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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ O TCU 
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 6: CRASE 
No último encontro, falamos sobre REGÊNCIA e mencionamos o fato de este assunto 
estar intimamente relacionado a CRASE, ponto a ser estudado hoje. 
Afinal, o que tem a ver uma coisa com outra? 
Quando algum termo (verbo, adjetivo, advérbio, substantivo) exige a preposição “a” e, 
em seguida, existe outro “a” (artigo, pronome demonstrativo etc.), ocorre a CRASE. 
Esse é um fenômeno de encontro de duas vogais iguais e contíguas. Volta e meia, ele 
ocorre. Por exemplo, em “amigo oculto”, pronunciamos apenas uma vez a vogal “o” 
(“amigoculto”). Acontece que, graficamente, só se registra, com o acento grave, o 
encontro da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido feminino, um 
pronome demonstrativo ou um pronome relativo. 
COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DE CRASE? 
Da mesma forma como você ensina uma criança a atravessar a rua. “Filhinho, você 
deve olhar para os dois lados!”. Então, aplicamos essa lição à análise de crase – 
devemos olhar para os dois lados. 
Essa é a “técnica do TERMO REGENTE + TERMO REGIDO”. 
De um lado, há um termo regente, que pode ou não exigir uma preposição - e, nesta 
aula, só nos interessa a preposição “a”. 
Do outro lado, há um termo regido, que pode aceitar ou não um artigo definido 
feminino. Nessa posição de “termo regido” também pode existir um pronome 
demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s) ou aquilo, um pronome relativo a 
qual/as quais. 
Se houver o encontro da preposição a com o outro a, OCORRE A CRASE: os dois viram 
um só “a” e recebem o acento grave (`) para indicar essa fusão: “à”. 
Em resumo, só haverá crase (fusão) se houver dois “as”: um deles necessariamente 
será a preposição, exigida pelo termo regente, e o outro, como termo regido, pode 
ser: 
- pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo; 
- pronome relativo a qual / as quais; 
- artigo definido feminino (singular ou plural): a(s). 
 
Para ter certeza de que a palavra admite o artigo definido feminino, construa uma 
frase em que essa palavra seja o sujeito e verifique a possibilidade de colocar o artigo 
definido antes dela. 
Exemplo: a palavra escolhida é “você”. Não seria possível usar o artigo feminino antes 
desse pronome de tratamento -“A você está linda hoje”-, logo não há crase antes de 
“você”. 
Nesse resumo estão várias daquelas regras de crase. Não ocorre crase: 
 antes de palavra masculina (pois não admite artigo definido feminino por ser 
masculina); 
 antes de verbo (pois não admite artigo definido feminino – mesmo quando 
substantivado, recebe o artigo masculino e não feminino – “o ranger”, “o 
regressar”); 
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 antes de pronomes em geral; com exceção dos pronomes possessivos (como 
veremos adiante) e os enumerados no resumo (demonstrativos a, aquele, 
aquela, aquilo, e relativos a qual, e seus plurais), todos os demais não admitem 
artigo definido feminino; 
 antes de substantivos em sentido vago, genérico (não admitem artigo 
definido feminino por serem vagos, genéricos); 
 em expressões de palavras repetidas (cara a cara, dia a dia, boca a boca). 
 
Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo não havendo 
esse encontro de dois “as”. São os chamados casos especiais: 
- locuções femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista), adjetivas (à 
fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à proporção que) ou prepositivas (à 
espera de, à procura de) – a polêmica em torno desse conceito será 
apresentada no decorrer da aula; 
- diante de masculino, em que esteja subentendida a expressão “à moda de”, 
“à maneira de” (“Ele escrevia à Machado de Assis.”, “O artilheiro fez um gol à 
Romário.”). Cuidado: em “bife a cavalo” ou em “frango a passarinho” não está 
subentendida essa expressão (não é “à maneira do cavalo ou do 
passarinho”...rs...) e, por isso, não leva acento. 
 
Por fim, antes de iniciarmos os comentários às questões de prova, destacamos dois 
casos chamados “facultativos”, explicando que tipo de “faculdade” é essa: 
- pronomes possessivos – esses pronomes admitem o artigo definido antes de 
si (“Minha mesa está suja” ou “A minha mesa está suja”). Por isso, caso se 
empregue o pronome possessivo com artigo, desde que o termo regente 
exija preposição a, haverá crase (preposição a + artigo definido feminino + 
possessivo = à sua – “Refiro-me à sua professora.”); em não se colocando o 
artigo antes do possessivo, haverá somente a preposição e, por isso, não 
haverá a ocorrência de crase (preposição a + possessivo = a sua - “Refiro-me 
a sua professora.”). Alguns autores chamam de um caso facultativo de crase, e 
nesse sentido segue o Cespe, mas o que ocorre, na verdade, é o uso opcional 
do artigo definido feminino; 
- com a locução prepositiva “até a” (que é a junção das duas preposições: 
até + a). Havendo um termo regido que admita o artigo definido, haverá crase 
(até a + a = até à – “Andei até à entrada de sua casa.”). Essa locução 
prepositiva equivale à preposição “até”, que, quando usada na forma simples, 
não leva à fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo (até + a = até a - 
“Andei até a entrada de sua casa.”). Por isso, alguns falam simplesmente que, 
com a preposição “até”, a crase é facultativa. Na verdade, o que é facultativo é 
o uso da locução prepositiva “até a” ou da preposição “até” – com a primeira, 
haverá crase (até à próxima semana, entregarei o trabalho); com 
segunda, não (até a próxima semana, entregarei o trabalho). 
Você verá que, a partir do esquema “TERMO REGENTE + TERMO REGIDO”, facilmente 
conseguirá resolver a maior parte das questões que envolvem CRASE. 
Por fim, veremos uma série de questões do Cespe que tratavam, simultaneamente, de 
CRASE e REGÊNCIA. Bom proveito e bons estudos. 
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QUESTÕES DE PROVA 
1 - (UnB CESPE/ TRE MA- Analista / 2006) 
Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos apresentados 
nos seguintes itens. 
I - Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias. 
II - Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo. 
III - Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas. 
IV - Tema à que se refere a legislação em vigor. 
V - Submissão às regras da lei eleitoral. 
VI - Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão. 
VII - Características semelhantes às da legislação eleitoral. 
 
O emprego da crase está correto apenas nos itens 
A) I, II e IV. 
B) I, IV e VII. 
C) II, V e VII. 
D) III, IV e VI. 
E) V, VI e VII. 
 
Gab. E 
Comentário. 
Mas que beleza de questão!!! Ela nos dá a oportunidade de treinar a tal da “técnica do 
TERMO REGENTE x TERMO REGIDO”. 
Vamos analisar cada um dos itens. 
I – Opinião favorável ou contrária .... coligações partidárias. 
Temos dois adjetivos como termos regentes. Cuidado! Como vimos na aula passada, 
não podemos “misturar” as regências – para ligar um termo regido a dois regentes, é 
imprescindível que ambos os regentes exijam a mesma preposição. 
É o famoso exemplo de “Entrei e saí da casa”. Alguém entra EM algum lugar e sai DE 
algum lugar. Se os verbos regem preposições diferentes, não podem compartilhar do 
mesmo termo regido. Para corrigir, deveríamos “dar a César o que é de César”: “Entrei 
na casa e saí dela.”, ou seja, colocar cada verbo com seu próprio termo regido. 
Nesse caso, os dois adjetivos regem a mesma preposição: algo é favorável A alguém / 
algo é contrário A alguém. Beleza!!! 
Já sabemos que os termos regentes exigem a preposição “a”. Vamos olhar para o 
“outro lado da rua” – o termo regido. 
Para ter certeza de que este admite o artigo definido feminino, vamos colocá-lo na 
função de SUJEITO de uma oração. 
“Coligações partidárias facilitarama eleição do presidente.” 
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“As coligações partidárias facilitaram a eleição do presidente.” 
Com artigo, entendemos que tais coligações foram definidas anteriormente no 
texto; sem artigo, a menção é genérica. 
Note, contudo, que “coligações partidárias” é um substantivo que está no PLURAL. 
Assim, se houvesse algum artigo definido, seria “as”, formando, no encontro com a 
preposição, “às”, e não “à”. Por isso, o item I está ERRADO. 
 
II – “Direito a candidatar-se ....... qualquer cargo eletivo.” 
Para começar, “cargo eletivo” é um sintagma nominal MASCULINO. Além disso, está 
acompanhado do pronome indefinido “qualquer”. Só para treinarmos, vamos colocar 
esse sintagma nominal na função de SUJEITO: 
“Qualquer cargo eletivo iria satisfazê-lo.” 
Não seria possível usar nenhum artigo, tendo em vista o caráter indefinido do pronome 
(“O qualquer cargo eletivo iria satisfazê-lo...?!?!?!...”). Assim, ainda que o termo 
regente, o verbo “candidatar”, exija a preposição “a” (Alguém se candidata A alguma 
coisa), do outro lado não temos outro “a”, não havendo a ocorrência de crase. 
Assim, o item II também está ERRADO. 
 
III – “Disposições aplicadas .... sítio mantido por empresas privadas.” 
Essa foi a mais simples até agora: “sítio” é um substantivo masculino. Então, não 
poderia ser precedido de um artigo FEMININO, o que impossibilita a ocorrência de 
crase. Item ERRADO. 
 
IV – “Tema ...... que se refere a legislação em vigor.” 
Para começar, vamos eliminar um dogma que pode acompanhar você desde a época 
do primário: é possível SIM haver acento grave antes do QUE, só que, nesse caso, 
será o encontro da preposição “a” com um pronome demonstrativo “a”, e não um 
artigo. 
Vamos analisar a seguinte construção: 
“Esta redação é igual ..... que redigi.” 
Alguma coisa é igual a outra coisa. O adjetivo “igual” rege a preposição “a”. Note que, 
antes do pronome relativo “que” (em “que redigi”), temos um pronome demonstrativo 
“a”, que poderia ser substituído pelo “aquela”: “Esta redação é igual a + aquela que 
redigi.”. 
Então, há dois “as”: a preposição exigida pelo termo regente “igual” e o pronome 
demonstrativo “a”: “Esta redação é igual à [a + a] que redigi.”. 
Acontece que, na construção apresentada pelo examinador, existe apenas um “a”: a 
preposição exigida pelo verbo REFERIR-SE: “A legislação em vigor refere-se a um 
tema” “O tema a que se refere a legislação em vigor.”. 
Note que, se substituíssemos o “que” pelo pronome relativo “o qual” (já que “tema” é 
substantivo masculino), a construção seria: “O tema ao qual se refere a legislação em 
vigor.” (a + o qual = ao qual / a + que = a que). 
Portanto, também está ERRADO este item. 
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V – “Submissão ....... regras da lei eleitoral” 
O termo regente é o substantivo “submissão”, que rege a preposição “a” (submissão A 
alguma coisa). O termo regido é “regras”, que admite o artigo definido feminino (“as 
regras”). Por isso, ocorre crase: “Submissão às regras da lei eleitoral”. 
Finalmente, um item CORRETO!!! 
 
VI – “Restrições impostas ...... rádios e ..... emissoras de televisão.” 
O termo regente é “impostas” (algo é imposto A alguém). No termo regido, temos dois 
elementos: rádios e emissoras, dois substantivos femininos que admitem artigos 
femininos antes de si (note que o primeiro substantivo não designa o aparelho que a 
pessoa coloca no ouvido lá no Maracanã, de preferência, torcendo pelo Mengão 
[...rs...], mas a estação de rádio, como a Globo, Tupi etc.): “Restrições impostas às 
rádios e às emissoras de televisão.” 
Item CERTO. 
 
VII – “Características semelhantes ........ da legislação eleitoral.” 
Agora, quem exige a preposição “a” é o adjetivo “semelhante” (algo é semelhante A 
alguma coisa). Antes da preposição “de”, temos um pronome demonstrativo, que 
substitui a palavra “características”: “características semelhantes a + aquelas da 
legislação eleitoral”, havendo crase. Também está CERTA a estrutura 
“Características semelhantes às da legislação eleitoral.”. 
 
Desse modo, estão certos os seguintes itens: V, VI e VII – opção E. 
 
2 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007) 
1 As enchentes urbanas vêm fazendo parte, com 
freqüência, da rotina dos habitantes das grandes cidades, 
tendo como principal causa o próprio processo de 
4 urbanização. Nas grandes cidades brasileiras, pode-se 
constatar a ocupação desordenada do solo urbano, a 
remoção da cobertura vegetal da bacia hidrográfica, com 
7 a conseqüente impermeabilização da superfície, a 
ocupação de grandes extensões de várzeas naturalmente 
inundáveis, além do aumento na geração de lixo e esgoto 
10 sanitário, coletados e tratados inadequadamente. Todos 
esses fatores modificam e causam impactos no sistema de 
drenagem natural, que sofre também alterações diretas 
13 pela implantação de canais artificiais. A conseqüência é 
o aumento da freqüência, da magnitude, da rapidez e do 
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tempo de permanência das cheias que têm causado 
16 prejuízos às cidades. 
Marcelo Miguez e Flávio César Borba Mascarenhas. In: O Globo, 30/11/2006 
(com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
 
- Na linha 16, o emprego de sinal indicativo de crase em “às cidades” justifica-se pela 
regência de “têm” e pela presença de artigo feminino plural. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O verbo TER é transitivo direto, ou seja, liga-se ao complemento sem preposição 
obrigatória. Assim, não poderia ser ele o termo regente de “às cidades”. 
Para identificar corretamente os elementos dessa relação, vamos relembrar a 
passagem do texto:“A conseqüência é o aumento da freqüência, da magnitude, 
da rapidez e do tempo de permanência das cheias que têm causado prejuízos 
às cidades.”. 
O verbo CAUSAR (principal da locução “têm causado”) é bitransitivo: apresenta objeto 
direto (prejuízos) e indireto (às cidades). Assim, quem atua como termo regente é, 
na verdade, o verbo CAUSAR e não o seu auxiliar. A assertiva está incorreta. 
 
3 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista / 2007) 
Com referência às relações de regência e ao emprego do sinal indicativo de crase, 
assinale a opção incorreta. 
A) Todos os eleitores faltosos permanecem sujeitos àquelas penalidades previstas em 
lei. 
B) A posse dos deputados estaduais eleitos compete às assembléias legislativas dos 
estados. 
C) A população assistiu, ao vivo e em cores, à contagem dos votos no último processo 
eleitoral. 
D) A escolha dos dirigentes do Poder Executivo para seus cargos submete-se à 
vontade popular. 
E) Ninguém tem o direito de alegar à ignorância no que diz respeito à necessidade e à 
importância do voto. 
 
GAB. E 
Comentário. 
Questão “básica” que envolve crase. Vamos começar pelo item incorreto (gabarito). 
O verbo ALEGAR é transitivo direto (alguém alega alguma coisa). O seu complemento 
se liga diretamente ao verbo. Portanto, não há preposição e, conseqüentemente, não 
ocorre crase. 
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Além disso, “ignorância” é usado de forma genérica e prescinde de artigo antes de si: 
“Ninguém tem o direito de alegar ignorância...”. 
Em seguida, o termo regente é a expressão “diz respeito” que rege a preposição “a” 
(alguma coisa DIZ RESPEITO A outra) que, em função do encontro com os artigos que 
antecedem os termos regidos (necessidade e importância), provoca a ocorrência de 
crase (“... no que diz respeito à necessidade e à importância...”). Esta última parte da 
construção estava correta – só errou no início. 
Vejamos as demais opções: 
a) O termo regente é “sujeitos”, que exige a preposição “a” (alguém está sujeito A 
alguma coisa). Em funçãode seu encontro com o pronome demonstrativo “aquelas”, 
devemos empregar o acento grave: “... sujeitos àquelas penalidades...”. 
b) O verbo COMPETIR é o termo regente, pois apresenta transitividade indireta (algo 
compete A alguém). Antes de “assembléias legislativas” podemos usar o artigo 
definido feminino plural. Assim, ACENTO GRAVE nele!!! (... compete às assembléias 
legislativas...). 
c) O verbo ASSISTIR, no sentido de “ver, presenciar”, é transitivo indireto, com a 
preposição “a”. Como o termo regido admite artigo definido feminino (a contagem dos 
votos), ocorre crase: “... assistiu (...) à contagem dos votos...”. 
d) O verbo SUBMETER é transitivo direto e indireto (alguém submete alguma coisa A 
alguém). Como, no objeto indireto, temos um substantivo que admite artigo definido 
feminino (vontade popular), CRASE há (rs...)!!! 
 
4 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006) 
Analise e julgue a opção em relação à sintaxe de concordância, de regência ou ao 
emprego do sinal indicativo de crase. 
- Um anti-herói é a figura lendária à qual faltam as qualidades físicas ou as virtudes 
atribuídas ao herói clássico. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Esse é um dos casos de crase com pronome relativo. Os pronomes relativos retomam 
um antecedente (isso você já sabe...rs...). Nesse período, o referente é o substantivo 
“figura” presente na oração anterior, o que justifica a forma feminina (...figura ... a 
qual...). Na oração subordinada adjetiva, este substantivo iria exercer a função 
sintática de OBJETO INDIRETO (alguma coisa falta a alguém): “As qualidades físicas ou 
as virtudes atribuídas ao herói clássico faltam à figura lendária.”. 
Como o verbo exige a preposição “a” e, em vez de “figura lendária”, o que temos é o 
pronome relativo “a qual”, ocorre crase (encontro da preposição “a” com “a qual”, 
formando “à qual”): “... figura lendária à qual faltam as qualidades físicas ou as 
virtudes...”. 
 
5 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
1 A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está 
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intimamente ligada à da expansão comercial e colonial 
européia na Época Moderna. Parte integrante do império 
4 ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o 
largo período de sua formação colonial, os problemas e os 
mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial 
7 lusitana. Por outro lado, a história da expansão ultramarina e 
da exploração colonial portuguesa desenrola-se no amplo 
quadro da competição entre as várias potências, em busca do 
10 equilíbrio europeu; dessa forma, é na história do sistema geral 
de colonização européia moderna que devemos procurar o 
esquema de determinações no interior do qual se processou a 
13 organização da vida econômica e social do Brasil na primeira 
fase de sua história e se encaminharam os problemas políticos 
de que esta região foi o teatro. 
Fernando A. Novais. Aproximações: estudos de história e historiografia. São 
Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45. 
 
Com relação a aspectos lingüísticos do texto, julgue o item a seguir. 
- No trecho “ligada à da expansão comercial e colonial européia” (R.2-3), o acento 
grave indica crase de preposição e pronome, o qual substitui “história”. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Como recurso coesivo, houve a substituição da palavra “história”, no primeiro período 
do texto: A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente 
ligada à [história] da expansão comercial e colonial européia na Época 
Moderna. 
No lugar do substantivo, foi empregado o pronome demonstrativo “a”. 
Como o termo regente é o adjetivo ‘ligada”, que exige a preposição “a” (alguma coisa 
é ligada A outra), houve ocorrência de crase – encontro da preposição com o pronome 
demonstrativo: “... ligada à da expansão comercial e colonial européia.”. 
Está perfeita a assertiva. 
 
6 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006) 
Soy loco por ti, América 
1 “A interpretação da nossa realidade com esquemas 
alheios só contribui para tornar-nos cada vez mais 
desconhecidos, cada vez menos livres, cada vez mais 
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4 solitários.” Fomos “descobertos” ou reinventados pelos 
colonizadores, que impuseram o sentido que mais lhes 
convinha à nossa história. “Insistem em medir-nos com o 
7 metro que se medem a si mesmos” e assim se consideram 
“civilizados” e a nós, “bárbaros”. Não se dão conta de que 
“os estragos da vida são iguais para todos” e que a busca da 
10 identidade própria é tão árdua e sangrenta para nós como foi 
para eles. Talvez os ex-colonizadores — hoje imperialistas 
— fossem mais compreensivos conosco — os “bárbaros” —, 
13 se olhassem melhor para o seu próprio passado, sem a 
mistificação com que o envolveram antes de exportá-lo para 
nós. 
16 A América Latina e o Caribe reivindicam o direito 
de ter uma história própria, assim como temos uma cultura 
e um esporte próprios — tão admirados por eles. 
19 “A solidariedade com nossos sonhos não nos fará sentir 
menos solitários, enquanto não se concretize com atos de 
apoio legítimo aos povos que assumam a ilusão de ter uma 
22 vida própria na divisão do mundo.” 
“Por que a originalidade que nos é admitida, sem 
reservas na literatura, nos é negada com todo tipo de 
25 suspeitas em nossas tão difíceis tentativas de transformação 
social, que os colonizadores tiveram tanta dificuldade — eles 
também — para encontrar e, ainda assim, com defeitos, que 
28 cada vez mais ficam evidentes? Por que nos condenar a viver 
“como se não fosse possível outro destino senão o de viver 
à mercê dos grandes donos do mundo? Este é, amigos, o 
31 tamanho da nossa solidão.” 
A Vila Isabel desfilou este ano, na passarela do 
Sambódromo, com o tema Soy loco por ti, América, 
34 originalmente na música de Capinam e de Gil, reatualizando 
as citações do discurso com que García Márquez recebeu o 
Prêmio Nobel de Literatura em 8 de dezembro de 1982 –— 
37 já lá vai um quarto de século. 
Emir Sader. Jornal do Brasil, 26/2/2006 (com adaptações). 
 
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Com referência ao texto “Soy loco por ti, América”, julgue o item seguinte. 
- A expressão “à nossa história” (R.6) é complemento do verbo impor, e, nela, é 
facultativo o emprego do acento indicativo da crase. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
É facultativo o emprego de artigo definido antes de pronomes possessivos, tornando 
facultativo o emprego do acento grave (indicativo de crase): 
- “Meu livro ficou com você.” / “O meu livro ficou com você.”; 
- “Minha posse foi adiada.” / “A minha posse foi adiada.”. 
Havendo um termo regente que exija preposição “a” e um pronome possessivo 
feminino (singular ou plural), pode haver ou não crase, a depender do emprego do 
artigo antes desse pronome. 
Em “impuseram o sentido que mais lhes convinha à nossa história.”, o verbo IMPOR é 
bitransitivo (alguém impõe alguma coisa [OD] a alguém [OI]). O verbo possui, como 
objeto direto, “o sentido que mais lhe convinha” e, como indireto, “à nossa história”. 
Emprega, portanto, a preposição “a” antes do complemento indireto. 
Ao seu encontro, vem uma estrutura iniciada por um pronome possessivo. Por isso, é 
facultativo o acento - por ser facultativo o artigo definido. 
Até agora, está achando tudo fácil, tranqüilo??? Então, prepare-se para a próxima 
questão. 
 
7 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006) 
1 O conceito mais conhecido de inteligência é aquele 
relacionado com a capacidade de resolver problemas — dos 
mais simples aos mais complexos, na grande variedade das 
4 conquistas humanas nas diversas áreas do saber. É também 
a capacidade de criar produtos, materiais ou intelectuais, que 
sejam aceitos socialmente. É um potencial biológico e 
7 psicológico,isto é, a inteligência está associada aos nossos 
desejos e às nossas ações conscientes e inconscientes. 
Significa também escolher. É a capacidade pela qual 
10 conseguimos conhecer e compreender as coisas por meio de 
uma seleção de opções que se nos apresentam no dia-a-dia. 
Todo ser humano tem suas habilidades para 
13 interagir com o meio onde vive. Nossa inteligência não está 
em um espaço fechado chamado cérebro. Interagimos com 
o mundo e, utilizando nosso corpo e nosso ser, participamos 
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16 da nossa cultura. Pensamos e sentimos como um todo. 
A diversidade das habilidades humanas torna uns diversos 
dos outros. Não uns mais do que os outros, mas diversos, 
19 com competências diferentes, constituindo seres construtivos 
da história humana. Portanto, todos os humanos são seres 
inteligentes, com potenciais para ir além do que são já, neste 
22 instante. 
Celso Ribeiro. In: Jornal de Negócios/Vida e Saúde, 2/6/2002 (com 
adaptações). 
 
Com relação ao texto acima, julgue o próximo item. 
- O emprego do sinal indicativo de crase é facultativo no trecho “às nossas ações 
conscientes e inconscientes” (R.8) porque antecede o pronome possessivo “nossas”. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Aparentemente, essa questão é idêntica à anterior, não é mesmo? Não é MESMO!!! 
Quem acelerou acabou errando... 
Essa foi uma questão bastante capciosa e o erro não estava no emprego do artigo 
antes de possessivo, nem na ocorrência de crase... (música de suspense no ar: tchan, 
tchan, tchan, tchaaaaan...rs...). 
Vejamos a passagem em questão. 
É um potencial biológico e psicológico, isto é, a inteligência está associada 
aos nossos desejos e às nossas ações conscientes e inconscientes. 
A palavra “associada” é o termo regente e exige o emprego da preposição “a” (alguma 
coisa está associada A outra). 
No papel de termo regido, há dois elementos (e é aqui que começa o problema...rs...): 
“nossos desejos” e “nossas ações conscientes e inconscientes”. 
Antes do primeiro termo regido, houve o emprego do artigo antes do possessivo. 
Assim, houve a contração da preposição com o artigo (aos nossos desejos). 
Por questão de paralelismo, se empregarmos um artigo antes do primeiro elemento de 
uma série, faremos o mesmo com os demais elementos (“... aos nossos desejos e às 
nossas ações...”). Foi exatamente isso que fez o autor do texto. 
Outra opção seria manter os determinantes (artigo e pronome) antes do primeiro 
elemento, como se os elementos formassem um grupo, um conjunto (“... aos nossos 
desejos e ações”). 
As três possibilidades de construção seriam, pois: 
1) “... associada a nossos desejos e a nossas ações ...” – somente preposição + 
possessivo, sem artigo nos dois termos regidos; 
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2) “... associada aos nossos desejos e às nossas ações...” – preposição + artigo + 
possessivo nos dois elementos. 
3) “... associada aos nossos desejos e ações...” – preposição + artigo + possessivo 
antes do primeiro elemento, apenas, formando um grupo: “desejos e ações”. 
Uma dúvida poderia surgir: seria possível omitir a preposição no segundo elemento 
(“... associada aos nossos desejos e as [somente artigo] nossas ações...”) como 
sugere o examinador? 
Essa é uma questão polêmica, mas, a partir do gabarito, vemos que o Cespe já tomou 
partido. Considerou ERRADA no item a manutenção do artigo desacompanhado de 
preposição junto ao segundo termo regido. 
Alguns autores afirmam que a preposição deve ser repetida quando os elementos 
coordenados forem pronomes pessoais (Ele não se lembra de mim nem de ti.) e na 
maioria dos casos em que são acompanhados de artigo (como nesse). 
Nos demais casos, a repetição da preposição seria facultativa. Com o conectivo, 
enfatiza-se cada um dos elementos (“Ele chegou carregado de malas, de lembranças e 
de saudade.”); sem ele a partir da segunda ocorrência, a ênfase recai no conjunto 
(“Ele chegou carregado de malas, lembranças e saudade.”). 
Para evitar o chamado “galicismo” (um termo com preposição e outro sem, como foi 
sugerido pela banca), que poderia ser encarado como um erro de regência, 
recomenda-se omitir, a partir da segunda ocorrência, tanto a preposição quanto o 
artigo. 
Nesse caso, como o gabarito apontou para um ERRO no item, vemos que a banca 
segue esta indicação – ou se repete a preposição (exemplos 1 e 2) ou se omite tudo – 
preposição e artigo (exemplo 3). O que não pode é manter apenas o artigo (sem 
preposição) antes do segundo elemento. 
Uma última observação sobre emprego de artigo antes de possessivos. Alguns 
gramáticos, como Cegalla e Sacconi, rejeitam o artigo antes de nomes de parentesco 
precedidos de possessivos. Segundo eles, o correto seria “Refiro-me a minha mãe” (só 
a preposição). 
Não chegamos a encontrar nenhuma questão do Cespe sobre esse ponto, o que exige 
do candidato toda atenção. Caso haja menção expressa sobre o emprego de artigo 
antes de parentesco, é porque a banca está tratando especificamente do 
posicionamento desses autores. Caso contrário, reze um Pai-Nosso, recite um salmo... 
com as questões são de certo/errado, só Deus sabe o que passa pela cabeça do 
examinador... 
 
(UnB CESPE/TCE PE – Assistente Técnico /2004) 
Texto para as questões 8 a 12. 
1 A maioria dos direitos é formal. Os direitos 
fundamentais dependem, todos, da adesão incondicional 
à norma que os cria. 
4 As formalidades são indissociáveis da democracia. 
Seria possível defender o recesso da liberdade, com base em 
argumentos substantivos, como criar condições para o 
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7 desenvolvimento, combater a pobreza, garantir a segurança 
nacional. A aceitação do princípio de que os direitos 
individuais não podem ser suspensos deslegitima o 
10 argumento e autoriza a resistência à desobediência. 
A lógica jurídica é, em si, uma lógica pura, que 
se refere à forma e ao conteúdo das normas, não a objetivos 
13 práticos ou conseqüências concretas. Há limites para a 
interpretação razoável da norma constitucional, mas ela não 
se condiciona a questões que lhe são estranhas. 
16 Parece filigrana, mas não é. Se a Constituição 
Federal não é protegida, termina por se tornar mera 
legislação ordinária, que se altera ao sabor das maiorias que 
19 se formam politicamente, a cada conjuntura. A Constituição 
Federal é a proteção dos cidadãos. 
Sérgio Abranches. Questão de lógica. In: Veja, 16/6/2004 (com adaptações). 
Julgue os seguintes itens, a respeito das idéias e das estruturas lingüísticas do texto 
acima. 
8 - O emprego do sinal indicativo de crase em “à norma” (R.3) indica que esse 
substantivo depende de “adesão” (R.2). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Os direitos fundamentais dependem, todos, da adesão incondicional à norma 
que os cria. 
O substantivo “adesão” rege a preposição “a”. Como na seqüência o termo regido é 
“norma”, que admite artigo definido, estabeleceu-se a relação entre os elementos, 
devendo haver a contração da preposição com o artigo. 
 
9 - Por estar iniciando oração subordinada, o emprego da preposição “de” (R.8) é 
opcional; por isso, sua retirada não violaria as regras da norma culta e preservaria a 
coerência textual. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Neste item, o examinador explora a regência da palavra “princípios”, que rege a 
preposição “de”. 
A aceitação do princípio de que os direitos individuais não podem ser 
suspensos deslegitima o argumento e autoriza a resistência à desobediência. 
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Na aula passada, vimos que o Dicionário Prático de Regência Nominal faculta a 
omissão da preposição para os seguintes vocábulos:ansioso, convencido, crente, 
esperança e esquecido. 
Assim, não poderia haver a retirada do conectivo após a palavra “princípio”, sob risco 
de incorrer em erro de regência. 
 
10 - Nas linhas 12 e 13, a ausência do sinal indicativo de crase em “a objetivos 
práticos” indica que esse termo não serve de complementação sintática a “se refere”. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
A lógica jurídica é, em si, uma lógica pura, que se refere à forma e ao 
conteúdo das normas, não a objetivos práticos ou conseqüências concretas. 
O verbo REFERIR-SE (pronominal) rege a preposição “a” (alguém se refere a alguma 
coisa). Os termos que complementam o verbo são “forma”, “conteúdo das normas”, 
“objetivos práticos” e “conseqüências concretas”. 
, tendo esses dois últimos usados em sentido genérico, o que levou à dispensa de 
artigo definido, mas não da preposição que antecede o terceiro. 
O que motivou a ausência do sinal foi o emprego em sentido genérico dos dois últimos 
elementos, havendo, nesse caso, somente a preposição que serve de ligação entre 
termo regente (verbo) e termos regidos. 
 
11 - Não se usou, no texto, o sinal indicativo de crase logo antes de “questões” (R.15) 
porque esse substantivo está sendo empregado de maneira genérica, sem a 
determinação pelo artigo. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
“...mas ela não se condiciona a questões que lhe são estranhas.” 
Este item resumo o que falamos na questão anterior – o emprego de substantivo de 
forma genérica faz com que não seja usado nenhum determinante, como o artigo. 
Com isso, não existe a chance de haver crase – se houver um “a”, este será a 
preposição exigida pelo termo regente, que, neste caso, é o verbo CONDICIONAR. 
 
12 - Preserva-se a correção das relações de regência no texto ao se substituir o 
pronome átono “lhe” (R.15) por a ela. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Há limites para a interpretação razoável da norma constitucional, mas ela não 
se condiciona a questões que lhe são estranhas. 
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A troca do pronome “lhe” por “a ele/ela” é sempre válida, pois mantém a função 
sintática do pronome (no caso, complemento nominal, por se relacionar com um 
adjetivo). 
 
 
13 - (CESPE UNB / AGU – Procurador Federal / 2002) 
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição 
de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a 
propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o 
servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento do 
amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu 
sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e 
socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e 
sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a 
paralisação de cada energia individual para o trabalho na população nacional; o 
fechamento dos nossos portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a 
valorização social do dinheiro, qualquer que seja a forma como for adquirido; o 
desprezo por todos os que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de 
ambições materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, 
desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de surgirem 
individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos, porque o país, no 
meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho honrado, das virtudes 
obscuras, da pobreza que procura elevar-se honestamente, está, como se disse, 
“apaixonado por sua própria vergonha”. 
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores 
esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre 
presente a idéia de que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, 
defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — 
calculadas todas as influências que lhe estão precipitando o desfecho — será 
assinalado por sintomas crescentes de dissolução social. 
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova 
Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações). 
Em relação ao texto, julgue o item que se segue. 
- O emprego de crase em “desde a mais alta até à mais baixa” (R.18-19) é obrigatório, 
segundo os princípios da norma culta. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O vocábulo “até” pode ser classificado como: 
a) PREPOSIÇÃO – neste caso, estabelece limite: “Chegarei até o meio-dia.”; 
b) PALAVRA DENOTATIVA – dá a idéia de “inclusão”: “Ele deu o golpe em várias 
pessoas, até em sua mãe.”. 
No primeiro caso, existe também a possibilidade de empregar a locução prepositiva 
“até a” (contração das duas preposições: até + a). Assim, se houver um termo regido 
com outro “a”, ocorre crase (contração de “até a” com “a”, formando “até à”). 
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Isso é muito comum na indicação de horas: “Chegarei até as 10 horas.” ou “Chegarei 
até às 10 horas.”. 
Assim, pode haver crase (se houver o emprego de “até a” + outro “a”) ou não (se 
houver apenas a preposição “até” com outro “a”). É por isso que o acento não é 
obrigatório, como foi afirmado na questão, tornando-a ERRADA. 
Ressalte-se que tal faculdade não existe no caso do “até” ser palavra denotativa de 
inclusão (“Ele roubou até a mãe.”). 
Voltando a falar sobre paralelismo, na indicação de horas, caso se resolva empregar o 
artigo antes de um elemento, deve-se empregar também junto aos demais. 
“A loja funciona .... 7h .... 10h.” 
Como é que fica? 
1ª opção - com artigo antes dos dois termos: “A loja funciona das 7h às 10h.”; 
2ª opção – sem artigo: “A loja funciona de 7h a 10h.”. 
Incorre em erro a construção “de 7h às 10h”, por falta de paralelismo sintático. 
 
14 - (UnB CESPE / BRB /2005) 
Julgue se o item subseqüente está gramaticalmente correto e adequado para a 
correspondência oficial. 
- Se a integração de sistemas, possibilitada pela tecnologia da informação, propiciou a 
realização de várias transações a distância, ela ainda não integrou o sistema bancário 
às aplicações de comércio eletrônico e muito menos à outras transações no âmbito do 
governo, como a gente gostaria de ver. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O primeiro problema da construção é o emprego do acento grave. 
A preposição “a” foi exigida pelo termo regente, o verbo INTEGRAR (integrou o sistema 
bancário a ...), sendo dois os termos regidos – “às aplicações de comércio eletrônico” e 
“.... outras transações no âmbito do governo”. 
Como o segundo termo regido foi usado em sentido genérico “outras transações” (= 
quaisquer outras transações), o que impede o emprego de artigo definido. 
Note que, se usássemos o determinante, estaríamos nos referindo a certas transações 
(As outras transações – essa, essa e aquela...), e não a quaisquer transações. 
Em seguida, nota-se outro problema. Como o enunciado indica ser esta uma 
correspondência oficial, não se deve usar expressões coloquiais, como “a gente. Além 
disso, textos oficiais devem ser impessoais, evitando-se opiniões de caráter subjetivo 
(como “nós gostaríamos de ver”). 
 
 
(UnB CESPE / TJ BA - Administrador / 2005) 
Texto para as questões 15 e 16. 
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1 A responsabilidade política do Poder Judiciário no 
MERCOSUL é nítida nesta quadra. Precisamos, portanto, 
com absoluta transparência, discutir e verificar como as 
4 nossas instituições jurídicas estão desenhadas. A justiça 
brasileira ainda está presa às concepções autonômicas do 
século XIX, e, por isso, o tratado internacional tem 
7 sido considerado norma de natureza ordinária, e, 
conseqüentemente,é sujeito à modificação, à revogação e à 
alteração por qualquer legislação ordinária, sem qualquer 
10 audiência dos organismos internacionais e dos países que 
foram co-participantes da elaboração de um tratado, seja ele 
de qualquer natureza: comercial, civil, tributária. 
Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa/palavra_dos_ministros 
(com adaptações). 
 
Acerca do texto acima, julgue os itens seguintes. 
15 - Na linha 5, estaria gramaticalmente correta a preferência pela estrutura presa a 
concepções, em que é omitido o artigo feminino plural, com a permanência da 
preposição. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Se em vez de identificas as concepções (“...está presa às concepções autonômicas 
do século XIX...”), o autor preferisse o emprego genérico do substantivo (“... esta 
presa a concepções...”), não seria usado o artigo, não havendo possibilidade de crase 
(contração de preposição com outro “a”). 
Está correta a afirmação. 
 
16 - Os três sinais indicativos de crase empregados à linha 8 têm justificativas 
diferentes, e dois deles podem ser omitidos sem prejuízo para a correção gramatical 
do período. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O trecho em análise é: “... conseqüentemente, é sujeito à modificação, à 
revogação e à alteração por qualquer legislação ordinária...”. 
São, portanto, três os termos regidos pelo vocábulo “sujeito”, que rege a preposição 
“a”: modificação, revogação e alteração. 
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Por respeito ao paralelismo sintático, se houvesse a supressão do artigo antes de dois 
elementos, o mesmo deveria ser feito antes do terceiro, uma vez que todos exercem a 
mesma função sintática: “... sujeito a modificação, revogação e alteração...”. 
 
17 - (UnB CESPE/ DPF - Delegado/ 2004) 
1 A análise que a sociedade costuma fazer da 
violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, 
quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de 
4 segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por 
discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são 
levadas em conta na definição de políticas públicas. Como 
7 reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu 
pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que 
ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da 
10 AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo 
desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para 
avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos 
13 e sociológicos associados às raízes sociais da violência 
urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, 
narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, 
16 imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça. 
Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com 
adaptações). 
Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 
- Na linha 13, o emprego do sinal indicativo de crase em “às raízes” justifica-se pela 
regência de “associados” e pela presença de artigo; o sinal deveria ser eliminado caso 
a preposição viesse sem o artigo. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Já deu para perceber que a banca gosta de bater na mesma tecla – emprego de 
substantivo em sentido genérico dispensa o artigo e impossibilita a ocorrência de 
crase. 
Como a preposição é exigida por “associados”, o termo regido foi usado com artigo 
(“... associados às raízes sociais da violência...”). Se fosse retirado o artigo, haveria 
apenas um “a” – a preposição – não havendo crase (“... associados a raízes sociais 
da violência...”). Está perfeita a proposição. 
 
18 - (UnB CESPE / STM Técnico /2004) 
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1 Sempre que um crime violento envolvendo menores 
abala a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade 
de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo 
4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 
anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças. 
Segmentos da população, assustados com o aumento 
7 da violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista 
da segurança perdida. 
Encarar o Estatuto da Criança e do Adolescente 
10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução 
cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que 
situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a 
13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares. 
Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como 
escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. 
16 Depois virão os de 14, 12, 10. 
Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações). 
Julgue o seguinte item, a respeito do texto acima. 
- Na linha 13, por estar marcado pelo sinal de crase como objeto indireto de 
“devolver”, o termo “às ruas” admite ser deslocado para imediatamente antes do 
termo “a paz”, sem que fique prejudicada a correção do texto. 
 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Vamos reproduzir o trecho em comento: “...fórmula mágica capaz de devolver a 
paz às ruas e aos lares.” 
O verbo DEVOLVER apresenta bitransitividade: devolver algo a alguém. 
O objeto direto é “a paz”, enquanto que são dois os objetos indiretos: “às ruas e aos 
lares”. 
O examinador sugere a mudança de posição de apenas um dos núcleos do objeto 
indireto, mantendo o outro na mesma posição, o que provocaria um truncamento 
sintático à construção (“... devolver às ruas a paz e aos lares”). Ou se desloca todo o 
objeto indireto (“... devolver às ruas e aos lares a paz”), ou se deixa do jeito que está. 
Sempre que a banca fizer qualquer sugestão, vá ao texto e verifique se isso não 
provocaria prejuízo gramatical ou à coerência e coesão textuais. 
 
 
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19 - (UnB CESPE / Câmara dos Deputados / 2003) 
Os muitos livros que temos e que envolvem, de maneira descritiva, ensaística ou 
ficcional, o território chamado Brasil e o povo chamado brasileiro, sempre nos serviram 
de farol (e não de espelho, como quer uma teoria mimética apegada à relação estreita 
entre realidade e discurso). Com a sua ajuda e facho de luz é que temos caminhado, 
pois eles iluminam não só a vasta e multifacetada região em que vivemos, como 
também a nós, habitantes que dela somos, alertando-nos tanto para os acertos quanto 
os desacertos administrativos, tanto para o sentido do progresso moral quanto para o 
precipício dos atrasos irremediáveis. São eles que nos instruem no tocante às 
categorias de análise e interpretação dos valores sociais, políticos, econômicos e 
estéticos que — conservadores, liberais ou revolucionários; pessimistas, entreguistas 
ou ufanistas — foram, são e serão determinantes da nossa condição no concerto das 
nações do Ocidente e, mais recentemente, das nações do planeta em vias de 
globalização. 
O interesse mais profundo e direto que esses livros manifestam não é pelo habitante 
privilegiado desde a primeira hora. Aquele que, ao se transplantar de lá para cá, 
recebeu benesses, ou aquele outro que foi alvo de ato de nomeação para ocupar cargo 
oficial, auferindo altos proventos e jurando obediência irrestrita à Coroa portuguesa. 
Interessam-se, antes e quase que exclusivamente, pelo habitante que, já nascido 
nestas terras, buscava construir (ou inventar) um pequeno domínio de que seria 
proprietário exclusivo, sem reconhecer os limites das amarras políticas e fiscais 
metropolitanas; interessam-se ainda pelo estrangeiro que, ao adotar a nova pátria, 
queria colonizá-la à sua própria maneira, dela extraindo o que havia de mais 
rentável para si próprio e para os seus descendentes. 
Silviano Santiago. Intérpretes do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. I, 
2000, p. XV (com adaptações). 
A propósito dos recursos lingüísticos e semânticos que estruturam o texto, julgue o 
item subseqüente. 
-Em “à sua própria maneira” (R.22), de acordo com a norma culta, o emprego do sinal 
indicativo de crase é opcional 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Um dos pontos polêmicos quando se trata de crase é o emprego do acento em 
locuções adverbiais femininas. 
Alguns autores só admitem o acento se houver necessidade de se eliminar 
ambigüidade (Napoleão Mendes de Almeida é um deles). 
Imagine a seguinte construção: “Chegou a noite”. 
Pode-se entender que (1) “anoiteceu” ou que (2) “chegou ao anoitecer”. No 
primeiro sentido, “a noite” seria sujeito e, portanto, sem preposição. Já no segundo, a 
expressão tem valor adverbial e, para não ser confundido com o primeiro, receberia 
acento (Chegou à noite.). 
Não havendo ambigüidade, segundo essa doutrina, não se acentuaria (“Matei a faca.”). 
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Outros gramáticos, porém, afirmam ser necessário o acento mesmo que não haja esse 
risco de ambigüidade. Neste grupo, inclui-se Celso Luft, que recomenda o acento em 
todas as locuções femininas: prepositivas, conjuntivas, adjetivas e adverbiais. 
Temos, portanto, duas linhas doutrinárias: uma só aceita o acento se houver 
ambigüidade; outra exige o acento de forma incondicional. 
Note, contudo, que a banca ficou “em cima do muro”, ao afirmar que tal locução 
adverbial poderia se apresentar com ou sem acento (“a sua própria maneira” ou “à sua 
própria maneira”). 
Ao mesmo tempo em que não haveria nenhum risco de ambigüidade (o que eliminaria 
o acento “... queria colonizá-la a sua própria maneira...”), afirmou ser o acento 
opcional, contrariando, assim, a recomendação de Luft, de que o acento seria 
indispensável. 
Parece-nos que a banca raciocinou no sentido do emprego de pronome possessivo, 
que, como vimos, faculta o acento, sem adentrar no mérito de ser esta uma expressão 
de valor adverbial. Com isso, ficamos sem saber se segue um ou outro posicionamento 
doutrinário. 
Vamos continuar aguardando. 
 
20 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002) 
O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a economia brasileira, que 
levaram a mudanças substanciais na formação de expectativas quanto ao desempenho 
das principais variáveis econômicas. No início, configurou-se um cenário promissor, 
com perspectivas de crescimento real da economia brasileira oscilando entre 4% e 5%. 
A deterioração desse cenário ocorreu pela combinação de fatores internos e externos, 
que desviaram consideravelmente o crescimento real do produto interno bruto (PIB) 
para 2,25%, até setembro de 2001, comparado com igual período do ano anterior. No 
cenário interno, o aumento da taxa SELIC no final de 2001 e o racionamento 
energético contribuíram para a desaceleração da economia. 
No cenário internacional, o agravamento da crise argentina e o desaquecimento 
econômico dos Estados Unidos da América (EUA), principalmente após os atentados 
terroristas de 11 de setembro, aumentaram as preocupações quanto ao contágio das 
tensões externas sobre a economia nacional. Apesar dessas adversidades, o ano de 
2001 terminou com reversão parcial do pessimismo instaurado na economia brasileira. 
As políticas fiscal e monetária contribuíram para fortalecer os fundamentos 
econômicos, limitando os impactos inflacionários da depreciação cambial. 
Relatório do Banco do Brasil S.A. In: Correio Braziliense (com adaptações). 
Com base no texto, julgue o item que se segue. 
- O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” (R.2) é facultativo, 
porque “mudanças” está no plural. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Se resolvêssemos empregar um artigo antes da palavra “mudanças”, este seria 
necessariamente PLURAL (as mudanças), formando crase em “levariam às 
mudanças”, em função de o termo regente exigir a preposição “a”. 
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O que não é possível é empregar acento grave sem a flexão no plural do artigo 
(“levariam à mudanças*...”), como sugere o examinador. 
 
(UnB CESPE /TCU – Técnico /2004) 
Texto para as questões 21 a 23. 
1 Em uma iniciativa inédita, dez grandes corporações 
assinaram um compromisso com o Fórum Econômico 
Mundial para divulgar regularmente o volume de suas 
4 emissões de gases poluentes. Com isso, elas se antecipam 
aos governos que ainda estão aguardando a entrada em vigor 
do protocolo de Kyoto. Pelo acordo, denominado Registro 
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as 
multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do 
meio ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que 
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas 
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de 
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 
13 cerca de 5% das emissões mundiais. 
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações). 
A partir do texto acima e considerando aspectos marcantes da questão ambiental no 
mundo contemporâneo, julgue os itens seguintes. 
21 - Caso se optasse por às expectativas em lugar de “a expectativas” (R.9), o 
período em que se encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da 
norma culta escrita. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O termo regente, o verbo ATENDER, rege a preposição “a”. O termo regido foi 
empregado em sentido genérico, dispensando-se o artigo (“... atendendo a 
expectativas...”). Caso se deseje determinar o substantivo, será usado o artigo 
definido feminino plural, formando “... atendendo às expectativas...”, exatamente do 
jeitinho que o examinador sugeriu. Por isso, está correta a proposição. 
 
22 - Para tornar o texto mais formal e adequado a uma redação oficial, mantendo a 
correção gramatical e as relações semânticas, deve-se reescrever o trecho “passam a 
informar o seu grau” (R.8) da seguinte forma: passam a informar-lhe o grau. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
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Vimos na aula sobre PRONOMES que o pronome oblíquo “lhe” pode ser usado com 
valor possessivo. Assim, sob o ponto de vista gramatical, seria possível empregar 
“informar-lhe o grau” no lugar de “informar o seu grau”. Contudo, em função da 
regência do verbo INFORMAR, a nova estrutura levaria a uma ambigüidade: o pronome 
“lhe” poderia ser considerado o objeto indireto do verbo, no sentido de “informar a 
alguém o grau.”. 
Em função dessa alteração de sentido da construção original, a proposição estaria 
ERRADA, já que não seriam mantidas as relações semânticas. 
 
23 - Serão respeitadas as regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase 
no “a” que precede “informar” (R.8). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Se o termo regido é um VERBO, não existe possibilidade alguma de haver crase, uma 
vez que não se pode empregar um artigo definido feminino antes desse termo. O 
que existe é apenas a preposição. Por isso, o emprego de acento grave provocaria 
erro gramatical à passagem. 
 
(UnB CESPE / STM Técnico /2004) 
Texto para as questões 24 e 25. 
1 Filhos malcriados e agressivos... O problema da 
autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no 
exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece 
4 que criamos um bando de angustiados, mais do que seria 
natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de 
incertezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose 
7 de angústia é do jogo e faz bem. 
Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, 
e nos isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem 
10 devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque, 
atordoados pelo excesso de psicologismo barato, talvez 
tenhamos desaprendido a dizer não, nem distinguimos 
13 quando se devia dizer sim. 
Ter um filho é necessariamente ser responsável. 
Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é 
16 uma grave responsabilidade. 
LyaLuft. Sobre pais e filhos. In: Veja, 16/6/2004, p. 21 (com adaptações). 
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Considere as idéias e as estruturas lingüísticas do texto acima para julgar os itens 
subseqüentes. 
24 - Para preservar a correção gramatical, se o termo “adultos” (R.8) fosse substituído 
por um termo no feminino, a preposição antes de “nós” (R.8) sofreria contração com o 
artigo feminino e receberia acento indicativo de crase. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O termo regente, o verbo “desestabilizar”, é transitivo direto (algo desestabiliza 
alguém), ou seja, não é o verbo que exige a preposição, mas, sim, o pronome oblíquo 
“nós”. Estes pronomes - nós, vós, ele(s), ela(s) – quando atuam como oblíquos vêm 
sempre regidos por preposição (algo desestabiliza a nós.). 
Só que, acompanhando o pronome oblíquo, está somente a PREPOSIÇÃO, não 
havendo, assim, nenhuma possibilidade de haver crase, diante da impossibilidade de 
se colocar um artigo definido feminino antes do pronome. 
Por isso, a mudança do substantivo “adultos” não modifica em nada a relação entre a 
preposição e o pronome pessoal: “quando isso nos desestabiliza, a nós, mulheres...”. 
 
 
25 - Preserva-se a coerência textual ao se substituir o pronome “quem” (R.9) pelo 
pronome que; mas para se preservar a correção gramatical será, então, necessário 
retirar-se a preposição que o antecede. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Estudamos na aula sobre pronomes que o relativo “quem” é usado quando o referente 
for “pessoa” e está sempre acompanhado de preposição. Nesse caso, a preposição é 
exigida pelo verbo CUIDAR (alguém cuida de alguém/algo), presente na oração 
subordinada adjetiva (“...desses de quem estamos ainda cuidando...”). 
Se, em vez de usarmos o relativo “quem”, quisermos usar o relativo universal – que -, 
haveria mudança tão-somente no emprego do pronome, em nada se alterando a 
regência do verbo CUIDAR, que continuaria a exigir a preposição: “...desses de que 
estamos ainda cuidando...”). 
Assim, está incorreta a afirmação de que, para preservar a correção gramatical, seria 
necessário retirar a preposição. Essa retirada provocaria erro à construção. 
 
 
(CESPE UNB/DEFENSOR/2004) 
Texto para as questões 26 e 27. 
Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais. 
Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos 
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falados em nosso país. Qual é a situação atual e importância? Há proteção legal para 
eles? É o que tentaremos analisar. 
O idioma, como uma das formas de expressão de uma cultura, constitui um bem 
cultural e como tal tem caráter difuso, ou seja, é de uso comum do povo e seus 
titulares são pessoas indeterminadas. 
O patrimônio lingüístico de um país é um dos seus maiores bens, além de seu maior 
legado às gerações futuras, pois, com a transmissão dos idiomas, transferem-se 
milhares de características, fatores e costumes especiais e únicos. 
Por conseqüência, a morte de um idioma implica perda imensurável a um país e, 
inclusive, à humanidade, pois perde-se, além da forma básica de comunicação, uma 
cultura com todas as suas expressões, como folclore, história, musicalidade, religião 
etc. 
Portanto, a manutenção de um idioma é um fator importantíssimo para a identidade de 
um povo, por constituir um dos seus principais suportes culturais, além de ser uma 
expressão preservadora de sua dignidade e orgulho. Daí a necessidade de 
conhecermos nosso riquíssimo patrimônio lingüístico, conscientizarmo-nos de sua 
importância e da necessidade de protegê-lo, inclusive com uma efetiva aplicação da 
legislação, se for preciso. 
Antônio Silveira. R. dos Santos. Patrimônio lingüístico: importância e 
proteção. In: Correio Braziliense, Direito e Justiça, 5/7/2004, p. 3 (com 
adaptações). 
A respeito da organização do texto acima, julgue os seguintes itens. 
26 - Na linha 1, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo de crase em 
“a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos genérico e mais 
especificamente direcionado para “riquezas nacionais” (R.2). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas 
nacionais. 
O termo regente “DAR”, verbo principal da locução verbal “temos dado”, exige a 
preposição “a” antes de seu complemento indireto (dar atenção A alguém/algo). 
Na posição de termo regido, temos a expressão “uma de nossas mais importantes 
riquezas”, que impossibilita o emprego do artigo definido feminino antes de si. Em 
função disso, está ERRADO afirmar que o emprego de acento grave seria opcional. Ele 
seria, sim, inadequado, por não haver crase. 
 
27 - Em “Por conseqüência, a morte de um idioma implica perda imensurável a um 
país e, inclusive, à humanidade, pois perde-se, além da forma básica de comunicação, 
uma cultura com todas as suas expressões, como folclore, história, musicalidade, 
religião etc.”, o emprego da preposição que antecede os termos “um país” e 
“humanidade” é exigido pelas regras de regência segundo as quais está empregado o 
verbo implicar. 
 
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ITEM ERRADO 
Comentário. 
O verbo IMPLICAR, como vimos na aula passada, é originalmente transitivo direto 
(implicar alguma coisa), mas já apresenta inovação sintática, em função de sua 
proximidade semântica com outros verbos transitivos indiretos. 
Contudo, o examinador passou longe dessa discussão. O complemento verbal é perda, 
ligado diretamente ao verbo (mantendo, assim, a regência originária). Esse 
substantivo, por sua vez, é o termo regente de dois termos regidos: “um país” e 
“humanidade”, ligando a eles por meio da preposição “a” (perda a um país e à 
humanidade). 
O erro da questão está em afirmar ser o verbo IMPLICAR o termo regente. 
 
(UnB CESPE /TCDF - Analista/2002) 
Texto para as questões 28 a 30. 
1 Em geral, quando falamos de violência, pensamos em 
uso da força, com vistas à exclusão de grupos ou indivíduos 
de uma dada situação de poder. Essa violência pode ou não 
4 encontrar resistência na violência dos excluídos. Como quer 
que seja, nos dois casos estão em jogo os princípios 
axiológicos que permitem arbitrar o que é legal ou ilegal, 
7 legítimo ou ilegítimo, na interação entre os humanos. O ponto 
central é a noção de abuso de poder, de invasão 
desestruturante de uma ordem desejável, posta no horizonte 
10 ético da cultura. 
O fato histórico do alheamento de indivíduos ou 
grupos humanos em relação a outros não é novo na dinâmica 
13 social. Desqualificar moralmente o outro significa não vê-lo 
como um agente autônomo e criador potencial de normas 
éticas ou como um parceiro na obediência a leis partilhadas 
16 e consentidas ou, por fim, como alguém que deve ser 
respeitado em sua integridade física e moral. 
No estado de alheamento, o agente da violência não 
19 tem consciência da qualidade violenta de seus atos. Se o 
possível objeto da violência nada tem a oferecer-lhe, então 
não conta como pessoa humana e pouco importa o que venha 
22 a sofrer. Ao contrário da crueldade inspirada na rivalidade 
ameaçadora, real ou imaginária, a indiferença anula quase 
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totalmente o outro em sua humanidade. 
Jurandir Freire. A ética democrática e seus inimigos. In: O desafio ético, p. 77-80 (com 
adaptações). 
Com respeito ao emprego das expressões ou palavras no texto, julgue os itens que se 
seguem. 
28 - Por estar empregado na acepção de discorrer, o verbo falar, na expressão 
“falamos de violência” (R.1), admite alternativamente o emprego da preposição em ou 
sobre, em lugar de “de”.ITEM CERTO 
Comentário. 
Nessa acepção, o verbo FALAR admite as preposições mencionadas pelo examinador. 
Está correta a assertiva, que trata de sintaxe de regência verbal. 
 
 
29 - Mantém-se a coerência textual e a correção gramatical se, na expressão “à 
exclusão de” (R.2), o termo sublinhado for substituído pelo verbo excluir, com a 
conseqüente retirada da preposição “de”. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Se trocássemos a palavra “exclusão” (feminina) pelo verbo EXCLUIR, além de retirar a 
preposição “de”, haveria também a necessidade de se eliminar o acento grave, uma 
vez que, antes de verbo, não se emprega acento por não haver artigo definido 
feminino. 
 
30 - Não ocorre o sinal indicativo de crase em “a leis” (R.15) por não estar aí 
empregado o artigo definido feminino. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Isso já está ficando chato....(rs...). 
Por ter sido usado em sentido genérico, o vocábulo “leis” não se faz acompanhar por 
artigo definido e, como conseqüência, impossibilita a ocorrência de crase – há apenas 
a preposição “a”. 
 
 
 
 
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(UnB CESPE / DPF – Escrivão / 2002) 
Texto para as questões 31 e 32. 
Lembremos que a modernidade se caracteriza não apenas por um novo modo de 
produção e de vida, mas também por uma nova forma de relacionamento entre os 
homens na sociedade, o que influi até mesmo no julgamento que fazemos uns dos 
outros. Essa forma de relacionamento, que vem desde a Revolução Industrial, é 
intermediada pelo trabalho, e os parâmetros para julgar as pessoas são o dinheiro e a 
propriedade. 
Entretanto, trabalho e dinheiro não estão disponíveis para todos. Em cidades 
superpopulosas, em meio às crises das indústrias, freqüentemente os trabalhadores se 
vêem sem meios de sobreviver. Essa relação entre os homens é, portanto, uma 
relação desigual, em que geralmente os trabalhadores estão em desvantagem, já que 
não possuem meios estáveis de sobrevivência e dependem de empregadores. 
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 
1999, p. 26. 
Julgue os itens seguintes, a respeito das estruturas lingüísticas empregadas no texto. 
31 - A substituição de “Lembremos” (R.1) por Lembremo-nos de provoca erro 
gramatical. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Agora, o que o examinador explorou foi a regência dos verbos LEMBRAR e LEMBRAR-
SE. O primeiro é transitivo direto (“Lembremos que...”) e o pronominal exige 
complemento indireto com a preposição “de” (Lembremo-nos de que...). 
Não se verifica erro algum na construção sugerida, tornando a assertiva INCORRETA. 
 
32 - O emprego do sinal indicativo de crase antes de “crises” (R.8) indica que aí está 
presente também o artigo definido feminino plural as. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O termo regente é a locução prepositiva “em meio a”. O termo regido é o substantivo 
“crises”, que admite artigo definido feminino (as crises). Por isso, ocorreu crase. 
 
 
33 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006) 
1 Se separarmos da palavra civilização as noções de 
utilitarismo e progressismo, dadas pelo senso comum e pelo 
pensamento conservador (“desenvolvimento da indústria e do 
4 comércio, aquisição de bens materiais e de luxo”), e 
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restituirmos a ela o sentido original, “fineza dos costumes”, 
“educação dos espíritos”, “desenvolvimento da polidez”, 
7 “cultura das artes e das ciências”, podemos dizer então que 
a civilização está a perigo. 
No plano político, no lugar da antiga idéia de 
10 Constituição e respeito à cidadania, o termo civilização 
passou a ser associado a performance, espetáculo, marketing, 
simulação e, principalmente, eficácia. 
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
história (com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
- É possível a inserção da preposição a antes de “eficácia” (R.12). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O trecho em análise é “o termo civilização passou a ser associado a 
performance, espetáculo, marketing, simulação e, principalmente, eficácia.”. 
O termo regente é “associado” (parece que o Cespe adora essa palavra, não é?). Os 
termos regidos são “performance, espetáculo, marketing, simulação e eficácia”. Em 
função da distância ocasionada pelo advérbio, é possível repetir a repetição antes do 
último elemento. Note, contudo, que esta preposição precisa vir desacompanhada de 
artigo, para que seja mantido o paralelismo sintático com os demais elementos do 
grupo. 
 
34 - (UnB CESPE/PETROBRAS /2007) 
1 Após os dois choques de preços do petróleo, 
problemas ligados ao desequilíbrio do balanço de 
pagamentos e à garantia do suprimento de energia levaram 
4 à formulação de uma política energética cujos objetivos 
centrais eram a conservação da energia, o aumento da 
produção nacional de petróleo e de eletricidade e a 
7 substituição de derivados de petróleo por fontes alternativas 
nacionais (energia hidrelétrica, biomassa, carvão mineral 
etc.). Os instrumentos utilizados foram a política de preços 
10 de energia, a política tecnológica e a política de incentivos e 
subsídios, além de medidas de restrição ao consumo através 
do estabelecimento de quotas às empresas do setor industrial. 
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Comissão interministerial para a preparação da conferência das Nações 
Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento (CIMA). O desafio do 
desenvolvimento sustentável. 
Secretaria de Imprensa. Presidência da República, dez. de 1991 (com 
adaptações). 
Tomando por base a organização do texto acima, julgue o item subseqüente. 
- O emprego do sinal de crase em “à garantia” (R.3) e “à formulação” (R.4) indica que 
são dois os complementos de “ligados” (R.2). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Cuidado com as indicações de termos regentes. 
Em “... problemas ligados ao desequilíbrio do balanço de pagamentos e à 
garantia do suprimento de energia levaram à formulação de uma política 
energética cujos objetivos”, o termo regido “garantia” possui como regente o 
adjetivo “ligados” (“... ligados ao desequilíbrio ... e à garantia...”), mas o substantivo 
“formulação” é complemento do verbo LEVAR (“... levaram à formulação...”). 
Uma leitura atenta bastaria para solucionar essa questão. 
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
Até a próxima. Bons estudos. 
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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 
1 - (UnB CESPE/ TRE MA- Analista / 2006) 
Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos apresentados 
nos seguintes itens. 
I - Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias. 
II - Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo. 
III - Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas. 
IV - Tema à que se refere a legislação em vigor. 
V - Submissão às regras da lei eleitoral. 
VI - Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão. 
VII - Características semelhantes às da legislação eleitoral. 
 
O emprego da crase está correto apenas nos itens 
A) I, II e IV. 
B) I, IV e VII. 
C) II, V e VII. 
D) III, IV e VI. 
E) V, VI e VII. 
 
2 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007) 
1 As enchentes urbanas vêm fazendo parte, com 
freqüência, da rotina dos habitantes das grandes cidades, 
tendo como principal causa o próprio processo de 
4 urbanização. Nas grandes cidades brasileiras, pode-se 
constatar a ocupação desordenada do solo urbano, a 
remoção da cobertura vegetal da bacia hidrográfica, com 
7 a conseqüente impermeabilização da superfície, a 
ocupação de grandes extensões de várzeas naturalmente 
inundáveis, além do aumento na geração de lixo e esgoto 
10 sanitário,coletados e tratados inadequadamente. Todos 
esses fatores modificam e causam impactos no sistema de 
drenagem natural, que sofre também alterações diretas 
13 pela implantação de canais artificiais. A conseqüência é 
o aumento da freqüência, da magnitude, da rapidez e do 
tempo de permanência das cheias que têm causado 
16 prejuízos às cidades. 
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Marcelo Miguez e Flávio César Borba Mascarenhas. In: O Globo, 30/11/2006 
(com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
 
- Na linha 16, o emprego de sinal indicativo de crase em “às cidades” justifica-se pela 
regência de “têm” e pela presença de artigo feminino plural. 
 
 
3 - (UnB CESPE /TRE PA – Analista / 2007) 
Com referência às relações de regência e ao emprego do sinal indicativo de crase, 
assinale a opção incorreta. 
A) Todos os eleitores faltosos permanecem sujeitos àquelas penalidades previstas em 
lei. 
B) A posse dos deputados estaduais eleitos compete às assembléias legislativas dos 
estados. 
C) A população assistiu, ao vivo e em cores, à contagem dos votos no último processo 
eleitoral. 
D) A escolha dos dirigentes do Poder Executivo para seus cargos submete-se à 
vontade popular. 
E) Ninguém tem o direito de alegar à ignorância no que diz respeito à necessidade e à 
importância do voto. 
 
4 - (UnB CESPE / ICMS AC / 2006) 
Analise e julgue a opção em relação à sintaxe de concordância, de regência ou ao 
emprego do sinal indicativo de crase. 
- Um anti-herói é a figura lendária à qual faltam as qualidades físicas ou as virtudes 
atribuídas ao herói clássico. 
 
5 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
1 A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está 
intimamente ligada à da expansão comercial e colonial 
européia na Época Moderna. Parte integrante do império 
4 ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o 
largo período de sua formação colonial, os problemas e os 
mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial 
7 lusitana. Por outro lado, a história da expansão ultramarina e 
da exploração colonial portuguesa desenrola-se no amplo 
quadro da competição entre as várias potências, em busca do 
10 equilíbrio europeu; dessa forma, é na história do sistema geral 
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de colonização européia moderna que devemos procurar o 
esquema de determinações no interior do qual se processou a 
13 organização da vida econômica e social do Brasil na primeira 
fase de sua história e se encaminharam os problemas políticos 
de que esta região foi o teatro. 
Fernando A. Novais. Aproximações: estudos de história e historiografia. São 
Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45. 
Com relação a aspectos lingüísticos do texto, julgue o item a seguir. 
- No trecho “ligada à da expansão comercial e colonial européia” (R.2-3), o acento 
grave indica crase de preposição e pronome, o qual substitui “história”. 
 
6 - (UnB CESPE/MRE Oficial de Chancelaria/ 2006) 
Soy loco por ti, América 
1 “A interpretação da nossa realidade com esquemas 
alheios só contribui para tornar-nos cada vez mais 
desconhecidos, cada vez menos livres, cada vez mais 
4 solitários.” Fomos “descobertos” ou reinventados pelos 
colonizadores, que impuseram o sentido que mais lhes 
convinha à nossa história. “Insistem em medir-nos com o 
7 metro que se medem a si mesmos” e assim se consideram 
“civilizados” e a nós, “bárbaros”. Não se dão conta de que 
“os estragos da vida são iguais para todos” e que a busca da 
10 identidade própria é tão árdua e sangrenta para nós como foi 
para eles. Talvez os ex-colonizadores — hoje imperialistas 
— fossem mais compreensivos conosco — os “bárbaros” —, 
13 se olhassem melhor para o seu próprio passado, sem a 
mistificação com que o envolveram antes de exportá-lo para 
nós. 
16 A América Latina e o Caribe reivindicam o direito 
de ter uma história própria, assim como temos uma cultura 
e um esporte próprios — tão admirados por eles. 
19 “A solidariedade com nossos sonhos não nos fará sentir 
menos solitários, enquanto não se concretize com atos de 
apoio legítimo aos povos que assumam a ilusão de ter uma 
22 vida própria na divisão do mundo.” 
“Por que a originalidade que nos é admitida, sem 
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reservas na literatura, nos é negada com todo tipo de 
25 suspeitas em nossas tão difíceis tentativas de transformação 
social, que os colonizadores tiveram tanta dificuldade — eles 
também — para encontrar e, ainda assim, com defeitos, que 
28 cada vez mais ficam evidentes? Por que nos condenar a viver 
“como se não fosse possível outro destino senão o de viver 
à mercê dos grandes donos do mundo? Este é, amigos, o 
31 tamanho da nossa solidão.” 
A Vila Isabel desfilou este ano, na passarela do 
Sambódromo, com o tema Soy loco por ti, América, 
34 originalmente na música de Capinam e de Gil, reatualizando 
as citações do discurso com que García Márquez recebeu o 
Prêmio Nobel de Literatura em 8 de dezembro de 1982 –— 
37 já lá vai um quarto de século. 
Emir Sader. Jornal do Brasil, 26/2/2006 (com adaptações). 
Com referência ao texto “Soy loco por ti, América”, julgue o item seguinte. 
- A expressão “à nossa história” (R.6) é complemento do verbo impor, e, nela, é 
facultativo o emprego do acento indicativo da crase. 
 
7 - (UnB CESPE/ PM DF/ 2006) 
1 O conceito mais conhecido de inteligência é aquele 
relacionado com a capacidade de resolver problemas — dos 
mais simples aos mais complexos, na grande variedade das 
4 conquistas humanas nas diversas áreas do saber. É também 
a capacidade de criar produtos, materiais ou intelectuais, que 
sejam aceitos socialmente. É um potencial biológico e 
7 psicológico, isto é, a inteligência está associada aos nossos 
desejos e às nossas ações conscientes e inconscientes. 
Significa também escolher. É a capacidade pela qual 
10 conseguimos conhecer e compreender as coisas por meio de 
uma seleção de opções que se nos apresentam no dia-a-dia. 
Todo ser humano tem suas habilidades para 
13 interagir com o meio onde vive. Nossa inteligência não está 
em um espaço fechado chamado cérebro. Interagimos com 
o mundo e, utilizando nosso corpo e nosso ser, participamos 
16 da nossa cultura. Pensamos e sentimos como um todo. 
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A diversidade das habilidades humanas torna uns diversos 
dos outros. Não uns mais do que os outros, mas diversos, 
19 com competências diferentes, constituindo seres construtivos 
da história humana. Portanto, todos os humanos são seres 
inteligentes, com potenciais para ir além do que são já, neste 
22 instante. 
Celso Ribeiro. In: Jornal de Negócios/Vida e Saúde, 2/6/2002 (com 
adaptações). 
Com relação ao texto acima, julgue o próximo item. 
- O emprego do sinal indicativo de crase é facultativo no trecho “às nossas ações 
conscientes e inconscientes” (R.8) porque antecede o pronome possessivo “nossas”. 
 
(UnB CESPE/TCE PE – Assistente Técnico /2004) 
Texto para as questões 8 a 12. 
1 A maioria dos direitos é formal. Os direitos 
fundamentais dependem, todos, da adesão incondicional 
à norma que os cria. 
4 As formalidades são indissociáveis da democracia. 
Seria possível defender o recesso da liberdade, com base em 
argumentos substantivos, como criar condições para o 
7 desenvolvimento, combater a pobreza, garantir a segurança 
nacional. A aceitação do princípio de que os direitos 
individuais não podem ser suspensos deslegitima o 
10 argumento e autoriza a resistência à desobediência. 
A lógica jurídica é, em si, uma lógica pura, que 
se refere à forma e ao conteúdo das normas, não a objetivos 
13 práticos

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