para assegurar a liberdade dos indivíduos, teoria esta incorporada ao Constitucionalismo. No entanto, a partir do séc. XIX passa a ter também como objetivo aumentar a eficiência do Estado, através da distribuição de funções por órgãos especializados, a fim de evitar a formação de governos absolutistas.
É ponto pacífico na doutrina que o poder do Estado é uno e indivisível e que a divisão de poderes é necessária para criar um SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS como MONTESQUIEU em sua obra "O Espírito das Leis". 
Este sistema busca criar condições para a existência de um ESTADO DEMOCRÁTICO com melhor governabilidade, a fim de controlar os abusos do poder através da distribuição de funções. Um Poder criando leis, outro executando e o outro mantendo a PAZ SOCIAL por meio da solução de conflitos. 
Hoje, esta TEORIA, portanto, vai procurar estabelecer um EQUILÍBRIO entre os órgãos constitucionais dotados de diferentes competências, para maior segurança jurídica do Estado Constitucional.
A única preocupação de MONTESQUIEU, no entanto, era impedir a existência de um Estado Absolutista em detrimento do direito de liberdade dos cidadãos, avançando a Teoria da Tripartição de Poderes em relação à ideia original.
São 03 (três) funções do Estado:
· PODER LEGISLATIVO - É o Poder de elaborar as leis.
· PODER EXECUTIVO - É o Poder de executar as leis, administrando os interesses públicos.
· PODER JUDICIÁRIO - É o Poder de resolver conflitos e manter a paz social.
Esses Poderes estão previstos na nossa Constituição Federal nos arts. 44 a 75 (PODER LEGISLATIVO), arts. 76 a 91 (PODER EXECUTIVO) e arts. 92 a 126 (PODER JUDICIÁRIO).
VALE A PENA ASSISITR...
Vídeo: O Estado - Conceitos e Elementos. (parte 2).
Indicar os principais fins do Estado?
Identificar os elementos constitutivos do Estado? (BIBLIOTECA VIRTUAL):ESTATALIDADE
É a aquisição da qualidade de Estado.
Ocorre quando uma determinada sociedade adquire características de um Estado, saindo da condição de um mero vilarejo, comunidade para a condição de uma pessoa jurídica de Direito Público, com diretos e deveres previstos em normas do Direito nacional e internacional.
Neste aspecto, o estudo é voltado à compreensão dos seguintes temas, à luz das seguintes dicotomias:
· Formas de estado;
· Sistemas de estado;
· Regimes de estado.
Formas de Estado
 Estado Unitário x  Estado Federativo;
Sistemas de Estado
Estado Absolutista x Estado Constitucional;
Regimes de Estado
Capitalista x Socialista. 
FORMAS DE ESTADO
É a forma como o Estado se organiza, qual o critério utilizado na relação entre o poder e seu povo, além da relação deste com os órgãos detentores do poder. 
O ESTADO FEDERAL é indicativo da FORMA DE ESTADO  e não FORMA DE GOVERNO.
São 02 (duas) FORMAS DE ESTADO:
 ESTADO UNITÁRIO (Puro)
Modalidade singular, onde o poder é centralizado; há uma centralização do poder tanto político, como administrativo, territorial e material, podendo ser concentrada ou desconcentrada (ex.: Reino Unido).
Alguns mencionam o ESTADO REGIONAL (ou Estado Unitário Regional) como uma terceira forma de Estado, mas prevalece o entendimento que é apenas uma forma unitária de Estado um pouco descentralizada, mas que mantém a superioridade do poder central (ex. Espanha e Portugal). 
ESTADO FEDERAL/FEDERADO/FEDERATIVO
O poder é descentralizado e existe mais de um ente federado com campos diferentes de atuação. É a forma de Estado mais importante no mundo contemporâneo. Federação vem do latim "foedus", que quer dizer pacto, aliança. O estado Federal, portanto, é uma aliança ou união entre vários Estados. É um fenômeno moderno, que aparece somente no séc. XVIII, sendo desconhecido tanto na Idade Antiga como na Idade Média.
Nasceu com a Constituição dos Estados Unidos da América, em 1787. Em 1776 13 (treze) colônias britânicas da América declararam-se independentes, passando, cada uma delas, a constituir um novo Estado.
Poucos anos depois, em 1781, celebraram entre si um tratado conhecido como Artigos de Confederação, com o objetivo principal de preservar a independência.
Por ter se demonstrado frágeis os laços pela confederação, em 1787, na Filadélfia, propõe-se a aprovação de uma Constituição comum a todos os Estados, com a consequente formação de um de um governo aos quais todos se submetessem.
Em outras palavras, propunham que a confederação se transmudasse em federação, constituindo-se um Estado Federal.
Com grande influência das ideias de MONTESQUIEU a Constituição norte-americana elaborou o sistema de separação de poderes, de freios e contrapesos, com os três poderes harmônicos e independentes entre si: Legislativo, Executivo e Judiciário, não admitindo que qualquer deles fosse mais importante que os demais.
Na federação não existe direto de secessão. Uma vez ocorrida a adesão do Estado este não pode mais se retirar por meios legais.
Só o Estado Federal tem soberania, diferente das Confederações que cada Estado mantinha sua soberania, liberdade e independência.  
No Estado Federal as atribuições da União e das unidades federadas são fixadas na Constituição, por meio da distribuição de competências.
Não existe hierarquia na organização federal, porque cada esfera de poder corresponde a uma competência determinada. 
Cada esfera de poder possui renda própria, porque sem renda suficiente  fere sua autonomia política se tornando apenas formalmente, já que na prática não pode agir com independência. 
O governo federal, do qual participam o povo e as unidades federadas, é constituído de poder legislativo bicameral.
O Senado é órgão de representação dos Estados, assegurando-se a todas as unidades federativas igual número de representantes.
Na Câmara dos Deputados é o povo que é representado pelos deputados federais.
Esta forma de Estado hoje é visto como a melhor forma existente para a formação de governos totalitários. Ainda que não impeça a acumulação de poder, ao menos dificulta a acumulação de poder num só órgão.
Hoje é considerada a expressão mais avançada de descentralização política e mesmo os Estados unitários adotaram em suas Constituições a forma de organização federativa como se, de fato, resultasse de uma união de Estados. 
A favor, ainda, argumenta-se que é uma forma mais democrática, pois assegura a aproximação entre governantes e governados e há maior dificuldade de concentração de poder.
Os que são Contra entendem que para a época atual é necessário um governo forte para aproveitamento mais eficiente dos recursos sociais-econômicos e financeiros disponíveis.
Apesar dessas críticas, segundo DALMO DALLARI, no mundo atual, há uma tendência para a organização federativa, por integrar e valorizar os valores de cada região, criando uma solidariedade forçada, ao exigir um tratamento igual para todos. 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA...
MALUF, S. Teoria geral do estado. 35. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
 
Formas, Sistemas e Regimes de Estado
SISTEMAS DE ESTADO
ESTADO ABSOLUTISTA
É a forma de governo que todo poder está concentrado nas mãos do rei.
Dá-se com o surgimento das Monarquias Nacionais.
O rei é visto como representante de Deus e só a ele deve obediência, não tendo nenhuma limitação ou restrição.
Surge no processo de formação do Estado Moderno, com o fim do Feudalismo.
Este poder absoluto do monarca perdurou do início do século XVI (1501-1600) até final do século XVIII (1701-1800).
A Revolução Francesa (1789) levou à descentralização do poder e à racionalização do pensamento humano pondo fim a este sistema de governo.
Assista este filme. Vale a pena...
ESTADO CONSTITUCIONAL
É o Estado de Direito criado e regulado por uma Constituição. Constituição é a norma jurídica fundamental de um Estado. São duas espécies de Constituição: 
· CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO FORMAL
É o documento, a lei fundamental de um povo.
· CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO MATERIAL
É a substância, os valores, o conteúdo inserido em uma Constituição.
CONSTITUCIONALISMO
É qualquer sistema jurídico que tenha uma Constituição. Assim, o Estado Constitucional está ligado tanto ao PRINCÍPIO DA LEGALIDADE como ao PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE exige a conformidade de uma ação humana à lei; PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE são os valores intrínsecos da lei, em conformidade com a vontade do povo.
Existem novas espécies de Constitucionalismo
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO
Ocorre no final do século XIX e início do século XX. Decorre da Constituição Social que tem início com a Constituição Mexicana (1917), com a Constituição alemã (1919).
O Estado passa a prever direitos sociais que exigem uma atuação do Estado de satisfazê-los, a exemplo de educação, moradia e saúde.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Surge pós Segunda Guerra Mundial, quando as Constituições pelo mundo começam a prever um novo valor fundamental do Estado de Direito: a dignidade da pessoa humana. A nossa Constituição Federal prevê a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA como um dos FUNDAMENTOS do Estado brasileiro.
A partir desta concepção, o valor pessoa humana passa a ter mais importância na hora da elaboração e aplicação da lei, mudando a sistemática da atuação do Estado, por meio de seus Poderes, para colocar a pessoa humana como foco principal de sua atuação. 
ESTADO TOTALITÁRIO
Forma muito semelhante ao Estado Absolutista, mas o Estado Totalitário é um movimento do século XX.
O Estado TOTALITÁRIO é também uma forma de governo em que há centralização de poder, mas em um único partido político, comandado por um líder.
Neste partido único existem autoridades hierarquicamente organizadas, embora o líder se aproxime muito do monarca, com poucas obrigações.
Neste regime, os líderes possuem um domínio sobre as massas através do uso intensivo da propaganda estatal e um forte mecanismo de controle e repressão.
Os líderes totalitários mais famosos são ADOLF HITLER (Alemanha) e JOSEF STALIN (União Soviética). Na obra "As Origens do Totalitarismo" HANNAH ARENDT (alemã-judia,1906-1975) vai concluir que, para combater os regimes totalitários, é necessário uma educação que ensine a autonomia do pensamento e a necessidade do respeito aos Direitos Humanos.
Imagem de Adolf Hitler estendendo a mão como símbolo do poder totalitário
Fonte: Wikimedia Commons
"A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos". 
 
(ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo.  1ª ed. São Paulo: Companhia de Bolso, 2013.)
REGIMES DE ESTADO
 São regimes políticos e econômicos que decorrem da Revolução Francesa e da Revolução Russa, sucessivamente:
CAPITALISTA
Surge com a Revolução Francesa (1789) quando a queda do Absolutismo permite o surgimento da livre concorrência, a propriedade privada, numa economia baseada no lucro.
A sociedade é dividida em classes sociais, basicamente uma composta pela elite e a outra pela classe dos trabalhadores.
SOCIALISTA
Surge com a Revolução Russa (1917), inspirada pelos ideiais de KARL MARX (1818-1883).
Por este regime, o Estado controla a economia do Estado.
Extingue-se a propriedade privada e há o monopólio econômico pelo Estado, extinguindo a livre iniciativa e a concorrência.
Não ha divisão da sociedade em classes sociais. Passa a existir o intervencionismo estatal, destinado à proteção e dos direitos trabalhistas e sociais, mas com domínio do Estado sobre a liberdade individual e o fim da propriedade privada, além do fim da possibilidade de crescimento individual pelo mérito.
Todos deveriam ter seus direitos econômicos e sociais igualados. Stálin foi um governante que criou um Estado através deste ideal comunista.
Modernamente é modelo das Constituições democráticas ao permitir à sociedade o direito de exigir do Estado o cumprimento de direitos sociais como educação, saúde, moradia, proteção ao trabalhador, dentre outros.
Esses direitos estão previstos nos artigos 6º e 7º da Constituição Federal. 
Capitalismo x Socialismo
Governança estatal
Distinguir as Formas, Sistemas e Regimes de Governo, à luz das dicotomias Republicano e Monárquico, Parlamentarista e Presidencialista, Autocrático e Democrático.
LEITURA INTERESSANTE...
MALUF, S. Teoria geral do estado. 35. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
Formas de Governo e Regime de Governo
GOVERNANÇA ESTATAL
É o Poder exercido pelo Estado para gerenciar o desenvolvimento e riquezas de um país.
Cada Estado possui sua forma de organização governamental para gerir o seu povo.
São duas classificações, basicamente, que demonstram a governabilidade:
· Formas de Governo
Governo Monárquico x  Governo Republicano 
· Sistema de Governo
Parlamentarismo x  Presidencialismo
· Regime de Governo
Autocracia x Democracia
As formas de Governo tratam de estudar os órgãos de governo, a forma política de organização das instituições que atuam no poder soberano do Estado e na relação destas instituições com um grupo social de determinado território.
A classificação mais antiga das formas de governo é de ARISTÓTELES, baseada no número de governantes. 
É o que a doutrina hoje entende por REGIMES DE GOVERNO restando a AUTOCRACIA e a DEMOCRACIA na atualidade:
Divide em : 
REALEZA
Quando é um só indivíduo que governa; 
ARISTOCRACIA
Que o governo é exercido por um grupo com uma posição social elevada; 
DEMOCRACIA
Que é o governo exercido pela própria multidão no interesse geral. 
Cada uma dessas formas de governo pode sofrer uma desqualificação quando quem governa deixa de se orientar pelo interesse geral e passar a decidir segundo suas próprias conveniências particulares.
A REALEZA se degenera em TIRANIA; a ARISTOCRACIA em OLIGARQUIA; a DEMOCRACIA em DEMAGOGIA.
DEMOGOGIA
É uma forma de atuação política na qual existe um interesse em manipular as massas, com promessas que provavelmente não serão realizadas, visando apenas a conquista do poder político.
TIRANIA (AUTOCRACIA)
Governante, pessoa ou grupo de pessoas, que coloca sua vontade e sua autoridade acima das leis e da justiça.
MAQUIAVEL
Vai, por sua vez, nos "Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio", publicados em 1531, desenvolver uma teoria que sustenta a existência de CICLOS DE GOVERNO. Para ele, o ponto de partida é um estado ANÁRQUICO, que teria caracterizado o início da vida humana em sociedade.
Para se defenderem os homens escolhem o mais valoroso para o nomearem como chefe.
Depois, percebeu-se que era necessário um chefe mais justo e sensato.
O povo não suportando mais os abusos da monarquia e oligarquia que se degeneraram e se tornaram governos tiranos, ao utilizarem o poder em seu proveito próprio, buscam uma nova forma de governo, surgindo a DEMOCRACIA.
Mas o próprio povo,quando passou a ser governante, sofreu um processo de degeneração, e cada um passou a utilizar em proveito pessoal a condição de participante do governo, recomeçando-se o ciclo.
A única maneira, para ele, de quebrar esses ciclos seria a conjugação destas três formas de governo, surgindo aí sua mais famosa obra "O Príncipe", 1513, consagrando a REPÚBLICA e a MONARQUIA como formas de governo possíveis no Estado Moderno.
Na realidade, ainda hoje estas são as duas formas fundamentais de governo, tendo características próprias.
Slide
FORMAS DE GOVERNO
MONARQUIA
Governo de um só governante. Adotado em quase todos os Estados do mundo com as MONARQUIAS ABSOLUTAS, quando surge o Estado Moderno, não sujeita aos limites da lei (séc. XVI a XVIII). A partir do final do século XVIII surgem as MONARQUIAS CONSTITUCIONAIS. Com o passar dos séculos a MONARQUIA foi sendo gradativamente enfraquecida e abandonada e a Monarquia que surge a partir do fim do séc. XVIII, o rei continua existindo, mas passa a estar sujeito às leis e à Constituição, adotando sistemas PARLAMENTARES em que o monarca não mais governa, sendo somente CHEFE DE ESTADO, só com atribuições de representação. Quem passa a governar é o PARLAMENTO chefiado pelo PRIMEIRO MINISTRO.
As CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS da MONARQUIA são:
· VITALICIEDADE
O monarca governa enquanto viver.
· HEREDITARIEDADE
O poder se transfere por linha de sucessão. Quando o monarca morre é substituído pelo herdeiro da coroa.
· IRRESPONSABILIDADE
O monarca não tem responsabilidade política, não devendo explicações ao povo ou a qualquer órgão.
A FAVOR DA MONARQUIA: seus adeptos (hoje em número bastante reduzido), dizem especialmente que evita discussões políticas e o monarca, desde o nascimento, recebe educação especial para governar.
CONTRA A MONARQUIA: é uma figura inútil e sacrifica o povo sem qualquer proveito, sendo essencialmente uma forma de governo antidemocrática, já que não assegura ao povo o direito de escolher seu governante, além de, na atualidade, ser comuns os exemplos de monarcas desprovidos de qualidades de liderança e eficiência mesmo com uma educação especial.
REPÚBLICA
É a forma de governo que se opõe à monarquia, se aproximando do próprio conceito de democracia, já que indica a possibilidade de participação do povo no governo.
Na Antiguidade se identificava com o próprio Estado (ex.: república grega, romana), mas a partir de MAQUIAVEL se torna a oposição à monarquia.
O desenvolvimento da ideia republicana decorre das lutas contra a monarquia absolutista para o surgimento de uma soberania popular. A república surge com a exigência da participação do povo no governo, diante do anacronismo do sistema monárquico. 
As CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS da REPÚBLICA são:
· TEMPORARIEDADE
O Chefe de Governo recebe um mandato, com prazo predeterminado de duração.
Para evitar que nas eleições reiteradas o mesmo indivíduo permanecesse no poder, criando um paralelo com a monarquia, estabeleceu-se a proibição de reeleições sucessivas.
· ELETIVIDADE
O Chefe de Governo é eleito pelo povo, não se admitindo a sucessão hereditária ou qualquer outra forma que impeça o povo de participar da escolha.
· RESPONSABILIDADE
O Chefe de Governo é politicamente responsável, devendo prestar contas de suas decisões políticas.
SISTEMA DE GOVERNO
PARLAMENTARISMO E PRESIDENCIALISMO
Da relação entre LEGISLATIVO e EXECUTIVO surgiram 2 SISTEMAS DE GOVERNO: o PARLAMENTARISMO e o PRESIDENCIALISMO.
Ambossão SISTEMAS DE GOVERNO que podem ser utilizados em ambas as FORMAS DE GOVERNO, REPÚBLICA e MONARQUIA.
PARLAMENTARISMO
Não foi previsto por nenhum teórico ou decorrente de qualquer movimento político, sendo produto da evolução histórica.
No final do séc. XIX a doutrina passa a chamar parlamentarismo ou regime de tipo inglês (expressão de Maurice Duverger, cientista político e sociólogo francês, (1917-2014), indicando-o como um dos grandes modelos de governo do séc. XX.
A Inglaterra pode ser considerada o berço do parlamentarismo.
Já no século XIII surge este sistema representativo que reúnem nobres e cidadãos para "conversarem sobre assuntos do reino".
Em 1332, começa a surgir duas Casas do Parlamento, a Câmara dos Lordes (pares do reino) e a Câmara dos Comuns (cavaleiros, cidadãos e burgueses).
Mas é somente no final do século XVIII, como consequência de intensas lutas políticas, que se iria desencadear o processo que determinou a criação do Parlamentarismo nos moldes de hoje.
São CARACTERÍSITICAS DO PARLAMENTARISMO:
1 - DISTINÇÃO ENTRE CHEFE DE ESTADO E CHEFE DE GOVERNO
O CHEFE DE ESTADO é o monarca ou o Presidente da República, não participa das decisões políticas, exercendo a função de representação do Estado.
A FAVOR DESTA FIGURA alegam o fato dele ser uma figura importante, pois, além das funções de representante atua como vínculo moral do Estado, estando acima das disputas políticas, imprescindível nos momentos de crise, quando for necessário indicar um novo Primeiro-Ministro à aprovação do Parlamento. 
CHEFE DE GOVERNO 
É a figura central do sistema parlamentarista, pois é ele que exerce o poder executivo. Ele é apontado pelo Chefe de Estado e só se torna Primeiro-Ministro depois de obter aprovação da maioria do Parlamento.
Ele não tem mandato com prazo determinado, podendo permanecer no cargo por alguns dias ou por muitos anos.
A queda do governo, ou seja, quando o Primeiro-Ministro e seu Gabinete são demitidos, só pode acontecer em 2 casos: com a perda da maioria parlamentar ou com o voto de desconfiança.
Se o maior número de cadeiras for conquistado por outro partido, este, automaticamente, adquire a chefia do governo, devendo ser escolhido entre seus membros o novo Primeiro-Ministro.
E se um parlamentar desaprovar a política desenvolvida pelo Primeiro-Ministro, pode propor um voto de desconfiança.
Se este aprovado por maioria parlamentar, isto releva que o Primeiro-Ministro está contrariando a vontade da maioria do povo, de que os parlamentares são representantes.
Neste caso, o Primeiro-Ministro deve demitir-se.
O SISTEMA PARLAMENTAR INGLÊS É BICAMERAL 
A CÂMARA DOS COMUNS são os parlamentares eleitos pelo povo em seus distritos (voto distrital), com mandato de no máximo 5 anos, conforme convocação para eleições gerais pelo Primeiro-Ministro.
A CÂMARA DOS LORDES em regime hereditários (transferem aos sucessores) e vitalícios (que não transferem aos seus sucessores).
2 - POSSIBILIDADE DE DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO: Esta é uma característica importante do sistema inglês. Isto pode ocorrer quando o Primeiro-Ministro percebe que só conta com uma maioria realiza novas eleições acreditando que ela irá resultar na ampliação dessa maioria.
Ou quando o Primeiro-Ministro recebe um voto de desconfiança, mas entende que o Parlamento está em desacordo com a vontade popular.
Nestes casos ele pode pedir ao Chefe do Estado que declare extintos os mandatos e, pelo mesmo ato, convoque novas eleições gerais.
Realizadas as eleições, seu resultado determinará a permanência do Primeiro-Ministro, se continuar com a maioria, ou sua demissão, se contar apenas com a minoria dos novos representantes eleitos. 
Diante dos que são A FAVOR deste sistema consideram-no um sistema mais racional e menos personalizado, por atribuir ao Chefe do Executivo a responsabilidade política e ao Parlamento a determinação da vida política do Estado.
Os que são CONTRA argumentam sua fragilidade e instabilidade, sobretudo com a atitude passiva do Chefe de Estado, e sem o dinamismo e a temporariedade das eleições como no Presidencialismo.
Hoje surgem, no entanto, novas formas híbridas que buscam conjugar elementos do parlamentarismo e do presidencialismo, com alterações substanciais, a exemplo do SISTEMA FRANCÊS criado pela Constituição de 1958, que não é nem um nem outro.
No Sistema Francês, chamado de
SEMIPRESIDENCIALISTA, o Presidente da República é o Chefe de Estado, com mandato de 5 anos, detentor de muitos poderes, mas tem seus poderes regulados pelo Primeiro-Ministro e pelo Parlamento. 
PRESIDENCIALISMO
Também não foi produto de uma teoria, mas de criação histórica.
Surgiu no século XVIII nos EUA, com espírito pragmático e democrático, concentrando-se no ideal de liberdade e igualdade dos indivíduos e na soberania popular.
Com péssima lembrança que tinham da atuação do monarca, quando colônia inglesa, influenciados pelas ideias de MONTESQUIEU, com a Declaração de Independência, em 04 de julho de 1776, criam uma nova forma de governo que possui as seguintes CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS:
1 - PRESIDENTE DA REPÚBLICA É CHEFE DE ESTADO E DE GOVERNO 
Órgão unipessoal que acumula as duas funções, desempenhando atribuições políticas de grande relevância, ao contrário do Parlamentarismo que o Presidente da República é um mero executor de leis.
2 - Ele é ESCOLHIDO PELO POVO
Nos Estados Unidos da América, o povo escolhe diretamente o Colégio Eleitoral de cada Estado e estes representantes escolhem o Presidente.
Atualmente, é um sistema muito criticado nos EUA e muitos já pensam seriamente na eliminação deste sistema eleitoral.
No Brasil, é escolhido diretamente pelo povo.
3 - Ele é ESCOLHIDO POR PRAZO DETERMINADO 
Nos EUA e no Brasil é permitida somente uma reeleição, ou seja, a permanência no poder por somente dois períodos consecutivos de 4 anos.
4 - Ele tem PODER DE VETO 
Pode negar a sanção e comunicar o veto ao legislativo, deixando de ser um mero executor da lei.
PRINCIPAIS ARGUMENTOS
A FAVOR: A RAPIDEZ com que as decisões podem ser tomadas e postas em prática.
CONTRA: É que ele, constitui, na realidade, uma ditadura a prazo fixo. O Executivo mais forte que o Legislativo, sem respeitar a vontade do povo ou do Congresso, ou obtendo deste o que quiser, pode estar agindo como verdadeiro ditador
TELEOLOGIA DO ESTADO: NOÇÃO DE INSTITUIÇÃO
Aqui será estudado a noção do Estado como instituição, como alicerce da Administração Pública, acompanhada pela burocracia.
TELEOLOGIA DO ESTADO
São as metas, objetivos, finalidades para os quais o Estado foi criado.
O Estado está dividido hoje em 03 (três) Poderes:
· Legislativo,
· Executivo
· e Judiciário.
· O Poder Legislativo que elabora as leis.
· O Poder Executivo que executa as leis, prestando serviços públicos à população.
· O Poder Judiciário pacifica conflitos, a fim de manter a paz social.
Ocorre que cada um dos Poderes do Estado têm suas atividades típicas e atípicas.
A atividade típica do Legislativo é legislar.
A atividade típica do Executivo é executar (administrar).
E a atividade típica do Judiciário é julgar.
No entanto, estes Poderes têm atividades atípicas, correpondente às atividades dos outros Poderes. 
A atividade atípica do Legislativo seria executar e julgar.
A atividade atípica do Executivo seria legislar.
A atividade atípica do Judiciário seria legislar e executar.
O Legislativo executa quando da sua atuação administrativa nas Casas do Poder Legislativo.
Por exemplo, o funcionalismo público das 02 (duas) Casas do Congresso Nacional: Câmara dos Deputados e Senando Federal.
Esses funcionários são contratados para fazer com que este Poder funcione em sua atividade típica. Seria a execução de atividades para possibilitar as Casas legislarem.
O Legislativo julga, por exemplo, quando há um processo de Impeachment, como ocorreu no casos dos ex-presidentes Fernando Collor de Melo e da Dilma Roussef.
O Executivo, por sua vez, legisla quando elabora Medida Provisória, expede decretos que atingem pessoas indeterminadas.
O Judiciário, por fim, legisla quando elabora Resoluções de caráterinterno ao próprio tribunal e executa atividades necessárias para o bom andamento de sua função típica.
Dito isso, percebemos que o Estado, basicamente, tem 03 (três) finalidades para o qual ele foi criado: legislar, julgar e executar as leis.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No entanto, quando estudamos o Estado como instituição, normalmente estamos querendo dizer do aspecto do Estado em relação à Administração Pública.
Administração Pública
É a atividade típica do Poder Executivo. Cabe a este Poder administrar os bens e serviços públicos para atingir o fim social para qual o Estado foi criado.
No Brasil, por sermos um Estado Federativo, com 04 (quatro) entes federados, União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, cada um tem a sua própria Administração Pública.
Existe a Administração Pública Federal, Estadual, Municipal e Distrital.
Cada uma com sua autonomia e seu campo específico de atuação.
Conceito
Administração Pública, assim, é o conjunto de órgãos, serviços e agentes que atuam para prestar serviços públicos para atendimento da população que necessite de seus serviços, como educação, saúde, cultura.
Faz parte da Administração Pública: 
· Administração Pública Direta e
· Administração Pública Indireta.
A Administração Pública Direta são os entes federados:
· União 
· Estados-membros
· Distrito Federal
· Municípios.
A Administração Pública Indireta são pessoas jurídicas de Direito Público ou Privado criadas ou autorizadas por lei para a execução de serviços públicos.
Segundo o Decreto-Lei nº 200/67: 
Art. 4° A Administração Federal compreende:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações públicas.
O artigo 5º do mesmo Decreto-Lei 200/67 dá o conceito de cada uma das pessoas jurídicas da Administração Pública Indireta:
I - Autarquia - São pessoas jurídicas de Direito Público, criadas por lei, para a prestação de serviços públicos.Têm dirigentes e patrimônio próprios, a exemplo do INSS.
II - Empresa Pública - são pessoas jurídicas de Direito Privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo do ente federado, autorizado por lei para a exploração de atividade econômica, a exemplo da Caixa Econômica Federal.
III - Sociedade de Economia Mista - são pessoas jurídicas de Direito Privado, autorizadas por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria ao ente federado ou à entidade da Administração Indireta, a exemplo do Banco do Brasil.
IV - Fundação Pública - são pessoas jurídicas de Direito Público, sem fins lucrativos, criadas por lei, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio e dirigentes próprios, a exemplo da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca). 
Pessoas jurídicas de Direito Público interno são:
· Entes Federados
· Autarquias
· Fundações Públicas. 
Como o Estado brasileiro é um Estado Federativo, cada ente federado possui autonomia para administrar suas próprias atividades.
Desta forma, cada ente federado: União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios possuem suas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas púlbicas.
Administração Pública Direta e Indireta
A prestação de serviços públicos, portanto, é dinâmica. Será prestado o serviço a depender da competência de cada ente federado.
Todas as vezes que tiver algum interesse da União, os serviços públicos serão prestados pela União.
Caso não haja interesse da União, pelo Estados ou Distrito Federal. 
E sempre que for de interesse local, pelos Municípios.
Essas competências estão sempre delimitadas na Constituição Federal. 
O que for da competência administrativa da União estará prevista no artigo 22 da Constituição Federal.
Se for de interesse local a competência administrativa será do Município e o que não for de interesse local e não estiver previsto na competência da União, será da competência dos Estados-membros.
O Distrito Federal tem as competências cumulativas dos Estados e dos Municípios.
As competências administrativas são as atribuições do Poder Executivo de cada ente federado, sendo que União, Estados, Distrito Federal e Municípios deverão prestar os serviços públicos pertinentes às suas funções de executores da atividade administrativa de forma direta ou indireta.
Serviços públicos são aqueles prestados pelos entes federados, suas autarquias e fundações públicas para a população.
Por exemplo, a Previdência Social é um serviço público prestado pela União.
Serviços de gás encanado dos Estados.
Serviço público funerário dos Municípios. 
Quando falamos em Administração Pública, portanto, quereremos dizer que é o conjunto de órgãos, agentes, serviços públicos prestados pelos entes federados, através da Administração Direta ou Indireta.
Ela está relacionada à atividade típica do Poder Executivo que é o titular da execução dos serviços públicos no país. 
As repartições públicas, por sua vez, são os locais em que funcionam os órgãos da Administração Pública.
Este termo não é comumemte uitilizado na prática forense, pois no Direito estuda-se as regras da Administração Pública e de seus respectivos órgãos.
São os locais da Administração Pública que se prestam os serviços públicos à população.
Burocracia
Uma das grandes questões hoje da Administração Pública, por meio de suas repartições, é o problema da burocracia. 
Burocracia com seu ideal de racionalização é muito criticada em razão de sua eficácia duvidosa. 
Burocracia é uma forma de prestação de serviço público exercida por funcionários públicos com cargos determinados. Possuem regulamentos fixos, com hierarquia e rotina pré-definidas.
Para muitos, a burocracia gera falta de eficiência na prestação dos serviços públicos, dificultando o desenvolvimento da economia. O excesso de regras, faz  com que empresas e cidadãos tenham seus direitos postergados ou engessados pela máquina burocrática da Administração Pública brasileira.
1. Ao se exigir procedimentos desnecessários, aumenta-se a lentidão na prestação de serviços públicos e, por consequência, a ineficiência do Estado na prestação de um serviço de qualidade e utilidade.
Isso aumenta os custos das obras, dos investimentos já que a espera e as exigências burocráticas, levam o empresário, muitas vezes, a desistir ou computar valores muito maiores nos gastos do negócio, caso a Adminsitração Pública fosse mais eficiente e menos burocrática.
É uma estrutura hierarquizada, muitas vezes o funcionário público tem que se colocar a serviço de seu superior hierárquico. 
Para MAX WEBER (1864-1920) são características da burocracia:
· Impessoalidade: relação de distanciamento, aplicando a lei igual a todos, sem olhar as peculiaridades de cada caso. 
· Concentração pela Administração Pública dos serviços públicos: Adminstração Pública é a titular dos serviços públicos.
· Hierarquia: o funcionário sempre deve obedecer as ordens da autoridade superiora. 
Em um mundo moderno e dinâmico como o nosso e mesmo diante da tecnologia dos últimos anos, o Brasil é considerados um dos países mais burocráticos do mundo, fazendo com que muitos investidores estrangeiros tenham receio de investir seu capital no Brasil e ter sérios prejuízos diante da demora e das exigências do sistema brasileiro.
MAX WEBER entendia que a burocracia era o uso da racionalidade na atividade administrativa e que quanto maior a organização racional, mas eficiente seria o serviço público prestado pelo Estado.
Para ele, a burocracia era a maneira mais eficiente de organização. 
Racionalidade seria  o uso dos meios adequados para o atingimento de um fim determinado.
A burocracia, segundo a visão dele, trazia a ideia de que, ao buscar meios mais racionais e eficientes, mais se atingiriam as metas da estrutura organizacional do Estado.
Com serviços técnico-especializados, funcionários treinados e capacitados, levariam a uma maior efetividade na prestação de serviçospúblicos, com serviços de baixo custo e baixa margem de erro.
No entanto, esta visão de MAX WEBER acabou ficando superada no estudo da burocracia na Administração Pública para o século XXI.
Atualmente, para grande parte dos estudiosos sobre o assunto, burocracia é sinônimo de formalismo excessivo, que impede o serviço eficiente (rápido, barato e efetivo).
A Evolução Histórica do Estado, passando do Absolutismo para o Estado de Direito, e posteriormente para o Estado Democrático, mostram que a burocracia idealizada por MAX WEBER acaba se tornando morosa, ineficaz e onerosa. O apego às regras e o excesso de formalismo faz com que o Estado Contemporâneo busque soluções a um sistema burocrático e ineficiente.
A solução para muitos epecialistas, é manter a racionalidade na prestação dos serviços públicos, buscando sempre os meios necessários, de forma mais rápida e menos onerosa, para a execução dos fins almenjados pela lei, como também sanções contra a improbidade (imoralidade) administrativa e mecanismos de participação mais ativa da sociedade no controle da prestação de serviços públicos.
A desburocratização hoje é sinônimo de atingimento do fim do Estado: a efetividade da prestação do serviço público à sociedade, cuja titularidade deste poder pertence ao Estado como supedâneo do regime democrático. 
Burocracia x Racionalidade
TELEOLOGIA DO ESTADO: FINALIDADES DO ESTADO
FINALIDADE DO ESTADO
O Estado deve sempre ter como objetivo atingir seus fins sociais.
Deve cumprir seus deveres previstos na Constituição Federal, observando a lei para atingir esses fins.
O fim social deve ser sempre aquilo que a sociedade necessita e anseia, segundo a governabilidade do detentor do poder naquele momento.
Em um Estado Democrático de Direito, o detentor originário do Poder é o povo, e aquele que foi eleito é o representante do povo.
Por isso, o representante político precisa governar focado na finalidade social do Estado.
Jamais o governante pode atuar para o interesse de um grupo ou de poucas pessoas, podendo, neste caso, responder juridicamente pelas consequências previstas em lei, caso não cumpra com sua função social.  
Diante da finalidade social do Estado, a Constituição Federal prevê uma estrutura e organização do Estado da maneira como desenvolveremos abaixo. 
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
ESTRUTURA
O Estado brasileiro é um Estado Federativo e, desta forma, se divide em Entes Federados que são:
· UNIÃO
· ESTADOS-MEMBROS
· DISTRITO FEDERAL
· MUNICÍPIOS
ORGANIZAÇÃO
Significa a Repartição de Competências previstas na Constituição Federal.
Daí porque estudaremos passo a passo a estrutura e a organização do Estado.
UNIÃO
NATUREZA JURÍDICA
Pessoa jurídica de Direito Público (tem direitos e obrigações), dotada de:
AUTONOMIA POLÍTICA: possui autodeterminação.
AUTOGOVERNO: capacidade para desempenhar as funções:
· ADMINISTRATIVA
·  LEGISLATIVA
· JURISDICIONAL
AUTOADMINISTRAÇÃO: capacidade de aplicar o Direito Positivo (o Direito previsto em lei) e assim prestar serviços que sejam a ela determinados por lei.
AUTO-ORGANIZAÇÃO: capacidade de organizar a estrutura do Governo Federal através dos seus órgãos.
BENS
Previsão Legal: ARTIGO 20, INC. I a XI, CF (Constituição Federal)     
 Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
COMPETÊNCIAS
A) COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS: Se dividem em, competências exclusivas e comuns.
· COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS: Enumeradas no art. 21, CF (vide site Planalto).
· São atividades MATERIAIS da União.
· São competências EXCLUSIVAS da União que exerce essas atividades elencadas como dever do Estado.
· COMPETÊNCIAS COMUNS: Também são competências materiais, de execução, mas que podem executadas tanto pela União, pelos Estados-membros, como Municípios e o Distrito Federal (art. 23, CF).
B) COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: Se dividem em Privativas e Concorrentes:
· COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS: Só a União pode legislar, elaborar leis sobre as matérias previstas no art. 22, CF.
· COMPETÊNCIAS CONCORRENTES: Neste caso, a União, Estados, Distrito Federal podem legislar sobre as matérias previstas no art. 24 da CF. 
FILME: JOGOS DE PODER.
Fonte: https://network.grupoabril.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2016/10/jogos_de_poder1.jpg?quality=70&strip=all
ATENÇÃO!!!!!!!!
Município não tem competênia concorrente!!!!!
ACOMPANHE A MATÉRIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
C) COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS: É a competência para criar tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria (este último decorrente da valorização do imóvel em decorrência de uma obra pública), conforme art. 145 da CF.
São tributos da União:
· Taxas
· Contribuição de Melhoria
· Imposto Residual (art. 153, CF)
· Imposto Extraordinário (art. 154, CF)
· Contribuições Sociais (art. 149, CF)
· Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF)
Além dos impostos previstos no art. 153, CF: 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros (II);
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
III - renda e proventos de qualquer natureza (IR);
IV - produtos industrializados (IPI);
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) ;
VI - propriedade territorial rural (IR);
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar
MUNICÍPIOS
NATUREZA JURÍDICA
Possui a mesma natureza jurídica da União, com as mesmas características.
BENS 
Não tem previsão constitucional. Portanto, o que não for bens dos outros entes federados e for bens de âmbito local será do Município.
COMPETÊNCIAS
A) COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS: De execução (competências materiais).
Se dividem em:
· EXCLUSIVA DE ÂMBITO LOCAL: São aquelas que estão previstas no artigo 30, incisos III a IX, CF.
· COMUNS: Art. 23,CF - que podem ser executadas pelos 04 (quatro) entes federados.
B) COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: Compete legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I e II, CF).
C) COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS: Estão previstas nos artigos 145 a 155 da CF.
·  ART. 145, CF: Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria.
· ART. 156, CF:   
· IPTU (Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana)
· ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) 
· ITBI (Imposto de transmissão de bens imóveis)        
DISTRITO FEDERAL
NATUREZA JURÍDICA
Possui a mesma natureza jurídica da União, com as mesmas características.
BENS
Não tem previsão constitucional. Portanto, o que estiver na Capital Federal e não pertencer a outros entes federados pertencerá ao Distrito Federal.
COMPETÊNCIAS 
É uma entidade federativa de posição intermediária entre Estados e Municípios, sendo destinatário de competências cumulativas estaduais e municipais (art. 32, § 1º e 147, CF)
RESSALVA: a legislação, organização e manutenção do Poder Judiciário, Ministério Público, DefensoriaPública, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que é da competência da União (art. 21, XIII e XIV; 22, XVII, CF).
Apesar destas competências da União, os órgãos de Segurança Pública estão subordinados ao governo distrital (art. 32, § 4º e 144, § 6º, CF).
 
A) COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS: De execução (competências materiais).
Se dividem em:
· CUMULATIVA: Dos Estados e dos Municípios.
· COMUNS: Art. 23,CF - que podem ser executadas pelos 04 (quatro) entes federados.
B) COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: Compete legislar cumulativamente sobre as matérias legislativas previstas para os Estados e Municípios (art. 32, § 1º, CF)
C) COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS: Segundo o 147 da CF, cabe ao Distrito Federal, os impostos de competência dos Estados e Municípios,além taxas e constribuições de melhoria (art. 145, CF).
Portanto, a estrutura do Estado brasileiro está dividida entre entes federados e cada ente federado possui seus Poderes, pelo Princípio da Separação de Poderes.
Pelo fato do Brasil ser uma Federação e adotarmos o Sistema da Separação dos Poderes é que a Constituição Federal organiza o Estado e os Poderes com a repartição de competências como demonstrado.
Ocorre que, tem-se entendido que vigora hoje no Estado Contemporâneo o PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE ESTATAL, como um princípio constitucional implícito (NÃO EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO), visando otimizar o exercício das competências federativas. 
Por este princípio o Estado deixa de ser intervencionista, ou seja, passa a ter que adotar uma posição de igualdade com o mercado. Não deve ser considerado superior ao setor privado e deve reconhecer a primazia dos interesses da sociedade face aos interesses do Estado.
A partir de uma nova concepção de que o Estado é ineficiente, ele só deve agir na falta da iniciativa privada em determinada atividade econômica. O Estado deve estimular a iniciativa privada, suprindo somente as carências da livre iniciativa.
A nossa Constituição Federal não prevê expressamente este princípio, mas há quem entenda que ele está implícito na Lei Maior brasileira, quando o legislador constituinte prevê a iniciativa privada como um direito subjetivo do indivíduo e como princípio da Ordem Econômica, além da livre concorrência.
Mas, em sentido contrário, há quem entenda que a Constituição Federal de 1988 não impediu a exploração de atividade econômica pelo Estado e que, por isso, não há exclusão do Estado na participação direta da livre concorrência.
Para estes doutrinadores, não existe nenhuma proibição ou incompatibilidade na atuação econômica pelo Estado na economia de mercado, mas, neste caso, com as mesmas condições das empresas de iniciativa privada.
Aqueles que entendem que o princípio da subsidiariedade é um princípio implícito da Constituição Federal, o objetivo deste princípio é dar melhores condições para o Estado atuar no exercício de suas competências constitucionais federativas, como vimos acima.
O Estado se preocuparia em melhorar sua eficiência nas atividades de sua competência e deixaria para o setor privado o desenvolvimento econômico do país.
Tem prevalecido no sistema capitalista atual o Estado não intervencionista, que deve atuar somente de forma subsidiária na economia de mercado,para, inclusive, atingir com maior eficácia o fim social para o qual foi criado.
ESTADOS-MEMBROS
 NATUREZA JURÍDICA
Possui a mesma natureza jurídica da União, com todas as características.
BENS
ARTIGO 26 DA CF
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.  
COMPETÊNCIAS 
A) COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS: De execução (competências materiais).
Se dividem em:
· REMANESCENTES OU RESERVADAS: São aquelas que não são conferidas, implícita ou expressamente, nas competências materiais da União e dos Municípios.
· ENUMERADAS OU EXPRESSAS: São aquelas expressas (escritas) na Constituição Federal a favor dos Estados, como por exemplo,
· art. 18, § 4º (criação, incorporação, fusão, desmembramento de Municípios);
· art. 25, § 2º (serviço de gás);
· art. 25, § 3º (instituir regiões metropolitanas ou microrregiões).
· COMUNS:
· Art. 23,CF - que podem ser executadas pelos 04 (quatro) entes federados.
B) COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: Compete legislar sobre:
b.1) Organização administrativa dos Poderes dos Estados-membros:
· LEGISLATIVO: Art. 27, CF
· EXECUTIVO: Art. 28, CF
· JUDICIÁRIO: Art. 125, CF
b.2) Receitas tributárias que lhe são afetas:
· IPVA- Art. 158, inciso III, CF
· ICMS- Art. 158, inc. IV,CF
b.3) COMPETÊNCIA CONCORRENTE:
· ART. 24, CF (Vide competência concorrente da União acima).
C) COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS: Estão previstas nos artigos 145 a 155 da CF.
· ART. 145, CF: Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
· ART. 155, CF:   ITCMD (Imposto de transmissão causa mortis e doação)
ICMS (Imposto de circulação de mercadorias e serviços)
IPVA (Imposto sobre a propriedade de veículos automotores)
SAIBA MAIS...
MATERIAIS DE ESTUDO (BIBLIOTECA VIRTUAL): DE CICCO. C; GONZAGA. A. A. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: RT, 2015.
COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS
Competências da União
COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS
COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE ESTATAL
Axiologia do estado
Capacitar o aluno a entender os valores do Estado.
VALE A PENA ASSISTIR...
MATERIAIS DE ESTUDO (BIBLIOTECA VIRTUAL): Vídeo sobre as diversas formas de corrupção e imoralidades administrativas (superfaturamento de obras, nepotismo, uso da máquina do Estado para reeleição etc).
Ética do Estado
AXIOLOGIA DO ESTADO
AXIOLOGIA
É o estudo da moral, dos valores sobre um determinado assunto.
No caso, é o estudo da moral do Estado, os valores que o Estado deve perseguir para atingir sua finalidade social. 
VALORES
São caracterísitcas de uma determinada sociedade que está ligada à reputação, à moral de um povo. 
MORAL 
É um conjunto de normas de uma determinada sociedade que as pessoas cumprem por convicção de sua obrigatoriedade social. São os valores de uma sociedade.
ÉTICA 
É a prática reiterada do bem, segundo Aristóteles. 
ÉTICA DO ESTADO 
A ética por ser um estudo entre o bem e o mal, ao ser levada para o estudo do Estado, passa a exigir a observância da ética, ou seja, da prática do bem pela Administração Pública.   
Perguntas como estas devem ser feitas para verificar a Ética dentro do Estado:
- Como o Estado  deve agir?
- Qual papel ele deve desempenhar em proveito da sociedade?
- Quais atitudes do Estado podem afastá-lo da ética e da moralidade?
A discussão sobre a ética nos rumos do Estado tem aumentado no fim do século XX e início do século XXI.
Após a Segunda Guerra Mundial, a busca da ética e da moral voltam ao cenário mundial, com a perpectiva a partir da dignidade da pessoa humana, valor considerado acima de todos os demais valores, diante das crueldades cometidas pelo nazismo.
Neste aspecto, a sociedade passa a exigir mais o debate sobre a moralidade pública, passando a ter uma participação mais ativa no cenário político do Estado. 
Peter Häberle, em sua obra "Hermenêutica Constitucional: A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição" vai alargar a participação da sociedade, inclusive, no meio jurídico, entendendo que o intérprete principal do Direito não deve ser mais os especialistas, mas a sociedade.
Assim, a sociedade, tanto na política como no Direito, deve participar do diáologo político e jurídico, antes reservado somente aos especialistas da área. 
Por isso, a ética passa a ter fundamental importância:
Enquanto o Direito e a moral estão previstos em regras, a ética está relacionada a troca de valores exercitada pelos seres humanos na vida em sociedade.
A ética não está em regras,mas em valores bons e maus, exigindo um debate para compreender melhor o que é certo ou errado.  
No estudo da ética no Estado, esta questão entre o bem e o mal vai ao encontro dos fins sociais que o Estado deve perseguir no exercício de suas funções. 
A Ética do Estado deve-se voltar ao não-conflito entre os interesses individual,  privado e público.
O Estado para atingir seus fins não pode prejudicar os interesses do indivíduo, das empresas e da sociedade. 
Ao contrário, deve respeitá-los ao máximo para haver harmonia entre os interesses da sociedade (público) e os interesses privados e individuais.
No entanto, se houver conflito entre o interesse público e os interesses particulares, o Estado deve sempre dar primazia aos interesses comuns da sociedade em detrimento dos interesses individuais e privados.
O interesse público deve ter preferência e jamais atender a  interesses individualizados ou de pequenos grupos.
O Estado deve seguir parâmetros legais para cumprir sua função social.
Não só parâmetros legais, mas também deve seguir a linha da Eticidade.
ETICIDADE:
É a qualidade de ser ético, de praticar o bem, que no caso do Estado, ele, como pessoa jurídica de Direito Público, sujeito à direitos e obrigações, deve observar na prática de suas condutas.
Daí a previsão legal das diversas formas de corrupção e imoralidades administrativas (superfaturamento de obras, nepotismo, uso da máquina do Estado para reeleição, crimes de corrupção, etc). 
A lei deve prever toda a forma de atitute antiética, que contrarie valores ligados à prática do bem.
CORRUPÇÃO (no Estado):
É um ato que contraria a ética, vez que beneficia alguns em prejuízo dos interesses comuns da sociedade.
IMORALIDADE ADMINISTRATIVA:
É a prática na Administração Pública de atos que ferem a moral.
A Administração Pública é orientada pelo Princípio da Moralidade Administrativa.
Por este princípio, a Administração Pública deve, além de observar a lei, pautar suas ações na lealdade, boa-fé e probidade.
LEALDADE: Ser leal é ser honrado, digno, cumprir com suas funções e seus deveres.
BOA-FÉ: É ser sincero, ter boas intenções em proveito da sociedade.
PROBIDADE: É a qualidade de ser honesto, probo, íntegro.
Temos várias condutas praticadas pela Administração Pública que fogem a estes preceitos como: 
· Superfaturamento de obras: São valores negociados que estão muito acima do aceitável, do valor de mercado.
·  Nepotismo: É o favorecimento de parentes ou amigos próximos, sem levar em conta a qualificação da pessoa. 
· Uso da máquina do Estado para reeleição: Uso de bens, materiais, serviços, funcionários públicos nas eleições, especialmente nas reeleições quando o governante está no poder e tem mais facilidade de usar a máquina pública à serviço de sua campanha. 
· Crimes de corrupção: São crimes previstos no Código Penal ou Legislações Penais Especiais (por exemplo, a Lei de Lavagem de bens, direitos e valores - Lei 9.613/98), como corrupção ativa, peculato, advocacia administrativa, entre outros.
Advocacia Administrativa
Todos estes atos são imorais e antiéticos que estão previstos no Código Penal, no caso de crimes; no Código Eleitoral, que estão previstos como crimes eleitorais ou condutas não penais que podem levar à perda do cargo.
Estes atos também estão previstos na Lei de Improbidade Administrativa que prevê sanções ao agente público ímprobo e a quem a eles se associa. 
É neste aspecto que os atos imorais se tornam também ilegais. Como diz a doutrina, a improbidade é uma imoralidade qualificada pelos atos imorais previstos na Lei nº 8.429/92.
Na Lei 8.429/92 o legislador previu sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta.
Algumas considerações sobre a Lei 8.429/92:
1. A lei se aplica a todos os agentes públicos, inclusive particulares que auxiliam ou se beneficiam do ato.
2. A lei atinge os agentes públicos tanto da Administração Direta (Entes Federados) como a Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista);
3. A lei abrange quaisquer atividades públicas do Estado, seja no exercício de mandato (tem um prazo certo a ser cumprido), cargo (regime legal-estatutário), emprego (regime da CLT) ou função pública (qualquer atividade pública breve e sem remuneração como jurados de um Tribunal do Júri).
Dois princípios são fundamentais para este estudo: 
1.  Princípio da Moralidade
2. Princípio da Legalidade.
O Princípio da Moralidade está relacionado à Ética na Administração Pública. O agente público deve ser correto, honesto e não praticar atos que firam a moral e os bons costumes.
E o Princípio da Legalidade enquanto permite ao particular ele fazer qualquer coisa, desde que não viole a lei, na Administração Pública o funcionário público somente pode fazer aquilo que está expressamente previsto em lei.
Caso contrário, ele estará ferindo a legalidade e terá responder pelas sanções previstas na lei penal, civil e administrativa.
São 04 (quatro) tipos de atos de improbidade previsto na Lei nº 8.429/92:
· Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito (art. 9º)
· Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário (art. 10)
· Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário (art. 10-A)
· Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública (art. 11).
LEIA ATENTAMENTE O ART. 12 DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA...
As sanções pela prática de atos de improbidade estão previstas no art. 12 da Lei:
Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.
(BRASIL, 1992)
Basicamente a Lei de Improbidade traz as seguintes sanções:
· Perda da função pública;
· Perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, quando houver enriquecimento ilícito;
· Ressarcimento integral do dano, quando houver dano ao erário; 
· Suspensão dos direitos políticos;
· Multa civil;
· Proibição de

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