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Plano de Aula Direito Processual do Trabalho UNIDADE II – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 1) JURISDIÇÃO – etimologicamente significa dizer o direito. Ou seja, é o Poder, Dever, a Função ou Atividade do Estado de aplicar o direito material ao caso concreto para resolver o litigio ❖ Jurisdição é o Poder de Dizer o Direito. ❖ Quem tem o poder de dizer o direito é uma pessoa imparcial, ou seja, o juiz. ❖ A jurisdição é uma atividade privativa do Estado, que aplica as leis ao caso ❖ concreto. JURISDIÇÃO – função através do qual terceiro dotado de imparcialidade aplica o Direito a um caso concreto (que envolve conflito ou um interesse), reconhecendo, criando ou protegendo uma situação jurídica contra uma violação. Trata-se de. PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE EXISTÊNCIA OU CONSTITUIÇÃO DO PROCESSO. Sem a jurisdição, não existe processo judicial. Assim, ele não pode ser constituído/criado. A função jurisdicional integra o Poder soberano (uno) do Estado e é atribuída constitucionalmente ao Poder Judiciário, o qual se divide em Poder Judiciário da União e Poder Judiciário dos Estados. A Justiça do Trabalho integra o Poder Judiciário da União 2) COMPETÊNCIA: é a Medida, o Limite, o Fracionamento da Jurisdição. É a divisão dos trabalhos perante os órgãos encarregados do exercício da função jurisdicional, cujo objetivo é a composição da lide e a pacificação social. Assim, saber a competência de um Magistrado é ter conhecimento de quais espécies de causas ele terá a incumbência de solucionar. A COMPETÊNCIA é a medida da jurisdição. Envolve as FORMAS DE DISTRIBUIR entre os vários órgãos do Poder Judiciário a atribuição de exercer a jurisdição. É PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE VALIDADE DO PROCESSO. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA ▪ Classificação da Competência: a competência é distribuída da seguinte forma: a) Competência MATERIAL (em Razão da Matéria ou em Razão da Natureza da Relação Jurídica - Ratione Materiae) – refere-se a quais Plano de Aula Direito Processual do Trabalho assuntos ou temas são julgados pela Justiça do Trabalho e não pelas outras Justiças. Possui por parâmetro a Natureza da Relação Jurídica Controvertida, que se define pelo Fato Jurídico que lhe dá causa. Aqui deve-se analisar o Pedido e a Causa de Pedir. ▪ Na Justiça do Trabalho a Competência Material vem disciplinada no art. 114 CF e no art. 652 CLT. b) Competência em RAZÃO DA PESSOA (Ratione Personae) – é aquela que possui por parâmetro a Qualidade das Pessoas Litigantes, ou seja a qualidade das pessoas envolvidas na relação jurídica controvertida. ▪ Em outras palavras, a Competência em Razão da Pessoa é fixada em virtude da qualidade que ostenta a parte em uma determinada relação jurídica de direito material c) Competência TERRITORIAL (Ratione Loci – Competência em Razão do Lugar ou Competência de Foro) – reporta-se a qual localidade o Magistrado é competente para julgar determinado processo. Possui por parâmetro a Porção Territorial conferida ao magistrado para que ele exerça a sua competência. ▪ Na Justiça do Trabalho a Competência Territorial é definida no art. 651 CLT: A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. d) Competência FUNCIONAL – está relacionada a qual órgão dentro da Justiça do Trabalho é que deve julgar o processo ou a matéria e) Competência em RAZÃO DO VALOR DA CAUSA – possui por parâmetro o Valor dos Pedidos, assim, toma por base o montante total pecuniário da pretensão. ▪ A Competência em Razão do Valor da Causa, para o Processo do Trabalho, não possui a mesma relevância quando comparada ao Direito Processual Civil. No Processo Civil temos os Juizados Especiais Cíveis, que julgam as causas cíveis de menor complexidade. Assim sendo, no Processo Civil o Valor da Causa determina a Competência do órgão jurisdicional. ▪ Já no Processo do Trabalho não há Juízes Trabalhistas Especiais, assim o magistrado trabalhista processa e julga as causas tanto do rito Ordinário, Sumário ou Sumaríssimo. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ▪ Dessa forma, no Processo do Trabalho o Valor dos Pedidos (Valor da Causa) serve para determinar o Rito Processual das ações trabalhistas, da seguinte forma: ✓ Rito Ordinário – abrange os dissídios cujo valor da causa é acima de 40 salários mínimos; ✓ Rito Sumário (Lei 5.554/70) - abrange os dissídios cujo valor da causa não ultrapasse a 2 salários mínimos; ✓ Rito Sumaríssimo (Lei 9.957/70) - abrange os dissídios cujo valor da causa é acima de 2 salários mínimos mas não ultrapasse a 40 salários mínimos; COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA ➢ É definida em função da natureza da lide, ou seja, é firmada em função dos pedidos contidos na inicial. Na ceara trabalhista tal competência possui fundamento jurídico no artigo 114 CF, que passaremos a analisar. Art. 114 CF: Compete a Justiça do Trabalho processar e julgar: I. as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios O Inciso I merece estudo aprofundado em três partes: ❖ 1ª PARTE: AÇÕES ORIUNDAS DA RELAÇÃO DE TRABALHO: • EC 45/2004 Aplicou a Competência Da Justiça do trabalho, uma vez que passa a determinar que Compete a Justiça Trabalhista processar e julgar as ações oriundas da RELAÇÃO DE TRABALHO (e não mais apenas da Relação de Emprego, como era ANTES da edição da EC 45/2004). • EX: Trabalho Autônomo, Trabalho Eventual, Trabalho Voluntário, Trabalho Avulso, Estagiário, Relação de Emprego • Relação de Emprego – espécie da Relação de Trabalho, sendo caracterizada quando observa-se a formação do vínculo empregatício, ou seja, a presença dos seguintes requisitos: Serviço prestado por Pessoa Física, Pessoalidade, Onerosidade, Subordinação Jurídica, Não Eventualidade e Alteridade. ATENÇÃO.: RELAÇÃO DE CONSUMO, MATÉRIA PENAL E PROFISSIOAIS LIBERAIS AUTÔNOMOS – NÃO SÃO DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO: Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ▪ Relação de Consumo e Matéria penal não são de competência da Justiça do Trabalho. ▪ Os PROFISSIONAIS LIBERAIS AUTÔNOMOS, como o advogado, o dentista, o médico e o arquiteto, também não são de competência da Justiça do Trabalho. Aqui vale uma PONDERAÇÃO QUANTO AOS PROFISSIONAIS LIBERAIS AUTÔNOMOS, quando buscam receber seus honorários profissionais de seus clientes. O Tribunal Superior do Trabalho tem entendido que, como a relação desses profissionais com seus clientes está regida pelo Código de Defesa do Consumidor, a competência não seria da Justiça do Trabalho. Na realidade, o art. 3º, § 2º, do CDC (Lei 8.078/90) exclui a relação de trabalho do conceito de serviço relativo a relação de consumo: Art. 2° Lei 8.078/90 - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Como a relação seria de prestação de serviços inserida em relação de consumo, a competência não seria da Justiça do Trabalho. Veja um julgado do TST: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO.1. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. (...) A competência da Justiça do Trabalho, ampliada pela EC 45/2004 (art. 114, I, CF), abrange as relações de emprego e também as de trabalho, com suas lides conexas (art. 114, I a IX, CF). Não atinge, porém, relações de caráter público-administrativo, que envolvam servidores administrativos e entes de Direito Público (STF), não abrangendo, ainda, relações de consumo, como, por exemplo, ação de cobrança de honorários de profissional liberal. (...) (AIRR - 2030-68.2013.5.09.0004, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 05/08/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/08/2015) ✓ A RELAÇÃO CONSUMERISTA entre os PROFISSIONAIS LIBERAIS AUTÔNOMOS E SEUS CLIENTES pertente a JUSTIÇA COMUM: Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ▪ SÚMULA 363 STJ – Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente RECURSO DE REVISTA DO SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DO EXTREMO SUL DA BAHIA. EXECUÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. SINDICATO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS. (...) 3. A decisão do Tribunal Regional, na linha de que a Justiça do Trabalho é incompetente para apreciar e julgar pedidos que envolvam prestação de serviços de profissionais liberais está em sintonia com a jurisprudência desta Corte de que esta Justiça Especializada é absolutamente incompetente para dirimir questões relativas à cobrança de honorários decorrentes da contratação de prestação de serviços advocatícios, em face da natureza eminentemente civil da demanda, o que a relaciona na competência da Justiça Comum Estadual. Precedentes da SBDI-1 do TST. Recurso de revista não conhecido (RR-60100-14.1999.5.05.0511, 2ª Turma, Relatora Ministra Delaíde Miranda Arantes, DEJT 22/02/2019). ATENÇÃO: CUIDADO quando se trata de serviços prestados por profissionais liberais autônomos ou eventuais, se o tomador de serviços for organização/entidade/empresa que utilize os serviços do prestador pessoa física como atividade laboral inerente à sua dinâmica produtiva. É o caso por exemplo, do hospital que contrata médicos autônomos para prestar serviços e esses trabalhadores, como membros do hospital, atendem a pacientes. Partindo dessa premissa, existe um desequilíbrio na relação entre o trabalhador autônomo (ainda que profissional liberal) e o tomador de serviços, sendo esse último o hipersuficiente. O tomador acaba utilizando o trabalhador em sua dinâmica empresarial, estabelecendo típica relação de trabalho sujeita à competência da Justiça do Trabalho. Leia esses julgados: AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE À SÚMULA 363 DO STJ, DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL E AFRONTA AO ARTIGO 114 DA CRFB. (...) 3) Consoante ficou delineado no julgado, o autor atendia a clientes do Hospital-reclamado, havendo uma relação de trabalho lato sensu entre as partes, ainda que de forma autônoma. Vale dizer, o réu não era consumidor final dos serviços do reclamante como profissional liberal, funcionando, em verdade, como atravessador nas relações entre o autor e os pacientes, auferindo lucros decorrentes do seu labor. Nesse contexto, a competência para julgar a presente demanda, tal como considerou o Tribunal de origem, é da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 114, I, da CRFB. Agravo de instrumento a que se nega provimento (AIRR-158- 58.2012.5.19.0009, 1ª Turma, Relator Desembargador Convocado Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, DEJT 02/10/2015). Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ❖ 2ª PARTE: ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO: • Entes de Direito Público Externo: Estados Estrangeiros (Consulado, Embaixada) e Organismos Internacionais (ONU, OIT). • Os Estados Estrangeiros possuem IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO e IMUNIDADE DE EXECUÇÃO, a depender do Tipo de Ato que estão praticando. • Os Estados Estrangeiros PODEM praticar DOIS TIPOS DE ATOS: ✓ ATOS DE IMPÉRIO – Atos decorrentes de sua Soberania ✓ ATOS DE GESTÃO – quando o Estado estrangeiro atua dentro das fronteiras de outro Estado na condição de particular em atividades tipicamente negociais-privadas que não guardam qualquer relação direta com a soberania do Estado estrangeiro, nem tampouco com suas atividades essencialmente diplomáticas ou consulares. • Nos ATOS DE IMPÉRIO – possuem Imunidade de JURISDIÇÃO E DE EXECUÇÃO • Nos ATOS DE GESTÃO – aqui eles se equiparam a um Particular, possuindo, assim, APENAS IMUNIDADE DE EXECUÇÃO ✓ Não possuem Imunidade de Jurisdição, quando se tratar de causa de Natureza Trabalhista, pois aqui trata- se de Ato de Gestão e não Ato de Império (a imunidade de jurisdição compreende apenas os Atos de Império) – assim, Plano de Aula Direito Processual do Trabalho a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações que envolvam os Entes de Direito Público Externo. ✓ Como no Ato de Gestão possuem Imunidade de Execução – A execução do Estado estrangeiro será feita mediante CARTA ROGATÓRIA. ✓ Doutrinador Mauro Schiavi: “Diante da previsão do texto constitucional, resta claro que se um ente de direito público externo, como uma Embaixada situada no Brasil, contratar um trabalhador, a competência para dirimir eventual reclamação trabalhista envolvendo a embaixada será da Justiça do Trabalho brasileira. Caso contrário, um trabalhador brasileiro que prestasse serviço, no território brasileiro, para um ente de direito público externo, teria de ingressar com um processo trabalhista fora do território nacional, o que, praticamente, inviabilizaria o cesso a Justiça e o cumprimento da legislação trabalhista brasileira. Em razão disso, a jurisprudência brasileira, a partir de entendimento firmado pelo STF, tem entendido, acertadamente, que os entes de direito público externo, quando contratam empregados brasileiros, praticam Atos de Gestão não abrangidos pela imunidade de jurisdição que compreende apenas os Atos de Império.” ATENÇÃO: Em relação à EXECUÇÃO, deverá ser observado se os BENS do Estado Estrangeiro são bens Afetos (vinculados) à representação diplomática ou Não são Afetos: pois o STF entendeu que se tiver bens que não estão afetos à representação diplomática, ou até mesmo se esse Estado estrangeiro renunciar, pode haver a execução. ❖ SÓ PODERÃO SER EXECUTADOS – Os Bens NÃO AFETOS Á Representação Diplomática OU no caso de RENÚNCIA À INTANGIBILIDADE dos Bens Afetos (vinculados) à Representação Diplomática AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI N.13.015/2014. 1. EMPREGADO DE EMBAIXADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO RELATIVA. Não procede a alegação de ofensa ao art. 4º, IV, V, VII e IX, da Constituição Federal, mormente quando o STF já manifestou entendimento no sentido de que a imunidade de jurisdição do Estado estrangeiro frente aos órgãos do Poder Judiciário Trabalhista brasileiro é relativa. Apenas os atos de império são acobertados pela imunidade, não alcançando os atos de gestão, de natureza negocial, como por exemplo, os contratos e relações trabalhistas. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Precedentes. (...) (AIRR - 304-06.2011.5.10.0003, Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data de Julgamento: 19/10/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/10/2016) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ESTADO ESTRANGEIRO. REPÚBLICA (...). IMUNIDADE RELATIVA DE JURISDIÇÃO E EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RECAIR PENHORA SOBRE BENS AFETOS À REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA. CONCESSÃO PARCIAL DA SEGURANÇA. Nos termos da jurisprudência do Excelso STF e desta Corte, é relativa a imunidade de jurisdição e execução do Estado estrangeiro, não sendo passíveis de constrição judicial, contudo, os bens afetados à representação diplomática. Assim, deve serparcialmente concedida a segurança, a fim de se determinar que não recaia constrição sobre bens atrelados, estritamente, à representação diplomática da impetrante. (...) (RO - 181-80.2012.5.10.0000, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 25/10/2016, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 28/10/2016) Organismos ou Organizações Internacionais - OJ n. 416 SDI-1 TST. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16.02.2012) (mantida conforme julgamento do processo TST-E-RR6160041.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016) - As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho RESUMO: Havendo um Tratado/Convenção Internacional que foi RATIFICADO pelo Brasil e que PREVÊ a Imunidade de Jurisdição – essa Imunidade será ABSOLUTA independentemente se o Ato foi de Império ou foi Ato de Gestão (nesse caso em AMBOS os tipos de Ato haverá Imunidade de Jurisdição e de Execução), SALVO se houver RENÚNCIA EXPRESSA da Clausula de Imunidade Jurisdicional. EXEMPLO PRÁTICO dessa imunidade ocorre com a ONU, a qual goza de imunidade por força da Convenção de Londres, ratificada pelo Brasil. A Convenção de Londres foi promulgada pelo Decreto 27.784/50. Veja o art. II, seção 2, da norma internacional: Artigo II – Bens, Fundos e Haveres Seção 2 - A Organização das Nações Unidas, seus bens e haveres, qualquer que seja sua sede ou o seu detentor, gozarão da imunidade de jurisdição, salvo na medida em que a Organização a ela tiver renunciado em determinado caso. Fica, todavia, entendido que a renúncia não pode compreender medidas executivas. Assim, se um trabalhador prestar serviços para a ONU no Brasil e entender que existem direitos trabalhistas violados e decidir propor ação trabalhista na Justiça do Trabalho, não poderá o Poder Judiciário exercer a jurisdição, devendo o juiz extinguir o processo sem analisar o mérito (os pedidos formulados, a causa envolvida) por falta de pressuposto processual de existência ou constituição (exceto se a ONU renunciar a prerrogativa expressamente): CPC Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição (...) do processo; ❖ 3ª PARTE: ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DA UNIÃO, ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS: • Administração Pública Direta e Indireta – a justiça do trabalho é competente para julgar ações oriundas da relação de trabalho da Administração Pública QUANDO os Servidores Públicos forem Celetistas (ou seja, estiverem regidos pela CLT). A Justiça do Trabalho NÃO será competente nas ações que os Servidores forem estiverem vinculados a Administração por meio do Estatuto (Servidores Estatutários) – nessa hipótese quando o servidor for federal a ação será ajuizada na justiça federal e quando for estadual ou municipal a ação será ajuizada na justiça estadual. – Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ADIN 3.395/DF-MC STF - Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. (...) O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. (ADI 3.395- MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 5-4-06, DJ de 10-11-06) [....] Administrativo e Processual Civil. Dissídio entre servidor temporário e o poder público. ADI n. 3.395/DF-MC. Competência da Justiça comum. Reclamação julgada procedente. 1. Compete à Justiça comum pronunciar-se sobre a existência, a validade e a eficácia das relações entre servidores e o poder público fundadas em vínculo jurídico-administrativo temporário. 2. Não descaracteriza a competência da Justiça comum o fato de se requererem verbas rescisórias, FGTS e outros encargos de natureza símile, dada a prevalência da questão de fundo, a qual diz respeito à própria natureza da relação jurídico- administrativa, ainda que desvirtuada ou submetida a vícios de origem. 3. Agravo regimental provido e reclamação julgada procedente para se anularem os atos decisórios proferidos pela Justiça do Trabalho e se determinar o envio dos autos de referência à Justiça comum. (Rcl 4351 MC-AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 11/11/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-068 DIVULG 12-04- 2016 PUBLIC 13-04-2016) OBSERVAÇÃO – ESTAGIÁRIO: Outro ponto que merece destaque refere-se às ações envolvendo estágio. Se o estágio for firmado com a Administração Pública Direta, autárquica e fundacional, a competência será da Justiça Comum, por envolver matéria administrativa. No entanto, se o estágio refere-se ao âmbito privado, a competência será da Justiça do Trabalho. Veja esse julgado do TST: (...) II - RECURSO DE REVISTA DO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONTRATO DE ESTÁGIO. ENTE PÚBLICO. No julgamento da ADI 3395/DF, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu que a natureza jurídico-administrativa do vínculo existente entre o estagiário e o ente público afasta a competência da Justiça do Trabalho para apreciar a lide. Julgados. Recurso de revista conhecido e provido. (...) (ARR- 176200-31.2009.5.21.0002, 8ª Turma, Relator Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, DEJT 23/03/2018). ATENÇÃO - RESUMO: o SERVIDOR PÚBLICO CELETISTA (Empregado Público) – JT SERÁ COMPETENTE o SERVIDOR PÚBLICO ESTATUTÁRIO – JT NÃO SERÁ COMPETENTE (COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM) Plano de Aula Direito Processual do Trabalho o RELAÇÃO JURÍDICO-ADMNISTRATIVA/INSTITUCIONAL (Contrato Temporário art. 37, IX CF) - JT NÃO SERÁ COMPETENTE (COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM) o CASOS DE TERCEIRIZAÇÃO - JT SERÁ COMPETENTE o RELAÇÃO DE ESTÁGIO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - JT NÃO SERÁ COMPETENTE (COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM) o RELAÇÃO DE ESTÁGIO COM SETOR PRIVADO - JT SERÁ COMPETENTE II. Ações que envolvam o Exercício do Direito de Greve • Todas as Ações Individuais ou Coletivas que envolvam o exercício do Direito de Greve são da Competência da Justiça do Trabalho. • Súmula Vinculante 23 STF: a justiça do trabalho é competente para julgar as ações possessórias ajuizadas em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores de iniciativa privada. ✓ Isso significa que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar os três tipos de Ações Possessórias: a) Ação de Reintegração de Posse – no caso do Esbulho, que é a efetiva PERDA total ou parcial da posse; b) Ação de Manutenção na Posse – no caso de Turbação, que se manifesta por qualquer ato que embaraça o livre exercício da posse; c) Ação de Interdito Proibitório – no caso de Ameaça a Esbulho ou Turbação (ANTES de acontecer). Abusividade de greve - Atenção! – De quem é a Competência? Súmula 189 TST • (STF. RE 846854) - “A Justiça Comum, Federal ou Estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas da Administração Pública direta, Autarquias e Fundações Públicas”. • Somente é competência da Justiça do Trabalho: as pessoas jurídicas de direito privado, inclusiveas Empresas públicas e as Sociedades de Economia Mista. Atenção! Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Competência do STJ: • Movimento de âmbito nacional; • Movimento que atinja mais de uma região da justiça federal; • Movimento que compreenda mais de uma unidade da federação. Competência do TRF: • Uma única região da justiça federal; • Âmbito local. Competência do TJ: • Uma unidade da federação; • Âmbito local. III. Ações sobre Representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; • A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar: a) Ações sobre Representação Sindical – disputa entre Sindicatos pela Representação da Categoria e fixação da base territorial (art. 8°, II CF); b) Ações entre Sindicatos; c) Ações entre Sindicatos e Trabalhadores; d) Ações entre Sindicatos e Empregadores; IV. Os Mandato de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição; ▪ Art. 5º CF. LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; ▪ Mandato de Segurança (Lei 12.016/2009, art. 1º) - Conceder-se- á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. ✓ Competência Funcional do Mandato de Segurança: Vara do Trabalho – será competente quando o Ato for cometido por Auditores Fiscais do Trabalho, Delegados do Trabalho, Procuradores do Trabalho e Oficiais de Cartório; Tribunal Regional do Trabalho - será competente quando o Ato for cometido por Juízes do Trabalho, Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Juiz de direito investido em Jurisdição Trabalhista, do próprio Tribunal ou de qualquer dos seus órgãos Tribunal Superior do Trabalho – atos do Presidente ou de qualquer Ministro do Tribunal. ▪ Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII CF) – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. ✓ Súmula Vinculante 25 do STF: é ilícita a prisão de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. ✓ Ex: Restrição da Liberdade de Locomoção do empregado ou trabalhador por parte do empregador ou tomador de serviços, no caso de Servidão por dívida. ✓ OBS: a prisão por dívida de pensão alimentícia é possível. ✓ Competência para impetração do Habeas Corpus: a) Vara do Trabalho – contra Ato de Particular; b) Tribunal Regional do Trabalho – contra Ato de Juiz do Trabalho; c) Tribunal Superior do Trabalho – contra Ato de Juízes (desembargadores) dos Tribunais Regionais do Trabalho; d) Supremo Tribunal Federal – contra Atos dos Ministros do TST – art. 102, I, i CF) ▪ Habeas Data – Art. 5º, LXXII CF – conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; ✓ EXEMPLO: Empregador em face do MTE para ter acesso às informações no respectivo banco de dados, especificamente à Lista dos “Maus Empregadores” – que arrola os tomadores que exploram o trabalho humano em condições análogas a de escravo. ✓ Servidor Celetista em face do Estado que não permite acesso ao seu prontuário. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho V. os Conflitos de Competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o (salvo nos casos de competência do STJ e STF) CONFLITO POSITIVO – quando dois ou mais juízes se declaram COMPETENTES para julgar uma ação CONFLITO NEGATIVO - quando dois ou mais juízes se declaram INCOMPETENTES para julgar uma ação, atribuindo um ao outro essa competência Art. 66, CPC. Há conflito de competência quando: I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo. Art. 804 CLT. Dar-se-á conflito de jurisdição: a) quando ambas as autoridades se considerarem competentes; b) quando ambas as autoridades se considerarem incompetentes. Art. 805 CLT. Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho; b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho; c) pela parte interessada, ou o seu representante. Art. 808 CLT. Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; c) (…) d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária. ➢ Conflitos de Competência ❖ 1ª Parte: Conflitos de Competência entre os Órgãos da Justiça do Trabalho: I. Conflito entre Juízes do Trabalho SUBORDINADOS AO MESMO TRT: será competente o PRÓPRIO TRT JUIZ DO TRABALHO X JUIZ DO TRABALHO (= TRT) = o próprio TRT Plano de Aula Direito Processual do Trabalho JUIZ DE DIREITO INV. JURISDIÇÃO TRAB. X JUIZ DE DIREITO INV. JURISDIÇÃO TRAB. (= TRT) = o próprio TRT II. Conflito entre Juizes Subordinados a DIFERENTES TRT’s: será competente o TST JUIZ DO TRABALHO X JUIZ DO TRABALHO (diferentes TRT’s) = TST JUIZ DE DIREITO INV. JURISDIÇÃO TRAB. X JUIZ DE DIREITO INV. JURISDIÇÃO TRAB. (diferentes TRT’s) = TST III. Conflito entre TRTs (TRT xTRT) = será competente o TST ❖ 2ª PARTE: Conflito de Competência entre JUSTIÇAS diferentes = será competente o STJ JUIZ DO TRABALHO X JUIZ DE DIREITO (NÃO investido na Jurisdição Trabalhista) = STJ ❖ 3ª PARTE: Quando o Conflito houver TRIBUNAL SUPERIOR = será competente o STF TST X TJ = STF STJ X TST = STF ATENÇÃO - Súmula n. 420 do TST - COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO – Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. VI. Dissídios em que se pleiteie Dano Moral e Patrimonial decorrentes da relação de trabalho ▪ Súmula 392 TST (Dano Moral Reflexo/ Ricochete) - DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015 - Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ▪ Súmula Vinculante 22 STF - A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgaras ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. ▪ Assédio Moral X Dano Moral ▪ Acidente de Trabalho – deve-se observar 2 regras: ✓ Ações Acidentárias (lides previdenciárias), que derivam de acidente de trabalho, promovidas pelo Trabalhador Segurado em face da Previdência Social (INSS), – será competente a Justiça Comum Estadual – art. 109, I CF, art. 643, § 2º CLT, Súmulas 235 e 501 STF, Súmula 15 STJ; Em outras palavras, as Ações promovidas pelos trabalhadores postulando benefícios previdenciários em face da Previdência Social decorrentes dos acidentes e doenças do trabalho fundamentados nas Lei Previdenciária (8.213/91), a exemplo dos auxílio- doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez, etc., não são da competência da Justiça do Trabalho, pois entre trabalhador e Previdência não há relação de trabalho. Assim, a competência para essas ações pertente a Justiça Comum. ✓ Nas Ações promovidas pelo Empregado em face do Empregador, postulando indenização pelos danos morais e materiais sofridos em decorrência do acidente de trabalho – será competente a Justiça do trabalho. VII. Ações decorrentes de Penalidades Administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização do trabalho OBS: Os Órgãos de Fiscalização pertencem a União e nesse caso, na JT, QUEM FISCALIZA é o Ministério do Trabalho, que possui Competência para aplicar Penalidades Administrativas. Para INVIABILIZAR as Penalidades Administrativas impostas, o Empregador deverá ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho No caso de MULTA ADMNISTRATIVA – 636 CLT. O prazo para interposição de recurso é de trinta dias, contado da data de recebimento da notificação, inclusive para a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as suas Plano de Aula Direito Processual do Trabalho autarquias e fundações de direito público. (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) § 1º O recurso de que trata este Capítulo terá efeito devolutivo e suspensivo e será apresentado perante a autoridade que houver imposto a aplicação da multa, a quem competirá o juízo dos requisitos formais de admissibilidade e o encaminhamento à autoridade de instância superior. (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) Súmula Vinculante n. 21 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. VIII. Execução de Ofício das contribuições sociais (previdenciárias) e seus acréscimos decorrentes da sentença que proferir (a competência corresponde apenas a execução de contribuição previdenciária relativas ao objeto da condenação constantes nas sentenças que proferir ou homologação de acordo). – OJ 376 SDI TST e Súmula 368, I TST. Ações Declaratórias – não haverá execução das contribuições pois nessa ação há apenas natureza declaratória (Sentença Condenatória DECLARATÓRIA) EX: Uma Empregada trabalhou por 4 Anos sem assinatura da CTPS, ela ajuíza uma ação na JT solicitando a DECLARAÇÃO do Reconhecimento do Vinculo Empregatício solicitando a respectiva anotação na CTPS – todo mês ela recebia a sua remuneração, só não tinha anotação na CTPS, a cada mês deveria incidir as Contribuições Previdenciárias de sua remuneração, CONTUDO, como a Ação é apenas declaratória a JT NÃO é competente para executar de ofício essas contribuições previdenciárias Então a JT será competente, de ofício para executar as Contribuições Previdenciárias DESDE QUE seja uma SENTENÇA CONDENATÓRIA EM PECÚNIA Súmula Vinculante 53: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. Súmula nº 368 do TST - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28 Plano de Aula Direito Processual do Trabalho pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo, não exime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. (ex-OJ nº 363 da SBDI-1, parte final) III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001). IV - Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até 4.3.2009, inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês seguinte ao da liquidação (art. 276, “caput”, do Decreto nº 3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, que deu nova redação ao art. 43 da Lei nº 8.212/91. V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a partir da prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos previdenciários, aplica- se multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento, se descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96). VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente deve ser calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação conferida pela Lei nº 13.149/2015, observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil. Súmula nº 454 do TST - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), poisse destina ao financiamento de benefícios Plano de Aula Direito Processual do Trabalho relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991). IX. outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. ➢ Não Fornecimento das Guias do Seguro-Desemprego - Súmula 389 TST - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não- fornecimento das guias do seguro-desemprego. ➢ Súmula 300 TST - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de empregados contra empregadores, relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social (PIS). ➢ Súmula nº 19 do TST - QUADRO DE CARREIRA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira. ➢ Súmula n. 736 do STF (Meio Ambiente do Trabalho) - Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. ➢ Súmula n. 389 do TST - SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS I – Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não- fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ n. 210 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000) II – O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ n. 211 da SBDI-1 – inserida em 08.11.2000) OBS: Acidente de Trabalho – Em relação ao acidente de trabalho vale ressaltar que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado ou seus sucessores contra seu empregador. Excluem-se dessa regra as causas de acidente de trabalho em que a União, entidade autarquica ou empresa pública federal forem interessadas, na condição de autora, ré, assistente ou oponente (art. 109 CF, Súmula 501 STF, Súmula Vinculante 22 STF). Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Súmula nº 392 do TST - DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (…) § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. ▪ As Partes aqui podem se direcionar, para a solução do conflito, para o Poder Judiciário ou Arbitragem § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 1. COMPETÊNCIA TERRITORIAL - Art. 651 CLT ➢ Regra Geral: a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado em outro lugar ou no estrangeiro. ▪ EX: João foi Contratado em São Paulo, para prestar serviços no Rio de Janeiro, o que fez durante 3 anos – caso João queira ajuizar um ação DEVERÁ fazer na Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, por ser o LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ▪ Assim, caso haja MAIS de um local da prestação de serviços, de acordo com a doutrina e jurisprudência majoritária (como o autor Carlos Henrique Bezerra Leite), a ação trabalhista deverá ser proposta no último lugar da prestação de serviços (prevalecerá a Competência do Último Local da Prestação de Serviços). Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ✓ EX: Samuel foi CONTRATADO em Brasília, e PRESTOU SERVIÇOS durante 1 Ano no Rio de Janeiro, 1 Ano em São Paulo e por 1 Ano no Espírito Santo quando então foi Dispensado – será Competente a VARA DO ES, por ser ÚLTIMO LOCAL da Prestação dos Serviços. ATENÇÃO 1: Para alguns Doutrinadores como Mauro Schiavi nesse caso caberá ao Reclamante a escolha do Local da propositura da ação (escolher uma das varas existentes nas localidades em que houve a prestação de serviços – passando a ser competente, pelo critério da prevenção, a vara do local em que a Reclamação Trabalhista foi proposta em primeiro lugar). Isso porque, para esses autores, nem sempre a último local da prestação de serviços representa o melhor lugar de ajuizamento da ação, ou seja, aquele que representará o acesso facilitado, real e efetivo à Justiça do Trabalho. ATENÇÃO 2: O Doutrinador Mauricio Godinho defende que a regra geral não é absoluta, não devendo ser aplicada com extremo rigor, uma vez que, a definição da competência territorial deve levar em consideração a viabilidade do acesso a justiça por parte do trabalhador (princípio da inafastabilidade da jurisdição art. 5º XXXV, Direito de Ação). Logo, a ação trabalhista deverá ser ajuizada no local que tenha ligação com a prestação de serviços e que tenha maior viabilidade de concretização do direito constitucional, por parte do trabalhador de acesso ao judiciário. ✓ EX: Digamos que o empregado foi contratado na localidade A para prestar serviços na localidade B, consideravelmente distante. E após anos de prestação de serviços é despedido sem justa causa, sem que o empregador cumpra com todos os seus haveres trabalhistas. Com muito custo, o empregado consegue retornar ao seu local de origem. PERGUNTA-SE: Será que o local da prestação de serviços é o melhor local para ajuizamento da reclamação trabalhista? Doutrinador LEONE PEREIRA: Facilitar, real e efetivamente, o acesso do trabalhador a Justiça Trabalhista é proporcionar-lhe a escolha do Local do seu Domicilio, da Contratação ou da Prestação de serviços, como melhor lhe aprouver. Art. 651 CLT - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (REGRA GERAL) Plano de Aula Direito Processual do Trabalho § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. § 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços ▪ Exceções a Regra Geral do caput do art. 651 CLT: a) Empregado Agente ou Viajante Comercial – art. 651, § 1º CLT – Quando for parte no dissídio Agente ou Viajante Comercial,a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha Agência ou Filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. A competência será: ✓ Da Vara da localidade em que a tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado – REQUISITOS CUMULATIVOS: Existência da Agência ou Filial E A Subordinação da Empregada a essa Agência/Filial; ✓ Se não existir Vara do Trabalho nessa localidade, será competente a Vara onde o empregado tenha domicilio ou na localidade mais próxima. ✓ EX: Maria é Agente Comercial. Neste caso, a regra a ser aplicada a ela é a do artigo 651, § 1º. Será verificado a Vara do Trabalho onde tem agência/filial a que essa empregada esteja subordinada. Se na localidade onde ela está subordinada não existe vara do trabalho, ela ajuizará essa ação em seu domicílio ou na localidade mais próxima. b) Empregado Brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro – A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, Plano de Aula Direito Processual do Trabalho desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário art. 651, §2 CLT – a reclamatória trabalhista poderá ser ajuizada no Brasil, DESDE QUE o Emprega seja Brasileira OU Residente no País (art. 5º, caput CF) e não haja acordo internacional dispondo o contrário. ✓ EX: Roberto foi contratado no Brasil para prestar serviços nos Estados Unidos. Ele trabalhou nos Estados Unidos durante 5 anos. Ele retornou ao Brasil pois foi dispensado, mas não recebeu os seus direitos e quer ajuizar uma ação. Neste caso, aplica-se a regra do artigo 651, § 2º. A vara do trabalho é competente para julgar os dissídios que tenham ocorrido no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro ou estrangeiro residente no país, e não haja convenção internacional dispondo em contrário. ▪ Qual legislação material será aplicável quando o empregado brasileiro é contratado para trabalhar em outro país? empregados brasileiros contratados diretamente por empresas estrangeiras - é regida por critérios estabelecidos pelo Direito Internacional Privado, prevalecendo o Princípio da territorialidade, ou seja é aplicada a norma onde se efetivou o pacto laboral. Empregado Transferido – aplica-se a legislação mais favorável – Princípio da Norma Mais Favorável – art. 2 e 3 da lei 7064/82 – Critério do Conglobamento Mitigado. OBS: As hipóteses de transferência estão previstas no artigo 2º da Lei n. 7.064/82, se não vejamos: Art. 2º Lei 7.64/82 - Para os efeitos desta Lei, considera-se transferido: I – o empregado removido para o exterior, cujo contrato estava sendo executado no território brasileiro; II – o empregado cedido à empresa sediada no estrangeiro, para trabalhar no exterior, desde que mantido o vínculo trabalhista com o empregador brasileiro; III – o empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar a seu serviço no exterior. Para os empregados transferidos aplica-se a legislação material mais favorável, nos termos do artigo 3º da Lei n. 7.064/82, in verbis: Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Art. 3º A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da execução dos serviços: II – a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. OBS: Aplica-se aqui a Teoria do Conglobamento Mitigado, Orgânico ou por Instituto (adotada pelo nosso ordenamento jurídico) – art. 3º, II da Lei 7064 – determina a aplicação do conjunto de normas agrupadas sob a mesma forma de instituto jurídico que for mais favorável ao trabalhador. Assim, os dois dispositivos legais serão aplicados a mesma relação de trabalho, sendo que a adoção do mesmo instituto jurídico (matéria) de uma lei exclui a aplicação do mesmo instituto ou matéria de outra lei. A análise aqui deverá extrair-se do conjunto de normas que se referem a uma mesma matéria e não à totalidade da norma. c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato – art. 651, §3 CLT – Ex: companhias teatrais, circos – é assegurado ao empregado propor reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. ➢ COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA COMPETÊNCIA ABSOLUTA - A Competência em Razão da Matéria, da Pessoa e da função é Absoluta. Tal competência não pode ser prorrogada e deve ser decretada de ofício pelo juiz em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 64, §1° CPC/2015), enquanto não formada a coisa julgada (preclusão máxima). Assim seu conhecimento independe da provocação das partes. o Caso já tenha ocorrido a coisa julgada, somente por meio de ação rescisória será possível desconstituir a sentença proferida por juiz absolutamente incompetente (art. 966, II CPC/2015). Art. 966 CPC/2015. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; Art. 64 CPC 2015. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1o - A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. Plano de Aula Direito Processual do Trabalho ✓ Incompetência em razão da matéria – momentos adequados de alegação: Preliminar de Contestação. COMPETÊNCIA RELATIVA - A Competência Territorial e em razão do Valor da Causa é Relativa. É vedado ao juiz declarar, de ofício, a incompetência relativa (OJ 149 SDI – 2 TST), assim, a incompetência territorial pode ser prorrogada caso a parte não apresente Exceção de Incompetência em audiência de instrução e julgamento. ✓ Incompetência Territorial – momento adequado de alegação: Preliminar de Contestação - Exceção de Incompetência (art. 799 e seguintes da CLT). Art. 337 CPC/2015. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: II - incompetência absoluta e relativa; Art. 65 CPC/2015. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. FORO DE ELEIÇÃO – ART. 63 CPC/2015 E INSTRUÇÃO NORMATIVA 39/2016 DO TST O art. 63 CPC/2015 estabelece que as competência em razão do valor da causa e do território podem ser modificadas pelas partes por meio da eleição de Foro para solucionar eventuais conflitos. Art. 63 CPC/2015. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. INSTRUÇÃO NORMATIVA 39/2016 TST - Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: I - art. 63 (modificação da competência territorial e eleição de foro); ❖ DOUTRINA MAJORITÁRIA : O art. 63 CPC/2015 (antigo art. 111 CPC/1973) É INCOMPATÍVEL com as regras de competência da justiça do trabalho, pois essas são de ordem pública e, por consequência insucetíveis de modificação pelas partes. ❖ Dizeres de Mauro Schiavi – “No nosso sentir, o FORO DE ELEIÇÃO É INCOMPATÍVEL COM O PROCESSO DO TRABALHO, considerando-se a hipossuficiência do reclamante, bem como eventual estado de Plano de Aula Direito Processual do Trabalho subordinação do empregado ao aceitar determinada localidade para propositura da demanda trabalhista.” EX: Estevão foi Contratadoem Brasília, para prestar serviços em São Paulo, sendo que no seu Contrato de Trabalho há uma Clausula determinando a Eleição de Foro o Estado do Rio de Janeiro – a Vara Competente será a de São Paulo, que é o Local da Prestação dos Serviços (art.ç 651 CLT), sendo INVÁLIDA a clausula que determina Eleição de Foro. COMPETÊNCIA FUNCIONAL – DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO COMPETÊNCIA DAS VARAS DO TRABALHO – Art 652 E 653 CLT Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: a) conciliar e julgar: I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato individual de trabalho; III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho; b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; e) impor multa e demais penalidades relativas aos atos de sua competência. (Suprimida pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944) f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Esse é o Chamado PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA de Homologação de Acordo Extrajudicial Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del6353.htm#art652 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 Plano de Aula Direito Processual do Trabalho Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e Julgamento: a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho; c) julgar as suspeições argüidas contra os seus membros; d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas; f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que decorram da sua jurisdição. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO – Art 678 E 680 CLT 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete I - ao Tribunal Pleno, especialmente: a) processar, conciliar e julgar originàriamente os dissídios coletivos; b) processar e julgar originàriamente: 1) as revisões de sentenças normativas; 2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos; 3) os mandados de segurança; 4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e Julgamento; c) processar e julgar em última instância: 1) os recursos das multas impostas pelas Turmas; 2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos; Plano de Aula Direito Processual do Trabalho 3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aquêles e estas; d) julgar em única ou última instâncias: 1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços auxiliares e respectivos servidores; 2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários. II - às Turmas: a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a ; b) julgar os agravos de petição e de instrumento, êstes de decisões denegatórias de recursos de sua alçada; c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as impuserem. Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno, exceto no caso do item I, alínea "c" , inciso 1, dêste artigo. Art. 680. Compete, ainda, aos Tribunais Regionais, ou suas Turmas: a) determinar às Juntas e aos juízes de direito a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação; b) fiscalizar o comprimento de suas próprias decisões; c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração de suas decisões; d) julgar as suspeições arguidas contra seus membros; e) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas; f) requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições; g) exercer, em geral, no interêsse da Justiça do Trabalho, as demais atribuições que decorram de sua Jurisdição. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – Art 702 CLT Art. 702 - Ao Tribunal Pleno compete: I - em única instância: Plano de Aula Direito Processual do Trabalho a) decidir sobre matéria constitucional, quando arguido, para invalidar lei ou ato do poder público; b) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho, bem como estender ou rever suas próprias decisões normativas, nos casos previstos em lei; c) homologar os acordos celebrados em dissídios de que trata a alínea anterior; d) julgar os agravos dos despachos do presidente, nos casos previstos em lei; e) julgar as suspeições arguidas contra o presidente e demais juízes do Tribunal, nos feitos pendentes de sua decisão; f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial; (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) g) aprovar tabelas de custas emolumentos, nos termos da lei; h) elaborar o Regimento Interno do Tribunal e exercer as atribuições administrativas previstas em lei, ou decorrentes da Constituição Federal. II - em última instância: a) julgar os recursos ordinários das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais em processos de sua competência originária; b) julgar os embargos opostos às decisões de que tratam as alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo; c) julgar embargos das decisões das Turmas, quando esta divirjam entre si ou de decisão proferida pelo próprio Tribunal Pleno, ou que forem contrárias à letra de lei federal;d) julgar os agravos de despachos denegatórios dos presidentes de turmas, em matéria de embargos na forma estabelecida no regimento interno; e) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acordãos. § 1º Quando adotada pela maioria de dois terços dos juízes do Tribunal Pleno, a decisão proferida nos embargos de que trata o inciso II, alínea "c", deste artigo, terá força de prejulgado, nos termos dos §§ 2º e 3º, do art. 902. § 2º É da competência de cada uma das turmas do Tribunal: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 Plano de Aula Direito Processual do Trabalho a) julgar, em única instância, os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais do Trabalho e os que se suscitarem entre juízes de direito ou juntas de conciliação e julgamento de regiões diferentes; b) julgar, em última instância, os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais e das Juntas de Conciliação e julgamento ou juízes de dirieto, nos casos previstos em lei; c) julgar os agravos de instrumento dos despachos que denegarem a interposição de recursos ordinários ou de revista; d) julgar os embargos de declaração opostos aos seus acordaos; e) julgar as habilitações incidentes e arguições de falsidade, suspeição e outras nos casos pendentes de sua decisão. § 3o As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador- Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4o O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3o deste artigo, com rol equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária. (Incluído dada pela Lei nº 13.467, de 2017) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
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