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Neste tema são abordados a distinção entre linguagem verbal e linguagem não verbal, as principais concepções de linguagem e as implicações dessas concepções no uso da língua. Esses elementos são fundamentais para a compreensão da linguagem e de suas interferências no uso da Língua Portuguesa. A compreensão da diferença entre linguagem verbal e não verbal, as concepções de linguagem que geralmente adotamos e as consequências de tais concepções no uso cotidiano da língua. Linguagem Verbal e Não Verbal: A linguagem constitui os sistemas de sinais ou signos convencionais que nos permite a comunicação. Os signos são os sinais que os seres humanos produzem quando se comunicam. Ao falarem ou escreverem, por exemplo, estão usando o signo linguístico, mas ao desenhar um objeto, estamos usando o signo imagético. Por meio dos signos nos produzimos cultura e representamos a nossa vida. Os signos linguísticos ou os imagéticos, eles são usados para designar ou significar alguma coisa. ✓ Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais ✓ Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante. ✓ Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e compreensão. Assim como os signos podem ser de diversas naturezas ou tipos, há diferentes tipos de linguagem. A linguagem humana, por exemplo, pode ser verbal e não verbal. Aula 01 – Linguagem e Língua Definição: PROPÓSITO: OBJETIVO: Módulo i: O que são signos linguísticos? signo = significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + significante (é a imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas). Com as tecnologias digitais e a internet, essa integração entre linguagem verbal e não verbal fica muito evidente e interessante, pois usamos palavras, imagens, sons e outros recursos para interagir nas redes sociais. É cada vez mais comum trocarmos mensagens em que a escrita se mistura com emojis ou emoticons. Depois de fazer a distinção entre linguagem verbal e não verbal, é hora de prosseguir e apresentar as três principais concepções de linguagem. Veja quais são elas a seguir: De acordo com essa concepção, a linguagem corresponde a uma expressão que se constrói no interior da mente e tem, na exteriorização, apenas uma tradução. A linguagem é entendida como uma forma de expressar pensamentos, sentimentos, intenções, vontades, ordens, pedidos etc. Nessa forma de entender a linguagem, a intenção de expressar alguma coisa é um ato monológico. Isso quer dizer que a enunciação ou o ato de fala (o modo como nos expressamos) está centrado na pessoa que se expressa por meio da linguagem, sem dar tanta importância ao outro e às circunstâncias sociais nas quais a enunciação acontece. ❖ O uso da língua é visto como algo que se limita a quem fala ou escreve. Não há preocupação sobre como o outro vai ler ou ouvir nossa mensagem. Assim, a exteriorização do “pensamento por meio de uma linguagem articulada e organizada” depende da capacidade de organizar, de maneira lógica, esse mesmo pensamento (TRAVAGLIA, 2003, p. 21). LINGUAGEM HIPERMIDIÁTICA: MÓDULO II: MONOLÓGICO O uso do termo monológico (mono = um, único; logos = discurso racional) não se apresenta como a fundamentação de um tipo de teoria da comunicação, que defende o discurso como ato centrado apenas no emissor da fala. Apenas quer mostrar que, nesta concepção da linguagem, tal ato ainda está centrado na necessidade individual de se comunicar. http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/linguagem_e_lingua/index.html Nessa concepção de linguagem, a correção no uso da língua (falar e escrever bem conforme a gramática normativa) depende das regras às quais o pensamento lógico deve estar sujeito. Dessa forma, se as pessoas não se expressam bem ou não usam a língua corretamente, isso acontece porque elas não estão pensando corretamente. A solução, então, para expressar adequadamente o que se está pensando é a internalização das regras gramaticais e de seu adequado uso. O código é entendido como “um conjunto de regras que permite a construção e a compreensão de mensagens. É, portanto, um sistema de signos. A linguagem é, por conseguinte, um dentre outros códigos (código marítimo, código rodoviário)”. Dentre todos os outros códigos, a linguagem verbal, seja escrita ou oral, é o único código que “pode falar dos próprios signos que os constituem ou de outros signos” (VANOYE, 1987). A língua é tomada predominantemente como um código, que deve ser utilizado com eficiência, ou seja, deve tornar inteligível a mensagem que se quer comunicar, levando o receptor a responder adequadamente ao objetivo da comunicação. Para que haja a comunicação, o código que utilizamos, seja ele a língua ou outro, precisa ser conhecido ou dominado pelo nosso interlocutor para que a comunicação se realize. O uso do código, no caso, a própria língua, “é um ato social, envolvendo consequentemente pelo menos duas pessoas”. Por isso, “é necessário que o código seja utilizado de maneira semelhante, preestabelecida, convencionada para que a comunicação se efetive” (TRAVAGLIA, 2003, p. 22). ATENÇÃO Mas há um problema: esta concepção acaba sendo uma forma parcial de entender como a linguagem funciona, pois há outros aspectos envolvidos além da intenção de exteriorizar o que pensamos. Não é o caso de afirmar que a concepção está errada. Precisamos avançar e verificar outras formas complementares de compreender a linguagem. A linguagem deve ser compreendida além de sua função de expressar o que pensamos ou sentimos, pois, ao nos expressarmos, nos dirigimos a alguém, ou seja, comunicamos algum tipo de mensagem para uma ou mais pessoas. Por isso, há outra concepção de linguagem que compreende a língua, por exemplo, como um código por meio do qual elaboramos nossas mensagens para serem comunicadas. A concepção da linguagem como instrumento de comunicação tem, porém, uma limitação. É uma concepção centrada no código, ou seja, voltada principalmente para o funcionamento interno da língua ou de outra linguagem utilizada, deixando de lado aspectos como a relação entre a linguagem e o contexto social e histórico. Por isso, você precisa conhecer outra concepção de linguagem, que permita avançar na compreensão da linguagem e seus usos. http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/linguagem_e_lingua/index.html Quem utiliza a língua não expressa apenas o pensamento, não comunica somente alguma coisa, na verdade, ao usar a língua, o indivíduo ou os interlocutores “interagem enquanto sujeitos que ocupam lugares sociais e ‘falam’ e ‘ouvem’ desses lugares de acordo com as formações imaginárias (imagens) que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais” (TRAVAGLIA, 2003, p. 23). Tudo que falamos e ouvimos tem o poder de provocar reações, produzir mudanças, despertar sentimentos e paixões, desencadear processos e ações. As três concepções da linguagem podem ser resumidas da seguinte forma: ✓ A expressão se constrói no interior da mente ✓ Ato monológico, individual ✓ Regras para a organização lógica do pensamento: gramática normativa ✓ Para quem se fala, em que situação e para que se fala não são preocupações no uso da língua O diálogo também caracteriza a concepção de linguagem como interação social,constituindo-se numa dimensão privilegiada do uso da língua. Para estar inserido na vida em sociedade, é preciso que a língua seja utilizada para favorecer a abertura ao diálogo, a interação entre as pessoas. Além disso, a própria língua é dialógica, ou seja, o que falamos e escrevemos se relaciona com aquilo que lemos e ouvimos ao longo da vida. http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/linguagem_e_lingua/index.html ✓ Meio objetivo para a comunicação. ✓ A expressão nasce da necessidade de se comunicar. ✓ Troca de mensagens entre emissor e receptor. ✓ Existência de códigos para a eficiência da comunicação. ✓ Preocupação com o meio, o destinatário, a mensagem e a utilização eficiente do código. ✓ Experiência de interação humana. ✓ A expressão é também ação. ✓ Privilegia o diálogo e a interatividade. ✓ Valorização do contexto dos usuários da língua e adequação no uso da língua. ✓ Preocupação com as dimensões afetivas e sociais. No módulo anterior, tratamos dos diversos tipos de linguagem. Para perceber como elas possuem um aspecto prático no uso cotidiano do idioma, compreendemos como a concepção da linguagem como interação pode nos auxiliar nessa construção. • As implicações no uso do português: Quando entendemos que a linguagem é mais do que expressão ou espelho do pensamento, que vai além de ser veículo de comunicação, devemos considerar nossas intenções na produção dos textos e o impacto naqueles que vão ouvir ou ler nossas palavras. Também devemos dar atenção ao contexto em que a mensagem é produzida e às possíveis situações em que será recebida. Se a linguagem é interação, pois produz reações e resultados, alguns elementos podem ser desejáveis no seu uso: Por isso, ao estudar a linguagem é preciso compreender que não basta escrever e falar com correção gramatical, coerência, coesão e clareza. Além dessas qualidades importantes, nosso texto escrito ou oral deve promover o diálogo, a interação e as condições para mantermos relações civilizadas. É interessante lembrar, por exemplo, que há concursos ou exames em que o candidato pode ser desclassificado ao escrever de forma desrespeitosa aos direitos humanos ou usando linguagem antissocial e inadequada. Para que tenhamos uma experiência enriquecedora e proveitosa com a Língua Portuguesa na expressão do nosso pensamento, nas situações de comunicação e nas interações com as pessoas, precisamos conhecer a língua e aproveitar os recursos que ela nos oferece. Aqui, você pôde observar parte desse conhecimento. Use o que você aprendeu para vivenciar novas experiências com a Língua Portuguesa. Clareza e precisão no que queremos comunicar. Cortesia, polidez e tom cordial. Abertura ao diálogo Sustentação de um posicionamento sem desmerecer a opinião do outro. Uso de recursos persuasivos. MÓDULO III: Considerações finais:
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