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30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/33 INJEÇÃO ELETRÔNICA AUTOMOTIVA AULA 4 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/33 Prof. Anderson GabardoCONVERSA INICIAL Neste módulo estudaremos os componentes que transformam o sinal elétrico em algum tipo de trabalho, os quais chamaremos de componentes de atuadores. Os atuadores são as peças que recebem o comando diretamente da central de gerenciamento do motor ou de relés comandados por ela e realizam algum trabalho, e esse trabalho vai desde o controle da marcha lenta até o acionamento dos eletroventiladores. Em geral, os atuadores são os componentes onde se apresentam as falhas, mas jamais podemos esquecer que eles trabalham comandados pela central de injeção baseados em informações vindas dos sensores. Vejamos agora quais são os principais atuadores, suas funções, seu funcionamento e os principais testes. TEMA 1 – SISTEMA DE IGNIÇÃO No início de nossa caminhada vimos o funcionamento dos primeiros sistemas de ignição, agora, veremos as evoluções desses sistemas para entender o seu funcionamento. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/33 O princípio de funcionamento ainda é o mesmo, porém, sua eficiência é consideravelmente superior aos sistemas de ignição tradicionais. Veremos a seguir como são os atuais sistemas de ignição. 1.1 SISTEMAS COM DISTRIBUIDOR Os primeiros sistemas de injeção eletrônica gerenciavam também o sistema de ignição, mas ainda utilizavam bobinas que alimentavam os distribuidores. Como sabemos, o funcionamento de uma bobina de ignição é baseado na lei da indução eletromagnética, lei que faz referência a duas espiras de cobre – o enrolamento primário e o enrolamento secundário. A tensão e a corrente elétrica aplicadas ao enrolamento primário cria um campo magnético e quando essa tensão é cortada, rapidamente é induzida no enrolamento secundário uma tensão maior que no circuito primário. A tensão induzida no secundário depende da relação de espiras (voltas de fios) existente entre o enrolamento primário e o secundário. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/33 Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock. A capacidade de saída de tensão de um transformador elevador é calculada pela fórmula: A tensão de saída do enrolamento secundário (Vs) é igual à tensão de entrada do enrolamento primário (Vp) multiplicado pelo número de espiras do secundário (Ns) dividido pelo número de espiras do primário (Np). Crédito: Sergey Merkulov/Shutterstock. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/33 Essas bobinas mais antigas possuem estrutura metálica, as quais sabemos não pode ter nenhum contato com os enrolamentos, porém, as espiras naturalmente aquecem durante seu funcionamento. Para auxiliar na refrigeração dessa bobina as espiras são inundadas com um óleo especial. Crédito: Snike/Shutterstock. Ligações internas do circuito primário e secundário da bobina: Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock. 1.1.2 MÓDULOS DE IGNIÇÃO A eletrônica é o ramo da eletricidade que trabalha com tensões e correntes muito pequenas e para acionarmos a bobina de ignição, nos primeiros sistemas 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/33 de injeção eletrônica, a central comanda um módulo de ignição que alimenta o circuito primário da bobina de ignição. 1.1.3 BOBINA DE MASSA ASFÁLTICA O arrefecimento dos enrolamentos sempre foi um desafio para o aumento da capacidade das bobinas de ignição, superado nas bobinas mais modernas que têm seus enrolamentos montados em um núcleo de ferro fechado composto por chapas laminadas de ferro silício. Crédito: Erkan Demirel/Shutterstock. Também são montadas em uma estrutura plástica preenchidas com resina especial que precisa ser ótima isolante elétrica e ótima condutora térmica. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/33 Crédito: Kuchina/Shutterstock. As máquinas que aplicam essa resina também precisam ser de alta precisão, pois na aplicação da resina não pode ter sequer uma bolha de ar, que pode fazer a centelha do secundário pulsar pelo interior da bobina, causando falhas no cilindro que deveria receber a alta tensão. 1.2 SISTEMA DE IGNIÇÃO ESTÁTICA Os sistemas de ignição estática não possuem distribuidor de ignição, cabendo à estrutura da bobina o envio da alta tensão diretamente para as velas de ignição. Nesses sistemas temos basicamente dois tipos de bobina – o de centelha perdida e o de bobina individual. 1.2.1 SISTEMA DE CENTELHA PERDIDA O sistema conhecido como ignição estática de centelha perdida possui bobina composto por dois transformadores de ignição e um estágio de potência, montados em um único componente. Cada transformador fornece a centelha para os cilindros síncronos, sendo assim, cada bobina alimenta com alta tensão dois cilindros. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/33 Crédito: Notsuperstar/Shutterstock; Zhdanhenn/Shutterstock. Cada bobina é alimentada com positivo pós-ignição (Linha 15) e a central de injeção eletrônica envia um pulso negativo que alimenta o circuito primário da bobina de ignição e corta essa alimentação induzindo no secundário o pulso de alta tensão. Crédito: Ohms1999/Shutterstock. Diferentemente das bobinas convencionais, as quais os elétrons do pulso de alta tensão do secundário se equilibram via negativo da bobina, nesse sistema, com transformadores, os elétrons são enviados por uma das saídas do cabo da bobina alimentando a vela de ignição do cilindro 01, produzindo a centelha que pulsa do eletrodo central da vela para o eletrodo massa, percorrendo a estrutura do cabeçote, encontrando a vela do cilindro 04 e pulsando como nova centelha, nessa vela pulsando do eletrodo massa para o eletrodo central, retornando pelo cabo de vela até a outra saída do secundário. Crédito: Fouad A. Saad/Shutterstock. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/33 Crédito: Notsuperstar/Shutterstock. Existem sistemas que utilizam mais de uma bobina, sendo um transformador para cada dois cilindros. Os sistemas que utilizam uma única estrutura contêm os transformadores, também respeitando um transformador para cada dois cilindros; se o motor for de quatro cilindros, dois transformadores; se for seis cilindros, três transformadores. Crédito: Erkan Demirel/Shutterstock; Notsuperstar/Shutterstock; Alraun/Shutterstock. No geral, esses transformadores possuem módulos de potência (módulos de ignição) incorporados em sua estrutura. Crédito: Nata Studio/Shutterstock; Notsuperstar/Shutterstock 1.2.2 SISTEMA DE IGNIÇÃO ESTÁTICA COM BOBINA INDIVIDUAL Nos sistemas mais modernos são utilizadas bobinas individuais, ou seja, uma bobina para cada cilindro. A bobina do tipo “caneta” permite precisão maior na ignição e praticamente exclui as perdas de tensão pelos cabos de ignição. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/33 Vamos acompanhar agora um resumo aproximado de cada sistema. TEMA 2 – ATUADORES DO SISTEMA DE COMBUSTÍVEL Veremos agora os atuadores que são comandados pela central de gerenciamento do motor e que atuam diretamente sobre o combustível. Veremos, ainda, a manutenção desses atuadores e a influência deles na massa de combustível injetada no motor bem como as estratégias para baixar a poluição ambiental. Junto com cada atuador acompanharemos seus testes e os principais defeitos encontrados na utilização do veículo. 2.1 RELAY DA BOMBA DE COMBUSTÍVEL Vamos entender o funcionamento do relay de acionamento da bomba de combustível. A bomba de combustível é um motor elétrico que demanda uma corrente mais alta (valor da corrente varia para cada modelo de bomba). Assim sendo, a central de injeção eletrônica só é capaz de comandarvalores de tensão e principalmente correntes mais baixas. Para solucionar esse caso, a central de injeção aciona relays (relés) que têm por função chavear uma corrente mais alta por meio de um comando de corrente mais baixa. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/33 Ao relay tradicional foi agregado componentes eletrônicos que podem fazer com que ele atue com temporização ou regimes mais específicos. No caso dos relays de acionamento da bomba de combustível, seu funcionamento é bem específico, pois ao acionarmos a ignição (Linha 15), o relay aciona a bomba de combustível por alguns segundos a fim de pressurizar a linha de combustível. Se a partida não é acionada, o relay desarma cortando a alimentação da bomba de combustível para que esta não funcione desnecessariamente. Ao acionarmos a partida, o relay se arma novamente, mantendo a bomba de combustível alimentada por todo o período de funcionamento do motor. 2.1.1 BOMBA ELÉTRICA DE COMBUSTÍVEL A bomba elétrica de combustível é essencial para o funcionamento do sistema, e mesmo nos modernos sistemas de injeção direta onde a bomba mecânica pressuriza o combustível, é fundamental uma bomba elétrica que alimente constantemente a bomba mecânica. A bomba elétrica é um motor de corrente contínua com escovas e todo motor de corrente contínua pode gerar o que conhecemos como força contra eletromotriz, que é o induzido agindo como um gerador e gerando uma corrente alternada pelo sistema. Essa corrente pode se apresentar em frequências mais altas ou mais baixas, que pode gerar uma interferência em todo sistema. Para inibir essa interferência junto com as escovas da bomba, são instalados uma pequena bobina e um capacitor. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/33 Como vimos, a bomba é acionada sempre que o motor a combustão estiver em funcionamento e quem refrigera e lubrifica suas partes móveis é o próprio combustível. No funcionamento de um motor com escovas existe a formação de arcos voltaicos (faíscas), e o combustível também refrigera o coletor do induzido e as escovas, mas a ausência de ar torna o sistema totalmente seguro. Crédito: Gabardo, 2021. Claro que deixar faltar combustível no tanque fará com que a bomba de combustível trabalhe sem lubrificação e sem refrigeração, e mesmo que isso ocorra por alguns segundos, a vida útil da bomba será diminuída. Crédito: Gabardo, 2021. Pressurizar uma linha de combustível desde o tanque até o motor pode gerar alguns riscos, e para diminuí-los, são instaladas mangueiras especiais que suportam as ações químicas do combustível e possuem resistência mecânica para não se romperem facilmente em caso de colisão. Crédito: Gabardo, 2021. Na bomba elétrica de combustível existe uma válvula de segurança que regula a pressão de combustível e faz com que o combustível retorne ao tanque 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/33 em caso de estrangulamento de mangueiras ou aumento excessivo da pressão da linha de combustível. Crédito: Gabardo, 2021. Essa válvula é uma mola calibrada que, em caso de aumento de pressão, a carga da mola é vencida permitindo com que o excesso de pressão de combustível retorne ao copo da bomba. Crédito: Gabardo, 2021. As hélices das bombas de combustível, em geral, possuem áreas muito pequenas para comprimir o combustível, portanto, qualquer impureza sólida que entre em contato com essa área da bomba pode fazer com que ela simplesmente trave ou que provoque algum desgaste causando aumento de área e consequente diminuição na pressão de combustível. Crédito: Gabardo, 2021. 2.1.2 BOMBA DE VEÍCULOS FLEX A composição química do etanol e da gasolina é muito diferente. Como a bomba de combustível trabalha imersa no combustível, é necessário que suas 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/33 partes possuam tratamento e materiais diferenciados para bombas de veículos movidos a gasolina e veículos movidos a etanol ou flex. Percebemos a diferença na própria estrutura da bomba, que nas bombas flex necessitam de tratamento de superfície diferenciado. Crédito: Vershandrey/Shutterstock. Os cabos que conduzem a eletricidade do meio externo para dentro do tanque (cabos que têm contato direto com o combustível) também precisam ser diferenciados, tanto no condutor como em sua capa isolante. Crédito: Gabardo, 2021. Porém, a principal diferença está no coletor do induzido, que nas bombas para veículos a gasolina possui material semelhante aos demais induzidos; já nos sistemas a etanol e flex, precisam ser de um tipo de carbono. Crédito: Gabardo, 2021. 2.1.3 VÁLVULA DE PURGA DO CANINSTER Sabemos que o combustível está em constante movimento dentro do tanque e tanto o movimento como alterações de temperatura fazem com que se 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/33 desprendam gases de combustível, que são inflamáveis e poluentes, além de serem um desperdício de material combustível. Nos veículos mais antigos os tanques possuíam um “respiro” para que esses gases pudessem sair e o ar pudesse entrar sempre que o nível de combustível fosse baixando, porém, esse “respiro” causava perca de combustível e poluição ao meio ambiente. Nos veículos com injeção eletrônica, foi instalado o que chamamos de caninster. Um reservatório de carvão ativado que recebe esses gases e os armazena, permitindo a entrada de ar no tanque e o aproveitamento dos gases do combustível. Crédito: Gabardo, 2021. Na saída da estrutura do caninster é instalada uma mangueira que levará esses gases até o coletor de admissão, e em série a essa mangueira é instalada a eletroválvula de purga do caninster. Essa eletroválvula é comandada pela central de injeção que permite o aproveitamento desses gases na queima do combustível em situações específicas do motor já programadas pela central de injeção eletrônica. Então, os gases que em veículos mais antigos se perdiam e contaminavam o meio ambiente, nos veículos atuais é transformado em potência no motor. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/33 Crédito: Gabardo, 2021. A falha nesse sistema pode causar falha ao motor, e uma vez que o ar não consiga preencher o espaço do consumo de combustível, é forçada a diminuição da área do tanque (tanque é comprimido), impedindo a saída de combustível para o motor. 2.1.4 INTERRUPTOR INERCIAL Além dos mecanismos de segurança na bomba e na mangueira, alguns sistemas de injeção eletrônica trazem ainda um interruptor de segurança, chamado de interruptor inercial. Esse interruptor está ligado em série com a alimentação elétrica da bomba de combustível e é um interruptor NF (normalmente fechado). Crédito: Jefferson Schnaider. Em caso de colisão ou capotamento que possa causar rompimento das linhas de combustível, esse interruptor é acionado e corta a alimentação elétrica da bomba de combustível, cortando-se, assim, o fluxo de combustível enviado ao motor. TEMA 3 – ELETROINJETORES Veremos agora os atuadores responsáveis por enviar o combustível para o interior da câmara de combustão. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/33 São os eletroinjetores que pulverizam o combustível para que se forme a mistura com o ar capaz de produzir a melhor combustão, resultando em melhor desempenho e menor emissão de poluentes possível. A seguir, veremos o funcionamento dos testes e a manutenção a ser feita nos eletroinjetores. 3.1 ELETROINJETORES Os eletroinjetores são componentes fundamentais na estratégia da injeção eletrônica de combustível, uma vez que pulverizam o combustível permitindo a melhor homogeneização do combustível ao ar. Os eletroinjetores ou bicos injetores são compostos por uma estrutura na qual é instalada a válvula de agulha, solidária a um núcleo magnético, e uma bobina. São, na prática, eletroválvulas queagem pelo princípio eletromagnético dos solenoides, e enquanto não estão alimentandos de corrente elétrica, a válvula de agulha fecha o orifício de saída de combustível pressionada por uma mola. Quando alimentada com positivo e negativo, sua bobina cria um campo magnético que atrai o corpo da agulha (embolo), o que determina a abertura do injetor. O deslocamento da agulha é de cerca de, 0.1 mm e permite a passagem do combustível por seus orifícios calibrados. O deslocamento do embolo permite a passagem de combustível por suas galerias muito finas, e como o combustível está sob pressão, ele é pulverizado imediatamente. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/33 O combustível sai, então, em forma de leque, e se pulveriza instantaneamente formando um cone aproximado de 30 graus. As bobinas dos eletroinjetores são alimentadas em positivo pela central e o controle do tempo de injeção (período de tempo em que o eletroinjetor é acionado e permite a passagem de combustível) se dá por pulsos negativos vindo também da central de injeção eletrônica, que envia esses pulsos com base nas informações de velocidade e posição dos cilindros em relação ao seu PMS (Sensor de rotação e PMS) e abertura de válvula de admissão (sensor de fase). É pelo tempo de injeção que a central enriquece ou empobrece a mistura de combustível do motor e esse tempo é influenciado diretamente pelo sensor de oxigênio (Sonda Lambda). Foto: Gabardo, 2021. 3.2 ELETROINJETOR MONOPONTO Os sistemas de injeção monoponto precisam de uma estrutura chamada corpo de borboleta TBI (Throttle body injection), em que são fixados o sensor de temperatura do ar, o sensor de posição da borboleta de aceleração, o atuador da marcha lenta e o eletroinjetor. Esse eletroinjetor pulveriza o combustível no coletor de admissão e a depressão do motor arrasta o ar pelo coletor formando a mistura de ar combustível admitida pelos cilindros. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/33 3.3 ELETROINJETOR MULTI POINT Esses sistemas, como vimos, possuem um eletroinjetor para cada cilindro, o que otimiza a injeção de combustível e diminui as perdas de combustível no coletor de admissão. Crédito: Aleksandr Kondratov/Shutterstock. Crédito: Kellis/Shutterstock; Casper1774 Studio/Shutterstock. Crédito: Jefferson Schnaider. Crédito: Nongasimo/Shutterstock. Esses eletroinjetores possuem sistema de funcionamento semelhante aos monopontos com estrutura um pouco diferente. Importante atentar-se sempre na estanqueidade dos eletroinjetores, que quando não estão alimentados eletricamente, continuam recebendo pressão de combustível e precisam estancar essa pressão. É muito importante, também, a medição da resistência elétrica da bobina do eletroinjetor. Este teste indica a integridade da bobina e os defeitos que podem surgir no funcionamento do motor. Vejamos o exemplo a seguir. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/33 ELETROINJETOR VALOR DE REFERÊNCIA 15 A 20 OHMS INDICAÇÃO VALOR ENCONTRADO 1,5 OHMS INDICATIVO DE BOBINA EM CURTO VALOR ENCONTRADO 10 K OHMS INDICATIVO DE BOBINA COM CIRCUITO ABERTO Por pulsarem de acordo com o comando da central de injeção, e além de estarem fixos e sujeitos a todos os movimentos do motor, os eletroinjetores sofrem muito com as vibrações. Para amortecer essas vibrações e vedar a entrada da admissão do ar externo, os eletroinjetores possuem anéis de vedação de borracha do tipo o-ring que auxiliam na dissipação de calor do motor, evitando-se a formação de bolhas de vapor de combustível. É fundamental também os microfiltros dos eletroinjetores, os quais impedem que as partículas sólidas entrem no eletroinjetor e causem travamento da agulha. Ideal é substituirmos tanto os filtros como os o-rings dos eletroinjetores sempre que realizar a manutenção e a limpeza do sistema. TEMA 4 – ATUADORES DO SISTEMA DE AR Veremos agora os atuadores que interferem no sistema de ar. Excetuando os veículos com turbo compressor, o ar é admitido basicamente por componentes mecânicos, desde a descida do cilindro até a abertura da válvula de admissão, a determinação da vontade do motorista para a rotação do motor se dá pelo pedal do acelerador, que nos primeiros veículos era essencialmente mecânica. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/33 Nos veículos com injeção eletrônica, o desafio é transformar essas ações mecânicas em sinais elétricos. Veremos a seguir como a eletrônica melhorou a eficiência do sistema de ar tanto para o melhor desempenho do motor como para o controle de marcha lenta. Crédito: Ohms1999/Shutterstock. 4.1 CORPO DE BORBOLETA Crédito: Ohms1999/Shutterstock. O corpo da borboleta aceleradora possui o mecanismo que abre e fecha a entrada de ar para o motor baseado na vontade do motorista que pressiona mais ou menos o pedal do acelerador. Nos primeiros veículos com injeção eletrônica esse acionamento era via cabo, o qual mecanicamente abria ou fechava a borboleta aceleradora, e a informação do nível de aceleração do veículo era transmitida à central pelo sensor de posição da borboleta. Porém, com a borboleta totalmente fechada, interrompe-se a passagem de ar, para isso, foi criado um desvio permitindo que uma pequena quantidade de ar passe de um lado a outro da borboleta de aceleração. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/33 Nos primeiros sistemas, um parafuso era o regulador da quantidade de ar que seria admitida no regime de marcha lenta, nas versões posteriores, implantou-se o atuador de marcha lenta. 4.1.2 ATUADOR DE MARCHA LENTA Com o motor funcionando e sem o acionamento do pedal do acelerador, o motor deve continuar seu funcionamento em regime de marcha lenta, porém, a passagem de ar é interrompida quando a borboleta está totalmente fechada. Para que o regime de marcha lenta funcione adequadamente, um atuador regula o volume de ar que poderá passar pela galeria de desvio da borboleta aceleradora. Crédito: Bachtub Dmitrii/Shutterstock. Crédito: Jefferson Schnaider. Existem alguns tipos de atuadores para marcha lenta. Veremos a seguir os principais deles. O atuador do tipo IAC (Idle air control), popularmente conhecido por motor de passo, é um motor de corrente contínua com dupla bobina que funciona com pulsos de tensão aplicados pela central em sequência. Para cada bobina, o eixo gira em um ângulo preestabelecido, uma das bobinas comanda a rotação do eixo no sentido horário e outra bobina comanda 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/33 a rotação do mesmo eixo no sentido anti-horário, promovendo-se, assim, a abertura ou o fechamento do duto de ar. Crédito: Monte_A/Shutterstock. Esse sistema é extremamente eficiente, uma vez que a ponta do atuador se adapta à distância do eixo de abertura e fechamento do duto à medida que se acumulam impurezas na acomodação do duto, ou seja, o atuador se adapta à sujeira ou à carbonização que eventualmente ocorre tanto na ponta do atuador como no ponto de acomodação do duto do corpo de borboleta. Crédito: Everyonephoto Studio/Shutterstock. Já o atuador rotativo IAC é composto de um motor de corrente contínua que pode ter uma ou duas bobinas. No sistema com duas bobinas, o embolo tem o movimento de abertura comandado pela central e o de fechamento mecânico por mola. Já no sistema com duas bobinas, tanto o comando de abertura como o fechamento do duto são comandados eletricamente pela central de injeção eletrônica. Crédito: Nosuperstar/Shutterstock. 4.2 BORBOLETA MOTORIZADA 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/33 Para melhorar a eficiência tanto dos motores como dos sistemas de tração e freios, criou-se o sistema com borboleta motorizada. Crédito: Notsuperstar/Shutterstock A otimização e a proteção do motor também foram consideradas, uma vez que o comandomecânico do acelerador foi substituído por um atuador eletromecânico comandado pela central de injeção eletrônica. O sistema consiste em um motor elétrico de corrente contínua que atua sobre as engrenagens, que promovem uma relação de rotação do eixo da borboleta aceleradora. Incorporado à nova estrutura do corpo de borboleta motorizado está o sensor de posição da borboleta (TPS), que monitora e informa para a central de injeção eletrônica a abertura e o fechamento da borboleta de aceleração. Logo, a central comanda a abertura da borboleta de aceleração, mas também confere a todo instante e em que posição se encontra a borboleta. Essa verificação é essencial para o bom funcionamento do sistema, principalmente para a memorização dos padrões autoadaptativos, causados pelo desgaste e carbonização que ocorrem durante o tempo de utilização do veículo. Crédito: Aleksandr Kondratov/Shutterstock; Zn Studios/Shutterstock. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/33 A central comanda a aceleração do veículo baseada na informação vinda dos sensores do pedal do acelerador. Mas essa não é mais a única informação que determina a abertura da borboleta de aceleração, o sensor do pedal de aceleração faz parte do controle integrado do acelerador eletrônico, porém, o controle da aceleração do motor parte do sensor do pedal, mas essa informação é recebida pela central de injeção que também leva em consideração outras informações vindas de diversos sensores, como de temperatura da água, qualidade do óleo, carga do motor ou velocidade do veículo. Nesse sistema não é só o motorista quem determina a aceleração do veículo e sim uma rede de informações que calculam a segurança do equipamento e o melhor desempenho do veículo. Vejamos algumas situações. Sabemos que o motor não deve ter rotação elevada enquanto ainda estiver frio, em situações de temperaturas baixas, assim que o motor entrar em funcionamento e o motorista pressionar o acelerador de uma forma que a central reconheça risco à integridade do motor, a central não comanda a borboleta aceleradora não permitindo a elevação excessiva da rotação do motor até que um nível de temperatura segura seja atingido. Outra situação interessante é com a integração ao sistema de controle de tração. Com o controle de tração acionado existe uma integração de informação dos sensores entre as centrais, caso o motorista comande o acelerador e a central perceba via sensores do ABS que uma das rodas está com velocidade superior às demais, a central de injeção diminui a abertura da borboleta aceleradora a fim de diminuir a velocidade da roda que está “patinando”. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/33 Outra situação é a impossibilidade de aumento de rotação do motor no caso de algum sensor detectar situação de emergência ao motor, pois a central limitará a rotação máxima do motor independentemente de quanto o motorista esteja acelerando. 4.2.1 CONTROLE DE MARCHA LENTA No sistema de borboleta motorizada não é mais necessário o controle da marcha lenta, via By pass, ou seja, via duto de desvio de ar. O controle de marcha lenta é feito pelo próprio motor que comanda a borboleta, baseado em todas as informações enviadas pelos sensores para a central que comanda a marcha lenta em todas as situações programadas, seja enquanto o motor ainda não atingiu a temperatura de trabalho ou quando é solicitado o acionamento do sistema de ar condicionado. Nesse sistema também são considerados os padrões autoadaptativos para as situações que ocorrem durante a utilização do veículo. TEMA 5 – ATUADORES INTEGRADOS Veremos agora os atuadores periféricos do sistema de injeção eletrônica. Não menos importantes, esses atuadores se integram ao sistema de injeção eletrônica dando garantias de funcionamento e complementares aos sistemas tradicionais. Os atuadores que são complementares na diminuição de emissão de poluentes até os componentes integrados na eletrônica embarcada do veículo influenciam ou são influenciados pelo sistema de injeção eletrônica. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/33 5.1 VÁLVULA EGR A fim de controlar e baixar a emissão de poluentes é instalada junto ao sistema a válvula EGR (Exhaust Gas Recirculation), válvula de recirculação de gases. É uma eletroválvula que permite a recirculação de gases de escape novamente na mistura, a fim de baixar, principalmente, o Nox. Alguns sistemas mais antigos utilizavam as válvulas com funcionamento mecânico. Crédito: Orlov Alexsandr/Shutterstock. 5.1.1 FUNCIONAMENTO DA EGR Normalmente instalada no cabeçote, a válvula EGR redireciona os gases do escapamento para o cilindro. Comandada pela central de injeção eletrônica, a válvula EGR é comandada sempre que se detecta aumento na emissão de Nox. Ela só é acionada com o motor na temperatura de trabalho, a fim de baixar a temperatura na câmara de combustão. Crédito: Erkan Demirel/Shutterstock. gerenciamento da central detecta falhas elétricas na EGR, porém, os defeitos mecânicos ou de vedação são mais difíceis de serem identificados. Como é um componente ligado diretamente na parte do sistema de exaustão, é possível que a carbonização dos gases com o tempo interfira em sua vedação. É preciso estar atento com as situações de baixa de desempenho do veículo e 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/33 principalmente com as dificuldades de entrar em funcionamento com o motor a frio. 5.1.2 MANUTENÇÃO DA EGR Como vimos, a EGR pode causar falhas no funcionamento do motor graças à carbonização dos gases, e em alguns casos é possível fazer a limpeza dessa válvula. As vedações de gases na instalação da válvula EGR são fundamentais, para isso, é preciso estar atento com os anéis de vedação que devem ser substituídos sempre que a válvula for removida. Crédito: Alraun/Shutterstock; Natalia Anyukhina/Shutterstock. Alguns sistemas possuem um radiador trocador de calor suplementar para baixar a temperatura dos gases de escapamento antes que sejam readmitidos no cilindro. Esse radiador suplementar é utilizado como trocador de calor, para que os gases de escape sejam admitidos com temperaturas mais baixas. É um componente relativamente simples, mas que pode gerar transtornos, dependendo da utilização de combustível de baixa qualidade ou mesmo pela demora na troca do óleo lubrificante esse radiador pode ter suas aletas obstruídas pela carbonização desses gases, levando-se a falhas no funcionamento. A limpeza desse radiador é simples, e, para isso, deve-se utilizar produto químico específico a fim de remover os compostos acumulados em seu interior. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/33 Crédito: Orlov Alexsandr/Shutterstock. 5.2 SOLENOIDE VARIADOR DE FASE DOS COMANDOS Já é conhecido que em determinadas circunstâncias de rotação e carga do motor é importante variar o início ou o fechamento das válvulas dos cilindros. Muitos sistemas utilizam os variadores de fase essencialmente mecânicos, que utilizam a força centrífuga ou pressão de óleo para variar a fase do comando de válvulas em relação à rotação da árvore de manivelas. Nos sistemas mais modernos encontramos variadores de fases tanto no comando das válvulas de admissão como no comando das válvulas de escape. Agora com o gerenciamento eletrônico são instalados solenoides nos eixos tanto do comando de válvulas de admissão como no comando das válvulas de escape. Esses solenoides são comandados pela central de injeção que altera a fase dos comandos de válvulas, alterando-se, assim, o momento de abertura e o fechamento das válvulas. Alterar o momento de abertura ou o fechamento das válvulas melhora a performance principalmente em retomadas de velocidade, tornando o regime de marcha lenta mais estável. As variações no eixo do comando atuam entre 20º e 30º. É possível termos variadoresde válvulas tanto para mecanismos de sincronização com correias ou correntes. 5.2.1 FUNCIONAMENTO DO VARIADOR DE FASE 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/33 Esses solenoides são montados em estruturas que alteram a relação de rotação entre os comandos de válvula e a árvore de manivelas. São alimentados com positivo por um positivo pós-ignição (linha 15), protegido por fusível, e a central de injeção eletrônica envia pulsos negativos nos momentos em que percebe a necessidade de variação dos comandos. Como nesses sistemas, em geral, temos 02 sensores de fases, um sensor para cada comando, a central de injeção eletrônica reconhece instantaneamente a variação nas fases dos comandos. Realizaremos os testes de alimentação com multímetro e os sinais enviados pela central com auxílio de osciloscópio. 5.2.2 BENEFÍCIOS DO VARIADOR DE FASE Vejamos agora as vantagens do variador de fases. VARIAÇÃO BENEFÍCIOS Variação de fase do eixo comando de admissão Redução das emissões de gases poluentes Redução do consumo de combustível Aumento do conforto em marcha lenta Otimização de torque e potência do motor Variação de fase do eixo comando de exaustão Redução das emissões de gases poluentes Redução do consumo de combustível Aumento do conforto em marcha lenta Variação independente de fase do eixo comando de admissão e Redução das emissões de gases poluentes Redução do consumo de combustível 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/33 do eixo comando de exaustão (DOHC) Aumento do conforto em marcha lenta Otimização de torque e potência do motor Variação simultânea de fase do eixo comando de admissão e de exaustão (SOHC) Redução das emissões de gases poluentes Redução do consumo de combustível 5.3 INTERRUPTOR DE PRESSÃO DE ÓLEO Nos veículos mais antigos havia o interruptor de luz de óleo somente para comandar a luz espia do painel de instrumentos, porém, com a evolução dos sistemas de injeção eletrônica, esse sensor se tornou um componente importante no sistema de gerenciamento eletrônico do motor. Esse interruptor é do tipo NF, assim que percebe a pressão do óleo do motor, ele abre o circuito. Crédito: Ruslan Kudrin/Shutterstock. A central utiliza essa informação tanto na comunicação com o painel de instrumentos como para impedir o funcionamento do motor caso perceba pressão abaixo de um nível de segurança. FINALIZANDO Nesta aula vimos os principais atuadores do sistema de gerenciamento eletrônico do motor. Vimos, ainda, a função dos atuadores dividindo-os nos sistemas em que são instalados. É fundamental entender que os atuadores são 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/33 acionados com base em informações vindas dos sensores e são comandados pela central de gerenciamento do motor. REFERÊNCIAS BOSCH, R. Manual de tecnologia automotiva. 25. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. MTE Thomson. Disponível em: <https://www.mte- thomson.com.br/novidades/materiais-tecnicos/>. Acesso em: 27 jul. 2021. SCHAEFFLER Group Automotive. Variador de fase do eixo comando de válvulas. Disponível em: <https://www.schaeffler.com/remotemedien/media/_shared_media/08_media_lib rary/01_publications/schaeffler_2/datasheet_1/downloads_4/informetecnicovcp_ br_br.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2021. 30/03/2022 20:13 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 33/33
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