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ANAMNESE A anamnese precisa ser detalhada, devendo incluir: • Sinais e sintomas; • Patologias associadas; • Medicamentos em uso – que podem influenciar na micção e no consumo de água; • Hábitos alimentares – questões hídricas e alimentos que irritem a bexiga (bebidas e alimentos ácidos, com cafeína, gasosos, alcóolicos, além de nicotina); • Hábitos miccionais; • Hábitos fecais; • Questões sexuais. EXAME FÍSICO É feita a avaliação dos MAP, dividida em inspeção e palpação. INSPEÇÃO É possível analisar a condição da região. Se apresenta alguma cicatriz ou marca, como por exemplo, a episotomia. Utilizando de comando verbal, pode-se pedir para a paciente fazer uma força como se estivesse “segurando a urina e as fezes”. A partir disso, é preciso visualizar a aproximação da vagina e do ânus, vendo se o movimento está correto ou não. • Na inspeção pergunta-se a paciente se sente alguma dor relacionada a cicatrizes/fibroses/aderências. PALPAÇÃO É importante o posicionamento correto da paciente. A paciente precisa estar na posição de litotomia – posição ginecológica modificada –, deitada com os dois pés apoiados na maca e uma tríplice flexão de membros inferiores. A avaliadora precisa olhar para o rosto da paciente, observando as expressões e perguntando sobre a palpação de acordo com os comandos. • Avaliação de tônus, dor, cicatriz internamente: Feita com um dedo. Pode-se utilizar apenas uma mão, afastando com dois dedos e introduzindo o dedo inclinado para baixo. É avaliada a integridade do tecido, palpando o arco tendíneo e o cordão da fáscia. O tônus é avaliado no repouso com a compressão das laterais, verificando se a rigidez condiz com um tônus normal, aumentada (hipertonia) ou menor que o esperado (hipotonia). • Avaliação da força e função muscular: Feita na atividade. Dedo médio estendido e o dedo indicador fletido na falange proximal do dedo médio, estando os dois lubrificados. Afasta-se os grandes e pequenos lábios com uma mão, introduz o dedo médio até encostar o indicador. Com a depressão inferior da fúrcula vaginal, introduz então o dedo indicador, e prona a mão. Nesse momento, pede para a paciente apertar e puxar o dedo para dentro. A partir disso, é feita uma quantificação da força dos músculos do assoalho pélvico. • Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico (AFA): Inclui inspeção e palpação. 0 Sem função perineal, nem à palpação 1 Função perineal ausente, reconhecível somente à palpação 2 Função perineal débil, reconhecível à palpação 3 Função perineal, sem resistência opositora à palpação 4 Função perineal e resistência opositora mantida à palpação 5 Função perineal e forte resistência opositora mantida à palpação por 5 segundos ou mais CONTRERAS ORTIZ et al, 1997 A resistência opositora é uma resistência leve, que uma pessoa com a força dos MAP normal conseguiria resistir. No grau, 3, o mais comum, a paciente consegue puxar o dedo, porém com a resistência a paciente solta. A partir do grau 4, na avaliação conta 5 segundos, se ela conseguir até o final é grau 5 e se não é grau 4. • Escala da Sociedade Internacional de Continência - (International Continence Society - ICS) 0 Ausente (Sem contração) 1 Contração fraca 2 Contração normal (moderada) 3 Contração forte MESSELINK et al, 2005 Escala mais simplificada, que possui uma boa reprodutibilidade. Contração forte é diferente de hipertonia. • ESCALA DE OXFORD MODIFICADA - (Modified Oxford Scale - MOS) 0 Contração nula (sem contração) 1 Tremulação (esboço de contração) 2 Contração fraca 3 Contração moderada 4 Contração boa 5 Contração forte LAYCOCK e JERWOOD, 2001 • O Esquema Perfect - (The PERFECT Sheme) “Power” (P) 0 1 2 3 4 5 “Endurance” (E) 0 – 10 segundos “Repetitions” (R) 0 – 10 repetições “Fast” (F) 0 – 10 repetições “Every (E) Contrations (C) Timed (T)” Todas as contrações são cronometradas, ou seja, o examinador deve acompanhar todas as contrações no relógio. o Power – Avalia-se de acordo com a escala anterior de Oxford o tipo de contração, anotando-se o P seguido do número. Ex.: P 3. o Endurance – Dá um minuto de descanso e aí avalia a endurance. Pede a paciente para contrair e manter o máximo de tempo que ela conseguir com a mesma força. Se ela diminuir a força, para de contar no segundo anterior. Ex.: E 7. o Repetitions – Dá um minuto de intervalo. As repetições são feitas aguentando com a quantidade de tempo do E, e com 5 segundos de intervalo entre elas. Para de contar quando a paciente não aguentar mais contrair. Ex.: R 2 → paciente conseguiu aguentar duas sequências de 7 segundos de contração. o Fast – 2 minutos de intervalo antes do teste. Avalia quantas vezes a paciente consegue contrair e relaxar com a mesma força. Ex.: F 7. É a única escala capaz de avaliar tanto a contração rápida quanto a contração lenta, diferenciando-as (quanto a capacidade). Quantifica: Intensidade, duração e sustentação da contração. Inversão de comando: Paciente faz manobra de valsava ao invés de fazer o movimento correto. Assimetria: Paciente com lados (direito ou esquerdo) com atividades diferentes durante a avaliação. INTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO • Biofeedback manuométrico / Perineometria / Biofeedback de pressão: Avalia a pressão que o músculo exerce sobre a sonda. Coloca-se um preservativo sem lubrificante sobre a sonda, coloca o lubrificante após. Infla até a paciente sentir uma pressão. A paciente faz a contração contra a sonda. • Eletromiografia / Biofeedback eletromiográfico: Possui eletrodos que captam a atividade elétrica com a contração muscular. STOP TEST Deve ser feito apenas com pacientes conscientes que isso não deve ser feito sempre, apenas naquele momento. Realizado durante a micção com a interrupção do jato urinário. Deve-se avaliar se é realmente necessário, geralmente sendo feito apenas em pessoas que não conseguem contrair da forma correta nos outros testes. A paciente deve entender que isso não é tratamento. Deve-se ser feito apenas uma única vez para avaliação. PAD TEST Quantifica a perda urinária. São necessários um absorvente e uma balança. A paciente ingere 500mL de líquido em 30 minutos e então começa o teste. É preciso pesar o absorvente seco e sem o adesivo. A paciente coloca o absorvente e começa a executar os exercícios. A paciente retira o absorvente, leva em um saquinho. Tira o absorvente do saquinho e pesa. A diferença precisa ser maior que 1 grama para ser incontinência urinária. DIÁRIO MICCIONAL A paciente preenche três diários durante três dias consecutivos. Teste Simplificado 20 minutos • Tossir • Agachar • Pular • Inclinar-se • Subir/descer escadas (10 vezes) • Lavar mão (1 minuto) • Caminhar (10 minutos) → Diferença > 1 grama = IU PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS Avalia pedindo a paciente fazer uma força para a fora e vendo de qual direção que o espéculo ou o dedo empurra. • Cistocele: Prolapso da parede anterior. A parede anterior da vagina está sendo empurrada pela bexiga. • Retocele: Prolapso de parede posterior. • Prolapso de cúpula vaginal: prolapso uterino. QUALIDADE DE VIDA QUESTIONÁRIOS • International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF) – Questionário de incontinência urinária. • International Consultation on Incontinence Questionnaire - Vaginal Symptoms (ICIQ-VS): Escore de sintomas vaginais/questões sexuais/qualidade de vida • Kings Health Questionnaire (KHQ).
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