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AULA DE INTRODUÇÃO Á BIOMECÂNICA MUSCULAR E ARTICULAR

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Introdução à biomecânica muscular 
e articular
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem vamos introduzir os conceitos relativos à biomecânica muscular e 
articular, tratando questões importantes como os tecidos que formam uma articulação e as funções 
desses tecidos, além dos planos e eixos de movimento. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os tecidos que formam uma articulação.•
Definir os tipos de articulação quanto à estrutura e também quanto à 
estabilidade/flexibilidade.
•
Definir as funções dos tecidos que formam uma articulação.•
Desafio
De maneira geral, para modificar a força que cada músculo exerce o sistema nervoso joga um papel 
fundamental, ora alterando o número de unidades motoras ativadas ou em outros momentos, 
promovendo a variação do nível de ativação de cada unidade motora que foi ativada para exercer 
força.
Os sarcômeros são as unidades geradoras de força na fibra muscular e estas estão organizadas em 
series (“fila indiana”) e em paralelo (“lado a lado”). A força máxima que uma fibra muscular pode 
exercer depende teoricamente do número de sarcômeros que estão alocados em paralelo, ou seja, 
lado a lado, sendo assim, a força máxima que um músculo pode exercer é considerado proporcional 
ao número de fibras musculares encontradas em paralelo uma as outras. De acordo com esta 
descrição a força muscular pode ser estimada anatomicamente em razão da medida de sua área 
transversa, ou seja, perpendicular a direção das fibras musculares (área de secção transversa 
fisiológica). Esta medida pode ser visualizada através de exames de imagem como ressonância 
magnética, ultrassom ou ainda tomografia computadorizada.
Outro fator muscular que influencia na capacidade de força e a capacidade intrínseca das fibras 
musculares gerarem força, a esta propriedade podemos denominar como tensão especifica que é 
expressa como força que uma fibra muscular pode exercer por unidade de área transversa (N. Cm-
2). Para mensurar esta medida o exame já é mais complicado que o já comentado anteriormente 
pois este deve-se realizar mediante biopsia de segmentos de fibras musculares na qual são 
inseridos em transdutores de força sensível montados em um microscópio. Através de estudos 
deste tipo pode-se constatar que a tensão especifica varia de acordo com o tipo de fibra muscular, 
declina seletivamente com o avanço da idade, diminui depois de seis semanas em indivíduos 
acamados e aumenta para alguns tipos de fibras a partir do treinamento de corrida.
Com base no exposto, acompanhe a seguinte situação.
 
Você está à frente da análise e interpretação, neste sentido, como explicaria os resultados desta 
investigação ao líder de reabilitação física do hospital?
Infográfico
Este infográfico tem como objetivo citar e resumir a principal função dos tecidos mais importantes 
que formam uma articulação e, consequentemente, o nosso corpo, sendo eles: osso, tendão, 
cartilagem, ligamento e musculoesquelético. 
Conteúdo do livro
Para leitura dos temas vistos nesta Unidade de Aprendizagem, é sugerida a leitura de um trecho do 
livro Estrutura e Função do Sistema Musculoesquelético, de James Watkins.
Para maior aprofundamento nessas questões, recomendamos a leitura na íntegra dos capítulos 3, 4 
e 5, além do sub-capítulo Arquitetura e Função do Músculo, do capítulo 8.
Boa leitura.
Sobre o Autor
James Watkins, PhD, leciona anatomia funcional e biomecânica na
Scottish School of Sports Studies, na University of Strathclyde, em
Glasgow, Escócia, onde trabalhou como chefe de departamento de
1989 a 1994.
Suas publicações contabilizam mais de 70 trabalhos em revis-
tas acadêmicas e quatro livros. É membro do conselho consultivo
do Journal of Sports Sciences e do conselho editorial do European Journal
of Physical Education e do British Journal of Physical Education. Perten-
ceu ao conselho da seção de Biomecânica da British Association of
Sport and Exercise Sciences de 1993 a 1996.
Seu PhD em biomecânica foi conferido pela University of Leeds,
Inglaterra, em 1975.
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
W336e Watkins, James.
Estrutura e função do sistema musculoesquelético [recurso
eletrônico] / James Watkins ; tradução: Jacques Vissoky ;
revisão técnica: Aylton José Figueira Júnior. – Porto Alegre :
Artmed, 2014.
Editado também como livro impresso em 2001.
ISBN 978-85-8271-141-5
1. Anatomia – Músculos. 2. Articulação. 3. Biomecânica.
I. Título.
CDU 611.73
CAPÍTULO 3
O ESQUELETO
O esqueleto dá ao corpo seu formato básico e fornece um arcabouço forte, protetor e desustentação para todos os outros sistemas do corpo. Com relação ao movimento, os ossos
do esqueleto atuam como alavancas operadas pelos músculos esqueléticos. As alavancas den-
tro do sistema musculoesquelético variam consideravelmente em termos de vantagem mecâ-
nica; isso se reflete na ampla variedade de tamanho e de formato dos ossos. Este capítulo des-
creve os ossos do esqueleto e, em particular, as características dos ossos associadas com a trans-
missão de força e de movimento relativo entre os ossos.
66 JAMES WATKINS
Composição e Função do Esqueleto
No nascimento, o esqueleto humano consiste de aproximadamente 270 ossos. Durante o cres-
cimento e o desenvolvimento do esqueleto (ver Capítulo 4), alguns dos ossos se fundem de tal
forma que o esqueleto adulto normalmente consiste de apenas 206 ossos. Entretanto, ocorrem
variações nesse número básico; por exemplo, alguns adultos têm 11 ou 13 pares de costelas,
enquanto a maioria tem 12 pares.
Os humanos têm aproximadamente 270 ossos ao nascimento, no entanto, alguns os-
sos se fundem durante o crescimento de tal forma que no adulto o esqueleto consiste
normalmente de 206 ossos.
O esqueleto executa três funções mecânicas principais:
1. Age como um arcabouço de sustentação para o resto do corpo.
2. Age como um sistema de alavancas nas quais os músculos podem puxar de forma a
estabilizar e mover o corpo.
3. Protege certos órgãos. Por exemplo, o crânio protege o cérebro; a coluna vertebral
protege a medula espinhal; o arcabouço costal auxilia na proteção do coração e dos
pulmões.
Terminologia
Para propósitos descritivos, os ossos são habitualmente divididos em dois principais grupos: o
esqueleto axial e o esqueleto apendicular (axial = eixo, apendicular = apêndice). O esqueleto axial
adulto consiste de 80 ossos, englobando o crânio, a coluna vertebral (espinha) e as costelas. O
esqueleto apendicular adulto consiste de 126 ossos que configuram os membros superiores
(braços e mãos) e os membros inferiores (pernas e pés) (Figura 3.1).
Em anatomia, o termo aspecto refere-se à aparência de um osso (ou de qualquer outra
parte do corpo) de um ponto de vista específico. Por exemplo, o aspecto anterior do esqueleto
refere-se às características do esqueleto observado a partir de um ponto de vista anterior (fron-
tal) (Figura 3.1a). Similarmente, descrevem outros pontos de vista o aspecto lateral (visto a
partir do lado) (Figura 3.1b), o aspecto posterior (visto a partir de trás), o aspecto superior
(visto por cima) e o aspecto inferior (visto por baixo).
Esqueleto axial: os ossos do
crânio, da coluna vertebral e do
arcabouço costal
Esqueleto apendicular: os os-
sos dos membros superiores e
inferiores
Aspecto: a aparência de um
osso (ou de qualquer outra par-
te do corpo) a partir de um ponto
de vista específico
Objetivos
Após a leitura deste capítulo você deverá ser capaz de:
1. Definir ou descrever os termos básicos.
2. Descrever a composição e as funções do esqueleto.
3. Citar os principais ossos do esqueleto.
4. Identificar e descrever as principais características do esqueleto axial.
5. Distinguir as vértebras de diferentes regiões da coluna vertebral.
6. Identificar e descrever as principais características do esqueleto apendicular.
7. Distinguir o esquerdo e o direito com relação aos ossos grandes do esqueleto apendicular.
ESTRUTURAE FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 67
Os ossos variam consideravelmente em tamanho e formato. Existem quatro categorias
gerais de formato: ossos longos, ossos curtos, ossos chatos e ossos irregulares. Alguns ossos
pertencem a mais de uma categoria; por exemplo, os pequenos ossos do punho são categorizados
como curtos e irregulares. Embora haja consideráveis diferenças no tamanho e no formato dos
ossos, há um número de características, como as superfícies articulares e os pontos de inserção
de tendões, que são comuns a muitos ossos. Essas características em comum são freqüentemente
referidas na descrição dos ossos e, por conseguinte, é importante conhecê-las.
Figura 3.1. O esqueleto; (a) aspecto anterior do esqueleto na posição anatômica; (b) aspecto lateral
direito do tronco e dos membros inferiores.
Clavícula
Escápula
Úmero
Rádio
Carpais
Metacarpais
Falanges
Crânio
Coluna
vertebral
Esterno
Costelas
Sacro
Osso
inominado
Fêmur
Patela
Tíbia
Fíbula
Tarsais
Metatarsais
Falanges
ba
Ulna
68 JAMES WATKINS
Características Comuns dos Ossos
As características comuns dos ossos estão ilustradas na Figura 3.2:
Superfície articular: parte de um osso que forma uma articulação com outro osso.
Superfície articular côncava: uma depressão arredondada.
Superfície articular convexa: uma elevação arredondada.
Faceta: uma superfície articular pequena e relativamente achatada. Uma faceta convexa
em um osso habitualmente se articula com uma faceta côncava em um osso adjacente.
Côndilo: uma projeção arredondada do osso que provê a base para uma superfície articu-
lar arredondada. Um côndilo convexo em um osso habitualmente se articula com um
côndilo côncavo em um osso adjacente.
Tróclea: um côndilo em forma de carretel.
Fossa: uma depressão ou cavidade oval ou circular que pode também ser uma superfície
articular.
Incisura: uma depressão oval que é com freqüência uma superfície articular. Uma incisura
também pode tomar a forma de uma região deprimida na borda de um osso achatado.
Goteira ou sulco: uma depressão alongada (como uma trincheira). Um ou mais tendões
habitualmente ocupam goteiras.
Figura 3.2. Características comuns dos ossos; (a) aspecto anterior do úmero; (b) aspecto superior de
uma vértebra.
Sulco
Fossa
Superfície
articular do
côndilo
Facetas
Espinha
Processo
Forame
b
a
Superfície
articular da
tróclea
Tuberosidade
Tuberosidade
Crista
Epicôndilo
Superfície
articular do
côndilo
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 69
Eminência ou linha: uma elevação alongada. Uma eminência habitualmente é o local de
inserção de uma ou mais aponeuroses.
Crista: uma eminência larga.
Processo: uma projeção de osso a partir do corpo principal, habitualmente dando inser-
ção para tendões ou ligamentos.
Espinha: um processo liso que pode ser fino ou achatado.
Epicôndilo: um pequeno processo adjacente a um côndilo.
Tubérculo: um pequeno processo rugoso.
Tuberosidade: um grande processo rugoso.
Trocanter: outro nome para tuberosidade, usado especificamente na descrição do osso da
coxa (fêmur).
Forame: um orifício através do osso para a passagem de vasos sangüíneos e nervos.
Existe uma considerável variação no tamanho e no formato entre os ossos do esquele-
to. Em termos de formato há quatro categorias gerais: longos, curtos, achatados e irre-
gulares. As quatro características comuns a muitos ossos são as seguintes:
• superfícies articulares;
• áreas de inserção de tendões e ligamentos;
• sulcos ósseos que guiam tendões;
• orifícios para a passagem de vasos sangüíneos e nervos.
As partes da superfície óssea que não têm características específicas como superfícies articula-
res são normalmente bem lisas. Essas áreas lisas, em geral razoavelmente grandes, são regiões
onde os músculos se inserem diretamente no osso. Quando um músculo estiver inserido em
um osso por um tendão, a área de inserção do tendão no osso é habitual-
mente rugosa, e provavelmente será referida como um tubérculo, uma
tuberosidade ou um trocanter.
Planos de Referência e Terminologia Espacial
Para descrever a orientação espacial das características de um osso, ou a
sua posição (ou de uma parte do corpo) em relação a outro, é necessário
que se use uma terminologia padronizada com referência a uma postura
corporal padronizada. Na postura padronizada, também chamada de po-
sição anatômica (ver Figura 3.1a), o corpo está ereto com os braços penden-
do ao lado e as palmas das mãos voltadas para a frente. Existem três prin-
cipais planos de referência: mediano, coronal e transverso.
O plano mediano é um plano vertical que divide o corpo pelo meio em
porções simétricas (Figura 3.3). O plano mediano é também freqüentemente
referido como plano sagital; os termos sagital, paramediano e parassagital
(para = ao lado ou contra) são também algumas vezes usados para referir-
se a qualquer plano paralelo ao plano mediano. Neste livro o termo sagital
é usado para referir qualquer plano paralelo ao plano mediano.
Os termos lateral e medial são usados para descrever a relação das
diferentes partes de um osso (ou parte do corpo) ao plano mediano. Late-
ral significa mais longe do plano mediano e medial significa mais perto
do plano mediano. Por exemplo, na Figura 3.1a, a extremidade lateral da
Figura 3.3. Planos de referência.
Plano
transverso
Plano
coronal
Plano
mediano
Posição anatômica: a postura
corporal de referência para pro-
pósitos descritivos; o corpo está
em pé com os braços pendentes
e as palmas das mãos para fren-
te
Plano mediano: um plano verti-
cal que divide o corpo no meio
em duas porções (esquerda e di-
reita) mais ou menos simétricas
Plano sagital: qualquer plano
paralelo ao plano mediano
70 JAMES WATKINS
clavícula se articula com a escápula (osso do ombro), e a extremidade
medial com o esterno (osso do peito). Similarmente, na posição anatômica,
os dedos de cada mão estão mediais aos polegares (e os polegares lateral-
mente aos dedos).
Qualquer plano vertical e perpendicular ao plano mediano é chama-
do de plano coronal (ou plano frontal) (ver Figura 3.3). Os termos anterior
(em frente) e posterior (atrás) descrevem a posição das estruturas com
relação aos planos coronais. Por exemplo, a face forma a parte anterior do
crânio, o esterno é anterior à coluna vertebral (espinha), e a patela (rótula)
é anterior à extremidade inferior do fêmur. Similarmente, o calcâneo (osso
do calcanhar) é posterior aos dedos, e a fíbula (osso longo e fino na perna)
é posterior à tíbia (o mais grosso dos dois ossos da perna) (ver Figura
3.1b). Os termos ventral e dorsal são sinônimos a anterior e posterior, res-
pectivamente.
Qualquer plano perpendicular aos planos mediano e coronal é cha-
mado de plano transverso. Todos os planos transversos são horizontais (ver
Figura 3.3). Os termos superior (acima) e inferior (abaixo) descrevem a
posição de estruturas com relação aos planos transversos. Por exemplo,
como visto na Figura 3.1, as costelas são superiores aos ossos inominados
(ossos do quadril), e as patelas (rótulas) são inferiores aos ossos
inominados. Similarmente, a extremidade superior do fêmur direito (osso
da coxa) articula-se com o osso inominado direito para formar a articula-
ção do quadril direito, e a extremidade inferior do fêmur direito articula-
se com a patela direita e a tíbia direita para formar a articulação do joelho
direito.
Para descrever a localização precisa e a orientação das características
específicas de um osso, é habitualmente necessária a combinação dos seis
termos espaciais que são aplicáveis a todos os ossos: lateral, medial, anterior, posterior, superi-
or e inferior. Por exemplo, uma determinada característica pode ser descrita como sendo na
parte superior e lateral de um osso; outra característica pode ser descrita como estando na
parte anterior, inferior e lateral do osso.
Entretanto, há alguns termos espaciais que se aplicam a alguns ossos, mas não a outros.
Por exemplo, os termos proximal e distal são normalmente usados apenas em referência aosossos longos dos membros. As características superiores desses ossos (com relação à posição
anatômica) são referidas como proximais, enquanto suas características inferiores são referidas
como distais. Por exemplo, em cada braço, a extremidade proximal do úmero (osso do braço)
articulam-se com a escápula correspondente para formar a articulação do ombro. A extremida-
de distal do úmero articula-se com as extremidades proximais do rádio e da ulna (ossos do
antebraço) para formar a articulação do cotovelo. As extremidades distais do rádio e da ulna
articulam-se com os ossos do carpo (ossos do punho) para formar a articulação do punho.
Os nomes dos três planos de referência costumam ser usados para descrever as vistas
seccionais dos ossos. Por exemplo, a Figura 3.4 mostra uma seção coronal através da articula-
ção do quadril direito. O termo seção longitudinal normalmente refere-se a uma seção vertical,
como na Figura 3.4; uma seção longitudinal pode ser encontrada em quaisquer dos planos
mediano, paramediano, coronal ou vertical. O termo seção transversal é um termo geral que
pode se referir à seção em um dos planos de referência ou a um plano oblíquo (relativo aos
planos de referência).
Figura 3.4. Seção coronal através da articula-
ção do quadril direito.
Osso inominado
Fêmur
Plano coronal: qualquer plano
vertical perpendicular ao plano
mediano
Plano transverso: qualquer pla-
no perpendicular aos planos
mediano e coronal
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 71
O Esqueleto Axial
O esqueleto axial consiste do crânio, da coluna vertebral e do arcabouço costal. O crânio consis-
te de 29 ossos relativamente achatados ou irregulares que envolvem o cérebro, dão base para
os principais órgãos dos sentidos e formam os maxilares superior e inferior. A coluna vertebral
inclui 26 ossos irregulares empilhados um em cima do outro. Ela sustenta o peso da cabeça, dos
braços e do tronco e dá proteção à medula espinhal. O arcabouço costal consiste de 25 ossos –
o esterno (osso do peito) e 12 pares de costelas. O esterno é um osso achatado. Embora as
costelas sejam consideravelmente curvas, são bastante achatadas na seção
transversal. O arcabouço costal é uma estrutura flexível que dá proteção
para o coração e os pulmões e também é muito importante na ventilação
dos pulmões durante a respiração.
O Crânio
Os 29 ossos do crânio compreendem oito ossos cranianos (crânio), 13 os-
sos faciais (face), seis ossículos do ouvido (três em cada ouvido médio),
mandíbula (maxilar inferior), e osso hióide (parte da laringe). Os ossos do
crânio e da face formam uma unidade única que perfaz a maioria do crâ-
nio (Figura 3.5). O crânio envolve o cérebro e é composto de oito ossos
irregulares relativamente achatados.
Como as Figuras 3.6 a 3.8 mostram, o osso frontal forma a parte ante-
rior e ântero-superior do crânio, incluindo a testa. Os dois ossos parietais
formam uma grande parte das áreas superior e lateral do crânio. Os dois
ossos temporais formam uma parte grande das áreas superior e lateral da
base e dos lados do crânio. O osso esfenóide, o osso etmóide e as partes
inferiores do osso frontal formam a metade anterior da base do crânio. O
osso occipital forma a parte posterior e inferior do crânio e a maior porção
da metade posterior da base do crânio. Figura 3.5. Os principais componentes do crânio
em relação ao cérebro e à medula espinhal.
Crânio
Contorno do cérebro
Hióide
Face
Contorno da
medula espinhal
Mandíbula
Figura 3.6. Aspectos superior e lateral esquerdo do crânio e da face:
(a e c) bebê; (b e d) adulto.
Fontanela
anterior
Osso parietal
Sutura
coronal
Fontanela
posterior
Osso parietal
Osso nasal
Osso
maxilar
Fontanela mastóide
Sutura sagital
Osso occipital
Osso temporal
Osso zigomático
Sutura
interfrontal
Fontanela
esfenóide
Sutura lambdóide
Osso frontal
dc
ba
Osso esfenóide
72 JAMES WATKINS
Os ossos temporal e occipital apresentam várias características importantes. Na parte in-
ferior e lateral de cada um dos ossos temporais existe uma abertura em forma de funil que leva
a um canal aberto chamado meato acústico, a parte externa do ouvido (ver Figura 3.7). Logo
atrás do meato acústico externo está um processo arredondado projetado para baixo, o proces-
so mastóide. O processo mastóide pode facilmente ser sentido como uma saliência óssea abai-
xo da pele logo abaixo do ouvido. Na parte inferior de cada osso temporal está um processo
fino e relativamente longo, originando-se da parte inferior do meato acústico externo. Tal pro-
cesso é chamado de processo estilóide e se projeta medialmente, para frente e para baixo. Na
frente do meato acústico existe um côndilo côncavo chamado fossa mandibular que se articula
com o côndilo correspondente da mandíbula para formar a articulação temporomandibular. O
processo estilóide provê parte da área de inserção para os músculos que controlam a articula-
ção temporomandibular.
O osso occipital tem um grande orifício, o forame magno, situado anteriormente. O forame
é ocupado pelo começo da medula espinhal, que é contínua com o cérebro (ver Figura 3.5). Os
dois côndilos occipitais se articulam com a primeira vértebra (o atlas) e estão situados nas
partes anteriores e laterais do forame magno (ver Figura 3.7). Uma borda curva entre as partes
inferior e posterior do osso occipital é a linha nucal superior. Anterior e concêntrica à linha
nucal superior é a linha nucal inferior. Correndo entre as linhas nucais no plano mediano está
a crista occipital externa. Na extremidade posterior da crista occipital externa está uma
tuberosidade chamada protuberância occipital externa. Os músculos que mantêm a cabeça
ereta (e a inclinam para trás) estão inseridos na área definida por essas características.
Os 13 ossos da face formam o terço médio da parte anterior do crânio (ver Figuras 3.5 e
3.8a). Os ossos faciais formam o maxilar superior, os dois terços inferiores das órbitas e a parte
anterior da cavidade nasal. Os dois ossos maxilares que se unem anteriormente no plano me-
diano formam quase inteiramente a mandíbula superior, dando encaixe aos dentes superiores.
Os dois ossos palatinos se articulam com as partes posteriores dos maxilares para completar a
mandíbula superior. As órbitas são formadas por partes dos ossos frontal, esfenóide e etmóide,
junto com os dois ossos lacrimais e os dois zigomáticos (malares) (ver Figuras 3.6 e 3.8a).
A cavidade nasal – a grande cavidade que se dirige de trás do nariz à garganta – é forma-
da pelos ossos do crânio e da face (ver Figura 3.8b). A parte anterior da cavidade nasal, a parte
óssea do nariz, é formada pelos maxilares (assoalho e lados) e pelos dois ossos nasais (teto). A
Figura 3.7. Aspecto inferior do crânio e da face adultos.
Maxila
Vômer
Contorno da mandíbula
Palatino
Occipital
Parietal
Processo estilóide
Meato acústico externo
Linha nucal superior
Linha nucal inferior
Forame magno
Côndilo occipital
Crista occipital externa
Zigomático
Fossa
mandibular
Processo mastóide
Protuberância occipital
externa
Esfenóide
Temporal
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 73
parte posterior da cavidade nasal é muito maior que a parte anterior. O osso etmóide forma os
lados e parte do teto, enquanto os ossos frontal e esfenóide formam o restante do teto. O osso
esfenóide também forma a parede posterior. O osso vômer e as duas conchas nasais inferiores
formam o assoalho da parte posterior da cavidade nasal.
A cavidade nasal é dividida em fossas esquerda e direita por um septo osteocartilaginoso
no plano mediano (ver Figura 3.8). A parte posterior do septo consiste de uma placa óssea que
se projeta para baixo a partir do etmóide e se articula com o vômer. A parte anterior do septo
consiste de cartilagem. A estrutura e as funções da cartilagem estão descritas em detalhes no
Capítulo 4.
A mandíbula, ou maxilar inferior, consiste basicamente de duas placas ósseas em formato
de L que se unem anteriormente no plano mediano. A parte superior de cada metade da man-
díbula é chamadade ramo, e a parte horizontal, que provê encaixes para os dentes inferiores, é
chamada de corpo. Na parte posterior e superior de cada ramo há um côndilo convexo que se
articula com a fossa mandibular no seu osso temporal correspondente (ver Figura 3.7; Figura
3.9). Essas articulações permitem que a mandíbula oscile para cima e para baixo, como no
fechamento e na abertura da boca, e se mova de um lado a outro. A mastigação dos alimentos
envolve uma combinação desses dois tipos de movimento.
Os ossículos do ouvido são pequenos, todos com menos de 1 cm de comprimento, locali-
zados em uma câmara, dentro de cada osso temporal, conhecida como ouvido médio. Os três
ossículos – chamados de martelo, bigorna e estribo – unem as paredes lateral e medial da
câmara do ouvido médio. Eles transmitem as ondas sonoras da parte externa do ouvido aos
receptores de som na parte interna, que fica medial ao ouvido médio.
O osso hióide não é realmente parte do crânio, mas é conveniente descrevê-lo em relação
a ele. O hióide é um osso em formato de U, suspenso em frente do pescoço (em frente à quarta
vértebra cervical) por ligamentos, a partir dos processos estilóides dos ossos temporais (ver
Figura 3.5). O hióide forma parte da laringe (caixa de fonação) e provê inserção para alguns
dos músculos que movimentam a boca e a língua.
Suturas e Fontanelas
No crânio adulto, as bordas de muitos ossos são serráteis, de forma que eles se encaixem firme-
mente entre si, formando articulações imóveis. A linha serrilhada das articulações é similar em
aspecto à linha de costura e, por essa razão, cada articulação é chamada de sutura (ver Figura
Figura 3.8. (a) Aspecto anterior do crânio; (b) aspecto anterior de uma seção coronal do crânio através das concavidades oculares.
Septo
Osso parietal
Osso frontal
Osso esfenóide
Osso lacrimal
Osso nasal
Osso vômer
Concavidade
ocular direita
Septo
Fossa nasal direita
Crânio
Cérebro
ba
Sutura coronal
Osso temporal
Osso etmóide
Osso zigomático
Osso maxilar
Mandíbula
Seio frontal
esquerdo
Seio etmoidal
esquerdo
Seio maxilar
esquerdo
74 JAMES WATKINS
3.6b, e d). As articulações entre os ossos do crânio em um bebê são também chamadas de
suturas, mesmo que os ossos estejam unidos por membranas de tecido fibroso e, conseqüente-
mente, não se encaixem entre si (ver Figura 3.6, a e c). O tecido fibroso, descrito detalhadamente
no Capítulo 4, é flexível, forte e, em um bebê, moderadamente elástico.
As uniões flexíveis permitem aos ossos do crânio do bebê cruzarem entre si durante o
processo do parto. Assim, o tamanho do crânio é efetivamente reduzido, o que facilita a passa-
gem da cabeça do bebê através do canal de parto. Após o nascimento, a orientação dos ossos é
rapidamente restaurada. Em cada um dos ângulos (ou bordas) dos ossos parietais, o tecido
fibroso está em forma de uma pequena camada, chamada de fontanela (Williams et al., 1995).
Uma vez que cada osso parietal tem quatro ângulos e os ossos parietais unem-se superiormen-
te no plano mediano, há seis fontanelas. A fontanela anterior, que normalmente se fecha dentro
dos primeiros 18 meses, está na junção dos ossos parietal e frontal. Ao nascimento, o osso
frontal tem duas metades, unidas pela sutura interfrontal ou metópica; essas metades normal-
mente se fusionam nos primeiros dois anos. A fontanela posterior está na junção dos ossos
parietal e occipital e normalmente se fecha dentro dos primeiros dois anos também. Há duas
fontanelas esfenoidais, uma em cada lado do esqueleto na junção dos ossos parietal, frontal,
esfenóide e temporal. As fontanelas esfenoidais normalmente se fecham dentro dos primeiros
três meses. Há também duas fontanelas mastóides, uma de cada lado do crânio, na junção dos
ossos parietal, occipital e temporal. As fontanelas mastóides normalmente se fecham dentro
dos primeiros dois anos.
Seios
Os ossos frontal, etmóide, esfenóide, maxilar e temporal são parcialmente ocos, resultando em
cavidades chamadas de seios. Os seios se comunicam direta ou indiretamente com a cavidade
nasal por meio de pequenos canais (ver Figura 3.8b). Assim como a cavidade nasal, os seios
estão cheios de ar. Os seios frontal, etmoidal, esfenoidal e maxilar são unidos diretamente à
cavidade nasal, e são referidos como seios paranasais. Os seios nos ossos temporais estão uni-
dos indiretamente à cavidade nasal via ouvido médio – os seios temporais estão ligados ao
ouvido médio e o ouvido médio comunica-se com a cavidade nasal. Durante as infecções res-
piratórias, os seios podem-se tornar inflamados, resultando em uma condição dolorosa cha-
mada sinusite. Os seios tornam o crânio mais leve e dão ressonância à voz. Entretanto, eles
variam consideravelmente de tamanho entre as pessoas e sua função precisa não é conhecida
(Williams et al., 1995).
O crânio consiste de 29 ossos bastante achatados ou irregulares que envolvem o cére-
bro, provêem a base para os principais órgãos dos sentidos e formam os maxilares
superior e inferior. As principais partes incluem o crânio propriamente dito (oito ossos),
a face (13 ossos), a mandíbula, os ossículos do ouvido (três em cada ouvido) e o hióide.
A Coluna Vertebral
Antes da maturidade, a coluna vertebral – também chamada de espinha – consiste de 33 ou 34
ossos irregulares chamados de vértebras. As vértebras são divididas em cinco grupos bem
distintos: cervical, torácico, lombar, sacra e coccígeo (Figura 3.10, a e b). O pescoço consiste de
sete vértebras cervicais. A região torácica ou dorsal consiste de 12 vértebras cervicais que pro-
vêem articulação para os 12 pares de costelas. A parte lombar consiste de cinco vértebras lom-
bares. As cinco vértebras sacrais formam a parte posterior da pelve; na maturidade, as vérte-
bras sacrais se fusionam para formar o sacro. As quatro ou cinco vértebras coccígeas são pe-
quenas e representam uma cauda vestigial. As vértebras coccígeas normalmente se fusionam
na maturidade para formar o cóccix, ou osso da cauda, que tem aproximadamente 3 cm e está
ligado ao sacro por ligamentos.
Corpo da mandíbula
Figura 3.9. Aspecto lateral
esquerdo da mandíbula.
Côndilo da mandíbula
Ramo da
mandíbula
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 75
Antes da maturidade, a coluna vertebral consiste de 33 ou 34 ossos
irregulares chamados de vértebras, que se fusionam em 26 ossos na
coluna vertebral adulta. A função da coluna vertebral é prover uma
arcada de sustentação flexível para a cabeça, os braços e o tronco.
Quando vista de lado, a coluna vertebral de um recém-nascido é cônca-
va anteriormente (Figura 3.10c). Entre três e seis meses de idade a cri-
ança aprende a firmar a cabeça e, como resultado, o formato da região
cervical muda de côncavo anteriormente para convexo. Similarmente,
quando a criança aprende a ficar em pé e a caminhar – entre 10 e 18
meses de idade –, o formato da região lombar também muda de anteri-
ormente côncavo para convexo. As curvas cervical e lombar são referi-
das como curvas secundárias, uma vez que se desenvolvem quando a
criança adota uma postura ereta. As curvas torácica e sacrococcígea são
chamadas de curvas primárias, uma vez que são côncavas anteriormente
por toda a vida. A Figura 3.10a mostra o formato da coluna vertebral
adulta vista do aspecto lateral esquerdo.
Estrutura de uma Vértebra
Ao nascimento, cada vértebra, com exceção das duas primeiras vérte-
bras cervicais, consiste de três elementos ósseos unidos por cartilagem
(Williams et al., 1995) (Figura 3.11a). O elemento anterior, o centro ou
corpo, é basicamente um bloco de osso com lados levemente côncavos
e superfícies superior e inferior razoavelmente achatadas e em formato
de rim. Os corpos vertebrais são responsáveis principalmente pela trans-
missão de cargas, especialmente o peso da cabeça, dos braços e do tron-
co. Os elementos posteriores são arcos curvos que formam as duas
metades de um arco, ou seja, o arco vertebral ou neural. Cada metade
do arco consiste de uma porção anterior chamada pedículo e de uma
porção posterior chamada lâmina.As duas lâminas normalmente se
fusionam posteriormente durante o primeiro ano (Figura 3.11b). Os
pedículos normalmente se fusionam com as áreas laterais superiores e
posteriores do corpo vertebral entre o terceiro e o sexto ano (Figura
3.11c). O buraco formado pelo arco e a parte posterior do corpo, através
do qual passa a medula espinhal, é chamado de forame vertebral. O
arco vertebral funciona principalmente para proteger a medula espi-
nhal.
Após a fusão das lâminas, sete processos se originam a partir do
arco. A espinha da vértebra estende-se para trás a partir do ponto de
fusão das lâminas. Em cada lado do arco, três processos se originam da
junção do pedículo e da lâmina. Um processo transverso estende-se
lateralmente, um processo articular superior estende-se para cima, e
um processo articular inferior estende-se para baixo (Figura 3.12). Os
processos espinhoso e transverso são basicamente alavancas que for-
necem áreas de inserção para músculos, tendões e ligamentos. Com
relação a cada par de vértebras adjacentes, os processos articulares su-
periores da vértebra inferior se articulam por meio de facetas com os
processos articulares inferiores das vértebras superiores (Figura 3.12a).
Essas articulações são chamadas de articulações facetárias ou apofisárias.
Na maioria das posturas eretas as articulações facetárias transmitem
alguma carga. Em geral, a pressão transmitida por essas articulações
Figura 3.10. A coluna vertebral; (a) aspecto lateral
esquerdo (adulto); (b) aspecto posterior (adulto); (c)
aspecto lateral esquerdo (bebê).
c
ba
Sacro
Cóccix
Lombar
Cervical
Torácica
76 JAMES WATKINS
diminui com a flexão do tronco (inclinação para frente) e aumenta com a extensão do tronco
(inclinação para trás). Além da transmissão de carga, a orientação dos processos articulares
superiores e inferiores de certa forma determina o tipo e a amplitude de movimentos entre as
vértebras adjacentes. A estrutura e a função das articulações facetárias são discutidas no Capí-
tulo 6.
Cada par de vértebras adjacentes, exceto as duas primeiras vértebras cervicais, são uni-
das por um forte disco elástico de fibrocartilagem, chamado de disco intervertebral, para for-
mar uma articulação intervertebral. O movimento entre as vértebras adjacentes ocorre por
causa da deformação dos discos intervertebrais (principalmente em resposta às cargas de incli-
nação e torção) e por deslizamento das articulações facetárias.
Em cada lado do arco vertebral há uma depressão na parte superior do pedículo chamada
incisura vertebral superior (ver Figura 3.12b). Uma vez que o pedículo une-se à parte posterior
e superior do corpo, existe uma incisura vertebral inferior muito maior sob o pedículo. Com
respeito a cada par de vértebras adjacentes, a incisura vertebral inferior da vértebra superior e
a incisura vertebral superior da vértebra inferior formam um orifício chamado forame
intervertebral (figura 3.13a). Um nervo espinhal (periférico) ocupa o forame intervertebral (Fi-
gura 3.13b).
Características Peculiares das Vértebras
As vértebras gradualmente aumentam de tamanho a partir da segunda vértebra cervical até o
sacro. Esse aumento reflete o aumento no peso que as vértebras têm que sustentar (ver Figura
3.10a). Há também alterações no tamanho, no formato e na orientação dos processos das vérte-
bras. Tais alterações são razoavelmente graduais dentro de cada uma das regiões – cervical,
torácica e lombar –, mas tendem a ser mais marcadas nas junções entre as regiões (ver Figura
3.10, a e b). As vértebras em cada região da coluna têm características que as distinguem das
vértebras de outras regiões.
Cervical. Todas as vértebras cervicais (C1 a C7) têm um buraco chamado forame transverso,
dentro de cada processo transverso. Somente as vértebras cervicais têm essa característica (Fi-
gura 3.14). A primeira vértebra cervical chama-se atlas. Ela não tem corpo e basicamente con-
siste de um arco anterior e um arco posterior que, juntos, formam um anel ósseo (Figura 3.15a).
As facetas nos processos articulares superiores do atlas se articulam com os côndilos occipitais
para formar a articulação atlanto-occipital, que une o crânio com a coluna vertebral. A espinha
do atlas é rudimentar e os processos transversos do atlas, como em todas as vértebras cervicais,
são curtos.
A segunda vértebra cervical chama-se áxis. O áxis tem um corpo e um arco vertebral.
Projetando-se para cima a partir da parte superior do corpo do áxis encontra-se um processo
Figura 3.11. Estágios precoces no desenvolvimento de uma vértebra típica (aspecto superior).
Forame
vertebral
Processo
transverso
cba
Nascimento um ano seis anos
Corpo
Cartilagem
Pedículo
Lâmina
Pedículo
Espinha
Lâmina
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 77
conhecido como dente ou processo odontóide (Figura 3.15, b e c). Uma faceta na parte anterior
do dente se articula com uma faceta na parte posterior do arco anterior do atlas. O dente é
mantido contra o arco anterior do atlas pelo ligamento transversal do atlas, que abarca a parte
posterior do dente (Figura 3.15, a, c e d). Até certo ponto o atlas roda (em um plano transversal)
ao redor do dente; daí o nome áxis (eixo).
O dente representa a maior porção do corpo do atlas que, durante o crescimento fetal,
se separa e se fusiona com o áxis. Não há disco intervertebral entre o atlas e o áxis. A espinha
do áxis é bastante curta, e sua ponta é bífida, ou seja, dividida em dois ramos (ver Figura
3.15b).
As restantes cinco vértebras cervicais (C3, C4, C5, C6 e C7) são similares, cada uma con-
sistindo de um corpo em forma de rim e de um arco vertebral (ver Figura 3.14). As espinhas de
C3 a C6 são todas bífidas e gradualmente aumentam de tamanho. Em relação à espinha do
áxis, a espinha de C3 é levemente mais curta, e a espinha de C6 é levemente mais longa. A
espinha de C7 é muito maior que a de C6 e pode ser facilmente sentida como uma proeminên-
cia da parte posterior e inferior do pescoço. Por esse motivo, C7 é algumas vezes referida como
a vértebra proeminente.
As facetas dos processos articulares superiores e inferiores das vértebras cervicais articu-
lam-se em planos oblíquos que se orientam para baixo lateral e posteriormente. A orientação
das articulações facetárias, os processos transversos curtos, os discos intervertebrais relativa-
mente grossos e as espinhas relativamente curtas de C3 a C6 combinam-se para que haja uma
grande amplitude de movimento na região cervical como um todo, ao se comparar com as
outras regiões da coluna.
Figura 3.12. Uma vértebra típica; (a) aspecto superior; (b)
aspecto lateral esquerdo.
Processo transverso
Faceta
Espinha
Forame vertebral
Processo articular
superior
Processo articular
inferiorFaceta
Incisura vertebral
inferior
Corpo
Espinha
Figura 3.13. (a) Três vértebras lombares articuladas; (b) relação da
medula espinhal e dos nervos espinhais com uma vértebra lombar.
Nervo espinhal
b
a
b
a
Disco intervertebral
Processo articular
superior
Forame
intervertebral
Faceta do processo
articular inferior
Medula espinhal
Processo articular
superior
Incisura vertebral
superior
Processo transverso
Corpo
78 JAMES WATKINS
Torácica. As vértebras torácicas (T1 a T12) podem ser identificadas pela presença de facetas
nos corpos para as articulação com as cabeças (extremidades posteriores) das costelas. As 10
vértebras torácicas superiores também se articulam com seus pares correspondentes de coste-
las por meio de facetas nos aspectos ântero-laterais dos processos transversos (Figura 3.16). Em
cada lado do corpo de T1 existe uma faceta superior inteira e uma hemifaceta (meia faceta)
inferior; as cabeças do par mais superior das costelas se articulam com as facetas inteiras nos
lados de T1 (Figura 3.16a). Em cada lado dos corpos de T2 a T8 existe uma hemifaceta superior
e uma hemifaceta inferior. As cabeças do segundo par de costelas se articulam, no lado corres-
pondente, com a hemifaceta inferior de T1 e a hemifaceta superior de T2 (Figura 3.16a). EmContorno do
odontóide
Tubérculo
posterior
Contorno do
ligamento
transverso
Processo transverso
Forame
transverso
Tubérculo
anterior
Faceta no
odontóide
Corpo do
áxis
Forame transverso
Figura 3.14. Uma típica vértebra cervical; (a) aspecto lateral esquerdo; (b) aspecto superior.
Odontóide
Espinha
Processo articular
inferior
Faceta no odontóide
Faceta articular
superior
Corpo
Forame transverso
Odontóide
Tubérculo
anterior
Ligamento
transverso
Corpo do
áxis
Figura 3.15. O atlas e o áxis; (a) aspecto superior do atlas; (b) aspecto superior do áxis; (c) aspecto
lateral direito do áxis; d) seção mediana através do atlas, do áxis e da terceira vértebra cervical.
ba
ba
dc
Faceta
articular superior
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 79
cada lado do corpo de T9 existe uma hemifaceta superior e as cabeças do
terceiro ao nono par de costelas se articulam com os lados dos corpos de
T2 a T9 da mesma maneira que o segundo par de costelas. Em cada lado
dos corpos de T10 (Figura 3.16b) a T12, existe uma faceta inteira que se
articula com os pares costais décimo a décimo segundo.
As espinhas das vértebras torácicas são relativamente longas e ten-
dem a se sobrepor, especialmente no meio da região (ver Figura 3.10a).
Os processos transversos das vértebras torácicas são também relativa-
mente longos; eles gradualmente aumentam de comprimento de T1 a T12.
As facetas articulares superior e inferior se articulam em um plano que
cai para baixo e para trás. As espinhas sobrepostas, discos intervertebrais
relativamente finos, e o efeito separador das costelas resultam em uma
amplitude geral de movimentos na região torácica menor do que na re-
gião cervical.
Lombar. As vértebras lombares (L1 a L5) têm processos transversos rela-
tivamente longos e espinhas grandes e achatadas de formato retangular
(Figura 3.17). A principal característica diferenciadora da vértebra lom-
bar é a orientação das facetas nos processos articulares superior e inferi-
or. As facetas nos processos articulares superiores orientam-se medial e
posteriormente, e as facetas nos processos articulares inferiores estão vi-
radas lateral e anteriormente (Figura 3.17). A orientação das facetas arti-
culares limita a rotação das vértebras lombares em um eixo vertical. En-
tretanto, os discos intervertebrais relativamente grossos na região lom-
bar garantem uma amplitude de movimento muito maior em outras di-
reções.
Sacro. As vértebras sacrais (S1 a S5) tornam-se progressivamente meno-
res a partir de S1 até S5. O sacro é formado pela fusão ou fusão parcial das
vértebras sacrais. Quando visto de frente (ou por trás), o sacro é mais ou
menos triangular, com o ápice apontando para baixo (Figura 3.18a). A
borda anterior da superfície superior da primeira vértebra sacral se pro-
jeta para frente e é chamada de promontório do sacro. A parte anterior do
sacro é côncava, principalmente pela orientação de S3, S4 e S5 (Figura
3.18b). Entretanto, na posição anatômica, a grande porção superior do
sacro (S1 e S2) está angulada para baixo e para trás, o que tende a acentu-
ar a curva lombar (ver Figura 3.10a).
O sacro está prensado entre os ossos direito e esquerdo do quadril e,
assim, fornece uma firme base para o resto da coluna vertebral. O aspecto
anterior do sacro é bastante liso, exceto por quatro linhas transversas re-
sultantes da fusão total ou parcial dos corpos das vértebras sacrais (Figu-
ra 3.18a). No final de cada uma das linhas transversas há um orifício cha-
mado forame sacral. Os quatro pares de forames sacrais são formados
pela fusão das extremidades dos processos transversais das vértebras
sacrais.
Em comparação com a superfície anterior relativamente lisa, a su-
perfície posterior do sacro provê inserção para um grande número de
ligamentos e de aponeuroses e é bastante rugosa. A superfície posterior
possui cinco cristas (cristas sacrais), verticalmente paralelas umas às ou-
tras. A fusão das quatro espinhas sacrais superiores forma a crista sacral
mediana. As cristas sacrais intermediárias e laterais (duas cada) são for-
madas pela fusão dos processos articulares (exceto para os processos su-
periores de S1) e as extremidades dos processos transversos das vérte-
bras sacrais, respectivamente (Figura 3.18b). Os processos chamados tu-
bérculos sacrais ou tubérculos transversos, que dão às cristas um aspecto
Figura 3.16. Vértebras torácicas; (a) aspecto la-
teral direito das primeiras duas vértebras toráci-
cas; (b) aspecto lateral direito da décima vérte-
bra torácica.
Faceta inteira
Hemifaceta
Disco intervertebral
Faceta inteira
Figura 3.17. Uma típica vértebra lombar; (a) as-
pecto lateral esquerdo; (b) aspecto superior.
a
b
b
a
Faceta no processo
transverso
80 JAMES WATKINS
ondulado, marcam os locais de fusão. Além desses tubérculos habitualmente há outros dois,
um em cada lado, que se projetam posterior e lateralmente a partir do corpo de S1, lateralmen-
te aos processos articulares superiores de S1; esses tubérculos são referidos como os tubérculos
transversos de S1 (Figura 3.18c). Em cada aspecto lateral superior do sacro há uma superfície
articular relativamente grande, com formato de C ou L, chamada superfície auricular (aurícula
= em formato de orelha) (Figura 3.18b). As superfícies auriculares são formadas pelas expan-
sões laterais dos processos transversos fusionados de S1, S2 e S3. As superfícies auriculares do
sacro articulam-se com os ossos do quadril (ossos inominados) para formar as articulações
sacroilíacas (ver Capítulo 6).
Uma fossa sacral relativamente grande, oval ou circular, está adjacente à borda posterior
do ângulo de cada superfície auricular. Existe habitualmente uma fossa sacral menor na extre-
midade distal de cada superfície auricular (Figura 3.18b). O sacro e os ossos direito e esquerdo
do quadril formam um anel ósseo completo chamado pelve ou cintura pélvica. Conseqüente-
mente, o sacro é uma parte importante da coluna vertebral e da pelve.
A maioria das vértebras consiste de um corpo (responsável pela transmissão de car-
gas), um arco vertebral (responsável pela proteção à medula espinhal) e sete proces-
sos que se originam a partir do arco. Três dos processos (espinhoso e transversos)
fornecem áreas de inserção para músculos, tendões e ligamentos. Os outros proces-
sos, os articulares superior e inferior que formam as articulações facetárias, auxiliam a
transmitir cargas na maioria das posturas e ajudam a determinar o tipo e a amplitude de
movimentos entre as vértebras adjacentes.
Figura 3.18. O sacro e o cóccix; (a) aspecto anterior do sacro e do cóccix; (b) aspecto lateral direito do
sacro e do cóccix; (c) aspecto superior do sacro.
Promontório sacral
Forames
sacrais
Linhas
transversas Cóccix
Grande fossa sacral
Superfície
auricular
Cóccix
Processo articular superior
Cristas sacrais:
mediana
intermediária
lateral
Tubérculo transverso de S1
Canal sacral
(forame vertebral)
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 81
O Arcabouço Costal
O arcabouço costal tem grosseiramente o formato de um cone ereto, parcialmente achatado de
frente para trás (Figura 3.19). O arcabouço consiste de 12 pares de costelas e do esterno. Uma
vez que as costelas formam a maior parte do arcabouço (parede do cone), elas apresentam um
formato curvo distinto (Figura 3.20). As cabeças (extremidades posteriores) das costelas se ar-
ticulam com as vértebras torácicas, como previamente descrito. As extremidades anteriores
dos 10 pares superiores de costelas são presas ao esterno por pedaços de cartilagem costal
(costal = costelas). Os sete pares superiores de costelas são presos ao esterno por cartilagens
costais separadas, sendo algumas vezes referidos como costelas verdadeiras. As cartilagens
costais do oitavo, do nono e do décimo pares de costelas fusionam entre si antes de fundir com
as cartilagens costais das sétimas costelas (ver Figura 3.19). Conseqüentemente, enquanto os
sete pares superiores de costelas têm uma inserção cartilaginosa direta no esterno, ospares
costais oitavo, nono e décimo têm uma inserção cartilaginosa indireta no esterno. Os dois pares
inferiores de costelas não se prendem ao esterno; as extremidades anteriores dessas costelas
são livres, e elas são referidas como costelas flutuantes. Pelo fato de nenhum dos cinco pares
inferiores de costelas ter uma inserção cartilaginosa direta ao esterno, essas costelas são algu-
mas vezes referidas como costelas falsas.
As Costelas
Os 10 pares superiores de costelas estão presos ao corpo e aos processos transversos das vérte-
bras torácicas correspondentes. Em cada uma das costelas a cabeça está separada da faceta que
se articula com o processo transverso por um colo curto (ver Figura 3.20). Lateralmente adja-
cente à faceta há um tubérculo, que provê inserção para ligamentos que sustentam a coluna
vertebral. Uma vez que a faceta e o tubérculo estão adjacentes, a faceta é com freqüência cha-
mada de faceta tubercular. Lateralmente ao tubérculo, aproximadamente na mesma distância
entre o tubérculo e a cabeça, a costela tende a se dobrar para frente; essa dobra na costela é
Figura 3.19. O arcabouço costal; (a) aspecto anterior; (b) aspecto lateral esquerdo.
Esterno
Cartilagem costal
ba
82 JAMES WATKINS
chamada de ângulo da costela e provê inserção para os músculos do dorso. A parte de uma
costela entre o ângulo e a extremidade anterior é chamada de diáfise.
O Esterno
O esterno é um osso bastante achatado e consiste de três partes: manúbrio, corpo e processo
xifóide (Figura 3.21). O manúbrio ocupa o quarto superior do esterno. No centro de sua borda
superior encontra-se uma depressão chamada incisura jugular ou incisura supra-esternal (su-
pra = acima). Em cada lado dessa incisura existe uma faceta para a articulação com a extremi-
dade medial da clavícula correspondente. Em cada um dos aspectos laterais do manúbrio há
uma faceta para articulação com a cartilagem costal da primeira costela correspondente. Em
cada extremidade da junção transversa entre o manúbrio e o corpo do esterno há uma faceta
para articulação com a cartilagem costal da segunda costela correspondente. O corpo do esterno,
que ocupa mais da metade de seu comprimento, também apresenta facetas para articulação
com as cartilagens costais do terceiro ao sétimo pares de costelas. As cartilagens costais do
sétimo par de costelas estão inseridas em cada extremidade da junção transversal entre o corpo
do esterno e o processo xifóide. Esse fornece inserção para alguns dos músculos abdominais;
ele consiste de cartilagem que habitualmente se transforma em osso perto dos 40 anos de idade
(Tortora e Anagnostakos, 1984).
Movimento das Costelas
Os espaços entre as costelas são chamados de espaços intercostais; os músculos ocupam total-
mente esses espaços. Esses músculos, em associação com outros músculos do tórax, movem as
costelas durante a respiração. Durante a inspiração, cada costela oscila para cima e para fora
em um eixo oblíquo que passa através das articulações costovertebrais da costela – as articula-
ções entre a faceta tubercular e o processo transverso e entre a cabeça e o corpo ou dos corpos
vertebrais (ver Figura 3.20b). O movimento para cima e para fora das costelas é acompanhado
por uma leve oscilação para cima e para frente do corpo do esterno por sobre o manúbrio. Os
movimentos combinados das costelas e do esterno diminuem a pressão dentro do tórax, e o ar
Figura 3.21. O esterno; (a) aspecto anterior;(b) aspecto lateral esquerdo.
Colo Faceta
tubercular
Tubérculo Ângulo
Faceta superior
na cabeça
Incisura
jugular
Manúbrio
Corpo do
esterno
b
a ba
Processo
xifóide
Faceta para
articulação com a
clavícula
Facetas para
articulação
com costelas
Facetas
superior e
inferior na
cabeça
Diáfise
Eixo de rotação
da costela
Figura 3.20. (a) Aspecto posterior de uma costela;
(b) aspecto superior de um típico par de costelas
articulando-se com uma vértebra torácica.
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 83
entra nos pulmões. Durante a expiração, as costelas e o esterno são empurrados para baixo
pela elasticidade das cartilagens costais e pelos pulmões e pela tração de vários ligamentos e
músculos que são estirados durante a expiração.
O arcabouço costal consiste do esterno e de 12 pares de costelas. O arcabouço costal
como um todo é uma estrutura relativamente flexível, fornecendo proteção para o cora-
ção e os pulmões, e também muito importante na ventilação pulmonar durante a respi-
ração.
O Esqueleto Apendicular
O esqueleto apendicular consiste dos ossos dos membros superior e inferior. Em um adulto, 32
ossos formam cada membro superior, e 31 ossos, cada membro inferior; o esqueleto apendicular
como um todo é composto de 126 ossos.
O Membro Superior
Para propósitos descritivos, cada membro superior será dividido em cinco regiões: ombro
(escápula e clavícula), braço (úmero), antebraço (rádio e ulna), punho (oito ossos cárpicos) e
mão (cinco metacárpicos e 14 falanges) (Figura 3.22).
Os membros superiores consistem de 64 ossos, 32 em cada lado, e podem ser dividi-
dos em cinco regiões: ombro, braço, antebraço, punho e mão.
O Ombro
O ombro consiste da escápula (omoplata) e da clavícula. Junto com o manúbrio, as escápulas e
as clavículas de ambos os membros superiores formam um anel ósseo incompleto chamado de
cintura escapular (Figura 3.23). Os braços estão suspensos pela cintura escapular.
Clavícula
Escápula
Úmero
Ulna
Rádio
Carpais
Metacarpais
Falanges
Clavícula
esquerda
Manúbrio
Articulação
esternoclavicular
direita
Articulação acromioclavicular direita
Figura 3.22. O membro superior direito; (a) aspecto
anterior; (b) aspecto posterior.
Figura 3.23. Aspecto superior da cintura escapular.
Escápula esquerda
Ângulo de
transporte
84 JAMES WATKINS
A extremidade medial de cada clavícula se articula com o manúbrio para formar uma
articulação esternoclavicular, e a extremidade lateral se articula com o processo acromial da
escápula correspondente para formar uma articulação acromioclavicular (Figuras 3.23 e 3.24).
As escápulas não estão conectadas ao esqueleto axial, mas são mantidas em posição nas partes
laterais superiores e posteriores do arcabouço costal por músculos. Conseqüentemente, cada
escápula tem uma amplitude considerável de movimentos. A maioria dos movimentos da re-
gião do ombro envolve movimentos nas articulações esternoclavicular e acromioclavicular (ver
Capítulo 7).
Vistas superiormente, cada clavícula tem o formato de um “S” – côncavo ântero-lateral-
mente e póstero-medialmente (Figuras 3.23 e 3.24a). No plano transverso o terço lateral de
cada clavícula é bastante achatado; entretanto, os dois terços mais mediais se tornam progres-
sivamente mais grossos e arredondados em direção à extremidade medial (Figura 3.24b). Além
de formarem as únicas articulações ósseas do membro superior com o esqueleto axial, as claví-
culas agem como sustentáculos horizontais que mantêm a posição lateral da escápula e, assim,
dão amplitude aos ombros.
Cada escápula consiste de uma porção relativamente grande, achatada e triangular, cha-
mada de lâmina, com três características proeminentes originando-se a partir da lâmina (Figu-
ra 3.24, c, d e e). O ápice da lâmina é chamado de ângulo inferior e aponta diretamente para
baixo. A grande superfície anterior da lâmina é chamada de fossa subescapular. Um grande
processo, chamado de espinha da escápula, origina-se a partir de uma linha oblíqua que corre
lateralmente e para cima no terço superior da superfície posterior da lâmina. Como essa, a
espinha é relativamente achatada e de formato triangular; a borda posterior da espinha forma
uma crista que pode ser facilmente sentida sob a pele. A superfície superior da espinha e a
superfície posterior da lâmina acima da espinha formam uma goteira em forma de V chamada
de fossa supra-espinhosa. A superfície inferior da espinha e a grande superfície posterior da
lâmina abaixo da espinha formam uma grande área chamada de fossa infra-espinhosa.
Projetando-se lateral e levemente paracima a partir da extremidade lateral da espinha
está o processo acrômio, formando a parte posterior de um arco osteofibroso acima da articu-
lação do ombro. O processo do acrômio também pode ser sentido sob a pele na ponta do om-
bro. No ângulo superior e lateral da lâmina existe uma superfície articular relativamente gran-
de, rasa e de formato oval, a fossa glenóide. Na posição anatômica, a fossa glenóide está virada
para fora, levemente para frente e para cima. A fossa glenóide forma a articulação do ombro
(articulação glenoumeral) com a cabeça do úmero.
Originando-se da parte súpero-anterior da base da fossa glenóide está uma projeção asse-
melhada a um dedo, o processo coracóide; esse processo se curva lateralmente, de forma que
sua ponta está em frente da articulação do ombro. O processo coracóide, o processo do acrômio,
a crista da espinha e a borda medial da lâmina fornecem áreas de inserção para os músculos
relacionados principalmente com o movimento da escápula e da clavícula nas articulações
esternoclavicular e acromioclavicular e no úmero ao nível da articulação do ombro. Em con-
traste, as grandes superfícies anterior e posterior da lâmina (fossas subescapular, supra e infra-
espinhosa) dão inserção para os músculos envolvidos principalmente na estabilização da arti-
culação do ombro – mantendo a fossa glenóide e a cabeça do úmero em contato permanente.
A região do ombro consiste da escápula e da clavícula. A extremidade medial da claví-
cula se articula com o manúbrio para formar a articulação esternoclavicular, unindo o
membro superior e o esqueleto axial. A extremidade lateral da clavícula se articula com
a escápula para formar a articulação acromioclavicular. Junto com o manúbrio, as
escápulas e as clavículas de ambos os membros superiores formam um anel incomple-
to chamado cintura escapular.
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 85
O Braço
Existe apenas um osso no braço, o úmero. O úmero é um osso longo típico, consistindo de uma
diáfise relativamente longa entre duas extremidades bastante bulbosas (Figura 3.25). A extre-
midade distal do úmero tem quatro características: cabeça, grande tuberosidade, pequena
tuberosidade e sulco bicipital. A cabeça é um hemisfério quase perfeito que, como mencionado
anteriormente, se articula com a fossa glenóide para formar a articulação do ombro. A cabeça
Faceta para
o acrômio
Figura 3.24. A clavícula e a escápula; (a) aspecto superior da clavícula direita; (b) aspecto anterior da clavícula direita; (c) aspecto
anterior da escápula direita; (d) aspecto lateral da escápula direita; (e) aspecto posterior da escápula direita.
Tubérculo conóide Faceta para o manúbrio
Processo acrômio
Processo coracóide
Espinha
Fossa
subescapular
Ângulo inferior
Fossa supra-espinhosa
Processo coracóide
Crista da
espinha
Fossa infra-espinhosa
Faceta para a clavícula
Processo acrômio
Fossa
glenóide
e
d
c
b
a
86 JAMES WATKINS
está virada paramedialmente, para cima e para trás. A superfície articular da cabeça é muito
maior que a da fossa glenóide. Essa diferença em tamanho entre as superfícies articulares,
combinada com o fato de a fossa glenóide ser rasa, permite uma grande amplitude de movi-
mentos na articulação do ombro. Adjacente à cabeça, ocupando toda a parte lateral da extremi-
dade proximal do úmero, está a grande tuberosidade. Adjacente à cabeça, na parte anterior,
está a tuberosidade pequena . Correndo verticalmente para baixo, entre as duas tuberosidades,
está o sulco bicipital (sulco intertubercular). A cabeça está separada das duas tuberosidades
por um colo anatômico mal definido, e a extremidade proximal como um todo está unida à
diáfise principal por um colo cirúrgico curto.
Os dois terços superiores da diáfise do úmero são mais ou menos cilíndricos. O terço
distal gradualmente se torna mais alargado (no plano coronal) em direção à extremidade distal.
A superfície da diáfise é relativamente lisa, exceto por uma área rugosa no meio da parte ântero-
lateral – a tuberosidade deltóide –, onde o músculo deltóide se insere no osso.
A extremidade distal do úmero tem uma superfície articular em formato cilíndrico, con-
sistindo de dois côndilos fusionados entre si por seus lados. O côndilo lateral é chamado de
capítulo e o côndilo medial, maior e em formato de carretel, é chamado de tróclea. Na parte
anterior, logo acima do capítulo, encontra-se uma pequena depressão conhecida como fossa
radial. Logo acima da tróclea, encontra-se uma depressão similar conhecida como fossa
coronóide. Na parte posterior existe uma depressão relativamente grande, logo acima e contí-
nua com a tróclea – a fossa olecraniana. O epicôndilo medial, facilmente sentido sob a pele na
parte medial do cotovelo, projeta-se medialmente a partir da tróclea. O epicôndilo lateral –
menor – projeta-se lateralmente a partir do capítulo. Estendendo-se para cima a partir do
epicôndilo lateral à parte principal da diáfise, está uma crista distinta, chamada de crista
supracondilar lateral. Uma crista similar, a crista supracondilar medial, estende-se para cima a
partir do epicôndilo medial.
O úmero é o único osso do braço. A extremidade proximal articula-se com a escápula
para formar a articulação do ombro (glenoumeral), e a extremidade distal articula-se
Figura 3.25. O úmero direito; (a) aspecto anterior; (b) aspecto posterior.
Sulco
bicipital
Epicôndilo
lateral
Cabeça
Colo
anatômico
Colo
cirúrgico
Tróclea
Grande
tuberosidade
Fossa
olecraniana
Capitulum
ba
Grande
tuberosidade
Pequena
tuberosidade
Tuberosidade
deltóide
Crista
supracondilar
lateral
Fossa radial
Fossa
coranóide
Crista
supracondilar
medial
Epicôndilo
medial
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 87
com o rádio e a ulna para formar a articulação do cotovelo. O úmero é um
osso longo típico, consistindo de uma diáfise relativamente longa entre
duas extremidades expandidas, que aumentam a área de articulação nas
uniões com o ombro e o cotovelo e, assim, diminuem o esforço nessas
articulações.
O Antebraço
Há dois ossos longos no antebraço, o rádio e a ulna. Na posição anatômica,
o rádio está lateral à ulna (ver Figura 3.22; Figura 3.26). O aspecto anterior
da extremidade proximal da ulna é dominado por uma grande superfície
articular côncava em formato de carretel – a incisura da tróclea. Essa
incisura articula-se com a tróclea do úmero para formar parte da articula-
ção do cotovelo (Figura 3.26). A metade proximal da incisura troclear for-
ma a parte anterior do olécrano (ou processo olecraniano). A ponta do
cotovelo, facilmente sentida sob a pele, é o ponto póstero-superior do
olécrano. Quando o cotovelo está completamente estendido, a parte
proximal da borda da incisura troclear ocupa a fossa olecraniana na parte
posterior do úmero (ver Figura 3.25b). A metade distal da incisura troclear
forma a parte ântero-superior do processo coronóide, projetando-se ante-
riormente a partir da diáfise da ulna. Quando o cotovelo está completa-
mente flexionado, o processo coronóide ocupa a fossa coronóide na parte
ântero-inferior do úmero (ver Figura 3.25a). A parte ântero-inferior do
processo coronóide, junto com uma pequena parte da diáfise com a qual é
contínua, é habitualmente rugosa. Essa área sem nome é a área de inser-
ção de um dos músculos que flexionam a articulação do cotovelo (braquial).
Adjacente e contínuo com a borda ínfero-lateral da incisura troclear está
uma pequena superfície articular chamada de incisura radial (Figura 3.26b).
A diáfise da ulna afila-se levemente, de proximal para distal. Embo-
ra a maior parte da diáfise seja relativamente lisa, os dois terços inferiores
da parte lateral têm uma crista bastante afilada chamada de borda interóssea da ulna. A extre-
midade distal da ulna tem uma pequena cabeça em formato de tambor com uma pequena
projeção na sua parte póstero-medial, chamada de processo estilóide da ulna. A extremidade
proximal do rádio consiste de uma cabeça em formato de tambor, separada da parte principal
da diáfise por um curtocolo cilíndrico (Figura 3.26a). O lado circular e a superfície superior da
cabeça formam uma superfície articular contínua. O lado articula-se com a incisura radial na
ulna, e a superfície superior com o capítulo no úmero. A articulação do cotovelo consiste das
articulações entre a tróclea e a incisura troclear e entre o capítulo e a cabeça do rádio. Na articu-
lação do cotovelo, a incisura troclear e a superfície superior da cabeça do úmero formam uma
superfície articular virtualmente contínua.
Uma projeção áspera na parte anterior e medial da base do colo é a tuberosidade radial. A
diáfise do rádio é bastante lisa, exceto por uma crista afilada ao longo da parte medial, chama-
da de borda interóssea do rádio. Em contraste com a ulna, a extremidade distal do rádio é
muito mais grossa que a extremidade proximal. A parte lateral da extremidade distal do rádio
forma uma pequena projeção, conhecida como processo estilóide do rádio. A parte inferior da
extremidade distal é dominada por uma superfície articular côncava bastante grande e mais
ou menos quadrangular. Adjacente e contínua com a borda medial dessa superfície está a incisura
ulnar, uma pequena superfície articular. Essa incisura articula-se com o lado da cabeça da ulna.
Na posição anatômica, o rádio e a ulna ficam lado a lado com seus longos eixos, mais ou
menos paralelos um ao outro (ver Figura 3.22a). Com o rádio e a ulna nessa posição, o ante-
braço é descrito como supinado. O rádio é capaz de mover-se em relação à ulna por meio de
suas articulações, proximal e distal, entre os dois ossos. Quando a cabeça radial roda dentro
da incisura radial, a extremidade distal do rádio se move ao redor da cabeça da ulna; o rádio
como um todo roda em um eixo que passa através das cabeças do rádio e da ulna (Figura
Figura 3.26. O rádio e a ulna; (a) aspecto anteri-
or do rádio e ulna direitos; (b) aspecto lateral da
extremidade proximal da ulna direita.
Olécrano
Cabeça do rádio
Colo do rádio
Processo
estilóide do rádio
Incisura troclear
Processo coronóide
Cabeça da ulna
Processo
estilóide da
ulna
Olécrano
Colo do rádio
Processo coronóide
Incisura troclear
a
b
Tuberosidade
radial
Borda interóssea
da ulna
Borda
interóssea
do rádio
88 JAMES WATKINS
3.27, a e b). Conseqüentemente, a rotação medial sobre a ulna a partir da
posição anatômica resulta no rádio cruzando sobre a ulna (Figura 3.27b).
Quando o rádio cruza sobre a ulna, o antebraço é descrito como pronado.
A posição anatômica é perto da posição de supinação extrema, e a
posição na qual o rádio está completamente cruzado sobre a ulna repre-
senta a posição de pronação extrema. Quando o antebraço se move a par-
tir da posição de supinação extrema para a pronação extrema, a mão é
rodada em seu eixo longo aproximadamente 180º (Figura 3.27, c e e). Com
o resto do membro superior na posição anatômica, a posição do antebraço
na qual o plano da mão ocupa um plano paramedial é habitualmente refe-
rida como a posição neutra (Figura 3.27d).
Na posição anatômica, os longos eixos do braço e do antebraço não
coincidem e formam um ângulo obtuso na parte lateral (ver Figura 3.22b).
Esse ângulo é chamado de ângulo de transporte e tende a estar na região
de 165º em mulheres e de 175º em homens. O ângulo de transporte é cau-
sado pela forma da tróclea do úmero. A extremidade medial da tróclea
projeta-se para baixo, aproximadamente 6 mm mais adiante que a extre-
midade lateral, causando a inclinação ulnar para fora (Williams et al., 1995).
O significado funcional do ângulo de transporte não está claro, mas se
imagina que aumente a precisão na qual a mão pode ser controlada em
movimentos que envolvem a extensão do cotovelo em combinação com a
pronação do antebraço (Williams et al., 1995). O significado da diferença
no tamanho do ângulo de transporte entre os gêneros feminino e masculi-
no é desconhecido, mas pode estar relacionado com os ombros relativa-
mente estreitos, a cintura menor e os quadris mais largos das mulheres
em comparação com os homens.
O rádio e a ulna são os dois ossos longos do antebraço. As extremidades
proximal do rádio e da ulna se articulam com a extremidade distal do
úmero para formar a articulação do cotovelo, e as extremidades distais se articulam
com a fileira proximal dos ossos do carpo para formar a articulação do punho. O rádio e
a ulna articulam-se entre si nas extremidades proximal e distal de tal forma que o rádio
seja capaz de mover-se em relação à ulna. O movimento do rádio em direção à posição
anatômica é chamado de supinação, e o movimento do rádio para longe da posição
anatômica é chamado de pronação.
O Punho e a Mão
O punho consiste de oito irregulares e pequenos ossos chamados cárpicos. Quando articula-
dos, os cárpicos formam o carpo, unindo as extremidades distais do rádio e da ulna à extremi-
dade proximal da mão (Figura 3.28). Os cárpicos estão muito juntos; sete deles articulam-se
com três ou quatro outros ossos dentre si, o rádio, a ulna e os metacárpicos da mão. Os cárpicos,
cujos nomes tendem a refletir seus formatos, estão arranjados em uma fileira proximal e uma
distal. De lateral para medial, a fileira proximal consiste do escafóide (formato de navio),
semilunar (forma de meia-lua), piramidal (triangular) e pisiforme (formato de ervilha). As
superfícies proximais do escafóide, semilunar e piramidal formam uma superfície elíptica
biconvexa (arredondada para fora) que se articula com a superfície elíptica bicôncava (arre-
dondada para dentro) formada pelas extremidades distais do rádio e da ulna. As articulações
entre essas duas superfícies elípticas constituem a articulação do punho. O pisiforme tem uma
articulação com a parte anterior e medial do piramidal. De lateral para medial, a fileira distal
dos ossos do carpo consiste do trapézio (quatro lados com dois lados paralelos), do trapezóide
(quatro lados), do capitato (o carpal central) e do hamato (com um processo tipo gancho ante-
riormente). As séries de articulações entre as fileiras proximal e distal constituem a articulação
mediocárpica.
Figura 3.27. Supinação e pronação do antebraço
direito; (a) antebraço supinado; (b) antebraço pro-
nado; (c) supinação máxima; (d) posição neutra;
(e) pronação máxima.
Eixo de
pronação e
supinação
edc
ba
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 89
O punho consiste de oito irregulares e pequenos ossos chamados cárpicos, que se
articulam entre si para formar o carpo. Os ossos do carpo estão arranjados em uma
fileira proximal e uma distal. A fileira proximal se articula com as extremidades distais do
rádio e da ulna para formar a articulação do punho. A série de articulações entre as
fileiras proximal e distal é chamada de articulação mediocárpica.
A mão consiste de cinco metacárpicos e de 14 falanges (ou dígitos) (ver Figura 3.28). Em
vida, os metacárpicos estão unidos por partes moles e formam a palma da mão em seu aspecto
anterior. Os metacárpicos são ossos longos em miniatura, e cada um consiste de uma base (a
extremidade proximal), uma diáfise e uma cabeça (a extremidade distal). As superfícies
proximais das bases dos metacárpicos articulam-se com a fileira distal dos cárpicos para for-
mar as articulações carpometacárpicas. As amplitudes de movimento combinadas nas articu-
lações do punho, mediocárpica e carpometacárpica facilitam a grande amplitude de movimen-
to para a mão como um todo. As bases dos quatro metacárpicos mediais articulam-se entre si
lado a lado. Embora a base do primeiro metacárpico (polegar) esteja mais perto que a do se-
gundo (dedo indicador), as bases de ambos não se articulam habitualmente entre si. As diáfises
dos metacárpicos são relativamente achatadas posteriormente e bastante arredondadas anteri-
ormente. A cabeça de cada metacárpico tem uma superfície articular condilar convexa.
Cada um dos quatro dedos consiste de três falanges (proximal, média e distal), enquanto
o polegar consiste de apenas duas (proximal e distal). Em cada dedo e no polegar, as falanges
se tornam progressivamente menores de proximalpara distal. Assim como os metacárpicos, as
falanges consistem de uma base (proximal), uma diáfise e uma cabeça (distal). A extremidade
proximal da base de cada falange proximal consiste de um côndilo côncavo articulando-se
com a cabeça de seu metacárpico correspondente para formar uma articulação
metacarpofalângica. Enquanto as diáfises dos metacárpicos são mais ou menos cilíndricas, as
Figura 3.28. Aspecto anterior do punho e da mão direitos.
Semilunar
Falanges
Capitato
Trapezóide
Escafóide
Trapézio
Piramidal
Pisiforme
Hamato
Quinto metacárpico
Tuberosidade
Diáfise
afilada
Base da
falange
distal
90 JAMES WATKINS
diáfises das falanges são quase semicirculares em secção transversal; a superfície posterior de
cada falange é relativamente achatada e a superfície anterior é arredondada. As articulações
entre as falanges, as interfalângicas (duas articulações em cada dedo e uma no polegar) são
similares em termos de formato das superfícies articulares. As cabeças das falanges proximal e
média têm uma superfície articular em formato de carretel, formadas por um côndilo lateral e
um medial, ambos convexos. Cada uma dessas cabeças em forma de carretel articula-se com
uma superfície condilar bicôncava na base da falange média ou distal cor-
respondente. As falanges distais são bastante pequenas, especialmente as
dos dedos. Cada falange distal tem uma base relativamente ampla, uma
diáfise que se afila e uma tuberosidade arredondada na cabeça.
A mão consiste de cinco metacárpicos e de 14 falanges, que são ossos
longos em miniatura. Cada dedo consiste de três falanges, enquanto o
polegar consiste de apenas duas. As articulações entre as falanges, duas
em cada dedo e uma no polegar, são chamadas de interfalângicas.
O Membro Inferior
Na discussão a seguir, cada membro inferior está em quatro regiões:
quadril (inominado), coxa (fêmur e patela), perna (tíbia e fíbula), pé (sete
tarsais, cinco metatarsais e 14 falanges; Figura 3.29).
O Quadril
Junto com o sacro, os ossos inominados direito e esquerdo formam um
anel ósseo completo conhecido como pelve ou cintura pélvica (ver Fi-
gura 3.29). Conseqüentemente, os ossos inominados prendem as per-
nas ao esqueleto axial. Cada osso inominado desenvolve-se a partir de
três ossos – ilíaco, ísquio e púbis –, que se fusionam na maturidade. A
região onde esses ossos se fundem é dominada por uma grande
concavidade semi-esférica, o acetábulo (Figura 3.30a), que se articula
com a cabeça do fêmur para formar a articulação do quadril. O
acetábulo, que está direcionado lateralmente, para frente e para baixo,
consiste de uma superfície articular externa em formato de ferradura,
a borda acetabular e de uma região central mais profunda, a fossa
acetabular. O hiato entre as duas extremidades da borda acetabular é
contínuo com a fossa acetabular e é conhecida como incisura acetabular.
A fossa e a incisura acetabulares são mais profundas do que a borda
seria se formasse uma copa articular completa. A fossa acetabular aco-
moda um ligamento que une a cabeça do fêmur a outro ligamento que
atravessa a incisura acetabular (ver Capítulo 7). Conseqüentemente, com o deslizamento
da cabeça do fêmur na borda acetabular, a fossa acetabular evita que o ligamento inserido
na cabeça femoral seja esmagado.
O ilíaco compreende os dois quintos superiores do acetábulo e a grande porção mais
ou menos achatada do osso inominado acima do acetábulo. A grande parte superior e acha-
tada do ilíaco é chamada de asa. A borda superior da asa do ilíaco é uma crista ampla
chamada de crista ilíaca, sentida abaixo da pele logo acima da articulação do quadril. A
crista ilíaca, que tem um formato de S raso quando vista de cima, fornece inserção para os
músculos que formam a parede anterior do abdômen.
Existe uma projeção na extremidade anterior da crista ilíaca, a espinha ilíaca ântero-
superior (EIAS). A partir da EIAS, a borda anterior do ilíaco vai para baixo e para trás para
terminar em outra projeção, a espinha ilíaca ântero-inferior (EIAI). A EIAI fica logo acima da
parte ântero-superior do acetábulo e é separada da EIAS por uma incisura. Na extremidade
posterior da crista ilíaca existe uma projeção que é chamada de espinha ilíaca póstero-superior
(EIPS). A partir da EIPS a borda posterior do ilíaco vai para baixo e para frente para terminar
Figura 3.29. Aspecto anterior da pelve e membro
inferior direito.
Fêmur
Patela
Fíbula
Metatarsais
Falanges
Sacro
Arco
púbico
Tarsais
Tíbia
Osso
inominado
direito
Articulação
sacroilíaca
esquerda
Sínfise
púbica
Osso
inominado
esquerdo
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 91
em uma projeção conhecida como espinha ilíaca póstero-inferior (EIPI). Uma pequena incisura
separa a EIPS e a EIPI. Enquanto a EIAS, a EIAI e a EIPS são habitualmente fáceis de se identi-
ficar, a EIPI não é tão bem definida. Embora normalmente referidas como espinhas, essas qua-
tro projeções lembram mais de perto tubérculos ou tuberosidades.
Na parte póstero-medial da asa do ilíaco existe uma grande superfície de formato auricular
lembrando um C ou um L que se articula com a superfície auricular do lado correspondente do
sacro para formar a articulação sacroilíaca correspondente (ver Figura 3.30). Posteriormente ao
ângulo da superfície auricular está a tuberosidade ilíaca ou tuberosidade sacral do ilíaco. As
grandes superfícies laterais e mediais da asa do ilíaco fornecem inserção para os músculos que
movem a articulação do quadril. A superfície medial da asa também contempla o conteúdo
abdominal.
O ísquio, que forma a porção póstero-inferior do osso inominado, consiste do corpo e do
ramo. O corpo é um pilar mais ou menos vertical que transmite o peso do tronco, da cabeça e
dos braços para a superfície de sustentação quando o indivíduo estiver sentado em uma cadei-
ra ou um banco. A parte superior do corpo forma os dois quintos póstero-inferiores do acetábulo.
Abaixo do acetábulo, o corpo do ísquio é caracterizado pela grande tuberosidade isquiática em
suas áreas lateral e inferior (Figura 3.30a). Originando-se a partir da parte posterior do corpo,
logo acima da tuberosidade isquiática, está um processo chamado de espinha isquiática proje-
tando-se medialmente para trás. As bordas posteriores do ilíaco e do ísquio entre a EIPI e a
espinha isquiática formam a grande incisura isquiática (ou ciática). Existe uma incisura menor
Figura 3.30. O osso inominado direito; (a) aspecto lateral; (b) aspecto medial.
Asa do ilíaco
Junção entre ilíaco,
púbis e ísquio
Crista ilíaca
b
a
Grande incisura ciática
Incisura ciática menor
Tuberosidade isquiática
Espinha ilíaca ântero-superior
Fossa acetabular
Borda acetabular
Incisura acetabular
Ramo inferior do púbis
Ramo do ísquio
Superfície auricular
Tuberosidade ilíaca
Espinha ilíaca
póstero-superior
Espinha ilíaca
póstero-inferior
Espinha isquiática
Linha terminal
Ramo superior do púbis
Tubérculo púbico
Extremidade medial do púbis Corpo do ísquio
Forame
obturador
Espinha ilíaca ântero-inferior
92 JAMES WATKINS
– a incisura ciática menor – entre a espinha isquiática e a tuberosidade isquiática. O ramo do
ísquio é um processo largo e achatado que se origina na base do corpo e se projeta medialmente
para frente e para cima.
O púbis forma a porção ântero-inferior do osso inominado. Ele consiste do corpo, do
ramo superior e do ramo inferior. O corpo forma o quinto ântero-inferior do acetábulo. O ramo
superior estende-se medialmente e também um pouco para frente e para trás a partir do corpo
para juntar-se à extremidade medial do ramo inferior. A junção entre os dois ramos forma uma
região relativamente larga e achatada. A superfície medial dessa junção – a superfície medial
do púbis – é de formato elíptico e fica no plano mediano. O eixo longo da elipse está inclinado
em um ângulo de aproximadamente 45º ao plano coronal. As superfícies mediais dos ossos
púbicos direito e esquerdo estão unidas no plano mediano por um disco de fibrocartilagem.
Essa articulação é chamada de sínfise púbica

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