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AULA 2 FUNDAMENTOS DO DIREITO 2

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Profa. Marília Barbosa
FUNDAMENTOS DO DIREITO
1) Direito e Política: 
►Situação problema: Os Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) são nomeados após indicação do Presidente da República e sabatina no Senado, onde seus conhecimentos são testados após uma longa avaliação oral com questões sobre a Constituição Federal e outros temas políticos e jurídicos. Após a avaliação, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decide, através do voto secreto, se o indicado possui notável saber jurídico ou não. Aprovado pela CCJ, o indicado deve passar pela votação no Senado Federal e precisa ser aprovado pela maioria absoluta. Pergunta-se: Há alguma relação do Direito com a política?” 
DECISÃO POLÍTICA CRIAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO 
 
 (DIREITO) 
- A Constituição, além de ser resultado de uma concepção política, assume o papel de intermediadora da origem e aplicação do Direito.
- O Judiciário tem atribuição completamente técnica e formal (apresentar soluções para os conflitos concretos, através da interpretação e aplicação das normas jurídicas); O Executivo e o Legislativo são essencialmente políticos, dotados de escolhas discricionárias (transformar os fatos sociais em Direito). 
- A política precede todas as normas (criação) e também está sujeita a elas (aplicação). É o que ocorre no Estado de Direito.
O Poder legiferante toma decisões políticas para produzir Leis.
No entanto, também se sujeita às leis criadas, que definem sua competência e limitam seu poder.A aplicação das leis dar-se-á por um julgador que não pode realizar o seu trabalho de maneira política (discricionária), mas sim técnica.
→ No entanto, não se pode perder de vista o fato de os magistrados exercerem política para adentrarem nos Tribunais Superiores;
→ Quando da sua aplicação, a lei deve ser interpretada como um ato de vontade (política). Assim, o julgador deve buscar a vontade da lei (mens legis) a fim de cumprir o papel social para o qual ela foi criada.
2) Direito Substantivo e Direito Adjetivo:
- O Direito	Substantivo (Material) é o conjunto das regras criadas pelo Estado que normatiza a vida em sociedade, definindo comportamentos e relações jurídicas. 
- O Direito Adjetivo (Processual) consiste nas regras de direito processual que regulam a existência dos processos, bem como o modo destes se iniciarem, se desenvolverem e terminarem. 
Representa um instrumento de aplicação, guarda, recuperação e efetivação do direito material. 
Direito Material: normas que regulam as relações jurídicas entre as pessoas.
Direito Processual: normas que concretizam direitos materiais; e viabilizam o acesso ao Poder Judiciário.
Exemplo:
Art. 5º, XII, da CF/88 - é inviolável o sigilo da correspondência (...)
Art. 151, do Código Penal - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
DIREITO SUBSTANTIVO (MATERIAL)
Art. 41, Código de Processo Penal - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
DIREITO ADJETIVO (PROCESSUAL)
3) Direito Objetivo e Direito Subjetivo:
- O Direito Objetivo é a regra geral, abstrata, social e obrigatória imposta a todos, que deve ser observada. 
- O direito objetivo é expresso através de comandos abstratos de conduta (Códigos, Leis, Consolidações, etc.). São modelos normativos genéricos que não individualizam as pessoas neles envolvidas.
- O Direito Subjetivo é o poder de exigir uma determinada conduta de outrem, que se acha obrigado a observar e cumprir um direito objetivo, diante de uma situação fática. 
- Desse poder decorre a faculdade de exigir a prestação ou abstenção de atos, ou o cumprimento da obrigação, a que outrem esteja sujeito.
- O Direito subjetivo sempre nasce de um fato regrado pelo ordenamento jurídico. Com a ocorrência do fato, a norma, colocada abstratamente no direito objetivo, se materializa, dando origem à pretensão subjetiva.
Exemplo:
Art. 927, do Código Civil. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
DIREITO OBJETIVO
Ao ocorrer um acidente de trânsito, surge para a vítima a pretensão subjetiva, ou seja, o poder de exigir a reparação do dano (direito subjetivo) por parte daquele que lhe deu causa, que é titular do dever jurídico de indenizar.
DIREITO SUBJETIVO
3.1. Relação entre Direito Positivo e Direito Objetivo:
- Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo é espécie.
- São normas de direito objetivo: as leis, os costumes e as cláusulas de um contrato, por exemplo. 
Embora os costumes e as cláusulas de um contrato de locação sejam jurídicas, não são normas de direito positivo, pois não emanam, diretamente, do Estado, mas sim da sociedade e da vontade dos particulares contratantes, respectivamente.
- Direito Positivo é o que provém diretamente do Estado. Desse modo, todo direito positivo é direito objetivo, mas nem todo direito objetivo é direito positivo.
Costumes,
Contratos particulares,
Convenções coletivas
etc.
 = Direito Objetivo
Direito Positivo
+
4) Direito Público e Direito Privado:
- A dicotomia entre o Direito Público e Privado é histórica, servindo a propósitos ideológicos do pensamento liberal burguês.
- Interessou ao pensamento liberal burguês alargar o campo de atuação do Direito Privado (relações entre particulares com igualdade formal), para que o Estado não interferisse nas relações, principalmente aquelas referentes ao contrato de trabalho.
Curiosidade A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, recuperada pelo direito liberal burguês.
- Há dois critérios utilizados para a divisão dos ramos do Direito em Público e Privado:
Critério do conteúdo da relação jurídica / Teoria dos Interesses em Jogo: 
- Neste critério, quando prevalece o interesse geral o direito é público, quando prevalece o particular o direito é privado. 
Critério da forma da relação jurídica / Teoria da Natureza da Relação Jurídica:
- Se a relação é de coordenação*, trata-se, em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação**, trata-se, em regra, de Direito Público.
*Relação de coordenação = Partes envolvidas no mesmo patamar.
**Relação de subordinação = O Estado é o Subordinante (em regra) e o particular é o Subordinado.
- Enquanto o Direito Privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla*, o Direito Público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade**. 
* Licitude ampla: o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.
**Estrita legalidade: o agente público só pode agir se, quando e como a lei prescrever.
Exemplos: 
O Direito Civil rege interesses entre particulares, não trata, em regra, da atuação do Estado: i) interesse particular; ii) relação de coordenação → Direito Privado.
O Direito Administrativo rege a maneira como os órgãos e entidades do Estado devem se organizar e desempenhar suas funções para o bem comum: i) interesse geral; ii) relação de subordinação.
- Por estes critérios, podemos citar:
	Ramos do Direito Público
	Direitos Constitucional, Financeiro, Tributário, Administrativo, Processual, Ambiental, Penal, entre outros.
	Ramos do Direito Privado
	Direitos Civil, empresarial, entre outros.
4.1. A Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado:
- A clássica bipartição romana do direito em público e privado não atende mais à complexidade das relações da sociedade moderna. 
- Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristaspretenderam dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo.
- A superação dessa dicotomia se dá pela tendência hoje de alguns ramos do Direito, que têm pontos de Direito Público e de Direito Privado, como resultado do avanço da sociedade, com relações cada vez mais complexas.
- As entidades de Direito Público podem atuar como particulares e como tal devem ser tratadas, ficando sujeitas às leis de Direito Privado (Ex: quando uma entidade estatal firma contrato de locação de imóvel). 
- Isso também ocorre no Direito Privado, no qual o Estado pode impor sua vontade, reduzindo a autonomia do particular, formando os preceitos de ordem pública, com força obrigatória inderrogável pela vontade das partes, apesar de tratar-se de relações privadas (Ex: Relação trabalhista).
Exemplo:
Art. 444, CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Art. 445, CLT - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451.  
►Atividade Verificadora da Aprendizagem:
Façam uma rápida pesquisa, trazendo pelo menos 2 exemplos de normas compreendidas no âmbito do Direito Público e 2 exemplos de normas do Direito Privado. Justifiquem.
►Estudo de Caso:
Mauricio vive há 22 anos em um imóvel que encontrou abandonado. Ele restaurou e consertou portas, janelas, pintura e telhados, além de plantar uma pequena hora no quintal. Após cinco anos, ele casou-se e nasceram dois filhos.
Ocorre que seu vizinho de fundo, está constantemente invadindo o terreno e
retirando plantas do quintal e colhendo de sua horta sem sua autorização.
Ele sabe que não tem a titularidade do terreno, mas ainda assim procura um
advogado que lhe da a seguinte informação: por ser possuidor de boa fé e
por tanto tempo, Mauricio adquiriu a propriedade por usucapião.
Ele terá que mover uma ação para regularizar essa propriedade. Para resolver o problema com o vizinho, ele deve mover uma ação denominada de interdito
proibitório.  Diante desse relato responda: Como se dá a ocorrência de direito
objetivo e substantivo, no caso relatado?

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