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Fichamento de conteúdo- Durkheim e As regras do método sociológico

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Universidade Federal da Bahia
Matéria: Sociologia I – FCH114
FICHAMENTO DE CONTEÚDO
REFERÊNCIA:
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico [1895]. São Paulo: Editora Martins
Fontes, 2007. Capítulo II: Regras relativas à observação dos fatos sociais, p. 15 a 47
O texto escrito por Émile Durkheim, nascido na França e principal arquiteto da
ciência social moderna, está organizado em 32 páginas e apresenta, por meio de exemplos e
citações, durante todo o capítulo, algumas regras e observações que devem ser
estabelecidas acerca dos fenômenos sociais. Escreve sobre as regras impostas para se
observar o que ele chama de fato social, conceito abordado nos capítulos antecedentes. Ele
ressalta durante todo o estudo que é importante para o cientista social tomar consciência de
suas ideias, de modo a analisá-la e entendê-la, não limitando-se somente a observar.
O autor tem como objetivo tentar definir o estudo da sociedade enquanto ciência e
conclui que o estudo do fato social delega uma abordagem metodológica e intransigente,
devendo, este, ser analisado como coisa. Quando examinado como tal, o fato social é
extrínseco aos indivíduos, fazendo com que sua pesquisa seja desprovida de subjetividades.
Durkheim discute a importância da necessidade de entender o fato social como
objeto de estudo e defende que, para isso, exista o rompimento com as ideias de senso
comum (maneira banal e assistemática, advinda de convenções coletivas, de se interpretar a
realidade social). Paixões e questões da própria consciência, por exemplo, não devem
influenciar na concepção do objeto de estudo, sendo assim, o autor demonstra desinteresse
por explicações psicológicas ou individuais.
O pai da sociologia expõe que o fato social tem causas sociais, externas aos
interesses individuais, e que, para estudar a sociedade de maneira pragmática e científica, é
necessário estabelecer algumas regras e valores. O cientista social precisa de um
alinhamento para a execução de tal conhecimento e deve produzir um movimento de
externalização em relação à sociedade, retirando-se da mesma e observando-a de fora.
Garantindo, assim, maior objetividade e entendimento no que diz respeito às conclusões e
correlações entre causa e consequência em determinado fato social. Para o pensador
francês, é preciso entender o fato social como coisa, pois não há compreensão individual
dos problemas sociológicos.
Essas explicações sociológicas são impessoais, não tem origem exclusivamente em
um indivíduo. A diferença dessa proposta para a proposta do pensamento comtiano consiste
no modo em como Comte considera a sociedade européia como modelo a ser seguido,
partindo de sua visão pessoal. Por outro lado, a declaração durkheimiana defende que é
preciso entender, compreender e registrar o fato social. Partindo desse entendimento é
possível determinar questões de maior cunho crítico, ou seja, primeiro assimilar para depois
apresentar uma solução.
Em diversas passagens ele menciona como é importante para o sociólogo, ao
estudar a sociedade, sempre se livrar das prenoções para que obtenha um estudo eficiente e
coeso. Neste sentido, é necessário levar em consideração, novamente, que os fatos sociais
são, no seu sentido mais definitivo, coisas.
Dado o exposto, a Sociologia durkheimiana apresenta caráter normativo, pois
existem regras a serem seguidas, contudo tais regras não são determinantes na visão que se
estabelece sobre a compreensão do fato social. Primeiro precisamos fazer uma abordagem
descritiva, para só depois produzir uma interpelação prescritiva de como as coisas deveriam
ser.
Os exemplos apresentados contribuem para o entendimento do leitor em relação ao
texto e retomam ideias tratadas em capítulos como “O que é um fato social?”. Possuindo
uma base de leitura e sobre os temas tratados pelo autor, a absorção do conteúdo se faz de
maneira muito mais fácil. Durkheim recorre a uma linguagem acadêmica, que dá ao texto
um tom mais formal, mas não atrapalha a organização do texto, que se apresenta de forma
lógica, mesmo pecando pelo excesso de redundância.
Sobre a conclusão pode-se dizer que a mesma é convincente, pois, para toda ideia
apresentada, o autor traz consigo uma citação ou um exemplo para reforçar o motivo de
concordância ou até mesmo discordância em relação a determinado pensamento.

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