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ECC2 -oftalmo ALTERAÇÕES OCULARES DA DIABETES RETINOPATIA DIABÉTICA Doença de retina causada por microangiopatia secundária à exposição crônica à glicose. Controle adequado da glicemia. Diabetes → micro oclusões capilares → reduz perfusão → áreas de hipóxia → isquemia → liberação de fatores vasogênicos (VEGF e FGF) → estimulam formação de mais vasos →são frágeis, não nutrem o tecido corretamente e rompem facilmente. Exposição crônica. ● Quem deveria ser rastreado (prevenção primária): idade >45 anos, excesso de peso, parentesco com alguém que tenha diabetes (pais, irmãos, filhos), sedentarismo, HAS, pré-diabético, histórico de diabetes gestacional ou feto macrossômico, tabagismo, HDL < 35mg ou triglicérides >250 mg, SOP, doença vascular, medicamentos hiperglicemiantes. Controlar HAS e glicemia. ● Fatores de risco: obesidade, etilismo, HAS, doença auto imune, idade no momento do diagnóstico, controle inadequado da glicemia, gravidez. ○ Na gravidez, é examinado no primeiro trimestre e pelo menos a cada tres meses até o parto, através da fotografia digital. ○ Indivíduos jovens com diabetes tipo I não desenvolvem retinopatia por pelo menos 3 a 5 anos após o surgimento da doença sistêmica (fazer triagem em um período de 3-5 anos do diagnóstico). O paciente com diabetes tipo II pode apresentar retinopatia no momento do diagnóstico e pode ser a manifestação de apresentação (fazer a triagem no momento do diagnóstico). ○ Se tiver retinopatia, fazer acompanhamento anual, se não houver, fazer a cada 2-3 anos. ● Prevenção secundária: mudar estilo de vida, tratar e controlar hiperglicemia, tratar outros fatores de risco. Exame oftalmológico anual. ● Prevenção terciária: fotocoagulação à laser e votrectomia (vitrectomia?). Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo Abaulamento -> microaneurisma -> extravasamento de líquido, subst e sangue -> fundo do olho fica com edema, hemorragia ou precipitados (substs do plasma que precipitam camada da retina), precipitados duros e /ou algodonosos. Ou oclui o vaso ou tem extravasamento (8 ou 80). ● Microaneurisma Facilmente visível na afg (angio fluoresceína grafia). Sinal mais precoce. Pequenos pontos vermelhos ● Hemorragia retiniana Secundária a ruptura do capilar ou do microaneurisma. Se apresentam como pequenos pontos vermelhos arredondados ou ovalados se a hemorragia for profunda (camada poliforme externa). Em camada de vela, proveniente de capilares mais superficiais. ● Exsudatos -> duros (depósito amarelo de lipídeos, lipoproteinas e macrofagos). -> algodonosos (lesão esbranquiçada de aspecto suave, causados por oclusão capilar). IRMA (Intrarretinal Microvascular Abnormality)- dilatações anormais, capilares retinianos. ALTERAÇÕES VENOSAS- se apresentam em forma de beading ou looping. Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo ● Clínica: assintomática, visão embaçada, escotomas, baixa acuidade visual, amaurose. ● Classificação: proliferativa e não proliferativa. ● Retinopatia diabética não proliferativa: microangiopatia progressiva por lesão e oclusão de pequenos vasos. Espessamento da membrana basal endotelial capilar e redução do número de pericitos.Capilares desenvolvem microaneurismas. Hemorragia em chama de vela (horizontal). A leve se caracteriza por pelo menos um microaneurisma, a moderada tem microaneurismas extensos, hemorragias intrarretinianas, manchas algodonosas (infartos fibro-nervosos), ● Retinopatia proliferativa: estimula a formação de neovasos delicados, pelos quais vazam proteínas séricas profusamente. Precoce: neovasos no disco óptico ou outros locais da retina. Alto risco: neovasos no disco óptico que se estendem por mais de ⅓ do diâmetro do disco óptico, quaisquer neovasos sobre o disco óptico com hemorragia vitrea associada ou neovasos em outros locais da retina maiores que metade do disco óptico com hemorragia vítrea associada. Neovasos frágeis →se proliferam na face posterior do vítreo →elevados quando o vítreo começa a se contrair para fora da retina → se os vasos sangrarem →hemorragia vítrea maciça pode causar perda visual súbita. Se desenvolve em 50% dos pacientes com DM1 em até 15 anos ● Exames de imagem/ exame oftalmológico para a retinopatia diabética: ○ teste de acuidade visual. ○ dilatação da pupila (enxerga melhor a retina e consegue procurar mais os sinais). ○ fundoscopia. ○ angiofluoresceinografia (FFA) (se baseia na circulação do corante fluoresceína para mostrar a coloração, vazamento ou não- perfusão da vasculatura retiniana e coroidal). ○ tomografia de coerência óptica (OCT). ● Tratamento: ○ Controle adequado da hiperglicemia, da HAS e da hipercolesterolemia. Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo ○ Cirurgia/ laser de dispersão (destrói tecido nervoso, não regenera, mas pelo menos não piora). Injeção de corticosteróides ou agentes anti VEGF no olho e vitrectomia. Durante a gestação: examinar no 1º trimestre e depois frequência mensal, 88% de regressão do edema macular após o parto, prognóstico: grau no início da gravdez, duração da DM, nível de controle metabólico no início da gestação, hipertensão durante a gestação. RETINOPATIA HIPERTENSIVA Quem toma cloroquina -> alteração da mácula -> consulta com oftalmo. HAS→ estreitamento (o grau de estreitamento varia de acordo com a quantidade de substituição por fibrose preexistente- esclerose involucional). Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo ● Fundo do olho na retinopatia hipertensiva: ○ Vasoconstrição: estreitamentos arteriolares generalizados e focal. Hipertensão severa pode levar à obstrução das arteríolas pré- capilares e ao desenvolvimento de exsudatos algodonosos. ○ Extravasamento: permeabilidade vascular anormal→ hemorragia em chama de vela, exsudatos duros e edema de retina. Na fase maligna: edema da cabeça do nervo óptico. Estrela macular: depósito de exsudatos duros ao redor da fóvea na camada de Henle. ○ Arteriosclerose: espessamento das paredes dos vasos (hialinização da íntima, hipertrofia da média e hiperplasia endotelial). Presença de alterações nos cruzamentos arteriovenosos indica que a hipertensão existe há muitos anos. Classificação da arteriosclerose da retina. ● Retinopatia hipertensiva crônica: alterações vasculares retinianas decorrentes de hipertensão arterial sistêmica crônica. Achados: irregularidades e estreitamento das artérias retinianas, cruzamentos arteriovenosos patológicos (estreitamento das veias retinianas nos sítios de cruzamento arteriovenoso), hemorragias retinianas e microaneurismas. Hipertensão → vasoconstrição das arteríolas retinianas → barreira hematorretiniana interna é rompida→ aumenta permeabilidade vascular →hemorragia retiniana → edema. ● Classificação: KEITH-WAGNER- BARKER: baseia-se no nível de severidade dos achados retinianos com correlações prognósticas quanto à morbidade. Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo JEROME GANS: Diferenças às alterações causadas pela hipertensão, isoladamente das alterações arterioescleróticas. ● Sinais vasculares: deflexão da veia em cruzamentos arteriovenosos: (sinal de Salus), deflexão de vênulas em ângulo reto, fios de cobre, engurgitamento venoso Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo antes de cruzamento AV patológico (sinal de Bonnet), apagamento da veia no cruzamento (sinal de Gunn), fios de prata. Cruzamento patológico: a veia de cima esmaga o de baixo por pressão, parede de cima endurecida, fluxo da veia de baixo está diminuído. Sinal de Salus: deflexão ou mudança no trajeto da vênula junto ao cruzamento. Sinal de gunn: deflexão + apagamento. Indicação screening: hiv, diabete, aterosclerose e HAS. Veia mais escura e mais calibrosa. Muito perto do nervo não avalia, ver mais perto da periferia. diferença de calibre exsudato duro Rita Juelg 2022.1 ECC2 -oftalmo hemorragia edema de papila. ● Tratamento: prevenir, limitar ou reverter os danos aos órgãos- alvo, diminuindo a pressão alta do paciente. Medicamentos anti-hipertensivos: antagonista do receptor de angiotensina II, IECA ou diuréticos. ● Outras manifestações oculares da hipertensão: ○ oclusão de ramo da veiacentral da retina. ○ oclusão da artéria retiniana. ○ infartos isquêmicos da coróide. ○ macroaneurismas arteriais da neuropatia óptica isquêmica anterior. ○ paralisia de nervo motor ocular. ○ aguda, por ex na eclâmpsia: isquemia do coróide e descolamento seroso da retina. ○ HAS descontrolada: efeito adverso sobre a retinopatia diabética. Rita Juelg 2022.1
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