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4
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO EM IDOSOS
DOENÇA VASCULAR
CURITIBA
2021
CRISTIANE PEGORARO DIOGO
JEAN CARLOS BATISTA
KELVIN MARTINS DE OLIVEIRA
RODIAN PAIXÃO BARBOSA
SILMARA APARECIDA RYTCHYSKI CAMPELO 
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO EM IDOSOS
DOENÇA VASCULAR
Trabalho produzido como requisito parcial de avaliação da Disciplina Psicodiagnóstico II, para a conclusão de Curso de Graduação em Psicologia.
Faculdades Pequeno Príncipe – FPP. 
Orientador (a): Prof.ª. Daniele Coutinho.
CURITIBA
2021
Sumário
1	INTRODUÇÃO	4
2	DEFINIÇÃO DO TRANSTORNO	5
3	A PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO	7
4	SINAIS DO TRANSTORNO E ÁREAS COGNITIVAS AFETADAS	8
4.1. SINAIS E SINTOMAS	8
4.2. ÁREAS COGNITIVAS AFETADAS	9
5	COMO SE DÁ O TRATAMENTO	11
5.1. O FAZER PSICOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DE AVC ISQUÊMICO, AVC HEMORRÁGICO E ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO	11
REFERÊNCIAS	16
INTRODUÇÃO
O transtorno neurocognitivo é uma síndrome que causa um deterioramento dos domínios cognitivos, prejuízo funcional e mudanças de comportamento. (APA, 2014). Com o aumento dos casos deste transtorno, onde a prevalência global é nas pessoas maiores de 60 anos, destaca-se uma faixa de 5% a 7% e em indivíduos com mais de 85 anos, são cerca de 20%. (BENSENOR, 2013)
No presente trabalho, iremos salientar a doença vascular, enfatizando a demência vascular, principalmente cerebral. Ela é uma doença crônica sendo caracterizada por um grau de incapacidade em sua forma mais avançada, onde são necessários cuidados paliativos. (MITCHELL et al., 2009). Abordaremos, mais especificamente, sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico e Hemorrágico.
Atualmente, a demência vascular só perde para a doença de Alzheimer quando falamos em perdas neurocognitivas. Ela consiste em uma condição anormal de vasos sanguíneos, onde normalmente, é causada pela inflamação, fraqueza das veias e artérias. Com isso é muito importante o diagnóstico tanto precoce quanto futuramente, pois a população mundial vem apresentando, nas últimas décadas, um aumento da expectativa de vida. Sendo assim, o envelhecimento acarreta no acréscimo de casos de pessoas com demências, principalmente nos países de média e baixa renda, onde os gastos nos sistemas de saúde com cuidados e tratamentos, serão mais exigidos. (ALLEGRI et al., 2007; WANG et al., 2008; PRINCE et al., 2013).
DEFINIÇÃO DO TRANSTORNO
A doença ou demência vascular tem por característica a perda de função executiva e função visuo-espacial, onde a pessoa, normalmente, terá mais dificuldade na execução de tarefas. A demência em si, é uma síndrome, conjunto de sinais e sintomas, que é definida pelo prejuízo cognitivo progressivo de dois ou mais domínios cognitivos, onde altera a funcionalidade do paciente. Vale ressaltar que entre os domínios a serem avaliados, estão: o visuo-espacial, memória, cognição social, linguagem, pensamento abstrato, atenção, praxia e personalidade. (ARAÚJO; NICOLI, 2011)
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), em 2014, encontramos a doença vascular como um Transtorno Neurocognitivo Vascular Maior ou Leve, conforme figura abaixo: 
Fonte: DSM-5
Houveram algumas alterações referentes aos critérios diagnósticos dessa síndrome, dentre elas a utilização de testes neuropsicológicos para demonstrar o prejuízo cognitivo. No DSM-4 os déficits cognitivos múltiplos era o comprometimento de memória de fixação e evocação e um ou mais dos seguintes critérios: afasia, apraxia, agnosia e prejuízo de funções executivas. Já no DSM-5 o critério era o prejuízo em uma ou mais das seguintes áreas: atenção, funcionamento executivo, aprendizado e memória, linguagem, percepção motora e cognição social. Ambos interferindo no funcionamento social e ocupacional. (APA, 1994, 2014)
Por definição, a doença vascular é caracterizada por condições anormais dos vasos sanguíneos, normalmente causadas por inflamação, fragilidade das veias e artérias ou pela aglomeração de depósitos de gordura nos vasos. Segundo Whitbourne e Halgin (2015), a doença vascular é a perda das funções cognitivas (afasia, agnosia, apraxia, disfunção executiva) em um nível que pode interferir com a AVD, resultante de doença cerebrovascular isquêmica ou hemorrágica ou de distúrbios cardiovasculares ou circulatórios que lesionam regiões do cérebro que são importantes para memória, cognição e comportamento (perda de memória pode não estar presente).
A PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, 2013) nos traz que o transtorno neurocognitivo vascular é a segunda maior causa de transtorno cognitivo, e sua prevalência varia de 0,2% em indivíduos na faixa dos 65 aos 70 anos, até 16% em pessoas acima dos 80 anos. O diagnóstico de demência será encontrado em cerca de 20% à 30% dos indivíduos que sofreram um Acidente Vascular Cerebral. É também relatado uma maior prevalência em populações afro-americanas e leste asiáticas, havendo também uma maior incidência em homens do que em mulheres.
Já no Brasil, Bensenor et al. (2015), apontam que a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) estima que cerca de 2.231.000 pessoas sofreram de AVC no ano de 2013, e cerca de 568.000 tiveram incapacidade grave em decorrência. Tendo uma prevalência de 1,6% para homens e 1,4% para mulheres, com cerca de 20% a 30% de grave incapacidade.
O DSM-5 (2013) aponta que as consequências de um AVC são influenciadas “por fatores de neuroplasticidade, como educação, exercício físico e atividade mental.”. E aponta também que os fatores de risco incluem:
“Hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade, nível elevados de colesterol, níveis elevados de homocisteína, outros fatores de risco de aterosclerose e arteriolosclerose, fibrilação atrial e outras condições que aumentam o risco de embolia cerebral” (DSM-5, 2013).
Já o relatório da PNS citado por Bensenor et al. (2015) indica maior prevalência quanto mais avançada for a idade, quanto menor for o nível escolar, e se residente em zona urbana, como possíveis fatores de risco para uma maior prevalência.
SINAIS DO TRANSTORNO E ÁREAS COGNITIVAS AFETADAS
4.1. SINAIS E SINTOMAS
O atendimento realizado com rapidez em pacientes acometidos por AVC é fundamental para a diminuição de sequelas e também do risco de morte do paciente. Por este motivo, é de extrema importância que os sinais e sintomas sejam rapidamente identificados. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULAR, 2021). 
Os sinais e sintomas de alerta que iniciam subitamente, são:
· Fraqueza e formigamento na face, no braço e nas pernas, especialmente em um lado do corpo;
· Confusão, alteração da fala ou compreensão;
· Alteração da visão (em um ou ambos os olhos);
· Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
· Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULAR, 2021, p.5)
Pode ser identificada a área cerebral afetada, diante dos sinais e sintomas diferenciados apresentados pelo paciente. (MARTINS, 2011)
Habib apud MARTINS (2011) cita que no AVC Isquêmico o não atendimento em até 24h após os primeiros sintomas, poderá acarretar lesões definitivas e irreversíveis no cérebro. 
Hacket et al. apud MARTINS (2011) afirma ainda que se este atendimento for realizado até 4h30 min. após o aparecimento dos sintomas, poderá ocasionar a reversibilidade com poucas ou nenhumas sequelas. 
Sá apud MARTINS (2011), defende que o AVC hemorrágico, na grande maioria dos casos os sintomas permanecem por mais de 24h. Não é rapidamente reversível devido a demora na reabsorção do hematoma. 
No Acidente Isquêmico Transitório AIT, os sintomas são semelhantes ao AVC isquêmico, porém surgem de maneira rápida, duram breves momentos e logo desaparecem. (MARTINS, 2011)
De acordo com Charles apud MARTINS (2011), os principais sintomas, por ordem decrescente se manifestam por:
· Fraqueza, sensação de peso, desajeitamento unilateral;· Perda de sensibilidade unilateral;
· Disartria (dificuldade na produção de fonemas);
· Cegueira transitória unilateral e disfasia (dificuldade ou incapacidade de estruturar ordenadamente as frases); 
· Ataxia (desequilíbrio). 
· Vertigens, 
· Hemianopsia (perda de percepção de metade do campo visual);
· Diplopia (visão dupla);
· Fraqueza bilateral;
· Disfagia (dificuldade para engolir alimentos ou líquidos);
· Sinais motores e sensitivos cruzados.
Martins apud MARTINS (2011) constata que 1/3 das pessoas que sofrem AIT, serão acometidas de AVC nos próximos cinco anos, podendo ocorrer na primeira semana.
4.2. ÁREAS COGNITIVAS AFETADAS
	De acordo com os sinais e sintomas observados, pode-se evidenciar a área específica do cérebro que foi afetada. (MARTINS, 2011)
	ARTÉRIA ACOMETIDA
	ÁREA COGNITIVA
	Artéria Cerebral Anterior
	- Córtex pré-frontal;
- Área suplementar;
- Área pré-motora;
- Área somestésica primária;
- Área de associação sensorial;
	Artéria Cerebral Média
	- Área de Broca;
- Área pré-motora;
- Área somestésica primária;
- Área de associação sensorial;
- Área de Wernicke
	Artéria Cerebral Posterior
	- Área de associação visual;
- Córtex visual
	Sistema Vertebro Basilar
	- Tronco encefálico
(MARTINS, 2011)
Fonte: www.sanarmed.com/resumo-completo-avc-avci-avch-neurologia
COMO SE DÁ O TRATAMENTO
5.1. O FAZER PSICOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DE AVC ISQUÊMICO, AVC HEMORRÁGICO E ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO
São várias as questões que o psicólogo pode abordar na reabilitação do paciente que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas podem-se destacar sete pontos, principais, onde ele pode trabalhar. O primeiro ponto é a avaliação, isso é importante para que o profissional fique a par da situação em que o paciente se encontra, isto é, o estado que ele se encontra emocionalmente e fisicamente antes e logo depois da lesão. Para assim, se ter um parâmetro de antes e depois para poder reavaliar o paciente e até entender quais foram os ganhos e como que tem sido a evolução desse paciente (AMORIM, 2019).
 Então, logo que o paciente inicia uma reabilitação o psicólogo deve fazer uma avaliação tanto nos aspectos afetivos e emocionais, para saber como está o humor dele, se tem algum tipo de transtorno psiquiátrico ou não, como estão às funções cognitivas: a capacidade de aprendizagem, inclusive, a atenção, memória, linguagem, pensamento entre outras; observar quais funções no corpo e fisiológicas estão prejudicadas, até para entender qual é o tamanho da sua lesão e quais as incapacidades são provenientes da sua lesão e que limitações que ele tem no dia a dia. (AMORIM, 2019).
Buscando conhecer quais atividades que ele verdadeiramente não consegue fazer, em quais ele precisa realmente de ajuda, que tipo de atividade e participações sociais ele deixou de fazer. Tudo isso para entender o tamanho das perdas em que ele teve em decorrência da lesão. E no tocante a estrutura ambiental, deve ater a família: se ele tem cuidador, se a casa foi adaptada, quais os tipos de equipamentos ele tem e se tem acesso a alguns serviços. Procurando compreender o que ele perdeu e o que ele tem de recursos para enfrentar essa deficiência. Assim, no final, também, é importante reavaliar para se fazer o comparativo do antes e depois. (AMORIM, 2019).
O segundo ponto importante a se trabalhar na reabilitação é a elaboração do luto. A aquisição de uma deficiência, de uma limitação, ela implica em perdas internas de diversas formas: pode ser perda da funcionalidade, quando não se conseguir realizar uma atividade como realizava anteriormente; pode ser a perda de um membro, por exemplo, amputado; perdas sociais, quando se tinha contato com os amigos e agora não se tem mais; perda da identidade profissional, antes executava um trabalho e agora não executa, ou porque está afastado, ou porque teve uma aposentadoria por invalidez; perda da função, às vezes, num papel familiar, porque antes ocupava um papel, repente um papel de autoridade, e após, a deficiência torna-se dependente de outras pessoas e não ocupa mais esse papel. Então, são diversas perdas decorrentes da aquisição da deficiência além da perda pela lesão em si (KRUGER; LOPES, 2019)
Neste sentido, pode-se citar, por exemplo, um lesionado por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC) que perdeu alguns movimentos, não é só de repente a marcha que ele perdeu, isto é, deixar de andar, não é só isso, às vezes, ele tem uma alteração na bexiga, dor neuropática tem alteração na sexualidade, então, são diversas outras perdas que vêm junto com a lesão e tudo isso precisa ser elaborado, porque se isso não é elaborado, fica muito difícil adesão ao tratamento, uma inclusão futura nas atividades e participação, porque não elaborou o luto e a psicologia tem esse papel de trabalhar com a elaboração do luto, com frustrações e de como o paciente lidar com as dores. (KRUGER; LOPES, 2019)
O terceiro ponto a ser trabalhado na reabilitação por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a consciência da deficiência. Então, a consciência da deficiência diz respeito desde a consciência corporal e da imagem corporal que se tem de si próprio, isto é, como o paciente se rever após a deficiência, como ele se coloca no mundo e percebe esse; se relacionando com o mundo, consigo e com as pessoas. Entender sobre os limites e as potencialidades, mas compreendendo que isso no processo de reabilitação é dinâmico, geralmente, o paciente quando começa o tratamento não consegue fazer muitas algumas coisas, contudo, conforme as terapias vão acontecendo ele vai evoluindo e tendo alguns ganhos e isso deve ser atualizado ao longo do tratamento (DA FONTOURA, 2020).
Neste sentido, trabalhar o saber dos limites é muito importante, pois esse diz respeito de entender que determinadas coisas não podem ser realizadas por questão de segurança e risco de vida e entender que para algumas atividades ele precisará sempre depender de alguém, para a sua segurança ou para poder concluir uma tarefa, talvez ele consiga fazer uma parte dela, mas não completa. Outro ponto importante é aceitar o uso de tecnologias assistivas, como: cadeira de rodas, muleta, bengala e outras. Ter a consciência que está usando esse equipamento, para justamente, não depender de outra pessoa ou justamente para ser uma marcha segura, isto é, para não cair. Tudo isso depende de o paciente entender que seus limites naquele momento. (DA FONTOURA, 2020).
Uma distinta questão relacionada com a consciência da deficiência é aderir ao tratamento. Se o paciente tem consciência da deficiência de que ele precisa fazer exercícios, seguir orientações, ter um autocuidado e se isso não existia antes a psicologia deve potencializá-lo para começar. Neste sentido, pode-se citar, por exemplo, alguns pacientes que sofreram um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e que têm diabetes, muitos deles, esses precisam ter cuidado com alimentação, portanto é necessário a partir desse episódio começar a repensar e ter novos hábitos de vida, uma mudança de hábitos ou, por exemplo, pessoas que eram sedentárias e no processo de reabilitação vão precisar fazer exercício como uma rotina. Então, esse suporte de mudança de estilo de vida, também é trabalho do psicólogo. (DA FONTOURA, 2020).
O quarto ponto que deve ser trabalhado com os pacientes na reabilitação por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a elaboração de planos futuros. Para chegar nesse ponto de elaboração dos planos futuros o paciente tem que ter passado pela elaboração de luto. Assim, passado pela dor e frustração, elaborado as perdas, se percebido como uma pessoa com deficiência, então ele todo o trabalho anterior na consciência do problema, para poder criar planos considerando a condição de pessoa com dificuldades. Isso diz respeito à inclusão social, profissional, educacional e todos os tipos de inclusões que se possa pensar, diz respeito a como que ele se vê depois do acidente, porque o fato de ele ter adquirido uma limitação, não quer dizer que a vida acabou, só quer dizer que daqui para frente a vidaserá diferente. Então, auxiliar nessa elaboração de planos futuros, também, é um trabalho do psicólogo (ALBUQUERQUE; SCALABRIN, 2017).
 O quinto ponto que se pode destacado no trabalho com reabilitação por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma abordagem mais neuropsicológica, no tocante aqueles pacientes que tenham alguma lesão encefálica, como por exemplo, déficit cognitivo em pacientes que têm alteração de atenção, memória, linguagem, o controle de impulsos entre vários outros que são déficits cognitivos. Eles vão precisar de um trabalho voltado para a estimulação dessas funções, então o cérebro lesionado, também, vão precisar de um uma estimulação e uma reorganização, e às vezes, é algumas funções não vão ser reabilitadas, e para essas funções tem que pensar em compensações para lidar com esses déficits no dia-a-dia (GUERREIRO, 2014).
Geralmente o paciente que busca um trabalho de reabilitação por conta de Acidente Vascular Cerebral (AVC), quer ver a melhora motora, isto é, voltar a fazer as coisas e andar, assim ele negligência um pouco esses aspectos psicológicos e cognitivos. No entanto, para esses pacientes neurológicos, principalmente, não tem como só ficar fazendo uma estimulação motora. É obvio que os exercícios motores são importantes, mas fazer toda a parte de estimulação neural psicológica cognitiva é essencial, porque a limitação foi no cérebro, o qual encontra se reorganizando e que tem uma plasticidade cerebral. (GUERREIRO, 2014).
O sexto ponto é o trabalho com a família e cuidadores. A reabilitação é tripé que tem que estar funcionando: os profissionais, a família e os cuidadores do paciente. Caso, esses três não trabalharem juntos, fica muito difícil desenvolver um trabalho de orientação, tanto dos déficits, estado do paciente quanto das potencialidades, porque isso é importante para família entender o que se passa, o diagnóstico, o que é possível esperar e cobrar do paciente. Às vezes, tem um descompasso nessa questão de independência, porque a família não compreende o que o paciente consegue fazer, o que ele ainda não consegue, também, tem uma confusão entre o que é independência e autonomia (DE OLIVEIRA MATOS et al. 2018).
Outra questão é a elaboração do luto dessa família, porque do mesmo jeito que o paciente teve que elaborar o luto pelas perdas dele, a família, também, tem elaboração desse luto. Isso interfere, diretamente, na adesão da família ao tratamento, na expectativa que essa família tem em relação ao tratamento. Assim, é importante que esse luto da família, também, seja elaborado. Até mesmo porque, às vezes, os papéis mudam daí a importância da família ter consciência dessa deficiência: entender o que é, e o que é necessário para fazer que esse tipo de estímulos que se tem que propor e que precisam modificar de repente. (DE OLIVEIRA MATOS et al. 2018).
 O sétimo ponto a ser destacado no trabalho na reabilitação é com a equipe dos profissionais que atendem esse paciente. Porque é importante sempre o psicólogo manter o contato com os outros profissionais da equipe interdisciplinar, tanto no sentido de prestar orientações de como estão os principais aspectos emocionais e cognitivos. Até para facilitar as outras terapias e também de oferecer suporte para que essas terapias aconteçam, porque as outras terapias, geralmente, são terapias motoras, físicas e algumas trabalham também, a parte cognitiva e a psicologia cognitiva emocional de como é o paciente, é importante que tenha essa troca. Então, a psicologia, o tempo todo, também, oferece suporte para que outras terapias aconteçam, assim esse contato é sempre contínuo (CAVACO, 2020).
REFERÊNCIAS
ALLEGRI, R. F. et al. Economic impact of dementia in developing countries: an evaluation of costs of Alzheimer-type dementia in Argentina. Int. Psychogeriatr., v. 19, n. 4, p. 705-18, 2007.
ALBUQUERQUE, Erika Crisóstomo; SCALABRIN, Edson Emílio. O uso do computador em programas de reabilitação neuropsicológica. Psicologia argumento, v. 25, n. 50, p. 269-275, 2017.
AMORIM, Camila Oliveira de. Horizontes da comunicação: relatos de uma reabilitação neuropsicológica após acidente vascular cerebral. 2019.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA (APA). DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed; 2014.
ARAÚJO, C. L. O; NICOLI, J. S. Uma revisão bibliográfica das principais demências que acometem a população brasileira. Revista Kairós: Gerontologia, [S.l.], v. 13, n.1, jan. 2011. ISSN 2176-901X. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/kairos/article/view/4872>. Acesso em: 05 nov. 2021.
BENSENOR, Isabela M., Goulart, Alessandra C., Szwarcwald, Célia Landmann, Vieira, Maria Lucia França Pontes, Malta, Deborah Carvalho, Lotufo, Paulo A. Prevalence of stroke and associated disability in Brazil: National Health Survey - 2013. Arquivos de Neuro-Psiquiatria [online]. 2015, v. 73, n. 9. Acesso em 5 Nov. 2021, pp. 746-750. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0004-282X20150115>.
CAVACO, Nora Alejandra Pires Almeida. Reabilitação neuropsicológica do autismo. Teoria e Prática na Reabilitação Neuropsicológica, 2020.
DA FONTOURA, Denise Ren et al. Teoria e prática na reabilitação neuropsicológica. Vetor Editora, 2020.
DE OLIVEIRA MATOS, Francisca Kelviane Costa et al. 8. A contribuição da neuropsicologia na reabilitação das funções prejudicadas pela dependência de cocaína e/ou crack: uma revisão da literatura brasileira. Revista Científica UMC, v. 3, n. 2, 2018.
GUERREIRO, Sandra de Brito Beirão. Avaliação dos impactos de um programa holístico de reabilitação neuropsicológica: medidas de ativação cerebral, funcionamento cognitivo, estabilidade emocional, funcionalidade e qualidade de vida. 2014.
MARTINS, João Felipe Gomes. Conhecimento leigo de sinais e sintomas precedentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico. Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2011. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/2722. Acesso em: 02 nov. 2021. 
MITCHELL, S. L. et al. The clinical course of advanced dementia, N. Engl. J. Med., v, 361, p. 1529-39, 2009. 
PRINCE, M. et al. The global prevalence of dementia: a systematic review and mentaanalysis. Alzheimers Dement., v. 9, p. 63-75, 2013. 
Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Manual de AVC para o público leigo. Disponível em: https://avc.org.br/blog/2021/06/22/manual-avc-leigos-imprensa/. Acesso em: 02 nov. 2021.
WANG, G. et al. Economic impact of dementia in developing countries: an evaluation of Alzheimer-type dementia in Shanghai, China J. Alzheimers Dis., v.15, n.1,p.109-15, 2008.
WHITBOURNE, Susan Krauss; HALGIN, Richard P. Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos psicológicos. 7ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2015.

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