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13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 1/41 NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA E PERFORMANCE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Apresentar as características da nutrição aplicada à atividade física e performance. Explicar a estimativa do gasto energético e a avaliação do consumo alimentar. Esclarecer as particularidades na prescrição dietética e reposição hidroeletrolítica para praticantes de exercícios e atletas. Selecionar, de acordo com a exigência metabólica, a prescrição dietética adequada de forma individualizada ao atleta conforme modalidade esportiva praticada, estado nutricional, composição corporal e período de treinos e/ou competições, e processos de recuperação de lesões. A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 2/41 Prezado acadêmico, chegamos ao capítulo �nal deste livro didático. Agora vamos reunir os conhecimentos adquiridos nos dois capítulos iniciais sobre bioquímica da nutrição esportiva, �siologia do exercício e nutrição para apresentar as características da nutrição aplicada à atividade física e performance; explicar a estimativa do gasto energético e a avaliação do consumo alimentar; esclarecer as particularidades na prescrição dietética e a reposição hidroeletrolítica para praticantes de exercícios. Ao �nal desse capítulo, você será capaz selecionar, de acordo com a exigência metabólica, a prescrição dietética adequada de forma individualizada ao atleta conforme modalidade esportiva praticada, estado nutricional, composição corporal e período de treinos e/ou competições, bem como em processos de recuperação de lesões, isto é, colocar em prática seus conhecimentos em nutrição esportiva. Perfeito, não é? Com certeza é o que você mais espera, estou certa? De início, vamos a algumas perguntas importantes: o que é a nutrição esportiva e quais são os seus objetivos? Como a nutrição esportiva auxilia os atletas? O que é permitido ao nutricionista desempenhar ou quais as atribuições técnicas do nutricionista na área de nutrição em esportes? Irei responder a essas perguntas no início deste capítulo para depois iniciarmos o conteúdo sobre estimativas do gasto energético na prática de exercícios; a avaliação do consumo alimentar e nutricional no exercício e no esporte e, por �m, a prescrição dietética e reposição de perdas hidroeletrolíticas nas diferentes modalidades esportivas baseado nas recomendações nacionais e internacionais dos Consensos ou Guidelines (falando nisso, você sabe o que é um consenso ou guideline? Sabe como ele é realizado/elaborado? Vamos lá!). 2 NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA E PERFORMANCE 2.1 DIRETRIZES OU GUIDELINES As diretrizes, ou guidelines ou consensos, em amplo sentido, são documentos informativos que incluem recomendações dirigidas a otimizar o cuidado prestado ao paciente ou ao cliente, neste caso, a atletas e a praticantes de esportes. As diretrizes são baseadas em evidências construídas com base em uma revisão sistemática de evidências cientí�cas e na avaliação dos benefícios Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 3/41 e danos de diferentes opções na atenção à saúde (QASEEM et al., 2012). Devido ao grande volume de informações e variabilidade na qualidade das informações cientí�cas geradas na área da saúde, há necessidade de elaboração de sínteses que facilitem o acesso a essas informações e que possibilitem recomendações baseadas nos resultados oriundos de múltiplas fontes, fornecendo subsídio cientí�co para a tomada de decisão para o pro�ssional de saúde. Como estes documentos são elaborados? São convidados especialistas na área em que se fará o consenso ou diretriz; estes realizam reuniões para discussão dos temas e apresentação de estudos e pesquisas para de�nir níveis de evidência e grau de recomendação de determinado medicamento, suplemento, nutrientes, entre outros. No caso das diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME), em 2003, hoje chamada Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), a diretriz contou com a participação de eminentes pro�ssionais e pesquisadores de medicina e demais ciências do esporte do Brasil, com objetivo principal de contribuir para um processo de educação continuada que veicule informações aos pro�ssionais que trabalham com atletas e em programas de exercícios físicos destinados à população em geral, sendo adotados critérios sugeridos pela Comissão de Cardiologia. Estas diretrizes são baseadas em evidências coletadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Para melhor compreensão deste assunto, sugiro que você leia a diretriz na íntegra. Versões (ou edições) mais atuais dessas diretrizes brasileiras foram realizadas em 2009, bem como guidelines internacionais desde os anos 1990 até 2019, que são utilizados como referência de condutas em nutrição esportiva. Por �m, sugiro mais uma vez a leitura desde a primeira edição das diretrizes brasileiras da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte para compreensão do processo que se iniciou, de como foi realizado e o que se de�niu naquele momento antes de ler a segunda edição, que atualizou recomendações. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 4/41 CARVALHO, T. et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Modi�cações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte. v. 9, n. 2 - Mar/Abr, 2003 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v9n2/v9n2a02.pdf HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. et al. Modi�cações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Suplemento. Rev Bras Med Esporte. v. 15, n. 3 - Mai/Jun, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br 2.2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA A nutrição esportiva envolve a aplicação de princípios nutricionais para aprimorar o desempenho esportivo, no qual se envolve disponibilidade de substrato; peso e composição corporal; tempo de recuperação e saúde (WILLIAMS, 2002). Dentre os objetivos da nutrição esportiva, têm-se: recuperação ou manutenção da saúde; ganho de massa muscular; de�nição muscular; redução massa adiposa; treinamento para competições; desempenho e qualidade de vida (WILLIAMS, 2002). É importante ressaltar o que há de legislação, no Brasil, quanto à atuação do nutricionista em esportes. RESOLUÇÃO Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) nº 380/2005 revogada pelo Resolução 600/2018 De�nição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de referência, por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à sociedade e dá outras providências. Capítulo 3 https://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3s0/v15n3s0a01.pdf 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 5/41 Art. 2º Sem prejuízo do pleno exercício pro�ssional nos termos da Lei Federal nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, esta Resolução dispõe sobre as atividades dos nutricionistas nas seguintes áreas de atuação: I. Nutrição em Alimentação Coletiva. II. Nutrição Clínica. III. Nutrição em Esportes e Exercício Físico. IV. Nutrição em Saúde Coletiva. V. Nutrição na Cadeia de Produção, naIndústria e no Comércio de Alimentos. VI. Nutrição no Ensino, na Pesquisa e na Extensão. III. ÁREA DE NUTRIÇÃO EM ESPORTES E EXERCÍCIO FÍSICO 1. Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, o nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias: 1.1. Avaliar e acompanhar o per�l antropométrico, bioquímico e a composição corporal do atleta ou do desportista, conforme as fases do treinamento, e considerando a perda de peso antes de competições, o aumento de massa muscular e a melhora no desempenho. 1.2. Identi�car o gasto energético do indivíduo. 1.3. Elaborar o plano alimentar do indivíduo, adequando-o à modalidade esportiva ou exercício físico desenvolvido, considerando as diversas fases (manutenção, competição e recuperação). 1.4. Manter registro evolutivo individualizado de avaliações nutricionais, composição corporal e prescrições dietéticas e outras condutas pertinentes. 1.5. Promover a educação e orientação nutricional do indivíduo e, quando pertinente, dos familiares ou responsáveis. 1.6. Estabelecer estratégias de reposição hídrica e energética antes, durante e após a prática de exercícios e participação em Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 6/41 eventos competitivos. 1.7. Orientar quanto à execução do plano alimentar para atletas em viagem para competição. 1.8. Elaborar relatórios técnicos de não conformidades e respectivas ações corretivas, impeditivas da boa prática pro�ssional e que coloquem em risco a saúde humana, encaminhando-os ao superior hierárquico e às autoridades competentes, quando couber. 2. Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício Físico, �cam de�nidas como atividades complementares do nutricionista: 2.1. Solicitar exames complementares à avaliação nutricional, prescrição dietética e evolução nutricional dos clientes, quando necessário. 2.2. Prescrever suplementos nutricionais, bem como alimentos para �ns especiais, em conformidade com a legislação vigente, quando necessário. 2.3. Acompanhar e prestar atendimento nutricional aos atletas e desportistas em treinamentos e competições individuais ou coletivas. 2.4. Desenvolver material educativo para orientação de clientes, treinadores e colaboradores. 2.5. Promover periodicamente o aperfeiçoamento e atualização de funcionários por meio de cursos, palestras e ações a�ns, quando pertinente. 2.6. Interagir com a equipe multipro�ssional responsável pelo treinamento/acompanhamento do atleta e desportista. 2.7. Realizar e divulgar estudos e pesquisas relacionados à sua área de atuação, promovendo o intercâmbio técnico-cientí�co. 2.8. Participar do planejamento e supervisão de estágios para estudantes de graduação em nutrição e de curso técnico em nutrição e dietética e programas de aperfeiçoamento para pro�ssionais de saúde, desde que sejam preservadas as atribuições privativas do nutricionista. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 7/41 Disponível em: https://www.cfn.org.br Os benefícios da nutrição esportiva para atletas são muitos. Para que você tenha noção prática, leia a matéria a seguir: O que é a nutrição esportiva e quais são seus objetivos? Como a nutrição esportiva ajudar os atletas? Disponível em: https://multivix.edu.br 3 ESTIMATIVA DE GASTO ENERGÉTICO NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS O equilíbrio de energia pode ser de�nido como a resultante zero entre a ingestão de alimentos, bebidas e suplementos, e seu consumo, pelo metabolismo basal, efeito térmico do alimento e a atividade física voluntária. Ingestão insu�ciente de macro e micronutrientes, resultando em balanço calórico negativo, pode ocasionar perda de massa muscular e maior incidência de lesão, disfunções hormonais, osteopenia/osteoporose e maior frequência de doenças infecciosas, ou seja, algumas das principais características da síndrome do overtraining, comprometendo o treinamento pela queda do desempenho e rendimento esportivo (ABRANCHES; DELLA LUCIA, 2014, p. 47). A necessidade calórica dietética é in�uenciada pela hereditariedade, sexo, idade, peso e composição corporal, condicionamento físico e fase de treinamento, levando em consideração frequência, intensidade, duração e modalidade. Para esses, o cálculo das necessidades calóricas nutricionais está entre 1,5 e 1,7 vezes a energia produzida, o que, no geral, corresponde a consumo entre 37 a 41kcal/kg de peso/dia e, dependendo dos objetivos, pode apresentar variações mais amplas, entre 30 a 50kcal/kg/dia. Tabelas com gasto energético estimado por minuto de prática estão disponíveis em diversas publicações, sinalizando para atletas do sexo Capítulo 3 https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm https://multivix.edu.br/blog/o-que-e-a-nutricao-esportiva-e-quais-s%C3%A3o%20os-seus-objetivos/ 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 8/41 masculino, praticantes de modalidades de longa duração, consumos que vão de 3 000 a 5 000kcal por dia. As necessidades energéticas para adultos de ambos os sexos, saudáveis, leve a moderadamente ativos, é de 2 000 a 3 000kcal por dia (HERNANDEZ et al., 2009). É importante considerar que quando a necessidade de redução de massa gorda é um dos objetivos do acompanhamento nutricional, os resultados devem ser monitorados periodicamente para que não ocorra perda de massa magra, o que é indesejável para o rendimento esportivo e saúde do atleta. É preciso atenção com transtornos alimentares que podem surgir, dependendo da pressão emocional sofrida pelo atleta para atingir o “peso ideal” da categoria, ou quando determinado pelo treinador/técnico, especialmente atletas do sexo feminino, por maior suscetibilidade a variações no peso corporal e insatisfação com imagem corporal (OLIVEIRA et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; FORTES et al., 2012). O ritmo de perda de peso em programas de redução de massa corporal deve ser de 0,5 a 1kg por semana através da ingestão calórica reduzida com escolha de alimentos de baixa densidade energética, principalmente ingestão de lipídeos, nutriente em excesso na alimentação da população. Em atletas, a redução de 10 a 20% na ingestão calórica total promove alteração na composição corporal, redução de massa adiposo e redução do percentual de gordura corporal sem prejuízos em relação à fome e à fadiga, como ocorre com dietas de baixo valor calórico. É importante ressaltar que a restrição severa de lipídeos na prescrição dietética pode ocasionar perdas musculares importantes por falta de nutrientes ativos na recuperação após o exercício físico, como as vitaminas lipossolúveis e proteínas (HERNANDEZ et al., 2009). 3.1 EQUIVALENTE METABÓLICO (MET) O Equivalente Metabólico (MET) é o múltiplo da taxa metabólica basal, é equivalente à energia de um indivíduo em repouso representado na literatura pelo consumo de oxigênio (VO ) de, aproximadamente, 3,5 ml/kg/min. 2 Quando se exprime o gasto de energia em METs, representa-se o número de vezes pelo qual o metabolismo de repouso foi multiplicado durante Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 9/41 uma atividade. Por exemplo, pedalar a quatro METs implica em gasto calórico quatro vezes maior que o repouso. O American College of Sport Medicine sugere que a unidade MET seja utilizada como método para indicar e comparar a intensidade absoluta, e gasto energético de diferentes atividades físicas. Nesse contexto, o conceito de MET é aplicado nas orientações gerais a população em relação ao gastoenergético das atividades. Portanto, o MET é uma medida de intensidade de esforço. No compêndio de atividades físicas, traduzido para o português, as diferentes atividades são classi�cadas em relação ao gasto energético e equivalente metabólico (COELHO-RAVAGNANI et al., 2013). Para saber o quanto se gastou em uma sessão de exercícios, é preciso multiplicar o MET da atividade pelo peso corporal do indivíduo e pelo tempo de exercício. QUADRO 1 – FÓRMULA MET GE = MET da atividade x 0,0175 x Peso Corporal (kg) x Duração do exercício (minutos) = kcal/kg/h Ou usar fórmula simpli�cada GE = MET x Peso x Duração do Exercício (horas) = kcal/kg/h FONTE: Adaptado de Coelho-Ravagnani et al. (2013) e MCArdle e Katch et al. (2014) A seguir, veja o MET de alguns esportes e modalidades esportivas. QUADRO 2 – EQUIVALENTES METABÓLICOS DE ALGUNS ESPORTES E ATIVIDADES ESPORTIVAS Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 10/41 FONTE: Adaptado de MCArdle (2014) Ressalta-se que o MET é utilizado como opção para saber do gasto energético de diferentes modalidades esportivas quando não há oportunidade de medição do gasto energético real do indivíduo com obtenção do consumo de oxigênio (VO2 ) por calorimetria indireta, ou através do exame de ergoespirometria (MCARDLE, KATCH et al., 2014). máx 1 - Consulte os Quadros 1 e 2 com a fórmula e os cálculos dos METs, depois faça os cálculos para cada modalidade esportiva a seguir: Cálculo 1 - Atleta do sexo masculino, 25 anos, 80 kg, corredor. Quanto gasta em 60 minutos de corrida a uma velocidade de 17,5 km/h? Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 11/41 Responder Responder Cálculo 2 - Qual o gasto calórico de um triatleta de 72 kg, sexo masculino, em um dia de treino de natação (45 min) + ciclismo (2h) + corrida (42 km) em 1h30min? Cálculo 3 - Mulher de 35 anos, 58 kg. Quanto ela gasta em uma hora de aula de ginástica? Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 12/41 Responder 3.2 NECESSIDADES ENERGÉTICAS A recomendação de ingestão calórica para atletas, de acordo com as diretrizes da SBMEE (2009), é entre 30 a 50kcal/kg de peso/dia, dependendo dos objetivos, frequência, intensidade e duração da atividade praticada, bem como da modalidade esportiva, pois em nutrição esportiva a individualidade é muito importante e não há um padrão de prescrição para este ou aquele esporte, mas sim para cada atleta e suas particularidades (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009). O que se tem são recomendações de ingestão de energia e nutrientes determinadas por estudos clínicos, pesquisas e consensos baseados em evidências cientí�cas; estas são in�uenciadas pela hereditariedade, sexo, idade, peso e composição corporal, condicionamento físico e fase de treinamento e em média podem variar de 3 000 a 5 000 kcal diárias a necessidade de ingestão calórica para atletas; para adultos, de ambos os sexos, em condição saudável e ativos, a média é de 2 000 a 3 000 kcal/dia (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016). Contudo, a recente revisão das diretrizes para exercício e nutrição esportiva do Colégio Americano de Nutrição Esportiva e do Comitê Olímpico Internacional apresenta recomendações energéticas de acordo com a intensidade e duração da atividade praticada (ver Quadro 3) (INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; MAUGHAN et al., 2018) Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 13/41 QUADRO 3 – NECESSIDADES ENERGÉTICAS PARA ATIVIDADE FÍSICA Nível de atividade física Kcal/kg/dia Kcal /dia Atividade física generalizada 30 a 40 min/dia, 3 vezes por semana Dieta normal 25-35 1800-2400a Nível moderado de treinamento intenso 2-3h/dia, 5-6 vezes por semanab 50-80 2500-8000c Alto volume de treinamento 3-6h/dia, 1 a 2 sessões/dia, 5-6 vezes por semanab 50-80 2500-8000c Atletas de elited 150-200 Acima de 12000e Grandes atletasd 6000-12000f FONTE: Adaptado de Potgieter (2013) : valores estimados para um indivíduo de 50-80kga : níveis moderados de treinamento intenso usar menor valor e alto volume e b treinamentos intensos usar o maior valor : valores estimados para um indivíduo de 50-100kgc Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 14/41 dependendo da periodização, volume e intensidade dos treinosd: : valores estimados para um atleta de 60-80kge : valores estimados para um atleta de 100-150kgf 3.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE A avaliação nutricional do atleta é imprescindível para sua prescrição do plano alimentar, respeitando-se particularidades conforme fase do treinamento, preferencias e hábitos alimentares para que haja máxima adesão do atleta. Aos indivíduos praticantes de exercícios sem o objetivo de performance, para a avaliação e a prescrição nutricional não são dadas diferenciações, conforme recomendações nacionais e internacionais das Diretrizes da SBMME. Para os indivíduos que praticam exercícios físicos sem maiores preocupações com o desempenho, uma dieta balanceada, que atenda às recomendações dadas à população em geral, é su�ciente para a manutenção da saúde e possibilitar bom desempenho físico (HERNANDEZ et al., 2009, p. 3). Na revisão de literatura para a diretriz na qual sou co-autora, identi�camos que vários estudos demonstram baixa ingestão calórica e desequilíbrio nutricional nas dietas de atletas pro�ssionais e/ou amadores. Embora consistente a comprovação cientí�ca da e�ciência sobre a participação do carboidrato na recuperação do glicogênio muscular, atletas pro�ssionais ainda demonstram resistência para o consumo deste nutriente (CARVALHO et al., 2003). A alimentação que oferece carboidratos de forma adequada, contribui para a manutenção do peso e sua adequada composição, o que maximiza resultados do treinamento e colabora com a manutenção da saúde. Foi comprovado que o balanço calórico negativo, acompanhado de menor ingestão de micronutrientes, ocasiona perda de massa muscular, disfunção hormonal, osteopenia, maior incidência de fadiga crônica, lesões músculo-esqueléticas e doenças infecciosas. Essas são Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 15/41 consideradas algumas das principais características da Síndrome do Excesso de Treinamento, ou Overtraining (CARVALHO et al., 2003). O efeito ergogênico da ingestão de carboidratos durante a prática de exercícios demonstrado consistentemente em vários experimentos, mostra que o exercício prolongado reduz acentuadamente o nível de glicogênio muscular, sendo necessária reposição. Contudo, observa-se baixo consumo de carboidratos por atletas de diferentes modalidades esportivas (CARVALHO et al., 2003). A energia consumida durante os treinos e competições depende da intensidade e duração dos exercícios, sexo e do estado nutricional inicial do atleta. Desta forma, segundo quanto maior a intensidade dos exercícios maior será a participação dos carboidratos como fornecedores de energia. A contribuição da gordura pode ser importante para todo o tempo em que durar o exercício, tendendo a se tornar mais expressiva quando a atividade seprolonga e se mantém em intensidade francamente aeróbia. Contudo, a proporção de energia advinda da gordura tende a diminuir quando a intensidade de exercício aumenta, o que exige maior participação dos carboidratos. A proteína, com a maior a duração do exercício, aumenta a sua participação, o que contribui para a manutenção da glicose sanguínea, principalmente por meio da gliconeogênese hepática (CARVALHO et al., 2003, p. 4). Para o estudo de avaliação do consumo alimentar de atletas, publicações cientí�cas têm demonstrado consumo alimentar insu�ciente por diferentes inquéritos dietéticos (Recordatório 24h, habitual e questionário de frequência alimentar), tanto em atletas, como em indivíduos praticantes de exercícios (PANZA et al., 2007; LIMA et al., 2015; MORAIS et al., 2018; HOKAMA et al., 2019). FIGURA 1 – RECORDATÓRIO 24 HORAS Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 16/41 FONTE: A autora FIGURA 2 – QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 17/41 FONTE: Adaptado de Ribeiro et al. (2006) Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 18/41 Visite o site da Associação Brasileira de Nutrição esportiva (ABNE). Lá você encontrará muitas informações valiosas, como: conteúdos técnicos, guidelines, legislação ligada a área, agenda de eventos em nutrição esportiva entre outras informações. Fundada em 2003, na cidade de São Paulo, por nutricionistas, a ABNE tem por �nalidade, entre outras, transmitir o conhecimento na área de nutrição esportiva, desenvolver o raciocínio lógico e crítico do aluno e/ou pro�ssional, organizar, apoiar, orientar e auxiliar eventos na área, como: Congressos Nacionais, Regionais e Internacionais, Simpósios, Jornadas, Cursos e Reuniões Cientí�cas de interesse da especialidade. Acesse: www.abne.org.br 3.3 A ANAMNESE ALIMENTAR E NUTRICIONAL A anamnese alimentar criteriosa, não apenas na prática em nutrição esportiva, permite que se estabeleçam estratégias para introdução de eventuais modi�cações dietéticas necessárias. No caso de atletas, é extremamente importante que eles não sejam privados dos seus alimentos preferidos, ou de iniciar uma dieta com regras e obrigações incompatíveis com sua realidade. Para uma boa adesão ao plano alimentar, e consequente obtenção de resultados positivos em competições-alvo, a prescrição de alimentos e/ou suplementos deve ser �exível, com alterações gradativas identi�cadas pelo nutricionista durante avaliação nutricional. O conhecimento dos hábitos alimentares, rotinas de treino, competições- alvo, preferências e intolerâncias a determinados alimentos criam vínculo entre atleta e nutricionista, assim, há adesão ao plano alimentar e resultados positivos na performance esportiva. 3.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS Em relação às necessidades nutricionais, estas podem ser calculadas através de protocolos apropriados já estabelecidos para serem utilizados em atendimentos de nutrição clínica ambulatorial. Capítulo 3 http://www.abne.org.br/ 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 19/41 Outros pontos importantes a serem considerados, são a modalidade esportiva praticada, a fase de treinamento, o calendário de competições e os objetivos da equipe técnica em relação ao desempenho, dados referentes ao metabolismo basal, a demanda energética de treino, necessidades de modi�cação da composição corporal e fatores clínicos presentes, como as condições de mastigação, digestão e absorção. As necessidades energéticas são calculadas com base na necessidade energética basal (protocolo de livre escolha), gasto energético médio em treino e consumo extra ou reduzido para controle de composição corporal (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). Os ajustes na prescrição dietética, principalmente em relação aos macronutrientes, devido à alta demanda energética da prática esportiva, deve, também, proporcionar um concomitante ajuste no consumo dos micronutrientes. É importante lembrar que se deve seguir as recomendações das IDRs (Ingestão Diária Recomendada) pelo Institute of Medicine (2002), não ultrapassando as ULs (Upper Limit), ou seja, o limite máximo de ingestão tolerável de um nutriente que não cause prejuízo à saúde (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). 3.5 MICRONUTRIENTES As recomendações de micronutrientes para atletas, principalmente os de alto rendimento intenso, têm sugerido o uso, embora controverso, de vitamina C; entre 500-1500mg/dia por causa de sua ação antioxidante necessária para quem está em constante produção de radicais livres e oxidação celular. Outro benefício importante da vitamina C para atletas, seria a melhora da resposta imunológica que pode se comprometer em virtude da carga de treinos, em tempo, duração ou intensidade (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 20/41 A suplementação de vitamina E, também com ação antioxidante, é indicada para atletas de alto rendimento. Os consensos nacionais e internacionais, baseados em evidências cientí�cas consistentes, permitem que os pro�ssionais quali�cados, nutricionistas e médicos, prescrevam de forma sistemática vitamina C e E para atletas, com a ressalva de que esta atitude se baseia em baixo grau de evidência cientí�ca (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). Em relação ao zinco, este micronutriente está envolvido no processo respiratório celular; sua de�ciência em atletas pode gerar anorexia, signi�cativa perda de peso, fadiga, queda no rendimento em provas de resistência e risco de osteoporose, razão pela qual tem sido sugerida sua suplementação (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). No trecho do último consenso sobre esportes de alto rendimento, con�rma-se o que já se tinha até o momento para os minerais ferro, cálcio e vitamina D (Ver Quadro 4). QUADRO 4 – EXEMPLOS DE SUPLEMENTAÇÃO DE ALGUNS MICRONUTRIENTES EM ATLETAS* Micronutriente Visão geral Diagnóstico insu�ciência Protoc suplem Vitamina D É importante na regulação da transcrição genética na maioria dos tecidos. Sua insu�ciência/de�ciência afeta muitos sistemas no organismo. Não há consenso sobre a concentração sérica da 25- hidroxivitamina D (marcador do estado da vit. D), que de�ne de�ciência, insu�ciência, su�ciência e o limite superior A suplem entre 800 200UI/dia recomen para pop em geral As diretr supleme ainda nã estabelec para atle curto pra Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 21/41 tolerável. A necessidade de suplementar depende da exposição aos raios UVB e tipo de pele do atleta. curto pra altas dos 50 000 U por8-16 ou 10 00 por algum semanas atletas co de�ciênc monitora necessár evitar a toxicidad Ferro O estado subótimo de ferro pode ser por ingestão limitada ou insu�ciente, baixa biodisponibilidade; ingestão energética insu�ciente; aumento da necessidade de ferro pelo processo de crescimento, treinamento em altas altitudes; perdas por via menstrual; hemólise; suor, urina e fezes. Medidas realizadas simultaneamente fornecem uma melhor avaliação e determinam o estágio de de�ciência do atleta. São elas: dosagem de ferritina sérica, saturação de transferrina, ferro sérico, receptor de transferrina, protopor�rina de zinco, hemoglobina, hematócrito e volume corpuscular médio. Atletas q tem o est adequad ferro pod precisar supleme em dose da RDA (o 18mg/dia mulheres mg/dia p homens) têm de�c ferro nec de acompan clínico, in supleme com mai doses via conjunto ajustes n Importan ressaltar numeros formas d Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 22/41 supleme oral estã disponíve e�cazes, só devem realizada con�rma de�ciênc ferro. Cálcio Evitar laticínios e outro alimentos ricos em cálcio, restrição energética e/ou distúrbios alimentares aumentam o risco do estado de cálcio abaixo do ideal. Não há indicador apropriado do estado do cálcio. A análise da densidade mineral óssea pode ser indicativa da baixa ingestão Crônica de cálcio, mas outros fatores, incluindo estado subótimo de vit. D e distúrbios alimentares também são importantes. Consumo cálcio de 1500mg/ 1500-200 vit. D são recomen para otim saúde ós atletas co disponib energétic disfunção menstrua FONTE: Adaptado de Maughan et al. (2018) *Obs.: A suplementação indiscriminada com qualquer um dos nutrientes acima não é recomendada. As de�ciências devem ser primeiro identi�cadas através da avaliação nutricional, que inclui ingestão alimentar, marcador sanguíneo ou urinário, quando disponível. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 23/41 É necessário especial cuidado para atletas femininas em dietas de restrição calórica, uma vez que podem sofrer de�ciências de minerais, como o cálcio, que é importante na contração muscular, formação e manutenção óssea. A recomendação diária é de 1000mg/dia de cálcio para adultos, incluindo as atletas. A baixa ingestão de ferro, que ocorre em cerca de 15% da população mundial, causa fadiga e anemia, afetando o desempenho atlético e o sistema imunológico. Por isso, recomenda-se atenção especial para o consumo de alimentos com ferro de alta biodisponibilidade, com oferta recomendada de 15mg/dia para mulheres e de 10mg/dia para homens (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). 3.6 ANTIOXIDANTES As últimas publicações de diretrizes sobre nutrição esportiva demonstram que a ingestão combinada ou isolada de vitaminas C, A, E, cobre e zinco e coenzima Q10 produzem efeitos antioxidantes em atletas de alto rendimento, contudo, em altas doses podem não apresentar os efeitos esperados e trazer prejuízos à saúde (HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). Segundo as Diretrizes da SBMEE (2009), algumas considerações são importantes em relação ao estágio de vida para atletas ou praticantes de exercícios (HERNANDEZ et al., 2009). Leia o capítulo sobre crianças, adolescentes e idosos na diretriz. 3.7 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA E REPOSIÇÃO DE PERDAS HIDROELETROLÍTICAS NAS DIFERENTES MODALIDADES ESPORTIVAS Hernandez et al. (2009), nas diretrizes sobre modi�cações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde, enfatizam que não restam dúvidas quanto às mudanças favoráveis da composição corporal e Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 24/41 a in�uência positiva sobre o desempenho esportivo de atletas após o manejo dietético com uso de suplementação alimentar para casos especí�cos. Assim, uma alimentação saudável e adequada ao esforço/esporte/exercício deve ser entendida e compreendida pelos atletas de alto rendimento como o ponto de partida para obter o desempenho máximo com estratégias nutricionais que auxiliam de forma complementar. Maughan et al. (2018) citam que os suplementos alimentares são utilizados por atletas de todos os níveis esportivos, re�etindo a alta prevalência de uso na sociedade em geral. Cerca de metade da população adulta dos Estados Unidos usa alguma forma de suplementos alimentares e, embora existam diferenças regionais, culturais e econômicas, é provável uma prevalência semelhante em muitos outros países. Os atletas descrevem uma variedade de razões/motivos/justi�cativas diferentes para a escolha do uso de suplementos e produtos que se encaixam na descrição de um suplemento, bem como nas funções que atuam no plano de desempenho, treinamento e objetivos do atleta. Essas informações são bastante preocupantes, pois há muito já se comprova sobre o uso indiscriminado de substâncias ergogênica. Entende-se como �nalidade ergogênica e estética, no Brasil, o uso abusivo de suplementos alimentares e drogas ilícitas, tratando de uma atitude que tem crescido em ambientes de prática de exercícios físicos. O mais importante nesse contexto é que se trata muitas vezes de um comércio ilegal, sem controle dos setores da vigilância sanitária no Brasil sem a prescrição médica e/ou orientação de nutricionista com formação em ciência do esporte. Além disso, muitos suplementos tem sido ingeridos por indivíduos para os quais não há nenhuma indicação de uso. Existe, de uma forma geral, uma falta de comprovação cientí�ca que justi�que a ação proposta desse ou daquele suplemento. A situação, em parte, decorre da falta do conhecimento de que uma alimentação balanceada e de qualidade, salvo em situações especiais, atende às necessidades nutricionais de um praticante de exercícios físicos, inclusive de atletas de nível competitivo, o que dispensaria o uso de suplementos alimentares. Quando se trata do uso de algumas drogas e hormônios de comprovada ação ergogênica, mas que oferecem riscos para a saúde e são considerados doping, a situação Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 25/41 caracteriza-se não somente como antiética, mas até mesmo criminosa (CARVALHO et al., 2003, p. 45). Sugiro a leitura do consenso sobre suplementos alimentares e atletas de alta performance do Comitê Olímpico Internacional (2018) - IOC (International Olympic Committee) Consensus statement: dietary supplements and the high-performance athlete. Os consensos e recomendações nutricionais em nutrição esportiva, medicina do esporte e �siologia do exercício con�rmam desde as primeiras edições até as publicações atuais, a necessidade de atenção à prescrição adequada de carboidratos que se apresentam de�cientes nas análises de registro alimentar de atletas em diversas pesquisas cienti�cas; o estado de hidratação e o uso inadequado de suplementos nutricionais (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018). 3.8 ESPORTES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - PARTICULARIDADES NA PRESCRIÇÃO DIETÉTICA De acordo com minha experiência prática, de 20 anos, no atendimento de atletas de diversas modalidades esportivas; os esportes coletivos e individuaisapresentam particularidades de acordo com a posição que o atleta desempenha, ou na categoria na qual ele se enquadra ou escolhe, exigindo demandas metabólicas especí�cas comprovadas pela �siologia do esporte. Entretanto, os guidelines apresentam recomendações e orientações generalizadas, devendo o pro�ssional de nutrição e a equipe interdisciplinar considerarem essas particularidades para alcançar os objetivos de melhora de rendimento, estado de hidratação, prevenção de lesões e/ou otimização no processo de recuperação do atleta. Recentemente, as orientações do ACSM (2016) e IOC (2018) reforçam a importância da prescrição de energia e macronutrientes em kcal/kg/dia e g/kg/dia para a garantia do aporte necessário aos atletas, não Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 26/41 apresentando diferença para indivíduos �sicamente ativos, ou também chamados praticantes de exercícios/esportes (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009; MAUGHAN et al., 2018). 4 ESPORTES COLETIVOS Nos esportes coletivos (futebol, voleibol, handebol etc.), a posição em que o atleta joga é importante para que se saiba o substrato energético exigido para o seu desempenho esportivo. Outro ponto a considerar é o acompanhando do nutricionista durante treinos e viagens para melhor conhecimento das condições ambientais dos treinos, uso dos suplementos e alimentos prescritos, bem como do acesso aos alimentos e refeições. Desta forma, há maior cuidado em garantir as exigências e intensidade dos treinos e competições, podendo chegar a 60-90% de VO máximo, intercalando-se atividades aeróbias, tiros e picos de esforços que usam o chamado sistema ATP-CP (WILMORE; COSTIL, 2001; HIRSCHBRUCH, 2014). 2 O estado de hidratação em esportes coletivos, como no futebol, a reposição de água, carboidratos e eletrólitos só é possível no intervalo entre o primeiro e segundo tempo de jogo, ou no momento de parada, ou nas trocas de jogadores. Com isso, nas sessões de treinos e nas orientações aos atletas, o reforço da importância da reposição de líquidos aos jogadores é muito importante, pois no momento de jogo, o pro�ssional de nutrição não poderá intervir, o que também não é muito diferente para esportes como voleibol, handebol, basquete, entre outros (ISSN, 2013; ACSM, 2016). 5 ESPORTES INDIVIDUAIS O atleta de esportes individuais, como a natação, o triatlo, a maratona e o atletismo, organiza suas atividades e ajusta seus horários nos treinos para levar alimentos e suplementos de forma adequada ao que foi prescrito pelo nutricionista e médico do esporte, exceto para os atletas de alguns esportes, como ginástica artística, judô e boxe, os quais, na prática clínica, observamos maior di�culdade, pois o intervalo para ingestão de água é limitado e, no caso dos esportes de luta, como no judô, a vestimenta conta negativamente, aumentando a perda de Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 27/41 líquidos, o que prejudica o estado de hidratação e rendimento (HIRSCHBRUCH, 2014). No remo e no tênis temos di�culdades em relação ao atleta conseguir fazer a ingestão de líquidos e suplementos em virtude da logística dos treinos e do espaço físico para a realização do esporte, como no caso do remo. A orientação nutricional acontece quando é possível, garantindo-se o mínimo possível de ingestão (ISSN, 2013; HIRSCHBRUCH, 2014). 6 ESTADO DE HIDRATAÇÃO O estado de hidratação é um fator determinante para a prática de atividades físicas. O conhecimento sobre o estado de hidratação do indivíduo antes, durante e após o exercício se torna importante à sua prática constante. Além disso, avaliar o estado de hidratação é fundamental para evitar problemas de saúde devido à desidratação (MACHADO-MOREIRA et al., 2006). A variação do peso corporal pode ser utilizada para avaliação do estado de hidratação. A partir da diferença do peso corporal antes e após o exercício, é possível calcular o percentual de perda de peso para classi�car o estado de hidratação que pode ser observada no Quadro 5. Outro método prático para a estimativa da hidratação corporal, é a análise da coloração da urina, utilizando-se a escala proposta por Armstrong et al. (1994). A escala apresenta uma boa correlação com a densidade e a osmolalidade urinária e plasmática. O índice de coloração da urina adota oito cores gradativas para urina, pela qual se obtém o resultado comparando-se a cor da urina coletada com as cores da escala. Assim, é possível encontrar as seguintes classi�cações: euhidratação (cor nível um a três), desidratação moderada (cor nível quatro a seis) e desidratação severa (cor nível maior que seis). QUADRO 5 - ESTADO DE HIDRATAÇÃO CONFORME VARIAÇÃO DE PESO CORPORAL E COLORAÇÃO DA URINA Índices de Estado de Hidratação Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 28/41 Estado de hidratação % variação de peso corporal Coloração da urina Euhidratação +1 a -1 1 ou 2 Desidratação mínima -1 a -3 3 ou 4 Desidratação signi�cativa -3 a -5 5 ou 6 Desidratação grave >-5 >6 FONTE: Adaptado de Casa et al. (2000) 6.1 REPOSIÇÃO HÍDRICA Assunto discutido por diversos estudos, revisões e publicações em medicina do esporte, �siologia do exercício e nutrição esportiva, com publicações em consensos/diretrizes/guidelines nacionais e internacionais. O estado de hidratação adequado durante a atividade física de caráter recreativo, ou competitivo, pode garantir que o desempenho e�ciente evite alterações metabólicas prejudiciais ao atleta. Para isso, é necessário conhecimento dos fatores que in�uenciam o momento adequado e a quantidade a ser ingerida de água. As recomendações dependem do tipo de atividade e de fatores individuais, como condicionamento físico, idade, modalidade praticada, estresse ambiental, entre outros. O estresse do exercício é acentuado pela desidratação, que aumenta a temperatura corporal, prejudica as respostas �siológicas e o desempenho físico, com riscos para a saúde. Esses efeitos podem ocorrer mesmo que a desidratação seja leve ou moderada, com até 2% de perda do peso Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 29/41 corporal, agravando-se à medida que ela se acentua. Com 1 a 2% de desidratação inicia-se o aumento da temperatura corporal em até 0,4º Celsius para cada percentual subsequente de desidratação. Em torno de 3%, há redução importante do desempenho; com 4 a 6% pode ocorrer fadiga térmica; a partir de 6% existe risco de choque térmico, coma e morte (CARVALHO et al., 2003, p.48). Com isso, a desidratação afeta o desempenho aeróbio, diminui o volume de ejeção ventricular pela redução no volume sanguíneo e aumenta a frequência cardíaca. Essas alterações são acentuadas em climas ou ambientes quentes e úmidos, pois a maior vasodilatação cutânea transfere grande parte do �uxo sanguíneo para a periferia, ocasionando uma redução acentuada da pressão arterial, bem como do retorno venoso e do débito cardíaco. Quando a reposição hídrica ocorre em volumes equivalentes ao das perdas pelo suor, pode prevenir o declínio no volume de ejeção ventricular, sendo, também, bené�ca para a termorregulação, aumentando o �uxo sanguíneo periférico e facilitando a transferência de calor interno para a periferia. O reconhecimento dos sinais e sintomas da desidratação é fundamental, quando leve a moderada, ela se manifesta com fadiga, perda de apetite e sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura, oligúria e aumento da concentração urinária. Quando grave, ocorredi�culdade para deglutir, perda de equilíbrio, a pele se apresenta seca e murcha, olhos afundados e visão fosca, disúria, pele dormente, delírio e espasmos musculares (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009). A seguir, um resumo das principais alterações da desidratação induzida pelo exercício. QUADRO 6 – ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA DESIDRATAÇÃO Aumento Redução Frequência cardíaca submáxima. Volume plasmático. Concentração de lactato e Volume sistólico, débito cardíaco Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 30/41 osmolaridade sanguínea. e VO .2máx Índice de percepção do esforço. Fluxo sanguíneo para pele e músculos ativos, fígado e outros órgãos. Náuseas e vômitos. Taxa de sudorese. Requerimento de glicogênio muscular. Pressão arterial (hipotensão). Temperatura interna: hipertermia. Componentes cognitivos. Caibras, exaustão ou choque térmico. Motivação. FONTE: Adaptado de Hernandez et al. (2009) As evidências cienti�cas demonstram que a ingestão de líquidos, independentemente da presença de carboidrato, melhora o desempenho para a primeira hora de exercício aeróbio em alta intensidade. Como a desidratação decorrente do exercício pode ocorrer não apenas devido à sudorese intensa, mas, também, devido à ingestão insu�ciente e/ou de�ciente absorção de líquidos, é importante reconhecer os elementos que contribuem na qualidade da hidratação (HERNANDEZ et al., 2009) 6.2 RECOMENDAÇÃO PARA REPOSIÇÃO HÍDRICA Qual o melhor momento para a ingestão de líquidos? Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 31/41 As evidências cientí�cas recomendam ingerir líquidos antes, durante e após o exercício. Para garantir que o indivíduo inicie o exercício bem hidratado, recomenda-se que ele beba cerca de 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009). Durante o exercício, recomenda-se iniciar a ingestão nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O volume a ser ingerido varia conforme as taxas de sudorese, geralmente entre 500 e 2000ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora, ou se for intensa, do tipo intermitente, mesmo com menos de uma hora, devemos repor carboidrato na quantidade de 30 a 60g·h-1 e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7g·l-1. A bebida deve estar em temperatura em torno de 15 a 22° C e apresentar um sabor de acordo com a preferência do indivíduo, favorecendo a palatabilidade (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009). Após os exercícios, a recomendação é continuar a ingestão de líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela diurese e sudorese. Nesse momento, orienta-se a ingestão de carboidratos, em média de 50g de glicose, nas primeiras duas horas após o exercício para que se promova a ressíntese do glicogênio muscular e o rápido armazenamento de glicogênio muscular e hepático (CARVALHO et al., 2003; MACHADO- MOREIRA et al., 2006; HERNANDEZ et al., 2009). 6.3 CARBOIDRATOS DURANTE O EXERCÍCIO Con�rmando o que vimos ao longo do capítulo, a ingestão de carboidratos é imprescindível, em especial durante o exercício prolongado, que melhora o desempenho e pode retardar a fadiga nas modalidades esportivas que envolvem exercícios intermitentes de alta intensidade, prevenindo episódios de hipoglicemia após duas horas de exercício. Estudos indicam que uma bebida com 8% de carboidrato ocasiona maior lentidão na absorção e no esvaziamento gástrico em comparação à água e às bebidas que contêm até 6% de carboidrato. Com isso, recomenda-se, preferencialmente, uma mistura de glicose, frutose e sacarose, tendo cuidado do uso isolado de frutose que pode causar distúrbios gastrintestinais. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 32/41 Durante exercícios, treinos e competições, a reposição necessária de carboidratos para manter a glicemia e retardar a fadiga é de 30 a 60g/hora, com concentração de 4 a 8g/decilitro. (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009) 6.4 REPOSIÇÃO DE SÓDIO Como perdemos sódio através do suor, em algumas situações justi�ca-se a ingestão durante o exercício, pois a concentração de sódio no suor varia individualmente, com fatores como idade, grau de condicionamento e aclimatização ao calor. A concentração média de sódio no suor de um adulto está em torno de 40mEq/L então, supondo que um indivíduo de 70kg corra por três horas e perca dois litros de suor por hora, a perda total de sódio é de 240mEq, ou seja 10% do total de Na+ do espaço extracelular. Esta perda seria irrelevante, não fosse o risco de hiponatremia, concentração de sódio plasmático menor que 130mEq·l-1, decorrente de uma reposição hídrica com líquidos isentos de sódio ou com pouco sódio, principalmente em eventos muito prolongados. A diminuição da osmolaridade plasmática produz um gradiente osmótico entre o sangue e o cérebro, causando apatia, náusea, vômito, consciência alterada e convulsões, que são algumas das manifestações neurológicas da hiponatremia. A inclusão de sódio nas bebidas reidratantes promove maior absorção de água e carboidratos pelo intestino durante e após o exercício. Isto se dá porque o transporte de glicose na mucosa do enterócito é acoplado com o transporte de sódio, resultando numa maior absorção de água. Em exercícios prolongados, que ultrapassam uma hora de duração, recomenda-se beber líquidos contendo de 0,5 a 0,7g/l (20 a 30mEq·l-1) de sódio, que corresponde a uma concentração similar ou mesmo inferior àquela do suor de um indivíduo adulto (HERNANDEZ et al., 2009, p.6). 7 DIETA NO TREINAMENTO Nos treinamentos, a prescrição dietética de suplementos é colocada em prática. Cabe ao pro�ssional de nutrição buscar feedback com o atleta para que ajustes sejam feitos para que a prescrição seja corretamente seguida para que os resultados possam ser avaliados e repensados. Nesse momento, a realização de atividades de educação nutricional, como palestras, material educativo, atividades práticas de elaboração de preparações culinárias, degustação de alimentos e suplementos, são inseridas na fase pré-competição para intervir como reforço das Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 33/41 orientações já repassadas (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014; ACSM, 2016). A escolha dos alimentos, fontes de carboidrato, assim como a preparação da refeição que antecede o evento esportivo, deve respeitar as características gastrintestinais individuais dos atletas. A recomendação do fracionamento da dieta em três a cinco refeições diárias deve considerar o tempo de digestão necessária para a refeição pré-treino, ou prova. O tamanho da refeição e a composição da mesma em quantidades de proteínas e �bras podem exigir mais de três horas para o esvaziamento gástrico. Na impossibilidade de esperar por mais de três horas para a digestão, pode-se evitar o desconforto gástrico com refeições pobres em �bras e ricas em carboidratos. Sugere-se escolher uma preparação com consistência leve ou líquida, com adequação na quantidade de carboidratos (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014; ACSM, 2016). NUTRIÇÃO E SAÚDE IMUNE DOS ATLETAS: NOVAS PERSPECTIVAS SOBRE UM VELHO PARADIGMA As infecções respiratórias e gastrointestinais limitam a disponibilidade do atleta para treinar e competir. Para entender melhor como um atleta �cará doente quando tiver uma infecção, é apresentado um paradigma recentemente adotado pela imunologia ecológica que inclui os conceitos de resistênciaimune (a capacidade de destruir micróbios) e tolerância imune (a capacidade de amortecer a defesa e ainda controlar a infecção a um nível não prejudicial). Isso fornece uma nova perspectiva teórica sobre como a nutrição pode in�uenciar a saúde imunológica do atleta; abrindo caminho para esforços de pesquisa focados em suplementos nutricionais tolerogênicos para reduzir a carga de infecção em atletas. De fato, há evidências limitadas de que as práticas alimentares dos atletas suprimem a imunidade, por exemplo, baixa disponibilidade de energia e treinar ou dormir com pouco carboidrato. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 34/41 A nova perspectiva teórica fornecida aprimora o foco nos suplementos nutricionais tolerogênicos que demonstram reduzir a carga de infecção em atletas, por exemplo, probióticos, vitamina C e vitamina D. Disponível em: https://www.gssiweb.org Segue um exemplo de cardápio para dieta de treinamento de atleta de natação, sexo masculino, adolescente, 17 anos. Início do treino de natação às 14h00-15h00, intervalo de 20 min, início de treino físico (musculação) das 15h30 às 16h00, novo treino de natação das 16h00 às 18h00. QUADRO 7 – EXEMPLO DE CARDÁPIO DIETA DE TREINAMENTO Horário/refeição Alimentos e/ou preparações Almoço (antes do primeiro treino de natação) Salada de folhas verdes Legumes cozidos Arroz com frango ao molho de tomate Farofa Suco de uva Durante a natação e musculação Ingestão de água intercalado com suco de frutas diluído ou água de coco - 500mL/hora Antes do treino da musculação Banana Pão com pasta de amendoim Capítulo 3 https://www.gssiweb.org/en/research/Article/nutrition-and-athlete-immune-health-new-perspectives-on-an-old-paradigm 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 35/41 Após o treino de natação (último treino do dia) Uva passa e mix de nuts (castanhas, amendoim, nozes) Whey protein com água Janta ao chegar em casa FONTE: A autora 7.1 DIETA DA PRÉ-COMPETIÇÃO A garantia de bons estoques de energia no organismo do atleta, é o objetivo principal da dieta da pré-competição, enfatizando-se horas de sono, abstinência alcoólica (particularmente uma grande di�culdade para jogadores de futebol) e treinos de menor intensidade ou interrupção dos mesmos. Assim, a dieta do atleta terá ênfase na ingestão de carboidratos, mantendo-se cuidado com as diferentes fontes alimentares e índice glicêmico. A contribuição dos antioxidantes, neste momento, é de extrema importância, sendo geralmente prescritos na forma de suplementos para que seja garantida a adequação desses nutrientes. Não menos importante, associar atividades de educação nutricional (palestras, material educativo, o�cinas culinárias de elaboração e degustação de alimentos e/ou suplementos) em todos os momentos do acompanhamento nutricional de atletas (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009). Algumas orientações são importantes na dieta pré-competição. Veja a seguir o quadro com exemplos. QUADRO 8 – ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS NA PRÉ-COMPETIÇÃO Evitar Dar preferência - Alimentos integrais (pão integral, saladas verdes, arroz integral), pois podem causar desconfortos gastrointestinais. - Ingestão de alimentos produzidos, elaborados e preparados em casa ou local da con�ança e hábito do Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 36/41 - Alimentos que contenham enxofre, que tenham alto grau de fermentação e/ou digestão prolongada (ovos, feijões, lentilhas, alho, brócolis, cebola, pimentão). - Qualquer alimento e/ou suplemento que não seja o habito do indivíduo/atleta, ou seja: não experimentar alimentos ou suplementos nas provas ou competições. indivíduo/atleta evitando episódios gastrointestinais como intoxicações ou toxinfecção alimentares. - Alimentação habitual ao período pré-competição. - Aumentar a ingestão de carboidratos pelo menos 3 dias antes da competição para otimizar os estoques de glicogênio muscular. FONTE: A autora 7.2 DIETA NA COMPETIÇÃO E NA RECUPERAÇÃO No dia da competição, ou da prova, cuidado com o horário da refeição pré-competição e com o início da prova, bem como do intervalo entre uma competição e outra. Em alguns esportes, como provas de natação que ocorrem duas ou três vezes no mesmo dia em intervalos de 3 a 5 horas, deve fazer parte da planilha de acompanhamento e prescrição do pro�ssional de nutrição, para que a disponibilidade de energia e nutrientes sejam garantidos sem comprometa o desempenho e e�ciência do atleta (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014; ACSM, 2016). No período de recuperação, ou seja, após treinos ou competições, ou prova de uma competição, nesse momento, o organismo está metabolicamente depletado e a recuperação virá através do repouso e da alimentação. Contudo, é exatamente nesta fase que os atletas referem não ter lembrado das orientações ou de ter ingerido qualquer tipo de alimento, não ter feito a reposição de água e carboidratos ou ter feito de forma insu�ciente, ou ter se preocupado apenas com a ingestão de suplementos por acreditar que estes são mais importantes ou e�cientes. Por isso, a importância da presença do nutricionista em treinos, competições e viagens para monitoramento e ajustes necessários a tempo de serem corrigidos, sem comprometimento do rendimento do Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 37/41 atleta (CARVALHO et al.,2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014; ACSM, 2016). No quadro a seguir há um exemplo de cardápio para competição: atleta, sexo masculino, 34 anos, maratonista. Início da prova às 8h00. Tempo estimado de prova: 2h30min. QUADRO 9 – EXEMPLO DE CARDÁPIO DIETA DA COMPETIÇÃO E RECUPERAÇÃO Horário/refeição Alimentos e/ou preparações Café da manhã (1h30-2h antes da prova) Suco de laranja com beterraba. Sanduiche com creme de ricota e atum. Durante a maratona Ingestão de água intercalada com bebida esportiva e água de coco - 500mL/hora. Reposição de carboidrato (gel) - 1 sachê após a 1ª hora com ingestão de água. Após a prova Whey protein com água. Almoço priorizando ingestão de carboidratos (massas, arroz, batatas) e proteínas (carnes, frango ou peixe) e suco de frutas. Reposição de água e carboidratos para reposição dos estoques de glicogênio hepático e muscular. FONTE: A autora Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 38/41 Responder C.R.S, 23 anos, sexo masculino, atleta de triatlo, treinos 6 x semana, sendo 5 x semana 2h/dia, intercalando 1h de ciclismo e 1h de corrida ou natação, e 1 x semana treino de transição (1h natação, 2h ciclismo e 1 hora de corrida); 1,70 m, peso 62 kg, 12% de gordura corporal. Em uso de whey protein, antioxidantes (vit. C, E e zinco) e BCAA. Refere intercorrência em uma prova de triatlo, sentiu-se mal e decidiu beber 300ml de Coca-Cola, sentindo-se bem imediatamente, contudo, após 30 min voltou a sentir náuseas, redução do rendimento e energia na prova. Refere que bebeu 500ml de água oferecida na prova e continuou a sentir-se mal. Bebeu 300ml de Coca-Cola novamente, melhorou dos sintomas, mas �nalizou a prova com 2 horas a mais do que o planejado. Diante das informações, o que você acha que ocorreu? Qual seria a sua conduta? Você adicionaria ou excluiria algum suplemento? As diretrizes do ACSM (2016) citam alguns pontos que considerei importantes para �nalizar este capítulo.Com o passar das décadas, têm- se observado um aumento de publicações cientí�cas e consensos de organizações esportivas relacionados à nutrição esportiva e dietética, o que con�rma a nutrição esportiva como área dinâmica da ciência em constante crescimento, tanto no apoio que oferece aos atletas, quanto na força das evidências que sustentam as diretrizes. Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 39/41 Os atletas realizam programas periodicos de preparação �sica para a obtenção do desempenho máximo através da integração de diferentes tipos de exercicios divididos em ciclos nas planilhas de treinos para as competições programadas ao longo de um determinado periodo. O suporte nutricional também precisa ser periodizado, levando em consideração as necessidades das sessões diárias de treinamento e objetivos nutricionais programados para aquele atleta conforme suas individualidades. Os planos alimentares precisam ser personalizados para cada atleta, a �m de levar em consideração a especi�cidade e a exclusividade do evento, metas de desempenho, desa�os práticos, preferências alimentares e respostas a várias estratégias. O objetivo principal do treinamento é adaptar o corpo para desenvolver e�ciência e �exibilidade metabólica, enquanto as estratégias de nutrição se concentram em fornecer reservas de substrato adequadas para atender às demandas de combustível do evento e apoiar a função cognitiva. A disponibilidade de energia considerando a ingestão energetica em relaçao ao gasto calórico do exercicio, estabelece uma base importante para a saúde e o sucesso das estrategias de nutriçao esportiva. A melhora da composição corporal associada ao desempenho ideal é reconhecida como uma meta importante, desa�adora, que precisa ser individualizada e periodizada. Aqui também temos a participaçao da nutrição nas estratégias nutricionais para mudanças da composiçao corporal e consequente melhora de desempenho ou resultados seja para atletas ou individuos praticantes de exericios (ACSM, 2016, p.561). O treinamento e a nutrição têm forte interação na adaptação do corpo ao desenvolvimento de adaptações funcionais e metabólicas. Atletas de esportes de alto rendimento se mantêm entre treinamento de força su�ciente para obter um estímulo máximo de treinamento e evitar o risco de doença/lesão associado a um volume excessivo de treinamento. Com isso, �nalizo enfatizando a importância da atualização cientí�ca do pro�ssional de nutrição em Nutrição Esportiva, pois a ciência está em constante evolução com suas novas descobertas a respeito do metabolismo e desempenho humano no exercício e no esporte. Tríade da mulher atleta. Leia sobre o consenso atual sobre essas alterações ocorridas em mulheres atletas que devem ser Capítulo 3 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 40/41 Conceito sobre diretrizes ou guidelines que determinam as recomendações nutricionais em nutrição esportiva; O que é a nutrição esportiva e a resolução do CFN 380/2005 com as áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, especi�camente na área de nutrição esportiva. consideradas em todo o planejamento e prescrição dietética. MOUNTJOY M, et al. Br J Sports Med. 2018; 52:687-697. IOC consensus statement on relative energy de�ciency in sport (RED-S) Disponível em: https://bjsm.bmj.com ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Chegamos ao �m do terceiro capítulo, no qual abordamos temas os quais você fosse capaz de compreender as características da nutrição aplicada à atividade física e performance; estimativa do gasto energético e avaliação do consumo alimentar; particularidades na prescrição dietética e reposição hidroeletrolítica para praticantes de exercícios e atletas. Assim, elencamos o que vimos neste capitulo: Demos início a este capítulo, entendendo a estimativa do gasto energético na prática de exercícios, abordando o equivalente metabólico como estratégia para o cálculo do gasto energético nos diferentes esportes, bem como as recomendações energéticas e nutricionais. Ademais, elaborei atividades de estudo em forma de case, para cálculo de gasto energético em algumas situações. Ao falarmos sobre estado de hidratação e recomendações de ingestão de líquidos, apresentei um case para você resolver, assim você vivencia um exemplo real, atuando na prática. Sobre as recomendações de energia e nutrientes, apresentamos segundo as guidelines nacionais e internacionais e as especi�cidades quanto aos antioxidantes e alguns micronutrientes como ferro e cálcio. Na sequência estudamos sobre avaliação do consumo alimentar e nutricional, para então irmos à prescrição dietética de acordo com o Capítulo 3 https://bjsm.bmj.com/content/bjsports/52/11/687.full.pdf%C2%A0 13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 41/41 Capítulo 2 Conteúdo escrito por: esporte coletivo ou individual, bem como em momentos de treinamento, competição e recuperação com particularidades; apresentei exemplos de cardápios em casos reais de atletas atendidos durante minha experiência prática em nutrição esportiva com base em recomendações, preferências e hábitos referidos pelos indivíduos/atletas. É importante destacar particularidades para crianças, adolescentes e adultos praticantes de esporte que estão em estágios de vida de crescimento/desenvolvimento e envelhecimento celular, respectivamente. Assim, você está apto(a) a selecionar, de acordo com a exigência metabólica, a prescrição dietética adequada de forma individualizada ao atleta, conforme modalidade esportiva praticada, estado nutricional, composição corporal e período de treinos e/ou competições, bem como processos de recuperação de lesões. Bom trabalho e bons estudos, pois a atualização é constante na prática pro�ssional em nutrição! Parabéns pela escolha e sucesso em sua trajetória! Todos os direitos reservados © Kharla Medeiros Capítulo 3
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