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Indaial – 2021 Educação a distância E MEtodologias ativas Prof.ª Valéria Becher Trentin 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Valéria Becher Trentin Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: T795e Trentin, Valéria Becher Educação à distância e metodologias ativas. / Valéria Becher Trentin – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 185 p.; il. ISBN 978-65-5663-739-6 ISBN Digital 978-65-5663-734-1 1. Educação à distância. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 370 aprEsEntação Prezado acadêmico conectado ao mundo das tecnologias! Neste livro, abordaremos a trajetória de estudos acerca da educação, tendo, como foco, a Educação a Distância e as Metodologias Ativas. O conteúdo, aqui, apresentado, visa subsidiar a construção do conhecimento a respeito de como as tecnologias estão contribuindo para a transformação da educação. A abordagem apresentada pretende trazer reflexões acerca da Educação a Distância (EAD), modalidade que vem transformando os processos de ensino e de aprendizagem, ampliando os sentidos e favorecendo a criação de novas formas de compreender e de lidar com a construção do conhecimento. Nesse contexto da EAD, destacamos a importância das metodologias ativas, as quais podem ser utilizadas em sala de aula com ou sem a presença das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Destacamos o fato de isso ser essencial devido às metodologias ativas fazerem, cada vez mais, sentido no mundo em que vivemos, cabendo, ao professor, não ser mais o transmissor do conhecimento, mas o mediador, ou seja, aquele que ensina o aluno a “aprender a aprender”. Este livro está dividido em três unidades. Cada unidade apresenta aspectos da história da EAD, características, sujeitos, estilos de aprendizagem, metodologias ativas etc. Há, também, atividades para a complementação dos seus estudos na área, que é ampla e fascinante. Leia, reflita, mergulhe no universo da EAD e das metodologias ativas, pois estamos inseridos em uma sociedade cada vez mais globalizada quando os assuntos são a informação, a interação e a comunicação. Mantenha-se plugado, pois você descobrirá como utilizar a tecnologia na educação. Aperfeiçoe o olhar para “4D”, ou seja, para quatro dimensões: escola + aluno + tecnologia + sociedade. Mude o seu paradigma em relação às ideologias e às concepções tradicionais dos processos educacionais. Bons estudos! Profª. Valéria Becher Trentin Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS .............. 1 TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA .................................. 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - CONCEITOS E GERAÇÕES .................................................... 3 2.1 GERAÇÕES DA EAD ..................................................................................................................... 5 2.1.1 1ª geração: ensino por correspondência ............................................................................. 6 2.1.2 2ª geração: meios de comunicação de massa ..................................................................... 7 2.1.3 3ª geração: experiências em EAD ........................................................................................ 7 2.1.4 4ª geração: teleconferência .................................................................................................... 8 2.1.5 5ª geração: computador e internet ....................................................................................... 9 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL ................................................................................... 10 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 13 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 14 TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD ...... 16 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 16 2 TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................................... 16 3 MEDIAÇÕES SÍNCRONAS E MEDIAÇÕES ASSÍNCRONAS .............................................. 17 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 37 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 38 TÓPICO 3 — MODELO PEDAGÓGICO NA EAD E CONECTIVISMO ................................. 41 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41 2 MODELO PEDAGÓGICO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................. 41 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 51 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................55 UNIDADE 2 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CARACTERÍSTICAS, SUJEITOS E POSSIBILIDADES................................................................................................................................ 57 TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E CARACTERÍSTICAS ........................................ 59 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: QUAIS AS CARACTERÍSTICAS? .......................................... 61 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 70 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71 TÓPICO 2 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E SEUS SUJEITOS ................................................. 73 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73 2 PROFESSOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .......................................................................... 73 3 TUTOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................................................... 75 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 84 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 85 TÓPICO 3 — APRENDIZAGEM E ESTILOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ........................................................................................................................................... 89 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 89 2 APRENDIZAGEM: CONCEITO ..................................................................................................... 89 2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E APRENDIZAGEM COLABORATIVA ............................... 97 2.2 APRENDIZAGEM MULTIMÍDIA ........................................................................................... 103 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 109 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 116 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 117 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 119 UNIDADE 3 — METODOLOGIAS ATIVAS E APRENDIZAGEM ......................................... 123 TÓPICO 1 — O QUE SÃO METODOLOGIAS ATIVAS? .......................................................... 125 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 125 2 METODOOGIAS ATIVAS............................................................................................................. 125 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 131 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 136 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 137 TÓPICO 2 — METODOLOGIAS ATIVAS E PROCESSO DE APRENDIZAGEM ............... 139 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 139 2 INSTRUÇÃO/APRENDIZAGEM POR PARES (PEER-INSTRUCTION) ............................ 139 2.1 COMO A PEER INSTRUCTION FUNCIONA NO ENSINO? .............................................. 143 3 DESIGN THINKING ........................................................................................................................ 144 3.1 ETAPAS DO DESIGN THINKING ............................................................................................ 146 4 SALA DE AULA INVERTIDA OU FLIPPED CLASSROOM .................................................. 147 5 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS E APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS ....................................................................................................................................... 150 5.1 PLANO DE AULA PARA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS .................. 158 6 APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS................................................................................ 160 7 GAMIFICAÇÃO .............................................................................................................................. 161 7.1 DICAS PARA GAMIFICAR EM SALA DE AULA ................................................................ 164 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 167 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 168 TÓPICO 3 — PERSONALIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM E BNCC ..................................... 171 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171 2 METODOLOGIAS ATIVAS E A BNCC ...................................................................................... 171 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 177 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 179 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 180 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 183 1 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os conceitos da Educação a Distância; • compreender o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, ava- liando a utilização na modalidade EAD; • refletir a respeito das potencialidades pedagógicas na EAD. • conhecer as mudanças ocorridas a partir do histórico da educação a dis- tância. • analisar o papel do professor frente às novas tecnologias; • problematizar e buscar soluções para situações de aprendizagem frente às tecnologias. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD TÓPICO 3 – MODELO PEDAGÓGICO NA EAD E CONECTIVISMO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA 1 INTRODUÇÃO O estudo que se inicia tem, como objetivo, conhecer a Educação a Distância no contexto histórico. Esse conhecimento nos fará perceber as transformações que ocorreram ao longo do tempo para compreendermos a evolução, ou seja, a história e os caminhos já trilhados, as tecnologias empregadas e as possibilidades pedagógicas. A partir desse entendimento, buscaremos, neste tópico, a compreensãoda EAD e dos principais fatos que marcaram a trajetória histórica dela. Vamos nos aventurar?! 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - CONCEITOS E GERAÇÕES Iniciamos reflexões destacando que a modalidade de Educação a Distância (EAD), inicialmente, surgiu para suprir as deficiências de alcance do sistema de ensino convencional (MONTIEL et al., 2014). Os autores, ainda, ressaltam que, atualmente, essa modalidade de ensino se mostra capaz de complementar o sistema regular de ensino presencial, apoiando-se em práticas pedagógicas modernas e em recursos tecnológicos que facilitam a comunicação entre professor e aluno, ultrapassando os limites de tempo e de distância. Vale destacar que, para além da possibilidade de acesso a alunos de diferentes níveis socioeconômicos, a EAD favorece a equidade. A respeito desse aspecto, Alves (2011) diz que a Educação a Distância é uma das modalidades educacionais mais democráticas, pois utiliza as tecnologias da informação e de comunicação em prol da conquista do conhecimento, contemplando um grande número de pessoas simultaneamente. Diante do atendimento simultâneo, a referida modalidade proporciona uma aprendizagem dialógica, que estabelece diferentes relações entre professor e aluno, mediada por recursos telemáticos. Frente a esses aspectos, torna-se imprescindível que os recursos e as ferramentas que dão suporte estabeleçam um ambiente de ensino cooperativo voltado à construção do conhecimento. A partir das reflexões, emerge um questionamento: UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS 4 FIGURA 1 – O QUE É EAD? FONTE: <https://bit.ly/2Tu0m7X>. Acesso em: 24 abr. 2021. Segundo Moore e Kearsley (2008, p. 2), a EAD “é o aprendizado planejado que ocorre, normalmente, em um lugar diferente do ensino, o que requer comunicação por meio de tecnologias e organização instrumental especial”. Para Maia e Mattar (2007, p. 6), “a EAD é uma modalidade de educação em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”. Mediante os conceitos da EAD, apresentados pelos autores, destacamos o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, o qual evidencia a EAD como uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica, nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização dos meios de tecnologia de informação e de comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou em tempos diversos (BRASIL, 2005, s.p.). Vale ressaltarmos que a educação a distância alavancou o ensino no Brasil, levando a possibilidade de ensino aos lugares mais distantes, contribuindo com a democratização da aprendizagem. No entanto, essa modalidade emergiu amparada pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Belloni (2002), ao fazer reflexões acerca do conceito que abarca a modalidade, anuncia que O conceito de distância está se transformando, como as relações de tempo e de espaço, em virtude das incríveis possibilidades de comunicação a distância que as tecnologias de telecomunicações oferecem. Também, o conceito de interatividade carrega em grande ambiguidade, oscilando entre um sentido mais precioso de virtualidade técnica e um sentido mais amplo de interação entre sujeitos, com mediatização pelas máquinas (BELLONI, 2002, p. 1). TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA 5 Mediante a definição, compreende-se que a EAD necessita promover o relacionamento entre as partes e o todo, ocasionando um entrelaçamento interdependente de pessoas e de atividades no ambiente, abarcando a efetivação da aprendizagem do estudante e a formação, ou seja, o desenvolvimento pleno das competências cognitivas sociais e efetivas (MARCHETI et al., 2005). No que tange à organização da modalidade, Marcuzzo et al. (2015) destacam que, ao contrário do ensino presencial, na modalidade EAD, não há uma organização e uma estruturação definidas, existindo situações educativas que podem suprimir qualquer um dos elementos característicos do modelo presencial, como espaço, tempo, conteúdo, presença etc. A respeito da flexibilidade metodológica da EAD, Marcheti et al. (2005) ressaltam que esta permite, ao docente, uma revisão da estrutura do ensino a favor da aprendizagem, colocando os estudantes como corresponsáveis pela qualidade do processo educacional no qual se encontram inseridos. Frente aos conceitos apresentados, você deve estar pensando que a EAD surgiu com a internet. Não, ela não surgiu com a internet. A EAD surgiu muito antes da internet!!! Apresentaremos para você, acadêmico conectado ao mundo das tecnologias, a evolução da EAD e as características. Vamos lá?! 2.1 GERAÇÕES DA EAD Moore e Kearsley (2008) descreveram, no livro Educação a Distância: Uma Visão Integrada, a história da EAD, sendo dividida em cinco gerações. No livro, os autores destacam os períodos históricos e os avanços tecnológicos de cada época, apontando experiências de diferentes países, como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Inglaterra. No entanto, enfatizaremos as ações e os programas desenvolvidos no Brasil. A obra aborda de que modo os princípios de criação dos materiais de instrução são aplicados no contexto da Educação a Distância, além de apresentar capítulos do objetivo atual, o histórico, a teoria, a experiência internacional e alguns dos temas de políticas envolvidos na educação a distância. Você pode baixar o livro em PDF em https://www.academia.edu/5116276/Uma_Vis%C3%A3o_Integrada. DICAS https://www.academia.edu/5116276/Uma_Vis%C3%A3o_Integrada UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS 6 Vamos aprender a respeito das cinco gerações apresentadas pelos autores? 2.1.1 1ª geração: ensino por correspondência Segundo Moore e Kearsley (2008), a Primeira Geração ocorreu no período entre o início da década de 1880 e início da década de 1920, considerada o primeiro modelo pedagógico de EAD, centrado em uma prática individualizada, com estudo independente, pautado nas comunicações textual e impressa. Como, nessa época, o correio era a tecnologia mais avançada como meio de comunicação, os estudantes recebiam os materiais por correspondência, em formato de apostilas, para estudo e testes de avaliação. Depois de preenchidos, deveriam ser, novamente, postados via correio, para a correção das atividades (MOORE; KEARSLEY, 2008). A atividade de ensino se caracterizava pela transmissão passiva de informações, sendo, o correio, a única ferramenta de comunicação entre os alunos e o professor. No entanto, mesmo com a comunicação limitada entre eles, considera-se que esse modelo permitiu o acesso para aqueles que queriam realizar os estudos, que estavam, geograficamente, afastados das instituições educacionais. Essa também foi uma oportunidade efetiva de acesso para a educação de mulheres, que tinham, somente, a opção de estudar em casa (MOORE; KEARSLEY, 2008). Vale, ainda, destacarmos que, em 1941, foi criado o Instituto Universal Brasileiro, instituição que ficou muito conhecida pela oferta de formação profissional via correspondência, nos níveis fundamental, médio e técnico de todo o país (MOORE; KEARSLEY, 2008). Primeira Geração - Ensino por correspondência: Primeiro modelo didático de EAD: cursos com uso de material impresso entregue aos alunos por meio do correio. Atividade de ensino: baseada no princípio da autoinstrução e na transmissão passiva de conhecimentos e de informações. 1941: Criação do Instituto Universal Brasileiro – Oferecimento de formação profissional nos níveis fundamental e médio em todo o território nacional. NOTA TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA 7 Segunda Geração - Educação a Distância via rádio e TV: Introdução dos novos meios de comunicação de massa. No Brasil- década de 20: uso de áudio (rádio) e anos 60 (televisão). Uso da TV na educação - Anos 60 e 70: voltado para o treinamento dos professores e a oferta do ensino supletivo nos níveis primário e secundário, para aqueles que não puderam estudar no ensino regular. NOTA 2.1.2 2ª geração: meios de comunicação de massa Os meios de comunicação de massa marcam o surgimento da 2ª Geração. Essa geração teve início, no Brasil, ainda na década de 20, quando se começou a fazer uso do rádio e da televisão (MOORE; KEARSLEY, 2008). A ampliação de recursos modificou o modelo pedagógico, que passava a contar com uma maior variedade de tecnologias para a gravação e a transmissão de aulas. Entretanto, o acesso aos materiais e o meio de comunicação entre professores e alunos permaneciam ocorrendo via correio (MOORE; KEARSLEY, 2008). A partir dos anos 1960 e 1970, a televisão passou a ser usada para a educação brasileira, através de diferentes iniciativas e projetos, tendo, como principais finalidades, o treinamento dos professores e a oferta do ensino supletivo nos níveis primário e secundário, o que tornou possível associar o conceito de Educação a Distância com a comunicação de massa (MOORE; KEARSLEY, 2008). 2.1.3 3ª geração: experiências em EAD Moore e Kearsley (2008) ressaltam que, no final dos anos 1960, a Terceira Geração foi reconhecida pela reorganização da educação sob o ponto de vista pedagógico da EAD, o que gerou uma nova modalidade. A nova modalidade fazia uso associado e integrado das tecnologias disponíveis, elaborando “kits” de materiais (recursos impressos, transmissões via rádio e TV e vídeos pré-gravados, telefone e conferências por fone) para a realização de experiências práticas que foram muito utilizadas na capacitação e na formação profissional na área da EAD (MOORE; KEARSLEY, 2008). No entanto, permanecia a relevância do material impresso como principal recurso de transmissão de conteúdo, apesar da existência de novas tecnologias. Nesse período, também, surgiram as universidades abertas, com ensino totalmente a distância (MOORE; KEARSLEY, 2008). UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS 8 Terceira Geração: Final dos anos 60 - Caracterizada pelas experiências em EAD: Investimentos na capacitação profissional com a área da EAD. Uso integrado das tecnologias disponíveis, elaboração dos “kits” com materiais para a realização de experiências práticas. Ponto de vista pedagógico da EAD: Período de análise e reorganização das práticas educativas. NOTA 2.1.4 4ª geração: teleconferência Na 4ª geração, fez-se o uso mais efetivo da teleconferência (conferência a distância). Essa tecnologia viabilizou a interação em tempo real, transformando o processo de ensino e aprendizagem e as relações de comunicação entre professores e alunos (MOORE; KEARSLEY, 2008). No início da década de 1970, foi criado, no Brasil, como uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), do Centro Nacional de Pesquisas e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI), com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de teleducação, via satélite. O projeto se destinava para o oferecimento de programas educacionais para o atendimento das quatro séries do primeiro grau, através de um sistema integrado de TV, rádio e material impresso. Eram disponibilizadas aulas pré- gravadas via satélite, usando linguagem de telenovela e suporte de material impresso para os alunos. O projeto SACI também foi utilizado para o treinamento de professores em regiões remotas do país (MOORE; KEARSLEY, 2008). Nos anos 1970, foram institucionalizados, no Brasil, os Centros de Ensino Supletivo (CES) nos sistemas estaduais de ensino, para a oferta da educação a distância e a concretização da educação básica. Entretanto, os CES ficaram conhecidos como uma modalidade educativa inferior, na tentativa de suprir a necessidade de acesso à educação para os menos favorecidos. O modelo pedagógico era baseado em atividades de instrução programada e uso de materiais de apoio, como livros-texto e exercícios organizados por módulos. As críticas ocorriam pelo fato de o modelo da EAD estar em sentido contrário à promoção de uma educação democrática (MOORE; KEARSLEY, 2008). TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA 9 Quarta Geração - Uso da teleconferência (conferência a distância): Oferta de educação primária escolar para todo o país via satélite. Uso de sistema via satélite integrado com outros meios de comunicação, como TV, rádio e material impresso, para atendimento das quatro séries do primeiro grau e treinamento de professores em regiões remotas do Brasil Sistemas Telecurso - Fundação Roberto Marinho. Anos 1970, Brasil, Projeto SACI, Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares, sistemas estaduais de ensino e criação de uma alternativa de concretização da educação básica através dos Centros de Ensino Supletivo (CES). Quinta Geração - Uso da internet e das redes de computadores: Uso da internet e das redes de computadores. Aumento expressivo de programas de EAD. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e webconferência. NOTA NOTA 2.1.5 5ª geração: computador e internet Esta geração é marcada pelas aulas virtuais baseadas no computador e na internet. Com o surgimento da internet, obtemos uma nova evolução na forma de educação, pois é possível conectar grupos de estudos pelo mundo todo. Como as tecnologias das gerações anteriores, a tecnologia da internet estimulava novas ideias de como organizar o ensino a distância (MOORE; KEARSLE, 2008). Os autores descreveram, no livro publicado por eles, o que se vivia na 5ª geração, no entanto, podemos considerar que vivemos essa geração de forma evoluída, com tecnologias que ultrapassam as distâncias geográficas, garantindo o acesso às formas de comunicação, caracterizadas pelo uso das redes de computadores e da internet e através de ambientes virtuais de aprendizagem (MOORE; KEARSLE, 2008). Vale destacarmos que, nesta geração, houve um aumento expressivo da oferta de cursos e de programas de EAD desenvolvidos por diversas instituições. A seguir, sintetizaremos as gerações abordadas por Moore e Kearsle (2008). UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS 10 QUADRO 1 – GERAÇÕES ABORDADAS POR MOORE E KEARSLE (2008) FONTE: A autora 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração 5ª Geração CORREIO RÁDIO E TV USO INTEGRADO DAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS TELECONFERÊNCIA INTERNET E COMPUTADORES Após compreendermos os conceitos de EAD e as gerações que as constituíram ao longo da história, vamos aprofundar o nosso conhecimento acerca do contexto histórico? 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL Alves (2011) ressalta que algumas experiências na Educação a Distância, no Brasil, ficaram sem registro, visto que os primeiros dados conhecidos são do século XX. Assim, a seguir, serão apresentados alguns acontecimentos que, segundo a autora, marcaram a história da Educação a Distância no nosso país. QUADRO 2 – ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS DA EAD ANO ACONTECIMENTO HISTÓRICO EAD 1904 O Jornal do Brasil registrou, na primeira edição da seção de classificados, um anúncio que oferecia profissionalização por correspondência para datilógrafo. 1923 Um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette-Pinto criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que oferecia curso de Português, Francês, Silvicultura, Literatura Francesa, Esperanto, Radiotelegrafia e Telefonia. Tinha início, assim, a Educação a Distância pelo rádio brasileiro. 1934 Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio, projeto para a então Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal. Os estudantes tinham acesso prévio a folhetos e aesquemas de aulas, e era utilizada correspondência para contato com estudantes. 1939 Surgiu, em São Paulo, o Instituto Monitor, o primeiro instituto brasileiro a oferecer, sistematicamente, cursos profissionalizantes a distância por correspondência, na época, ainda, com o nome de Instituto Rádio Técnico Monitor. 1947 Surgiu a nova Universidade do Ar, patrocinada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Social do Comércio (SESC) e emissoras associadas. O objetivo desta era oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos estudavam nas apostilas e corrigiam exercícios com o auxílio dos monitores. A experiência durou até 1961, entretanto, a experiência do SENAC com a Educação a Distância continua até hoje. 1967 O Instituto Brasileiro de Administração Municipal iniciou as atividades na área da educação pública, utilizando a metodologia de ensino por correspondência. Ainda, neste ano, a Fundação Padre Landell de Moura criou o núcleo de Educação a Distância, com metodologia de ensino por correspondência e via rádio. TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E HISTÓRIA 11 ANO ACONTECIMENTO HISTÓRICO EAD 1996 Foi criada a Secretaria de Educação a Distância (SEED), pelo Ministério da Educação, dentro de uma política que privilegiava a democratização e a qualidade da educação brasileira. Neste ano, também, a Educação a Distância surgiu, oficialmente, no Brasil, sendo, as bases legais para essa modalidade de educação, estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, embora somente regulamentada em 20 de dezembro de 2005, pelo Decreto n° 5.622 (BRASIL, 2005), que revogou os Decretos n° 2.494, de 10/02/98, e n° 2.561, de 27/04/98, com a normatização definida na Portaria Ministerial n° 4.361, de 2004. 2000 Foi formada a UniRede, Rede de Educação Superior a Distância, consórcio que reúne, atualmente, 70 instituições públicas do Brasil comprometidas com a democratização do acesso à educação de qualidade, por meio da Educação a Distância, oferecendo cursos de graduação, pós-graduação e extensão. Neste ano, também, nasceu o Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), com a assinatura de um documento que inaugurava a parceria entre o governo do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, as universidades públicas e as prefeituras do Rio. 2004 Foram instaurados vários programas para as formações inicial e continuada de professores da rede pública, por meio da EAD, pelo MEC. Dentre eles, o Proletramento e o Mídias na Educação. Essas ações conflagraram na criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil. 1970 Surgiu o Projeto Minerva, um convênio entre o Ministério da Educação, a Fundação Padre Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta, cuja meta era a utilização do rádio para a educação e a inclusão social de adultos. O projeto foi mantido até o início da década de 1980. 1974 Surgiu o Instituto Padre Reus e, na TV Ceará, começaram os cursos das antigas 5ª a 8ª séries (atuais 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental), com material televisivo, impresso e monitores. 1976 Foi criado o Sistema Nacional de Teleducação, com cursos através do material instrucional. 1979 A Universidade de Brasília, pioneira no uso da Educação a Distância, no Ensino Superior do Brasil, criou cursos veiculados por jornais e revistas. Em 1989, foi transformada no Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância (CEAD) e lançado o Brasil EAD. 1983 O SENAC desenvolveu uma série de programas radiofônicos de orientação profissional na área de comércio e serviços, denominada de “Abrindo Caminhos”. 1991 O programa “Jornal da Educação – Edição do Professor”, concebido e produzido pela Fundação Roquete-Pinto, teve início em 1995, com o nome “Um Salto para o Futuro”, incorporado à TV Escola (canal educativo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação), tornando-se um marco na Educação a Distância nacional. Foi um programa para a formação continuada e o aperfeiçoamento de professores, principalmente, do Ensino Fundamental, e de alunos dos cursos de magistério. Atingiu, por ano, mais de 250 mil docentes em todo o país. 1992 Foi criada a Universidade Aberta de Brasília, acontecimento muito importante na Educação a Distância do nosso país. 1995 Foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância, e, neste mesmo ano, também, pela Secretaria Municipal de Educação, a MultiRio (RJ), que ministrava cursos do 6º ao 9º ano, através de programas televisivos e de material impresso. Ainda, em 1995, foi criado o Programa TV Escola, da Secretaria de Educação a Distância do MEC. UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS 12 ANO ACONTECIMENTO HISTÓRICO EAD 2005 Foi criada a Universidade Aberta do Brasil, uma parceria entre MEC, Estados e municípios, integrando cursos, pesquisas e programas de educação superior a distância. 2006 Entrou, em vigor, o Decreto n° 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino, incluindo os da modalidade a distância (BRASIL, 2006). 2009 Entrou, em vigor, a Portaria nº 10, de 2 julho de 2009, que fixa critérios para a dispensa de avaliação in loco e deu outras providências para a Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil (BRASIL, 2009). 2011 A Secretaria de Educação a Distância foi extinta. Torna-se importante citar que, entre as décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite, complementadas por kits de materiais impressos, demarcando a chegada da segunda geração de Educação a Distância no país. Somente na década de 1990, a maior parte das instituições de Ensino Superior brasileiras se mobilizou para a Educação a Distância com o uso de novas tecnologias de informação e comunicação. Um estudo realizado por Schmitt et al. (2008) mostrou que, no cenário brasileiro, quanto mais transparentes forem as informações da organização e do funcionamento de cursos e programas a distância, e quanto mais conscientes estiveram os estudantes dos direitos, deveres e atitudes de estudo, maior a credibilidade das instituições e mais bem- sucedidas as experiências na modalidade a distância. O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEED), agia como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das tecnologias de informação e comunicação e das técnicas de Educação a Distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promovia a pesquisa e o desenvolvimento, voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras (PORTAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010). Devido à extinção dessa secretaria, os programas e ações foram vinculados a novas administrações. FONTE: Alves (2011) Após fazer a leitura do exposto, você deve estar se perguntando: Qual a importância de conhecer a história da EAD no Brasil? As experiências brasileiras, nessa modalidade de ensino, sejam governamentais ou privadas, foram muitas, e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes de recursos. No entanto, embora avanços importantes tenham acontecido nos últimos anos, ainda, há um caminho a percorrer, para que a Educação a Distância possa ocupar um espaço de destaque no meio educacional. No entanto, podemos perceber que, no nosso cotidiano, a educação está em processo de transformação, de maneira a ensinar e a aprender, ampliando os sentidos e favorecendo a criação de novas formas de compreender e de lidar com a construçãodo conhecimento. Ao conhecermos essa trajetória histórica e a importância dela para a democratização do ensino, podemos fazer reflexões e pensarmos em novas formas de mediar o conhecimento com os nossos alunos na sociedade da informação. 13 Neste tópico, você aprendeu que: • “A EAD é uma modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica, nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização dos meios de tecnologia de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou em tempos diversos” (BRASIL, 2005, s.p.). • Segundo Moore e Kearsley (2008), a primeira geração da EAD ocorreu por meio da correspondência. Os cursos faziam uso de material impresso entregue aos alunos por meio do correio. A atividade de ensino era baseada no princípio da autoinstrução e pela transmissão passiva de conhecimentos e de informações. • A segunda geração foi marcada pela educação a distância via rádio e TV, devido à introdução dos novos meios de comunicação de massa. • A terceira geração foi caracterizada pelas experiências em EAD, sendo feito o uso integrado das tecnologias disponíveis e da elaboração dos “kits” com materiais para a realização de experiências práticas. • A quarta geração foi tida pelo uso da teleconferência (conferência a distância), por áudio e vídeo, proporcionando a primeira interação. • A quinta geração se fez presente pelo uso da internet e das redes de computadores. Houve um aumento expressivo de programas de EAD, além da utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e da webconferência. • As experiências brasileiras na EAD, nas últimas décadas, foram muitas, e mobilizaram grandes contingentes de recursos. No entanto, embora avanços importantes tenham acontecido nos últimos anos, ainda, há um caminho a percorrer, para que a Educação a Distância possa ocupar um espaço de destaque no meio educacional brasileiro. • Os diferentes recursos e mídias, que começaram a ser incorporados ao longo dos anos, potencializaram o processo de ensino e aprendizagem nessa modalidade de ensino. RESUMO DO TÓPICO 1 14 1 O desenvolvimento da Educação a Distância – EAD – ocorreu com o avanço das tecnologias, proporcionando o aparecimento de novos recursos. Essa evolução tecnológica pode ser melhor entendida em fases cronológicas. Com relação às gerações e às tecnologias utilizadas, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Primeira geração. II- Segunda geração. III- Terceira geração. IV- Quarta geração. V- Quinta geração. ( ) Surgiram o rádio e a TV. A apresentação das informações era por meio de programas teletransmitidos. ( ) As aulas virtuais já estavam presentes no ensino. Os alunos construíam o conhecimento utilizando o computador e a internet. ( ) Surgiram as universidades abertas. O objetivo era oferecer um ensino de qualidade, mas com um custo baixo. ( ) As teleconferências eram realizadas por áudio e vídeo, favorecendo a interação, em tempo real, do aluno com o instrutor a distância. ( ) Ocorreu o desenvolvimento da imprensa e dos correios. O objetivo dessa educação era possibilitar que os alunos estudassem em casa ou no trabalho. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I – III – IV – II – V. b) ( ) V – III – II – IV – I. c) ( ) I – V – III – IV – II. d) ( ) II – V – III – IV – I. 2 Os cursos que oferecem a Educação a Distância não podem, apenas, promover a democratização do acesso à escola, mas adotar novos paradigmas educacionais para a formação de um sujeito criativo e autônomo. Acerca do exposto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Os cursos oferecidos por meio da Educação a Distância devem oferecer, aos estudantes, a construção do conhecimento. b) ( ) Aos professores, não é necessário que dominem as tecnologias, apenas que consigam orientar os alunos a desenvolverem competências e habilidades. c) ( ) Para atingir a qualidade na Educação a Distância, basta haver o comprometimento dos alunos no processo de ensino e aprendizagem. d) ( ) Nos cursos de Educação a Distância, o trabalho e a mediação do professor podem ser descartados, pois os alunos conseguem os objetivos sozinhos. AUTOATIVIDADE 15 3 O Ensino a Distância trouxe grandes mudanças, flexibilizando a comunicação entre os alunos e a instituição de ensino. Com a evolução dos meios de comunicação, passou por várias fases ou gerações, podendo ser divididas, de acordo com cada momento em que elas ocorreram. Diante disso, descreva as características de cada uma das gerações que fizeram e fazem parte da história da Educação a Distância. 4 A EAD é uma modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica, nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização dos meios de tecnologia de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou em tempos diversos. Sobre o exposto, descreva qual a importância de conhecer a história da EAD no Brasil. 5 A EAD, como modalidade de ensino, caracteriza-se pelo contexto em que professor e aluno encontram-se separados espacial ou temporalmente e são mediados pelas tecnologias de informação. A referida modalidade está em consonância com as transformações que vêm ocorrendo no decorrer desta última década, em virtude do surgimento de novas tecnologias. Nesse contexto, a educação a distância viabilizou a interação direta entre professor e aluno, aluno e aluno, aluno e tutor por meio da comunicação síncrona e assíncrona. Mediante essa modalidade de ensino, o aluno tornou-se responsável pelo seu próprio desenvolvimento, sendo ele o sujeito principal de sua aprendizagem. Com base no exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Os cursos oferecidos por meio da educação a distância devem ofertar aos estudantes a construção do conhecimento, formando um sujeito autônomo, criativo e crítico. ( ) Aos docentes que atuam na EAD não é necessário o domínio das tecnologias. Torna-se somente necessário que consigam orientar seus alunos a desenvolver competências e habilidades. ( ) A qualidade na educação a distância requer somente o comprometimento dos alunos com o processo de ensino e aprendizagem. ( ) Nos cursos de educação a distância, o trabalho e a mediação docente podem ser descartados, pois os alunos conseguem alcançar os objetivos sozinhos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: ( ) V – F – F - F. ( ) V – F – V - F. ( ) F – V – V – F. ( ) V – V – F - V. 16 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 1 INTRODUÇÃO Aprendemos, no Tópico 1, que a evolução da EAD ocorreu a partir do uso de diferentes recursos e mídias que começaram a ser incorporados, ao longo dos anos, para potencializar o processo de ensino e aprendizagem na modalidade de ensino. Mediante a incorporação de diferentes recursos e de mídias na educação, Moran (2004) ressalta que existe um “antes e depois”, a partir da inserção das tecnologias. O autor destaca que, anteriormente, a preocupação do professor se restringia ao contexto da sala de aula. No entanto, atualmente, existem ambientes virtuais, os quais necessitam ser acompanhados. Para tanto, torna-se essencial que o professor aprenda a gerenciar as atividades, adequando-as à carga horária e as flexibilizando ao tempo de aprendizagem. Assim, neste tópico, apreenderemos quais são as tecnologias a favor da educação, abordando algumas ferramentas tecnológicas que são utilizadas na Educação a Distância. Vamos lá?! 2 TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Antes de aprendermos a respeito das ferramentas tecnológicas que são utilizadas na EAD, vale destacarmos que a difusão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) foi a responsável pela criação de experiênciasa partir das quais as informações foram sendo criadas, distribuídas, usadas e manipuladas, de acordo com a evolução tecnológica. Afinal, o que são as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)? As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) são constituídas pelo conjunto de recursos tecnológicos utilizados, de maneira integrada, nos processos informacionais e comunicativos. Na educação, são consideradas, também, como recursos didáticos que podem oportunizar novas trocas, possibilidades de interação do aluno com o professor e com a realidade social através das ferramentas (MATTAR, 2012). Mediante as TICs, emerge uma nova forma de interação. Você deve estar se perguntando: O que é interação? TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 17 No que se refere à interação, podemos destacar que, com o surgimento das tecnologias, a comunicação pode ser realizada de várias maneiras. Assim, no contexto das tecnologias da informação, a interação entre professor e aluno se modifica. Interação é a troca entre indivíduos e grupos que se influenciam. Assim, a interação se associa a pessoas, e, a interatividade, às tecnologias (MATTAR, 2012). INTERAÇÃO ALUNO-CONTEÚDO INTERAÇÃO ALUNO-INSTRUTOR INTERAÇÃO ALUNO-ALUNO Assim, quando falamos da interação na educação, podemos destacar três tipos: Interação aluno-conteúdo: com o uso da internet, é possível utilizar conteúdos e objetos de aprendizagem, como som, texto, imagens, vídeos e realidade virtual. O aluno pode navegar, explorar, selecionar, controlar, responder, construindo, assim, o próprio conhecimento. Interação aluno-instrutor: essa interação é muito importante e essencial para o aluno. Após o conteúdo inserido, o instrutor auxilia o aluno a interagir com ele. O instrutor fica responsável pelas avaliações, garantindo a evolução do aluno. Além disso, os instrutores proporcionam apoio e incentivo a cada aluno. Interação aluno-aluno: como o próprio nome diz, é a interação de alunos com outros alunos, a qual podemos chamar de grupo virtual. Mediante esses tipos de interação, podemos ressaltar que as atividades dessas interações podem ser realizadas por meio de mediações SÍNCRONAS e ASSÍNCRONAS, mas o que são? 3 MEDIAÇÕES SÍNCRONAS E MEDIAÇÕES ASSÍNCRONAS Mediação síncrona é aquela em que o professor e o aluno devem estar utilizando o meio no mesmo instante, ou seja, utilizando uma ferramenta em tempo real. Exemplo: chat, audioconferência, videoconferência, groupware. 18 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS FIGURA 2 – MEDIAÇÃO SÍNCRONA FONTE: <https://bit.ly/3rwzjpc>. Acesso em: 5 jul. 2021. Mediação assíncrona acontece quando o professor envia uma mensagem ao aluno, que pode lê-la ou respondê-la em outro momento. Exemplo: fórum, e-mail, blogs. FIGURA 3 – MEDIAÇÃO ASSÍNCRONA FONTE: <https://bit.ly/3iExjak>. Acesso em: 5 jul. 2021. Agora que aprendemos o que significam as mediações síncrona e assíncrona, vamos conhecer as ferramentas tecnológicas que são utilizadas na Educação a Distância. Vamos lá?! E-MAIL OU CORREIO ELETRÔNICO O e-mail é um dos serviços mais utilizados na internet. O e-mail (eletronic mail) é um recurso que permite a troca de mensagens por meio de textos, figuras e outros arquivos via internet. O correio eletrônico funciona por meio da comunicação assíncrona, ou seja, o remetente e o destinatário da mensagem não precisam estar conectados simultaneamente. As mensagens ficam registradas, podendo ser lidas e respondidas, de acordo com a disponibilidade de acesso. Pode-se dizer que o correio on-line revolucionou esse tipo de comunicação, aproximando pessoas remotamente distantes. TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 19 FIGURA 4 – E-MAIL FONTE: <https://bit.ly/3eL6X54>. Acesso em: 24 abr. 2021. VIDEOAULAS As aulas são gravadas em vídeo e, posteriormente, transmitidas on-line. As gravações, quando disponibilizadas, podem ser acessadas pelos alunos. Vale destacar que há diferentes formatos de videoaulas: gravação do professor; entrevista; mesa redonda; utilização de recursos gráficos com imagens, sons e interatividade. A utilização das videoaulas busca possibilitar um conteúdo mais atrativo, contribuindo para a aprendizagem do aluno, através dos recursos audiovisuais. FIGURA 5 – VIDEOAULAS FONTE: <https://bit.ly/2TsgDtV>. Acesso em: 24 abr. 2021. PODCASTS Os podcasts são conteúdos de mídia, em formato de áudio, que apresentam características de programas de rádio. No mesmo formato das videoaulas, podem ser criados em diferentes formatos, desde uma fala, entrevista, ou, até mesmo, no formato de radionovela (com enredo, história e uso de efeitos sonoros). A vantagem é que, normalmente, geram arquivos menos robustos em comparação às videoaulas, sendo mais fácil de serem baixados e ouvidos. 20 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS FIGURA 6 – PODCASTS FONTE: <https://bit.ly/3kMDlYT>. Acesso em: 24 abr. 2021. WEBCONFERÊNCIA A webconferência permite a transmissão simultânea de imagens e de sons através de dispositivos de comunicação (câmera, fones e microfones). A utilização viabiliza uma comunicação bidirecional entre professores, tutores e alunos, possibilitando a interação em tempo real. Dependendo da ferramenta utilizada, podem ser utilizados recursos para o uso simultâneo de uma sala de bate-papo, compartilhamento de telas, imagens e arquivos e anotações. Oportuniza, assim, a realização de uma aula ou, mesmo, de uma reunião on-line, gravada ou não. FIGURA 7 – WEBCONFERÊNCIA FONTE: <https://bit.ly/3BxJGxB>. Acesso em: 24 abr. 2021. FÓRUNS E CHATS Os fóruns e os chats são ferramentas de comunicação, sendo, o fórum, utilizado de modo assíncrono, e, o chat, dos modos síncrono e simultâneo. Essas ferramentas tecnológicas permitem, principalmente, pelo recurso da escrita, o debate, a interação de professores, tutores e alunos e o compartilhamento de ideias, dúvidas, atividades etc. Em ambos os casos, as conversas e as demais escritas, normalmente, ficam armazenadas e disponíveis para acesso posterior. São recursos que podem contribuir para uma aprendizagem mais colaborativa, voltada para a construção do conhecimento. TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 21 FIGURA 8 – FÓRUM FONTE: <https://bit.ly/3rwzjpc>. Acesso em: 24 abr. 2021. BIBLIOTECAS VIRTUAIS As bibliotecas virtuais são formadas por acervos virtuais, assim, torna- se possível visualizar e/ou baixar materiais de estudo e de consulta em formato digital, como livros, revistas, artigos, e outros formatos. O uso visa garantir o acesso a uma maior variedade de fontes de informação e de pesquisa. Acadêmico, você sabia que a UNIASSELVI possui uma biblioteca virtual para você realizar pesquisas? Entre na biblioteca e pesquise! FIGURA 9 – BIBLIOTECA VIRTUAL FONTE: <https://portal.uniasselvi.com.br/graduacao/alunos/bibliotecas/biblioteca-virtual>. Acesso em: 24 abr. 2021. https://portal.uniasselvi.com.br/graduacao/alunos/bibliotecas/biblioteca-virtual 22 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS SITES E BLOGS São páginas de acesso via internet. Os sites divulgam informações e conteúdos on-line com os mais variados e diferentes assuntos. Os blogs, normalmente, têm um formato mais simples, o que permite a criação e a edição, sem haver a necessidade de conhecimentos de programação. Esses últimos foram, inicialmente, usados como diários eletrônicos, mas, atualmente, são, também, usados para fins pedagógicos, como material complementar às aulas, com a possibilidade de inserção de comentários em cada publicação. FIGURA 10 – SITE FONTE: <https://bit.ly/3xYvMlD>. Acesso em: 24 abr. 2021. OBJETOS DE APRENDIZAGEM Os objetos de aprendizagem consistem nacriação de objetos, com finalidade educacional, para reutilização em múltiplos contextos, sendo, estes, definidos como qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante a aprendizagem com suporte tecnológico (MUNHOZ, 2012). Podemos definir os objetos de aprendizagem como um material ou recurso digital (que pode ser formado por textos, animações, vídeos, imagens, aplicações, páginas da web etc.) que tem uma finalidade educativa. Na maioria das vezes, são materiais educacionais projetados e construídos em uma estrutura modular para a utilização em diferentes situações de aprendizagem. Você já visualizou as trilhas de aprendizagem do seu curso? Ao visualizar, você perceberá que há, nas trilhas, objetos de aprendizagem, os quais servirão de suporte para a sua aprendizagem. TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 23 FIGURA 11 – OBJETOS DE APRENDIZAGEM FONTE: <https://bit.ly/3rwCpJQ>. Acesso em: 24 abr. 2021. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM Ambientes virtuais de aprendizagem, segundo Santinello (2015), são páginas, na internet, que disponibilizam ferramentas síncronas e assíncronas. Permitem buscar informações e auxiliar professores no processo de Educação a Distância. No contexto do AVA, destacamos que os recursos mediáticos tornam os conteúdos mais atrativos e interativos, assim, aproximando os conteúdos da realidade dos alunos. Você sabia que o AVA é um espaço social? Os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem espaços virtuais ideais para que os alunos possam se reunir, compartilhar, colaborar e aprender juntos. Vale ressaltar que, no Brasil, esses ambientes virtuais, ou plataformas para educação on-line, ficaram consagrados com o nome de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), mas, além desse, receberam nomes e siglas diferentes, em inglês, como Ambientes Integrados de Aprendizagem (Integrated Distributed Learning Environments - IDLE), Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem (Learning Management System - LMS), e Espaços Virtuais de Aprendizagem (Virtual Learning Spaces - VLE) (PAIVA, 2010). Os AVAs, ainda, oferecem uma interface gráfica e algumas ferramentas, como das comunicações assíncrona (fórum, e-mail, blog, mural) e síncrona (chat); de avaliação e de construção coletiva (testes, trabalhos, wikis, glossários); de instrução (textos, atividades, livros, vídeos); de pesquisa de opinião (enquetes, questionários); e de administração (perfil do aluno, cadastro, emissão de senha, criação de grupos, banco de dados, configurações, diários de classe, geração de controle de frequência e geração de relatórios, gráficos e estatísticas de participação) (PAIVA, 2010). 24 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS FIGURA 12 – AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM FONTE: <https://www.uniasselvi.com.br/aprendizagem/o-2.0/avisos/aviso_ler.php?codi=6749>. Acesso em: 24 abr. 2021. GAMIFICAÇÃO É utilizado o termo “game” para os jogos eletrônicos, a fim de se diferenciarem dos jogos físicos (tabuleiro, cartas, trilhas etc.). No entanto, em ambos, podem existir regras, narrativas e estratégias, visando à mobilização dos alunos em busca do desenvolvimento ou do aprendizado de um determinado conhecimento ou habilidade. Já o termo “gamificação” é indicado para a metodologia que se utiliza das dinâmicas, mecânicas e componentes dos jogos, com a finalidade de estimular a motivação e o engajamento dos alunos. Para isso, podem ser usados recompensas, prêmios, medalhas, e outros artifícios, a fim de incentivar o envolvimento em uma determinada atividade. Segundo Moran (2018), a gamificação está inserida no grupo das Metodologias Ativas e deve, portanto, estar pautada pelos mesmos princípios, ou seja: • ter o aluno como o centro do processo de ensino-aprendizagem; • promover a motivação, o engajamento, uma forte autonomia e a agência; • favorecer um ambiente que estimule as múltiplas formas de significar, além da curiosidade, descobertas, pesquisa, reflexão, observação, organização de dados, criticidade, criatividade, responsabilidade, problematização da realidade, análise, avaliação, síntese, construção de hipóteses, planejamento, tomada de decisões e solução de “enigmas” ou problemas para a construção/produção conjunta de conhecimento, permitindo, ao aluno, poder fazer escolhas, assumir riscos e não ter medo de experimentar ou de cometer erros. • possibilitar, ao aluno, a experiência de vivenciar diferentes papéis sociais, ampliando as formas de agir no mundo (MORAN, 2018). https://www.uniasselvi.com.br/aprendizagem/o-2.0/avisos/aviso_ler.php?codi=6749 TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 25 O autor, ainda, destaca que, no contexto que envolve a gamificação, outras habilidades vão sendo desenvolvidas, como trabalho em equipe, cooperação, responsabilidade, respeito, empatia, gerenciamento de recursos e de tempo, aceitação de erros como parte do processo de aprendizagem, perseverança, criatividade e imaginação (MORAN, 2018). FIGURA 13 – GAMIFICAÇÃO FONTE: <https://educacaocientifica.com/educacao/gameficacao-2/>. Acesso em: 24 abr. 2021. A partir das aprendizagens das ferramentas tecnológicas utilizadas na Educação a Distância, podemos compreender que estas vêm possibilitando experiências significativas, que auxiliam na organização do processo pedagógico, tornando-se, assim, a aprendizagem mais atrativa. Nesse sentido, vale ressaltarmos que as tecnologias estão contribuindo muito para que ocorram profundas alterações no EAD, o que nos permite dizer que as práticas pedagógicas, na modalidade presencial, estão aptas a utilizar as tecnologias para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Após tecermos reflexões a respeito das TICs na educação, aprofundaremos o nosso conhecimento, realizando a leitura da pesquisa de Silva, Medeiros e Sousa (2018). DICAS Confira a obra completa: SILVA, A. J. da; MEDEIROS, J. W. de M. M.; SOUSA, M. R. de. Ciberaula e nativos digitais: uma experiência de Educação a Distância na Educação Básica. Tear: Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v. 7, n. 1, p. 1, 2018. Disponível em: https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/view/2733. Acesso em: 11 jun. 2021. A pesquisa de Silva, Medeiros e Sousa (2018) teve, como objetivo, analisar a concepção dos estudantes do ensino fundamental (nativos digitais) acerca da utilização da Educação a Distância como complementação da aprendizagem na educação básica. https://educacaocientifica.com/educacao/gameficacao-2/ https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/view/2733 26 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS Os dados foram obtidos por meio de questionário, aplicado a estudantes que cursaram o 7º ano do Ensino Fundamental. Vamos mergulhar na pesquisa?! 1 INTRODUÇÃO A sociedade contemporânea é marcada por um cenário amplo e complexo, que combina desenvolvimento com desigualdade, tecnologia com exclusão. Esse cenário institui a sociedade global, aberta e em constante movimento, em que as tecnologias digitais da informação e comunicação, aliadas ao uso da internet, modificam a noção de tempo/ espaço e exigem, dos sujeitos sociais, adaptabilidade a novos contextos de aprendizagem e de trabalho, o que necessita de novas competências, habilidades e atitudes. Nessa lógica societária, o ciberespaço, a informação e a aprendizagem, atinentes à cultura digital, atravessam e afetam as instituições, de maneira especial, a família, a escola e os ambientes de trabalho, pois “a apropriação da capacidade de interconexão por redes sociais de todos os tipos levou à formação de comunidades on-line que reinventaram a sociedade e, nesse processo, expandiram, espetacularmente, a interconexão dos computadores, em alcance e em usos” (CASTELLS, 2003, p. 53).Essa realidade interconectada é responsável por alterações de conduta, de costumes e de valores nas relações entre os indivíduos e na forma como eles se comunicam e conferem significados às coisas no mundo. Tais alterações podem ser mais intensas e conflitantes, porque, conforme Oliveira (2010), é a primeira vez que gerações diferentes, como os nativos digitais, convivem na mesma sociedade, em espaços de aprendizagem, no trabalho. Com base em Palfrey e Gasser (2011), entende-se, por nativos digitais, a geração que nasceu e está crescendo no tempo das interconexões da sociedade em rede, “zapeando” nas infovias da cultura digital, o que promove uma relação umbilical com a condição de estar sempre on-line. De acordo com Silva (2013, p. 18), “no campo educacional, as tecnologias, a grande variedade de mídias digitais e as redes de comunicação estão contribuindo muito para que ocorram profundas alterações na modalidade presencial e na Educação a Distância”, o que permite dizer que os desafios da Educação a Distância (EaD) são equivalentes aos desafios do sistema educacional na sua totalidade. No entanto, a experiência de EaD, na educação básica, ou seja, com crianças e adolescentes, ainda, é pouco explorada no Brasil. Neste artigo, analisou-se a concepção de estudantes do Ensino Fundamental (nativos digitais) acerca da utilização da Educação a Distância como complementação da aprendizagem na educação básica. Essa experiência foi realizada no Colégio Marista Pio X, em João Pessoa – PB, e partiu do seguinte questionamento: Como estudantes do Ensino Fundamental concebem a EaD no processo de ensino-aprendizagem a partir da experiência vivida? 2 DA GERAÇÃO “Y” AOS NATIVOS DIGITAIS De acordo com Oliveira (2010), nos 1980 e 1990, surgiu a geração Y, cujo nome provém do período em que a União Soviética tinha forte poder sobre os países comunistas e chegou a definir que os bebês nascidos nesses anos deveriam receber nomes iniciados com a letra Y. As principais características dessa geração podem ser sintetizadas como a necessidade constante de reconhecimento, a opção por padrões informais e flexíveis, a individualidade como forma de expressão e a busca intensa por ampliar a rede de relacionamentos. Essas particularidades vêm provocando mudanças nas relações sociais, de maneira significativa, na educação, na família e no ambiente de trabalho. A geração Y é extremamente informada, mas detém certo componente de alienação. Como nasceu de famílias estruturadas em modelos mais flexíveis, conta com múltiplas influências familiares e, no dia a dia, aprendeu a lidar não apenas com a ausência do pai, mas, também, TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 27 com a da mãe. Essa geração tem facilidade de apreender outras línguas e interesse em estudá- las, e é muito influenciada pela tecnologia. Nesse contexto, o uso do videogame é uma marca registrada. A popularização da internet, com a possibilidade de comunicação instantânea e sem fronteiras, além do acesso a todo tipo de conteúdo, o que torna a informação irrestrita e ilimitada, credenciou a geração Y como a geração da tecnologia (OLIVEIRA, 2010). Na visão de Palfrey e Gasser (2011), o conceito e as características da geração Y equivalem ao que chamaram de “nativos digitais”, ou geração Z, que zarpam, zapeiam e navegam o tempo todo na internet e estão, constantemente, conectados. Eles nasceram na era digital, começaram a aprender na linguagem digital e não conheceram nada além de uma vida conectada a outro e ao mundo dos bits. Para os autores, os nativos digitais são naturais na maneira de levar a vida nos espaços on-line e offline, gastam grande quantidade de tempo usando tecnologias digitais, costumam fazer várias coisas ao mesmo tempo, e as formas de se expressar e de se relacionar misturam o humano com o técnico, o que causa uma verdadeira metamorfose nas relações humanas. Guardadas as devidas proporções e considerados os abismos criados pela desigualdade social que impera no Brasil e o conflito entre as gerações, é fato que a maioria dos estudantes de Educação Básica, da atualidade, nasceu “na nova era que está surgindo, a Era das Conexões (a partir de 2000), alavancada por toda a tecnologia proporcionada pelo crescimento dos meios de comunicação, sobretudo, da telefonia e da internet” (OLIVEIRA, 2010, p. 25). A presença desses estudantes, com os vários modos de ser, desafia os fundamentos da educação e as instituições de ensino (Educação Básica) a repensarem nas tradicionais propostas curriculares e nas concepções de tempo e de espaço presentes no planejamento, na gestão, nas propostas e nas ações pedagógicas dos processos educativos. É preciso deixar claro que não se trata de usar as tecnologias a qualquer custo ou de qualquer jeito, “mas de acompanhar, consciente e deliberadamente, uma mudança de civilização, que questiona, profundamente, as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis do professor e do aluno” (LÉVY, 2010, p. 174). Trata-se de reinventar a prática educativa por meio da cibercultura, substituindo o velho padrão das hierarquias dogmáticas do saber por um princípio dialógico-cooperativo, que parte de todos para todos e promove a aprendizagem coletiva. Cabe, aqui, a distinção feita por Sodré (2012), para quem as práticas juvenis, que se multiplicam em torno do bios virtual, não decorrem da noção clássica de diferença natural entre as gerações, mas da coincidência entre as transformações do mundo do trabalho e as dinâmicas de urbanidade que os dispositivos tecnológicos são capazes de provocar. Essa distinção é importante, não para originar uma espécie de “demonização” das tecnologias digitais ou da internet, mas para promover a reflexão crítica do emprego desses dispositivos e do jogo de interesses e de intencionalidades que sustenta e impulsiona a utilização, pois, segundo Lévy (2010, p. 24), “por trás das técnicas, agem e reagem ideias, projetos sociais, utopias, interesses econômicos, estratégias de poder e toda gama de jogos dos homens em sociedade”. 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) No que tange aos aspectos conceituais, a EaD tem características específicas que a diferenciam do ensino presencial quanto ao método, aos meios e às estratégias usadas para disseminar o conhecimento. Trata-se de uma modalidade de educação em que o processo de ensino-aprendizagem é desenvolvido “sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar, na mesma hora” (ABED, 2006, p. 1). Nas últimas décadas, esse processo acontece, quase sempre, mediado pelas tecnologias digitais da informação e comunicação, com estudantes e professores separados em relação ao espaço e ao tempo, mas conectados por meio dos dispositivos de rede e do conteúdo didático colocado à disposição. Portanto, a EaD pode ser uma modalidade de educação muito efetiva para o estágio atual da sociedade globalizada e tecnológica, porquanto traz, em si, uma nova compreensão de tempo e de espaço, elementos-chave para se compreenderem a cibercultura e o ciberespaço. 28 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS Para Lévy (2010), o ciberespaço surgiu como uma possibilidade de validar os conhecimentos e as competências adquiridas, inclusive, fora da escola, visto que possibilita que pensemos em vastos sistemas de testes automatizados, acessíveis em qualquer momento e de qualquer lugar. Segundo ele, os sistemas de educação e formação necessitam ajustar os dispositivos e o espírito do ensino aberto a distância e reconhecer as experiências adquiridas, pois as pessoas não aprendem só na escola ou nos espaços formais de educação. Assim, a EaD é uma prática educativa situada, mediatizada por materiais e meios de comunicação e baseada em uma racionalidade ética, solidária e dialógica, em que a participação, a criatividade, o compromisso e a prática de construção são elementos fundantes. Nessa perspectiva, aEaD é constituída de, pelo menos, três dimensões: a realidade social, a educação e a tecnologia. O ponto de partida é a realidade social, pois não é possível pensar na EaD fora de um contexto, muito menos desprovida da conjuntura econômico político-social contemporânea. Quanto à educação, o horizonte da humanização, no rumo da emancipação social, deve conferir intencionalidade a qualquer processo de EaD. A tecnologia deve ser encarada como um meio, um conjunto de mecanismos e dispositivos que possibilitam a materialização do ato educativo (MAROTO, 1996; DIAS; LEITE, 2012; FICHMANN, 2012). 4 EDUCAÇÃO BÁSICA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A educação básica consiste na formação essencial e necessária para o exercício da cidadania, com a aquisição de conhecimentos, competências, habilidades e atitudes. O conjunto das etapas da educação básica deve funcionar de forma articulada e totalizadora, a fim de levar o estudante a edificar a pertença à comunidade como casa comum, e um senso de abertura e de respeito à diversidade e à solidariedade, além do cuidado com a vida em todas as dimensões (CARNEIRO, 2015; LIBÂNEO et al., 2009). Nesse horizonte, assim se inscreve o Art. 22 da LDB: “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (CARNEIRO, 2015, p. 298). A mesma articulação presente entre as três etapas – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio - deve ser garantida no tripé que constitui a finalidade e deve sustentar o processo educativo na educação básica. Em se tratando do desenvolvimento pleno do educando, deve-se levar em conta a ampliação de suas capacidades cognitivas, das operações mentais e de todas as potencialidades que são percebidas durante o percurso. Trata-se, ainda, de atender às necessidades educacionais básicas, que, para Lück (2014), estão no bojo das necessidades fisiológicas e de segurança, de pertencimento, de ser estimado e valorizado, de ser bem-sucedido, de bem-estar e ordem, de tomar decisões, de resolver problemas e de realizar como ser humano. No que diz respeito ao exercício da cidadania, na educação básica, o processo educativo deve garantir aos estudantes uma formação capaz de fazê-los compreender todos os seus direitos e deveres, bem como exercitá-los no horizonte da emancipação social. O terceiro item do tripé, que sustenta a finalidade da educação básica, consiste em possibilitar a progressão no trabalho e em estudos posteriores, compreendendo o trabalho como um meio de realização humana e de transformação da realidade. Carneiro (2015, p. 58) refere que “a escola e os sistemas de ensino precisam entrar no mundo do trabalho e introduzi-lo como categoria de inspiração do currículo se, de fato, pretendem resgatar a sala de aula como um ambiente funcional para a sociedade tecnológica em metamorfose profunda”. No que diz respeito à organização curricular, a LDB sugere um processo educativo em que a leitura transformadora de mundo esteja presente, seja ensinada e aprendida. O currículo deixa de ser “grades” e assume os contornos de “redes” de conhecimentos, aberto e em movimento, capaz de levar para o interior da escola os contextos de vida dos sujeitos, dialogando com as subjetividades contemporâneas, na perspectiva da emancipação, e não, apenas, justificando-as numa espécie de fatalismo e TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EAD 29 de conformismo intermináveis. Assume a arte e a cultura como um princípio educativo, ligadas às regionalidades e às raízes que podem congregar a diversidade a uma perspectiva dialógica, em que o diferente tem direito de ser e de existir. A EaD é citada no Art. 32, da LDB, que trata da organização do ensino fundamental como uma das etapas da educação básica. Depois de falar do objetivo e dos aspectos que devem ser contemplados na formação do estudante, da possibilidade de desdobrá-lo em ciclos, de adotar a progressão continuada e de oficializar a língua portuguesa, encontra-se o seguinte parágrafo: “O ensino fundamental será presencial, e o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais” (CARNEIRO, 2015, p. 373). Há uma definição clara sobre o caráter presencial da educação básica, em que não é possível o formato semipresencial ou a distância (BIZZO, 2009). Isso pode ser justificado porque, sem contato direto, os estudantes estariam impedidos de compartilhar processos de socialização e de aprendizagem cooperativa (CARNEIRO, 2015). Desse modo, a frequência à escola não é apenas uma questão de disciplina, mas um meio de interatividade, de geração de convívio, de trabalho coletivo. Por outro lado, é possível contrapor esses argumentos com base no pensamento de Sêga (2011) e de Lévy (2010), que, ao discutirem a respeito das diferentes formas de interação humana e do conceito de interatividade, argumentam que os meios virtuais modificam a forma como a presencialidade, o convívio, a interação e a ação colaborativa acontecem, mas deixam claro que só há mudança na forma, e não, na inexistência, uma vez que os modos de interagir mudam de acordo com os contextos. Enquanto a LDB continuar com essa perspectiva para a educação básica, é preciso tomar a EaD como uma possibilidade de complementar a aprendizagem. Embora seja limitado, é um campo fecundo para a escola, pois “a adoção de estratégias de EaD amplia o papel da escola, levando-a para além dos muros e das paredes e atende ao anseio do aluno que deseja ser mais participante do seu processo de aprendizagem” (ASSUMPÇÃO, 2012, p. 161). Essas estratégias enriquecem o processo educativo e sintonizam as práticas pedagógicas com as novas gerações, o que proporciona um alargamento do espaço e do tempo em que a aprendizagem acontece (SANCHO, 2010). 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA O Colégio Marista Pio X oferece, aos educandos e aos responsáveis, por meio da internet, uma plataforma virtual, conhecida como Ambiente de Integração. Trata-se de um software de apoio à aprendizagem (e-learning), uma distribuição do Moodle 2.6.10 (Build: 20150310) personalizada pela instituição, executado como Ambiente Virtual de Aprendizagem, com acesso restrito e monitorado através de navegadores da WEB (browsers). De acordo com Dias e Leite (2012), o Moodle é uma plataforma aberta, livre e gratuita para a aprendizagem a distância, com diversos recursos e múltiplas atividades de interação, o que facilita a apreensão e a construção do conhecimento. Esse software está instalado em servidores próprios da Rede Marista, com segurança e privacidade. Permite a produção de páginas em que se utilizam textos, vídeos, imagens, áudios, fóruns de interação entre usuários, envio de arquivos, textos on-line e coletivos e possibilita a avaliação por meio de questionários com questões de múltipla escolha ou discursivas. O colégio dispõe de um Núcleo de Educação a Distância, denominado de NEaD, que gerencia o Ambiente de Integração e promove a elaboração e o desenvolvimento de cursos locais na modalidade EaD, para estudantes e educadores, e incentiva, dinamiza e monitora a participação nos cursos oferecidos pela Rede Marista. No Ambiente de Integração, foram criados vários espaços virtuais, agrupados em categorias diferentes, para atender às necessidades da comunidade escolar. Ao acessar esse ambiente, foi possível perceber a oferta de vários serviços, incluindo agendas diárias, mural virtual e espaço virtual por série/disciplina/professor etc. Contudo, o foco dessa apreciação foi a categoria destinada aos discentes, intitulada “Cursos Virtuais”: a) Produção Literária, idealizado para motivar a produção textual dos estudantes; b) História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, oferecido aos estudantes do 7º ano do ensino 30 UNIDADE 1 — EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS fundamental,
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