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MORFOFISIOLOGIA DA LARINGE ANATOMIA A laringe é um tubo formado por músculos e nove cartilagens, sendo localizada entre a faringe e a traqueia na região anterior do pescoço. Além disso, ela confere função de fonação e proteção das vias aéreas durante a deglutição, por meio da abertura e fechamento da glote. As cartilagens da laringe: 1. Três cartilagens ímpares − Tireóidea (proeminência laríngea) − Cricóidea − Epiglótica 2. Três cartilagens em pares − Aritenóidea − Corniculada − Cuneiforme A musculatura da laringe se classifica em: 1. Músculos extrínsecos da laringe − Infrahioideo: movimentam a laringe para baixo − Suprahioideo: movimentam a laringe para cima 2. Músculos intrínsecos da laringe − Cricotireoideo – estende e tensiona o ligamento vocal − Tireoaritenoideo – relaxa o ligamento vocal − Cricotireoideo posterior – abdução das pregas vocais − Cricoaritenoideo lateral – abdução da parte interligar das pregas vocais − Aritenoideos transverso e oblíquo – abdução das cartilagens aritenóideas − Vocal – relaxa o ligamento vocal posterior, mantendo a tensão na parte anterior Cavidade da laringe: − Vestíbulo da laríngea − Parte média da cavidade laríngea − Ventrículo da laringe − Cavidade infraglótica Inervação da laringe: nervo laríngeo superior que se ramifica em laríngeo interno (sensitivo e autônomo) e laríngeo externo (motor). Irrigação da laringe: artéria laríngea superior, artéria cricotireoidea e artéria laríngea inferior. Drenagem venosa da laringe: veia laríngea superior e veia laríngea inferior que drenam, respectivamente, para veia jugular interna e veia braquiocefálica esquerda. Drenagem linfática da laringe: vasos linfáticos superiores as pregas drenam para os linfonodos cervicais profundos superiores enquanto os vasos inferiores as pregas drenam para os linfonodos cervicais profundos inferiores. HISTOLOGIA As cartilagens da laringe se unem por um tecido conjuntivo fibrelástico, mantendo o lúmen da laringe sempre aberto. As cartilagens tireóidea, cricóidea e aritenóideas são do tipo hialino enquanto as outras são do tipo elástica. A epiglote possui um eixo de cartilagem elástica revestida por tecido conjuntivo e epitélio. A mucosa da laringe forma dois pares de pregas: 1. Pregas vestibulares – tecido conjuntivo frouxo com glândulas 2. Pregas vocais – tecido conjuntivo elástico que segue os músculos intrínsecos da laringe (tipo estriado esquelético) ➢ Durante a passagem do ar, esses músculos contraem e modificam a posição das cordas e a amplitude da fenda, produzindo sons. OBJETIVOS: 1. Rever a morfofisiologia da laringe e vias áreas inferiores (árvore brônquica) 2. Entender a fisiopatologia, manifestações, exames complementares e orientações sobre a prevenção da broncoaspiração O revestimento epitelial da laringe não é uniforme, sendo um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado nas pregas vocais por conta do atrito e desgaste, e epitélio respiratório (pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes) nas outras regiões da laringe. MORFOFISIOLOGIA DA TRAQUEIA ANATOMIA A traqueia é um tubo formado por anéis cartilaginosos incompletos que se ligam por músculos lisos e ligamentos anulares. Esse tubo é considerado uma via condutora do sistema respiratório que desempenha funções de condução, lubrificação e aquecimento do ar. A traqueia irá se ramificar em brônquio principal direito e brônquio principal esquerdo na altura da carina. Inervação da traqueia: nervo laríngeo recorrente. Irrigação da traqueia: artéria tireóidea inferior, ramos da artéria tireóidea superior e ramos das artérias bronquiais. Drenagem venosa da traqueia: veia tireóidea inferior que drena para veia ázigo. Drenagem linfática da traqueia: parte cervical é drenada para os linfonodos pré-traqueais e paratraqueais, além de poderem ser drenado para os linfonodos traqueobrônquicos. HISTOLOGIA A traqueia é dividida em três camadas: 1. Mucosa – epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes que produzem muco 2. Submucosa – tecido conjuntivo denso com glândulas seromucosas 3. Adventícia – tecido conjuntivo frouxo e semi-anéis de cartilagem FISIOLOGIA A traqueia permite que o ar chegue até as vias inferiores e, posteriormente, aos pulmões. As células caliciformes produzem muco que lubrifica as vias aéreas e umedece o ar, além de garantir que partículas estranhas fiquem retidas nesse muco. Já as células ciliares movimentam esse muco, permitindo que ele possa ser engolido ou expectorado. MORFOFISIOLOGIA DAS VIAS ÁREAS INFERIORES A traqueia se bifurca em brônquios principais direito e esquerdo que entram nos pulmões pelos hilos. Esses brônquios irão se dividindo até formarem os bronquíolos: 1. Os brônquios principais se dividem em brônquios lobares secundário que suprem os lobos pulmonares, sendo dois a esquerda e três a direita 2. Os brônquios lobares secundários se dividem em brônquios segmentares terciários que suprem os segmentos broncopulmonares 3. Os brônquios segmentares terciários irão se dividir em vários bronquíolos terminais que servem para aumentar a troca gasosa Os brônquios e bronquíolos possuem os mesmos anéis cartilaginosos da traqueia, sendo esses incompletos nos bronquíolos. Os bronquíolos terminais originam bronquíolos respiratórios (alvéolos pulmonares) que formam ductos alveolares e por fim os sacos alveolares. Já os pulmões são responsáveis pela oxigenação do sangue, sendo formados pelo ápice, base, lobos (2 esquerdo – superior e inferior – e 3 direito – superior, médio e inferior), faces (costal, mediastinal e diafragmática) e margens (anterior, inferior e posterior). Na raiz pulmonar é formada pela artéria pulmonar, veias pulmonares superior e inferior e brônquio principal. O hilo do pulmão é onde entram ou saem as estruturas que formam a raiz pulmonar. Inervação dos pulmões: nervos derivados dos plexos pulmonares. Irrigação dos pulmões: artéria pulmonar, artérias lobares secundárias, artérias segmentares terciárias. Drenagem venosa dos pulmões: veias pulmonares superior e inferior e veias bronquiais. Os pulmões são revestidos pela pleura que se divide em pleura visceral e pleura parietal. BRONCOASPIRAÇÃO A broncoaspiração é a entrada de substâncias estranhas nas vias aéreas inferiores como o conteúdo produzido pelo estômago, alimentos, líquidos, saliva ou até mesmo partículas sólidas, causando tosse, falta de ar, asfixia, pneumonia, pneumonite e atelectasia. Normalmente, esse quadro é frequente em internações hospitalares. CAUSAS: − 20% dos pacientes que apresentam microaspirações quando intubados − Vazamento aéreo do balonete ou seu enchimento incompleto que geram passagem de secreções e gotículas − Aspiração de corpos estranhos (amendoim, peças de brinquedos) − Tumores brônquicos − Compressão extrínseca por linfonodomegalias FATORES DE RISCO: Algumas condições clinicas podem comprometer a proteção das vias aéreas inferiores (fechamento correto da glote e reflexo da tosse). − Consciência reduzida − Distúrbios de deglutição/déficit neurológico – disfagia − Doença do refluxo gastroesofágico − Lesão mecânica na glote por conta de traqueostomia, intubação endotraqueal, broncoscopia, endoscopia ou alimentação por sonda nasogástrica − Cirurgia que envolve a via aérea superior − Ausência de jejum adequado no processo da anestesia geral − Anestesia com máscara laríngea − Gestante − Obesos − Íleo adinâmico − Vômito − Redução do reflexo da tosse DIAGNÓSTICO: − Visualização do conteúdo gástrico na orofaringe durante o processo de intubação orotraqueal − Hipoxemia durante a ventilação mecânica − Aumento da pressão inspiratória durantea anestesia geral − Dispneia − Broncoespasmos − Hiperventilação Quando ocorre a broncoaspiração, deve-se colocar o paciente em posição de Trendelemburg, aspirar sua orofaringe, realizar intubação orotraqueal e aspirar a luz do tubo endotraqueal. Em casos de broncoaspiração durante o ato cirúrgico, deve-se discutir com a equipe se continua ou não a realização do procedimento cirúrgico. Além disso, é importante realizar uma radiografia de tórax em casos suspeitos, mas não evidentes. Normalmente, os pacientes assintomáticos apresentam saturação acima de 95%; fração inspirada de oxigênio = 0,5; FR inferior a 20 rpm e FC inferior a 100 bpm. COMPLICAÇÕES: 1. Pneumonite Aspiração de substâncias toxicas para as vias respiratórias inferiores, independentemente de infecção bacteriana. A broncoaspiração causa aumento da permeabilidade capilar pulmonar e diminuição da complacência, exigindo suporte ventilatório com pressão positiva. Os sintomas são: dispneia, febre baixa, cianose, crepitantes difusos na ausculta pulmonar, hipoxemia grave e infiltrados na radiografia 2. Pneumonia Consequências pulmonares resultantes da entrada de líquidos, substâncias exógenas, partículas ou secreções endógenas nas vias aéreas inferiores. As manifestações incluem tosse, febre, expectoração purulenta e dispneia, além de emagrecimento e anemia. 3. Atelectasia Perda de volume ou ausência de ar no pulmão por aspiração de um corpo estranho, sendo mais comum em crianças. Os sintomas são dor torácica, tosse e dispneia. É importante a realização de um raio X de tórax para verificar a localização do corpo estranho e remove-lo com uma broncoscopia flexível. MEDIDAS PREVENTIVAS: − Jejum pré-operatório − Medicação pré-anestésica: anti- histamínicos (diminuir a acidez gástrica, aumentar o pH e diminuir o volume gástrico), anti-eméticos (aumentar o tônus do esfíncter esofágico, relaxar o piloro e contribuir para o esvaziamento do estômago) − Intubação antes da indução anestésica − Balonete insuflado entre 20 e 30 cm de H₂O − Tubo de poliuretano com balonete (menor espessura) − Manter a cabeceira da cama elevada acima de 30 graus − Escovação dos dentes para reduzir os microrganismos da boca REFERÊNCIAS: RUBENICH, Rosana; ZAMPIERI, Juliana; NEVES, Vanessa; HECK; Jayme. Broncoaspiração no perioperatório e na emergência: diagnóstico e manejo. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/88 0060/broncoaspiracao-no-perioperatorio-e-na- emergencia-diagnostico-e-manejo.pdf. Prevenção de broncoaspiração. Hospital Sírio- libanês. Disponível em: https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/portal- paciente/Documents/prevencao- broncoaspiracao.pdf. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880060/broncoaspiracao-no-perioperatorio-e-na-emergencia-diagnostico-e-manejo.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880060/broncoaspiracao-no-perioperatorio-e-na-emergencia-diagnostico-e-manejo.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/880060/broncoaspiracao-no-perioperatorio-e-na-emergencia-diagnostico-e-manejo.pdf https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/portal-paciente/Documents/prevencao-broncoaspiracao.pdf https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/portal-paciente/Documents/prevencao-broncoaspiracao.pdf https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/portal-paciente/Documents/prevencao-broncoaspiracao.pdf
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