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SISTEMA DE ENSINO DISCIPLINA Língua Portuguesa Aplicada Livro Eletrônico 2 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Apresentação ................................................................................................................................... 3 Língua Portuguesa Aplicada - Resumo ...................................................................................... 6 Interpretação de Textos ................................................................................................................ 6 Reescrita ........................................................................................................................................... 6 Pontuação ......................................................................................................................................... 7 Concordância ................................................................................................................................... 8 Regência ............................................................................................................................................ 8 Semântica ......................................................................................................................................... 8 Regência ............................................................................................................................................ 9 Crase ................................................................................................................................................ 10 Pontuação: Vírgula ......................................................................................................................... 11 Concordância .................................................................................................................................. 11 Classes de Palavras .......................................................................................................................12 Voz Verbal ........................................................................................................................................ 17 Período Simples: Transitividade .................................................................................................19 Coesão: Referencial e Sequencial ...............................................................................................19 Ortografia: Uso dos “Porquês” ....................................................................................................21 Porque ..............................................................................................................................................21 Porquê ............................................................................................................................................. 22 Por Que ............................................................................................................................................ 22 Por Quê ............................................................................................................................................ 23 Fonologia e Ortografia (Acordo Ortográfico) .......................................................................... 23 Hífen .................................................................................................................................................24 Questões de Concurso ................................................................................................................. 27 Gabarito ............................................................................................................................................71 Gabarito Comentado .................................................................................................................... 72 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA ApresentAção Nesta aula, trabalharei resumidamente os principais conteúdos exigidos nas últimas pro- vas do Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade. O foco de nosso trabalho estará nos comentários das questões aplicadas nesses últimos exames, ok? Vamos começar pela análise do edital. Análise do Edital No edital do Exame de Suficiência como requisito para obtenção de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (N. 01/2020), os conteúdos de Língua Portuguesa são estes: 13. Língua Portuguesa Aplicada: a) Conhecimentos de Língua Portuguesa abordados no Ensino Fundamental. Lei n. 9.394 de 20/12/1996. b) Conhecimentos de Língua Portuguesa abordados no Ensino Médio. Lei n. 9.394 de 20/12/1996. c) Decreto-lei n. 6.583, de 29 de setembro de 2008. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Este conteúdo programático é mais genérico em relação aos processos seletivos para outros órgãos/cargos. Em síntese, os tópicos (a) e (b), acima, dizem respeito a todo o conte- údo de Língua Portuguesa estudado ao longo de nossa Educação Básica. O item (c) é mais específico e versa sobre o Acordo Ortográfico. Perfil Geral da Banca CONSULPLAN A banca CONSULPLAN costuma trabalhar o conteúdo de reescritura de textos. Nesse conteúdo, vários outros tópicos são abordados (como regência, voz verbal, pontuação etc.). Especificamente nas provas do Exame de Proficiência do CFC, há muitas questões de interpretação de textos (incluindo tipologia e gêneros textuais). Há muitas questões que bus- cam avaliar a sua capacidade de correlacionar/confrontar textos com temáticas semelhantes (inclusive entre textos verbais e não verbais). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Uma coisa muito importante: SEMPRE, SEMPRE esteja atento(a) à referência do texto analisado pelas questões. A referência é aquela informação que vem abaixo do texto e que diz para o leitor o nome do autor, o veículo de comunicação e a data de publicação. Em diversas questões, essas informações são exigidas. Você também perceberá que, nas provas analisadas, as questões de Língua Portuguesa são sempre as últimas (49 e 50). Para registrar esse fato, as questões analisadas por mim possuem a numeração original. Provas Analisadas Esta é uma capa de prova do Exame de Suficiência para o CFC aplicada pela CONSULPLAN (último exame, aplicado em 27.10.2019): Em minha aula, analiso 17 provas anteriores (todas para o cargo de Bacharel): O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2019-2 CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2019-1 CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-2 CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-1 FBC/BACHAREL/CFC/2017-2 FBC/BACHAREL/CFC/2017-1 FBC/BACHAREL/CFC/2016-2 FBC/BACHAREL/CFC/2016-1 FBC/BACHAREL/CFC/2015-2 FBC/BACHAREL/CFC/2015-1 FBC/BACHAREL/CFC/2014-2 FBC/BACHAREL/CFC/2014-1 FBC/BACHAREL/CFC/2013-2FBC/BACHAREL/CFC/2013-1 FBC/BACHAREL/CFC/2012-2 FBC/BACHAREL/CFC/2012-1 FBC/BACHAREL/CFC/2011-2 A partir dessa análise das provas anteriores, espero que você esteja muito preparado(a) para a realização do exame primeiro semestre de 2020. Estimo muito sucesso em sua caminhada! Agora vamos aos estudos, certo?! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA APLICADA - RESUMO InterpretAção de textos Nas questões de concurso, as bancas examinadoras usam termos-chaves para indicar quando você deve interpretar um texto. Os termos são estes: “infere-se”, “conclui-se”, “de acordo com”, “o texto pode ser considerado”, “compreende-se do segundo parágrafo” etc. Os sentidos veiculados por um texto (isto é, a mensagem que ele transmite) são formados a partir de uma série integrada de elementos, como o vocabulário, a tipologia textual, o gêne- ro, o perfil dos interlocutores (quem envia e quem recebe a mensagem) e o contexto. Muitas vezes, a banca solicita do candidato a checagem de informações superficiais do texto. Nesse caso, basta retornar ao texto para confirmar (ou não) o que se propõe na ques- tão. Em outros momentos, é necessário realizar certos “cálculos de sentido”, de modo a retirar conclusões do texto – e aqui é preciso encontrar os pressupostos e os subentendidos. Para isso, há marcas discursivas importantes a serem observadas: • uso de pontuação expressiva, como aspas, reticências, exclamação, interrogação (em perguntas retóricas); • uso de formatação especial (itálico, negrito, caixa-alta, maiúscula, minúscula); • uso de vocabulário específico (jargões técnicos, coloquialismos, gírias); • uso de recursos morfológicos expressivos, como diminutivo, aumentativo etc.; • uso de padrões sintáticos, como voz passiva, impessoalizações, inversões sintáticas. reescrItA Quando a banca examinadora exige conhecimentos de reescrita, solicita-se o seu conhe- cimento, candidato(a), sobre a adequação textual. A adequação está relacionada principal- mente à correção gramatical, a qual tem impacto na clareza do texto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Eu costumo chamar a denominação “reescrita” como termo coringa para a banca cobrar todo e qualquer conteúdo de gramática ou semântica. Nas alternativas dos itens de múltipla escola, você deve escolher aquela redação que não contém desvios gramaticais. Os princi- pais desvios são relacionados a estes tópicos gramaticais: • ortografia/acentuação; • pontuação; • concordância; • regência (e crase); • colocação pronominal; • concordância (nominal e verbal); • uso de conectivos (conjunções); • uso de pronomes (coesão: referenciação); • sinonímia e antonímia. Isso torna nosso estudo mais complexo, concorda? Por ser uma forma aberta de abordar o conteúdo, é mais difícil “prever” o que será cobrado. Para tornar a sua cami- nhada mais tranquila, destaco que as provas comumente abordam os seguintes tópicos (isto é, os mais recorrentes): • pontuação; • concordância; • regência. Bom, isso ainda é pouco. Vamos avançar mais e detalhar os conteúdos de cada um des- ses tópicos: pontuAção • Uso de vírgula para isolar termos deslocados. • Uso inadequado de vírgula para separar termos em ordem direta (SVO). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA concordâncIA • Identificação da relação entre a forma verbal e o sujeito que desencadeia a flexão. • Verbos impessoais: haver, meteorológicos (ficam sempre na terceira pessoa do singular). • Sujeito posposto (desencadeia concordância no verbo da mesma forma que o sujeito em posição canônica (pré-verbal)). • Distinção TEM/TÊM: tem (sujeito na 3ª pessoa do singular); têm (sujeito na 3ª pessoa do plural). regêncIA • Verbos mais recorrentes: assistir, aspirar, avisar, implicar, pedir, obedecer, visar etc. • Verbos que regem a preposição “a”: possível ocorrência de crase. Caso você não se recorde dos detalhes desses conteúdos, indico a retomada desses pon- tos nas aulas teóricas de nosso curso completo de Gramática. semântIcA O conteúdo de semântica está diretamente relacionado à noção geral de Interpretação de textos. O confronto entre o sentido literal e o sentido figurado é muito presente nas questões. Retomando os conceitos, temos: • Sentido literal: diz respeito ao significado próprio e genuíno (primeiro) das palavras, por oposição ao seu sentido figurado. • Sentido figurado: que se caracteriza por uso abundante e sistemático das figuras de palavra, como a metáfora, a metonímia e a sinédoque. Também vemos muito frequentemente questões abordando as noções de sinonímia e antonímia: • Sinonímia: é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes. Por exemplo, vejamos os sinônimos de ordenado: comissão, embolso, emolumento, estipêndio, honorários, paga, pagamento, remunera- ção, salário, soldo, vencimento, proventos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA • Antonímia: é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários. Importante: a oposição de significado deve ocorrer dentro das propriedades semânticas compartilhadas pelas palavras. Por exemplo, ve- jamos os antônimos de metódico: ametódico, assistemático, descomedido, desmetó- dico, desordenado, desorganizado, desregrado. Em algumas questões, o conhecimento da noção de ambiguidade também é exigido: • Ambiguidade: fenômeno linguístico em que unidades linguísticas (palavras, sintagmas) podem significar coisas diferentes, podem admitir mais de uma leitura. Pode ser lexical (presente na palavra) ou estrutural (os sentidos diferentes são resultantes de diferentes configurações sintáticas). regêncIA As bancas examinadoras exigem o seu conhecimento sobre a semântica de cada regên- cia. Assim, você deve saber que o verbo assistir, por exemplo, possui três regências - e cada regência possui um sentido diferente: • assistir algo (transitivo direto; “prestar auxílio”) • assistir a algo (transitivo indireto; “presenciar, ver”) • e assistir em algum lugar (transitivo indireto; “residir, morar”) Vejamos, em retomada, a regência dos verbos recorrentes em concursos públicos: Verbo Transitividade (com exemplos) Aproveitar transitivo direto (aproveitar alguma coisa): “Aproveitou a oportunidade para manifestar contrariedade ao tratamento à questão.” transitivo indireto (pronominal) (aproveitar-se de algumacoisa): “O relator aproveitou-se da oportunidade para emitir sua opinião sobre o assunto.” Aspirar No sentido de respirar, é transitivo direto: “Aspiramos o ar puro de Campos do Jordão.” No sentido de desejar ardentemente, de pretender, é transitivo indireto, regendo a preposição a: “O candidato aspira à estabilidade econômica do país.” “Aspirar a um cargo na Universidade de Brasília.” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Atender Transitivo direto ou indireto: “O treinador atendeu ao pedido da torcida.” “O jogador atendeu o juiz.” Avisar Avisar alguém (avisá-lo) de alguma coisa (bitransitivo): “O professor avisou os alunos da necessidade do estudo.” Comparecer Comparecer a (ou em) algum lugar ou evento (transitivo indireto): “Compareci ao/no local estabelecido pelo edital.” “A maioria dos candidatos compareceu à/na prova.” Consistir Consistir em alguma coisa (transitivo indireto): “O projeto consiste em ampliar o investimento em educação.” Custar No sentido usual de ter valor, valer, é transitivo direto: “A casa custou um milhão de cruzeiros.” Implicar No sentido de acarretar, produzir como consequência, é transitivo direto: “A assinatura do contrato implica a aceitação de todos os termos.” Informar Informar alguém de alguma coisa (bitransitivo): “Eu informei os vendedores de que a loja será aberta no feriado.” Informar a alguém alguma coisa: “Informarei à autoridade os dados do veículo roubado.” Obedecer Obedecer a alguém ou a alguma coisa (obedecer-lhe) (transitivo indireto): “A eleição obedece à Legislação Eleitoral.” Pedir Pedir a alguém (pedir-lhe) alguma coisa (transitivo indireto): “Eu pedi à equipe o relatório de vendas.” Preferir Preferir uma coisa (preferi-la) a outra (bitransitivo): “Eu prefiro o cinema ao teatro.” Visar Com o sentido de ter por finalidade, a regência originária é transitiva indireta, com a preposição a: “O projeto visa ao bem das gestantes.” É possível, no entanto, o emprego desse verbo como transitivo direto com essa mesma acepção: “O projeto visa o bem das gestantes.” crAse A regra geral de crase é esta: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA a + a(s) preposição Regida pelo termo anterior (nome ou verbo) artigo determinado feminino (singular ou plural) Faz parte do sintagma nominal e concorda em gênero e número com o núcleo substantivo) a + aquele aquela aqueles aquelas preposição Regida pelo termo anterior (nome ou verbo) Pronome demonstrativo A regra de ouro, que sempre deve ser lembrada, é: não ocorre crase diante de palavras masculinas e de verbos. pontuAção: VírgulA O importante no uso da vírgula é o respeito certas relações sintáticas, tais como: • Não se separa o sujeito de seu predicado; • Não se separa o verbo de seus complementos; • Não se separa o nome de seus complementos. Os casos mais recorrentes de uso da vírgula são: termos deslocados de sua posição ca- nônica; isolar vocativo e aposto. concordâncIA No âmbito da concordância, o importante é ter em mente a regra geral: • O sujeito da oração desencadeia a concordância (de pessoa e número) no núcleo verbal do predicado. • O núcleo substantivo desencadeia a concordância nominal (de gênero e número) nos modificadores nominais (adjetivos, artigos e numerais). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Em relação à noção de concordância verbal, os principais pontos a serem lembrados são estes: • SUJEITO COMPOSTO: o verbo irá para o plural. • PRONOME DE TRATAMENTO: verbo sempre se flexiona na 3ª pessoa. • SÉRIE nem... nem: o verbo irá para o singular. • SUJEITO LIGADO POR ou: o verbo irá para o singular se a conjunção ou indicar exclu- são, retificação e identidade/equivalência. • EXPRESSÕES PARTITIVAS a maioria de/a maior parte: o verbo irá para o singular se o núcleo do sujeito não se referir à ideia de número. • EXPRESSÃO cada um de + plural: verbo sempre fica no singular. • EXPRESSÃO mais de um: verbo tipicamente irá para o plural. • PORCENTAGEM: o verbo concorda com o termo preposicionado que especifica a por- centagem; na ausência desse termo, a concordância ocorre com o número presente na porcentagem. Outro assunto envolvendo regras de concordância é o uso do verbo haver. Destaco estes fatos principais: • Verbo haver impessoal (“Havia várias pessoas na sala.”): a concordância sempre ocor- rerá na terceira pessoa do singular. • O verbo haver impessoal pode ser substituído pelo verbo existir. Nessa substituição, o verbo existir deve concordar com o sujeito sintático: “Existem várias pessoas na sala.” • Verbo haver em formas compostas (não é impessoal): manifesta concordância de acor- do com o sujeito sintático: “Eles haviam comprado o carro à vista.” • Em locuções como “deve haver”, “é preciso haver” etc., a configuração sintática é se- melhante à impessoal. clAsses de pAlAVrAs As bancas examinadoras costumam avaliar as propriedades morfossintáticas das clas- ses gramaticais. Tendo isso em vista, vejamos uma síntese dessas propriedades: • Sintaticamente, a classe dos substantivos compõe o núcleo do sintagma nominal. As clas- ses dos artigos, adjetivos e numerais são “satélites” que estão próximos a esse núcleo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA • Morfologicamente, os artigos, adjetivos e alguns numerais manifestam as noções gra- maticais de gênero e número. Quem determina essas propriedades de gênero e número é o substantivo (isto é, se o substantivo estiver no masculino singular, os artigos, os adjetivos e os numerais que se associam a esse substantivo também manifestarão, por concordância nominal, o gênero masculino e o número singular). • Semanticamente, falamos que os substantivos possuem índice referencial; os artigos trazem as noções de determinação/indeterminação; os adjetivos qualificam; e os nu- merais quantificam. Sobre os verbos, temos que VERBOS: Veiculam noções de: - evento - processo - estado NOCIONAIS Possuem conteúdo semântico forte Exemplo de verbos nocionais: beber, correr, adquirir Tanto verbos nocionais quanto funcionais pos- suem marcas gramaticais de modo-tempo e número-pessoa Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo Tempo: pretérito, presente e futuro FUNCIONAIS Possuem pouco con- teúdo semântico (rela- cionado a aspecto) Exemplo de verbos funcionais: ser, estar, ficar, per- manecer Pessoa: primeira, segunda e terceira Número: singular e plural O conteúdo deste livro eletrônicoé licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA As formas nominais do verbo são três: • INFINITIVO, que possui propriedades de substantivo. • PARTICÍPIO, que possui propriedades de adjetivo. • GERÚNDIO, que possui propriedades de advérbio e adjetivo. Em relação aos advérbios, estas são as propriedades: • Propriedade sintática: as formas adverbiais podem modificar − VERBOS − ADVÉRBIOS − ADJETIVOS − ORAÇÃO • Propriedade semântica: denotam circunstâncias diversas: lugar, modo, tempo, intensi- dade, condição etc. • Propriedade morfológica: são invariáveis; há advérbios (terminados em -mente) forma- dos a partir de adjetivos. As interjeições, por sua vez: i) equivalem a uma frase; ii) expressam estados emotivos; iii) são separadas na pontuação. Já os pronomes fazem referência a um aspecto da situação em que o enunciado é produ- zido. No texto, exercem função coesiva, integrando elementos ao longo da cadeia referencial. Por fim, as conjunções e os preposições são formas funcionais que integram itens na es- trutura sintática. Morfologicamente, são invariáveis. Para relembrar as preposições, temos o seguinte quadro do professor e gramático Becha- ra (1999). As preposições estão destacadas em negrito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Quadro das Preposições (Bechara, 1999) Em relação às conjunções, temos o grupo das coordenativas e o grupo das subordinativas: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Classificação das conjunções: • Coordenativas − aditivas: e, nem, não só...mas também, tampouco, tanto...quanto. − adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto. − alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja. − conclusivas: logo, pois (quando está deslocado), portanto, por conseguinte, assim, então, por isso. − explicativas: Pois, que, porque, porquanto. • Subordinativas − integrantes: que, se. − causais: pois, porque, visto que, como, uma vez que, na medida em que, porquanto, haja vista que, já que. − comparativas: como, mais...(do) que, menos...(do) que tão...como, tanto...quanto, tão...quanto, assim como. − concessivas: embora, conquanto, não obstante, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que, apesar de que, a despeito de, malgrado, em que pese. − condicionais: se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se, a menos que, con- tanto que, salvo se, desde que. − consecutivas: tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo que, de maneira que. − finais: para, para que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque. − temporais: quando, enquanto, assim que, logo que, desde que, até que, mal, depois que, eis que − proporcionais: à proporção que, à medida que, quanto mais, ao passo que − conformativas: conforme, consoante, como, segundo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Voz VerbAl As duas vozes verbais a serem lembradas são ativa e passiva. Na ativa, o sujeito sintá- tico possui a característica semântica de ser agente e o objeto direto do verbo possui a ca- racterística semântica de ser paciente (recebe a ação). Na voz passiva, o objeto paciente da ativa passa a ser sujeito sintático. Na passiva analítica, o agente da passiva passa a ocorrer introduzido pela preposição (por). Na passiva sintética, o agente da passiva não ocorre e a forma “se” deve estar presente. Além disso, na passiva sintética o verbo deve concordar com o sujeito sintático. Veja, a seguir, a tabela-síntese sobre voz: PROPRIEDADES DAS VOZES ATIVA PASSIVA ANALÍTICA SINTÉTICA Agente é sujeito sintático. Agente ocorre opcionalmente introduzido por uma preposição (por ou de). Agente não pode ser reintro- duzido. Paciente é complemento do verbo (objeto direto). O paciente é sujeito sintático e desencadeia concordância no núcleo da oração. O paciente é sujeito sintático e desencadeia concordância no núcleo da oração. Núcleo da oração é um verbo lexical (único ou perifrástico). Núcleo da oração é formado pela sequência AUXILIAR (ser, estar ou ficar) + PARTICÍPIO. Núcleo da oração é formado por VERBO LEXICAL + PAR- TÍCULA APASSIVADORA SE. Ordem mais comum é SVO. Ordem mais comum é SUJEITO + AUX + PART + AGENTE DA PAS- SIVA Ordem mais comum é VERBO + SE + SUJEITO O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Também é importante fazer uma diferença entre a passiva sintética e sujeito indeterminado: DIFERENÇAS ENTRE PASSIVA SINTÉTICA SUJEITO INDETERMINADO O predicado possui um sujeito sintático (o paciente). Esse sujeito pode não estar manifesto fonologica- mente, mas é recuperável ao longo da cadeia do discurso. O predicado NÃO possui um sujeito sintático. O verbo lexical MANIFESTA concordância (em rela- ção ao sujeito sintático). O verbo SEMPRE fica na terceira pessoa do singular (não manifesta concordância). É possível recuperar uma forma ativa. Não há contraparte ativa, pois a oração com sujeito indeterminado já está em voz ativa. Ocorre com verbos que selecionam complemento direto (objeto direto). Ocorre com verbos: (i) que não selecionam um complemento direto (intransitivo); (ii) que selecionam um complemento indireto (objeto indireto, selecionado por um verbo transitivo indireto) (iii) que selecionam um complemento direto (desde que não haja sujeito manifesto ou recuperável na cadeia do discurso). O se é uma partícula apassivadora. O se é um índice de indeterminação do sujeito. Vejamos, por fim, a diferença entre reflexividade e reciprocidade: PROPRIEDADES (E DIFERENÇAS ENTRE) REFLEXIVIDADE RECÍPROCIDADE Há um participante no evento denotado pela oração. Há dois (ou mais) participantes no evento denotado pela oração. Esse único participante é, ao mesmo tempo, agente e paciente do evento. Cada um desses participantes atua e sofre o evento denotado (são agentes e pacientes). Cabe a expressão “a si mesmo”. Cabe a expressão “um ao outro”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução,cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA período sImples: trAnsItIVIdAde Na oração, os verbos que podem ser núcleo de predicado verbal são assim classificados: Verbos intransitivos: (sem complemento) Verbos transitivos: direto Indireto direto e indireto (bitransitivo) A diferença entre verbos intransitivos e transitivos é a seguinte: Obs.: � Os verbos intransitivos não exigem um termo que os complete (e esse “completar” é semântico e categorial). � Os verbos transitivos são aqueles que exigem um termo que os complete (e essa complementação é semântica e categorial). coesão: referencIAl e sequencIAl Nas provas de concurso, é muito comum observar questões relacionadas à referenciação pronominal. Observe o exemplo a seguir: “Contratei quatro pedreiros; eles vieram esta manhã para orçar o serviço.” Nessa frase, verificamos o uso da forma pronominal eles (terceira pessoa do plural) e a flexão verbal vieram. A forma eles vieram faz referência a outro elemento, presente na primei- ra oração (Contratei quatro pedreiros). Sabemos que a forma pronominal eles refere-se ao termo quatro pedreiros. Este fenômeno é chamado de “coesão referencial”. Há muitas ques- tões que avaliam a sua capacidade de identificar o referente de pronomes. Outra forma de “dar liga” ao texto é a utilização de sequenciadores/articuladores, resumi- dos no quadro a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Itens de sequenciação Exemplo Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, mormente, principal- mente, primordialmente, sobretudo; Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro que esta série de exemplos não é completa, principal- mente no que diz respeito às locuções adverbiais. Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterio- ridade, posterioridade, simultaneidade, eventualidade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constante- mente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasional- mente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, enquanto isso – e as conjunções temporais; Finalmente, é preciso acrescentar que alguns desses exemplos se revelam por vezes um pouco ingênuos. A princípio, nossa intenção era omiti-los para não alongar este tópico: mas, por fim, nos convencemos de que as ilustrações são frequentemente mais úteis do que as regrinhas. Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, ana- logamente, por analogia, de maneira idêntica, de con- formidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista – e as conjunções com- parativas; No exemplo anterior (valor anafórico), o pronome demonstrativo “desses” serve igualmente como partícula de transição: é uma palavra de referência à ideia anteriormente expressa. Da mesma forma, a repetição de “exemplos” ajuda a interligar os dois trechos. Também o adjetivo “anterior” funciona como palavra de referência. “Também” expressa aqui semelhança. No exemplo seguinte (valor cata- fórico), indica adição. Adição, continuação: além disso, (a)demais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também – e as conjunções aditivas (e, nem, não só... mas também etc.) Além das locuções adverbiais indicadas na coluna à esquerda, também as conjunções aditivas, como o nome indica, “ligam, ajuntando”. Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe? é provável, não é certo, se é que; O leitor ao chegar até aqui – se é que chegou – talvez já tenha adquirido uma ideia da relevância das partí- culas de transição. Certeza, ênfase: de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza; Certamente, o autor destas linhas confia demais na paciência do leitor ou duvida demais do seu senso crítico. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber; Essas partículas, ditas “explicativas”, vêm sempre entre vírgulas, ou entre uma vírgula e dois-pontos. Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, proposi- talmente, de propósito, intencionalmente – e as con- junções finais; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto; Em suma, leitor: as partículas de transição são indis- pensáveis à coerência entre as ideias e, portanto, à unidade do texto. Causa e consequência: daí, por consequência, por conseguinte, como resul- tado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito – e as conjunções causais, conclusi- vas e explicativas; Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos – e as conjunções adversativas e concessivas; Referência em geral: os pronomes demonstrativos “este” (o pais próximo), “aquele” (o mais distante), “esse” (posição intermedi- ária; o que está perto da pessoa com quem se fala); os pronomes pessoais; repetições da mesma palavra, de um sinônimo, perífrase ou variante sua; os pro- nomes adjetivos último, penúltimo, antepenúltimo, anterior, posterior; os numerais ordinais (primeiro, segundo etc.). Este caso exige ainda esclarecimentos. Com refe- rência a tempo passado (ano, mês, dia, hora) não se deve empregar este, mas “esse” ou “aquele”. “Este ano choveu muito. Dizem os jornais que as tempes- tades e inundações foram muito violentas em certas regiões do Brasil.” (A transição neste último exemplo se faz pelo emprego de sinônimos ou equivalentes de palavras anteriormente expressas (choveu): tem- pestades e inundações.) ortogrAfIA: uso dos “porquês” Estes são os usos das formas porque, porquê, por que e por quê: porque A forma porque pode ser uma conjunção (causal ou explicativa) ou uma pergunta que propõe uma causa possível, limitando a resposta a sim ou não: a) Ela reclama porque é carente. [conjunção causal] b) Ela devia estar com fome, porque estava branca. [conjunção explicativa – equivale a pois] c) O preso fugiu porque dopou o guarda? [pergunta que propõe uma causa possível, limitando a resposta a sim ou não] O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA porquê A forma porquê é substantivo e equivale (é sinônimo) a causa, motivo, razão. É acentuada por ser uma palavra tônica:Não sabemos o porquê da demissão de José. [equivale a: Não sabemos o motivo/a causa/a razão da demissão de José] por que A forma por que (com duas palavras) é utilizada quando: i) significa pelo qual (e flexões pela qual, pelas quais, pelos quais). Nesse significado, a palavra que é pronome relativo. Não revelou o motivo por que não compareceu à aula. [Não revelou o motivo pelo qual não compareceu à aula] • ii) equivale a por qual, por quais. Nessas formas, a forma que é pronome indefinido. Ela sempre quis saber por que motivo raspei o cabelo. iii) a forma por que é advérbio interrogativo. Nessa estrutura, é possível subentender uma das palavras motivo, causa, razão. Por que [motivo] faltou à aula? iv) a forma por que faz parte de um título. Por que o ser humano chora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA por quê A forma por quê (com duas palavras e acentuada) é usada após pausa acentuada ou em final de frase. Estavam no meio daquela bagunça sem saber por quê. fonologIA e ortogrAfIA (Acordo ortográfIco) No Âmbito da Fonologia/Ortografia, os sons da língua (chamados fonemas) são divididos em segmentais e suprassegmentais. Os sons segmentais podem ser “separados”, “segmen- tados” na cadeia falada. Há dois tipos de sons segmentais: (i) as vogais, as quais são produ- zidas sem a interrupção do ar que sai dos pulmões; e (ii) as consoantes, que são produzidas com algum tipo de interrupção do ar que sai dos pulmões. Já os sons suprassegmentais são aqueles que não podem ser segmentados. Esses sons ocorrem simultaneamente aos sons segmentais, como o acento. Toda essa classificação ocorre no âmbito da oralidade. No âmbito da escrita, os sons segmentais (vogais e consoantes) são representados pelo alfabeto. A ortografia oficial dita as formas corretas de se registrar os vocábulos de uma língua (norma gramatical). A acentuação, por sua vez, indica a posição da sílaba tônica (pro- priedade suprassegmental). Sobre as regras de acentuação gráfica, todas as proparoxítonas devem ser acentuadas. Em relação às paroxítonas, vimos que não são acentuadas as que terminam em a(s), e(s), o(s) e em(ns). No caso das oxítonas, são acentuadas as que terminam em a(s), e(s), o(s) e em(ns). No que diz respeito à ortografia oficial, há quatro padrões importantes: os dígrafos (com- binações de letras que representam um som); letras diferentes que representam o mesmo som (como em exato/rezar); mesma letra que representa sons distintos (xícara/exame); e letra que não representa nenhum som (como em hotel). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Hífen O hífen é usado em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares. O Acordo de 1990 observa que são escritas aglutinadamente palavras em que o falante contemporâneo perdeu a noção de composição: paraquedas; mandachuva. Emprega-se o hífen nos seguintes topônimos: a) iniciados por grão e grão: Grão-Pará; b) iniciados por verbo: Passa-Quatro; c) cujos elementos estejam ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos; Os demais topônimos compostos são escritos separados e sem hífen: Cabo Verde. As exceções são: Guiné-Bissau e Timor-Leste. Emprega-se o hífen em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológi- cas: couve-flor; bem-te-vi. Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterói. No quadro a seguir (baseado em AZEREDO, 2008), apresento a síntese das regras do uso do hífen no caso de prefixos e falsos prefixos: Usa-se o hífen quando: O primeiro elemento for: E o segundo elemento: aero agro alfa ante anti arqui auto beta bi bio contra di entre extra foto gama geo giga hidro hipo homo infra intra iso lacto lipo macro maxi mega meso micro mini mono morfo multi nefro neo neuro paleo peri pluri poli proto psico retro semi sobre supra lete tetra tri ultra a) for iniciado por vogal igual à vogal final do 1º elemento; b) for iniciado por h. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA ab ob sob sub for iniciado por b, h, r co (‘com’) for iniciado por h (a ABL sugere eliminar essa letra, passando-se a grafar, assim, coerdar, coerdeiro, coipônimo etc.). ciber inter super nuper hiper for iniciado por h, r ad for iniciado por d, h, r pan a) for iniciado por vogal; b) for iniciado por h, m, n (diante de b e p passa a pam) circum a) for iniciado por vogal; b) for iniciado por h, m, n (aceita formas aglutinadas como circu e circum). além aquém ex (“cessamento ou “estado anterior”) recém sem sota soto vice qualquer (sempre) pós pré pró sempre que conservem autonomia voca- bular. Tipologia Textual TIPOLOGIA DEFINIÇÃO NARRATIVO Na narração, há seres que participam de eventos em determinado tempo e espaço. Os participantes desses eventos são os personagens, os quais podem ser reais ou fictícios. O evento (uma espécie de ação) é denotado por verbos nocionais, como cantar, correr, beijar, nadar, ouvir etc. O tempo da narrativa é tipicamente o passado, mas pode ser o presente (a narração de um jogo de futebol) ou o futuro (obras proféticas, por exemplo). Em uma narrativa, o espaço pode ser físico (uma cidade, uma casa, uma escola) ou psicológico (mente do personagem ou do narrador). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA DESCRITIVO Em uma descrição, apresentamos uma série de característica de determi- nado ser/objeto/espaço, formando na memória do leitor/ouvinte a imagem do que está sendo descrito. Na descrição, essa apresentação de características é verbal (oral ou escrita). Linguisticamente, a descrição é tipicamente formada por predica- ções nominais (Sujeito + Verbo de ligação + Predicativo) ou por adjetivação (Substantivo + adjetivo (atributivo)). EXPOSITIVO No tipo textual dissertativo expositivo, o autor do texto expõe/apresenta ideias, fatos, fenômenos. Por ser de caráter expositivo, não se busca con- vencer o leitor em relação ao ponto de vista - pressupõe-se, assim, que a dissertação expositiva apenas apresenta a ideia, o fato ou o fenômeno. ARGUMENTATIVO No tipo textual dissertação argumentativa, diferentemente da dissertação expositiva, procuramos formar a opinião do leitor ou ouvinte, objetivando convencê-lo de que a razão (o discernimento, o bom senso, o juízo) está conosco, de que nós é que estamos de posse da verdade. INJUNTIVO A propriedade básica do tipo textual injuntivo é: ensinar/orientar/instruir o leitor/ouvinte/espectadora realizar uma tarefa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÕES DE CONCURSO (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2019-2) Texto para responder às questões 1 e 2. Crises financeiras são recorrentes no sistema capitalista, que pode ser considerado, como intrinsecamente instável. Na história recente do capitalismo ocorreram várias crises internacionais, sendo as mais severas aquelas observadas após 1975, num ambiente global sob a desregulamentação dos mercados e a ascensão do Neoliberalismo, segundo UNCTAD (2010). No final da década de 1990, diversas crises varreram os países em desenvolvimento ao redor do mundo. Países do sudeste asiático, além de Rússia, Brasil, Argentina, México e Turquia foram epicentros de crises nesse período. O que difere a crise bancária iniciada em 2007 no setor financeiro dos Estados Unidos e que culminou em uma crise de proporções globais em 2008 é que ela pode ser considerada a maior crise financeira da história desde a Grande Depressão em 1929. O International Monetary Fund–IMF (2009) argumenta que as causas da crise financei- ra internacional de 2008 foram de origem econômica, com a quebra dos bancos dos Estados Unidos, decorrente do calote em massa de hipotecas imobiliárias ocasionado pelo segmento subprime. Além da origem econômica, essa crise teve desdobramentos morais e políticos, pois em sua essência, se tornou uma crise de confiança, o que justifica a força e rapidez com que se alastrou para a economia real.A onda de otimismo dos anos anteriores à crise, em conjunto com a grande expansão do sistema financeiro, a criação de instrumentos que aparentemente mitigavam riscos e prometiam altos retornos e a visão neoliberalista, onde há a crença de que o mercado é eficiente, reduzindo ao mínimo a atuação do Estado, também contribuíram para o agravamento da intensidade e difusão da crise. Apesar da amplitude global, os impactos da crise financeira internacional de 2008 não foram sentidos de maneira homogênea entre os países. As economias industriais começaram a sentir os primeiros sinais de retração já no primeiro semestre de 2008, retração esta que atingiu de maneira mais contundente as economias orientadas à exportação, segundo BIS (2009). Além da retração econômica, redução no PIB, dos programas de recuperação finan- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA ceira e da política fiscal expansionista, no período pós-Crise, as economias industriais sofre- ram com aquele que foi considerado, segundo BIS (2010), o maior aumento de suas dívidas soberanas desde o período das grandes guerras, na primeira metade do século 20. questão 1 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2019-2) Sabendo-se que o texto deve apre- sentar uma progressão textual de acordo com as ideias que o enunciador pretende expor e desenvolver, considere a proposição inicial do texto em análise “Crises financeiras são re- correntes no sistema capitalista, que pode ser considerado, como intrinsecamente instável”. Relacionando-a com o restante do texto, assinale a alternativa correta. a) A partir do recurso estilístico empregado, o enunciado que dá início ao texto tem como principal objetivo promover a refutação acerca dos fatos relatados, inserindo uma ideia total- mente contestável. b) A partir da proposição inicial é possível reconhecer que o objetivo comunicacional do texto seguirá um viés histórico e objetivo demonstrando seu comprometimento com a realidade sem qualquer tipo de análise subjetiva. c) No primeiro período do texto, é possível observar que o enunciador recorre a um fato real e à caracterização do sistema capitalista para estabelecer o pressuposto de que os fatos re- latados e analisados a seguir não são inusitados diante do contexto em que estão inseridos. d) O primeiro período do texto apresenta informações que demonstram a causa e efeito das crises financeiras, promovendo uma introdução coerente para as informações e ideias se- guintes do primeiro parágrafo que demonstram dados históricos relacionados ao assunto abordado. questão 2 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2019-2) No terceiro parágrafo do texto, a coe- são textual interparágrafos ocorre por meio do emprego da locução prepositiva “Apesar de” para introdução das ideias e fatos ali apresentados. Acerca da produção de sentido estabele- cida pode-se afirmar que, EXCETO: a) A relação concessiva é corretamente expressa pela locução prepositiva “apesar de”. b) A informação introduzida pela locução prepositiva “Apesar de“ é identificada, no contexto, como um fato real. 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Por isso, não há palavras para Natal, democracia ou microprocessador digital em ianomami. (Talvez hoje, após anos de contato com os brancos, já haja). Mas, será que a cultura determina a língua ou é a língua que determina a cultura? Segundo a tese de Sapir-Whorf [...] há uma co- extensão entre língua e cultura, de tal modo que ambas se condicionam mutuamente. Não dá para saber ao certo quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Nesse sentido, nenhum povo pode criar conceitos ou expressar vivências que a sua língua não permita. [...] (Segundo o biólogo americano Jared Diamond [...] as condições his- tóricas e geográficas também influem). Não se trata de uma visão racista ou etnocêntrica [...], mas da constatação de que certas línguas oferecem mais recursos a um pensamento complexo e abstrato do que outras. [...] Mas, quer tenham sido as condições naturais que determinaram o surgimento da ci- vilização –e a consequente complexificação da linguagem –em alguns lugares do planeta e não em outros, quer tenha sido o contrário, o fato é que a complexidade linguística resultante desse processo ensejou um círculo virtuoso que prossegue até hoje. Não se trata de povos mais inteligentes do que outros, mas talvez de povos mais sortudos. (BIZZOCCHI, Aldo. A língua e a cultura. Língua Portuguesa, ano 3, n. 27, p.60-61, jan. 2008. Adaptado.) 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(II) Por isso, não há palavras para Natal, democracia ou microprocessador digital em ianomami. ((III) Tal- vez hoje, após anos de contato com os brancos, já haja). (IV) Mas, será que a cultura determi- na a língua ou é a língua que determina a cultura? (V) Segundo a tese de Sapir-Whorf [...] há uma coextensão entre língua e cultura, de tal modo que ambas se condicionam mutuamente. Não dá para saber ao certo quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha”. (1º§) Analise as afirmativas a seguir considerando o emprego dos vocábulos e as expressões des- tacadas (Observe a identificação feita por meio de algarismos romanos). I – Atribui ao enunciado um maior grau de formalismo expressando uma ideia de conclu- são, sendo uma continuação lógica de um raciocínio já iniciado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA II – Indica que a intenção discursiva do enunciador é aproximar o seu interlocutor das ideias e fatos apresentados utilizando, para isso, um adjunto conjuntivo de uso estri- tamente coloquial; afastando-se, assim, da norma padrão com objetivo específico. III – Quanto ao sentido produzido no discurso, a expressão circunstancial de dúvida intro- duz uma possibilidade de alteração da informação apresentada anteriormente. IV – Introduz um questionamento que se sobrepõe à expressão anterior, alcançando im- portância e lugar de destaque na atenção do leitor. V – No texto, a ideia de conformidade expressa e introduz um recurso que confere ao enun- ciado a passagem de uma ideia a outra sem que estejam relacionadas. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I, II e IV. b) I, III e IV. c) II, III e V. d) III, IV e V. (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-2) Texto I Um dos estudantes levantou a mão. Embora compreendesse perfeitamente que não se podia permitir que pessoas de casta inferior desperdiçassem o tempo da Comunidade com livros e que havia sempre o perigo de lerem coisas que provocassem o indesejável descon- dicionamento de algum dos seus reflexos... enfim, ele não conseguia entender o referente às flores. Por que se dar ao trabalho de tornar psicologicamente impossível aos Deltas o amor às flores? [...] – As flores do campo e as paisagens, advertiu, têm um grave-defeito: são gratuitas. O amor à natureza não estimula a atividade de nenhuma fábrica. Decidiu-se que era preciso aboli-lo, pelo menos nas classes baixas; abolir o amor à natureza [...] (HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo, p. 22, 1946.) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Texto II questão 5 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-2) A partir de uma comparação entre os textos I e II, e considerando-se uma possível reflexão advinda do texto I acerca de um com- portamento social, depreende-se que o texto II constitui: a) uma referência a um fato atual de forma acrítica. b) uma demonstração da necessidade de que o perfil profissional prevaleça. c) crítica a todo tipo de atitude preconceituosa existente na sociedade atual. d) crítica ao desmerecimento de determinados valores, em situações específicas. (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-2) Por que ética? Por que ética? E o que é a ética? Não poderemos nos contentar com uma representação qualquer ou indeterminada. Da mesma forma, pressupondo uma pré-compreensão comple- tamente indeterminada, desde o início podemos nos perguntar: por que afinal devemos nos ocupar com a ética? [...] Entre os jovens intelectuais, antigamente havia interesse mais pelas assim chamadas teorias críticas da sociedade. Ao contrário disto, na ética supõe-se uma reflexão sobre valores reduzida ao individual e ao inter-humano. E teme-se que aqui, contudo não seria possível encontrar nada de obrigatório, a não ser remontando-se a tradições cristãs ou de outras religiões. É o ético, ou então, ao contrário, as relações de poder, que são determi- nantes na vida social? E estas não determinam, por sua vez, as representações éticas de um tempo? E se isto é assim, ao se pretender lidar diretamente com a ética e não a partir de uma O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA perspectiva de crítica da ideologia, não representaria isto um retorno a uma ingenuidade hoje insustentável? (TUGENDHAT, Ernest. Lições sobre ética. Petrópolis: Vozes. 1996, p. 11-13. Adaptado.) questão 6 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-2) No texto anterior, o autor utiliza como estratégia para a construção de seu texto uma sequência de interrogações. Pode-se afirmar que tal estratégia a) indica pausas de elocução com o propósito de obter uma informação desconhecida até então. b) preconiza a importância do debate acerca da ética, tendo em vista seu papel na sociedade, exposto e exemplificado pelo autor de forma sucinta, mas suficientemente esclarecedora. c) demonstra a exposição de um ponto de vista sob forma de perguntas, trocando-se a afirmação por uma questão, acelerando-se o andamento discursivo e intensificando-se o sentido. d) desmistifica o caráter persuasivo da argumentação, a ponto de elucidar de forma objetiva e clara o verdadeiro e único propósito de tal tipo textual: apresentar uma tese e demonstrar sua veracidade. (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-1) A uberização do trabalho no século XXI Tarefas sob demanda ganham espaço em um mercado transformado pela automação e pela inteligência artificial Na primeira metade do século XXI, o mundo do trabalho está em ebulição.Os impac- tos das transformações provocadas pela automação acentuada e pela inteligência artificial ainda são difíceis de mensurar – as previsões vão de cortes de 10% a 40% dos empregos atuais. Uma situação, porém, já faz parte do presente: as tarefas sob demanda, tendência já batizada de uberização do trabalho. A carreira dentro de uma única empresa ficou para trás, e as funções de média gerência estão desaparecendo num processo considerado sem volta. O designer Wallace Vianna, de 50 anos, viveu 13 anos sob o regime da carteira de trabalho, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA nascido com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com horário fixo, férias e 13º salário. Atualmente, é empregado de si mesmo, administra quatro contratos simultaneamente, con- vivendo com oscilação de renda de um salário mínimo (R$ 954) a cinco salários (R$ 4.770). “Sou técnico, publicitário, contato, cuido da parte financeira e administrativa. Costumo oferecer um leque de opções para o cliente, como web designer, professor de design, cubro férias de profissionais da área. O trabalho pode ser com carteira assinada ou não. Depende do que aparecer”, afirmou o profissional, formado em design pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Nesse novo mundo do trabalho, os empregos típicos da classe média vão diminuir, di- zem analistas. Até mesmo profissões com status de doutor, como a de advogado ou médico, vão sofrer baques na empregabilidade. Leitura de peças processuais e análise de exames clí- nicos se darão com base em gigantescos bancos de dados, o big data, eliminando uma etapa da preparação do processo na Justiça e no diagnóstico do paciente. “Está se criando um fosso entre os altamente qualificados e os de baixa qualificação. Cada vez se necessita menos dos médios qualificados. Onde havia gerentes que nos aten- diam em agências de turismo e companhias aéreas, há sistemas. O trabalho das 9 horas às 18 horas tende a desaparecer. Vai ser controlado à distância, numa contratação mais precá- ria, em prazos menores e com menos segurança”, disse o procurador do Trabalho Rodrigo Carelli, professor de Direito do Trabalho e de Direito e Sociedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, no Brasil, de um total de 8,2 milhões de empresas, 4,2 milhões não têm empregados. No setor de serviços, onde o trabalho de autônomos é mais intenso, esses ne- gócios individuais chegam a representar 59,2%. Nesses casos, as relações de trabalho vira- ram relações empresariais. (Cássia Almeida, com reportagem de Madson Gama. 28/05/2018. Disponível em: https://epoca.globo.com/ tecnologia/noticia/2018/05/uberizacao-do-trabalho-no-seculo-xxi.html.) questão 7 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-1) O texto apresentado é construído a partir de elementos que se articulam de forma a obter um resultado comunicacional satisfa- tório considerando-se a situação de comunicação em que está inserido. Tendo em vista os O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://epoca.globo.com/tecnologia/noticia/2018/05/uberizacao-do-trabalho-no-seculo-xxi.html https://epoca.globo.com/tecnologia/noticia/2018/05/uberizacao-do-trabalho-no-seculo-xxi.html 35 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA aspectos linguísticos empregados e a produção de sentido que emerge a partir dos mesmos, analise as afirmativas a seguir. I – Recorre-se à utilização de estratégias que conferem credibilidade ao texto de modo recor- rente. II – A criação de neologismo pelo autor demonstra uma crítica à nova demanda de que trata o texto que afeta o mercado de trabalho convencional. III – A utilização de verbos empregados predominantemente no presente do indicativo tem sua função relacionada à estrutura textual apresentada e seu objetivo comunicacional. IV – Pode-se afirmar que a sequência textual dominante se desenvolve a partir de argu- mentos que somados expressam um ponto de vista claro e definido em relação ao assunto apresentado. São consideradas corretas de acordo com o texto apenas a) I e III. b) II e III. c) I, II e IV. d) II, III e IV. (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-1) O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do Brasil São Paulo Faça chuva ou faça sol na economia do país, quem trabalha com contabilidade parece estar sempre a salvo de turbulências. Mas toda essa lendária estabilidade da carreira não se traduz em ausência de novidades – ou de mudanças. A chegada de novas tecnologias está alterando a antiga profissão, e quem não acom- panhar esse ritmo acabará ficando para trás, diz o professor Bruno Salotti, coordenador da graduação em ciências contábeis da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA Foi-se o tempo em que o contador era o mero encarregado de registrar manualmente em livros cada ocorrência contábil do negócio. As atividades burocráticas da área passaram a ser cada vez menos feitas por humanos com a chegada da informática e, mais tarde, dos softwares especializados. “O profissional deixou de produzir os dados e passou a analisá-los, com o objetivo de prever o impacto contábil de cada decisão de negócios”, diz Salotti. Nesse sentido, deixou de olhar para o passado da empresa – o dinheiro que entrou e que saiu no mês anterior, por exemplo –, e passou a fazer projeções para seu futuro. A automatização de processos em contabilidade transformou um trabalho burocrático em analítico, o que também abriu espaço para que ele pudesse se tornar gerencial: há anos, grandes empresas já contam com a figura do CAO (Chief Accounting Officer), uma posição de diretoria alternativa à do tradicional CFO (Chief Financial Officer). “O contador tem sido trazido para o âmbito da gestão”, afirma o professor da USP. “Ele agora ajuda a desenhar operações para gerar economia fiscal, identificar as melhores áreas geográficas para expandir o negócio e delinear as estratégias da companhia de forma geral”. (GASPARINI, Claudia. 18/12/2017. Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/ o-novo-perfil-de-u- ma-das-profissoes-mais-estaveis-do-brasil/.) questão 8 (CONSULPLAN/BACHAREL/CFC/2018-1) Confrontando os textos apresentados “A uberização do trabalho no século XXI”, denominado o primeiro texto, e “O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do Brasil”, denominado o segundo texto, é correto afirmar que: a) A citação de discurso alheio apresenta-se sob forma diversa e com propósitos distintos em ambos os textos, que em nada podem ser equiparados. b) Os sentidos dos textos apresentados, expressos a partir de informações consistentes, per- mitem que haja equivalência sobre determinado ponto de vista acerca dos assuntos tratados. c) Tendo em vista os meios de circulação explicitados nos dois textos, pode-se afirmar que tanto asituação de comunicação quanto a linguagem utillizada distinguem-se em virtude do nível de formalidade exigido para cada um deles. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA d) A compreensão dos conteúdos apresentados conduz ao entendimento de que há uma re- lação explícita entre um e outro, revelando que os procedimentos argumentativos utilizados no segundo texto expressam uma refutação em relação aos apresentados no primeiro texto. (FBC/BACHAREL/CFC/2017-2) Leia o texto a seguir, sobre o qual versam as questões 9 e 10. Maior participação feminina no mercado de trabalho injetaria 382 bilhões de reais na economia por Dimalice Nunes Em 2014, os líderes do G20 se comprometeram a reduzir em 25% a diferença nas taxas de participação entre homens e mulheres até 2025. O relatório da OIT estima que, se esse ob- jetivo fosse alcançado em nível global, ele teria o potencial de adicionar 5,8 trilhões de dólares à economia de todo o mundo, além de gerar grandes receitas fiscais em potencial. Por exemplo, a receita global de impostos poderia aumentar em 1,5 trilhão de dólares, a maior parte em países emergentes (990 bilhões de dólares) e desenvolvidos (530 bilhões de dólares). A África do Norte, os Estados Árabes e o Sul da Ásia teriam os maiores benefícios, já que nessas regiões as diferenças nas taxas de participação entre homens e mulheres supe- ram os 50 pontos percentuais. De acordo com a OIT, a desigualdade de gênero continua a ser um dos desafios mais urgentes que o mundo do trabalho enfrenta. As mulheres são substancialmente menos pro- pensas do que os homens a participar do mercado de trabalho e, uma vez no mercado de trabalho, elas têm menor probabilidade do que os homens de encontrar emprego, afirma o relatório. Além disso, a qualidade desse emprego ainda preocupa. Desemprego maior para elas Quando as mulheres participam do mercado de trabalho, elas têm maior probabilidade de estarem desempregadas do que os homens. Globalmente, a taxa de desemprego para as mulheres em 2017 é de 6,2%, representando uma diferença de 0,7 ponto percentual com rela- ção à taxa de desemprego dos homens, de 5,5%. No Brasil, entre 2012 e 2016, com a retração econômica, o índice de desemprego me- dido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu de 7,9% para 12% – 13,6% na medida mais recente – enquanto a taxa de ocupação da população caiu de 56,3% em 2012 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA para 54% em 2016. Entre as mulheres o desemprego no fim de 2016 era de 13,8% enquanto atingiu 10,7% para os homens. Em 2018, a OIT espera que as taxas de desemprego permane- çam relativamente inalteradas, o que manterá a desigualdade no atual patamar, sem nenhu- ma melhora esperada antes de 2021, com base nas tendências atuais. Entre as mulheres empregadas em todo o mundo, quase 15% são trabalhadoras fa- miliares não remuneradas, em comparação com mais de 5% dos homens. Nos países em desenvolvimento, onde cerca de 36,6% das mulheres e apenas 17,2% dos homens são em- pregados como trabalhadores familiares não remunerados, a diferença é maior, de 19 pontos percentuais. Mudança cultural A preferência e a decisão da mulher de participar no mercado de trabalho e seu acesso a empregos de qualidade podem ser afetados por uma série de fatores, incluindo discrimi- nação, educação, tarefas de cuidado não remuneradas, equilíbrio entre trabalho e família e estado civil. A conformidade do papel de gênero também afeta a restrição das oportunidades de trabalho decente para as mulheres. O relatório mostra que 20% dos homens e 14% das mu- lheres pensam que não é aceitável para uma mulher trabalhar fora de casa. Além dos benefícios econômicos, um maior engajamento feminino na força de tra- balho teria um impacto positivo no seu bem-estar, já que a maioria das mulheres gosta- ria de trabalhar, 58%. O relatório recomenda medidas abrangentes para melhorar a igualdade das condições de trabalho e reformular os papéis de gênero, como promover a igualdade de remuneração; abordar as causas da segregação ocupacional e setorial; reconhecer, reduzir e redistribuir as tarefas de cuidado não remuneradas; e transformar as instituições para prevenir e eliminar a discriminação, a violência e o assédio no mundo do trabalho. Políticas públicas são essenciais para amparar a entrada e a permanência das mu- lheres no mercado de trabalho, mas as empresas podem e devem ser agentes de mudança O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 128www.grancursosonline.com.br Bruno Pilastre Língua Portuguesa Aplicada LÍNGUA PORTUGUESA cultural. A startup Impulso Beta se propõe a criar estratégias e colocar em prática ações para promover a diversidade de gênero dentro das empresas. A sócia-fundadora da empresa, Renata Moraes, explica que, mesmo entre as grandes empresas, poucas têm de fato estratégias de recursos humanos para a valorização do capi- tal humano. “Os princípios teóricos já estão estabelecidos, há diretrizes da ONU Mulheres. O desafio é convencer os CEOs de que isso (a inclusão e retenção de mulheres) é um valor para o negócio”, afirma. Renata explica que existem crenças profundamente arraigadas nas empresas, como a de que mulheres serão menos comprometidas que os homens em determinadas fases da vida, como quando têm filhos. “A cultura do trabalho não é a cultura da diversidade. Ainda se vê valor na disponibilidade 24 por 7, mas homens mais jovens também não estão mais dis- postos a isso”, lembra. “As empresas se dizem meritocráticas, mas não observam de fato os resultados. A definição do que é talento e comprometimento replicam ideais que são contra- ditórios”, conclui. A OIT prevê que essas taxas permanecerão inalteradas em 2018. No Brasil, mulheres são 56% da força de trabalho, índice melhor que a média global, mas ainda assim 22,1 pontos percentuais menor que a masculina, estimada em 78,2%. Dimalice Nunes in Revista Carta Capital, — publicado 26/06/2017 00h16, última modificação 23/06/2017 17h2, https://www.cartacapital.com.br/sociedade/maior-participacao-feminina-no-mercado-de-trabalho- -injetaria-382- bilhoes-de-reais-na-economia (texto adaptado) questão 9 (FBC/BACHAREL/CFC/2017-2) Segundo Luiz Carlos Travaglia, Professor de Lín- gua Portuguesa e Linguística e pesquisador do Instituto de Letras e Linguística da Universi- dade Federal de Uberlândia, o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma função social específica. Para ele, essas funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabe- mos que ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para
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