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Livro Digital CAP3 - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA

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13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 1/41
NUTRIÇÃO APLICADA À
ATIVIDADE FÍSICA E
PERFORMANCE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar as características da nutrição aplicada à atividade física e
performance.
Explicar a estimativa do gasto energético e a avaliação do consumo
alimentar.
Esclarecer as particularidades na prescrição dietética e reposição
hidroeletrolítica para praticantes de exercícios e atletas.
Selecionar, de acordo com a exigência metabólica, a prescrição
dietética adequada de forma individualizada ao atleta conforme
modalidade esportiva praticada, estado nutricional, composição
corporal e período de treinos e/ou competições, e processos de
recuperação de lesões.
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 2/41
Prezado acadêmico, chegamos ao capítulo �nal deste livro didático. Agora
vamos reunir os conhecimentos adquiridos nos dois capítulos iniciais
sobre bioquímica da nutrição esportiva, �siologia do exercício e nutrição
para apresentar as características da nutrição aplicada à atividade física e
performance; explicar a estimativa do gasto energético e a avaliação do
consumo alimentar; esclarecer as particularidades na prescrição dietética
e a reposição hidroeletrolítica para praticantes de exercícios.
Ao �nal desse capítulo, você será capaz selecionar, de acordo com a
exigência metabólica, a prescrição dietética adequada de forma
individualizada ao atleta conforme modalidade esportiva praticada,
estado nutricional, composição corporal e período de treinos e/ou
competições, bem como em processos de recuperação de lesões, isto é,
colocar em prática seus conhecimentos em nutrição esportiva. Perfeito,
não é? Com certeza é o que você mais espera, estou certa?
De início, vamos a algumas perguntas importantes: o que é a nutrição
esportiva e quais são os seus objetivos? Como a nutrição esportiva auxilia
os atletas? O que é permitido ao nutricionista desempenhar ou quais as
atribuições técnicas do nutricionista na área de nutrição em esportes?
Irei responder a essas perguntas no início deste capítulo para depois
iniciarmos o conteúdo sobre estimativas do gasto energético na prática
de exercícios; a avaliação do consumo alimentar e nutricional no exercício
e no esporte e, por �m, a prescrição dietética e reposição de perdas
hidroeletrolíticas nas diferentes modalidades esportivas baseado nas
recomendações nacionais e internacionais dos Consensos ou Guidelines
(falando nisso, você sabe o que é um consenso ou guideline? Sabe como
ele é realizado/elaborado? Vamos lá!).
2 NUTRIÇÃO APLICADA À ATIVIDADE FÍSICA E
PERFORMANCE
2.1 DIRETRIZES OU GUIDELINES
As diretrizes, ou guidelines ou consensos, em amplo sentido, são
documentos informativos que incluem recomendações dirigidas a
otimizar o cuidado prestado ao paciente ou ao cliente, neste caso, a
atletas e a praticantes de esportes.
As diretrizes são baseadas em evidências construídas com base em uma
revisão sistemática de evidências cientí�cas e na avaliação dos benefícios
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 3/41
e danos de diferentes opções na atenção à saúde (QASEEM et al., 2012).
Devido ao grande volume de informações e variabilidade na qualidade
das informações cientí�cas geradas na área da saúde, há necessidade de
elaboração de sínteses que facilitem o acesso a essas informações e que
possibilitem recomendações baseadas nos resultados oriundos de
múltiplas fontes, fornecendo subsídio cientí�co para a tomada de decisão
para o pro�ssional de saúde.
Como estes documentos são elaborados? São convidados especialistas
na área em que se fará o consenso ou diretriz; estes realizam reuniões
para discussão dos temas e apresentação de estudos e pesquisas para
de�nir níveis de evidência e grau de recomendação de determinado
medicamento, suplemento, nutrientes, entre outros.
No caso das diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
(SBME), em 2003, hoje chamada Sociedade Brasileira de Medicina do
Exercício e do Esporte (SBMEE), a diretriz contou com a participação de
eminentes pro�ssionais e pesquisadores de medicina e demais ciências
do esporte do Brasil, com objetivo principal de contribuir para um
processo de educação continuada que veicule informações aos
pro�ssionais que trabalham com atletas e em programas de exercícios
físicos destinados à população em geral, sendo adotados critérios
sugeridos pela Comissão de Cardiologia.
Estas diretrizes são baseadas em evidências coletadas pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Para melhor
compreensão deste assunto, sugiro que você leia a diretriz na íntegra.
Versões (ou edições) mais atuais dessas diretrizes brasileiras foram
realizadas em 2009, bem como guidelines internacionais desde os anos
1990 até 2019, que são utilizados como referência de condutas em
nutrição esportiva.
Por �m, sugiro mais uma vez a leitura desde a primeira edição das
diretrizes brasileiras da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte para
compreensão do processo que se iniciou, de como foi realizado e o que
se de�niu naquele momento antes de ler a segunda edição, que atualizou
recomendações.
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 4/41
CARVALHO, T. et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina
do Esporte. Modi�cações dietéticas, reposição hídrica, suplementos
alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais
riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte. v. 9, n. 2 - Mar/Abr, 2003
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v9n2/v9n2a02.pdf
HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. et al. Modi�cações dietéticas,
reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação
de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Suplemento.
Rev Bras Med Esporte. v. 15, n. 3 - Mai/Jun, 2009.
Disponível em: https://www.scielo.br
2.2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA 
A nutrição esportiva envolve a aplicação de princípios nutricionais para
aprimorar o desempenho esportivo, no qual se envolve disponibilidade
de substrato; peso e composição corporal; tempo de recuperação e saúde
(WILLIAMS, 2002).
Dentre os objetivos da nutrição esportiva, têm-se: recuperação ou
manutenção da saúde; ganho de massa muscular; de�nição muscular;
redução massa adiposa; treinamento para competições; desempenho e
qualidade de vida (WILLIAMS, 2002).
É importante ressaltar o que há de legislação, no Brasil, quanto à atuação
do nutricionista em esportes.
RESOLUÇÃO Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) nº
380/2005 revogada pelo Resolução 600/2018
De�nição das áreas de atuação do nutricionista e suas
atribuições, indica parâmetros numéricos mínimos de referência,
por área de atuação, para a efetividade dos serviços prestados à
sociedade e dá outras providências.
Capítulo 3 
https://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3s0/v15n3s0a01.pdf
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 5/41
Art. 2º Sem prejuízo do pleno exercício pro�ssional nos termos
da Lei Federal nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, esta Resolução
dispõe sobre as atividades dos nutricionistas nas seguintes áreas de
atuação:
I. Nutrição em Alimentação Coletiva.
II. Nutrição Clínica.
III. Nutrição em Esportes e Exercício Físico.
IV. Nutrição em Saúde Coletiva.
V. Nutrição na Cadeia de Produção, naIndústria e no
Comércio de Alimentos.
VI. Nutrição no Ensino, na Pesquisa e na Extensão.
III. ÁREA DE NUTRIÇÃO EM ESPORTES E EXERCÍCIO FÍSICO 
1. Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício
Físico, o nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades
obrigatórias:
1.1. Avaliar e acompanhar o per�l antropométrico, bioquímico e a
composição corporal do atleta ou do desportista, conforme as fases
do treinamento, e considerando a perda de peso antes de
competições, o aumento de massa muscular e a melhora no
desempenho.
1.2. Identi�car o gasto energético do indivíduo.
1.3. Elaborar o plano alimentar do indivíduo, adequando-o à
modalidade esportiva ou exercício físico desenvolvido, considerando
as diversas fases (manutenção, competição e recuperação).
1.4. Manter registro evolutivo individualizado de avaliações
nutricionais, composição corporal e prescrições dietéticas e outras
condutas pertinentes.
1.5. Promover a educação e orientação nutricional do indivíduo e,
quando pertinente, dos familiares ou responsáveis.
1.6. Estabelecer estratégias de reposição hídrica e energética
antes, durante e após a prática de exercícios e participação em
Capítulo 3 
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eventos competitivos.
1.7. Orientar quanto à execução do plano alimentar para atletas
em viagem para competição.
1.8. Elaborar relatórios técnicos de não conformidades e
respectivas ações corretivas, impeditivas da boa prática pro�ssional
e que coloquem em risco a saúde humana, encaminhando-os ao
superior hierárquico e às autoridades competentes, quando couber.
2. Para realizar as atribuições de Nutrição em Esportes e Exercício
Físico, �cam de�nidas como atividades complementares do
nutricionista:
2.1. Solicitar exames complementares à avaliação nutricional,
prescrição dietética e evolução nutricional dos clientes, quando
necessário.
2.2. Prescrever suplementos nutricionais, bem como alimentos
para �ns especiais, em conformidade com a legislação vigente,
quando necessário.
2.3. Acompanhar e prestar atendimento nutricional aos atletas e
desportistas em treinamentos e competições individuais ou
coletivas.
2.4. Desenvolver material educativo para orientação de clientes,
treinadores e colaboradores.
2.5. Promover periodicamente o aperfeiçoamento e atualização
de funcionários por meio de cursos, palestras e ações a�ns, quando
pertinente.
2.6. Interagir com a equipe multipro�ssional responsável pelo
treinamento/acompanhamento do atleta e desportista.
2.7. Realizar e divulgar estudos e pesquisas relacionados à sua
área de atuação, promovendo o intercâmbio técnico-cientí�co.
2.8. Participar do planejamento e supervisão de estágios para
estudantes de graduação em nutrição e de curso técnico em
nutrição e dietética e programas de aperfeiçoamento para
pro�ssionais de saúde, desde que sejam preservadas as atribuições
privativas do nutricionista.
Capítulo 3 
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https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 7/41
Disponível em: https://www.cfn.org.br
Os benefícios da nutrição esportiva para atletas são muitos. Para que
você tenha noção prática, leia a matéria a seguir:
O que é a nutrição esportiva e quais são seus objetivos?
Como a nutrição esportiva ajudar os atletas?
Disponível em: https://multivix.edu.br
3 ESTIMATIVA DE GASTO ENERGÉTICO NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
O equilíbrio de energia pode ser de�nido como a resultante zero entre a
ingestão de alimentos, bebidas e suplementos, e seu consumo, pelo
metabolismo basal, efeito térmico do alimento e a atividade física
voluntária. Ingestão insu�ciente de macro e micronutrientes, resultando
em balanço calórico negativo, pode ocasionar perda de massa muscular e
maior incidência de lesão, disfunções hormonais, osteopenia/osteoporose
e maior frequência de doenças infecciosas, ou seja, algumas das principais
características da síndrome do overtraining, comprometendo o
treinamento pela queda do desempenho e rendimento esportivo
(ABRANCHES; DELLA LUCIA, 2014, p. 47). 
A necessidade calórica dietética é in�uenciada pela hereditariedade,
sexo, idade, peso e composição corporal, condicionamento físico e fase
de treinamento, levando em consideração frequência, intensidade,
duração e modalidade.
Para esses, o cálculo das necessidades calóricas nutricionais está entre
1,5 e 1,7 vezes a energia produzida, o que, no geral, corresponde a
consumo entre 37 a 41kcal/kg de peso/dia e, dependendo dos objetivos,
pode apresentar variações mais amplas, entre 30 a 50kcal/kg/dia.
 Tabelas com gasto energético estimado por minuto de prática estão
disponíveis em diversas publicações, sinalizando para atletas do sexo
Capítulo 3 
https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_600_2018.htm
https://multivix.edu.br/blog/o-que-e-a-nutricao-esportiva-e-quais-s%C3%A3o%20os-seus-objetivos/
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masculino, praticantes de modalidades de longa duração, consumos que
vão de 3 000 a 5 000kcal por dia. As necessidades energéticas para
adultos de ambos os sexos, saudáveis, leve a moderadamente ativos, é
de 2 000 a 3 000kcal por dia (HERNANDEZ et al., 2009).
É importante considerar que quando a necessidade de redução de massa
gorda é um dos objetivos do acompanhamento nutricional, os resultados
devem ser monitorados periodicamente para que não ocorra perda de
massa magra, o que é indesejável para o rendimento esportivo e saúde
do atleta.
É preciso atenção com transtornos alimentares que podem surgir,
dependendo da pressão emocional sofrida pelo atleta para atingir o
“peso ideal” da categoria, ou quando determinado pelo treinador/técnico,
especialmente atletas do sexo feminino, por maior suscetibilidade a
variações no peso corporal e insatisfação com imagem corporal (OLIVEIRA
et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; FORTES et al., 2012).
O ritmo de perda de peso em programas de redução de massa corporal
deve ser de 0,5 a 1kg por semana através da ingestão calórica reduzida
com escolha de alimentos de baixa densidade energética, principalmente
ingestão de lipídeos, nutriente em excesso na alimentação da população.
Em atletas, a redução de 10 a 20% na ingestão calórica total promove
alteração na composição corporal, redução de massa adiposo e redução
do percentual de gordura corporal sem prejuízos em relação à fome e à
fadiga, como ocorre com dietas de baixo valor calórico.
É importante ressaltar que a restrição severa de lipídeos na prescrição
dietética pode ocasionar perdas musculares importantes por falta de
nutrientes ativos na recuperação após o exercício físico, como as
vitaminas lipossolúveis e proteínas (HERNANDEZ et al., 2009).
3.1 EQUIVALENTE METABÓLICO (MET)
O Equivalente Metabólico (MET) é o múltiplo da taxa metabólica basal, é
equivalente à energia de um indivíduo em repouso representado na
literatura pelo consumo de oxigênio (VO ) de, aproximadamente, 3,5
ml/kg/min.
2
Quando se exprime o gasto de energia em METs, representa-se o número
de vezes pelo qual o metabolismo de repouso foi multiplicado durante
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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uma atividade. Por exemplo, pedalar a quatro METs implica em gasto
calórico quatro vezes maior que o repouso.
O American College of Sport Medicine sugere que a unidade MET seja
utilizada como método para indicar e comparar a intensidade absoluta, e
gasto energético de diferentes atividades físicas.
Nesse contexto, o conceito de MET é aplicado nas orientações gerais a
população em relação ao gastoenergético das atividades. Portanto, o
MET é uma medida de intensidade de esforço. No compêndio de
atividades físicas, traduzido para o português, as diferentes atividades
são classi�cadas em relação ao gasto energético e equivalente
metabólico (COELHO-RAVAGNANI et al., 2013).
 
Para saber o quanto se gastou em uma sessão de exercícios, é preciso
multiplicar o MET da atividade pelo peso corporal do indivíduo e pelo
tempo de exercício.
QUADRO 1 – FÓRMULA MET
GE = MET da atividade x 0,0175 x Peso Corporal (kg) x Duração do
exercício (minutos) = kcal/kg/h
Ou usar fórmula simpli�cada
GE = MET x Peso x Duração do Exercício (horas) = kcal/kg/h
FONTE: Adaptado de Coelho-Ravagnani et al. (2013) e MCArdle e Katch et al. (2014)
A seguir, veja o MET de alguns esportes e modalidades esportivas.
QUADRO 2 – EQUIVALENTES METABÓLICOS DE ALGUNS ESPORTES E
ATIVIDADES ESPORTIVAS
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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FONTE: Adaptado de MCArdle (2014)
Ressalta-se que o MET é utilizado como opção para saber do gasto
energético de diferentes modalidades esportivas quando não há
oportunidade de medição do gasto energético real do indivíduo com
obtenção do consumo de oxigênio (VO2 ) por calorimetria indireta, ou
através do exame de ergoespirometria (MCARDLE, KATCH et al., 2014).
máx
1 - Consulte os Quadros 1 e 2 com a fórmula e os cálculos dos METs,
depois faça os cálculos para cada modalidade esportiva a seguir:
Cálculo 1 - Atleta do sexo masculino, 25 anos, 80 kg, corredor.
Quanto gasta em 60 minutos de corrida a uma velocidade de 17,5
km/h?
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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Responder
Responder
Cálculo 2 - Qual o gasto calórico de um triatleta de 72 kg, sexo
masculino, em um dia de treino de natação (45 min) + ciclismo (2h) +
corrida (42 km) em 1h30min?
Cálculo 3 - Mulher de 35 anos, 58 kg. Quanto ela gasta em uma hora
de aula de ginástica?
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/bioquimica_aplicada_a_nutrição_esportiva/conteudo.html?capitulo=3 12/41
Responder
3.2 NECESSIDADES ENERGÉTICAS 
A recomendação de ingestão calórica para atletas, de acordo com as
diretrizes da SBMEE (2009), é entre 30 a 50kcal/kg de peso/dia,
dependendo dos objetivos, frequência, intensidade e duração da
atividade praticada, bem como da modalidade esportiva, pois em
nutrição esportiva a individualidade é muito importante e não há um
padrão de prescrição para este ou aquele esporte, mas sim para cada
atleta e suas particularidades (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.;
2009).
O que se tem são recomendações de ingestão de energia e nutrientes
determinadas por  estudos clínicos, pesquisas e consensos baseados em
evidências cientí�cas; estas são in�uenciadas pela hereditariedade, sexo,
idade, peso e composição corporal, condicionamento físico e fase de
treinamento e em média podem variar de 3 000 a 5 000 kcal diárias a
necessidade de ingestão calórica para atletas; para adultos, de ambos os
sexos, em condição saudável e ativos, a média é de 2 000 a 3 000 kcal/dia
(CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009; INTERNATIONAL
SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2016).
Contudo, a recente revisão das diretrizes para exercício e nutrição
esportiva do Colégio Americano de Nutrição Esportiva e do Comitê
Olímpico Internacional apresenta recomendações   energéticas de acordo
com a intensidade e duração da atividade praticada (ver Quadro 3)
(INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; MAUGHAN et
al., 2018)
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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QUADRO 3 – NECESSIDADES ENERGÉTICAS PARA ATIVIDADE FÍSICA
Nível de atividade física Kcal/kg/dia Kcal /dia
Atividade física generalizada 30 a 40
min/dia,
3 vezes por semana
Dieta
normal
25-35
1800-2400a
Nível moderado de treinamento
intenso
2-3h/dia, 5-6 vezes por semanab
50-80 2500-8000c
Alto volume de treinamento
3-6h/dia, 1 a 2 sessões/dia, 5-6 vezes
por semanab
50-80 2500-8000c
Atletas de elited 150-200
Acima de
12000e
Grandes atletasd 6000-12000f
FONTE: Adaptado de Potgieter (2013)
: valores estimados para um indivíduo de 50-80kga
: níveis moderados de treinamento intenso usar menor valor e alto
volume e
b
treinamentos intensos usar o maior valor
: valores estimados para um indivíduo de 50-100kgc
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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 dependendo da periodização, volume e intensidade dos treinosd:
: valores estimados para um atleta de 60-80kge
: valores estimados para um atleta de 100-150kgf
3.2 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO EXERCÍCIO E
NO ESPORTE 
A avaliação nutricional do atleta é imprescindível para sua prescrição do
plano alimentar, respeitando-se particularidades conforme fase do
treinamento, preferencias e hábitos alimentares para que haja máxima
adesão do atleta.
Aos indivíduos praticantes de exercícios sem o objetivo de performance,
para a avaliação e a prescrição nutricional não são dadas diferenciações,
conforme recomendações nacionais e internacionais das Diretrizes da
SBMME.
Para os indivíduos que praticam exercícios físicos sem maiores
preocupações com o desempenho, uma dieta balanceada, que atenda às
recomendações dadas à população em geral, é su�ciente para a
manutenção da saúde e possibilitar bom desempenho físico (HERNANDEZ
et al., 2009, p. 3).
Na revisão de literatura para a diretriz na qual sou co-autora,
identi�camos que vários estudos demonstram baixa ingestão calórica e
desequilíbrio nutricional nas dietas de atletas pro�ssionais e/ou
amadores. Embora consistente a comprovação cientí�ca da e�ciência
sobre a participação do carboidrato na recuperação do glicogênio
muscular, atletas pro�ssionais ainda demonstram resistência para o
consumo deste nutriente (CARVALHO et al., 2003).
A alimentação que oferece carboidratos de forma adequada, contribui
para a manutenção do peso e sua adequada composição, o que
maximiza resultados do treinamento e colabora com a manutenção da
saúde.
Foi comprovado que o balanço calórico negativo, acompanhado de
menor ingestão de micronutrientes, ocasiona perda de massa muscular,
disfunção hormonal, osteopenia, maior incidência de fadiga crônica,
lesões músculo-esqueléticas e doenças infecciosas. Essas são
Capítulo 3 
13/04/2022 18:50 Livro Digital - BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
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consideradas algumas das principais características da Síndrome do
Excesso de Treinamento, ou Overtraining (CARVALHO et al., 2003).
O efeito ergogênico da ingestão de carboidratos durante a prática de
exercícios demonstrado consistentemente em vários experimentos,
mostra que o exercício prolongado reduz acentuadamente o nível de
glicogênio muscular, sendo necessária reposição. Contudo, observa-se
baixo consumo de carboidratos por atletas de diferentes modalidades
esportivas (CARVALHO et al., 2003).  
A energia consumida durante os treinos e competições depende da
intensidade e duração dos exercícios, sexo e do estado nutricional inicial do
atleta.  Desta forma, segundo quanto maior a intensidade dos exercícios
maior será a participação dos carboidratos como fornecedores de energia.
A contribuição da gordura pode ser importante para todo o tempo em que
durar o exercício, tendendo a se tornar mais expressiva quando a atividade
seprolonga e se mantém em intensidade francamente aeróbia. Contudo, a
proporção de energia advinda da gordura tende a diminuir quando a
intensidade de exercício aumenta, o que exige maior participação dos
carboidratos. A proteína, com a maior a duração do exercício, aumenta a
sua participação, o que contribui para a manutenção da glicose sanguínea,
principalmente por meio da gliconeogênese hepática (CARVALHO et al.,
2003, p. 4).
Para o estudo de avaliação do consumo alimentar de atletas, publicações
cientí�cas têm demonstrado consumo alimentar insu�ciente por
diferentes inquéritos dietéticos (Recordatório 24h, habitual e
questionário de frequência alimentar), tanto em atletas, como em
indivíduos praticantes de exercícios (PANZA et al., 2007; LIMA et al., 2015;
MORAIS et al., 2018; HOKAMA et al., 2019).
FIGURA 1 – RECORDATÓRIO 24 HORAS
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FONTE: A autora
FIGURA 2 – QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR
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FONTE: Adaptado de Ribeiro et al. (2006)
Capítulo 3 
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Visite o site da Associação Brasileira de Nutrição esportiva (ABNE).
Lá você encontrará muitas informações valiosas, como: conteúdos
técnicos, guidelines, legislação ligada a área, agenda de eventos em
nutrição esportiva entre outras informações.
Fundada em 2003, na cidade de São Paulo, por nutricionistas, a
ABNE tem por �nalidade, entre outras, transmitir o conhecimento
na área de nutrição esportiva, desenvolver o raciocínio lógico e
crítico do aluno e/ou pro�ssional, organizar, apoiar, orientar e
auxiliar eventos na área, como: Congressos Nacionais, Regionais e
Internacionais, Simpósios, Jornadas, Cursos e Reuniões Cientí�cas
de interesse da especialidade.
Acesse: www.abne.org.br
3.3 A ANAMNESE ALIMENTAR E NUTRICIONAL
A anamnese alimentar criteriosa, não apenas na prática em nutrição
esportiva, permite que se estabeleçam estratégias para introdução de
eventuais modi�cações dietéticas necessárias. No caso de atletas, é
extremamente importante que eles não sejam privados dos seus
alimentos preferidos, ou de iniciar uma dieta com regras e obrigações
incompatíveis com sua realidade.
Para uma boa adesão ao plano alimentar, e consequente obtenção de
resultados positivos em competições-alvo, a prescrição de alimentos e/ou
suplementos deve ser �exível, com alterações gradativas identi�cadas
pelo nutricionista durante avaliação nutricional.
O conhecimento dos hábitos alimentares, rotinas de treino, competições-
alvo, preferências e intolerâncias a determinados alimentos criam vínculo
entre atleta e nutricionista, assim, há adesão ao plano alimentar e
resultados positivos na performance esportiva.
3.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Em relação às necessidades nutricionais, estas podem ser calculadas
através de protocolos apropriados já estabelecidos para serem utilizados
em atendimentos de nutrição clínica ambulatorial.
Capítulo 3 
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Outros pontos importantes a serem considerados, são a modalidade
esportiva praticada, a fase de treinamento, o calendário de competições e
os objetivos da equipe técnica em relação ao desempenho, dados
referentes ao metabolismo basal, a demanda energética de treino,
necessidades de modi�cação da composição corporal e fatores clínicos
presentes, como as condições de mastigação, digestão e absorção.
As necessidades energéticas são calculadas com base na necessidade
energética basal (protocolo de livre escolha), gasto energético médio em
treino e consumo extra ou reduzido para controle de composição
corporal (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.; 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
Os ajustes na prescrição dietética, principalmente em relação aos
macronutrientes, devido à alta demanda energética da prática esportiva,
deve, também, proporcionar um concomitante ajuste no consumo dos
micronutrientes.
É importante lembrar que se deve seguir as recomendações das IDRs
(Ingestão Diária Recomendada) pelo Institute of Medicine (2002), não
ultrapassando as ULs (Upper Limit), ou seja, o limite máximo de ingestão
tolerável de um nutriente que não cause prejuízo à saúde (CARVALHO et
al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS
NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016;
MAUGHAN et al., 2018).
3.5 MICRONUTRIENTES 
As recomendações de micronutrientes para atletas, principalmente os de
alto rendimento intenso, têm sugerido o uso, embora controverso, de
vitamina C; entre 500-1500mg/dia por causa de sua ação antioxidante
necessária para quem está em constante produção de radicais livres e
oxidação celular.
Outro benefício importante da vitamina C para atletas, seria a melhora da
resposta imunológica que pode se comprometer em virtude da carga de
treinos, em tempo, duração ou intensidade (CARVALHO et al., 2003;
HERNANDEZ et al., 2009; INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS
NUTRITION, 2013; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016;
MAUGHAN et al., 2018).
Capítulo 3 
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 A suplementação de vitamina E, também com ação antioxidante, é
indicada para atletas de alto rendimento. Os consensos nacionais e
internacionais, baseados em evidências cientí�cas consistentes,
permitem que os pro�ssionais quali�cados, nutricionistas e médicos,
prescrevam de forma sistemática vitamina C e E para atletas, com a
ressalva de que esta atitude se baseia em baixo grau de evidência
cientí�ca (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
Em relação ao zinco, este micronutriente está envolvido no processo
respiratório celular; sua de�ciência em atletas pode gerar anorexia,
signi�cativa perda de peso, fadiga, queda no rendimento em provas de
resistência e risco de osteoporose, razão pela qual tem sido sugerida sua
suplementação (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
No trecho do último consenso sobre esportes de alto rendimento,
con�rma-se o que já se tinha até o momento para os minerais ferro,
cálcio e vitamina D (Ver Quadro 4).
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE SUPLEMENTAÇÃO DE ALGUNS
MICRONUTRIENTES EM ATLETAS*
Micronutriente Visão geral
Diagnóstico
insu�ciência
Protoc
suplem
Vitamina D É importante na
regulação da
transcrição genética na
maioria dos tecidos.
Sua
insu�ciência/de�ciência
afeta muitos sistemas
no organismo.
Não há consenso
sobre a
concentração
sérica da 25-
hidroxivitamina
D (marcador do
estado da vit. D),
que de�ne
de�ciência,
insu�ciência,
su�ciência e o
limite superior
A suplem
entre 800
200UI/dia
recomen
para pop
em geral
As diretr
supleme
ainda nã
estabelec
para atle
curto pra
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tolerável. A
necessidade de
suplementar
depende da
exposição aos
raios UVB e tipo
de pele do atleta. 
 
curto pra
altas dos
50 000 U
por8-16 
ou 10 00
por algum
semanas
atletas co
de�ciênc
monitora
necessár
evitar a
toxicidad
Ferro O estado subótimo de
ferro pode ser por
ingestão limitada ou
insu�ciente, baixa
biodisponibilidade;
ingestão energética
insu�ciente; aumento
da necessidade de
ferro pelo processo de
crescimento,
treinamento em altas
altitudes; perdas por
via menstrual;
hemólise; suor, urina e
fezes.
Medidas
realizadas
simultaneamente
fornecem uma
melhor avaliação
e determinam o
estágio de
de�ciência do
atleta. São elas:
dosagem de
ferritina sérica,
saturação de
transferrina,
ferro sérico,
receptor de
transferrina,
protopor�rina de
zinco,
hemoglobina,
hematócrito e
volume
corpuscular
médio.
Atletas q
tem o est
adequad
ferro pod
precisar 
supleme
em dose
da RDA (o
18mg/dia
mulheres
mg/dia p
homens)
têm de�c
ferro nec
de
acompan
clínico, in
supleme
com mai
doses via
conjunto
ajustes n
Importan
ressaltar
numeros
formas d
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supleme
oral estã
disponíve
e�cazes, 
só devem
realizada
con�rma
de�ciênc
ferro.
Cálcio
Evitar laticínios e outro
alimentos ricos em
cálcio, restrição
energética e/ou
distúrbios alimentares
aumentam o risco do
estado de cálcio abaixo
do ideal.
 
 
Não há indicador
apropriado do
estado do cálcio.
A análise da
densidade
mineral óssea
pode ser
indicativa da
baixa ingestão
Crônica de cálcio,
mas outros
fatores, incluindo
estado subótimo
de vit. D e
distúrbios
alimentares
também são
importantes.
Consumo
cálcio de
1500mg/
1500-200
vit. D são
recomen
para otim
saúde ós
atletas co
disponib
energétic
disfunção
menstrua
FONTE: Adaptado de Maughan et al. (2018)
*Obs.: A suplementação indiscriminada com qualquer um dos nutrientes
acima não é recomendada. As de�ciências devem ser primeiro
identi�cadas através da avaliação nutricional, que inclui ingestão
alimentar, marcador sanguíneo ou urinário, quando disponível. 
 
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É necessário especial cuidado para atletas femininas em dietas de
restrição calórica, uma vez que podem sofrer de�ciências de minerais,
como o cálcio, que é importante na contração muscular, formação e
manutenção óssea.
A recomendação diária é de 1000mg/dia de cálcio para adultos, incluindo
as atletas. A baixa ingestão de ferro, que ocorre em cerca de 15% da
população mundial, causa fadiga e anemia, afetando o desempenho
atlético e o sistema imunológico. Por isso, recomenda-se atenção especial
para o consumo de alimentos com ferro de alta biodisponibilidade, com
oferta recomendada de 15mg/dia para mulheres e de 10mg/dia para
homens (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
3.6 ANTIOXIDANTES 
As últimas publicações de diretrizes sobre nutrição esportiva
demonstram que a ingestão combinada ou isolada de vitaminas C, A, E,
cobre e zinco e coenzima Q10 produzem efeitos antioxidantes em atletas
de alto rendimento, contudo, em altas doses podem não apresentar os
efeitos esperados e trazer prejuízos à saúde (HERNANDEZ et al., 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
Segundo as Diretrizes da SBMEE (2009), algumas considerações
são importantes em relação ao estágio de vida para atletas ou
praticantes de exercícios (HERNANDEZ et al., 2009). Leia o capítulo
sobre crianças, adolescentes e idosos na diretriz.
3.7 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA E REPOSIÇÃO DE PERDAS
HIDROELETROLÍTICAS NAS DIFERENTES MODALIDADES ESPORTIVAS
Hernandez et al. (2009), nas diretrizes sobre modi�cações dietéticas,
reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de
ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde, enfatizam que não
restam dúvidas quanto às mudanças favoráveis da composição corporal e
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a in�uência positiva sobre o desempenho esportivo de atletas após o
manejo dietético com uso de suplementação alimentar para casos
especí�cos.
Assim, uma alimentação saudável e adequada ao
esforço/esporte/exercício deve ser entendida e compreendida pelos
atletas de alto rendimento como o ponto de partida para obter o
desempenho máximo com estratégias nutricionais que auxiliam de forma
complementar.
 
Maughan et al. (2018) citam que os suplementos alimentares são
utilizados por atletas de todos os níveis esportivos, re�etindo a alta
prevalência de uso na sociedade em geral. Cerca de metade da
população adulta dos Estados Unidos usa alguma forma de suplementos
alimentares e, embora existam diferenças regionais, culturais e
econômicas, é provável uma prevalência semelhante em muitos outros
países.
Os atletas descrevem uma variedade de razões/motivos/justi�cativas
diferentes para a escolha do uso de suplementos e produtos que se
encaixam na descrição de um suplemento, bem como nas funções que
atuam no plano de desempenho, treinamento e objetivos do atleta.
Essas informações são bastante preocupantes, pois há muito já se
comprova sobre o uso indiscriminado de substâncias ergogênica.
Entende-se como �nalidade ergogênica e estética, no Brasil, o uso
abusivo de suplementos alimentares e drogas ilícitas, tratando de uma
atitude que tem crescido em ambientes de prática de exercícios físicos.
O mais importante nesse contexto é que se trata muitas vezes de um
comércio ilegal, sem controle dos setores da vigilância sanitária no Brasil
sem a prescrição médica e/ou orientação de nutricionista com formação
em ciência do esporte. Além disso, muitos suplementos tem sido ingeridos
por indivíduos para os quais não há nenhuma indicação de uso. Existe, de
uma forma geral, uma falta de comprovação cientí�ca que justi�que a ação
proposta desse ou daquele suplemento. A situação, em parte, decorre da
falta do conhecimento de que uma alimentação balanceada e de qualidade,
salvo em situações especiais, atende às necessidades nutricionais de um
praticante de exercícios físicos, inclusive de atletas de nível competitivo, o
que dispensaria o uso de suplementos alimentares. Quando se trata do uso
de algumas drogas e hormônios de comprovada ação ergogênica, mas que
oferecem riscos para a saúde e são considerados doping, a situação
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caracteriza-se não somente como antiética, mas até mesmo criminosa
(CARVALHO et al., 2003, p. 45).
Sugiro a leitura do consenso sobre suplementos alimentares e
atletas de alta performance do Comitê Olímpico Internacional (2018)
- IOC (International Olympic Committee) Consensus statement:
dietary supplements and the high-performance athlete.
Os consensos e recomendações nutricionais em nutrição esportiva,
medicina do esporte e �siologia do exercício con�rmam desde as
primeiras edições até as publicações atuais, a necessidade de atenção à
prescrição adequada de carboidratos que se apresentam de�cientes nas
análises de registro alimentar de atletas em diversas pesquisas
cienti�cas; o estado de hidratação e o uso inadequado de suplementos
nutricionais (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009;
INTERNATIONAL SOCIETY FOR SPORTS NUTRITION, 2013; AMERICAN
COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2016; MAUGHAN et al., 2018).
3.8 ESPORTES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - PARTICULARIDADES NA
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA 
De acordo com minha experiência prática, de 20 anos, no atendimento
de atletas de diversas modalidades esportivas; os esportes coletivos e
individuaisapresentam particularidades de acordo com a posição que o
atleta desempenha, ou na categoria na qual ele se enquadra ou escolhe,
exigindo demandas metabólicas especí�cas comprovadas pela �siologia
do esporte.
Entretanto, os guidelines apresentam recomendações e orientações
generalizadas, devendo o pro�ssional de nutrição e a equipe
interdisciplinar considerarem essas particularidades para alcançar os
objetivos de melhora de rendimento, estado de hidratação, prevenção de
lesões e/ou otimização no processo de recuperação do atleta.
Recentemente, as orientações do ACSM (2016) e IOC (2018) reforçam a
importância da prescrição de energia e macronutrientes em kcal/kg/dia e
g/kg/dia para a garantia do aporte necessário aos atletas, não
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apresentando diferença para indivíduos �sicamente ativos, ou também
chamados praticantes de exercícios/esportes (CARVALHO et al., 2003;
HERNANDEZ et al.; 2009; MAUGHAN et al., 2018).
4 ESPORTES COLETIVOS
 Nos esportes coletivos (futebol, voleibol, handebol etc.), a posição em
que o atleta joga é importante para que se saiba o substrato energético
exigido para o seu desempenho esportivo. Outro ponto a considerar é o
acompanhando do nutricionista durante treinos e viagens para melhor
conhecimento das condições ambientais dos treinos, uso dos
suplementos e alimentos prescritos, bem como do acesso aos alimentos
e refeições.
Desta forma, há maior cuidado em garantir as exigências e intensidade
dos treinos e competições, podendo chegar a 60-90% de VO máximo,
intercalando-se atividades aeróbias, tiros e picos de esforços que usam o
chamado sistema ATP-CP (WILMORE; COSTIL, 2001; HIRSCHBRUCH, 2014).
2
O estado de hidratação em esportes coletivos, como no futebol, a
reposição de água, carboidratos e eletrólitos só é possível no intervalo
entre o primeiro e segundo tempo de jogo, ou no momento de parada,
ou nas trocas de jogadores.
Com isso, nas sessões de treinos e nas orientações aos atletas, o reforço
da importância da reposição de líquidos aos jogadores é muito
importante, pois no momento de jogo, o pro�ssional de nutrição não
poderá intervir, o que também não é muito diferente para esportes como
voleibol, handebol, basquete, entre outros (ISSN, 2013; ACSM, 2016).
5 ESPORTES INDIVIDUAIS 
O atleta de esportes individuais, como a natação, o triatlo, a maratona e o
atletismo,  organiza suas atividades e ajusta seus horários nos treinos
para  levar alimentos e suplementos de forma adequada ao que foi
prescrito pelo nutricionista e médico do esporte, exceto para os atletas
de alguns esportes, como ginástica artística, judô e boxe, os quais, na
prática clínica, observamos maior di�culdade, pois o intervalo para
ingestão de água é limitado e, no caso dos esportes de luta, como no
judô, a vestimenta conta negativamente, aumentando a perda de
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líquidos, o que prejudica o estado de hidratação e rendimento
(HIRSCHBRUCH, 2014).
No remo e no tênis temos di�culdades em relação ao atleta conseguir
fazer a ingestão de líquidos e suplementos em virtude da logística dos
treinos e do espaço físico para a realização do esporte, como no caso do
remo. A orientação nutricional acontece quando é possível, garantindo-se
o mínimo possível de ingestão (ISSN, 2013; HIRSCHBRUCH, 2014).
6 ESTADO DE HIDRATAÇÃO 
O estado de hidratação é um fator determinante para a prática de
atividades físicas. O conhecimento sobre o estado de hidratação do
indivíduo antes, durante e após o exercício se torna importante à sua
prática constante. Além disso, avaliar o estado de hidratação é
fundamental para evitar problemas de saúde devido à desidratação
(MACHADO-MOREIRA et al., 2006).
A variação do peso corporal pode ser utilizada para avaliação do estado
de hidratação. A partir da diferença do peso corporal antes e após o
exercício, é possível calcular o percentual de perda de peso para
classi�car o estado de hidratação que pode ser observada no Quadro 5.
  
Outro método prático para a estimativa da hidratação corporal, é a
análise da coloração da urina, utilizando-se a escala proposta por
Armstrong et al. (1994). A escala apresenta uma boa correlação com a
densidade e a osmolalidade urinária e plasmática.
O índice de coloração da urina adota oito cores gradativas para urina,
pela qual se obtém o resultado comparando-se a cor da urina coletada
com as cores da escala.
Assim, é possível encontrar as seguintes classi�cações: euhidratação (cor
nível um a três), desidratação moderada (cor nível quatro a seis) e
desidratação severa (cor nível maior que seis).
QUADRO 5 - ESTADO DE HIDRATAÇÃO CONFORME VARIAÇÃO DE PESO
CORPORAL E COLORAÇÃO DA URINA
Índices de Estado de Hidratação
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Estado de hidratação
% variação de
peso corporal
Coloração da urina
Euhidratação +1 a -1 1 ou 2
Desidratação mínima -1 a -3 3 ou 4
Desidratação signi�cativa -3 a -5 5 ou 6
Desidratação grave >-5 >6
FONTE: Adaptado de Casa et al. (2000)
6.1 REPOSIÇÃO HÍDRICA 
Assunto discutido por diversos estudos, revisões e publicações em
medicina do esporte, �siologia do exercício e nutrição esportiva, com
publicações em consensos/diretrizes/guidelines nacionais e
internacionais.
O estado de hidratação adequado durante a atividade física de caráter
recreativo, ou competitivo, pode garantir que o desempenho e�ciente
evite alterações metabólicas prejudiciais ao atleta.
Para isso, é necessário conhecimento dos fatores que in�uenciam o
momento adequado e a quantidade a ser ingerida de água. As
recomendações dependem do tipo de atividade e de fatores individuais,
como condicionamento físico, idade, modalidade praticada, estresse
ambiental, entre outros.
O estresse do exercício é acentuado pela desidratação, que aumenta a
temperatura corporal, prejudica as respostas �siológicas e o desempenho
físico, com riscos para a saúde. Esses efeitos podem ocorrer mesmo que a
desidratação seja leve ou moderada, com até 2% de perda do peso
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corporal, agravando-se à medida que ela se acentua. Com 1 a 2% de
desidratação inicia-se o aumento da temperatura corporal em até 0,4º
Celsius para cada percentual subsequente de desidratação. Em torno de
3%, há redução importante do desempenho; com 4 a 6% pode ocorrer
fadiga térmica; a partir de 6% existe risco de choque térmico, coma e morte
(CARVALHO et al., 2003, p.48).
Com isso, a desidratação afeta o desempenho aeróbio, diminui o volume
de ejeção ventricular pela redução no volume sanguíneo e aumenta a
frequência cardíaca. Essas alterações são acentuadas em climas ou
ambientes quentes e úmidos, pois a maior vasodilatação cutânea
transfere grande parte do �uxo sanguíneo para a periferia, ocasionando
uma redução acentuada da pressão arterial, bem como do retorno
venoso e do débito cardíaco.  
Quando a reposição hídrica ocorre em volumes equivalentes ao das
perdas pelo suor, pode prevenir o declínio no volume de ejeção
ventricular, sendo, também, bené�ca para a termorregulação,
aumentando o �uxo sanguíneo periférico e facilitando a transferência de
calor interno para a periferia.
O reconhecimento dos sinais e sintomas da desidratação é fundamental,
quando leve a moderada, ela se manifesta com fadiga, perda de apetite e
sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura, oligúria e aumento da
concentração urinária. Quando grave, ocorredi�culdade para deglutir,
perda de equilíbrio, a pele se apresenta seca e murcha, olhos afundados
e visão fosca, disúria, pele dormente, delírio e espasmos musculares
(CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009).
A seguir, um resumo das principais alterações da desidratação induzida
pelo exercício.
QUADRO 6 – ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA DESIDRATAÇÃO
Aumento Redução
Frequência cardíaca submáxima. Volume plasmático.
Concentração de lactato e Volume sistólico, débito cardíaco
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osmolaridade sanguínea. e VO .2máx
Índice de percepção do esforço.
Fluxo sanguíneo para pele e
músculos ativos, fígado e outros
órgãos.
Náuseas e vômitos. Taxa de sudorese.
Requerimento de glicogênio
muscular.
Pressão arterial (hipotensão).
Temperatura interna:
hipertermia.
Componentes cognitivos.
Caibras, exaustão ou choque
térmico.
Motivação.
FONTE: Adaptado de Hernandez et al. (2009)
As evidências cienti�cas demonstram que a ingestão de líquidos,
independentemente da presença de carboidrato, melhora o desempenho
para a primeira hora de exercício aeróbio em alta intensidade.
Como a desidratação decorrente do exercício pode ocorrer não apenas
devido à sudorese intensa, mas, também, devido à ingestão insu�ciente
e/ou de�ciente absorção de líquidos, é importante reconhecer os
elementos que contribuem na qualidade da hidratação (HERNANDEZ et
al., 2009)
6.2 RECOMENDAÇÃO PARA REPOSIÇÃO HÍDRICA 
Qual o melhor momento para a ingestão de líquidos?
Capítulo 3 
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As evidências cientí�cas recomendam ingerir líquidos antes, durante e
após o exercício. Para garantir que o indivíduo inicie o exercício bem
hidratado, recomenda-se que ele beba cerca de 250 a 500ml de água
duas horas antes do exercício (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.,
2009).
 Durante o exercício, recomenda-se iniciar a ingestão nos primeiros 15
minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O volume a ser
ingerido varia conforme as taxas de sudorese, geralmente entre 500 e
2000ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora, ou se for intensa,
do tipo intermitente, mesmo com menos de uma hora, devemos repor
carboidrato na quantidade de 30 a 60g·h-1 e sódio na quantidade de 0,5 a
0,7g·l-1.
A bebida deve estar em temperatura em torno de 15 a 22° C e apresentar
um sabor de acordo com a preferência do indivíduo, favorecendo a
palatabilidade (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009).
Após os exercícios, a recomendação é continuar a ingestão de líquidos
para compensar as perdas adicionais de água pela diurese e sudorese.
Nesse momento, orienta-se a ingestão de carboidratos, em média de 50g
de glicose, nas primeiras duas horas após o exercício para que se
promova a ressíntese do glicogênio muscular e o rápido armazenamento
de glicogênio muscular e hepático (CARVALHO et al., 2003; MACHADO-
MOREIRA et al., 2006; HERNANDEZ et al., 2009).
6.3 CARBOIDRATOS DURANTE O EXERCÍCIO 
Con�rmando o que vimos ao longo do capítulo, a ingestão de
carboidratos é imprescindível, em especial durante o exercício
prolongado, que melhora o desempenho e pode retardar a fadiga nas
modalidades esportivas que envolvem exercícios intermitentes de alta
intensidade, prevenindo episódios de hipoglicemia após duas horas de
exercício.
Estudos indicam que uma bebida com 8% de carboidrato ocasiona maior
lentidão na absorção e no esvaziamento gástrico em comparação à água
e às bebidas que contêm até 6% de carboidrato. Com isso, recomenda-se,
preferencialmente, uma mistura de glicose, frutose e sacarose, tendo
cuidado do uso isolado de frutose que pode causar distúrbios
gastrintestinais.
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 Durante exercícios, treinos e competições, a reposição necessária de
carboidratos para manter a glicemia e retardar a fadiga é de 30 a
60g/hora, com concentração de 4 a 8g/decilitro. (CARVALHO et al., 2003;
HERNANDEZ et al., 2009)
6.4 REPOSIÇÃO DE SÓDIO
Como perdemos sódio através do suor, em algumas situações justi�ca-se
a ingestão durante o exercício, pois a concentração de sódio no suor varia
individualmente, com fatores como idade, grau de condicionamento e
aclimatização ao calor.
A concentração média de sódio no suor de um adulto está em torno de
40mEq/L então, supondo que um indivíduo de 70kg corra por três horas e
perca dois litros de suor por hora, a perda total de sódio é de 240mEq, ou
seja 10% do total de Na+ do espaço extracelular. Esta perda seria
irrelevante, não fosse o risco de hiponatremia, concentração de sódio
plasmático menor que 130mEq·l-1, decorrente de uma reposição hídrica
com líquidos isentos de sódio ou com pouco sódio, principalmente em
eventos muito prolongados. A diminuição da osmolaridade plasmática
produz um gradiente osmótico entre o sangue e o cérebro, causando
apatia, náusea, vômito, consciência alterada e convulsões, que são algumas
das manifestações neurológicas da hiponatremia. A inclusão de sódio nas
bebidas reidratantes promove maior absorção de água e carboidratos pelo
intestino durante e após o exercício. Isto se dá porque o transporte de
glicose na mucosa do enterócito é acoplado com o transporte de sódio,
resultando numa maior absorção de água. Em exercícios prolongados, que
ultrapassam uma hora de duração, recomenda-se beber líquidos contendo
de 0,5 a 0,7g/l (20 a 30mEq·l-1) de sódio, que corresponde a uma
concentração similar ou mesmo inferior àquela do suor de um indivíduo
adulto (HERNANDEZ et al., 2009, p.6).
7 DIETA NO TREINAMENTO
Nos treinamentos, a prescrição dietética de suplementos é colocada em
prática. Cabe ao pro�ssional de nutrição buscar feedback com o atleta
para que ajustes sejam feitos para que a prescrição seja corretamente
seguida para que os resultados possam ser avaliados e repensados.
Nesse momento, a realização de atividades de educação nutricional,
como palestras, material educativo, atividades práticas de elaboração de
preparações culinárias, degustação de alimentos e suplementos, são
inseridas na fase pré-competição para intervir como reforço das
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orientações já repassadas (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al.,
2009; ISSN, 2014; ACSM, 2016).
A escolha dos alimentos, fontes de carboidrato, assim como a preparação
da refeição que antecede o evento esportivo, deve respeitar as
características gastrintestinais individuais dos atletas. A recomendação do
fracionamento da dieta em três a cinco refeições diárias deve considerar
o tempo de digestão necessária para a refeição pré-treino, ou prova.
O tamanho da refeição e a composição da mesma em quantidades de
proteínas e �bras podem exigir mais de três horas para o esvaziamento
gástrico. Na impossibilidade de esperar por mais de três horas para a
digestão, pode-se evitar o desconforto gástrico com refeições pobres em
�bras e ricas em carboidratos. Sugere-se escolher uma preparação com
consistência leve ou líquida, com adequação na quantidade de
carboidratos (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014;
ACSM, 2016).
NUTRIÇÃO E SAÚDE IMUNE DOS ATLETAS: NOVAS PERSPECTIVAS
SOBRE UM VELHO PARADIGMA
As infecções respiratórias e gastrointestinais limitam a
disponibilidade do atleta para treinar e competir. Para entender
melhor como um atleta �cará doente quando tiver uma infecção, é
apresentado um paradigma recentemente adotado pela imunologia
ecológica que inclui os conceitos de resistênciaimune (a capacidade
de destruir micróbios) e tolerância imune (a capacidade de
amortecer a defesa e ainda controlar a infecção a um nível não
prejudicial). 
Isso fornece uma nova perspectiva teórica sobre como a nutrição
pode in�uenciar a saúde imunológica do atleta; abrindo caminho
para esforços de pesquisa focados em suplementos nutricionais
tolerogênicos para reduzir a carga de infecção em atletas. De fato,
há evidências limitadas de que as práticas alimentares dos atletas
suprimem a imunidade, por exemplo, baixa disponibilidade de
energia e treinar ou dormir com pouco carboidrato.
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A nova perspectiva teórica fornecida aprimora o foco nos
suplementos nutricionais tolerogênicos que demonstram reduzir a
carga de infecção em atletas, por exemplo, probióticos, vitamina C e
vitamina D. 
Disponível em: https://www.gssiweb.org
Segue um exemplo de cardápio para dieta de treinamento de atleta de
natação, sexo masculino, adolescente, 17 anos. Início do treino de
natação às 14h00-15h00, intervalo de 20 min, início de treino físico
(musculação) das 15h30 às 16h00, novo treino de natação das 16h00 às
18h00.
QUADRO 7 – EXEMPLO DE CARDÁPIO DIETA DE TREINAMENTO
Horário/refeição  Alimentos e/ou preparações
Almoço (antes do primeiro treino
de natação)
Salada de folhas verdes
Legumes cozidos
Arroz com frango ao molho de
tomate
Farofa
Suco de uva
Durante a natação e musculação
Ingestão de água intercalado com
suco de frutas diluído ou água de
coco - 500mL/hora
Antes do treino da musculação
Banana
Pão com pasta de amendoim
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https://www.gssiweb.org/en/research/Article/nutrition-and-athlete-immune-health-new-perspectives-on-an-old-paradigm
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Após o treino de natação (último
treino do dia)
Uva passa e mix de nuts
(castanhas, amendoim, nozes)
Whey protein com água
Janta ao chegar em casa
FONTE: A autora
 7.1 DIETA DA PRÉ-COMPETIÇÃO
A garantia de bons estoques de energia no organismo do atleta, é o
objetivo principal da dieta da pré-competição, enfatizando-se horas de
sono, abstinência alcoólica (particularmente uma grande di�culdade para
jogadores de futebol) e treinos de menor intensidade ou interrupção dos
mesmos.
Assim, a dieta do atleta terá ênfase na ingestão de carboidratos,
mantendo-se cuidado com as diferentes fontes alimentares e índice
glicêmico. A contribuição dos antioxidantes, neste momento, é de
extrema importância, sendo geralmente prescritos na forma de
suplementos para que seja garantida a adequação desses nutrientes.  
Não menos importante, associar atividades de educação nutricional
(palestras, material educativo, o�cinas culinárias de elaboração e
degustação de alimentos e/ou suplementos) em todos os momentos do
acompanhamento nutricional de atletas (CARVALHO et al., 2003;
HERNANDEZ et al., 2009).
Algumas orientações são importantes na dieta pré-competição. Veja a
seguir o quadro com exemplos.
QUADRO 8 – ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS NA PRÉ-COMPETIÇÃO
Evitar Dar preferência
- Alimentos integrais (pão integral,
saladas verdes, arroz integral),
pois podem causar desconfortos
gastrointestinais.
- Ingestão de alimentos
produzidos, elaborados e
preparados em casa ou local da
con�ança e hábito do
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- Alimentos que contenham
enxofre, que tenham alto grau de
fermentação e/ou digestão
prolongada (ovos, feijões,
lentilhas, alho, brócolis, cebola,
pimentão).
- Qualquer alimento e/ou
suplemento que não seja o habito
do indivíduo/atleta, ou seja: não
experimentar alimentos ou
suplementos nas provas ou
competições.
indivíduo/atleta evitando
episódios gastrointestinais como
intoxicações ou toxinfecção
alimentares.
- Alimentação habitual ao período
pré-competição.
- Aumentar a ingestão de
carboidratos pelo menos 3 dias
antes da competição para
otimizar os estoques de
glicogênio muscular.
FONTE: A autora
7.2 DIETA NA COMPETIÇÃO E NA RECUPERAÇÃO
No dia da competição, ou da prova, cuidado com o horário da refeição
pré-competição e com o início da prova, bem como do intervalo entre
uma competição e outra. Em alguns esportes, como provas de natação
que ocorrem duas ou três vezes no mesmo dia em intervalos de 3 a 5
horas, deve fazer parte da planilha de acompanhamento e prescrição do
pro�ssional de nutrição, para que a disponibilidade de energia e
nutrientes sejam garantidos sem comprometa o desempenho e e�ciência
do atleta (CARVALHO et al., 2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014;
ACSM, 2016).
No período de recuperação, ou seja, após treinos ou competições, ou
prova de uma competição, nesse momento, o organismo está
metabolicamente depletado e a recuperação virá através do repouso e da
alimentação. Contudo, é exatamente nesta fase que os atletas referem
não ter lembrado das orientações ou de ter ingerido qualquer tipo de
alimento, não ter feito a reposição de água e carboidratos ou ter feito de
forma insu�ciente, ou ter se preocupado apenas com a ingestão de
suplementos por acreditar que estes são mais importantes ou e�cientes.
Por isso, a importância da presença do nutricionista em treinos,
competições e viagens para monitoramento e ajustes necessários a
tempo de serem corrigidos, sem comprometimento do rendimento do
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atleta (CARVALHO et al.,2003; HERNANDEZ et al., 2009; ISSN, 2014; ACSM,
2016).
No quadro a seguir há um exemplo de cardápio para competição: atleta,
sexo masculino, 34 anos, maratonista. Início da prova às 8h00. Tempo
estimado de prova: 2h30min.
QUADRO 9 – EXEMPLO DE CARDÁPIO DIETA DA COMPETIÇÃO E
RECUPERAÇÃO
Horário/refeição  Alimentos e/ou preparações
Café da manhã (1h30-2h antes da
prova)
Suco de laranja com beterraba.
Sanduiche com creme de ricota e
atum.
Durante a maratona
Ingestão de água intercalada com
bebida esportiva e água de coco -
500mL/hora.
Reposição de carboidrato (gel) - 1
sachê após a 1ª hora com
ingestão de água.
Após a prova
Whey protein com água.
Almoço priorizando ingestão de
carboidratos (massas, arroz,
batatas) e proteínas (carnes,
frango ou peixe) e suco de frutas. 
Reposição de água e carboidratos
para reposição dos estoques de
glicogênio hepático e muscular.
FONTE: A autora
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Responder
C.R.S, 23 anos, sexo masculino, atleta de triatlo, treinos 6 x semana,
sendo 5 x semana 2h/dia, intercalando 1h de ciclismo e 1h de corrida
ou natação, e 1 x semana treino de transição (1h natação, 2h
ciclismo e 1 hora de corrida); 1,70 m, peso 62 kg, 12% de gordura
corporal.
Em uso de whey protein, antioxidantes (vit. C, E e zinco) e BCAA.
Refere intercorrência em uma prova de triatlo, sentiu-se mal e
decidiu beber 300ml de Coca-Cola, sentindo-se bem imediatamente,
contudo, após 30 min voltou a sentir náuseas, redução do
rendimento e energia na prova. Refere que bebeu 500ml de água
oferecida na prova e continuou a sentir-se mal. Bebeu 300ml de
Coca-Cola novamente, melhorou dos sintomas, mas �nalizou a prova
com 2 horas a mais do que o planejado.
Diante das informações, o que você acha que ocorreu? Qual seria a
sua conduta? Você adicionaria ou excluiria algum suplemento?
As diretrizes do ACSM (2016) citam alguns pontos que considerei
importantes para �nalizar este capítulo.Com o passar das décadas, têm-
se observado um aumento de publicações cientí�cas e consensos de
organizações esportivas  relacionados à nutrição esportiva e dietética, o
que con�rma a nutrição esportiva como área dinâmica da ciência em
constante crescimento,  tanto no apoio que oferece aos atletas, quanto
na força das evidências que sustentam as diretrizes.
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Os atletas realizam programas periodicos de preparação �sica para a
obtenção do desempenho máximo através da integração de diferentes
tipos de exercicios divididos em ciclos nas planilhas de treinos para as
competições programadas ao longo de um determinado periodo. 
O suporte nutricional também precisa ser periodizado, levando em
consideração as necessidades das sessões diárias de treinamento e
objetivos nutricionais programados para aquele atleta conforme suas
individualidades. Os planos alimentares precisam ser personalizados para
cada atleta, a �m de levar em consideração a especi�cidade e a
exclusividade do evento, metas de desempenho, desa�os práticos,
preferências alimentares e respostas a várias estratégias. O objetivo
principal do treinamento é adaptar o corpo para desenvolver e�ciência e
�exibilidade metabólica, enquanto as estratégias de nutrição se
concentram em fornecer reservas de substrato adequadas para atender às
demandas de combustível do evento e apoiar a função cognitiva. A
disponibilidade de energia considerando a ingestão energetica em relaçao
ao gasto calórico do exercicio, estabelece uma base importante para a
saúde e o sucesso das estrategias de nutriçao esportiva. A melhora  da
composição corporal associada ao desempenho ideal  é reconhecida como
uma meta importante, desa�adora, que precisa ser individualizada e
periodizada. Aqui também temos a participaçao da nutrição nas estratégias
nutricionais para mudanças da composiçao corporal e consequente
melhora de desempenho ou resultados seja para atletas ou individuos
praticantes de exericios (ACSM, 2016, p.561).
O treinamento e a nutrição têm forte interação na adaptação do corpo ao
desenvolvimento de adaptações funcionais e metabólicas. Atletas de
esportes de alto rendimento se mantêm entre treinamento de força
su�ciente para obter um estímulo máximo de treinamento e evitar o risco
de doença/lesão associado a um volume excessivo de treinamento.
           
Com isso, �nalizo enfatizando a importância da atualização cientí�ca do
pro�ssional de nutrição em Nutrição Esportiva, pois a ciência está em
constante evolução com suas novas descobertas a respeito do
metabolismo e desempenho humano no exercício e no esporte. 
Tríade da mulher atleta. Leia sobre o consenso atual sobre essas
alterações ocorridas em mulheres atletas que devem ser
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Conceito sobre diretrizes ou guidelines que determinam as
recomendações nutricionais em nutrição esportiva;
O que é a nutrição esportiva e a resolução do CFN 380/2005 com as
áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições,
especi�camente na área de nutrição esportiva.
consideradas em todo o planejamento e prescrição dietética.
MOUNTJOY M, et al. Br J Sports Med. 2018; 52:687-697.
IOC consensus statement on relative energy de�ciency in sport
(RED-S)
Disponível em: https://bjsm.bmj.com
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao �m do terceiro capítulo, no qual abordamos temas os quais
você fosse capaz de compreender as características da nutrição aplicada
à atividade física e performance; estimativa do gasto energético e
avaliação do consumo alimentar; particularidades na prescrição dietética
e reposição hidroeletrolítica para praticantes de exercícios e atletas.
Assim, elencamos o que vimos neste capitulo:
Demos início a este capítulo, entendendo a estimativa do gasto
energético na prática de exercícios, abordando o equivalente metabólico
como estratégia para o cálculo do gasto energético nos diferentes
esportes, bem como as recomendações energéticas e nutricionais.
Ademais, elaborei atividades de estudo em forma de case, para cálculo de
gasto energético em algumas situações.
Ao falarmos sobre estado de hidratação e recomendações de ingestão de
líquidos, apresentei um case para você resolver, assim você vivencia um
exemplo real, atuando na prática.
Sobre as recomendações de energia e nutrientes, apresentamos segundo
as guidelines nacionais e internacionais e as especi�cidades quanto aos
antioxidantes e alguns micronutrientes como ferro e cálcio.
Na sequência estudamos sobre avaliação do consumo alimentar e
nutricional, para então irmos à prescrição dietética de acordo com o
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https://bjsm.bmj.com/content/bjsports/52/11/687.full.pdf%C2%A0
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Capítulo 2 
Conteúdo escrito por:
esporte coletivo ou individual, bem como em momentos de treinamento,
competição e recuperação com particularidades; apresentei exemplos de
cardápios em casos reais de atletas atendidos durante minha experiência
prática em nutrição esportiva com base em recomendações, preferências
e hábitos referidos pelos indivíduos/atletas.
É importante destacar particularidades para crianças, adolescentes e
adultos praticantes de esporte que estão em estágios de vida de
crescimento/desenvolvimento e envelhecimento celular,
respectivamente.
Assim, você está apto(a) a selecionar, de acordo com a exigência
metabólica, a prescrição dietética adequada de forma individualizada ao
atleta, conforme modalidade esportiva praticada, estado nutricional,
composição corporal e período de treinos e/ou competições, bem como
processos de recuperação de lesões.
Bom trabalho e bons estudos, pois a atualização é constante na prática
pro�ssional em nutrição! Parabéns pela escolha e sucesso em sua
trajetória!
Todos os direitos reservados © Kharla Medeiros
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