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22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/32 SISTEMAS DE CONFORTO E CONVENIÊNCIA AULA 4 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/32 Prof. Alvaro Antonio Danielski CONVERSA INICIAL Seja para entretenimento ouvindo boa música, enfrentar situações estressantes no trânsito ou manter-se bem informado, a sonorização já é um item quase que obrigatório para os automóveis. Dificilmente alguém imagina hoje um automóvel sem um sistema de som, principalmente com toda a conectividade proporcionada pelas novas tecnologias. Nesta aula, vamos conhecer um pouco mais o som automotivo, seus componentes, algumas opções de instalação e também informações importantes para se obter um sistema com qualidade, trazendo bem-estar e satisfação nos momentos que se passam dentro de um automóvel. Não importa o estilo musical preferido, som com qualidade colabora sempre para a redução do estresse no trânsito. TEMA 1 – CONCEITOS 1.1 SOM Segundo os conceitos da física, o som é uma vibração que se propaga em meios mecânicos (ar, água, meios sólidos etc.), na forma de ondas longitudinais (Figura 1) Figura 1 – Ondas sonoras 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/32 Créditos: Designua/Shutterstock. A velocidade de propagação é diferente para cada meio, a não ser no vácuo, em que ela não acontece. Velocidade de propagação para alguns meios: No ar – 340 m/s; Na água – 1.400 m/s; No aço – 5.000 m/s. O número de oscilações por unidade de tempo, chamado de frequência, possui uma unidade de medida que é o Hertz (Hz), em homenagem ao físico alemão Heinrich Rudolf Hertz, responsável pelo descobrimento da forma de produção das ondas eletromagnéticas. Dessa forma, a frequência das ondas sonoras é medida em hertz (um Hz é igual a uma onda por segundo). Já o nível de pressão sonora (SPL – Sound Pressure Level), ou volume dos sons, é expresso em decibéis (dB), que é uma unidade derivada do Bel (B – em homenagem a Alexander Graham Bell). O bel é uma escala logarítmica que compara a intensidade de um som com a menor intensidade que pode ser percebida pelo ser humano. O nível de pressão sonora é obtido pelo seguinte cálculo: NPS = 20 log(p/p₀) Em que p é a pressão medida e p₀ é a pressão de referência. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/32 O som que percebemos por meio de nossas membranas nos ouvidos (tímpanos) são vibrações provocadas pela compressão do ar, em frequências dentro de um intervalo que somos capazes de perceber. Na Figura 2, vemos a compressão (compression) e a rarefação (rarefaction) do ar gerando as ondas longitudinais (longitudinal waves). As ondas transversais (transversal wave) representam graficamente a variação da pressão do ar na propagação da onda sonora (compressão e rarefação). Figura 2 – Compressão e rarefação Créditos: Fouad A. Saad/Shutterstock. O intervalo de frequência percebido pelo ouvido humano está entre 20 Hz e 20 KHz. As frequências sonoras abaixo dos 20 Hz (subsônicas ou infrassônicas) e acima dos 20 KHz (ultrassônicas) estão fora da nossa capacidade de percepção, mesmo usando um mesmo meio de propagação. A intensidade do som percebida pelo ouvido humano não é a mesma em toda faixa de frequência (dos 20 Hz aos 20 KHz). 1.2 AUDIBILIDADE O ouvido humano percebe com intensidades diferentes os sons com a mesma potência, mas com frequências diferentes. Dentro da gama de frequências de áudio percebidas (20 Hz a 20 KHz), serão necessários níveis diferentes de energia para que tenhamos a mesma sensação auditiva ao 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/32 longo dessa faixa. O gráfico a seguir (Figura 3) representa a percepção das diferentes frequências pelo ouvido humano. Figura 3 – Frequências percebidas pelo ouvido humano Fonte: Danielski, 2021. Por exemplo, para que tenhamos a mesma sensação sonora (potência do som), um som com frequência de 50 Hz deve ter uma intensidade de 80 dB, enquanto para uma frequência de 1.000 Hz a intensidade deve ser de 60 dB. Para compensar essa característica, alguns aparelhos de som possuem a função Loudness para reforçar as frequências que temos menos sensibilidade. Equalizadores também são utilizados em sistemas mais completos para essa finalidade. 1.3 PRESSÃO SONORA E A AUDIÇÃO O ouvido humano possui uma membrana chamada tímpano, que vibra segundo as oscilações das ondas sonoras. Variações bruscas da pressão sonora ou níveis acima de 140 dB podem provocar lesões no ouvido (perfuração do tímpano, como ilustrado na Figura 4). Também exposições continuadas a altas pressões sonoras provocam o seu enrijecimento, causando perdas irreversíveis na sensibilidade auditiva. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/32 Figura 4 – Perfuração do tímpano Crédito: Alvaro Antonio Danielski. Na tabela a seguir, temos a pressão sonora (intensidade) de alguns exemplos de ruídos do cotidiano. Tabela 1 – Pressão sonora TIPO DE RUÍDO DECIBÉIS (dB) SOM Folhas ao vento 0-20 Muito baixo Conversa silenciosa 20-40 Baixo Conversa normal 40-60 Moderado Ruído numa fábrica, trânsito 60-80 Alto Apito do guarda, caminhão 80-100 Muito alto Avião decolando, danceteria 100-120 Ensurdecedor 1.4 COMPRIMENTO DE ONDA Os mesmos efeitos sonoros que ocorrem no ar se aplicam a outros meios. Nos líquidos, os efeitos das ondas podem ser visualizados, facilitando os estudos da propagação sonora (Figura 5). Quando ocorre uma vibração na superfície da água, em um ponto qualquer de um reservatório, pode ser observada a vibração e o efeito de propagação das ondas a partir do ponto de origem até as bordas. Ao atingir as mesmas, aparecerão as ondas refletidas. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/32 Figura 5 – Propagação sonora Créditos: Maximmmmum/Shutterstock. Para podermos compreender os efeitos da propagação das ondas sonoras, devemos avaliar o fenômeno considerando a velocidade de propagação através do ar. No caso do ar, a velocidade de propagação do som é de 340 m/s. Tomando como exemplo uma fonte sonora que produza um sinal (onda sonora) com uma frequência de 10 Hz, em 1 segundo esse sinal percorre a distância de 340 m, estando cada ciclo contido em 34 m desse percurso. Este seria então o comprimento de uma onda (ciclo completo) com frequência de 10 Hz. Assim, podemos concluir que, para frequências maiores, o comprimento de onda diminui para o mesmo meio de propagação, nesse caso, o ar. A Figura 6 mostra o ciclo completo da onda (comprimento) com o aumento e a redução da pressão do ar. Figura 6 – Ciclo completo da onda 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/32 Crédito: Alvaro Antonio Danielski. 1.5 ESTEREOFONIA O som estereofônico ou estéreo é um sistema em que a gravação e a reprodução do áudio utilizam dois canais independentes (esquerdo e direito) (Figura 7). O objetivo é simular a percepção da música ao vivo. Isso é possível graças ao chamado efeito binaural na audição com dois ouvidos. O fato de o som não chegar simultaneamente aos dois ouvidos nos permite localizar no espaço a fonte sonora mesmo quando não a estamos vendo. Quando o som é reproduzido dessa forma, procura-se criar o chamado Efeito de Palco, em que podemos perceber, pela audição, em qual posição do palco estão diferentes instrumentos e também a voz de quem está cantando. Figura 7 – Estereofonia 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/32 Créditos: Nedelkoan/Shutterstock. TEMA 2 – ALTO-FALANTES 2.1 DESCRIÇÃO O alto-falante é um transdutor, ou seja, um conversor de uma forma de energia em outra (Figura 8). O processo compreende a conversão da energia elétrica em energia mecânica para movimentação do cone e, posteriormente, em energia sonora, pela geração das ondas de compressãodo ar. Boa parte dessa energia é perdida no processo, principalmente na forma de calor. Figura 8 – Alto-falantes Créditos: Winnond/Shutterstock. São três as partes principais de um alto-falante dinâmico, que é o mais utilizado: Parte mecânica: estrutura na qual estão o cone e sua suspensão; Parte eletromagnética: formada pelo ímã permanente e pela bobina móvel; Parte acústica: responsável por transmitir a energia sonora da movimentação do cone. De forma básica, um alto-falante possui um ímã responsável pelo campo magnético de polaridade permanente, próximo do qual está uma bobina, ligada ao cone (Figura 9). Ao circular a corrente alternada pela bobina, é gerada a força dinâmica que desloca o conjunto móvel (cone e 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/32 bobina) em movimentos alternados (para frente e para trás), empurrando o ar e criando as ondas de compressão que formam a onda sonora. Figura 9 – Estrutura de um alto-falante Créditos: Nicolas Primola/Shutterstock. Alto-falantes de maior diâmetro deslocam grandes volumes ar, sendo utilizados para reproduzir as frequências mais baixas. Os de menor diâmetro deslocam menores volumes de ar, sendo capazes de reproduzir as frequências mais altas. 2.2 CARACTERÍSTICAS DOS ALTO-FALANTES Entre as diversas características que classificam e diferenciam os alto-falantes, podemos destacar algumas mais utilizadas para a escolha do mais adequado para cada aplicação. 2.2.1 POTÊNCIA NOMINAL A potência de um alto-falante define o quanto de energia ele pode dissipar sem sofrer danos. Geralmente é o parâmetro mais procurado, mas também o menos conhecido. Esse valor é definido pela Norma Brasileira NBR 10303, obtido por ensaio pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que segue padrões internacionais. A Potência Nominal é definida como a potência máxima em watts RMS (Root Mean Square) aplicável ao alto-falante no período mínimo de duas horas dentro da faixa de frequências para o qual 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/32 foi construído. 2.2.2 RESPOSTA DE FREQUÊNCIA Este é um dos principais parâmetros, junto com a potência, para a escolha de um alto-falante. Por características de desenho e construtivas, um alto-falante não é capaz de reproduzir toda a faixa de frequências de áudio. Por essa razão, eles são construídos para atender a determinados intervalos (bandas) da faixa audível. Cada tipo de alto-falante atende determinadas faixas de frequência, como vemos a seguir: Subwoofer: entre 20 e 100 Hz (frequências baixas); Woofer: entre 50 e 3500 Hz (frequências baixas e médias); Mid-bass: entre 100 e 500 Hz (frequências média-baixas); Mid-range: entre 500 e 5KHz (frequências médias); Tweeter: entre 2KHz e 20KHz (frequências altas). Supertweeter: acima de 10KHz até 20KHz (frequências superaltas). A seguir (Figura 10), vemos alguns alto-falantes e seus intervalos de frequência. Figura 10 – Intervalos de frequência dos alto-falantes Créditos: Fouad A. Saad/Shutterstock. 2.2.3 POTÊNCIA DE PICO (WPICO) 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/32 É definida como a quantidade de energia que o alto-falante suporta em picos musicais. Esse valor é medido com osciloscópio em um tempo curto, em torno de 4 segundos. Alguns fabricantes ainda divulgam um valor de potência chamado PMPO (Peak Momentary Performance Output) que está em desuso, pois não há normas definidas para obtenção deste parâmetro. 2.2.4 SENSIBILIDADE A sensibilidade representa o grau de eficiência na transdução eletroacústica do alto-falante. Ela mede a relação entre o nível de entrada de energia (elétrica) e a pressão sonora obtida no alto- falante. Essa grandeza é expressa em dB/W, sendo medida a pressão sonora em uma câmara anecoica (sala sem reflexão sonora) a uma distância de 1 metro do alto-falante, aplicando-se a potência de 1 Watt. 2.2.5 RESISTÊNCIA A resistência elétrica de um alto-falante será definida pela oposição à passagem de corrente contínua pelo enrolamento da bobina. Seu valor pode ser medido com um Ohmímetro e expresso em Ohms (Ω). A potência do alto-falante dependerá diretamente deste valor. 2.2.6 IMPEDÂNCIA A impedância é a resistência característica da bobina do alto-falante, somada aos efeitos indutivos e capacitivos da corrente alternada, uma vez que ela está sujeita ao campo magnético do ímã permanente do alto-falante. É definida como o valor mínimo encontrado logo acima da ressonância em baixa frequência. Seu valor também é expresso em Ohms. 2.3 TIPOS DE ALTO-FALANTES Como vimos anteriormente, o mesmo alto-falante não consegue reproduzir com a mesma eficiência todas as frequências sonoras que conseguimos ouvir. Vejamos, então, as principais características de cada tipo de alto-falante: 2.3.1 SUBWOOFER 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/32 Reproduzem os sons subgraves e operam normalmente nas frequências entre 20 e 200 Hz. Existem basicamente duas categorias: Box, que operam em caixas fechadas e Free Air, montados geralmente em tampão traseiro. As medidas variam de 8” a 18” de diâmetro (Figura 11). Figura 11 – Subwoofer Créditos: Ksanderdn/Shutterstock. 2.3.2 WOOFER Utilizado para reproduz sons graves, médio-graves e parte dos médios, chamados de graves de ataque. Possui resposta de frequência mais estendida, operando entre 50 e 5.000 Hz. Os tamanhos variam de 6” a 18” de diâmetro (Figura 12). Figura 12 – Woofer 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/32 Créditos: Maxx-Studio/Shutterstock. 2.3.3 MID-BASS Operando na faixa das medias frequências, reproduzem os sons médio graves, entre 60 e 5.000 Hz. São comumente utilizados para reforçar esses sons na parte dianteira dos veículos, instalados nas portas para aproveitá-las como caixas acústicas. Seu tamanho geralmente é de 6” a 8” de diâmetro (Figura 13). Figura 13 – Mid-bass Créditos: Nor Gal/Shutterstock. 2.3.4 MID-RANGE Também operando na faixa das médias frequências, esse tipo de alto-falante reproduz sons médio altos. Tem maior fidelidade na faixa de frequência que cobre a voz humana. Sua faixa de atuação está entre 200 e 3.500 Hz e as dimensões estão entre 3,5” e 6” (Figura 14). Figura 14 – Mid-range 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/32 Créditos: Picmin/Shutterstock 2.3.5 FULL-RANGE Conseguem reproduzir sons graves, médios e agudos, cobrindo boa parte da faixa audível. Operam na faixa de frequência entre 100 e 12.000 Hz e seu tamanho varia de 4” a 6”. Indicados para a reprodução da voz e da maioria dos instrumentos musicais (Figura 15). Figura 15 – Full-range Créditos: Picmin/Shutterstock. 2.3.6 TWEETER E SUPERTWEETER Os tweeters (Figura 16) e supertweetrs (Figura 17) reproduzem os sons agudos (acima de 2 KHz para tweeters e 10 KHz para os supertweeters). São posicionados de forma a direcionar o som para os ouvintes, pois a propagação das ondas de alta frequência acontece de forma direcional. São fabricados em diversos materiais, desde os mais comuns, de papelão, até os mais sofisticados, de neodímio. Figura 16 – Tweeter 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/32 Créditos: Bernardo Guerriera/Shutterstock. Figura 17 – Supertweeter Créditos: Yavor Kalev/Shutterstock. 2.3.7 COAXIAL E TRIAXIAL Muitas vezes, por questões de espaço, como é o caso dos automóveis, existe a dificuldade de instalar diversos alto-falantes para atender a todas as faixas de frequência e produzir uma boa qualidade sonora. Para facilitar os projetos de instalação, existem soluções de incorporar mais de um modelo de alto-falante em uma mesma carcaça, como é o caso dos coaxiais e triaxiais (Figura 18), atendendo praticamente toda a faixa audível, mas com alguma perda na sensibilidade. O primeiro é formado geralmente por um woofer e um tweeter. Já o segundo é composto por um woofer,um mid- range e um tweeter. Ambos podem reproduzir frequências de 50 a 20.000 Hz, com tamanhos que podem variar de 4” a 8” para os coaxiais e de 6” a 8” para os triaxiais, existindo ainda modelos ovais, com exemplo de medidas de 6”x 9”. Figura 18 – Coaxiais e triaxiais 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/32 Créditos: Maxstockphoto/Shutterstock. TEMA 3 – AMPLIFICADORES, EQUALIZADORES E DIVISORES DE FREQUÊNCIA 3.1 AMPLIFICADORES Os amplificadores de potência, como o próprio nome diz, têm a função de amplificar o sinal para os alto-falantes, aumentando a potência do sistema de som. Eles recebem os sinais do reprodutor de áudio e amplificam a tensão para enviar aos alto-falantes (Figura 19). Figura 19 – Amplificador Créditos: Robert Babczynski/Shutterstock. São basicamente de dois tipos: 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/32 Booster: este tipo utiliza transformadores para fazer a amplificação da tensão de entrada. Geralmente é mais volumoso e pesado e a distorção é grande, podendo ultrapassar facilmente os 5%. O ouvido humano tolera distorções nas ondas sonoras de até 3%. A vantagem desse tipo de amplificador é o baixo custo. Mosfet: neste tipo, a amplificação é feita por transistores de potência do tipo mosfet. São mais leves e compactos e a distorção é baixa, chegando ao máximo a 5%. A desvantagem é o custo mais elevado. 3.1.1 CARACTERÍSTICAS Potência: pode ser medida de várias formas, mas normalmente expressa em RMS. Baseia-se no nível da forma de onda amplificada. Um amplificador pode ter um ou mais canais independentes de amplificação. Amplificadores do tipo Booster podem atingir potências de até 100 W RMS por canal, trabalhando com tensão de 14,4 V e impedância de 4 Ω. Em alguns casos, pode fornecer potências maiores, mas com impedâncias de 2 Ω ou 1 Ω. Amplificadores Mosfet podem fornecer potências desde 20 W até 2000 W, com baixas distorções. Dois canais de um amplificador tipo Mosfet podem ser usados juntos (em bridge), somando a potência de amplificação. Frequência de resposta: sendo o amplificador utilizado para reproduzir sinais de entrada de forma precisa, não pode haver alteração na forma de onda original e ele deve operar sem produzir distorções audíveis em toda a faixa (20 Hz a 20 KHz). O rendimento deve ser constante e as respostas planas em toda faixa de amplificação. Distorção Harmônica Total (THD): alteração do sinal de saída em relação ao sinal de entrada, com amplificador em potência máxima. Quanto menor essa alteração, melhor a qualidade do amplificador e menor a percepção e o incômodo para quem ouve. Relação sinal/ruído: equipamentos eletrônicos apresentam um ruído inerente chamado ruído térmico ou gaussiano. O sinal a ser gravado deve ser bem maior que esse ruído para torná-lo imperceptível. O mínimo aceitável para essa relação deve ser de 65 dB. 3.2 EQUALIZADORES A função de equalizadores é contribuir para melhorar a qualidade sonora através de alterações da forma de onda vinda da fonte do áudio. As alterações mais simples estão nos controles de agudos 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/32 (treble) e de graves (bass) (Figura 20) de qualquer amplificador. Nesse caso, apenas são destacadas as percepções dessas frequências. Figura 20 – Equalizador Créditos: Designrage/Shutterstock. Existem modelos com várias bandas por canal (Figura 21), que trabalham em diversas faixas de frequência. Figura 21 – Equalizador com diversas bandas por canal Crédito: BK Foto/Shutterstock. Tipos de equalizadores: Equalizador shelving: recurso mais utilizado nos equipamentos mais simples (amplificadores, autorrádios etc.), contando com os controles de graves, médios e agudos. Não há alteração de 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/32 parâmetros. Equalizador gráfico: também pode ser considerado um sistema simples. É normalmente encontrado com 10 ou 20 bandas (faixas de frequência). Equalizador paramétrico: composto por um conjunto de quatro filtros seletivos que permitem mudanças precisas nas frequências. Com um controle de alta frequência, é possível atenuar frequências acima de um valor de corte específico, permitindo remover ruídos de alta frequência (chiados). Também é possível, por meio de um controle de baixa frequência, atenuar frequências abaixo de um valor de corte, reduzindo ruídos de vento, chiado elétrico ou de tráfego. Existem outros controles para valores de frequência fora de uma faixa especificada (aumentar ou atenuar), chamado passa faixa, e para valores dentro de uma faixa especificada, chamado de rejeita faixa. 3.3 DIVISORES DE FREQUÊNCIA São componentes que têm a função de dividir um sinal sonoro em faixas de frequência para enviá-las aos alto-falantes. Como vimos anteriormente, cada tipo de alto-falante tem características construtivas que o torna mais eficiente para reproduzir determinadas faixas de frequência, sendo ineficiente em outras. Divisores de frequência (crossover) (Figura 22 e 23) permitem, então, um melhor aproveitamento da potência sonora produzida por sistemas de amplificação. Figura 22 – Divisor de frequência (1) Créditos: KJ Khim/Shutterstock. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/32 Figura 23 – Divisor de frequência (2) Créditos: Patcharapa/Shutterstock. São utilizados para isso circuitos chamados RLC, contendo resistores (R), bobinas ou indutores (L) e capacitores (C), ligados em associações em série e paralelo (Figura 24). Figura 24 – Circuitos RLC 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/32 Créditos: Fouad A. Saad/Shutterstock. TEMA 4 – SISTEMAS DE SOM NOS VEÍCULOS 4.1 OBJETIVOS Quando se pretende instalar um sistema de som em um veículo, deve-se considerar sempre qual é o resultado pretendido. Esse resultado pode ser desde a instalação de um som básico num veículo que não dispõe, ou uma melhoria na qualidade do som original do veículo, ou ainda podem ser alterações muito mais significativas na potência e qualidade sonora. A busca pode ser somente para o entretenimento ou até para competições do gênero. Atualmente, o mercado dispõe de muitas opções de alto-falantes e equipamentos de som (Exemplo na Figura 25). Existem conjuntos de alto- falantes (kits) com melhor qualidade para substituir originais de fábrica para a maioria dos automóveis do nosso mercado e também equipamentos para transformar completamente o som original do carro. Vai depender sempre do que se pretende e o quanto se está disposto a gastar. Figura 25 – Equipamento de som para veículos 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/32 Créditos: Alefat/Shutterstock. 4.2 SISTEMAS BÁSICOS Um sistema básico que pode ser instalado vai contar com gerador de áudio (autorrádio, CD- Player, central multimídia etc.) e um conjunto de alto-falantes (coaxiais ou triaxiais), por exemplo, conforme se vê na Figura 26. O kit de alto-falantes escolhido pode ser específico para o modelo de automóvel, facilitando a instalação nos locais onde são montados os originais do veículo. Se o veículo possui a predisposição para som (chicotes e conectores elétricos), não haverá a necessidade de instalar nova fiação. Isso vale também para o caso da troca do som original por outro de melhor qualidade. Figura 26 – Sistema de som básico Créditos: Realvector/Shutterstock. Ao escolher o gerador de áudio, devem-se observar algumas características, como sua resposta de frequência, que deve ser a mais plana possível entre os 20 Hz e 20.000 Hz, ou seja, deve amplificar a música com ganho semelhante em toda faixa de frequência audível. Também é importante verificar 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/32 a potência (RMS), que deve ser compatível com os alto-falantes e se são baixos os níveis de distorção. Quando se tratar desubstituição do equipamento de som original do veículo por outro, é importante observar que nos veículos atuais o rádio poderá estar integrado com a rede CAN. Isso implica em algumas funções integradas e que são expostas no visor (tela) do aparelho. Essas integrações podem incluir funções como a variação do volume em função da velocidade, controles do sistema no volante do veículo e proteção antifurto (bloqueio do aparelho na montagem em outro veículo). A troca do aparelho pode causar a perda dessas funções ou falha na rede CAN. 4.3 SISTEMAS COMPLETOS Quando o objetivo é conseguir maiores potências e grandes ganhos na fidelidade sonora, será necessário um investimento bem maior. Além de alto-falantes de maior potência, outros elementos deverão fazer parte do projeto, como módulos amplificadores, box com subwoofers, divisores de frequência ativos, equalizadores e outros componentes mais sofisticados (Figura 27). Figura 27 – Sistema de som completo Créditos: Alefat/Shutterstock. Como exemplo, a instalação de um subwoofer já requer um módulo amplificador com potência suficiente e com divisor de frequência eletrônico e saída mono. Se a intenção for aumentar a potência do sistema, módulos amplificadores serão necessários, recebendo sinais processados por 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/32 equalizadores, crossovers ativos e outros recursos de processamento. Para esses casos, é importante a escolha de equipamentos de boa qualidade. TEMA 5 – INSTALAÇÃO DE SISTEMAS DE SOM AUTOMOTIVO 5.1 SISTEMA ELÉTRICO Todo veículo tem seu sistema de carga e armazenamento (Figuras 28 e 29) dimensionado de acordo com o consumo de energia dos acessórios elétricos presentes. Figura 28 – Alternador Créditos: Ksanderdn/Shutterstock. Figura 29 – Bateria Créditos: JR Images/Shutterstock. Quando se adquire um veículo mais básico, com poucos acessórios elétricos e, posteriormente, vão sendo instalados novos equipamentos, deve-se levar em conta o aumento no consumo de energia. Principalmente quando o acessório instalado for um grande consumidor de energia elétrica, como é o caso de equipamentos para som automotivo de maiores potências. Para esses casos, é 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/32 recomendável uma avaliação e até um redimensionamento da capacidade de carga do alternador e de fornecimento de corrente da bateria. Também é importante que a fiação utilizada (Figura 30) na instalação dos equipamentos de som tenha sua bitola corretamente dimensionada para as correntes elétricas circulantes e que os circuitos sejam protegidos por fusíveis de capacidade adequada. A não observação desses aspectos pode levar não só a deficiências no funcionamento dos equipamentos instalados, mas também a sobrecargas e danos sérios ao sistema elétrico do veículo, inclusive com risco de incêndio. Figura 30 – Fiação Créditos: Ilmarinfoto/Shutterstock. 5.2 CAIXAS ACÚSTICAS 5.2.1 FUNÇÃO A função de uma caixa acústica é garantir um melhor trabalho do alto-falante. Vejamos: para baixas frequências (woofers e subwoofers), alto-falantes funcionam como um dipolo, com o cone emitindo ondas sonoras para a frente e para trás, de acordo com o movimento. Como estão fora de fase, essas ondas podem se anular ao se encontrarem, reduzindo a intensidade sonora. Para evitar esse efeito, é necessário isolar a parte da frente da parte de trás (baffler infinito) ou então, usar uma caixa acústica. O baffler infinito seria uma “parede” isolando a parte da frente da parte de trás do alto-falante, com um orifício para o encaixe. A caixa acústica possibilita uma resposta de frequência mais adequada do alto-falante, diminuindo o deslocamento do cone e melhorando seu desempenho. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/32 A parte interna da caixa isola o ar e é revestida por material que absorve o som da parte traseira do alto-falante. 5.2.2 TIPOS E CARACTERÍSTICAS Caixa selada (closed box): é um tipo de caixa totalmente fechada (Figura 31), com apenas o orifício para encaixe do alto-falante. Nesse caso, o volume de ar dentro da caixa será comprimido pelo deslocamento para trás do cone, gerando um efeito de frenagem do conjunto móvel. De acordo com os parâmetros do alto-falante, o volume da caixa pode ser calculado para variar a resposta em graves, diminuindo o deslocamento do cone e, consequentemente, a distorção. Figura 31 – Caixa selada Créditos: Aleksmechanic/Shutterstock. Caixa ventilada (vented box): A caixa ventilada, ou aberta (Figura 32), possui orifícios com canais (chamados dutos), que permitem o deslocamento do ar de dentro da caixa para fora. Geralmente os dutos (pode ser um ou mais, variando comprimento e área) são posicionados na parte frontal da caixa, ao lado dos alto- falantes. Esses dutos levarão o ar comprimido pelo cone (em seu movimento para trás) para a frente da caixa. Dependendo das dimensões do duto, é possível sintonizar em uma determinada frequência 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 28/32 (frequência de ressonância), formando ondas sonoras que influenciarão nos sons graves que a caixa emitirá. Os cálculos das dimensões do duto permitirão produzir o som desejado. Figura 32 – Caixa ventilada Créditos: Chepko Danil Vitalevich/Shutterstock. 5.3 DICAS PARA INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES Módulos amplificadores devem ser instalados em local que possibilite a dissipação de calor e que possam ser acessados facilmente. Fixar de maneira que não se soltem com as trepidações. Na instalação de mais de um módulo amplificador, considerar o consumo total de corrente para dimensionamento dos fios. Instalar fusíveis individuais para cada módulo, de acordo com a corrente circulante. A alimentação positiva para módulos amplificadores deve ser conectada diretamente ao positivo da bateria, com os fusíveis/disjuntores próximos dela. Alto-falantes instalados nas portas devem ser posicionados e ter sua fiação alojada e fixada de modo que não haja interferência com a movimentação de mecanismos de fechaduras e vidros. Preferencialmente proteger a fiação com conduítes para evitar danos ao abrir e fechar a porta. Para alto-falantes posicionados na parte traseira (tampões) ou módulos de potência instalados no porta-malas, a fiação pode ser passada sob as calhas inferiores das portas ou sob o tapete, junto às laterais. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 29/32 Fixar o alto-falante em local plano para um apoio uniforme. Caso não seja possível, recomenda- se utilizar um baffle (separador) de madeira. Ao conectar os fios do alto-falante, observar a polaridade correta. Utilizar fiação de bitola adequada para a potência do alto-falante. Bitola menor que a necessária gera aquecimento excessivo da fiação com perda de potência, podendo causar curto-circuito e incêndio. Atentar sempre para que não haja contato dos terminais das conexões com a lataria do veículo. Observar sempre as instruções dos manuais de instalação dos equipamentos. 5.4 EXEMPLOS DE PROJETOS DE SOM AUTOMOTIVO 5.4.1 MELHORIA DE UM SISTEMA ORIGINAL Essa alteração tem por objetivo melhorar a qualidade de um sistema original, substituindo os alto-falantes por outros de melhor qualidade (coaxiais, triaxiais, conforme Figura 33). Também é possível optar por substituir o player original por outro com mais potência e recursos. Figura 33 – Alto-falantes 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 30/32 Crédito: Adriano Brochier. 5.4.2 SISTEMA COM QUALIDADE SONORA Este sistema tem o objetivo de oferecer a melhor qualidade sonora para os ocupantes do veículo, principalmente motorista e passageiro da frente. O projeto conta com módulo de potência ligado ao player por cabos RCA, sendo responsável pelos cortes LowPass para subwoofer e HiPass para os falantes. Falantes traseiros em paralelo com os dianteiros e subwooferligados em dois canais (bridge) do módulo (Figura 34). Figura 34 – Sistema com qualidade sonora Crédito: Jefferson Schnaider. 5.4.3 SISTEMA COM PRESSÃO SONORA (SPL) Este tipo de sistema tem como objetivo produzir o maior nível de pressão sonora possível, em outras palavras, o maior barulho possível. É o tipo de projeto voltado para os amantes do estilo “Bass” (estilo musical que prioriza as baixas frequências), muito utilizado em campeonatos de som automotivo. A prioridade é amplificar as baixas frequências para os subwoofers (Figura 35). 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 31/32 Figura 35 – Sistema com pressão sonora Crédito: Adriano Brochier. FINALIZANDO Após este estudo, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco mais os sistemas de som presentes nos veículos, seus componentes e funções. Vimos que, para uma boa qualidade sonora, devem ser utilizados equipamentos que ofereçam, além da potência, boa fidelidade de reprodução e baixa distorção. Um bom projeto de som exige do instalador bastante conhecimento, sendo esse estudo uma base para aqueles que pretendem se aprofundar no tema e realizar os projetos de instalação. Também vale lembrar de uma orientação no momento de utilizar som automotivo de maior potência para não infringir a legislação. No ano de 2016, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou a Resolução 624. A chamada Lei do Som Automotivo proíbe a utilização em veículos (de qualquer espécie), de equipamento que produza som audível do lado externo, independentemente do volume ou da frequência, que perturbe o sossego público. O descumprimento pode resultar em infração grave. 22/05/2023, 09:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 32/32 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. L. Som Automotivo: Métodos e Técnicas de Projetos e Instalações. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2000. BORGES, A. N.; RODRIGUES, C. G. Introdução à Física Acústica. 1. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.
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