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RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DE CURSO TÉCNICO

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0 
 
ESCOLA ESTADUAL TÉCNICA SÃO JOÃO BATISTA 
TÉCNICO EM QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luana Schrammel dos Santos 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
Polo Indústria e Comércio S.A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montenegro 
2021 
 
1 
 
Luana Schrammel dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
Polo Indústria e Comércio S.A. 
 
 
 
 
 
Relatório final desenvolvido no Estágio Supervisionado 
no período de 04/04/2021 à 27/08/2021, do Curso 
Técnico em Química da Escola Estadual Técnica São 
João Batista, para obtenção de título de Técnico em 
Química. 
 
Instituição Concedente: Polo Indústria e Comércio S.A 
Supervisor Local: Aline Schneider 
Supervisor acadêmico: Giórgia S. Marasca 
 
 
 
 
 
 
 
Montenegro 
2021 
 
2 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1:Cadeia de valor Polo Films. ....................................................................... 10 
Figura 2: Vista aérea da unidade fabril da Polo Films em Montenegro. ................... 12 
Figura 3: Linha do Tempo Polo Films. ...................................................................... 13 
Figura 4: Estrutura esquemática do filme plano. ...................................................... 17 
Figura 5: Estrutura do filme 5 camadas. ................................................................... 17 
Figura 6: Características de cada camada. .............................................................. 18 
Figura 7: Layout da linha de produção BOPP. ......................................................... 20 
Figura 8: Esquema de uma extrusora. ..................................................................... 21 
Figura 9: Esquema do Chill Roll ............................................................................... 22 
Figura 10: Esquema do MDO. .................................................................................. 23 
Figura 11: Estiramento no TDO. ............................................................................... 24 
Figura 12: Esquema geral do Pull Roll. .................................................................... 25 
Figura 13:Substituição dos rolos ao final da produção do filme. .............................. 26 
Figura 14:Bobinas Jumbo em armazém para descanso. ......................................... 27 
Figura 15: Capacidades das linhas de produção Polo Films. ................................... 27 
Figura 16: Layout da linha de produção BOPP. ....................................................... 28 
Figura 17: Layout do processo de corte. .................................................................. 28 
Figura 18: Bobinas filhas sendo geradas durante o corte primário. ......................... 29 
Figura 19: Metalizadora Applied II. ........................................................................... 30 
Figura 20: Representação esquemática da metalização. ......................................... 30 
Figura 21: Recorte de bobinas para embalagens de cigarros. ................................. 31 
Figura 22: Recorte de bobinas metalizadas. ............................................................ 31 
Figura 23:Exemplos de embalagens Seal, Metal, Opaque, Plain e Matte. ............... 34 
Figura 24: Nomenclatura dos filmes com suas principais propriedades. .................. 35 
Figura 25: Erema I- moínho puxando as aparas dos filmes. .................................... 36 
Figura 26: Estrutura química do Homopolímero Polipropileno. ................................ 38 
Figura 27: Polimerização do propileno. .................................................................... 39 
Figura 28: Amostras de Homopolímero, resina Matte, resina Hidrogenada, aditivo 
antiestático/deslizante, Masterbatch branco cativado, aditivo anti block/deslizante, 
aditivo antiestático, respectivamente. ........................................................................ 40 
 
3 
 
Figura 29: Padrões visuais para matérias-primas. ................................................... 44 
Figura 30: Equipamento para análise de umidade. .................................................. 45 
Figura 31: Plastômetro com análise em andamento. ............................................... 46 
Figura 32: Pontos amostrados do Mill Roll. .............................................................. 47 
Figura 33: Determinação de espessura por infravermelho. ...................................... 49 
Figura 34: Determinação de espessura por pressão. ............................................... 50 
Figura 35: Balança analítica. .................................................................................... 51 
Figura 36: Comportamento de líquidos na superfície do filme. ................................ 52 
Figura 37: Esquema de uma gota sobre uma superfície. ......................................... 53 
Figura 38: Relação entre formamida e etilenoglicol para preparo de soluções. ....... 54 
Figura 39: Equipamento tensiômetro. ...................................................................... 55 
Figura 40: Anel de calibração. .................................................................................. 55 
Figura 41: Ensaio de tensão superficial. .................................................................. 56 
Figura 42: Tratamento Corona. ................................................................................ 57 
Figura 43: Análise de tratamento passante. ............................................................. 59 
Figura 44: Equipamento TMI para medição de COF. ............................................... 60 
Figura 45: Esquema de um feixe de luz sobre superfície plana. .............................. 62 
Figura 46: Haze Meter. ............................................................................................. 63 
Figura 47: Gloss Meter. ............................................................................................ 64 
Figura 48: Dinamômetro Emic. ................................................................................. 65 
Figura 49: Estufas para análise de encolhimento térmico. ....................................... 67 
Figura 50: Seladora térmica. .................................................................................... 68 
Figura 51: Análise de planicidade. ........................................................................... 69 
Figura 52: Análise de medição de DO em filme metalizado. .................................... 70 
Figura 53: Negatoscópio. ......................................................................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
FSSC 22000 – Food Safety System Certification, Certificação de Sistema de 
Segurança Alimentar. 
ISO 9001 – International Organization for Standardization, Organização Internacional 
de Normalização. 
Mercosul – Mercado Comum do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
 
CPTI – Centro de Pesquisa Tecnologia e Inovação. 
BOPP – do inglês Biaxially Oriented Polypropylene, Polipropileno Biorientado. 
ASTM – do inglês American Society for Testing and Materials, Sociedade Americana 
de Testes e Materiais. 
PP – Polipropileno. 
MDO – do inglês Machine Direction Oriented, Direção longitudinal. 
TDO – do inglês Transversal Direction Oriented, Direção transversal. 
CHILL ROLL – Rolo de resfriamento. 
PULL ROLL – Rolos Puxadores. 
COF – do inglês Coefficient Of Friction, coeficiente de atrito. 
NT – Face não tratada do filme. 
T – Face tratada do filme. 
MR – MILL ROLL – Rolo de Filme. 
RPP – Polipropileno Reprocessado. 
DO – Densidade óptica. 
DM – Direção da máquina. 
DT – Direção transversal. 
BPF – Boas Práticas de fabricação. 
TI – Tecnologia da informação. 
PCP – Planejamento e controleda produção. 
P&D – Pesquisa e desenvolvimento. 
IT – Instruções de trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
RESUMO 
 
 
 
A Polo Films é uma empresa produtora de filmes plásticos para embalagens, 
principalmente para a indústria de alimentos. Todos os colaboradores vinculados à 
empresa têm sua importância, em todas as áreas, sem as quais, a empresa não se 
desenvolveria, nem produziria as mercadorias de alta qualidade que fornece hoje 
(SANTOS, 2021). 
O filme produzido é o Polipropileno Biorientado (BOPP) que é vendido em 
bobinas, sem impressão, e pode ser utilizado para rótulos, embalagens de 
salgadinhos, massas, chocolates, sobre embalagens para cigarros, fitas adesivas, 
sabonetes e muitos outros produtos, pois fornece alto nível de proteção e beleza para 
as embalagens (SANTOS, 2021). 
O BOPP é produzido através do processo Tender, que estira o filme em duas 
direções, as direções transversal e longitudinal e pode ser feito nas versões 
transparente, branco, mate e metalizado (SANTOS, 2021). 
O processo de produção da Polo Films é rigorosamente avaliado em todas as 
etapas pelo setor da Qualidade, e também pelos próprios operadores, quando estes 
percebem alguma não-conformidade, desde a matéria-prima recebida, até o produto 
final que será embarcado e enviado ao cliente (SANTOS, 2021). 
No laboratório, os filmes são monitorados vinte e quatro horas por dia, desde a 
produção até ser embalado e embarcado, e os resultados das análises são 
regularmente repassados para o chão de fábrica, para que os operadores possam 
regular as máquinas e obter produtos com propriedades mais próximas possíveis ao 
alvo de cada filme, mantendo a homogeneidade e qualidade dos filmes Polo 
(SANTOS, 2021). 
O presente relatório, apresentará o funcionamento da empresa Polo Films, 
desde as áreas administrativas até a manufatura, em principal, o controle de qualidade 
e as principais atividades desenvolvidas durante o período de estágio supervisionado 
(SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
7 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 
1.1 A EMPRESA ...................................................................................................... 9 
1.2 VALORES ........................................................................................................ 11 
1.3 HISTÓRICO ..................................................................................................... 11 
1.4 FUNCIONAMENTO DA EMPRESA POLO FILMS ........................................... 14 
1.4.1 Polo Films em números ............................................................................. 16 
1.4.2 Processos de produção ............................................................................. 16 
1.4.2.2 Unidade de Extrusão ........................................................................... 21 
1.4.2.3 Unidade de Conformação .................................................................... 21 
1.4.2.4 Unidade de Estiramento Longitudinal .................................................. 22 
1.4.2.5 Unidade de Estiramento Transversal................................................... 23 
1.4.2.6 Unidade de Tração e Tratamento Superficial ...................................... 24 
1.4.2.7 Unidade de Bobinamento .................................................................... 26 
1.4.3 Corte Primário ............................................................................................ 28 
1.4.4 Metalização ................................................................................................ 29 
1.4.5 Recorte ...................................................................................................... 30 
1.4.6 Produto final e aplicações .......................................................................... 32 
1.4.7 Responsabilidade ambiental ...................................................................... 35 
1.5 EMBALAGENS PLÁSTICAS FLEXÍVEIS ......................................................... 36 
1.5.1 Polipropileno Biorientado (BOPP) .............................................................. 37 
1.6 MATÉRIA-PRIMA ............................................................................................. 38 
1.6.1 Homopolímero ........................................................................................... 38 
1.6.2 Copolímero ................................................................................................ 40 
1.6.3 Terpolímero ............................................................................................... 40 
1.6.4 Aditivos ...................................................................................................... 41 
1.6.4.1 Agentes Deslizantes e antibloqueio ..................................................... 41 
1.6.4.2 Agentes Antiestáticos .......................................................................... 41 
1.6.4.3 Antioxidantes ....................................................................................... 42 
1.6.4.4 Estabilizantes térmicos ........................................................................ 42 
1.6.4.5 Plastificantes ....................................................................................... 42 
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................... 42 
 
8 
 
 
2.1 PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO E ANÁLISES DE MP......................... 43 
2.1.1 Análise visual e checagem do certificado .................................................. 43 
2.1.2 Análise de percentual de umidade ............................................................. 44 
2.1.3 Análise de Índice de fluidez ....................................................................... 45 
2.2 ANÁLISES EM FILMES DE BOPP .................................................................. 46 
2.2.1 Avaliação Visual......................................................................................... 47 
2.2.2 Avaliações Físicas ..................................................................................... 48 
2.2.3 Avaliações Ópticas .................................................................................... 61 
2.2.4 Avaliações Mecânicas ............................................................................... 64 
2.2.5 Avaliações em filmes metalizados ............................................................. 69 
3 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 72 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O período de Estágio Supervisionado traz ao estudante a oportunidade de obter 
conhecimento na prática sobre a área que pretende atuar após sua formação. Este 
estágio tem o intuito de proporcionar uma maior compreensão dos conteúdos 
abordados pelo curso, além da reflexão e futura confirmação sobre a área de atuação 
do profissional. 
Os treinamentos que são fornecidos ao estagiário trazem, não só a experiência 
técnica, mas também a importância do profissional perante a sociedade, 
desenvolvendo habilidades práticas que apenas a rotina fabril e o trabalho em equipe 
podem lhe proporcionar. 
Este relatório visa descrever as principais atividades que foram desenvolvidas 
durante o período de estágio curricular supervisionado, sob orientação da Engenheira 
Química Aline Schneider, realizado na empresa Polo Indústria e Comércio S.A. 
durante o período de abril a agosto de 2021. 
O estágio foi realizado na área de Controle de Qualidade da empresa Polo 
Films, situada no município de Montenegro-RS. Após o ingresso, o estagiário passa 
por um período de integração padrão e começaseu programa de treinamento, que é 
acompanhado pela área de Recursos Humanos e a área de atuação respectiva a que 
irá atuar. 
O período de estágio trouxe a oportunidade de acompanhar de perto a rotina 
de um laboratório de controle de qualidade de uma empresa fabricante de embalagens 
flexíveis, desde o recebimento e avaliação de matérias-primas até a aprovação do 
produto final. 
A escolha da Polo Indústria e Comércio S.A. como empresa para a realização 
do estágio supervisionado fundamenta-se na grande possibilidade de aprendizado e 
crescimento profissional em uma área que se expande cada vez mais: a produção de 
filmes plásticos, que servem como embalagens em diversos produtos diferentes. 
 
1.1 A EMPRESA 
 
A Polo Indústria e Comércio S.A. é uma empresa produtora de BOPP - Filme 
de Polipropileno Biorientado pertence ao Fundos Geribá, com Unidade Fabril no Rio 
10 
 
Grande do Sul onde possui três linhas de produção sendo uma com largura de 7,20 
m e outras duas de 8,20m, refletindo numa capacidade instalada de 78.000 toneladas 
anuais, contando com um armazém externo com capacidade de armazenagem de 
1000 toneladas (POLO FILMS, 2019). 
As embalagens produzidas na empresa são essenciais em uma cadeia de alta 
importância na atualidade: a cadeia de alimentos, que mais do que nunca é observada 
com olhos críticos, para que o alimento que chega na mesa de cada cidadão esteja 
em perfeitas condições de consumo. Abaixo, segue o passo a passo superficial desta 
cadeia. 
Figura 1:Cadeia de valor Polo Films. 
 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
A empresa oferece o que há de mais moderno e competitivo em toda a América, 
em produção de Filmes Biorientados, visando atender às expectativas, tendências e 
necessidades do mercado de Embalagens Flexíveis. As linhas de produtos 
acompanham as crescentes exigências do mercado, permitindo atender e aumentar 
as participações nas mais diversas aplicações, como indústrias alimentícias, bebidas, 
etiquetas autoadesivas, indústrias cigarreiras, gráficas entre tantas outras (POLO 
FILMS, 2019). 
Inovar e inspirar pessoas que transformam o futuro, é o propósito que move a 
Polo, com a missão de continuar desenvolvendo o conhecimento e competências 
11 
 
como uma empresa de alta performance para entregar o mais alto valor aos clientes, 
colaboradores, acionistas e à sociedade, através da sólida cultura estabelecida ao 
longo dos anos. (POLO FILMS, 2021). 
 
1.2 VALORES 
 
Com o intuito de entregar soluções inovadoras aos clientes, fortalecer 
parcerias, priorizando a segurança, a qualidade e o bem-estar das pessoas, a 
empresa trabalha seguindo os seguintes valores (POLO FILMS, 2021): 
 
❖ Gente é tudo para a gente! Somos apaixonados por pessoas. São elas que 
escrevem a nossa história todos os dias. 
❖ Segurança está em nosso DNA! Ela é fundamental em tudo que realizamos, 
sempre atentos a todos os processos de segurança para cuidar de si e do 
próximo. 
❖ Inovação e qualidade são a ponte para o futuro! Olhamos para frente, 
sempre buscando novas tecnologias e diferentes formas de atender e entregar 
qualidade ao mercado. 
❖ Ética é inegociável! Nossos negócios são pautados nela. Trabalhamos com 
total integridade, honestidade e transparência em tudo o que realizamos. Não 
abrimos mão disso. 
❖ Valorizamos nossas parcerias! Acreditamos que o desenvolvimento só 
acontece quando todos caminham juntos. Valorizamos e fortalecemos as 
nossas relações, atuando de maneira leal e contínua. 
❖ Sustentabilidade faz parte do nosso dia a dia! Nosso compromisso é com a 
preservação dos recursos naturais, inclusão social e crescimento sustentável. 
1.3 HISTÓRICO 
 
A Souza Cruz, Hércules do Brasil Produtos Químicos Ltda. e a Indústria de 
Papéis e Arte José Tchetkassky (Toga) associaram-se e fundaram a Polo Films em 
1980, sendo pioneira na produção de BOPP no Brasil pelo sistema de Dupla Bolha 
em Varginha, MG (POLO FILMS, 2021). 
12 
 
A associação durou até o ano de 1995, quando a Polo Films passou por uma 
alteração acionária para fazer parte do Grupo Unigel Química S.A., uma empresa 
genuinamente brasileira que atua fortemente nos segmentos de especialidades 
químicas e materiais de performance. As empresas do grupo apresentam posição de 
destaque na produção de acrílico, policarbonatos e outras matérias-primas e 
derivados petroquímicos. A empresa então passa a operar com quatro linhas Dupla 
Bolha com capacidade de 12kt/ano (POLO FILMS, 2021). 
Em 2000 foi realizado o início das atividades na unidade fabril em Montenegro 
– RS, ilustrada a seguir. 
 
Figura 2: Vista aérea da unidade fabril da Polo Films em Montenegro. 
 
Fonte: POLO FILMS (2021). 
 
Inicia assim a operação da primeira linha Tenter (processo plano), produzindo 
filmes de 3 camadas, com capacidade nominal de 18 kt/ano. A Polo Films passou a 
dominar as duas tecnologias, além de aumentar a capacidade de produção para 
30.000 toneladas/ano (POLO FILMS, 2021). 
Em 2003 foram iniciadas as obras de ampliação do site Montenegro, visando 
um aumento de produção para 62.000 toneladas/ano, unindo a produção dos dois 
sites produtivos. O início das atividades da planta II (Linha II) do processo Tenter em 
13 
 
Montenegro ocorreu em 2005. A nova planta apresenta extrusão de cinco camadas e 
velocidade de produção máxima de 450 m/min. 
Acompanhando a demanda de mercado a Polo Films em 2008 inaugurou a 
linha III, mantendo as mesmas características da linha II, ou seja, velocidade máxima 
de 450m/min e coextrusão de cinco camadas. No ano seguinte, a planta de Varginha 
(processo bolha) foi desativada, contabilizando uma capacidade produtiva de 78.000 
toneladas por ano na unidade Montenegro. 
Sempre em busca da melhoria contínua, a Polo Films possui certificação ISO 
9001: 2015, Boas Práticas de Fabricação -BPF- e conta com uma política de qualidade 
que busca a satisfação de seus clientes mediante tecnologia e equipe qualificados. 
Em 2017 a Polo Films passou por uma reestruturação alterando seu controle acionário 
da Unigel para Fundos Geribá. (POLO FILMS, 2021). 
Em 2020, a empresa completou 40 anos de histórias, com muitos aprendizados 
e conquistas. Tudo o que foi alcançado até hoje só foi possível, pois a Polo possui 
uma equipe de excelência, além de clientes, parceiros e fornecedores com quem 
forças foram unidas, levando os melhores produtos com qualidade e atendimento 
diferenciado, marcas registradas da Polo Films (POLO FILMS, 2021). 
 
Figura 3: Linha do Tempo Polo Films. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
14 
 
Atualmente a Polo Films está em busca de uma nova certificação, a FSSC 
22000, projetada para incentivar a consistência das normas por meio da transparência 
das práticas de segurança de alimentos, fornecendo uma estrutura para a gestão de 
responsabilidades de segurança e qualidade dos alimentos. 
O termo FSSC 22000 é uma sigla para Food Safety System Certification que, 
em tradução, quer dizer Certificação de Sistema de Segurança Alimentar. Portanto, 
trata-se de uma certificação (ou norma) que tem o objetivo de monitorar e garantir a 
produção e distribuição de alimentos com segurança e qualidade (IFOPE, 2020). 
Além disso, a FSSC 22000 é reconhecida internacionalmente. É um tipo de 
abordagem voltada à segurança de alimentos bastante abrangente, pois gerencia 
riscos em toda a cadeia de produção e fornecimento de alimentos. Vale destacar que 
é desenvolvida para fabricação, cultivo, transporte, armazenamento, embalagens, 
catering e varejo de alimentos (IFOPE, 2020). 
1.4 FUNCIONAMENTO DA EMPRESA POLO FILMS 
 
O funcionamento da Polo Filmes baseia-se em diversos setores, que 
necessitam de apoio mútuo, para que a empresa esteja sempre em processo de 
melhoria e desenvolvimento. Cada área possui determinadas responsabilidades: 
 
❖ Suprimentos: É o setor que lida diretamente com os fornecedores, 
responsávelpor realizar pedidos de insumos e matérias-primas necessárias 
para o andamento da produção, com parceiros selecionados (C-SGQ-MP-014, 
2018). 
❖ Comercial: Realiza as vendas e o marketing para os clientes. Mais do que 
vender, a área comercial deve influenciar a decisão de compra do cliente, 
garantir sua satisfação e criar um relacionamento sólido (C-SGQ-MP-007, 
2018). 
❖ PCP: Organiza o que será produzido conforme os pedidos dos clientes, 
prevendo e otimizando a utilização de recursos, do tempo e da habilidade dos 
colaboradores (C-SGQ-MP-009, 2019). 
❖ P&D: Faz pesquisas e inspeções para desenvolver novos produtos, cuida das 
formulações e especificações dos filmes já produzidos e é responsável por 
15 
 
captar informações e levantar dados sobre mercado, clientes, tecnologias, 
inovação e novas tendências (C-SGQ-MP-020, 2020). 
❖ Almoxarifado, logística e expedição: Esses setores são responsáveis pelo 
recebimento e organização de todo material que chega na empresa, além de 
ser responsável pelo armazenamento destes materiais, do controle sob as 
bobinas armazenadas que serão enviadas ao cliente e dos embarques dos 
produtos (C-SGQ-MP-011, 2018; C-SGQ-MP-008, 2019) 
❖ Tecnologia da informação: O grupo de TI cuida e desenvolve todos os 
sistemas utilizados pela empresa, além de fazer a manutenção de 
equipamentos de informática sempre que necessário (C-SGQ-MP-013, 2020). 
❖ Segurança e Meio ambiente: Fazem a gestão dos recursos naturais utilizados 
pela empresa, incentivam a reciclagem e reutilização quando possível, cuidam 
e distribuem os EPI's, confeccionam os procedimentos de segurança, entre 
outros (C-SGQ-MP-012, 2019; C-SGQ-MP-015, 2018). 
❖ Financeiro: responsável pelo desempenho e gestão das finanças, garantindo 
recursos e uma boa gestão do patrimônio do negócio. Exerce funções como: 
contabilidade, tesouraria, gestão das finanças, controle de tributos e gestão de 
custos (C-SGQ-MP-003, 2019). 
❖ Engenharia de Processos: Estuda as atividades de produção e elabora 
proposta de melhorias em processos, equipamentos, dispositivos e métodos, 
correção de tempos de fabricação de componentes de produtos e do produto 
final (C-SGQ-MP-004, 2019). 
❖ Gestão da Qualidade: Garante a qualidade e excelência dos produtos que vão 
para o mercado, analisando o produto durante todo seu processo de 
fabricação. A área da qualidade também é responsável por investigar qualquer 
reclamação de cliente, identificando onde houve falha durante a fabricação do 
produto (C-SGQ-MP-018, 2018). 
❖ Gestão de Pessoas: Também conhecida como Área de Recursos Humanos, 
é responsável por administrar o capital humano das empresas. Essa gestão 
utiliza técnicas de recursos humanos para conciliar os objetivos dos 
colaboradores com as metas da organização (C-SGQ-MP-002, 2018). 
❖ Manutenção: A manutenção é de extrema importância para qualquer empresa, 
pois seu principal objetivo é manter a disponibilidade dos equipamentos, 
16 
 
gerenciar os recursos e eliminar os defeitos das máquinas para manter o 
mesmo padrão de qualidade dos produtos (C-SGQ-MP-010, 2018). 
❖ Produção: É o setor responsável por desenvolver os produtos criados pela 
Engenharia e P&D, com qualidade e segurança, é o ponto chave da indústria 
(C-SGQ-MP-016, 2018). 
 
1.4.1 Polo Films em números 
 
Atualmente são mais de 350 funcionários que compõem uma equipe experiente 
e em constante qualificação. A empresa conta com mais de 110 produtos, um amplo 
portfólio de alta qualidade que oferece excelente proteção e barreira contra o vapor 
de água, além do apelo visual transmitido através das propriedades ópticas aos 
produtos embalados (POLO FILMS, 2021). 
A Polo presta serviços para mais de 270 clientes de diversos segmentos, tanto 
no mercado interno quanto no mercado externo, atendendo em torno de 20 países, 
Market Share de 18% na América do Sul e de 25% no Mercosul. Tem presença nas 
principais economias das Américas, com mais de 500 fornecedores, mostrando o foco 
no relacionamento de longo prazo com os mesmos (POLO FILMS, 2021). 
 
1.4.2 Processos de produção 
 
Nas linhas de BOPP são produzidos filmes com diferentes estruturas. O 
processo de coextrusão possibilita a produção de distintas combinações de materiais 
e incorporação de aditivos. Entre as principais estruturas obtidas estão os filmes 
coextrudados planos (KLUNCK, 2013). 
Os filmes planos são compostos apenas de PP homopolímero,PP copolímero 
e aditivos, divididos em 3 ou 5 camadas, conforme pode-se conferir a seguir. 
 
 
 
 
 
17 
 
Figura 4: Estrutura esquemática do filme plano. 
 
Fonte: KLUNCK, 2013. 
 
Figura 5: Estrutura do filme 5 camadas. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Figura 6: Características de cada camada. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
Os filmes de BOPP são películas plásticas obtidas através do processo de 
extrusão e estiramento da resina granulada de polipropileno, polímero obtido por meio 
da polimerização do propeno que é subproduto da nafta, obtida após a destilação 
fracionada do petróleo (CARVALHO, 2008). 
Segundo Klunck (2013), os filmes de BOPP são extremamente versáteis e 
eficientes quando utilizados em diversos tipos de embalagens, principalmente em 
contato direto com alimentos. A produção deve ser realizada dentro de condições 
rígidas de higiene e limpeza adequadas para a saúde humana. A escolha do correto 
substrato para a produção de uma embalagem flexível, leva em consideração 
principalmente, seu custo benefício em função das suas propriedades e apelo visual. 
Os filmes de BOPP são convertidos em embalagens flexíveis para impressão 
de artes pré-definidas pelos usuários finais e laminação com outros filmes de BOPP 
ou ainda com outros substratos, para confecção de embalagens com propriedades 
específicas (KLUNCK, 2013). 
As máquinas extrusoras possuem como característica a fabricação de produtos 
com seção transversal constante. Existem vários tipos de máquinas extrusoras. O 
filme de BOPP produzido na Polo Films é extruído através do processo Tenter, 
fabricado a partir das extrusoras Bruckners (KLUNCK, 2013). 
A planta de BOPP Tenter produz filme plano biaxialmente orientado em um 
processo de dois estágios. Biaxialmente orientado significa que o filme é estirado em 
duas direções principais: a direção da máquina e a direção transversal. O processo 
19 
 
de dois estágios promove o estiramento do filme primeiramente na direção longitudinal 
(DM) e na direção transversal (DT) no segundo (KLUNCK, 2013). 
O processo de fabricação para obtenção do filme de BOPP é composto pelas 
seguintes etapas: extrusão, conformação, estiramento longitudinal e transversal, 
tração e tratamento superficial e, por fim, o bobinamento. Cada etapa do processo 
requer equipamentos específicos e que trabalhem de modo sincronizado 
(CARVALHO, 2008). 
A figura e o fluxograma abaixo apresentam o layout dos processos empregados 
na produção do BOPP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Figura 7: Layout da linha de produção BOPP.
 
Fonte: KLUNCK, 2013. 
 
21 
 
Para obtenção do filme é necessária alimentação do funil com a matéria-prima, 
que armazena e distribui o material para o cilindro em posição horizontal. Nesse 
cilindro internamente se encontra uma rosca, também chamada de parafuso “sem 
fim", que realiza um movimento rotacional acionado por um motor elétrico. A 
alimentação dos silos de armazenagem é realizada pela sucção da matéria-prima 
diretamente da embalagem original (POLO FILMS, 2016). 
 
1.4.2.2 Unidade de Extrusão 
 
Segundo Carvalho (2008), na unidade de extrusão ocorre a fusão dos grânulos 
de matéria-prima, homogeneização e filtragem do material já fundido. Uma linha de 
produção de BOPP normalmente está equipada com uma extrusora principal e quatro 
coextrusoras. A extrusão principal dá origem à camada central do filme, enquanto as 
coextrusoras dão origemàs camadas externas e intermediárias. Esta composição é 
fundamental para a obtenção de diferentes produtos numa mesma linha de produção. 
 
Figura 8: Esquema de uma extrusora. 
 
Fonte: Adaptado de CARVALHO,2008. 
 
1.4.2.3 Unidade de Conformação 
 
Imediatamente após a extrusão está localizada a matriz de conformação, que 
conta com um sistema automático de regulagem de espessura. É na matriz onde 
ocorre a sobreposição dos fluxos de material oriundos das extrusoras para a formação 
da estrutura de camadas do filme. Em seguida está localizado um rolo resfriado, 
22 
 
denominado como Chill Roll, este rolo tem a função de resfriar a massa de polímero 
que sai da matriz na temperatura média de 250°C (CARVALHO, 2008). 
Conforme Carvalho (2008), o filme aderido ao rolo é conduzido, através da 
rotação do rolo, até um tanque com água a temperatura controlada para finalização 
do processo de resfriamento. Durante o resfriamento e secagem, esta chapa contínua 
de material, denominada de Cast Film, deve receber um jato de ar que o pressiona 
contra um cilindro altamente polido. Nesta etapa, que ocorre no Chill Roll, pode-se 
controlar as propriedades ópticas do filme que está em produção. 
 
Figura 9: Esquema do Chill Roll 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
1.4.2.4 Unidade de Estiramento Longitudinal 
 
Esta unidade é composta por um equipamento denominado MDO (Machine 
Direction Orienter), que é basicamente formado por um conjunto de diversos rolos, 
com diâmetros, temperaturas e funções diferentes. Inicialmente o Cast Film entra em 
contato com os rolos de pré-aquecimento. Estes rolos possuem o diâmetro em torno 
de 500mm e é neles onde o filme é aquecido até a temperatura de estiramento. A 
velocidade desses rolos é constante, existindo apenas pequenas variações com a 
finalidade de compensar a expansão térmica do filme (CARVALHO, 2008). 
23 
 
Seguindo o processo, o Cast Film entra na seção de estiramento. Nesta seção 
os rolos têm o diâmetro menor do que os anteriores e suas velocidades são 
diferenciadas, justamente para que ocorra o estiramento do material. Via de regra, o 
estiramento ocorre em duas etapas, totalizando uma vazão total de estiramento de 
até 5,3 vezes, isto é, para cada metro linear de filme que passa pela seção de 
estiramento, 5,3 metros em média, saem dessa seção (CARVALHO, 2008). 
Segundo Carvalho (2008), este processo acarreta a redução de espessura e 
largura do Cast Film. Finalizando, existem os rolos de relaxamento, que possuem a 
função de fixar as dimensões finais do filme e de minimizar tensões geradas durante 
o processo de estiramento. 
 
Figura 10: Esquema do MDO. 
 
Fonte: CARVALHO, 2008. 
 
1.4.2.5 Unidade de Estiramento Transversal 
 
O equipamento utilizado para a realização do estiramento transversal do filme 
é o TDO (Transverse Direction Orienter). Este dispositivo trata-se basicamente de um 
forno equipado com dois sistemas de grampos instalados sobre correias de tração 
que deslizam sobre trilhos. Os grampos têm a função de segurar firmemente as bordas 
laterais do filme e conduzi-lo às diferentes zonas do TDO (COSTA, 2014). 
Cada zona do TDO tem um perfil de temperatura adequado para sua finalidade. 
Na zona de pré-aquecimento ocorre a estabilização térmica do filme até a temperatura 
de estiramento. Na zona de estiramento ocorre o afastamento dos trilhos, gerando o 
alongamento da película plástica. Os trilhos afastam-se cerca de 7 a 8 vezes a 
24 
 
distância inicial, ou seja, a largura do filme passa de 1 metro para 8 metros (COSTA, 
2014). 
Após o estiramento, é necessário uma zona de relaxamento térmico para 
estabilizar as dimensões do material. Finalmente, há a zona de resfriamento do filme. 
Todo o perfil de temperatura no TDO é obtido através do aquecimento do ar externo, 
e o fluxo de ar dentro desse forno é realizado por diversos ventiladores controláveis 
(COSTA, 2014). 
 
Figura 11: Estiramento no TDO. 
 
Fonte: CARVALHO, 2008. 
 
1.4.2.6 Unidade de Tração e Tratamento Superficial 
 
Depois de finalizadas as etapas do estiramento, uma série de operações ainda 
precisa ser cumprida para obtenção do produto final. Todas estas operações ocorrem 
no equipamento denominado de Pull Roll. Esta unidade é composta por rolos 
puxadores, equipamentos para corte de aparas do filme, equipamentos para medição 
e controle de espessura e aplicadores de tratamento superficial (COSTA, 2014). 
O corte de aparas é necessário para que seja eliminada do produto final a área 
deformada pela pressão dos grampos do TDO durante o processo de estiramento 
transversal. Estas aparas são automaticamente direcionadas para moinhos e 
realimentadas na extrusão principal (COSTA, 2014). 
25 
 
De acordo com Costa (2014), a medição de espessura é realizada por um 
equipamento que se desloca transversalmente pelo filme gerando um perfil de 
espessura, este dispositivo funciona através da emissão e recepção de raios X e tem 
conexão direta com a abertura da matriz. A correção de imperfeições na espessura 
do filme é realizada automaticamente. 
Encerrando o processo de transformação do filme de BOPP estão localizados 
os tratadores superficiais. A superfície do filme não apresenta naturalmente um nível 
de tensão superficial suficiente para a ancoragem de tintas e adesivos. Como, 
basicamente, todo produto final servirá de subproduto para a aplicação desse tipo de 
substância, torna-se necessário o tratamento superficial do filme (COSTA, 2014). 
Segundo Costa (2014), existem dois tipos de tratadores instalados nas linhas 
de produção de BOPP. Tratadores que utilizam a tecnologia CHAMA e outros que 
utilizam CORONA. Ambos agridem a superfície do material, gerando micro fissuras 
que servirão de pontos de ancoragem para aplicação de tintas e adesivos, contudo o 
processo CHAMA atua com base na exposição do material a uma chama e o processo 
CORONA utiliza a exposição do material a um arco elétrico. Na linha 1 o tratamento 
Chama é na parte superior da máquina e o tratamento Corona na parte inferior da 
máquina, já nas linhas 2 e 3 o tratamento Chama é na parte inferior e o tratamento 
Corona é na parte superior. 
 
Figura 12: Esquema geral do Pull Roll. 
 
Fonte: CARVALHO, 2008. 
 
 
 
26 
 
1.4.2.7 Unidade de Bobinamento 
 
Esta zona consiste num bobinador de duas posições com unidade de corte 
automático. Com este bobinador pode-se combinar a troca dos rolos sem interromper 
o processo de produção. Enquanto segue o processo de bobinagem numa das 
bobinas, a outra bobina pode ser retirada e substituída por um novo rolo (CARVALHO, 
2008). 
 
Figura 13:Substituição dos rolos ao final da produção do filme. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura 14:Bobinas Jumbo em armazém para descanso. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Esse período de descanso é necessário para que os aditivos adicionados 
durante a produção do filme migrem para a superfície do mesmo, atingindo uma 
estabilidade, ou seja, após esse descanso o filme não vai mais sofrer alterações na 
selagem ou tensão superficial, por exemplo (KLUNCK, 2013). 
Atualmente a Polo Films atua com três linhas de produção, com diferentes 
capacidades, como espessura, velocidade, quantidade de camadas e largura, 
conforme tabela abaixo. 
Após o bobinamento, a bobina chamada de Mill Roll ou bobina jumbo, passa 
por um período de descanso que pode chegar a até 24 horas, dependendo do filme 
produzido, até chegar ao corte. 
 
Figura 15: Capacidades das linhas de produção Polo Films. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
 
 
28 
 
Figura 16: Layout da linha de produção BOPP. 
 
Fonte: KLUNCK, 2013. 
1.4.3 Corte Primário 
 
Após o período de descanso, quando as propriedades do filme já estão 
estáveis, a bobina jumbo é levada ao corte primário, onde são geradas as bobinas 
filhas. O tamanho dessas bobinas pode variar de acordo com o pedido de cada cliente(SANTOS, 2021). 
O funcionamento das máquinas de corte consiste em realizar um passamento 
do filme a ser cortado por entre os rolos que guiam as folhas do filme até as facas. O 
Mill Roll então é desbobinado e cortado sendo bobinado novamente após o corte 
(KLUNCK, 2013). A figura abaixo apresenta o layout de corte de um Mill Roll. 
 
Figura 17: Layout do processo de corte. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
29 
 
Figura 18: Bobinas filhas sendo geradas durante o corte primário. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
1.4.4 Metalização 
 
O processo de metalização é realizado para atender pedidos de fabricação dos 
filmes metalizados, que por proporcionarem barreira contra umidade e oxigênio, têm 
grande importância para a preservação do sabor, crocância e aroma dos alimentos 
(KLUNCK, 2013). 
Conforme Klunck (2013), o filme a ser metalizado é inserido na máquina aberta. 
No interior da metalizadora é possível observar os rolos de fios de alumínio, que em 
altas temperaturas vaporizam, e, em um sistema a vácuo, aderem à superfície do 
filme. 
A metalização acontece com a máquina fechada, devido ao processo realizar-
se á vácuo. A figura a seguir mostra a metalizadora Applied II aberta, com a bobina 
metalizada inserida no suporte de metalização e a próxima bobina no suporte para 
serem trocadas. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura 19: Metalizadora Applied II. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Figura 20: Representação esquemática da metalização. 
 
Fonte: SARANTÓPOULOS et. al., 2002. 
 
1.4.5 Recorte 
 
O recorte realiza o corte das bobinas que já passaram pelo corte primário e das 
bobinas metalizadas. A grande maioria dos filmes não necessita desta etapa, pois já 
31 
 
saem do corte primário com o tamanho certo para o cliente. Os filmes destinados a 
embalagens de cigarros, por exemplo, necessitam de corte secundário, pois suas 
bobinas são de largura relativamente pequena e esta largura não é alcançada nas 
máquinas de corte primário. 
 
Figura 21: Recorte de bobinas para embalagens de cigarros. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Figura 22: Recorte de bobinas metalizadas. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
32 
 
1.4.6 Produto final e aplicações 
 
A Empresa desenvolve diversos tipos de filmes diferentes, e cada vez traz mais 
novidades ao mercado, como os filmes Biodegradáveis, que ainda estão em 
processos de testes ou já disponíveis em alguns modelos (SANTOS, 2021). 
Os filmes estão divididos em 6 grandes classes: Polo Seal, Polo Metal, Polo 
Opaque, Polo Plain, Polo Matte e Polo B-flex (POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Polo Seal: 
O filme Polo Seal tem excelentes propriedades ópticas, como transparência e 
brilho, além de favorecer a excelente vedação que conserva a integridade do produto, 
protegendo da umidade e do oxigênio (POLO FILMS, 2021). 
Suas principais aplicações são embalagens para biscoitos, snacks, chocolates, 
barras de cereais, massas, sobre embalagens para cigarros, rótulos, entre outras 
(POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Polo Metal: 
O filme Polo Metal tem um alto poder de conservação, protegendo da luz, da 
umidade e do oxigênio. Essas características garantem a segurança e qualidade do 
produto embalado, influenciando positivamente na experiência do consumidor final 
com a marca (POLO FILMS, 2021). 
Além de servir como barreira de proteção, a metalização da embalagem 
contribui com os aspectos visuais, proporcionando brilho e aparência metálica à 
embalagem, o que chama a atenção dos consumidores quando o produto final vai 
para a gôndola (POLO FILMS, 2021). 
Suas principais aplicações são embalagens para biscoitos, snacks, chocolates, 
sorvetes, barras de cereais, salgadinhos, entre outras (POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Polo Opaque: 
O Polo Opaque oferece acabamento opaco e textura diferenciada. Filme com 
excelentes propriedades óticas, protegendo da luz e mantendo com eficiência a 
integridade dos produtos. Pode ser utilizado em monocamada ou multicamadas 
(POLO FILMS, 2021). 
33 
 
Suas principais aplicações são embalagens para biscoitos, snacks, chocolates, 
sorvetes, barras de cereais, bombons, aplicações decorativas, entre outras (POLO 
FILMS, 2021). 
 
❖ Polo Plain: 
O filme BOPP da família Polo Plain possui excelentes propriedades ópticas 
como brilho e transparência. O produto proporciona um alto poder de conservação, 
principalmente para produtos alimentícios, que necessitam manter sua integridade por 
mais tempo. Possui excelente performance e rendimento em "cobrideiras" devido à 
boa planicidade e baixo encolhimento residual (POLO FILMS, 2021). 
Suas principais aplicações são embalagens para massas, cafés, chocolates, 
sorvetes, barras de cereais, sopas desidratadas, bombons, aplicações decorativas, 
fitas adesivas, entre outras (POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Polo Matte: 
O filme Polo Matte, com sua aparência fosca, tem uma alto poder de 
conservação, protegendo da luz, da umidade e do oxigênio. Essas características 
garantem a segurança e qualidade do produto embalado, influenciando positivamente 
na experiência do consumidor final com a marca (POLO FILMS, 2021). 
Os produtos da família Polo Matte são fabricados com película de BOPP mate 
e possuem tratamento superficial em uma face para impressão e/ou laminação. Este 
filme tem aparência fosca e sensível ao toque, proporcionando efeito acetinado e soft 
touch nas embalagens (POLO FILMS, 2021). 
Suas principais aplicações são embalagens para massas, biscoitos, 
chocolates, sorvetes, barras de cereais, sabonetes, pet food, aplicações decorativas, 
entre outras (POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Polo B-flex: 
A linha biodegradável da Polo Films ainda está em desenvolvimento, mas 
consiste basicamente na adição de uma matéria-prima biodegradável em uma 
formulação de um filme já existente. Lembrando que todo material biodegradável só 
se degrada se for descartado de forma correta (POLO FILMS, 2021). 
34 
 
Segundo o jornal GZH, a Polo Films é a primeira empresa brasileira a produzir 
embalagens plásticas biodegradáveis para salgadinhos (SFREDO, 2021). 
 
Figura 23:Exemplos de embalagens Seal, Metal, Opaque, Plain e Matte. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
Os filmes produzidos recebem siglas como nomenclatura, de acordo com os 
tipos de propriedades que possui. Todos os filmes começam com a inicial “T”, por 
serem produzidos através do processo Tender. Segue abaixo uma tabela com alguns 
dos principais filmes gerados (SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Figura 24: Nomenclatura dos filmes com suas principais propriedades. 
 
Fonte: Adaptado de KLUNCK, 2013. 
 
1.4.7 Responsabilidade ambiental 
 
O processo produtivo do BOPP gera resíduos. A Polo Films gerencia esses 
resíduos de acordo com sua classificação a fim de minimizar os danos ao meio 
ambiente (SANTOS, 2021). 
Os resíduos sólidos gerados são as partes rejeitadas dos filmes produzidos, 
como por exemplo, as aparas, partes que não receberam tratamento molecular, 
quebra de filme durante a produção, Scraps (primeiros metros gerados de 
determinado filme) entre outras. Esses resíduos são reutilizados na produção do 
BOPP, através da reciclagem nas Eremas, que redirecionam os rejeitos dos filmes a 
36 
 
um moinho que reduz a granulometria dos materiais com o auxílio de facas de corte 
(KLUNCK, 2013). 
 
Figura 25: Erema I- moínho puxando as aparas dos filmes. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Os resíduos depois de moídos são redirecionados para uma extrusora que 
encaminha para uma matriz, transformando os resíduos em pellets de matéria-prima 
reciclada. Na saída da matriz os pellets recebem um jato de água corrente, em 
temperatura relativamente baixa, com a finalidade de resfriar o material produzido 
(KLUNCK, 2013). 
Os diferentes tipos de filmes de BOPP produzidos pela Polo Films possuem em 
sua formulação um percentual máximo de RPP (polipropileno reprocessado) que pode 
variar de 0 a 90%. As linhas Tender apresentamuma especificação própria em relação 
a quantidade de RPP que deve ser introduzido na linha. Esta especificação é 
elaborada pela engenharia de produto que avalia as características dos RPP 
(KLUNCK, 2013). 
 
1.5 EMBALAGENS PLÁSTICAS FLEXÍVEIS 
 
As embalagens no setor de alimentos, criadas com o objetivo de preservar o 
alimento, não mais ostentam somente este sentido de “prestação física”, adquirindo 
37 
 
novas funções, possíveis pela especialização e evolução de sua tecnologia e pelo 
crescimento de novos métodos mercadológicos (EVANGELISTA, 2003). 
A função fundamental das embalagens é proteger o produto, porém, funções 
adicionais a elas se incorporam, como contingente natural do aprimoramento 
tecnológico sempre crescente e das novas modalidades introduzidas pelo marketing. 
As principais funções para embalagens são: proteção ao conteúdo do produto, 
sem por ele ser atacado; resguardar o produto contra os ataques ambientais; 
favorecer ou assegurar os resultados dos meios de conservação; melhorar a 
apresentação do produto; possibilitar melhor observação do produto; favorecer o 
acesso ao produto; facilitar o transporte; e educar o consumidor (EVANGELISTA, 
2003). Estas funções são empregadas de acordo com as características e 
especificações de cada produto. 
A preservação da qualidade dos alimentos está diretamente relacionada com 
as características do produto, o sistema de embalagem utilizado e ainda do sistema 
de distribuição empregado. É preciso identificar quais os parâmetros críticos da perda 
da qualidade, identificar e quantificar quais variáveis os influenciam e, ainda, identificar 
os mecanismos de perda de qualidade (EVANGELISTA 2003). 
O mercado de embalagens tem disponibilizado a cada ano maior variedade de 
embalagens as quais, como citado anteriormente, devem ser escolhidas de acordo 
com os padrões exigidos para cada produto. Após identificação dos mecanismos de 
qualidade que a embalagem deve apresentar, deve-se buscar no mercado a 
embalagem que mais se adequar às especificações e possibilitar melhor lucratividade. 
 
1.5.1 Polipropileno Biorientado (BOPP) 
 
O Polipropileno Biorientado (BOPP) é originalmente o substituto do Celofane, 
sendo uma das aplicações da Resina de Polipropileno, polímero derivado do petróleo. 
É utilizado principalmente na confecção de Embalagens Flexíveis para a Indústria de 
Alimentos, Cigarros, Higiene e Limpeza, Perfumaria, Presentes, Flores, Fitas 
Adesivas, entre outros (POLO FILMS, 2021). 
Os filmes Biorientados se diferem dos convencionais pois são submetidos, por 
estiramento, à orientação adicional das moléculas do polímero nas duas direções de 
processamento, de fabricação e transversal (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
38 
 
Os filmes de BOPP alcançam diversas espessuras, possuem propriedades 
adequadas ao manuseio e à conversão, elevada resistência à tração e rigidez, melhor 
transparência, brilho e lisura, significativo efeito de redução de permeabilidade a 
gases e ao vapor d’água, cerca de 50%, e alta estabilidade dimensional. Essas 
características tornam os filmes de BOPP ótimas opções para a produção de 
embalagens que protegem nossos alimentos (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Os filmes de BOPP são convertidos em embalagens flexíveis para impressão 
de artes pré-definidas pelos usuários finais e laminação com outros filmes de BOPP 
ou ainda com outros substratos, para confecção de embalagens com propriedades 
específicas (POLO FILMS, 2016). 
Devido a seu tratamento superficial e aditivação, possui facilidade no 
processamento como: impressão, laminação, capacidade de selagem, deslizamento 
e rendimento nas máquinas de empacotamentos (POLO FILMS, 2016). 
 
1.6 MATÉRIA-PRIMA 
 
O homopolímero é o núcleo dos filmes da Polo, derivado do petróleo é fornecido 
principalmente pela Braskem. Segundo o Dr. Canevarolo (1999) o homopolímero 
possui cadeia principal formada por um único monômero – molécula simples que dá 
origem ao polímero. 
 
Figura 26: Estrutura química do Homopolímero Polipropileno. 
 
Fonte: SARANTÓPOULOS et. al., 2002. 
 
1.6.1 Homopolímero 
 
O Homopolímero é um polímero formado por unidades idênticas de 
monômeros. O polipropileno (PP) é o homopolímero utilizado na Polo Films, formado 
39 
 
pela polimerização (reação pela qual os monômeros combinam-se para formar 
polímeros) do monômero propeno, também chamado de propileno. (LUCAS, SOARES 
e MONTEIRO, 2001). 
Conforme o Dr. Canevarolo (1999), o método de fabricação usual é a 
polimerização mediante suspensão num solvente a partir dos seguintes reagentes: 
 
❖ Propileno, como monômero; 
❖ Hexano, como solvente; 
❖ Hidrogênio, como catalisador. 
 
Figura 27: Polimerização do propileno. 
 
Fonte: Lucas, Soares e Monteiro, 2001. 
 
O PP é um polímero linear, com quase nenhuma instauração, obtido pela 
primeira vez em 1955 pelos trabalhos de Giulio Natta, utilizando o sistema de 
catalisador estereoespecífico de Karl Ziegler (SARANTÓPOULOS et.al., 2002). 
Segundo Sarantópoulos et.al. (2002), as propriedades que determinam a 
aplicação do PP em embalagens flexíveis são: transparência, rigidez, resistência a 
óleos e gorduras e baixa permeabilidade ao vapor d’água. 
Além do homopolímero, os filmes Polo são formados também por resinas e 
aditivos. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 28: Amostras de Homopolímero, resina Matte, resina Hidrogenada, aditivo 
antiestático/deslizante, Masterbatch branco cativado, aditivo anti block/deslizante, aditivo antiestático, 
respectivamente. 
 
Fonte: Santos, 2021. 
 
As resinas Matte, hidrogenada e branco cativado, são as que trazem os 
aspectos mate, transparente e branco para os filmes, respectivamente. 
 
1.6.2 Copolímero 
 
O copolímero é um heteropolímero, ou seja, formado por unidades diferentes 
de monômeros, os comonômeros. A proporção entre os comonômeros pode variar, 
assim como a distribuição dessas unidades pode ser regular ou irregular ao longo da 
molécula. Os copolímeros são chamados assim porque possuem dois comonômeros 
em sua cadeia,que podem ser o propeno e o eteno, por exemplo (KLUNCK, 2013). 
 
1.6.3 Terpolímero 
 
É um heteropolímero formado por três comonômeros. Estes terpolímeros 
possuem normalmente: propeno, eteno e buteno; os quais são polimerizados juntos 
(KLUNCK, 2013). 
 
 
41 
 
1.6.4 Aditivos 
 
Desde o início do desenvolvimento da indústria de plásticos percebeu-se que 
era impossível processar as resinas puras, sendo necessária a adição de certos 
compostos, denominados aditivos, ao polímero base a fim de se obter produtos 
melhores. O termo aditivo é usado para denotar um ingrediente auxiliar que melhora 
as propriedades do polímero sem alterar consideravelmente sua estrutura química 
(SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Conforme Sarantópoulos et. al. (2002), os principais aditivos utilizados na 
indústria do BOPP são: 
 
1.6.4.1 Agentes Deslizantes e antibloqueio 
 
Os agentes deslizantes e antibloqueio reduzem o bloqueio de um material 
(tendência que duas camadas adjacentes do material têm de aderir uma à outra pelo 
simples contato físico) através da introdução de um revestimento fino e de baixa 
fricção entre os materiais plásticos em contato. Como consequência, tem-se uma 
redução do coeficiente de atrito do material (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
A diferença entre os agentes deslizantes e antibloqueio está na capacidade de 
migração para a superfície do filme. Os deslizantes formam uma camada uniforme na 
superfície, impedindo o contato dos filmes, enquanto que os antibloqueio formam uma 
camada parcial, inibindo uma interação intensa entre as superfícies adjacentes 
(RABELLO, 2000). 
 
1.6.4.2 Agentes Antiestáticos 
 
Os agentes antiestáticos reduzem a carga eletrostática gerada no processo 
através da reação com a umidade do ar. Possuem como princípio ativo o 
monoestearato de glicerol e aminas etoxiladas (KLUNCK, 2013).42 
 
1.6.4.3 Antioxidantes 
 
Os polímeros podem sofrer degradação durante as etapas de fabricação, 
processamento e estocagem do material, através de uma série de reações químicas 
complexas com o oxigênio atmosférico. Como é impossível remover o oxigênio do 
sistema, aditivos antioxidantes são usados com a finalidade de inibir as reações com 
o oxigênio (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
1.6.4.4 Estabilizantes térmicos 
 
Os estabilizantes térmicos são usados para prevenir a degradação de 
polímeros quando estes são expostos ao calor, especialmente durante o 
processamento. Para materiais de embalagens flexíveis, os estabilizantes mais 
usados são misturas de metais, tais como bário-zinco e cálcio-zinco, os quais estão 
substituindo as formulações à base de cádmio-zinco (SARANTÓPOULOS et. al., 
2002). 
 
1.6.4.5 Plastificantes 
 
Os plastificantes são substâncias que são incorporadas aos plásticos rígidos a 
fim de aumentar sua flexibilidade, maquinabilidade e extensibilidade. Os plastificantes 
reduzem a temperatura de transição vítrea e aumentam a lubrificação das cadeias, de 
modo que melhoram o processamento e as características de extrusão, reduzem a 
temperatura de processamento e a rigidez, além de melhorar a flexibilidade do 
material (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 
Todas as atividades desenvolvidas durante o estágio são regulamentadas por 
IT’s (instruções de trabalho) que servem para que os procedimentos sejam feitos 
corretamente e de forma segura seguindo as normas da ASTM (American Society for 
Testing and Materials, Sociedade Americana de Testes e Materiais) (SANTOS, 2021). 
43 
 
Em todo e qualquer processo produtivo, a possibilidade de existirem dois 
elementos exatamente iguais é praticamente remota, em virtude das inúmeras 
variáveis envolvidas. Portanto, a retirada de amostras para avaliação de como os 
materiais e embalagens flexíveis se apresentam em relação a uma dada especificação 
é necessária (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Na polo é feita uma inspeção por amostragem, ou seja, apenas uma das 
sacarias de matérias-primas é amostrada no lote todo, apenas uma pequena parte do 
Mill Roll (MR),é amostrada, apenas uma bobina por MR é amostrada em cada parte 
do seu processo, e assim por diante. É claro que para alguns produtos em 
desenvolvimento, ou produtos que apresentaram problemas em clientes 
anteriormente, essa amostragem é alterada para 50% ou até 100% do material 
produzido (SANTOS, 2021). 
 
2.1 PROCEDIMENTO DE RECEBIMENTO E ANÁLISES DE MP 
 
2.1.1 Análise visual e checagem do certificado 
 
A Polo Films possui diversos fornecedores estimados, como Braskem, 
INEOS, LyondellBasell, entre outros. Quando o caminhão chega na empresa, é 
retirada uma pequena amostra de cada lote para ser analisada pelo laboratório. Como 
os fornecedores possuem qualidade assegurada, é verificado o certificado de 
qualidade do fornecedor, comparando-o com as especificações de cada MP 
individualmente, e faz-se uma análise visual na MP recebida, comparando-a com o 
padrão armazenado, que é atualizado uma vez por ano. Quando esta comparação e 
o certificado se mostram conformes, a carga é liberada para entrar na produção 
(SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Figura 29: Padrões visuais para matérias-primas. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Essa análise de visual também é feita para cada lote de RPP produzido pela 
Polo e abrange os padrões de coloração, granulometria, contaminações (como pontos 
pretos no pellet) e número de bolhas por pellets (SANTOS, 2021). 
 
2.1.2 Análise de percentual de umidade 
 
A análise de umidade expressa o quanto de água está presente nos 
homopolímeros, copolímeros e terpolímeros. Pesa-se aproximadamente 10g de 
amostra no prato do equipamento. Realiza-se a setagem de temperatura conforme o 
tipo de polímero: transparente ou branco. O aparelho inicia o teste e após alguns 
minutos apresenta o resultado em porcentagem (KLUNCK, 2013). 
Essa não é uma análise rotineira, pois vemos os resultados nos certificados 
dos fornecedores. Apenas para recebimentos de resinas brancas essa análise é feita 
regularmente, ou quando há um problema nas linhas de produção e é necessária uma 
investigação das possíveis causas para o mesmo (SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
Figura 30: Equipamento para análise de umidade. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
O equipamento nº1 é utilizado para calibração da balança, para seleção de qual 
material será analisado, por exemplo uma MP branca ou transparente, e para a 
visualização dos resultados. Os pellets são colocados no recipiente (nº2), 
aproximadamente 10g de amostra, e então a balança é fechada com uma tampa (nº3) 
para que a amostra não sofra influências do ar, e a análise se inicia (SANTOS, 2021). 
 
2.1.3 Análise de Índice de fluidez 
 
O índice de fluidez é uma medida inversa da viscosidade, em que o polímero 
fundido é forçado a passar por uma matriz em condições pré-determinadas de 
temperatura, diâmetro da matriz e pressão. A massa (em gramas) escoada é tomada 
como o índice de fluidez (IF) do material. Esse resultado é importante para determinar 
a vazão das MP durante o processo de produção, e cada uma delas possui um range 
diferente de aceitabilidade de IF. Esta análise é feita através de um equipamento 
denominado plastômetro (RABELLO, 2000). 
 
46 
 
Figura 31: Plastômetro com análise em andamento. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Conforme a figura acima, o nº1 é o peso que força a entrada (nº3) e corrimento 
dos pellets para dentro do nº5, uma cápsula superaquecida que derrete os pellets, 
transformando-os, através de uma matriz, em um fio de plástico (nº4). o nº2 é uma 
aste sensível que faz a leitura da velocidade em que o peso desce, ou seja, a 
velocidade em que o plástico corre por dentro da matriz, e nos dá o resultado no painel 
(nº6). O nº7 é o funil utilizado para a entrada dos pellets na cápsula (SANTOS, 2021). 
 
2.2 ANÁLISES EM FILMES DE BOPP 
 
O laboratório recebe as amostras oriundas de cada etapa do processo da 
fábrica e as dimensões das amostras variam conforme a linha de produção. Quando 
são recebidas as amostras do MR, são divididas em cinco pontos equidistantes, que 
formarão os corpos de prova utilizados pelo laboratório para realizar as análises. São 
retirados de cada ponto dois A4, com auxílio de um molde calibrado, um na direção 
47 
 
máquina (DM) e outro na direção transversal (DT), conforme figura a seguir (KLUNCK, 
2013). 
 
Figura 32: Pontos amostrados do Mill Roll. 
 
Fonte: KLUNCK, 2013. 
 
O controle de qualidade dos filmes de BOPP produzido é realizado através de 
análises das propriedades físicas, visuais, ópticas, mecânicas e de barreira (KLUNCK, 
2013). 
 
2.2.1 Avaliação Visual 
 
Durante o processo de fabricação dos filmes plásticos podem ocorrer certos 
defeitos que, por sua vez, podem influenciar o desempenho das embalagens 
confeccionadas (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
A avaliação visual de embalagens plásticas permite a detecção de pontos 
relacionados com a aparência e formação da embalagem, e nada mais é do que a 
inspeção a olho nu de possíveis defeitos na sobreposição das folhas dos filmes ou de 
cada folha individual observada contra a luz (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Os defeitos encontrados são comparados com um Manual de Defeitos, onde 
constam padrões visuais de defeitos e seu nível de aceitabilidade. Existem três 
classes de defeitos que se dividem de acordo com o tipo de gravidade do defeito. Tais 
classes são: críticos, graves e toleráveis (KLUNCK, 2013). 
48 
 
❖ Defeitos críticos 
Os defeitos críticos são aqueles que impedem a embalagem de exercer a 
função de proteger e conter o produto embalado ou que podem produzir algum dano 
efetivo ao conteúdo, como por exemplo, a adesão incompleta da termossoldagem, 
dimensões fora da tolerância, gramatura abaixo do mínimoespecificado, etc 
(SARANTÓPOULOS et.al., 2002). 
 
❖ Defeitos graves 
Os defeitos graves são aqueles que prejudicam o desempenho da embalagem, 
de modo que esta possa falhar sob stress, embora seu desempenho possa ser 
adequado sob condições normais de estocagem e transporte, como por exemplo, má 
distribuição de espessura, bolhas de ar, etc. Embalagens com defeitos graves podem 
ser usadas com restrições (SARANTÓPOULOS et al., 2002). 
 
❖ Defeitos toleráveis 
Os defeitos toleráveis são aqueles que prejudicam a aparência da embalagem, 
mas não necessariamente suas funções de contenção, proteção, etc. Como exemplos 
de defeitos toleráveis pode-se citar má qualidade da impressão e rebarba. Neste caso, 
a embalagem pode ser usada sem restrições (SARANTÓPOULOS et al., 2002). 
 
2.2.2 Avaliações Físicas 
 
As avaliações físicas realizadas no laboratório são espessura, gramatura, 
rendimento, tensão superficial, tratamento passante e coeficiente de atrito. São de 
grande importância para descrever o comportamento dos filmes em processos 
industriais posteriores como impressão, laminação e conversão (KLUNCK, 2013). 
 
❖ Espessura 
Espessura é a distância perpendicular entre as duas superfícies de um material, 
sendo este um parâmetro utilizado como referência na área de embalagens plásticas 
(SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Atualmente essa análise é realizada de três formas diferentes na Polo Films. A 
primeira é a espessura calculada, onde através da gramatura pesada em balança 
49 
 
analítica, podemos calcular a espessura de uma amostra com tamanho definido. As 
segunda e terceira formas são analisar a espessura nos equipamentos chamados de 
espessímetros. O primeiro espessímetro é mais moderno, e ainda está em fase de 
testes, que funciona basicamente lançando um laser infravermelho na amostra, 
conforme segue abaixo (SANTOS, 2021). 
 
Figura 33: Determinação de espessura por infravermelho. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Na figura, o laser é direcionado do equipamento pela parte de cima (nº1), e 
encontra a amostra apoiada (nº2) realizando a análise no círculo em que a amostra 
não toca o apoio, para enfim mostrar o resultado do teste no visor (nº3) (SANTOS, 
2021). 
O segundo equipamento realiza a análise por uma sonda que aplica uma 
pressão pré-definida no corpo-de-prova, conforme figura a seguir (SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
50 
 
Figura 34: Determinação de espessura por pressão. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Primeiramente o equipamento é zerado com o pino encostado na superfície do 
equipamento, sem nenhuma amostra, clicando no botão “zero”, enquanto o botão 
“teste” (nº2) desce e levanta o pino. Depois de zerado, a amostra é posicionada e 
pode-se iniciar a análise. Este espessímetro mostra seus resultados através de um 
visor (nº1) (SANTOS, 2021). 
Todas as três análises de espessura expressam seus resultados em micras 
(my) (POLO FILMS, 2021). 
Sempre que chega uma amostra de MR no laboratório, o operador da produção 
traz com ele um gráfico que é produzido pela própria máquina Bruckner durante todo 
o processo de produção daquele MR, através do medidor de espessura mencionado 
anteriormente. Esse gráfico é analisado pelos técnicos do laboratório para avaliar se 
não houve nenhum pico de espessura durante a produção do MR (SANTOS, 2021). 
Por meio da determinação da espessura é possível avaliar a homogeneidade 
de um filme quanto a este parâmetro. Variações na espessura de um material 
implicam em problemas no seu desempenho mecânico, defeitos visuais de 
51 
 
planicidade, dificuldades de maquinabilidade no cliente e perda de barreira, que 
comprometem o desempenho da embalagem (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
❖ Gramatura e Rendimento 
A gramatura de filmes plásticos é definida como a massa de uma determinada 
área do material, sendo expressa normalmente em gramas por metro quadrado (g/m²) 
(SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
Figura 35: Balança analítica. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
A área padrão de análise é 100cm², coletada com o auxílio de um molde 
calibrado. São retirados cinco corpos de prova equidistantes da amostra do MR e cada 
corpo de prova é pesado em balança analítica. Através da média das massas dos 
corpos de prova é possível obter a gramatura média do filme produzido (KLUNCK, 
2013). 
Essa característica está diretamente relacionada com as propriedades de 
resistência mecânica e barreira, uma vez que para um determinado material, uma 
maior gramatura oferece uma melhor resistência mecânica e na maioria das vezes 
52 
 
uma melhora na barreira a gases e ao vapor d’água do material (SARANTÓPOULOS 
et. al., 2002). 
O rendimento específico é a medida da superfície do filme por unidade de peso 
(m²/kg), e é calculado através do resultado da gramatura (POLO FILMS, 2021). 
 
❖ Tensão superficial 
Os tratamentos superficiais possibilitam a alteração da superfície dos materiais, 
de modo a propiciar a adesão de tintas, metais, vernizes, revestimentos e adesivos, 
uma vez que sem esses tratamentos, as superfícies dos filmes são quimicamente 
inertes e não porosas, ou seja, de baixa energia. A tensão superficial de um filme 
plástico pode ser expressa em função do comportamento de uma gota de líquido em 
sua superfície (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
Figura 36: Comportamento de líquidos na superfície do filme. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
A tensão superficial é a máxima tensão do líquido que se espalhará pela 
superfície do filme. Esta propriedade estima a energia superficial do filme. Este 
método ASTM determina a tensão do filme através de diferentes “soluções testes” de 
diferentes tensões até encontrar uma que apenas molhe a superfície dos filmes. O 
objetivo desta análise é determinar “quanto” ou “quão bem” a superfície do filme foi 
tratada durante sua produção. É comumente quantificada como um valor da tensão 
de “molhabilidade” e expressa em dinas/cm (POLO FILMS, 2021). 
53 
 
Molhabilidade é a habilidade de um líquido em manter contato com uma 
superfície sólida, resultante de interações intermoleculares quando os dois são 
colocados juntos (POLO FILMS, 2021). 
 
Figura 37: Esquema de uma gota sobre uma superfície. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
O menor ângulo de contato ocorre com o tratamento do filme, e o maior é sem 
o tratamento (POLO FILMS, 2021). 
Vale lembrar que o decaimento da energia/tensão superficial apresenta um 
padrão, tanto para o tratamento Corona quanto para o Chama e este decaimento 
dependerá da formulação do filme. Outro detalhe importante é que os aditivos 
antiestáticos e deslizantes tem forte influência no tempo e na energia residual da 
superfície, e podem baixar a intensidade do tratamento em até 3 dinas/cm 
(SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
No laboratório são produzidas as soluções de diferentes tensões superficiais 
para determinar a energia superficial de cada amostra recebida, utilizando como 
reagentes a formamida e o etilenoglicol monoetil éter na presença de corante azul de 
metileno (SANTOS, 2021). 
A figura abaixo relaciona o preparo das principais soluções utilizadas, conforme 
sua composição em dinas/cm. Os volumes de solução são medidos com bureta 
automática Brand, primeiro adiciona-se a formamida em seguida o etilenoglicol 
monoetil éter (KLUNCK, 2013). 
 
54 
 
Figura 38: Relação entre formamida e etilenoglicol para preparo de soluções. 
 
Fonte: KLUNCK, 2021 
 
Esses valores apresentados na figura acima para a tensão superficial, são 
determinados a 23ºC e com 50% de umidade relativa (SARANTÓPOULOS et. al., 
2002). 
Após promover a mistura adiciona-se corante azul de metileno e realiza-se 
homogeneização e calibração. A calibração é feita no equipamento tensiômetro 
(KLUNCK, 2013). 
O tensiômetro calibra as soluções através de um anel metálico (nº1). O analista 
move uma plataforma (nº2) - onde foi colocada a tensão a ser calibrada em um 
pequeno copo - para cima, atécobrir a superfície do anel. Uma vez dentro da solução, 
o analista move a plataforma para baixo lentamente, até que o anel se desprenda da 
superfície da solução, mostrando o resultado de tensão em dinas/cm no visor (nº3) 
(SANTOS, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Figura 39: Equipamento tensiômetro. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
Figura 40: Anel de calibração. 
 
Fonte: SANTOS, 2021 
 
56 
 
Nas avaliações, as soluções de tensão superficial devem ser aplicadas em 
todos os cinco pontos da amostra, incluindo as extremidades, no sentido de direção 
DT, com concentração maior para a menor, e com o auxílio de um cotonete. A tensão 
de 38 dinas/cm é a mínima esperada de cada filme, e esta deve ser aplicada em toda 
a extensão DT da amostra (não apenas nos 5 pontos) para garantir que não houve 
nenhuma falha de tratamento (SANTOS, 2021). 
Conforme Klunck (2013), o cronômetro é utilizado para garantir a precisão do 
teste, o tempo desde a passagem até a desintegração do fluido no filme não deve 
ultrapassar mais de dois segundos. Se o tempo limite for ultrapassado deve-se aplicar 
solução com menor concentração de dinas. A figura abaixo exibe o ensaio de tensão 
superficial. 
 
Figura 41: Ensaio de tensão superficial. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
57 
 
Existem 4 métodos de tratamento para filmes de BOPP, tratamento Corona, 
Chama, Plasma e Químico. Na Polo, os mais utilizados são o Corona e o Chama e 
seus métodos de análise são basicamente feitos da mesma forma, suas distinções 
estão presentes durante a produção e para o produto final, como descrito a seguir 
(POLO FILMS, 2021). 
 
Tratamento Corona (POLO FILMS, 2021) 
 
➢ Método frequentemente utilizado para aumentar a molhabilidade do filme; 
➢ Normalmente aplicado em linha e durante a extrusão; 
➢ Descarga elétrica aplicada à superfície do filme com o auxílio de eletrodos; 
➢ O campo elétrico criado ioniza as moléculas do ar e as dissocia. O oxigênio 
dissociado reage com a superfície não polar do filme convertendo-a em 
superfície polar; 
➢ Não há alteração da superfície; 
➢ Maior produtividade; 
➢ Não há redução da transparência do substrato. 
 
Figura 42: Tratamento Corona. 
 
Fonte: POLO FILMS, 2021. 
 
58 
 
Tratamento Chama (POLO FILMS, 2021) 
 
➢ Combustão entre um combustível (metano, propano ou butano) e um elemento 
oxidante (ar); 
➢ A combustão produz uma reação onde as moléculas de O2 dissociam-se em 
átomos de oxigênio livres que bombardeiam a superfície do substrato, gerando 
grupos polares; 
➢ Alto nível de tratamento superficial; 
➢ Baixo decaimento de tratamento com o tempo; 
➢ Não causa tratamento passante (backside treatment); 
➢ Não produz micro perfurações (pin holing); 
➢ Descontaminação de impurezas da superfície (1.800⁰C); 
➢ Não produz Ozônio. 
 
❖ Tratamento passante 
A análise de tratamento passante tem como objetivo verificar se o tratamento 
empregado na superfície tratada do filme transpôs para a face não tratada do filme. 
Utiliza-se o emprego da solução de 1L, constituída de 425 mL de formamida e 575 mL 
de etilenoglicol monoetil éter na presença de corante azul de metileno, ou seja, uma 
solução de 36 dinas/cm (KLUNCK, 2013). 
Essa análise é realizada apenas em filmes com tratamento Corona, pois o 
tratamento Chama, por queimar a superfície do filme, não apresenta esse defeito 
(SANTOS, 2021). 
O resultado do teste é visual, uma vez que há presença de tratamento 
superficial na face que não deveria ser tratada, surgem marcas destacadas no filme 
ao realizar a aplicação da solução conforme ilustra figura a seguir. Como todas as 
demais avaliações visuais, o tratamento passante também possui níveis de 
aceitabilidade (SANTOS, 2021). 
Quando o tratamento do filme migra para a superfície que não deveria estar 
tratada, os clientes podem ter problemas no momento de utilizar o material, pois a 
tinta pode se prender à face errada do filme ou este pode trancar na máquina durante 
a impressão (SANTOS, 2021). 
 
59 
 
Figura 43: Análise de tratamento passante. 
 
Fonte: KLUNCK, 2013. 
 
❖ Coeficiente de atrito 
O conhecimento das propriedades de atrito e deslizamento de filmes flexíveis 
tem grande importância na sua aplicação em embalagens. O atrito é a força de 
resistência que surge quando duas superfícies deslizam ou tentam deslizar uma sobre 
a outra, ou seja, é uma medida da dificuldade relativa do deslizamento entre duas 
superfícies. Essas superfícies podem ser ambas plásticas ou uma metálica e outra 
plástica. A força de atrito tem direção paralela às superfícies e sentido contrário ao do 
movimento. (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
Existem dois tipos de atrito: 
 
➢ Atrito estático: é a resistência oposta ao início do movimento relativo entre 
duas superfícies. Tem sua importância no empilhamento de embalagens. Um 
coeficiente de atrito (COF - Coefficient of Friction) estático muito baixo é 
responsável pela instabilidade das pilhas devido ao deslizamento das 
embalagens (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
60 
 
➢ Atrito dinâmico: é a resistência oposta à continuidade de um movimento 
relativo entre duas superfícies. Tem sua importância no processamento de 
filmes flexíveis por conversão – processo de beneficiamento do filme plástico. 
Quando inadequado, poderá provocar problemas de controle de tensão de 
bobinamento, alteração no registro de impressão, bloqueio do material e 
consequente rasgo (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
Na prática, a propriedade de atrito é avaliada pela determinação do COF, que 
é a relação entre a força de atrito e a força perpendicular que atua entre as duas 
superfícies de contato, normalmente a força da gravidade. Os valores de COF devem 
ser expressos com duas casas decimais (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
O método baseia-se na ASTM D1894, um sistema mais preciso para 
determinação do COF, onde se utiliza um bloco metálico de peso conhecido e um 
plano horizontal de metal. O bloco movimenta-se a uma velocidade conhecida com 
uma distância pré-determinada. A medição da força de atrito na Polo Films é feita por 
meio de uma célula de carga em uma máquina universal de ensaios 
(SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
Figura 44: Equipamento TMI para medição de COF. 
 
Fonte: SANTOS, 2021. 
 
A figura acima mostra o equipamento TMI mais atualizado a ser utilizado na 
empresa. A amostra é colocada sobre a superfície de metal (nº3) com a face pré-
determinada para cima, enquanto que a mesma amostra é colocada no bloco (nº2) 
com a mesma face para baixo, assim, dá-se início a análise, que é feita pela célula de 
61 
 
carga (nº1), e tem-se os resultados de COF estático e dinâmico no visor (nº4). Este 
equipamento também é capaz de realizar a análise em diversas temperaturas, 
alteradas no nº5 da máquina, conforme necessidade dos clientes (SANTOS, 2021). 
 
2.2.3 Avaliações Ópticas 
 
Entre as propriedades ópticas mais importantes dos polímeros, pode-se citar a 
absorção, a reflexão, o espalhamento e a refração da luz. A transparência, a 
opacidade e o brilho de um material plástico não estão diretamente relacionadas com 
a estrutura química ou massa molecular, mas são principalmente determinadas pela 
morfologia do polímero (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
As propriedades de aparência óptica são de dois tipos: propriedades 
morfológicas, que se correlacionam com a transparência e a opacidade, e as 
propriedades superficiais, que produzem a refletância espetacular e a atenuada. A 
importância destas propriedades está relacionada com o setor de marketing, que 
busca sempre uma boa apresentação visual do produto e a proteção do alimento 
perante a luz externa, uma vez que a luz afeta a qualidade dos alimentos catalisando 
certas reações de degradação (SARANTÓPOULOS et. al., 2002). 
 
❖ Haze e Transmitância 
 
A transparência de um material é em função da transmissão de luz, transmissão 
de luz especular e da difusão

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